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Alzheimer

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1 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
DEMENCIA 
uma síndrome com muitas causas, 
acomete > 5 milhões de pessoas nos 
Estados Unidos e resulta em um custo total anual de 
assistência à saúde de mais de 250 bilhões de dólares. 
A demência é definida como uma deterioração 
adquirida das capacidades cognitivas que prejudica o 
desempenho das atividades cotidianas. A memória 
episódica, a capacidade de lembrar eventos 
específicos no tempo e no espaço, é a função 
cognitiva mais comumente perdida; 10% das pessoas 
com idade > 70 anos e 20 a 40% dos indivíduos > 85 anos 
apresentam perda de memória clinicamente 
identificável. Além da memória, a demência pode 
desgastar outras faculdades mentais, como a 
linguagem, as capacidades visuoespaciais, praxias, 
cálculo, julgamento e resolução de problemas. Os 
déficits neuropsiquiátricos e sociais também surgem em 
muitas síndromes demenciais, manifestando-se como 
depressão, apatia, ansiedade, alucinações, delírios, 
agitação, insônia, distúrbios do sono, compulsões ou 
desinibição. 
O curso clínico pode ser lentamente progressivo, como 
na doença de Alzheimer (DA); estáticas, como na 
encefalopatia anóxica; ou pode oscilar dia a dia ou 
minuto a minuto, como na demência por corpos de 
Lewy (DCL). A maioria dos pacientes com DA, a forma 
mais prevalente de demência, começa com 
deficiência episódica da memória, embora em outras 
demências, como a demência frontotemporal (DFT), a 
perda de memória não seja uma manifestação típica à 
apresentação. 
As síndromes demenciais resultam da ruptura de redes 
neuronais de larga escala específicas; a localização e 
a gravidade da perda sináptica e neuronal combinam-
se produzindo as manifestações clínicas. O 
comportamento, o humor e a atenção são modulados 
por vias noradrenérgicas, serotoninérgicas e 
dopaminérgicas ascendentes, enquanto a atividade 
colinérgica é fundamental para as funções de atenção 
e memória. As demências diferem nos perfis relativos de 
déficit de neurotransmissor→ o diagnóstico preciso 
orienta a terapia farmacológica eficaz. 
O fator de risco isolado mais forte para a demência é a 
idade avançada. A prevalência da perda 
incapacitante da memória aumenta a cada década 
acima de 50 anos e, em geral, está associada às 
alterações microscópicas da DA à necrópsia. 
Entretanto, algumas pessoas centenárias exibem 
função de memória intacta e não têm qualquer 
evidência de demência clinicamente significativa. 
O declínio cumulativo sutil da memória episódica é uma 
parte natural do envelhecimento. Essa experiência 
frustrante, fonte frequente de brincadeiras e humor, é 
muitas vezes denominada esquecimento benigno do 
idoso. Benigno significa que não é tão progressivo ou 
sério a ponto de comprometer a função diária 
razoavelmente bem-sucedida e produtiva, embora 
 
possa ser difícil distinguir entre a perda 
de memória benigna e a mais 
significativa. Aos 85 anos, a pessoa média é capaz de 
aprender e recordar metade do número de itens 
(palavras em uma lista) que ela recordava aos 18 anos. 
CONCEITO 
é o tipo de demência mais comum, frequentemente 
associada à demência senil, definida como um 
processo envolvendo ẞ-amiloidose e 
neurodegeneração límbica e isocortical, caracterizada 
principalmente por amnésia anterógrada. 10% de todos 
os indivíduos > 70 anos de idade apresentam perda de 
memória significativa, e, em mais da metade, a causa 
é DA 
Com a evolução da doença, além da perda da 
memória recente, o paciente também sofre com outros 
déficits cognitivos, como disfunções de linguagem, 
redução da velocidade de pensamento, dificuldade 
na orientação espaço-temporal, além de déficit na 
função executiva e alterações de comportamento, 
humor e personalidade→ dependência. 
Com mais frequência, os pacientes apresentam perda 
insidiosa da memória episódica, seguida de demência 
lentamente progressiva. 
custo médio total anual de cuidados com um único 
paciente com DA avançada seja > 50 mil dólares, 
enquanto o peso emocional para a família e 
cuidadores é incalculável. 
EPIDEMIO 
É a causa mais comum de demência no idoso; 
-Prevalência= aumenta a cada década de vida no 
adulto, alcançando 20 a 40% na população com > 85 
anos. 
 as taxas de prevalência de demência em geral 
e da DA em particular dobram a cada cinco anos a 
partir dos 60 anos; 
 Brasil= 55,1% dos casos de demência 
identificados em uma coorte de 1.656 idosos com 65 
anos ou mais e por 59,8% dos casos em uma coorte de 
1.563 pessoas com idade acima de 60 anos; 
 América latina= DA é a etiologia mais frequente 
de demência no continente, com taxas variando de 
49,9% na Venezuela a 84,5% no Chile. 
-Incidência= aumenta significativamente com a 
idade→ Brasil: estudo mais recente, a taxa de 
incidência anual, de 14,8 casos/1.000. 
-história familiar positiva de demência sugere uma 
contribuição genética para a DA, embora ocorra uma 
herança autossômica dominante em apenas 2% dos 
pacientes. 
Alzheimer 
 2 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
-Sexo= M>H→sexo feminino é um fator de risco, 
independentemente da maior longevidade das 
mulheres, e as mulheres portadoras de um alelo Apo ε4 
são mais suscetíveis do que os homens portadores de ε4; 
-Grau de instrução= mais comum nos grupos com nível 
educacional inferior, porém a educação influencia a 
capacidade de realizar testes e, obviamente, a DA 
acomete pessoas de todos os níveis intelectuais. Um 
estudo observou que a capacidade de expressar 
linguagem escrita complexa no início da idade adulta 
correlacionou-se com a redução do risco de DA 
FR 
idade > 70 anos e história familiar positiva são os FR mais 
importantes; 
-sexo feminino; 
-história de traumatismo craniano com concussão 
-Ambientais= alumínio, mercúrio e vírus (ainda não 
totalmente explicados) 
-As doenças vasculares e, em particular, o (AVC) 
parecem reduzir o limiar da expressão clínica da DA; 
-DM triplica o risco 
-Níveis de homocisteína e colesterol elevados (alto LDL 
e baixo HDL), hipertensão, níveis séricos de ácido fólico 
reduzidos, tabagismo, baixa ingestão alimentar de 
frutas, vegetais e vinho tinto, e pouca prática de 
exercício estão sendo explorados como fatores de risco 
potenciais 
-FATORES PROTETORES= alta escolaridade, atividade 
intelectual produtiva, atividade física, uso de AINES 
(ainda controverso) e fatores alimentares, como a dieta 
mediterrânea. Os efeitos da escolaridade e da 
atividade intelectual ensejaram a teoria da “reserva 
cognitiva”→habilidade de processar estratégias 
cognitivas alternativas e recrutar redes neurais análogas 
a fim de compensar os déficits resultantes das 
alterações patológicas da DA, atuando como fator 
protetor ao postergar o início dos sintomas. 
