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1.1 - Sobre a Educação Integral e o Programa Ensino Integral (PEI)
Formação Integral
Antes de conhecer ou relembrar o que é o PEI, convidamos você a refletir:
Qual o conceito de Educação integral e como se articula no Currículo Paulista? A educação integral diz respeito a um jeito de fazer ou sobre o tempo disponível? Qual a diferença entre educação integral, tempo integral e ensino integral?
Clique nos cards a seguir e compreenda melhor essas questões.
Educação Integral
· Currículo Paulista com a concepção da educação integral, que favorece o desenvolvimento do estudante como um todo, ou seja, envolvendo os aspectos físicos, cognitivos, socioemocionais e culturais.
· Todos os espaços são de aprendizagem.
· Foco na aprendizagem e nas práticas democráticas para ampliar o protagonismo do estudante.
Programa Ensino Integral (PEI)
· Maior tempo de permanência dos educadores na escola, viabilizando o aprimoramento do olhar sistêmico sobre a formação integral dos estudantes.
· Metodologias do Modelo Pedagógico articuladas com o Currículo Paulista possibilitando o desenvolvimento das competências e habilidades da educação integral.
· Modelo de Gestão articulado com o Modelo Pedagógico proporcionando o planejamento, desenvolvimento e monitoramento das ações pedagógicas na escola.
· Maior tempo de permanência dos estudantes na escola.
Para consolidar uma educação qualitativa e equitativa, como está previsto no Relatório para a UNESCO, da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, a educação brasileira encontrou sustentação para inovar nos compromissos assumidos na:
· Constituição de 1988;
· Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990, convocada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, da Unesco;
· Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996.
Pensando nesses compromissos, a Seduc-SP desenvolveu o Programa Ensino Integral.
Veja aqui a linha do tempo com os marcos legais vigentes que apoiam a Educação Integral:
1988 – Constituição da República Federativa do Brasil
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília. DF: Presidência da República, 2016.
1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Lei Federal Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do estudante, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Ou Lei de Diretrizes e Bases (LDB).
2013 – Decreto Nº 59.354
Decreto Nº 59.354, de 15 de julho de 2013
Dispõe sobre o Programa Ensino Integral (PEI) de que trata a Lei Complementar Nº 1.164, de 4 de janeiro de 2012, alterada pela Lei Complementar Nº 1.191, de 28 de dezembro de 2012.
2014 – Plano Nacional de Educação
Lei No 13.005, de 25 de junho de 2014
PNE – META 6 – Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos(as) estudantes(as) da educação básica.
BRASIL Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014.
2016 – Plano Estadual de Educação de São Paulo
Lei Nº 16.279, de 08 de julho de 2016
PEE – Meta 6 – Garantir educação integral em todos os níveis e modalidades de ensino e assegurar educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender a, pelo menos, 25% dos estudantes na educação básica.
Lei Nº 16.279, de 08 de julho de 2016
Aprova o Plano Estadual de Educação de São Paulo e dá outras providências.
2017 – Base Nacional Comum Curricular
Compromisso com a Educação Integral
A BNCC foi instituída pela Resolução Nº 2/2017, pelo Conselho Nacional de Educação, em 20/12/2017. Esta Resolução institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades, no âmbito da Educação Básica, no País inteiro.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CP Nº 2, de 22 de dezembro de 2017.
2019 – Currículo Paulista
Formação Integral: dimensões intelectual, física, socioemocional e cultural
O compromisso com a Educação Integral:
O Currículo Paulista foi elaborado, em 2019, por educadores das redes municipais, estadual e privada. O documento foi desenvolvido a partir das 10 competências gerais da BNCC e contém orientações curriculares para as redes de ensino do Estado de São Paulo. O Currículo Paulista estabelece um compromisso com a Educação Integral dos estudantes em todas as dimensões – intelectual, física, socioemocional e cultural – para que sejam atuantes na sociedade.
SÃO PAULO (Estado). Currículo Paulista. São Paulo: SEE, 2019. p. 28.
Agora que já tratamos do conceito de Educação Integral, vamos explorar algumas experiências práticas. Para isso, vamos discutir um pouco sobre o Programa Ensino Integral. Ele ajuda a compreender como as múltiplas dimensões do estudante podem ser trabalhadas na escola de forma intencional.
