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Curso de Exames Complementares Como diagnosticar um paciente com uma doença ou afecção de maneira rápida e eficaz? Avaliar sinais e sintomas, anamnese, histórico…. E quando eles se confundem? se a doença está em fase inicial? O primeiro passo para o diagnóstico correto são os exames complementares, principalmente em paciente hospitalizados. E porque devemos saber interpretar esses exames, uma vez que não realizamos tratamentos medicamentosos a partir deles? Para conhecer as indicações e contraindicações, saber fazer uma prescrição adequada de condutas, eliminado patologias etc. Exames Laboratoriais: ● Hemograma. ● Coagulograma. ● Bioquímica. ● Marcadores Cardíacos. Hemograma Completo: Exames realizados em amostras de sangue, que avalia o conteúdo em três partes, cujo o objetivo e analisar de maneira quantitativa e qualitativa a mostra. ● Série Vermelha. ● Série Branca. ● Plaquetograma. Eritrograma (série vermelha): Dosagem de eritrócitos (hemácias, glóbulos vermelhos ou Ht): Células sanguíneas em formato de disco bicôncavo, de cor avermelhada devido a presença de proteína hemoglobina. É responsável pelo transporte de oxigênio pelo organismo. São produzidos através de eritropoiese, na medula óssea, e são células sem núcleo e organelas, tendo meia-vida de aproximadamente 120 dias. Dosagem de hemoglobina (Hb): Proteína presente no interior dos eritrócitos, que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório. Esse transporte ocorrer graças a presença do íon ferro (Fe+). Leucograma (série Branca): Dosagem de Leucócitos: Elementos figurados do sangue que atuam no sistema de defesa do organismo por meio de fagocitose. São divididos segundo sua morfologia. Dosagem de Neutrófilos: Células fagocitárias produzidas e armazenadas na medula óssea que são liberados na corrente sanguínea através de mediadores inflamatórios. São correspondentes a cerca de 70% das células de defesa e possuem morfologia do núcleo diferente de acordo com o grau de maturação. ● Neutrófilos (segmentados). ● Bastonetes ou bastões. ● Metamielócitos. ● Mielócitos. ● Promielócitos. A liberação dos neutrófilos está relacionada á infecções do tipo bacteriana. Quando há uma infecção de grande porte, há a liberação em grande escala de neutrófilos pela medula óssea e a aceleração da maturação de bastonetes e células menos desenvolvidas. Esse fenômeno é chamado de desvio à esquerda. Dosagem de Eosinófilos: Células de defesa relacionadas á processos alérgicos e/ou infecções parasitárias. Dosagem de Basófilos: Aparecem principalmente em processos alérgicos de hipersensibilidade, devido a grande quantidade de heparina e histamina. Pacientes com doenças renais crônicas e pós-radioterapia também podem apresentar aumento desse leucócito. Dosagem de Linfócitos: Células que reagem a presença de um antígeno específico. Podem atuar através da produção de anticorpos (linfócitos B) ou através da toxidade de uma célula em específico (linfócito T). Dosagem de Monócitos: Macrofagos que têm atuação tissular, sendo o principal fagocitário de microrganismos fora de corrente sanguínea. Há aparecimento em abundância em processos infecciosos crônicos, como sífilis, tuberculose. Plaquetograma: As plaquetas são células anucleadas, de formato discóide, também produzidas na medula óssea. Sua atuação fisiológica é fundamental no processo inicial de hemostasia. Elas promovem a agregação de células ao endotélio proximal á lesão. Funcionam como tampão para evitar hemorragias e promovem o desencadeamento da coagulação. A coagulação sanguínea é formada por uma série de mecanismos bioquímicos, com a finalidade de tamponar sangramentos através de redes de fibrinas. São mecanismos complexos que envolvem cerca de 12 fatores pró-coagulantes, divididos em Via Extrínseca e Via Intrínseca. A hemostasia, equilíbrio