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LETRAS (Português - Inglês) PRÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA INGLESA I Djalma Golveia Rebelatto http://www.unar.edu.br 1 PRÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA INGLESA – I Prof. Djalma Golveia Rebelatto 2 EMENTA: Linguística aplicada ao ensino de língua estrangeira. Elaboração de planos de ensino de língua inglesa: formulação de objetivos, seleção de conteúdos e de estratégias de ensino; avaliação da aprendizagem. Avaliação de livros didáticos e paradidáticos. Execução de atividades próprias à docência de língua inglesa. OBJETIVOS: Prover condições e meios pelos quais os alunos possam assimilar criticamente os conteúdos teórico-práticos ministrados no curso; Propiciar conhecimento sobre as abordagens, métodos e técnicas de ensino de língua inglesa; Estimular a prática de procedimentos, técnicas e recursos auxiliares de ensino; Proporcionar discussões sobre os aspectos afetivos e emocionais como fatores essenciais na aquisição de conhecimento; Levar os alunos a adquirir domínio sobre o conteúdo ministrado a fim de poderem criar, partindo das situações concretas da escola e da classe, sua “própria didática”. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICO: Histórico do Ensino de Língua Inglesa; Parâmetros Curriculares Nacionais para Língua Estrangeira; O Ensino da Língua Estrangeira Moderna – Inglês nos Ensinos Fundamental e Médio; Habilidades e Competências em Língua Inglesa no Ensino Médio. METODOLOGIA: Adotamos para a disciplina Prática de Ensino de Língua Inglesa I uma metodologia que alia a teoria à prática. A leitura contextualizada dos textos da bibliografia básica constitui o eixo principal da organização didática, devendo o aluno vivenciar a aprendizagem também no ambiente virtual, por meio da participação da realização das atividades online. AVALIAÇÃO: No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço pré-determinados, diferentemente, a avaliação a distância permite que o aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a necessidade de estabelecimento de prazos. A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 3 1) Trabalhos individuais avaliativos online; 2) Provas semestrais realizadas presencialmente; As estratégias de recuperação incluirão: 1) Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não satisfatoriamente dominados pelo aluno; REFERÊNCIAS BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1996 BRASIL, Parâmetros curriculares nacionais. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 4 SUMÁRIO UNIDADE 01 - BREVE HISTÓRICO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL ................................... 5 UNIDADE 02 - A LÍNGUA ESTRANGEIRA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ....... 9 UNIDADE 03 - O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL ......................... 12 UNIDADE 04 - O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO ........................................ 16 UNIDADE 05 - HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EM LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO ... 20 5 UNIDADE 01 - BREVE HISTÓRICO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Estudar o ensino da língua estrangeira no Brasil, a partir de uma abordagem diacrônica. O propósito desta unidade é chamar a atenção do aluno de Letras sobre a importância da aquisição de uma segunda língua, na escola brasileira, ao longo do tempo. ESTUDANDO E REFLETINDO O Brasil foi colônia de Portugal durante séculos e, como já sabemos, a educação estava a cargo da Igreja e sob o domínio total da Metrópole, cabendo aos jesuítas ministrar as aulas. No século XVIII, o Iluminismo exerce sua influência também aqui, já que o rei Dom José I outorga a Reforma Pombalina proposta pelo Marquês de Pombal, que tornava a educação laica, cujas aulas eram ministradas por leigos e não mais por religiosos. A chegada de Dom João VI, em 1808, trouxe profundas mudanças na educação brasileira, com a criação dos primeiros cursos superiores a fim de formar engenheiros, médicos e arquitetos. Também se deu a implantação da Imprensa Régia, do Museu Nacional, da Biblioteca Pública e do Teatro Real de São João. Em 28 de janeiro de 1808, decretou-se a abertura dos portos e, com isso, a necessidade do ensino de língua estrangeira. Dessa forma, em 22 de junho de 1809, iniciou o ensino de línguas inglesa e francesa, cujo currículo priorizava regras gramaticais, aquisição de vocabulário e de aspectos cultuais que envolvem os respectivos idiomas. 