GENÉTICA 
Vários genes desempenham um papel importante na 
patogênese da DA, embora a maioria dos casos seja de 
origem esporádica. As formas familiares, há padrão de 
herança autossômica dominante, representam < 2% do 
total de casos da doença 
• GENE APP NO CROMOSSOMO 21= codifica a 
proteína precursora d amiloide; adultos com 
trissomia do 21 desenvolvem características 
neuropatológicas típicas de DA se sobrevivem além 
dos 40 anos de idade, e muitos desenvolvem uma 
demência progressiva sobreposta à sua deficiência 
intelectual basal. A dose extra do gene APP e 
resulta em um excesso de produção de amiloide 
cerebral→algumas famílias com doença de 
Alzheimer familiar (DAF) com idade de início 
precoce apresentam mutações no gene APP. 
 
• PRESENILINAS= presenilina-1 (PSEN-1) situa-se no 
cromossomo 14 e codifica a proteína presenilina-1 
(S182). A ocorrência de mutações nesse gene 
provoca DA de início precoce, antes dos 50-60 anos 
de idade com transmissão autossômica dominante 
e penetrância elevada. causa mais comum de DAF 
de idade de início precoce, representando 40 a 
70% de todos os casos + evolução mais curtae mais 
rapidamente progressiva (duração média de 6 a 7 
anos) do que a doença por mutações de PSEN-2 
A presenilina-2 (PSEN-2) situa-se no cromossomo 1 e 
codifica a proteína presenilina -2 (STM2). Início médio de 
53 anos; duração de 11 anos, Embora alguns tenham 
apresentado o início da demência após os 70 anos, 
As mutações de PSEN-1 são bem mais comuns do 
que as de PSEN-2. Ambas são proteínas neuronais 
citoplasmáticas, que são amplamente expressas em 
todo o sistema nervoso. Pacientes com mutações nos 
genes da presenilina apresentam níveis elevados de 
Aβ42 
Testes genéticos clínicos para essas mutações raras 
estão disponíveis, mas eles provavelmente são úteis 
apenas na DAF de idade de início precoce e devem ser 
realizados em associação com um aconselhamento 
genético formal. 
 
• GENE APO Ε NO CROMOSSOMO 19= a 
apolipoproteína E, participa no transporte do 
colesterol, e o gene apresenta três alelos: ε2, ε3 e ε4. 
O alelo Apo ε4 confere aumento do risco de DA na 
população geral, incluindo formas esporádicas e 
familiares de início tardio. Algumas evidências 
sugerem que o alelo ε2 pode reduzir o risco de DA 
Entre os pacientes com DA, 40 a 65% apresentam 
pelo menos um alelo ε4, Por outro lado, muitos 
pacientes com DA não têm nenhum alelo ε4, e os 
portadores de ε4 podem nunca desenvolver DA→E4 
não é necessário nem suficiente pra causar DA. 
representa o fator de risco genético mais 
importante para DA esporádica e atua como um 
modificador de doença dose-dependente, com as 
idades de início mais precoces associadas à 
homozigose de ε4. 
Mecanismo= leva a uma eliminação menos 
eficiente do amiloide e à produção de fragmentos 
tóxicos a partir da clivagem da molécula, pode ser 
identificada nas placas neuríticas. 
Heterozigotos e homozigotos para ε4 
cognitivamente normais podem apresentar redução da 
função metabólica cortical cerebral posterior na PET, 
sugerindo anormalidades pré-sintomáticas devido à DA 
ou a uma vulnerabilidade herdada da rede neuronal 
alvo da DA. Em pessoas com demência que satisfazem 
os critérios clínicos de DA, a detecção de um alelo ε4 
aumenta a fidedignidade do diagnóstico. Contudo, a 
 3 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
ausência de um alelo ε4 não pode ser considerada 
evidência contra DA. A presença de um alelo ε4 
aumenta o risco de desenvolvimento da doença em 
duas a três vezes, enquanto a homozigose para esse 
alelo aumenta o risco em cinco a 15 vezes. 
O alelo ε4 não está associado ao risco de DFT, DCL 
ou DCJ. 
• OUTROS= clusterina (CLU), a PICALM 
(phosphatidylinositol-binding clathrin assembly 
protein) e genes do receptor 1 (CR1) de 
componentes do complemento (3b/4b). TREM2 é 
um gene envolvido com inflamação, que aumenta 
a probabilidade de demência. 
FISIOPATO 
• ANATOMOPATOLOGIA 
-MACRO= atrofia cortical, especialmente em áreas 
neocorticais associativas e temporais mesiais (formação 
hipocampal). 
-MICRO= perda neuronal, deposição de peptídeo b-
amiloide sob a forma de placas neuríticas e 
emaranhados neurofibrilares contendo proteína tau 
hiperfosforilada→ O acúmulo dessas lesões, 
particularmente dos depósitos amiloides, antecede em 
cerca de duas décadas a instalação da síndrome 
demencial, ocorrendo muitos anos antes do 
aparecimento das manifestações demenciais. 
À necrópsia, a degeneração mais precoce e mais 
grave costuma ser observada no lobo temporal medial 
(córtex entorrinal/perirrinal e hipocampo), córtex 
temporal inferolateral e núcleo basal de Meynert 
• TEORIA DA CASCATA AMILOIDE 
o acúmulo do peptídeo β-amiloide no tecido cerebral é 
o evento fisiopatológico primordial na DA. Ele é formado 
a partir da clivagem da proteína precursora do amiloide 
– codificada por um gene localizado no cromossomo 21 
– pelas enzimas β e γ-secretases. 
 Em situação fisiológica, a proteína precursora é clivada 
pela α-secretase, dando origem a um fragmento não 
amiloidogênico (não tóxico). Na DA, atuam duas outras 
secretases (β e γ), com produção e liberação do 
peptídeo β-amiloide que se deposita no espaço 
extracelular, inicialmente sob a forma de oligômeros 
solúveis e, posteriormente, de placas difusas que 
contêm formas insolúveis do peptídeo. 
 
Os oligômeros têm efeito neurotóxico e promovem uma 
cascata de eventos (inclusive com a participação de 
mediadores inflamatórios) que culminam com a 
formação das placas neuríticas→lesões maduras em 
que densos depósitos do peptídeo ß-amiloide, 
proteoglicanas, ApoE, α-antiquimotripsina e outras 
proteínas acumulam-se na região central da placa, 
circundados por axônios, dendritos degenerados e 
micróglia ativada. 
após o processo amiloidogênico, ocorre a patologia 
neurofibrilar, de natureza neurodegenerativa. Os 
emaranhados neurofibrilares têm como constituinte 
molecular principal a proteína tau hiperfosforilada. 