Vale ressaltar que, neste curso, o PEI foi adotado para exemplificar a educação integral. No entanto, ela também ocorre em escolas regulares de tempo parcial. A inclusão do Projeto de Vida e das Eletivas na matriz de todas as escolas da rede de anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio é um ótimo exemplo de como as experiências podem, sim, ser para todos.
Então, vamos agora conhecer um pouco mais sobre esse Programa e como ele pode auxiliar na rotina de todas as escolas.
Dica!
Você sabia que uma das premissas do PEI é a sua replicabilidade? Veremos o seu significado mais adiante, neste módulo.
1.1 - Sobre a Educação Integral e o Programa Ensino Integral (PEI)
Da Educação Integral ao Ensino Integral
O Programa Ensino Integral parte da concepção da educação integral, baseando-se no pressuposto de que o desenvolvimento do estudante ocorre como um todo, ou seja, envolvendo os aspectos físicos, cognitivos, socioemocionais e culturais. Conforme já assinalado pelo Currículo Paulista, cabe a todos os profissionais da nossa rede um olhar sistêmico sobre a formação do estudante para que este possa desenvolver de forma integral as competências e habilidades necessárias. Para promover a educação integral o PEI utiliza um Modelo Pedagógico articulado a um Modelo de Gestão.
Uma educação integral é aquela que forma o estudante para o exercício pleno da cidadania, sendo capaz de agir de forma autônoma, solidária e competente. Essa visão busca romper com o paradigma de que o jovem é um ser passivo diante da realidade.
Veja, no vídeo a seguir, o relato de uma estudante do PEI. Note como a estudante tem percepção das características oferecidas pelo Programa.
Vídeo Como é estudar numa escola pública – Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
O Programa oferece práticas e vivências que fortalecem o protagonismo juvenil, como os Clubes Juvenis. E você, educador, que não atua em uma escola PEI, deve conhecer outros exemplos de protagonismo juvenil, como os grêmios estudantis, não é mesmo?
Outra característica do PEI diz respeito às condições diferenciadas para o trabalho dos profissionais do Quadro de Magistério que atuam no programa, como o regime de dedicação plena e integral (RDPI).
A expansão do PEI
O Programa Ensino Integral foi instituído pela Lei Complementar Nº 1.164, de 4 de janeiro de 2012, e alterado pela Lei Complementar Nº 1.191, de 28 de dezembro de 2012.
A implantação do PEI iniciou no Estado de São Paulo no ano de 2012.Veja como foi a expansão do Programa.
Como você notou, uma grande expansão vem acontecendo ao longo dos anos. Essa expansão destaca a importância deste Programa estar presente nas comunidades mais vulneráveis de São Paulo, a fim de diminuir as desigualdades sociais existentes em nosso Estado.
Ideal formativo e eixos formativos
O Programa Ensino Integral, mediante os seus eixos formativos e suas metodologias, idealiza formar um indivíduo:
Autônomo
Capaz de agir pessoal e coletivamente com responsabilidade, criticidade, criatividade e de forma reflexiva a partir de princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Solidário
Capaz de se desenvolver como parte da solução, e não do problema.
Competente
Capaz de enfrentar os desafios do mundo contemporâneo nas suas várias dimensões e de reconhecer a necessidade de aquisição de habilidades específicas requeridas para o Projeto de Vida.
Mas será que esse ideal também não deveria estar presente em todas as escolas? Formar o estudante para que seja autônomo, solidário e competente não é o anseio de todo educador que atua na escola pública paulista?
Sabemos que um dos desafios da educação para o século XXI consiste em envolver os estudantes no seu próprio processo de ensino e aprendizagem, ao possibilitar que tenham iniciativas nas ações, nas escolhas responsáveis e no compromisso.
O estudante, ao vivenciar a educação integral, deverá ter condições de:
Constituir e consolidar uma forte base de conhecimentos e valores.
Ter a capacidade de não ser indiferente aos problemas reais, apresentando-se como parte da solução.
Ter um conjunto de competências para seguir aprendendo nas múltiplas dimensões da vida e capaz de executar o seu Projeto de Vida.
Os Eixos Formativos
As linhas principais que direcionam a Educação Integral estão estruturadas em três eixos formativos:
 Formação acadêmica de excelência
A formação acadêmica de excelência garante a sólida construção de conhecimentos para que o estudante tenha acesso a uma educação de qualidade.
Os saberes construídos pelos estudantes são recursos essenciais para a estruturação de seus Projetos de Vida, pois passam a perceber a importância do conhecimento como ferramenta para transformação dos seus sonhos em realidade.