6 Com o país já independente e durante o Segundo Reinado, a efetivação do ensino de uma segunda língua se estabeleceu, em 2 de dezembro de 1837, com a fundação do Colégio Dom Pedro II, que propunha o ensino da língua inglesa como disciplina obrigatória. Colégio Pedro II - https://blog.grancursosonline.com.br/concurso-colegio-pedro-ii/ A partir daí, durante o Brasil Império e República, incluindo a Era Vargas, houve várias LDBs e todas, de certa forma, negligenciavam o estudo de línguas estrangeiras. Durante o Império, foram oito reformas, enquanto na Primeira República, foram cinco. Depois da Primeira Guerra Mundial, foram formuladas duas leis e um método oficial de ensino; e durante o Estado Novo, Era Vargas, aprovou-se uma lei que priorizava a abordagem gramatical, os exercícios de tradução, de versão e a redação, principalmente a de cartas. 7 Na década de 60 do século XX, o crescimento da área de Linguística pelo mundo suscita a importância da aquisição de uma segunda língua, porém não sob a égide governamental, mas sim de redes particulares de ensino. Em 1996, a ALAB, Associação de Linguística Aplicada do Brasil, promove o primeiro Encontro Nacional de Política de Ensino de Línguas (I ENPLE), no qual é ratificada a importância do acesso do aluno à língua estrangeira, como um dos alicerces para o exercício da cidadania. No encerramento do encontro, foi divulgada a Carta de Florianópolis, que enfatiza a importância de um plano emergencial para o ensino de línguas no Brasil. Veja um trecho da abertura da Carta: “todo brasileiro tem direito à plena cidadania, a qual, no mundo globalizado e poliglota de hoje, inclui aprendizagem de línguas estrangeiras”. Posteriormente, o documento propõe: “que seja elaborado um plano emergencial de ação para garantir ao aluno o acesso ao estudo de línguas estrangeiras, proporcionado através de um ensino eficiente”. O documento propaga que a aprendizagem de línguas não almeja objetivos instrumentais, mas que faça parte da formação integral do aluno. BUSCANDO CONHECIMENTO O Ensino da Língua Inglesa na Atualidade O primeiro ENPLE colhe resultados, um mês após sua realização, com a promulgação da nova LDB, a Lei das Diretrizes e Bases da Educação, de 20 de dezembro de 1996, que exige a obrigatoriedade da língua inglesa a partir do sexto ano do Ensino Fundamental e estabelece, para o Ensino Médio, a aprendizagem obrigatória de uma 8 língua estrangeira moderna, escolhida pela comunidade e de outra língua estrangeira optativa. Além da nova LDB, são publicados os PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais, que orientam o ensino de língua estrangeira e outras disciplinas. Observe, a seguir, o Artigo 26 da LDB, no que diz respeito ao ensino de língua estrangeira no Ensino Fundamental. Art. 26 da Lei de Diretrizes e Bases - Lei9394/96 § 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição. § 5 º No currículo do ensino fundamental, será ofertada a língua inglesa a partir do sexto ano. (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016) § 5o No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) Quanto ao Ensino Médio, o art. 36, inciso III estabelece que ‘[...] será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das possibilidades da instituição’. (1996) Concluímos, portanto, que dominar uma segunda língua, em especial o inglês, tem sido uma exigência retratada até mesmo na música popular brasileira: “Você precisa aprender inglês (...)... leia em minha camisa: Baby, baby, I love you.” (Caetano Veloso – Baby) “Reconheci a Madonna ali parada no jardim Não resisti fui perguntar o que ela achava de mim Eu não sei falar inglês Ela não entende uma palavra em português I saw you saying that you say that you saw 9 I saw you saying that you say that you saw (I fell good) I feel good because you put your butt on me I feel good because you put your butt on me.” (Rodolfo Abrantes e Gabriel Thomaz - Raimundos – I Saw You Saying) UNIDADE 02 - A LÍNGUA ESTRANGEIRA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Fazer uma abordagem da língua estrangeira no ensino fundamental do sexto ao nono ano, de acordo com a proposta dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais. O propósito desta unidade é chamar o aluno à reflexão acerca do porquê e como ensinar uma língua estrangeira no ensino fundamental, tendo como referência os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais. ESTUDANDO E REFLETINDO Como você já deve ter estudado em outras disciplinas da área pedagógica, PCNs é uma sigla para Parâmetros Curriculares Nacionais, os quais foram elaborados a partir de 1997, durante o mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, tendo Paulo Renato Souza como Ministro da Educação. Trata-se de uma proposta flexível e não obrigatória, com a finalidade de subsidiar o processo educacional, possibilitando a interação entre os sujeitos envolvidos no processo educacional de estados e municípios. De acordo o PCN de Língua Estrangeira, ao ensinar uma língua estrangeira, o educador deverá levar em conta a sua natureza sociointeracional, ou seja, sua essência dialógica, visto que quem a utiliza o faz alicerçado tanto num emissor quanto num interlocutor ou receptor. 