A proteína tau, em condições fisiológicas, está 
associada aos microtúbulos, participando da formação 
estrutural do citoesqueleto neuronal, responsável pelo 
transporte axonal. Essa proteína é codificada por um 
gene localizado no cromossomo 17. Na DA ocorre 
hiperfosforilação da proteína, que deixa de se ligar aos 
microtúbulos e forma filamentos helicoidais pareados 
insolúveis, que se agregam formando os emaranhados 
neurofibrilares. A densidade de emaranhados aumenta 
com o envelhecimento, tanto em indivíduos com 
demência quanto sem demência. Entretanto, é maior 
nos pacientes com DA, visto que em indivíduos normais 
é restrita a estruturas límbicas. 
Bioquimicamente, a DA está associada a uma 
diminuição nos níveis corticais de proteínas e 
neurotransmissores, sobretudo a acetilcolina, sua 
enzima sintética colina-acetiltransferase e receptores 
colinérgicos nicotínicos. A redução da acetilcolina 
reflete a degeneração dos neurônios colinérgicos no 
núcleo basal de Meynert, localizado imediatamente 
abaixo do tálamo e adjacente ao terceiro ventrículo, 
que se projetam para o córtex. Ocorre também 
depleção noradrenérgica e serotoninérgica, devido à 
degeneração dos núcleos superiores do tronco 
encefálico, como locus ceruleus (norepinefrina) e a 
dorsal da rafe (serotonina), em que podem ser 
identificadas inclusões citoplasmáticas neuronais tau-
imunorreativas no início da vida adulta, mesmo em 
indivíduos que não apresentam ENFs no córtex 
entorrinal. 
A expressão clínica da DA, nas suas diferentes fases, 
está intimamente relacionada com a topografia da 
patologia neurofibrilar→ O córtex entorrinal e a 
formação hipocampal são as primeiras áreas cerebrais 
acometidas pelos emaranhados neurofibrilares. 
Posteriormente, há comprometimento de núcleos 
colinérgicos localizados no prosencéfalo basal (núcleo 
basal de Meynert), acarretando perda de inervação 
colinérgica para o córtex cerebral. Em fase posterior, o 
processo patológico se dissemina para áreas 
neocorticais associativas, com relativa preservação dos 
córtices primários.. O exame neuropatológico constitui o 
padrão-ouro para o diagnóstico da DA. 
 quando surgem os sintomas da doença, os 
emaranhados neurofibrilares são encontrados no 
neocórtex de associação dos lobos frontal, parietal e 
temporal, e nos estágios mais avançados eles são 
 4 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
encontrados nos lobos occipitais e córtices motor e 
sensitivo primários. 
 
 
QC 
Os sintomas da DA se instalam de forma insidiosa, com 
piora progressiva. Na maioria dos casos, a principal 
característica inicial é o déficit de memória episódica, 
muitas vezes sob a forma de comprometimento 
cognitivo leve amnéstico e de outros domínios→ reflete 
a distribuição topográfica da patologia neurofibrilar nas 
fases iniciais, com comprometimento do córtex 
entorrinal e da formação hipocampal. Progride para 
déficits da linguagem e visuoespaciais, seguidos de 
disfunção executiva. 
Existem três apresentações atípicas de DA: a variante 
frontalou disexecutiva (manifestações cognitivo-
comportamentais que emulam a demência 
frontotemporal), a atrofia cortical posterior (com 
proeminente acometimento visual-espacial precoce) e 
a afasia logopênica (com déficit de linguagem em 
primeiro plano). 
 20% dos pacientes com DA apresentam queixas não 
relacionadas com a memória, como dificuldade em 
encontrar as palavras, organizacional, ou de orientação 
espacial. Em outros pacientes, a disfunção no 
processamento visual (designada como síndrome de 
atrofia cortical posterior) ou uma afasia “logopênica” 
progressiva, caracterizada por dificuldades em nomear 
e repetir, são as principais manifestações da DA durante 
anos antes de progredir para o comprometimento da 
memória e outros domínios cognitivos→Este perfil 
ocorre, sobretudo, em casos de início pré-senil, em que 
formas de apresentação não amnéstica podem surgir 
em mais de um terço dos casos. 
Outros pacientes podem apresentar uma síndrome 
distônica-rígida-acinética (“corticobasal”) assimétrica 
ou uma variante disexecutiva/comportamental, uma 
variante “frontal” de DA. 
O exame neurológico não possui padrão típico em 
estágios leves a moderados da DA, de modo que a 
identificação de anormalidades (hemiparesia, 
parkinsonismo), especialmente em quadros leves, deve 
suscitar a suspeita de outra etiologia demencial. 
ESTÁGIOS INICIAIS 
DA AMNÉSICA TÍPICA= dificuldade em se lembrar de 
acontecimentos recentes, compromissos, recados, 
repetição de perguntas, perda de objetos pessoais, 
característicos do déficit de memória episódica. 
alterações de memória operacional e de memória 
semântica, com redução da fluência verbal e 
dificuldades de nomeação, sobretudo no uso de 
palavras menos frequentes. Desorientação espacial em 
locais menos conhecidos, disfunção executiva e 
dificuldades de cálculo também são frequentes nas 
fases leves a moderadas. 
a perda de memória pode não ser reconhecida ou ser 
descrita como esquecimento benigno da idade. 
Quando a perda de memória se torna mais evidente 
para o paciente e cônjuge e cai 1,5 desvio-padrão 
abaixo do normal nos testes de memória padronizados, 
é aplicado o termo comprometimento cognitivo leve 
(CCL). 50% dos pacientes com CCL (cerca de 12% ao 
ano) progridem para DA em 4 anos. 
“DA prodrômica” se refere a uma pessoa com 
evidências de DA por biomarcadores (imagem amiloide 
positiva na tomografia por emissão de pósitrons [PET] ou 
baixa concentração de Aβ42 no líquido cerebrospinal e 
tau levemente elevada) na ausência de sintomas. 
 Novas evidências sugerem que as convulsões parciais 
e, por vezes, generalizadas, anunciam a DA e podem 
ocorrer até mesmo antes do início da demência, 
particularmente em pacientes mais jovens. 
ESTÁGIOS INTERMEDIÁRIOS 
o paciente é incapaz de trabalhar, além de se perder e 
se confundir com facilidade, exigindo supervisão diária. 
A linguagem torna-se comprometida – primeiro a 
nomeação, depois a compreensão e por fim a fluência. 
Dificuldades em encontrar palavras e circunlóquios 
podem ser evidentes nos estágios iniciais, mesmo 
quando os testes formais mostram fluência e nomeação 
intactas. Verifica-se o aparecimento de apraxia, que se 
manifesta como dificuldade na execução de tarefas 
motoras sequenciais aprendidas, como uso de utensílios 
ou aparelhos. Os déficits visuoespaciais começam a 
interferir nos hábitos de vestir-se, comer ou mesmo 
andar, e os pacientes não conseguem resolver 
adivinhações simples, copiar figuras geométricas, 
Realizar cálculos simples ou ver as horas no relógio. 
