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Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro INTRODUÇÃO é uma doença neurodegenerativa rara, caracterizada pela paralisia progressiva da musculatura voluntária refletindo a degeneração dos neurônios motores no córtex motor primário, vias corticoespinais, tronco cerebral e medula espinal. É uma doença neuromuscular, que é um grupo de doenças que comprometem a unidade motora, ou seja, o corpo celular do neurônio motor inferior, o nervo periférico, a junção neuromuscular ou o tecido muscular esquelético. É um bom exemplo das doenças neurodegenerativas, e alguns consideram-na a mais devastadora delas. EPIDEMIO DÉCADA DE 90- ELA ESPORÁDICA -INCIDENCIA= entre 1,5 e 2,7 por 100.000 habitantes/ano (média de 1,89 por 100.000) na Europa e na América do Norte, com uma incidência uniforme em todos esses países. -PREVALENCIA= 2,7 a 7,4 (3-5) por 100.000 (média 5,2 por 100.000) nos países ocidentais. - O risco de morte da forma esporádica, por 70 anos de idade, foi estimado em 1 em 1.000, mas uma estimativa mais precisa é mais provável que seja de 1 em 400. ATUAL -São diagnosticados 5.000 casos novos por ano da doença no mundo, isto é, 13 por dia. -SEXO= H>M 1,5:1→MAS dados mais recentes sugiram que a razão de sexo possa estar aproximada da igualdade. Homem também tem um maior risco de mortalidade→ atribuída a proteção de possíveis fatores hormonais nas mulheres e ao aumento da probabilidade de homens expostos a fatores de risco sobre a apuração de mulheres idosas em registros da população. -IDADE= entre 55 e 65 anos, média aos 64 anos. 5% dos casos têm um início antes dos 30 anos, embora a forma juvenil esporádica venha sendo cada vez mais reconhecida. -FORMA BULBAR= mais comum em mulheres e em grupos etários mais velhos (43% dos pacientes com mais de 70 anos) apresentando sintomas bulbares em comparação com 15% de pacientes com idade inferior a 30 anos. -ESPORÁDICA > FAMILIAR 5 a 10% dos casos têm história familiar (ELA familiar); destes, 20% têm uma mutação no gene SOD1 e 2 a 5% têm as mutações dos genes TARDBP (TDP-43), FUS, VCP, OPTN1 e ANG. A mutação CORF72 é representada pela expansão do hexanucleotídio no cromossomo 9, sendo a forma mais prevalente de alteração gênica na ELA, representando 45 a 50% dos casos de ELAF e talvez por 5% dos casos de ELA esporádica há uma herança mendeliana de alta penetrância, com a maioria dos casos apresentando padrão de herança autossômica dominante. A ELA familiar (ELAF) acomete os neurônios motores tanto corticospinais quanto inferiores. A idade de inicio é uma década antes do que para os casos esporádicos, afetando homens e mulheres igualmente, e apresentando uma menor sobrevida. Mutações na senataxina, uma helicase, produzem uma variante da ELA de início no adulto jovem e evolução lenta. -ELA juvenil=acontece antes dos 30 anos. maioria dos casos apresenta herança autossômica recessiva mapeadas nos cromossomos 2q33 (ELA 2, alsin) e 15q12- 21; embora o padrão de herança dominante associada ao cromossomo 9q34 (ELA4, senataxin) tenha sido descrito. -LOCAIS DE MAIOR ACOMETIMENTO= áreas do Pacífico Ocidental apresentam alta prevalência 50 a 100 vezes maior do que em qualquer outra parte mundo→ os Chamorro de Guam e Ilhas Marianas, a península de Kii da ilha de Honshu (Japão), e a Auyu e pessoas Jakai do sudoeste de Nova Guiné, em que ELA está associada com o parkinsonismo e demência (complexo Parkinson- demência-ELA-PDC). Estudos mais recentes→diminuição na incidência tanto de ELA quanto de PDC nessas áreas nos últimos 40 anos, embora a incidência de PDC tenha aumentado ligeiramente durante as décadas de 1980 e 1990. -MORTALIDADE= A doença tem progressão inexorável e leva ao óbito por paralisia respiratória; a sobrevida mediana é de 3 a 5 anos. pelo menos 1 em cada 1.000 mortes na América do Norte e na Europa Ocidental (e provavelmente em outros locais) seja causada por ELA FR Fatores dietéticos, lesão elétrica, história familiar de doença neurodegenerativa (doença de Parkinson ou doença de Alzheimer), residência geográfica (rural, suburbana ou urbana), serviço na Guerra do Golfo Esclerose Lateral