10 Outro aspecto importante é que tanto a comunicação oral como a escrita estão intimamente relacionadas a um universo social, que as envolve, em um determinado momento e espaço, em relação ao receptor. Dessa forma, a construção do significado é eminentemente social, ou seja, é o elemento catalisador dos embates discursivos, que veiculam diferentes ideologias, crenças, percepções, valores, etc. Outro aspecto relevante é que, ao chegar à escola, o aluno já é um falante competente da língua materna, no que diz respeito à utilização desta em sua comunidade discursiva, isto é, no ambiente em que vive. No entanto, o ensino da língua materna deve levar o aluno também a dominar padrões interacionais diferentes, para que, assim, ele adquira uma proficiência, sem a qual tornará muito difícil ou lenta a aquisição de uma segunda língua, de uma língua estrangeira. Assim sendo, para o PCN de Língua Estrangeira, o professor deverá aprimorar no aluno o domínio de sua língua materna, por meio de comparações com a língua estrangeira nos vários níveis, nas relações discursivas e dialógicas. BUSCANDO CONHECIMENTO Para um maior aprofundamento do tema, leia com atenção o texto a seguir, que consiste na apresentação da proposta do ensino de língua estrangeira no ensino fundamental do sexto ao nono ano, de acordo com os PCNs. APRESENTAÇÃO A aprendizagem de Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo, ela deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo a poder agir no mundo social. 11 Para que isso seja possível, é fundamental que o ensino de Língua Estrangeira seja balizado pela função social desse conhecimento na sociedade brasileira. Tal função está, principalmente, relacionada ao uso que se faz de Língua Estrangeira via leitura, embora se possa também considerar outras habilidades comunicativas em função da especificidade de algumas línguas estrangeiras e das condições existentes no contexto escolar. Além disso, em uma política de pluralismo linguístico, condições pragmáticas apontam a necessidade de considerar três fatores para orientar a inclusão de uma determinada língua estrangeira no currículo: fatores relativos à história, às comunidades locais e à tradição. Duas questões teóricas ancoram os parâmetros de Língua Estrangeira: uma visão sociointeracional da linguagem e da aprendizagem. O enfoque socio-interacional da linguagem indica que, ao se engajarem no discurso, as pessoas consideram aqueles a quem se dirigem ou quem se dirigiu a elas na construção social do significado. É determinante nesse processo o posicionamento das pessoas na instituição, na cultura e na história. Para que essa natureza socio- interacional seja possível, o aprendiz utiliza conhecimentos sistêmicos, de mundo e sobre a organização textual, além de ter de aprender como usá-los na construção social do significado via Língua Estrangeira. A consciência desses conhecimentos e a de seus usos são essenciais na aprendizagem, posto que focaliza aspectos metacognitivos e desenvolve a consciência crítica do aprendiz no que se refere a como a linguagem é usada no mundo social, como reflexo de crenças, valores e projetos políticos. No que se refere à visão sociointeracional da aprendizagem, pode-se dizer que é compreendida como uma forma de se estar no mundo com alguém e é, igualmente, situada na instituição, na cultura e na história. Assim, os processos cognitivos têm uma natureza social, sendo gerados por meio da interação entre um aluno e um parceiro mais competente. Em sala de aula, esta interação tem, em geral, caráter assimétrico, o que coloca dificuldades específicas para a construção do conhecimento. Daí a importância de o professor aprender a compartilhar seu poder e dar voz ao aluno de modo que este possa se constituir como sujeito do discurso e, portanto, da aprendizagem. Os temas centrais desta proposta são a cidadania, a consciência crítica em relação à linguagem e os aspectos sociopolíticos da aprendizagem de Língua Estrangeira. Esses temas se articulam com