sanguíneo, resulta de duas funções: a capacidade de manter o sangue fluido e ao mesmo tempo pronto para induzir tampão de maneira rápida em lesões vasculares. Via Extrínseca: Ativação da protrombina através da resposta do contato do sangue com os tecidos extravasculares. Via Intrìnseca: Ativação da protrombina através da respostas de estase sanguínea. Tempo de Protrombina (TP): Quantidade total de protrombina e está relacionado diretamente à via extrínseca. Tempo de Protrombina Parcial Ativada (TTPa): Emprego para verificação da atuação da via intrínseca. Bioquímica: Para entender a dosagem de íons na corrente sanguínea, devemos relembrar os principais locais onde esses íons participam e suas funções: ● Sódio (Na). ● Potássio (K). ● Ureia (Ur). ● Creatinina (Cr). Bomba Na/K: Principal meio de transportes ativo de íons, está presente nas células excitáveis como neurônios, glândulas e musculatura estriada esquelética, lisa e estriada cardíaca. Promove o transporte de íons do meio de menor concentração para o meio de maior concentração. Sódio (Na): Hipernatremia// Hiponatremia. Potássio (K): Hipercalemia// Hipocalemia. Dosagem de Uréia e Creatinina: Uréia: Produto do catabolismo dos aminoácidos provenientes de proteínas endógenas exógenas pelo fígado. Creatinina: Proveniente principalmente do metabolismo muscular (creatina fosfoquinase- CPK). A excreção dessas substâncias se dá através dos rins, e sua dosagem sugere alterações renais, principalmente da taxa de filtração glomerular (TFG). Uréia (Ur): Hiperuremia// Hipouremia. Creatinina (Cr): Hipercreatininemia// Hipocreatininemia. Dosagem de Ckmb: Enzimas que realiza a quebra da molécula Creatina Fosfato alocada no músculo estriado cardíaco. Em casos de infarto agudo do miocárdio a dosagem seriada dessa enzima apresenta um padrão de elevação no período entre 4 e 8 horas após o evento e atinge e pico num período de 12 à 24 horas. Dosagem de Proteína C Reativa (PCR): A proteína C reativa é produzida no fígado, sendo o principal marcador da fase aguda de processos inflamatórios e processos necróticos. Eletrocardiograma (ECG): O impulso cardíaco é conduzido por células especializadas por todo coração, conhecidas por sistemas de condução do coração. Esse impulso pode ser representado através da deflexão (onda) dos estímulos em papel milimetrado. Nodo Sinoatrial (sinusal). Vias Internodais. Nodo Atrioventricular Sistema His-Purkinje (feixe de His/ Fibras de Purkinje). Taquicardia Sinusal: FC > 100bpm. Ritmo regular. Bradicardia Sinusal: FC < 60bpm. Ritmo regular. Arritmia Sinusal: Frequente em crianças. Existência de onde P. Despolarização pelo nervo vago e por reflexos originários nos pulmões. Fibrilação Atrial (FA):Atividade elétrica desorganizada nos átrios. FC irregular. Diminuição do débito cardíaco. Volume de ejecção inadequado. Cardioversão elétrica. Flutter Atrial: Atividade elétrica organizada em circuito errante. FC média entre 249~340 bpm. Extrassístole Ventricular (ESV): Sístole precoce, proveniente d ventrículo. Fisiológica/ patológica. Em indivíduos com insuficiência cardíaca ou pós IAM, a ESV pode ser indicativo de arritmias mais perigosas. Taquicardia Ventricular (TV): Ritmo originário nos ventrículos. QRS alargados. Se com repercussão hemodinâmica, cardioversão elétrica. Fibrilação Ventricular (FV): Contrações ventriculares rápidas e não efetivas. Ondas caóticas de amplitude e frequência variáveis. Cardioversão elétrica emergencial, corresponde a parada cardiorrespiratória. Bloqueio Atrioventricular (BAV): Aumento do intervalo PR, que é gerado pelo bloqueio do impulso elétrico entre o átrio e o ventrículo. Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST: Infarto agudo do miocárdio causado por oclusão total da coronária, responsável por ruptura de placa ateromatosa ou coágulo. Urgência cardiológica, iniciar tratamento nos primeiros 10 minutos. Aumentar/ ofertar oxigenioterapia. Gasometria Arterial: A gasometria Arterial é um exame laboratorial realizado através da coleta arterial de sangue, comumente realizada por meio da punição da Artéria Radical. Trata-se de um exame que requer destreza por parte do Enfermeiro, por ser uma coleta profunda e dolorida. Portanto a correta avaliação se faz necessária para que o procedimento não tenha sido realizado em vão. E para que utilizamos esse exame? A gasometria é utiliza para a avaliação de três fatores de extrema importância para pacientes que apresentam distúrbios de ventilação, oxigenação e distúrbios ácidos-base. Os valores avaliados pela gasometria arterial são: ● pH- potencial hidrogeniônico. ● PaO²- Pressão arterial de oxigênio. ● PaCO²- pressão arterial de dióxido de carbono. ● HCO³- base conjugada. ● SaO²- Saturação arterial de oxigênio. ● BE- base excess (excesso de base). Controle do PaO² e PaCO²: A respiração trata-se de uma atividade involuntária, que pode ser controlada voluntariamente pelo córtex cerebral, porém seu comando central se dá nos centros respiratórios (centro pneumotáxico, apnêustico, dorsal e ventral) situados na ponte e no bulbo. O controle é realizado através de estímulos de quimiorreceptores periféricos e centrais e mecanorreceptores. Controle Químico: controle da ventilação Regulação do pH no organismo: Manutenção do equilíbrio ácido básico: Pulmões (eliminação ou retenção de O²) e Rins (reabsorção do HCl³ e excreção). Distúrbios do Equilíbrio Ácido Básico: Acidose: aumentando a concentração de PaCO² // Redução da concentração de HCo³. Alcalose: redução da concentração de PaCO²// Aumento da concentração de HCO³. Acidose Metabólica Acidose Respiratória; Alcalose metabólica: Alcalose Respiratória: Interpretando a Gasometria: ● Verificar o desvio de pH. ● Verificar o responsável por esse desvio (PaCO² ou HCO³). Valores de Referência: Radiografia de Tórax Para entender com mais clareza o qe acontece com o paciente que está sob seus cuidados, o profissional deve conhecer os princípios que estão ligados à interpretação da radiografia. A sistematização faz com que a interpretação se torne mais simples, e diminui a chance de “algo” passar despercebido pelo avaliador. Princípios da Radiografia: Um gerador de radiação gera ondas eletromagnéticas que são dispersadas sobre a forma de raios x no paciente. Esses feixes atravessam o paciente e atingem um filme fotossensível. Os órgãos e tecidos de maior densidade absorvem mais radiação que os de menor densidade, logo, quanto maior a absorção pelos tecidos menor a captação no filme, então ele fica mais claro. A qualidade da radiografia, e em consequência a sua utilidade está diretamente relacionada com a incidência e o posicionamento do paciente. Interpretação da Radiografia: Deve ser feita de maneira sistêmica, para que assim minimiza-se os erros. Optamos pela avaliação “de fora para dentro”: ● incidência. ● Posicionamento. ● Achados radiológicos. ● Avaliação prática. Posicionamento: O posicionamento do paciente durante a radiografia é de extrema importância, pois o mal posicionamento pode gerar interpretações equivocadas. Devemos comparar a distância das cabeças de ambas a clavículas. E estas devem estar alinhadas com relação às vértebras da coluna torácica. É recomendado que o paciente mantenha uma inspiração prolongada, a fim de que uma quantidade maior de parênquima seja exposta à radiação. Consolidação do Lobo Inferior Direito. Presença de Broncograma Aéreo. Borramento do Seio Cardiofrênico. Pneumonia. Desvio de Traquéia e mediastino. Presença de ar na cavidade pulmonar D. Pneumotórax á direita. Velamento do seio costofrênico. Derrame pleural à direita. Aumento dos espaços intercostais. Tórax em tonel, coração em gota, cúpulas diafragmáticas rebaixadas. DPOC.
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