Amiotrófica Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro (veteranos masculinos), idade materna, número de nascimentos (em mulheres) e a ordem de nascimento, ocupação, atividade física, jogar futebol profissionalmente, infecção de poliomielite anterior, etnia, tabagismo, exposição a toxinas (produtos químicos agrícolas, conduzir), trauma (lesão na cabeça), anos de educação. ETIOLOGIA FISIOPATO PATOGENESE A causa da ELA esporádica não está bem-definida. Pode-se agrupar grosseiramente as causas genéticas de ELA em três categorias. Em um grupo, o problema primário é a instabilidade inerente das proteínas mutantes, com perturbações subsequentes na degradação de proteínas (SOD1, ubiquilina-1 e 2, p62). Na segunda categoria, os genes mutantes causadores perturbam o processamento, o transporte e o metabolismo do RNA (C9orf72, TDP43, FUS). No caso de C9orf72, a patologia molecular é uma expansão de uma repetição de hexanucleotídeos intrônica (- GGGGCC-) além de um limite superior normal de 30 repetições para centenas ou até milhares de repetições→ essas expansões afetam o transporte nucleocitoplasmático; TDP43 e FUS são proteínas multifuncionais que se ligam ao RNA e ao DNA e deslocam-se entre o núcleo e o citoplasma, desempenhando múltiplos papéis no controle da proliferação celular, reparo e transcrição do DNA e tradução dos genes, tanto no citoplasma quanto localmente em espinhas dendríticas, em resposta à atividade elétrica. No terceiro grupo de e genes da ELA, o problema primário é o defeito no citoesqueleto e transporte axonal (dinactina, profilina-1). Além dos defeitos primários proximais, é também evidente que o processo final de morte das células neuronais é complexo, envolvendo múltiplos processos celulares que atuam em diversos componentes do neurônio motor (dendritos, corpo celular, axônios, junção neuromuscular) para acelerar a morte celular. Estes incluem, mas não se limitam a, excitotoxicidade, defeito na autofagia, comprometimento do transporte axonal, estresse oxidativo, ativação de estresse do retículo endoplasmático e resposta a proteínas não enoveladas e disfunção mitocondrial. Outro achado notável na ELA e na maioria dos distúrbios neurodegenerativos é o fato de que proteínas que surgem a partir de defeitos gênicos nas formas familiares dessas doenças frequentemente estão implicadas em formas esporádicas do mesmo distúrbio. PATOLOGIA A marca patológica dos distúrbios degenerativos do neurônio motor é a morte dos neurônios motores inferiores (que consistem nas células do corno anterior da medula espinal e seus homólogos no tronco encefálico, que inervam a musculatura bulbar) e dos neurônios motores superiores ou corticospinais (que se originam da camada 5 do córtex motor e descem pelo trato piramidal para formar sinapses com os neurônios motores inferiores, seja direta ou indiretamente via interneurônios). o início envolve perda seletiva de função apenas dos neurônios motores superiores ou inferiores, a ELA termina causando perda progressiva de ambas as categorias de neurônios motores→ se não houver comprometimento nítido de ambos os tipos de neurônio motor, o diagnóstico de ELA é duvidoso. Em um subgrupo, a ELA surge concomitantemente com demência frontotemporal→há degeneração dos neurônios corticais frontotemporais e atrofia cortical correspondente. Nessas doenças, os neurônios motores atingidos encolhem, muitas vezes com acúmulo de lipídeo pigmentado (lipofuscina) que normalmente se desenvolve nessas células com o avançar da idade. Na ELA, o citoesqueleto do neurônio motor é comprometido logo noinício da doença. Aumentos focais são frequentes nos axônios motores proximais; ao exame ultraestrutural, esses “esferoides” compõem-se de acúmulos de neurofilamentos e outras proteínas, como a ubiquitina, tipicamente associados à proteína TDP43 + proliferação da astróglia e da Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro micróglia, que inevitavelmente acompanha todos os processos degenerativos do sistema nervoso central (SNC). A morte dos neurônios motores periféricos do tronco encefálico e da medula espinal gera desnervação e consequente atrofia das fibras musculares