os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais, notadamente, na possibilidade de se usar a aprendizagem de línguas como espaço para se compreender, na escola, as várias maneiras de se viver a 12 experiência humana. (BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental) UNIDADE 03 - O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Fazer uma abordagem do ensino da língua inglesa no Ensino Fundamental. O propósito desta unidade é abordar o ensino da língua inglesa no Ensino Fundamental, no âmbito da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96). ESTUDANDO E REFLETINDO A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96), vincula as Línguas Estrangeiras Modernas, no nosso caso a Língua Inglesa, à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias,nos PCNs. Vejamos os objetivos gerais da Língua Inglesa, na LDB 9394/96: Os objetivos são orientados para a sensibilização do aluno em relação à Língua Estrangeira pelos seguintes focos: - o mundo multilíngue e multicultural em que vive; - a compreensão global (escrita e oral); - o empenho na negociação do significado e não na correção Ao longo dos quatro anos do ensino fundamental, espera-se com o ensino de Língua Estrangeira que o aluno seja capaz de: identificar no universo que o cerca as línguas estrangeiras que cooperam nos sistemas de comunicação, percebendo-se como parte integrante de um mundo plurilíngue, compreendendo o papel hegemônico que algumas línguas desempenham em determinado momento histórico; 13 vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso de uma língua estrangeira, no que se refere a novas maneiras de se expressar e de ver o mundo, refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir e as visões de seu próprio mundo, possibilitando maior entendimento de um mundo plural e de seu próprio papel como cidadão de seu país e do mundo; reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o acesso a bens culturais da humanidade construídos em outras partes do mundo; construir conhecimento sistêmico, sobre a organização textual e sobre como e quando utilizar a linguagem nas situações de comunicação, tendo como base os conhecimentos da língua materna; construir consciência linguística e consciência crítica dos usos que se fazem da língua estrangeira que está aprendendo; ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer, utilizando- a como meio de acesso ao mundo do trabalho e dos estudos avançados; utilizar outras habilidades comunicativas de modo a poder atuar em situações diversas. BUSCANDO CONHECIMENTO Dessa forma, além da competência gramatical, é necessário que o aluno possua um bom domínio da competência sociolinguística, da competência discursiva e da competência estratégica. No que tange ao universo multicultural, é interessante a organização de festas na escola ou na sala de aula, como o Halloween e Thanksgiving (Ação de Graças), estabelecendo, inclusive, um trabalho interdisciplinar com os professores de História e Geografia. 14 http://www.btc-city.com/dogodek/4089/ustvarjalnice-za-otroke-halloween-party https://www.sortiraparis.com/hotels-and-restaurants/restaurant/guides/57446-thanksgiving-2018-in- paris/lang/en A norma culta, base da correção, jamais deve ser desprezada, mas as demais variantes da língua inglesa devem ser também trabalhadas, enfatizando provérbios, ditos populares, gírias e expressões idiomáticas. 15 Cabe ao professor diferenciar escrita e oralidade, ressaltando, por exemplo, nas formas verbais, a correlação entre forma analítica e contrações: is not x isn`t, are not x aren`t, will not x won´t, woud not x woudn´t, have not x haven`t, has not x hasn`t, etc. Outro aspecto cultural da língua é o reconhecimento, no nosso caso, da língua inglesa, no cotidiano do aluno, fazendo-o pesquisar, no ambiente em que vive, a presença do idioma inglês. Tome como referência o universo da informática e atente para as seguintes palavras: mouse, net, download, site, word, Windows, homepage, e-mail, hacker, etc. Junto com o professor de História, proponha atividades interdisciplinares, refletindo sobre o prestígio da língua inglesa, no âmbito do mundo virtual e do avanço tecnológico. Estabeleça um paralelo entre o desenvolvimento econômico de certas nações e o crescimento do prestígio de sua língua oficial, tendo, por exemplo, como referência o inglês e o mandarim. Em síntese, o ensino da língua inglesa não deve cair no mecanicismo da memorização de verbos irregulares ou repetições de estruturas linguísticas e sim na reflexão da língua estrangeira como algo bastante presente no nosso universo. Neste sentido, não tem como fugir ao questionamento de o Brasil ainda ser um país aculturado, o que não implica uma postura de xenofobia com as demais culturas. A proposta é conhecer novas culturas a fim de valorizar cada vez mais a nossa própria cultura. Como exemplo, observe, abaixo, o poema processo de Nei Leandro de Castro, criado em 1966, em plena ditadura militar. No poema, emerge a ironia, visto que o ano da independência do Brasil é preenchido com estrangeirismos: Esso, Signal, Telefunken, Willys, Ford, Phillips, Coca-Cola, etc. Qual a crítica sugerida pelo poeta? Que a nossa independência ainda não se efetivou. 