Compete a uma educação integral dar suporte para que os estudantes construam seu Projeto de Vida, oferecendo os recursos necessários para que possam se apropriar desses conhecimentos traduzindo-os em oportunidades para alcançarem seus sonhos.
 Formação para a vida
Proporciona que o estudante amplie as referências quanto aos valores de sua vida pessoal, social e produtiva.
Esse é o foco das ações do PEI. É por meio desta formação que os estudantes conseguem refletir sobre o que almejam e estabelecer as metas para viabilizar suas realizações.
Para que a Educação Integral cumpra seu objetivo maior, é necessário que os estudantes sejam estimulados a construir seus Projetos de Vida; que abracem as oportunidades que a escola lhes oferecer; e que, enfim, venham a se constituir como adultos éticos, responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres.
A Formação para a vida traz sentido e significado para a vida escolar, pois os estudantes passam a relacionar seu progresso na escola com sua realização pessoal. Desta forma, os estudantes começam a perceber que são capazes de concretizar seus sonhos.
Lembre-se!
Todas as atividades pedagógicas devem estar em consonância com as necessidades e realidades dos estudantes, centradas no Currículo Paulista e na BNCC.
 Formação de competências para o século XXI
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· 
· 
· 
Os eixos formativos não são hierárquicos e nenhum é mais importante que o outro. Eles dialogam, estão inter-relacionados e se articulam com o Projeto de Vida dos estudantes.
Concepções do Modelo Pedagógico
Para entender as concepções do modelo pedagógico do PEI é necessário compreender:
Modelo Pedagógico
Consiste em tudo aquilo que embasa as metodologias que são utilizadas com vista à formação integral do estudante nas diversas dimensões da formação humana.
Metodologias
Compõem o modelo pedagógico: o Acolhimento, a Tutoria, a Orientação de Estudo, o Nivelamento, as Práticas Experimentais, o Protagonismo Juvenil, os Clubes Juvenis e os Líderes de Turma.
Perceba cursista que, quando falamos de metodologias, estamos nos referindo a como fazer, ou seja, como se desenvolvem na prática pedagógica na rotina escolar, ao passo que o ideal formativo, os eixos formativos, os princípios e as premissas sustentam e subsidiam esse fazer. Em outras palavras, o modo como serão desenvolvidas as metodologias sempre partem do ideal, dos eixos, dos princípios e das premissas.
Quais são os princípios mesmo?
Conheça ou relembre os quatro princípios compatíveis com uma concepção de educação integral.
 Protagonismo
O protagonismo ocorre quando os jovens e adolescentes são estimulados a ser personagens principais da prática educativa, potencializando a participação ativa e construtiva e valorizando suas experiências, atitudes, conhecimentos e possibilidades na escola e na sociedade em que estão inseridos.
Como acontece na prática!
Uma ação protagonista é muito mais do que os estudantes escolherem as músicas que vão tocar na festa junina da escola. É eles serem os organizadores dela, desde seu planejamento até a implementação.
 Pedagogia da Presença
A Pedagogia da Presença é uma teoria referendada pelo autor Antônio Carlos Gomes da Costa, em que os fins e os meios de uma ação educativa estão intrinsecamente relacionados à presença e ao acompanhamento.
Segundo Costa (2001), esta habilidade do educador implica simpatia, compromisso, solidariedade e agir positivamente com o jovem, orientando suas ações para atender às necessidades humanas, sociais e materiais dos estudantes.
Atenção!
Falar em Pedagogia da Presença vai além da ideia de uma presença física do educador em relação ao estudante. Diz respeito, antes, a uma referência afirmativa perante os estudantes, por meio de uma postura de solidariedade, empatia, respeito e escuta ativa, visando à construção de relações interpessoais qualificadas e ações educativas sólidas e assertivas.
Saiba mais!
Para aprofundar seus conhecimentos neste tema, sugerimos a leitura do livro Pedagogia da Presença: da solidão ao encontro, do autor Antonio Carlos Gomes da Costa.
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Pedagogia da Presença: da solidão ao encontro. Belo Horizonte: Modus Faciendi, 2001.
 Educação Interdimensional
A Educação Interdimensional renova a relação professor-estudantes, pois atribui significado às ações que precisam ser desenvolvidas na escola para atender às demandas do mundo contemporâneo com flexibilidade e individualidade sem perdas educacionais.