correspondentes. Com a progressão da desnervação, percebe-se facilmente a atrofia muscular (dai vem o termo amiotrófica). A perda dos neurônios motores corticais resulta em adelgaçamento dos tratos corticospinais que seguem o seu trajeto pela cápsula interna. e tratos piramidais no tronco encefálico até as colunas lateral e anterior da substância branca da medula espinal. A perda das fibras das colunas laterais e a consequente gliose fibrilar conferem certa firmeza à medula (esclerose lateral). Há uma seletividade da morte de células neuronais→ Pela microscopia óptica, todo o aparato sensitivo, os mecanismos regulatórios para o controle e coordenação dos movimento, e cognição permanecem intactos (exceto se houver demência frontoteporal concomitante que afeta a cognição). Dentro do sistema motor, verifica-se seletividade de comprometimento→os neurônios motores essenciais à motilidade ocular não são acometidos, tampouco os neurônios parassimpáticos da medula espinal sacral (o núcleo de Onufrowicz, ou Onuf) que inervam os esfincteres anal e vesical. MECANISMOS ENVOLVIDOS TOXICIDADE AMBIENTAL a doença está relacionada com a presença de algum fator genético, e a sua expressão clínica estaria relacionada com a exposição desse indivíduo, marcado geneticamente a algum fator, ou fatores, que funcionariam como gatilho para o desencadeamento do processo de degeneração do motoneurônio. Entre os gatilhos, destacam-se: processo inflamatório, exposição a agentes tóxicos (endógenos – do próprio indivíduo; ou exógenos – produtos do meio ambiente) e atividade física. nos Chamorros, moradores da Ilha de Guam, foi identificada uma relação direta de pacientes com ELA e um fator exógeno, ou seja, uma palmeira do grupo cicad (Cycas sp) (sagu palm – a folha de palmeira de sagu), que é utilizada como fonte de alimento (preparo de farinha) ou para abrasão na pele. A descoberta da íntima relação entre o processo de morte do neurônio e a ação do glutamato (processo de neuroexcitotoxicidade) levou à especulação de que os Chamorros poderiam estar expostos a algum agente neurotóxico, no caso, o BMAA. Presente nas sementes de cicadácea, grandes quantidades de BMAA podem produzir excitotoxicidade, talvez por atuação semelhante à do glutamato. o BMAA esta presente no flying fox, uma espécie de morcego com aspecto facial de raposa, que o povo come. Esse aminoácido excitatório cruza a barreira hematoencefálica e também se mostrou aumentado no cérebro de pacientes com o complexo ELA/Parkinson/demência. A origem do BMAA encontra-se nas cianobactérias que vivem em simbiose com os frutos de plantas que, por sua vez, são fonte nutricional para os flying fox. EXCITOTOXICIDADE A atividade sináptica do neurônio motor é mediada pelo neurotransmissor excitatório glutamato que atua sobre os seus receptores na membrana pós-sináptica. O neurônio motor apresenta quatro tipos de receptores de glutamato, sendo os mais importantes o AMPA e o NMDA, responsáveis pela sua atividade excitatória, que é regulada por subtipos de receptor denominados GLUR1 até GLUR6. Os receptores GLUR2 e GLUR 4 (responsáveis pelo controle do influxo de cálcio intracelular) estão reduzidos nos pacientes com ELA. A excitotoxicidade é considerada um importante mecanismo na causa da ELA, gerando a hipótese de um defeito na recaptação do glutamato pela célula da glia ou de um aumento da liberação dos terminais nervosos. O glutamato em excesso na fenda sináptica é transportado para o astrócito por um transportador de glutamato (EAAT2). Em pacientes com ELA, observa-se uma diminuição desse transportador, permitindo-se uma ação continuada sobre o neurônio pós-sináptico. A recaptação alterada do glutamato induz ao acúmulo de glutamato, o qual resulta em morte celular. O influxo maciço de cálcio pela ativação excessiva dos receptores NMDA estimula diversas enzimas no interior da célula, contribuindo com o processo de morte celular. ESTRESSE OXIDATIVO a maior função da SOD1 é de defesa antioxidante, com remoção de radicais tóxicos. Mutações na SOD1 podem levar a uma alteração conformacional da enzima, permitindo que substratos aberrantes entrem no sítio ativo e reajam com o íon