16 Interessante seria que o professor de inglês propusesse aos alunos, individualmente ou em equipe, atualizar o poema, preenchendo a data com estrangeirismos contemporâneos. Nesta proposta interdisciplinar com História, chegar-se-ia à conclusão de que ainda somos um país aculturado. Veja o poema: UNIDADE 04 - O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Fazer uma abordagem do ensino da língua inglesa no Ensino Médio. O propósito desta unidade é abordar o ensino da língua inglesa no Ensino Médio, no âmbito da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96). ESTUDANDO E REFLETINDO A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96), resgata o prestígio do ensino das Línguas Estrangeiras Modernas, no currículo escolar, à medida que vêm vinculadas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, nos PCNs. Consequentemente, o estudo dessas línguas passa a ser visto como condição essencial à formação profissional e cultural em face do mundo globalizado. No passado, o privilégio era dado às línguas clássicas, Latim e Grego, com suas respectivas literaturas. Todavia, a praticidade do mundo moderno foi conduzindo a 17 substituição desse conhecimento mais erudito para a aplicação mais voltada ao contato direto com as línguas vivas, tanto no âmbito cultural quanto profissional. O problema é que a forma como as línguas estrangeiras modernas são abordadas em aula é muito monótona, repetitiva e mecânica, o que impede a proficiência do aluno, mesmo com vários anos letivos dedicados ao seu aprendizado. Dessa forma, o estudo das Línguas Estrangeiras na escola regular se limitou à língua escrita, por meio da aprendizagem e memorização de regras gramaticais, tudo isso de forma descontextualizada e desvinculada da realidade. A partir do momento que as línguas estrangeiras modernas são inseridas na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, elas deixam de ser tomadas como disciplinas isoladas e passam a assumir um caráter interdisciplinar, adquirindo uma função mais sólida e prática na formação da cidadania do aluno. Dentro dessa linha de pensamento, o entender, ler, falar e escrever, bastante requisitados em concursos e vestibulares, são tão importantes quanto a adequação da língua estrangeira aos diversos níveis práticos e contextos da vida cotidiana, o que delega ao ensino regular aquilo que era buscado preencher em cursos específicos e geralmente particulares de língua estrangeira. A escolha da segunda língua estrangeira a ser adotada pela instituição escolar deve levar em conta a realidade cultural local. Assim, em determinadas regiões de Santa Catarina, por exemplo, o alemão, se torna mais importante do que o francês. Logo, a incorporação de uma língua estrangeira ao currículo não deve ser impositiva e unificadora, mas sim flexível. 18 http://noticias.universia.com.br/carreira/noticia/2015/10/15/1132403/4 carreiras-seguir-usando- idiomas-estrangeiros.html Uma iniciativa importante vem sendo desenvolvida em alguns estados, a criação do CEL, Centro de Estudo de Línguas, que, no caso do governo do estado de São Paulo, oferece, em mais de duzentas unidades, aulas de inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, mandarim e japonês, conformea demanda de cada região. A experiência proporcionada por anos de CEL deve ser aproveitada no Ensino de Língua Estrangeira para O Ensino Médio, já que esse nível da educação tem como prioridade a formação profissional, o que exige a prática da comunicação e não mais o mero ensino da gramática normativa. BUSCANDO CONHECIMENTO Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Línguas Estrangeiras Modernas no Ensino Médio A recente LDB tem como apoio os PCNS, Parâmetros Curriculares Nacionais, os quais se estruturam, por meio da exposição das habilidades e competências a serem 19 desenvolvidas em aula a fim de se obter um melhor desempenho do aluno em cada área do conhecimento. Para que o estudo da Língua Estrangeira Moderna não caia no vazio, na ausência de funcionalidade, é