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O reconhecimento de Estado é a constatação de que aquela entidade possui os elementos constitutivos de um Estado (território, população, governo e soberania). O reconhecimento de Estado não é constitutivo, embora duas correntes sobre a natureza jurídica do estado tenham disputado os debates jus internacionalistas: ✓ teoria constitutiva: a personalidade jurídica do Estado advém do reconhecimento de seus pares ✓ teoria declaratória: o reconhecimento apenas constataria a existência do Estado A teoria declaratória prevalece, visto que há um entendimento que a doutrina constitutiva violaria o princípio da igualdade soberana dos Estados. Se todos os Estados são iguais e soberanos, não podem depender do reconhecimento de outros Estados. No caso em que a reunião dos elementos constitutivos não é clara, o reconhecimento de outros Estados serve apenas como prova de que aquela entidade reúne sim esses elementos (e algumas vezes, esses elementos podem ser flexibilizados). O reconhecimento de Estado é um ato unilateral e discricionário dos Estados, além de ser irrevogável, baseado no princípio de Estoppel (proibição de comportamento contraditório). O reconhecimento pode ser expresso (formalmente realizado) ou tácito (infere-se, da prática dos Estados, que eles inequivocamente reconhecem o novo Estado) Algumas doutrinas versam sobre o reconhecimento de governo: → Doutrina Tobar: governos que chegam ao poder por meios “extraconstitucionais” não são reconhecidos até que a população o faça. → Doutrina Estrada: não há necessidade de reconhecimento expresso de governos, visto que tal assunto é de interesse interno dos Estados. → Doutrina do controle efetivo: o governo que possui controle efetivo sobre o território deve ser reconhecido. A doutrina jus internacionalista costuma indicar que não se pode reconhecer governos não efetivos nos Estados, o que poderia significar intervenção em assuntos internos. Doutrina Stimson: baseada no princípio ex injuria non oritur, que significa que nenhum direito deve surgir da violação do direito. Essa doutrina afirma que Estados constituídos a partir de graves violações do Direito Internacional não podem ser reconhecidos.
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