cobre, ocasionando um ganho de função tóxica. Um defeito básico no metabolismo mineral e hiperparatireoidismo secundário, provocado por déficit nutricional de cálcio, levam à absorção aumentada de elementos tóxicos, como alumínio (o metal mais comum na Terra) ou sílica, e, eventualmente, deposição desses elementos como hidroxiapatita cálcica ou alumínio silicatos nos neurônios afetados. FATORES TRÓFICOS As neurotrofinas, têm um papel importante no desenvolvimento e na sobrevivência dos neurônios. A deficiência de fatores tróficos transportados por fluxo axoplasmático anterógrado ou retrógrado teria uma implicação direta como causa de ELA. São eles= fator de crescimento nervoso (NGF), fator neurotrófico ciliar (CNTF), o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), a neurotrofina-3 (NT-3) e NT- Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro 4/5; fator de crescimento de fibroblasto (FGF), o fator de crescimento como insulina (IGF-1) e o fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF). DISFUNÇÃO MITOCONDRIAL A lesão mitocondrial parece ser muito importante no processo que leva à destruição do motoneurônio, tanto nas formas familiares de ELA ligadas à mutação da SOD como nas formas esporádicas com excesso de glutamato. A mitocôndria pode ser lesada de várias formas, entre elas o acúmulo de cálcio intracelular (que leva à abertura de poros na membrana mitocondrial e perda da enzima COX) e de radicais livres. A lesão da mitocôndria contribui mais ainda para ativação de mediadores gênicos da morte celular programada. APOPTOSE marco final de muitas doenças neurodegenerativas, incluindo a ELA. Atraves da função de morte do P53. ALTERAÇÕES DO CITOESQUELETO O acúmulo de neurofilamentos no axônio e no corpo celular (agregados proteicos) representa achados característicos na forma familiar e esporádica da ELA. AGREGADOS PROTEICOS Agregados proteicos, formados de proteínas mutantes enoveladas, são características comuns de várias doenças neurodegenerativas, mas ainda não há uma conclusão sobre se eles representam a causa primária da morte celular, se causam um efeito danoso à célula ou se eles são uma resposta da célula para se proteger de processos lesivos. A ELA é caracterizada pela agregação de proteínas ubiquitinadas em neurônios motores afetados. INFECÇÕES VIRAIS Sugere-se que ELA pode ser consequência tardia de uma infecção subclínica de poliovírus (Poliomielite). A hipótese tem sua origem nas similaridades neuropatológicas de ambas as doenças, em que a mesma população de células nervosas é afetada, mas, até o momento, não há comprovação de detecção de partícula viral tipo poliomielite em pacientes com ELA. AUTOIMUNIDADE Em anos recentes, estudos imunológicos envolvendo ELA têm levado muitos autores a postularem uma causa autoimune para essa patologia., porém não se sabe se a alteração imune na ELA é um fator causal, um fator de propagação ou apenas um epifenômeno resultante da morte de motoneurônios. QC As manifestações daELA são variáveis, de acordo com um comprometimento mais acentuado dos neurônios corticospinais ou dos neurônios motores inferiores do tronco encefálico e da medula espinal. NMI (FORMA DE CHARCOT) a primeira evidência típica da doença é início insidioso de fraqueza assimétrica, em geral distalmente em um dos membros. Uma anamnese detalhada muitas vezes revela o início recente de cãibras com os movimentos voluntários, nas primeiras horas da manhã (pao se espreguiçar na cama). A fraqueza causada pela desnervação associa-se à emaciação e atrofia progressivas dos músculos e, em especial no início da doença, contrações espontâneas das unidades motoras ou fasciculações. Nas mãos, é comum o predomínio da fraqueza extensora sobre a flexora. Raramente, os pacientes podem notar atrofia antes do início da fraqueza, podendo apresentar espasticidade e perda de destreza. Podem ser notadas fasciculações (espasmos musculares involuntários) ou cãibras anteriores ao aparecimento de fraqueza, mas comumente esses sintomas acompanham a progressão da perda motora e representam degeneração neuronal. FRAQUEZA= tem início insidioso, e os pacientes podem notar que os sintomas são exacerbados