Os sintomas cognitivos acarretam comprometimento 
funcional significativo, primeiramente em atividades 
 5 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
instrumentais da vida diária, como cozinhar, gerenciar 
as finanças pessoais ou os próprios medicamentos. É 
comum haver anosognosia, a não ser em estágios muito 
iniciais, de modo que é essencial a obtenção de 
histórico clínico junto a familiar ou acompanhante que 
convive com o indivíduo. 
ESTÁGIOS TARDIOS 
alguns pacientes permanecem com a capacidade de 
caminhar, vagando sem rumo. A perda do julgamento 
crítico e do raciocínio são inevitáveis. Os delírios são 
prevalentes e geralmente simples, com temas comuns 
de roubo, infidelidade ou erros de identificação. A 
desinibição e uma beligerância não característica 
podem ocorrer e alternar com passividade e 
afastamento. Os padrões de sono-vigília são alterados, 
e o hábito de vagar durante a noite perturba o 
domicílio. Alguns pacientes apresentam marcha 
arrastada, com rigidez muscular generalizada 
associada à lentidão e inadequação dos movimentos. 
Os pacientes parecem parkinsonianos, mas raras vezes 
apresentam tremores de grande amplitude e baixa 
frequência em repouso. Há uma acentuada 
sobreposição com a demência por corpos de Lewy 
(DCL), e alguns pacientes desenvolvem manifestações 
parkinsonianas mais clássicas. 
Os sintomas comportamentais surgem em ate 80% dos 
casos. Embora esses aspectos comportamentais se 
modifiquem com a doença, apatia, depressão e 
agitação são as manifestações mais comumente 
encontradas. Alucinações, delírios (sobretudo de roubo) 
e agressividade também são observados, 
especialmente nos estágios moderado a avançado da 
doença. 
ESTÁGIOS FINAIS 
os pacientes tornam-se rígidos, mudos, incontinentes e 
acamados e necessitam de ajuda para alimentar-se, 
vestir-se e fazer a sua higiene. Reflexos tendíneos 
hiperativos e espasmos mioclônicos (contrações 
bruscas breves de vários músculos ou de todo o corpo) 
podem ocorrer de forma espontânea ou em resposta a 
estímulos físicos ou auditivos. 
MORTE 
decorre de desnutrição, infecções secundárias 
pneumonia aspirativa, infecção do trato urinário com 
sepse, ou tromboembolismo, embolia pulmonar, 
cardiopatia ou, mais comumente, aspiração. A 
duração típica da DA sintomática é de 8 a 10 anos, mas 
a evolução varia de 1 a 25 anos. Por motivos 
desconhecidos, alguns pacientes com DA apresentam 
uma diminuição constante nas funções, enquanto 
outros têm períodos prolongados de estabilização sem 
deterioração maior. 
DIAGNÓSTICO 
 
 
O diagnóstico da DA, quando já há demência, é 
essencialmente clínico. No entanto, avanços 
substanciais vêm ocorrendo nos últimos anos com o 
desenvolvimento de marcadores biológicos que 
permitem a detecção da DA mesmo em suas fases pré-
demenciais. 
se baseia na presença das alterações cognitivas, 
comportamentais e funcionais descritas, aferidas por 
meio de instrumentos específicos, e na exclusão de 
outras causas de demência, por meio de exames 
laboratoriais e de neuroimagem estrutural. 
A avaliação cognitiva é fundamental para o 
diagnóstico da DA, podendo ser feita com testes de 
rastreio, como o Miniexame do Estado Mental, e 
complementada por testes de avaliação breve ou 
mesmo por avaliação neuropsicológica formal, 
particularmente nos casos que apresentam 
comprometimento leve ou com perfil cognitivo atípico. 
Para avaliação dos sintomas comportamentais, o 
Inventário Neuropsiquiátrico pode ser empregado, 
enquanto o desempenho funcional pode ser aferido por 
meio de escalas específicas de avaliação funcional. 
 
 6 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
CRITÉRIOS National Institute on Aging e a Alzheimer’s 
Association (EUA). Revisão dos critérios (NINCDS-ADRDA 
de 1984 
 
 
 
• Exames complementares 
 têm como objetivo principal descartar causas 
potencialmente tratáveis de demência ou eventuais 
comorbidades. 
O Departamento Científico de Neurologia 
Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira 
de Neurologia considera como obrigatórios na 
investigação complementar de pacientes com 
demência os seguintes exames laboratoriais: 
hemograma completo, creatinina, hormônio 
tireoestimulante, albumina, transaminases hepáticas, 
vitamina B12, ácido fólico, cálcio, reações sorológicas 
para sífilis (VDRL) e,em pacientes com idade inferior a 
60 anos, com apresentações clínicas atípicas ou com 
sintomas sugestivos, reação sorológica para o vírus HIV. 
O exame do (LCR) está indicado em casos de 
demência de início pré-senil, com apresentação ou 
curso clínico atípicos, com hidrocefalia comunicante e 
quando há suspeita de doença inflamatória, infecciosa 
ou priônica do sistema nervoso central. 
Por mais que tenha limitação metodológica 
quanto a padronização de pontos de corte, há 
elevação significativa dos níveis de tau total e de tau 
hiperfosforilada, juntamente com níveis reduzidos de ß-
amiloide (AB-42), são parâmetros altamente sensíveis e 
específicos para a detecção da doença, mesmo em 
sua fase pré-demencial. também são úteis no 
diagnóstico diferencial entre DA e outras doenças, 
como a demência frontotemporal. 
Exame de neuroimagem estrutural, TC OU RM, 
também está indicado. 
RM= atrofia de estruturas temporais mesiais 
(formação hipocampal) e consequente dilatação do 
corno temporal dos ventrículos laterais. 
 Os exames de não mostram um padrão único 
específico de DA e podem ser normais no início da 
doença, MAS À medida que a DA progride, uma atrofia 
cortical mais distribuída, porém geralmente com 
predominância posterior, torna-se aparente, 
juntamente com atrofia das estruturas de memória 
temporais media. 
 A principal indicação dos exames de imagem 
é excluir outros distúrbios, como neoplasias primárias e 
secundárias, demência vascular, doença difusa da 
substância branca e hidrocefalia de pressão normal 
(HPN); outros distúrbios degenerativos, como demência 
frontotemporal (DFT) ou a doença priônica chamada 
doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) com padrões de 
imagens característicos. 
 
BIOMARCADORES= dosagem de proteínas no LCR e 
diferentes modalidades de neuroimagem (estrutural, 
funcional e molecular). 
 tomografia por emissão de pósitrons (PET) com 
a fluorodeoxiglicose como marcador é exame de custo 
elevado e ainda pouco disponível no nosso meio, mas 
que pode revelar hipometabolismo temporoparietal 
posterior, padrão considerado típico da DA. A PET 
 7 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
também pode ser usada para detectar a presença de 
amiloide fibrilar no cérebro 
 SPECT (tomografia computadorizada por 
emissão de fóton único)= também pode revelar padrão 
de comprometimento posterior, sendo aqui indicativo 
de hipofluxo regional. Mas tem menor sensibilidade que 
PET. 