preciso que o professor tenha em mente o desenvolvimento das competências do aluno, que podem ser assim sintetizadas: • Saber distinguir entre as variantes linguísticas. • Escolher o registro adequado à situação na qual se processa a comunicação. • Escolher o vocábulo que melhor reflita a ideia que pretenda comunicar. • Compreender de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de aspectos sociais e/ou culturais. • Compreender em que medida os enunciados refletem a forma de ser, pensar, agir e sentir de quem os produz. • Utilizar os mecanismos de coerência e coesão na produção em Língua Estrangeira (oral e/ou escrita). Todos os textos referentes à produção e à recepção em qualquer idioma regem-se por princípios gerais de coerência e coesão e, por isso, somos capazes de entender e de sermos entendidos. • Utilizar as estratégias verbais e não verbais para compensar falhas na comunicação (como o fato de não ser capaz de recordar, momentaneamente, uma forma gramatical ou lexical), para favorecer a efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido (falar mais lentamente, ou enfatizando certas palavras, de maneira proposital, para obter determinados efeitos retóricos, por exemplo). Vale ressaltar que as competências acima não devem ser tomadas como segmentos independentes. A segmentação como são apresentadas tem natureza tão somente didática. Todas as competências, no ato comunicativo, estão perfeitamente inter- relacionadas e interligadas. 20 Dessa forma, além da competência gramatical, é necessário que o aluno possua um bom domínio da competência sociolinguística, da competência discursiva e da competência estratégica. Estes constituem, no nosso entender, os propósitos maiores do ensino de Línguas Estrangeiras no Ensino Médio. Na próxima unidade, daremos continuidade, de maneira mais efetiva, a aplicação dessas competências às aulas do Ensino Médio. Finalizamos esta unidade com um provérbio inglês que muito tem a ver com o domínio da competência linguística: A wise man hears one word and understands two. UNIDADE 05 - HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EM LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Dar continuidade ao estudo das habilidades e competências em Língua Inglesa, no Ensino Médio, de acordo com os PCNS e a LDB. O propósito desta unidade é o estudo das habilidades e competências em Língua Inglesa, no Ensino Médio, de acordo com os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais – e a LDB. - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96). ESTUDANDO E REFLETINDO Para iniciarmos nossos estudos, vamos ver, por completo, as competências e habilidades a serem desenvolvidas no estudo de Língua Inglesa, no Ensino Médio, de acordo com os PCNs: ∑ Representação e comunicação 21 ∑ Escolher o registro adequado à situação na qual se processa a comunicação e o vocábulo que melhor reflita a ideia que pretende comunicar. ∑ Utilizar os mecanismos de coerência e coesão na produção oral e/ou escrita. ∑ Utilizar as estratégias verbais e não-verbais para compensar as falhas, favorecer a efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido em situações de produção e leitura. ∑ Conhecer e usar as línguas estrangeiras modernas como instrumento de acesso a informações a outras culturas e grupos sociais. ∑ Investigação e compreensão ∑ Compreender de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de aspectos sociais e/ou culturais. ∑ Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e propagação de ideias e escolhas, tecnologias disponíveis). ∑ Contextualização sociocultural ∑ Saber distinguir as variantes linguísticas. ∑ Compreender em que medida os enunciados refletem a forma de ser, pensar, agir e sentir de quem os produz. Levando em conta que são essas competências a serem desenvolvidas, durante os três anos do Ensino Médio, o professor e os livros didáticos não devem mais se restringir ao ensino da gramática normativa, o que não implica abandonar a abordagem da norma culta e sim torná-la uma entre tantas variantes linguísticas a serem dominadas pelo aluno, de acordo com a situação e a intenção do uso da língua. 