por alterações térmicas. (DNM BULBAR O PBP) Quando a desnervação inicial compromete a musculatura bulbar, em vez dos músculos dos membros, o problema inicial é dificuldade de mastigação, deglutição e dos movimentos da face e língua(disartria, disfonia ou disfagia). Raramente, o envolvimento precoce dos músculos ventilatórios pode levar à morte antes de surgir doença avançada em outros locais. Raramente, os doentes podem apresentar disfagia para sólidos ou líquidos antes de perceberem distúrbios da fala. Os sintomas dos membros podem se desenvolver quase ao mesmo tempo que os sintomas bulbares e, na maioria dos casos, isso ocorre dentro de 1 a 2 anos. Quase todos os pacientes com sintomas bulbares desenvolvem sialorreia (salivação excessiva) por conta da dificuldade de deglutir a saliva e pela fraqueza facial bilateral decorrente da lesão do neurônio motor central, que afeta a parte mais baixa da face. A apresentação pseudobulbar, com sintomas como labilidade emocional, choro e riso imotivados e bocejo excessivo, ocorre em um número significativo de casos na forma bulbar. CORTICOESPINAL hiperatividade dos reflexos de estiramento muscular (reflexos tendíneos) e, com frequência, resistência espástica à movimentação passiva dos membros acometidos. O sinal de Hoffmann pode ser positivo nos membros superiores, e a resposta plantar é frequentemente extensora (sinal de Babinski). Os pacientes com hiperatividade reflexa significativa queixam-se de rigidez muscular, a qual costuma ser desproporcional à fraqueza. A degeneração de Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro projeções corticobulbares que inervam o tronco encefálico gera disartria e o exagero das expressões motoras de emoção. O último gera um excesso involuntário de riso ou choro (afeto pseudobulbar). a espasticidade pode se desenvolver nos membros enfraquecidos e atróficos, afetando a destreza manual e a marcha. Nos estágios avançados da doença, os pacientes podem desenvolver espasmos flexores ou clônus, que são espasmos involuntários decorrentes da ativação excessiva do arco reflexo em um membro espástico. qualquer grupo muscular pode ser o primeiro a mostrar sinais de doença, mas com o decorrer do tempo uma quantidade cada vez maior de músculos é envolvida até que, em última instância, o distúrbio adota distribuição simétrica em todas as regiões. LEMBRAR QUE independentemente de a doença inicial ter comprometido os neurônios motores superiores ou inferiores, ambos os grupos serão comprometidos. Mesmo nos estágios tardios da doença, as funções sensitiva, vesical, intestinal e cognitiva são preservadas. Mesmo quando há doença grave do tronco encefálico, a motilidade ocular é poupada até fases muito avançadas da enfermidade. Em alguns casos (em particular nos casos familiares), a ELA surge junto com a demência frontotemporal, que se caracteriza por anormalidades precoces do comportamento com manifestações comportamentais proeminentes indicativas de disfunção do lobo frontal. 5% dos casos de ELA apresentam insuficiência respiratória como início dos sintomas, sem envolvimento significativo de membros ou sintomas bulbares. Esses pacientes apresentam sintomas de insuficiência respiratória ou hipoventilação noturna, como dispneia, ortopneia, sono perturbado, dores de cabeça matinais, sonolência diurna excessiva, anorexia, diminuição da concentração e irritabilidade ou alterações de humor. EXAME NEUROLOGICO Em pacientes com disfunção bulbar, a disartria pode surgir de qualquer doença que afete o neurônio motor inferior (NMI) ou por paralisia pseudobulbar por meio de transtorno do neurônio motor superior (NMS), tornando a voz arrastada ou com qualidade nasal. - o reflexo mandibular pode estar exacerbado, especialmente na doença de início bulbar. -Lesão do NMS causa uma fraqueza tipo facial na metade inferior da face, causando dificuldades com o selo de lábio e soprar das bochechas. -O reflexo de vômito é preservado, muitas vezes rápido, enquanto o palato mole pode estar fraco. -desenvolvem fasciculações e atrofia da língua, enquanto os movimentos são retardados pela espasticidade. -Os nervos cranianos permanecem intactos, mas os