A neuroimagem molecular possibilitou a 
identificação in vivo da amiloidose e da 
neurodegeneração associada à patologia tau. Exames 
de PET com ligantes radioativos que se fixam aos 
depósitos proteicos de amiloide (como o agente 
denominado PiB [Pittsburgh Compound B]) e de tau 
(como o ligante flortaucipir) possibilitam a visualização 
dos depósitos proteicos associados à doença. Seu uso 
ainda é essencialmente restrito a centros de pesquisa, 
mas há elevado potencial para aplicação clínica em 
futuro próximo 
O diagnóstico da doença de Alzheimer definitivo é feito 
através dos achados histopatológicos, caracterizados 
pela presença significativa de placas neuríticas e 
emaranhados neurofibrilares, sendo necessária a 
presença de pelo menos seis placas neuríticas e 
emaranhados neurofibrilares visíveis no córtex frontal, 
temporal ou parietal. MAS a biópsia é um procedimento 
invasivo e deve ser evitado nos casos em que se pode 
confirmar a patologia por outros meios. 
EEG= é normal ou mostra uma lentificação inespecífica; 
o EEG prolongado pode ser utilizado para diagnosticar 
epilepsias não convulsivas intermitentes. 
TTO 
O manejo da DA é desafiador e gratificante apesar da 
ausência de cura ou tratamento farmacológico robusto. 
A ênfase é na melhora a longo prazo dos problemas 
comportamentais e neurológicos associados, bem 
como no fornecimento de suporte ao cuidador. 
O tratamento farmacológico atualmente disponível 
para a DA é de natureza sintomática, com drogas que 
atuam nas vias colinérgicas (inibidores da colinesterase 
ou IChE) ou glutamatérgicas (antagonista de receptores 
NMDA do glutamato). 
Sintomas comportamentais, desde apatia até delírios, 
alucinações e agitação/agressividade, são bastante 
comuns na doença e podem melhorar com o uso de 
IChE ou, ocasionalmente, também com memantina→ 
devem ser consideradas como a primeira opção no 
tratamento farmacológico desses sintomas na DA. 
NÃO FARMACOLOGICO 
É fundamental construir uma boa relação com o 
paciente, os familiares e outros cuidadores. Nos estágios 
iniciais da DA, recursos de auxílio à memória, como 
cadernos de anotação e lembretes diários, podem ser 
úteis. Os membros da família devem enfatizar atividades 
agradáveis e tentar diminuir as atividades que 
provocam estresse no paciente. Cozinhas, banheiros, 
escadas e quartos devem ser seguros e, por fim, os 
pacientes terão de parar de dirigir. A perda de 
independência e a mudança de ambiente podem 
agravar a confusão, agitação e raiva. A comunicação 
e tranquilização repetidas são necessárias. A síndrome 
de burnout do cuidador é comum, muitas vezes 
resultando na colocação do paciente em lares para 
idosos ou novos problemas de saúde para o cuidador. 
Respeitar o descanso do cuidador ajuda a manter um 
ambiente terapêutico bem-sucedido a longo prazo. O 
uso de centros de permanência diurna do adulto pode 
ser de grande utilidade. Os grupos de apoio locais e 
nacionais, 
ICHE 
Três IChE são utilizados na prática clínica, sendo 
indicados para o tratamento da DA leve a moderada: 
donepezila, galantamina e rivastigmina. A donepezila 
também está aprovada para o tratamento da DA 
grave, enquanto a galantamina está indicada para o 
tratamento da DA com doença cerebrovascular 
associada. 
As três inibem a acetilcolinesterase (e, no caso 
da rivastigmina, também a butirilcolinesterase), enzimas 
responsáveis pela inativação da acetilcolina, 
aumentando assim a disponibilidade do 
neurotransmissor na fenda sináptica. 
Não há evidências de superioridade 
terapêutica de um agente sobre outro. Ambas tem 
eficácia e segurança no tratamento dos sintomas 
cognitivos e comportamentais da DA, com benefícios 
também sobre o desempenho funcional 
-EF ADVERSOS= náuseas, vômitos e diarreia→ 
estimulação colinérgica periférica. A titulação lenta da 
dose é a medida mais efetiva na redução desses 
efeitos, embora em alguns casos não seja suficiente e o 
tratamento deva ser interrompido, podendo-se fazer a 
troca de um agente por outro. podem causar síncope 
e bradicardia em pacientes suscetíveis→ pacientes 
com antecedente de arritmias cardíacas ou com 
anormalidades no eletrocardiograma sejam avaliados 
por cardiologista antes da introdução do medicamento 
-DOSE= A recomendação é de que sejam aumentadas 
a cada quatro semanas, ou mesmo após períodos 
maiores, dependendo da ocorrência de eventos 
adversos. 
 
ANTAGONISTA DO NMDA 
 8 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
Nas fases moderada a grave da doença, a memantina 
é eficaz, levando à melhora cognitiva e funcional e à 
redução do grau de dependência. pode ser 
combinada a qualquer um dos três IChE em pacientes 
com DA moderada a grave, oferecendo benefícios 
clínicos e funcionais superiores ao efeito do IChE 
isoladamente, sem maior incidência de eventos 
adversos. 
-DOSE= inicial 5 mg/dia, com aumento de 5 mg/dia a 
cada semana. A posologia final recomendada é de 10 
mg a cada 12 horas (ou 20 mg uma vez ao dia) e a 
tolerabilidade é usualmente muito boa. 
OUTROS 
Para os pacientes que não respondem ao tratamento 
com IChE ou memantina, a prescrição de antipsicóticos 
é bastante frequente na prática clínica, MAS neste 
contexto clínico não tem aprovação por parte das 
agências reguladoras, além de já terem sido associados 
a aumento de mortalidade em pacientes idosos com 
demência. 
Antidepressivos, sobretudo os inibidores seletivos de 
recaptaçãode serotonina (citalopram) podem ser úteis 
em quadros de depressão associada ou mesmo, em 
alguns pacientes, sobre sintomas como irritabilidade e 
agitação. 
As convulsões podem ser tratadas com levetiracetam, 
a menos que o paciente já tenha um esquema 
diferente efetivo antes do início da DA. 
Agitação, insônia, alucinações e beligerância são 
características problemáticas de alguns pacientes com 
DA, e tais comportamentos podem levar à colocação 
do paciente em um lar para idosos. Os antipsicóticos 
atípicos de geração mais recente, como risperidona, 
quetiapina e olanzapina, estão sendo usados em baixas 
doses para tratar esses sintomas neuropsiquiátricos. 