22 Em síntese, é imprescindível, além do desenvolvimento da capacidade de elaborar frases corretas, ter o discernimento de como essas frases são adequadas a um determinado contexto. Na verdade, as competências a serem atingidas em Língua Portuguesa são basicamente as mesmas para as Línguas Estrangeiras Modernas. Imagine que seu aluno terá de escrever um relatório ou expor um projeto diante da diretoria executiva de uma grande empresa, no Brasil ou o exterior. Seja em língua nativa ou estrangeira, a variante a ser adotada é a norma culta. Daí a importância do desenvolvimento da competência de domínio da norma culta, que se obtém pela leitura de textos formais e pelo estudo da gramática normativa. No entanto, imagine que seu aluno teve seu projeto aprovado pela diretoria da grande empresa e terá de implantá-lo, lidando com amigos de trabalho de convívio íntimo e com trabalhadores braçais, com formação apenas fundamental, em qual variante linguística ele melhor se fará entender e terá maior probabilidade de êxito na implantação de seu projeto? Na variante coloquial da língua, claro! Para isso é preciso que ele tenha conhecimento de gírias, expressões idiomáticas, construções típicas da oralidade sobre as quais a gramática normativa não dá conta. Isso vale tanto para a Língua Portuguesa quanto para as Línguas Estrangeiras Modernas. É como diz o grande gramático e linguista brasileiro, Evanildo Bechara: “dominar uma língua é ser poliglota em sua própria língua.” Portanto, em aula, peça para o aluno ou um grupo de alunos elaborarem um breve texto formal, através do qual eles teriam de expor um projeto à alta cúpula de uma empresa e, posteriormente, eles terão que transpor esse projeto para uma linguagem mais informal. A exposição deve ser feita oralmente para a classe. O importante não é 23 a extensão do projeto, mas a competência em transitar do registro formal para o coloquial. Que tal um projeto de socialização entre os trabalhadores da empresa, através da organização de um torneio de futebol, envolvendo horários, calendário, jogos de camisa, contratação de juízes e bandeirinhas, aquisição do material esportivo. Isso implica o domínio do vocabulário relativo a horas, dias meses, vestuários, futebol, esportes, etc. Se você considerar o assunto muito restrito ao universo masculino, fica a sugestão da organização de um churrasco, onde o contexto culinário é fundamental. São apenas sugestões. BUSCANDO CONHECIMENTO A Interdisciplinaridade Outro aspecto de extrema importância no ensino das Línguas Estrangeiras Modernas é a relação desta disciplina com as demais da gradecurricular. Por exemplo, na língua inglesa, um texto que trata sobre o parlamentarismo na Inglaterra possibilita um trabalho junto com o professor de História ou Geografia sobre o que consiste essa forma de governo, que países o adotam e quais as diferenças com o presidencialismo no Brasil. Outra situação seria trabalhar textos sobre os desertos do oeste norte-americano, relacionando-os com o professor de Geografia sobre este tipo de deserto e a diferença com o semiárido nordestino no Brasil, bem como com o professor de Biologia, retratando a fauna e a flora neste tipo de deserto. 24 Deserto norte-americano https://www.flickr.com/photos/triniun/1415029310 A aprendizagem da Língua Estrangeira passa a adquirir, portanto, uma forma de ampliação do universo cultural do aluno. Ao tomar contato com outra(s) cultura(s), outra(s) forma(s) de ver a realidade, os alunos se tornam questionadores, também, de sua própria cultura. Emerge disso a habilidade de análise e comparação do meio onde vive com as mais distantes e diferentes culturas, conseguindo, assim, valorizar seu próprio espaço ou reivindicar o que lhe falta. Portanto, além da ampliação da visão de mundo e da aquisição linguística, o aluno terá a habilidade e competência de melhor exercer a sua cidadania. Embora, no Brasil, nem todas as comunidades ainda tenham acesso ao mundo digital, ao universo da internet, é importante que o professor estimule essas novas ferramentas como forma não apenas de aquisição de uma nova língua, mas também de exercitá-la, por meio do contato direto com pessoas dos mais distantes países, de filmes e músicas sem a utilização de legendas, etc. 25 Av. Ernani Lacerda de Oliveira, 100 Pq. Santa Cândida CEP: 13603-112 Araras / SP (19) 3321-8000 ead@unar.edu.br www.unar.edu.br 0800-722-8030 POLO EAD MATRIZ http://www.unar.edu.br http://unar.info/ead http://www.unar.edu.br http://www.unar.edu.br Capa Página 1 Página 2 2 - Pratica Ingles I integral UNIDADE 01 - BREVE HISTÓRICO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL UNIDADE 02 - A LÍNGUA ESTRANGEIRA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS UNIDADE 03 - O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL UNIDADE 04 - O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO UNIDADE 05 - HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EM LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO Capa Página 1 Página 2
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