Existem quatro dimensões que fundamentaram a construção do ideal do homem grego e embasaram a civilização ocidental:
Logos – Razão
Dimensão do pensamento racional, científico e ordenador da realidade pela razão, ciência e técnica.
Pathos – Emoção
Dimensão dos sentimentos, da afetividade, simpatia, empatia, antipatia, apatia, da relação do homem consigo mesmo e com os outros.
Mythos – espiritualidade
Dimensão da relação do homem com os mistérios da vida, morte, o bem e o mal, relacionada à esfera da transcendência.
Eros – corporeidade
Dimensão do desejo, dos impulsos e da corporeidade.
A proposta da Educação Interdimensional é equilibrar as relações do Logos com o Pathos, o Mytho e o Eros de forma harmônica e inteligente. É dar um novo enfoque aos Projetos Pedagógicos com um olhar humano, acolhedor, carregado de sensibilidade, criatividade, sociabilidade e outras tantas dimensões que dão significados ao processo de ensino e aprendizagem.
Mas você deve estar se perguntando: qual a relação entre as dimensões da educação integral e a educação interdimensional?
Embora as definições apresentem nomenclaturas diferentes, elas apresentam o mesmo propósito: compreender o indivíduo como um todo e não como um ser composto por partes isoladas, que não dialogam entre si. Para nós educadores, essa ideia de olhar para o estudantede forma fragmentada nos parece muito estranha, não é mesmo?
Esse é o compromisso trazido pelo Currículo Paulista e que deve orientar as ações voltadas para o desenvolvimento de competências e habilidades em nossos estudantes!
Como acontece na prática!
Uma possibilidade é trabalhar por meio de metodologias ativas, possibilitando ao jovem a oportunidade de mobilizar suas habilidades e seus saberes, tendo suas ideias e proposições respeitadas e valorizadas em ambientes de aprendizagem voltados para o desenvolvimento das diferentes dimensões da formação humana.
 Quatro Pilares da Educação
O ensino deve se voltar às práticas sociais, produtivas e cognitivas, compreendidas na perspectiva da totalidade, que conferem sentido ao conhecimento. Portanto, os estudantes podem e devem desenvolver práticas sociais, produtivas e cognitivas, interagindo, compreendendo e atribuindo significados aos conteúdos.
“Os Quatro Pilares da Educação” , do relatório de Jacques Delors, Educação: um Tesouro a Descobrir.
Neste sentido, a educação se propõe a estabelecer uma relação dialógica entre teoria e prática, permitindo o envolvimento do estudante em ações educativas, voltadas ao fazer criativo, ao produzir com base científica, possibilitando a ele a transposição do conhecimento à realidade que o cerca. Apenas assim o conhecimento poderá transformar o ser e a sua realidade, pois a aprendizagem perpassa pelo desenvolvimento de práticas e pela aquisição de habilidades e atitudes que se referem à maneira com que o indivíduo se posiciona ante as diversas situações de sua vida.
De acordo com Delors, a educação ao longo da vida está fundamentada em quatro pilares:
Aprender a conhecer
Refere-se às práticas cognitivas, voltadas para o desenvolvimento intelectual, em que serão geradas as habilidades metacognitivas (autodidatismo, didatismo e construtivismo), que permitirão ao indivíduo continuar aprendendo ao longo de toda a vida.
Aprender a fazer
Refere-se às práticas cognitivas, voltadas para o desenvolvimento intelectual, em que serão geradas as habilidades metacognitivas (autodidatismo, didatismo e construtivismo), que permitirão ao indivíduo continuar aprendendo ao longo de toda a vida.
Aprender a conviver
Refere-se às práticas de relacionamentos interpessoais; às várias dimensões do cuidado; ao desenvolvimento das capacidades de comunicar-se, interagir, decidir em grupo e valorizar o saber social, compreender o outro e a interdependência entre todos os seres humanos; participar e cooperar; valorizar as diferenças, gerir conflitos e prezar a paz.
Aprender a ser
Refere-se às práticas pessoais, como habilidades voltadas para o autoconhecimento, autoconceito, autoestima, autonomia, solidariedade e responsabilidade. Enfim, descobrir-se, reconhecendo suas forças e seus limites, buscando superá-los, tendo condições de construir o seu Projeto de Vida.
Olha a dica!
Para estimular a autonomia dos estudantes, os educadores devem propiciar um ambiente favorável para que os discentes se sintam à vontade para expressar suas opiniões e participar de decisões dentro e fora da escola.