Acompanhamento multiprofissional composta por 
enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, 
neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais, entre 
outros, complementa o tratamento farmacológico. As 
diferentes formas de intervenção providas por esses 
profissionais e dirigidas tanto aos pacientes quanto a 
seus familiares e cuidadores podem trazer benefícios 
significativos no manejo da doença, melhorando a 
qualidade de vida dos envolvidos, reduzindo a carga 
sobre o cuidador e o índice de institucionalização. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Alteração precoce e proeminente da marcha com 
perda de memória apenas leve sugere demência 
vascular ou, raramente, HPN; 
 O tremor de repouso com a postura curvada, 
bradicinesia e fáscies em máscara sugerem doença de 
Parkinson (DP) ou DCL. Quando a demência ocorre 
após um diagnóstico bem estabelecido de DP, a 
demência relacionada com doença de Parkinson 
(DDP) costuma ser o diagnóstico correto, mas muitos 
pacientes com esse diagnóstico irão apresentar uma 
combinação de DA e DCL na necrópsia. 
 O surgimento precoce de características 
parkinsonianas associadas a flutuação cognitiva, 
alucinações visuais ou delírios de falsa identificação 
sugerem DCL. 
 O alcoolismo crônico deve suscitar a pesquisa de 
deficiências de vitaminas. 
 A perda das sensibilidades proprioceptiva e vibratória, 
acompanhada de sinal de Babinski, sugere deficiência 
de vitamina B12, particularmente em um paciente com 
história de doença autoimune, ressecção ou irradiação 
do intestino delgado ou veganismo. 
O início precoce de convulsões focais sugere neoplasia 
cerebral primária ou metastática. 
Uma história pregressa ou contínua de depressão 
levanta a suspeita de prejuízo cognitivo relacionado 
com depressão, embora na DA possa haver depressão 
como pródromo. Uma história de tratamento de insônia, 
ansiedade, transtorno psiquiátrico ou epilepsia sugere 
intoxicação medicamentosa crônica. 
A rápida progressão em poucas semanas ou meses, 
associada com rigidez e mioclonia, sugere DCJ; 
Alterações comportamentais proeminentes com 
orientação espacial íntegra e atrofia focal 
predominantemente anterior nos exames de 
neuroimagem são típicas da DFT. 
Uma história familiar positiva de demência sugere uma 
das formas familiares de DA ou um dos outros distúrbios 
genéticos associados à demência, como DFT, doença 
de Huntington (DH), doença priônica ou ataxias 
hereditárias raras. 
DOENÇAS PRIONICAS (DCJ) 
são condições neurodegenerativas raras (com 
prevalência de 1 por milhão) que produzem demência. 
A DCJ é um distúrbio rapidamente progressivo 
associado com demência, sinais corticais focais, rigidez 
e mioclonia, causando a morte em menos de 1 ano 
após o surgimento dos primeiros sintomas. 
A rapidez da progressão é incomum na DA, de modo 
que a distinção entre os dois distúrbios costuma ser fácil. 
A degeneração corticobasal (DCB) e a DCL, que são 
demências degenerativas mais rápidas com 
anormalidades proeminentes do movimento, têm mais 
probabilidade de serem confundidas com a DCJ. 
O diagnóstico diferencial de DCJ inclui outras 
demências rapidamente progressivas, como encefalites 
virais ou bacterianas, encefalopatia de Hashimoto, 
vasculites do sistema nervoso central (SNC), linfomas ou 
síndromes paraneoplásicas/autoimunes. Os complexos 
periódicos acentuadamente anormais no EEG e 
hiperintensidades corticais (cortical ribboning) e nos 
núcleos da base em imagens de RM em FLAIR são 
características diagnósticas de DCJ, embora, 
 9 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
convulsões prolongadas focais ou generalizadas 
possam produzir uma imagem semelhante. 
DOENÇA DE HUNTINGTON 
distúrbio cerebral degenerativo autossômico 
dominante. As características clínicas da DH incluem 
coreia, alteração do comportamento e um distúrbio da 
função executiva. Os sintomas costumam começar na 
quarta ou quinta décadas, mas há uma ampla 
variação da infância até > 70 anos. 
 A memória em geral não é acometida até a doença 
avançada, mas atenção, julgamento crítico, 
autopercepção e funções executivas frequentemente 
apresentam-se comprometidas desde o estágio inicial. 
Depressão, apatia, retraimento social, irritabilidade e 
desinibição intermitente são comuns. Podem ocorrer 
delírios e comportamento obsessivo-compulsivo. A 
duração da doença é cerca 15 anos. 
HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL 
é uma síndrome incomum, porém tratável. As 
características clínicas, fisiológicas e neurorradiológicas 
da HPN devem ser cuidadosamente distinguidas 
daquelas de outras demências associadas a alteração 
da marcha. 
compreende a tríade clínica de marcha anormal 
(atáxica ou apráxica), demência (em geral leve a 
moderada, com uma ênfase no prejuízo da função 
executiva) e urgência ou incontinência urinárias. 
-Diagnóstico= Os exames de neuroimagem revelam 
ventrículos laterais aumentados (hidrocefalia) com 
pouca ou nenhuma atrofia cortical, embora as fissuras 
silvianas possam parecer abertas, o que pode ser 
confundido com atrofia perissilviana. A aglomeração 
dos giros frontoparietais dorsais ajuda a distinguir a HPN 
de outros distúrbios do movimento, como PSP e DCB, em 
que é comum haver atrofia dorsal com alargamento 
dos sulcos. A HPN é uma hidrocefalia comunicante com 
um aqueduto de Sylvius patente. A pressão de abertura 
na punção lombar situa-se na faixa normal alta, e os 
níveis de proteína e glicose e a contagem celular do 
LCS são normais. 
-Etio= obstrução do fluxo normal de LCS sobre as 
convexidades cerebrais e retardo na reabsorção para 
o sistema venoso→ventrículos laterais aumentados com 
elevação relativamente leve da pressão do LCS. 
Diferente da DA, o paciente com HPN queixa-se de 
distúrbio da marcha precoce e proeminente sem atrofia 
cortical na TC ou RM. Atrofia hipocampal na RM 
favorece DA, enquanto uma marcha “magnética” 
característica, com rotação externa do quadril, pouca 
elevação da perna e passadas curtas, junto com 
balanço ou instabilidade proeminente do tronco, 
favorecem HPN. 
O diagnóstico de HPN deve ser evitado quando não se 
detecta hidrocefalia nos exames de imagem, mesmo 
que os sintomas da síndrome estejam presentes. 
HIPOTENSÃO INTRACRANIANA (SÍNDROME DO 
CÉREBRO FLÁCIDO) 
distúrbio provocado por baixa pressão do LCS, levando 
a uma diminuição da pressão ao longo das estruturas 
subcorticais e interrupção da função cerebral. Ela se 
manifesta de modo variável com cefaleia, 
frequentemente exacerbada pela tosse, manobra de 
Valsalva, ou pela mudança de posição (de deitado 
para em pé). Além de, tontura, vômitos, alteração do 
ciclo de sono-vigília e, algumas vezes, uma síndrome 
semelhante à DFT comportamental progressiva. 
ALCOOLISMO CRONICO 
Deficiencia de vitaminas do complexo B, ou Uma 
síndrome rara de demência e convulsões com 
degeneração do corpo caloso foi descrita 
principalmente em homens italianos que consomem 
vinho tinto (doença de Marchiafava-Bignami). 
• Deficiencia de B1 
causa a encefalopatia de Wernicke. A apresentação 
clínica típica é um paciente desnutrido 
(frequentemente alcoolista) com confusão, ataxia e 
diplopia resultando de inflamação e necrose das 
estruturas de linha média periventriculares, comotálamo dorsomedial, corpos mamilares, linha média do 
cerebelo, substância cinzenta periaquedutal e núcleos 
trocleares e abducentes. A lesão do tálamo 
dorsomedial correlaciona-se mais estreitamente com a 
perda de memória. A deficiência prolongada não 
tratada pode resultar em uma síndrome amnésica 
profunda e irreversível (síndrome de Korsakoff) ou 
mesmo a morte. 
• SINDROME DE KORSAKOFF 
o paciente é incapaz de recordar informações novas 
apesar da memória imediata, atenção e nível de 
consciência normais. A memória para eventos novos é 
gravemente comprometida, enquanto o 
conhecimento adquirido antes da doença permanece 
relativamente íntegro. Os pacientes mostram-se 
facilmente confusos, desorientados e incapazes de 
armazenar informações por mais do que alguns minutos. 
podem ser conversadores, atraentes e capazes de 
executar tarefas simples bem como seguir comandos 
imediatos. A confabulação é comum. Não há 
tratamento específico porque a deficiência de tiamina 
prévia produz lesão irreversível dos núcleos talâmicos 
mediais e corpos mamilares. 
• DEFICIENCIA DE B12 
 leva à anemia megaloblástica e também pode 
danificar o sistema nervoso. Produz mais comumente 
uma síndrome de medula espinal (mielopatia) que 
envolve as colunas posteriores (perda das sensibilidades 
proprioceptiva e vibratória) e os tratos corticospinais 
(reflexos tendíneos hiperativos com sinais de Babinski); 
também acomete os nervos periféricos (neuropatia), 
resultando em perda sensitiva com reflexos tendíneos 
 10 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
diminuídos. A lesão dos axônios mielinizados também 
pode causar demência. 
O uso de bloqueadores da histamina ou metformina, 
dietas veganas, autoimunidade contra células parietais 
gástricas e várias causas de má absorção são as causas 
típicas. As sequelas neurológicas da deficiência podem 
ocorrer na ausência de manifestações hematológicas, 
devendo-se evitar o uso do hemograma completo e 
esfregaço sanguíneo como substitutos da 
determinação dos níveis séricos de vitamina B12. 
• DEFICIENCIA DE ÁCIDO NICOTINICO (PELAGRA) 
está associada a um exantema cutâneo em áreas 
expostas ao sol, glossite e estomatite angular. A 
deficiência nutricional grave de ácido nicotínico junto 
com outras vitaminas B, como a piridoxina, pode resultar 
em paraparesia espástica, neuropatia periférica, 
fadiga, irritabilidade e demência. Essa síndrome foi 
observada em prisioneiros de guerra e em campos de 
concentração, mas deve ser considerada em qualquer 
indivíduo desnutrido. 
INFECÇÕES DO SNC 
Costumam causar delirium e outras síndromes 
neurológicas agudas. Entretanto, algumas infecções 
crônicas do SNC, especialmente aquelas associadas à 
meningite crônica, podem produzir 
demência→suspeitar de meningite infecciosa crônica 
nos pacientes que se apresentam com demência ou 
síndrome comportamental, cefaleia, meningismo, 
neuropatia craniana e/ou radiculopatia. 
20 a 30% dos pacientes nos estágios avançados da 
infecção pelo HIV apresentam demência. pode resultar 
de infecções oportunistas secundárias, mas também 
pode ser causada por infecção direta dos neurônios do 
SNC pelo HIV→ retardo psicomotor, apatia e perda de 
memória. 
Neurossífilis= atualmente é rara, mas ainda pode ser 
encontrada em pacientes com múltiplos parceiros 
sexuais, em especial entre pacientes com HIV. As 
alterações características do LCS consistem em 
pleiocitose, aumento de proteínas e teste VDRL. 
NEOPLASIAS PRIMÁRIAS E METTABÓLICAS 
costumam produzir achados neurológicos focais e 
convulsões, em vez de demência, mas se o crescimento 
tumoral iniciar nos lobos frontal ou temporal, as 
manifestações iniciais podem ser perda de memória ou 
alterações do comportamento. 
-Encefalite límbica= síndrome paraneoplásica de 
demência associada a carcinoma oculto (câncer de 
pulmão de pequenas células). 
-encefalite paraneoplásica associada a anticorpos 
contra o receptor de NMDA= se manifesta como um 
distúrbio psiquiátrico progressivo, com perda de 
memória e convulsões; os pacientes afetados são 
frequentemente mulheres jovens com teratomas 
ovarianos. 
DISTÚRBIO EPILÉTICO NÃO CONVULSIVO 
pode estar subjacente a uma síndrome de confusão, 
diminuição da consciência e fala alterada. Com 
frequência, suspeita-se de um transtorno psiquiátrico, 
mas o EEG demonstra a natureza epiléptica da doença. 
Se recorrente ou persistente, pode ser 
denominado estado de mal epiléptico parcial 
complexo. A anormalidade cognitiva muitas vezes 
responde à terapia anticonvulsivante. A etiologia pode 
ser pequenos AVCs prévios ou traumatismo craniano. 
DOENÇAS SISTEMICAS 
afetam indiretamente o encéfalo e produzem confusão 
crônica ou demência→ hipotireoidismo; vasculite; e 
doenças hepáticas, renais ou pulmonares. A 
encefalopatia hepática. 
VASCULITE DO SNC (ANGEÍTE GRANULOMATOSA 
DO SNC) 
ocasionalmente causa uma encefalopatia crônica com 
confusão, desorientação e diminuição da consciência. 
Cefaleia é comum, podendo ocorrer AVC e 
neuropatias cranianas. Os exames neurorradiológicos 
podem ser normais ou detectar anormalidades 
inespecíficas. O LCS revela pleocitose leve ou elevação 
do nível de proteína. A angiografia cerebral pode 
mostrar estenose que envolve vasos de médio calibre, 
mas alguns pacientes têm apenas doença dos 
pequenos vasos, não revelada pela angiografia. 
EXPOSIÇÃO CRONICA A METAIS 
representa uma causa rara de demência. A chave para 
o diagnóstico é identificar a história de exposição no 
trabalho ou no lar. Há relatos de intoxicação crônica 
por chumbo decorrente de vitrificação a fogo 
inadequada de cerâmica. Fadiga, depressão e 
confusão podem estar associadas à dor abdominal 
episódica e neuropatia periférica. Linhas de chumbo 
acinzentadas aparecem nas gengivas, acompanhadas 
de anemia com pontilhado basofílico nos eritrócitos. A 
apresentação clínica pode assemelhar-se à porfiria 
intermitente aguda. O tratamento utiliza a quelação 
com agentes como o ácido etilenodiaminotetracético 
(EDTA). 