Evite o excesso de regras impositivas e permita que estes combinados sejam elaborados em conjunto com os estudantes.
Convide os estudantes a refletirem sobre as necessidades da comunidade escolar, sendo solidários. Ajude-os a pensar em possíveis soluções. Fique atento para não interferir no levantamento de informações e permita que os discentes apresentem propostas e ideias.
Forme grupos de trabalho. Incentive os estudantes a produzirem colaborativamente, planejando suas ações e traçando um cronograma. Entregue a eles a responsabilidade da ação. Permita que os estudantes demonstrem suas competências e habilidades.
O trabalho colaborativo e a boa relação entre educador e estudante são fundamentais para a aprendizagem. O papel da comunidade escolar também é decisivo. Quanto mais a comunidade escolar reconhecer o esforço do estudante, mais ele se sente estimulado a melhorar seus resultados.
As Premissas do Modelo de Gestão
O Modelo de Gestão do PEI é constituído por um conjunto de instrumentos que propiciam o alinhamento das ações do Modelo Pedagógico que dão forma ao Programa.
Para auxiliar desde o planejamento inicial até o replanejamento das ações, os profissionais da educação contam com o PDCA, método importante que apoia e otimiza os processos educativos e ajuda a monitorar os resultados e a realizar intervenções para corrigir rumos, quando necessário.
Atenção!
O PDCA está presente em todas as Metodologias do Modelo Pedagógico, assim como é utilizado para apoiar os instrumentos de gestão. Você verá, no Módulo 2, como isso ocorre nas diferentes metodologias e, no Módulo 3, como se dá essa relação com os mais diversos instrumentos de gestão. Note que o PDCA é uma ferramenta importante tanto para o Modelo Pedagógico como para o Modelo de Gestão.
O importante é que você, cursista, perceba que na Educação Integral o Modelo de Gestão e o Modelo Pedagógico estão intimamente interligados e se relacionam entre si.
As premissas são fundamentais para que as metas estabelecidas de melhoria da aprendizagem do estudante sejam alcançadas. São essas premissas que dão ao Modelo Pedagógico um caráter robusto e coerente, alinhando as ações e práticas pedagógicas aos princípios do PEI, sendo um fio condutor que levará aos bons resultados.
São cinco as premissas do Programa Ensino Integral:
· Protagonismo
O estudante é estimulado a ser Protagonista, ou seja, um jovem autônomo, que busque a resolução dos problemas que o impactam nos âmbitos pessoal e coletivo, sendo o ator principal da implementação de soluções que beneficiem a si próprio e a toda comunidade a qual pertence. É o principal agente da construção dos Projetos de Vida, tornando-se o centro das atenções da equipe escolar. Também pode-se considerar a existência do Protagonismo Sênior, exercido por profissionais da educação que atuam dentro do ambiente escolar sendo comprometidos com as ações da escola.
· Formação Continuada Estabelece um compromisso dos profissionais com a carreira de educador na busca por autodesenvolvimento e consciência da importância do papel social que desempenham. Seu foco deve ser a consolidação de conhecimentos sobre o currículo, ampliação do desenvolvimento de competências profissionais bem como sobre a apropriação dos conceitos, bases e práticas do PEI.
· 
· Corresponsabilidade Premissa que estende a responsabilidade pelas ações da escola a todos os envolvidos no processo educacional. Define que o comprometimento e o envolvimento nas ações da escola devem ocorrer em todos os espaços e tempos escolares, para garantir a conquista dos resultados desejados.
· 
· Excelência em Gestão Esta premissa tem seu foco voltado à conquista dos resultados estabelecidos pela Seduc – SP bem como no Plano de Ação Escolar, ou seja, os instrumentos de gestão (Plano de Ação, Programa de Ação, Guias de Aprendizagem, Agendas e Procedimentos Passo a Passo – PPP) que organizam os registros de atividades e ações desenvolvidas nas escolas do PEI otimizando o trabalho pedagógico na medida em que oferecem possibilidades de monitorar os resultados constantemente, permitindo, quando necessário, a correção de rotas na busca dos objetivos propostos.
· 
· Replicabilidade
· É uma premissa que visa a disseminação das experiências exitosas realizadas nas escolas do PEI, validadas como passíveis de multiplicação para as demais escolas da rede, com o objetivo de aprimorar e expandir a qualidade de ensino a um número maior de estudantes.

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