A intoxicação crônica por mercúrio produz demência, 
neuropatia periférica, ataxia e tremor que podem 
evoluir para o tremor de intenção cerebelar ou 
coreoatetose. 
intoxicação crônica por arsênico= confusão e a perda 
de memória da também estão associadas com 
náuseas, perda de peso, neuropatia periférica, 
pigmentação e descamação da pele, linhas brancas 
transversais nas unhas dos dedos (linhas de Mees). O 
tratamento baseia-se na quelação com dimercaprol 
(BAL). 
A intoxicação por alumínio é rara, mas foi 
documentada na síndrome de demência da diálise. 
 11 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
TRAUMATISMOS CRANIANOS 
em atletas profissionais podem levar a uma demência 
previamente chamada de síndrome “punch-drunk” ou 
demência puglística, mas hoje conhecida como 
encefalopatia traumática crônica (ETC)→ para atletas 
de esportes de contato, além do boxe. 
Os sintomas podem ser progressivos, começando 
tardiamente na carreira do atleta ou, após a 
aposentadoria. No início, ocorre alteração da 
personalidade associada à instabilidade social e, às 
vezes, paranoia e delírios. Depois, a perda de memória 
evolui para a demência, muitas vezes acompanhada 
de sinais parkinsonianos e ataxia ou tremor de intenção. 
a necrópsia, o córtex cerebral apresenta alterações de 
ENFs imunorreativos a tau, mais proeminentes do que as 
placas amiloides . 
HEMATOMA SUBDURAL CRONICO= Está ocasionalmente 
associado à demência, muitas vezes no contexto de 
uma atrofia cortical subjacente a condições como DA 
ou DH. 
AMNESIA GLOBAL TRANSITORIA 
caracteriza-se pelo início súbito de grave déficit da 
memória episódica e ocorre habitualmente em 
indivíduos > 50 anos de idade. A amnésia acontece no 
contexto de estímulo emocional ou esforço físico. 
Durante o episódio, o indivíduo se mostra alerta e 
comunicativo, a cognição geral pareceintacta, e não 
há outros sinais ou sintomas neurológicos. pode parecer 
confuso e fazer perguntas repetidas sobre sua 
localização no tempo e no espaço. A capacidade de 
formar memórias novas retorna após um período de 
horas, e o indivíduo volta ao normal sem qualquer 
recordação do período do episódio. Com frequência, 
nenhuma causa é determinada, mas doença 
cerebrovascular, epilepsia, migrânea (enxaqueca) ou 
arritmia cardíaca foram implicadas. Cerca de um 
quarto dos pacientes apresentam crises recorrentes. 
COMPLEXO ELA/PARKINSONISMO/DEMÊNCIA DE 
GUAM 
doença degenerativa rara observada em nativos 
chamorros da ilha de Guam. Os indivíduos podem 
apresentar qualquer combinação de características de 
parkinsonismo, demência e DNM. Os aspectos 
anatomopatológicos mais típicos são a presença de 
ENF nos neurônios em degeneração do córtex e da 
substância negra, bem como a perda de neurônios 
motores na medula espinal. Tem como possíveis causas 
exposição a neurotoxina ou um agente infeccioso, com 
período de latência longo. 
LEUCODISTROFIAS 
leucodistrofias de início no adulto, doenças de depósito 
lisossômico e outras doenças genéticas causam 
demência na meia-idade ou idade avançada. A 
leucodistrofia metacromática (LDM) causa síndrome 
psiquiátrica progressiva ou demência associada a 
anormalidade da substância branca frontal extensa 
confluente. é diagnosticada com base na 
determinação da atividade reduzida da enzima 
arilsulfatase A nos leucócitos periféricos. Relataram-se 
apresentações da adrenoleucodistrofia de início na 
idade adulta em portadores do sexo feminino, e 
apresentam envolvimento da medula espinal e 
substância branca posterior, diagnosticada pela 
demonstração de níveis elevados de ácidos graxos de 
cadeia muito longa no plasma. A CADASIL é outra 
síndrome genética associada à doença da substância 
branca, muitas vezes de predomínios frontal e temporal. 
O diagnóstico é feito por biópsia da pele, que mostra 
grânulos osmofílicos nas arteríolas ou por testes 
genéticos para mutações no Notch 3. 
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS 
• AMNESIA PSICOGENICA 
Não se sabe se isso resulta de exclusão deliberada de 
memórias desagradáveis, fingimento evidente de 
doença ou repressão inconsciente, e provavelmente 
depende do paciente. A amnésia para eventos 
específicos é mais propensa a ocorrer após crimes 
violentos, como homicídio de um parente ou amigo 
próximo ou abuso sexual. Pode surgir em associação à 
intoxicação por drogas ou álcool e, às vezes, na 
esquizofrenia. A amnésia psicogênica mais prolongada 
ocorre em estados de fuga que também sucedem 
comumente um estresse emocional grave. Os episódios 
costumam durar horas ou dias e, às vezes, semanas ou 
meses, enquanto o paciente assume uma nova 
identidade. 
Indivíduos gravemente deprimidos ou ansiosos podem 
parecer dementes, um fenômeno algumas vezes 
denominado pseudodemência. A memória e 
linguagem em geral se mostram intactas quando se 
realizam testes cuidadosos, e uma perturbação 
significativa da memória sugere demência subjacente, 
mesmo que o paciente esteja deprimido. O início 
costuma ser mais abrupto, e o ambiente psicossocial 
pode sugerir razões fortes para a depressão. Tais 
pacientes respondem ao tratamento da doença 
psiquiátrica subjacente. 
A esquizofrenia costuma ter idade de início bem menor 
(segunda e terceira décadas) do que a maioria das 
doenças de demência e está associada à memória 
intacta. Os delírios e alucinações da esquizofrenia são 
geralmente mais complexos, bizarros e ameaçadores 
do que aqueles da demência. DFT, DH, demência 
vascular, DCL, DA ou leucoencefalopatia podem 
começar com manifestações semelhantes à 
esquizofrenia, induzindo a diagnóstico errôneo. 
A perda de memória também pode fazer parte de 
um distúrbio de conversão. os pacientes queixam-se 
amargamente da perda de memória, mas os testes 
cognitivos cuidadosos não confirmam os déficits ou 
demonstram padrões incoerentes ou incomuns de 
problemas cognitivos. O comportamento do paciente e 
suas respostas “erradas” às perguntas muitas vezes 
indicam que ele compreende a pergunta e sabe a 
resposta correta. 
 12 Laryssa Barros – P7 – Med – tutoriaM3 - Neuro 
O embotamento da cognição por uso crônico de 
drogas ou medicamentos, é uma causa importante de 
demência. Os sedativos, tranquilizantes e analgésicos, 
podem gerar confusão, perda de memória e letargia, 
sobretudo no idoso.

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