pacientes podem desenvolver uma paralisia do olhar, embora isso seja muito raro. A análise sensorial é quase sempre normal. -atrofia muscular focal envolvendo sobretudo os músculos de mãos, antebraços, ombros, coxa proximal ou distal e pé. Fasciculações são normalmente visíveis em mais de um grupo muscular. A espasticidade é evidente nos membros superiores e inferiores por meio de manobras específicas de avaliação de tônus. Reflexos tendíneos profundos são patologicamente vivos ou exaltados. ELA FAMILIAR Clinicamente, a ELA esporádica e a familiar são indistinguíveis. O rastreamento de mutações nos genes ligados a ELA identifica aproximadamente 60% de todos os pacientes com as formas familiares. DIAGNOSTICO o diagnóstico de ELA é baseado na presença de achados clínicos característicos, em conjunto com investigações para exclusão de síndromes mimetizadoras da ELA (p.ex., mielorradiculopatia cervical)→podem causar erro diagnostico em 5-10% dos casos. A constatação clínica de sinais sugestivos da combinação entre o NMS e o NMI, que não pode ser explicado por qualquer processo de outra doença [evidenciada em estudo eletrofisiológico, de imagem, líquido cefalorraquidiano (LCR) ou estudos sorológicos, juntamente com a progressão compatível com uma doença neurodegenerativa, é sugestivo de ELA. →os pacientes podem ser classificados em: clinicamente definitivo, clinicamente provável, Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro clinicamente provável-suportado laboratorialmente e possível. É essencial realizar alguns passos para exclusão de patologias correlacionadas, principalmente quando não há uma doença definida. Estão entre esses passos: 1. História e exame físico: certificar-se de que os achados clínicos são indicativos do diagnóstico de ELA/DNM. 2. Exame eletroneuromiográfico: confirmar a presença de comprometimento do NMI em regiões clinicamente comprometidas. Identificar o envolvimento de NMI em regiões clinicamente não comprometidas, aparentemente. Excluir outras doenças. 3. Neuroimagem: excluir outras doenças que poderiam mimetizar DNM/ELA. 4. Exames laboratoriais clínicos: excluir outras doenças ELA-like. 5. Utilização de novos métodos eletrofisiológicos, de neuroimagem, de imuno-histoquímica e de exames de DNA. EXAMES GERAIS: Hemograma, velocidade de hemossedimentação (VHS), painel bioquímico geral, exame de urina,creatinofosfoquinase (CPK), aldolase, anticorpo antirreceptor de acetilcolina, anticorpos antigangliosídio (GM1, Asialo GM1, GD1B), eletroforese de proteínas, dosagem de imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM), perfil reumatológico, vitamina B12, folato, marcadores tumorais (alfafetoproteína, antígeno carcinoembrionário [CEA], CA 15.3, CA19.9, CA 125, antígeno prostático específico [PSA], HU). AVALIAÇÃO SISTEMICA 1. Endócrina: tireoide, paratireoide, testosterona, hepática. 2. Infecciosa: reação sorológica (sífilis, Lyme, HIV, HTLV- 1 e 2, hepatites B e C) 3. Tóxica: metais pesados (chumbo, mercúrio, alumínio, zinco, cobre). 4. Avaliação enzimática: hexosaminidase A/B. 5. LCR: eletroforese de proteínas, citologia, bioquímica, dosagem específica de globulinas, reações imunológicas, pesquisa de células neoplásicas. 6. Biópsia muscular, biópsia de medula óssea. 7. Exames de imagem: RM encefálica, de coluna. 8. Avaliação de DNA: SOD1, VAPB, C9ORF72, sequenciamento genético, se necessário. 9. Doença de Kennedy (expansão de trinucleotídio GCC no cromossomo X). ELETRONEUROMIOGRAFIA Nos pacientes em que há suspeita clínica de ELA, é necessário estudar os motivos, principalmente achados eletrofisiológicos para documentar a disfunção motora inferior em pacientes com regiões clinicamente envolvidas e não envolvidas, e também para excluir outros processos de doença. ESTUDOS DE CONDUÇÃO NERVOSA são necessários para o diagnóstico e principalmente para definir e excluir outros distúrbios do nervo periférico, junção neuromuscular e músculo que podem imitar ou confundir o diagnóstico de ELA. devem geralmente ser normais ou próximo do normal, a menos que o potencial composto muscular seja pequeno. Na ELA, a latência motora distal (DML) e a velocidade de condução motora (VCM) permanecem quase normais, nunca com queda inferior a 70% do limite superior ou inferior do normal. Estudos de condução motora são importantes na exclusão de neuropatia motora multifocal, pela detecção de bloqueio na condução parcial. A redução acentuada da amplitude proximal ou da área do pico negativo em comparação com os distais (mais de 50%), em segmentos curtos (excluindo o aprisionamento local), implica bloqueio de condução parcial. aumento da latência de onda F com frequência normal e amplitude aumentada, e da desaceleração da sua velocidade e a diminuição da frequência são alterações relatadas na ELA. EMG CONVENCIONAL Eletromiografia (EMG) com agulha concêntrica fornece evidências de disfunção no NMI necessárias para apoiar o diagnóstico de ELA, devendo-se encontrar sinais de denervação aguda e crônica em pelo menos três, ou duas mais a bulbar, das quatro regiões do SNC: tronco cerebral (bulbar), cervical, medular torácica ou lombossacral da coluna vertebral. tronco cerebral, basta que a EMG demonstre alterações de um músculo (língua, músculos faciais ou da mandíbula). Para a região torácica é suficiente que a EMG demonstre alterações nos músculos paravertebrais iguais ou inferiores ao nível T6 ou nos músculos abdominais. Para o colo do útero e região lombossacral, pelo menos dois músculos inervados por diferentes raízes e nervos periféricos devem sofrer alterações de EMG. →sinais de denervação ativa: • fibrilação; • onda aguda positiva. →Sinais de denervação crônica: • potenciais grandes, um aumento da proporção de potenciais polifásicos, muitas vezes de maior amplitude; • padrão de interferência reduzida com taxas de descarga mais elevada a 10 Hz (a menos que haja um componente significativo NMS, caso em que a taxa de disparo pode ser inferior a 10 Hz); • potenciais motores de unidade instáveis Potencial de fasciculação é um sinal importante encontrado na ELA, embora possa ser observado em músculos normais (fasciculações benignas) e não está Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro presente em todos os músculos dos pacientes com ELA. Nas fasciculações benignas, a morfologia dos potenciais é normal, enquanto em potenciais de fasciculação associados a lesão neurogênica existem alterações na morfologia normal. ESTIMULAÇÃO MAGNETICA TRANSCRANIANA A EMT com medida de condução motora central é um método não invasivo para avaliar as vias motoras. Permite a detecção precoce de lesões do NMS em pacientes que não apresentem sinais clínicos. Amplitude motora, limiar cortical, tempo de condução motora central e períodos de silêncio podem ser avaliados por esse método NEUROIMAGEM exclusão de uma lesão estrutural tratável que poderia mimetizar a doença, produzindo diferentes graus de lesão no NMS e NMI, especialmente naqueles com doença clinicamente provável ou possível. Os critérios utilizados pela WFN estabelecem que estudos de imagem, RM de crânio e de coluna cervical fazem parte dos exames necessários para o diagnóstico. Podem não ser necessários nos casos em que tenham doença clinicamente definida de início bulbar ou pseudobulbar, como é improvável que as lesões estruturais podem imitar a doença clinicamente definida. -RM= pode ser usada para revelar lesões nas vias corticospinais. O achado mais característico é hiperintensidade das vias corticospinais em T2, sequência MTC e spin ECHO em T1 e Flair ponderada, e é mais bem visualizado no cérebro e no tronco cerebral e, em menor grau na medula espinal. RM com espectroscopia, tensor de difusão de imagem (DTI), RM com morfometria baseada em voxel e imagem funcional com técnicas (RMf, tomografia por emissão de pósitrons [PET] e tomografia computadorizada por emissão de fóton único [SPECT]), têm um papel limitado na rotina clínica. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL COM SINAIS DE NMS 1. AVC com hemiparesia espástica, deficiência de vitamina B12, encefalomielopatia paraneoplásica, esclerose múltipla, mielopatia associada à endocrinopatia, hiperparatireoidismo, mielopatia associada ao HTLV-1, paraparesia espástica hereditária/herança autossômica dominante forma mais comum (19 loci gênicos descritos), herança autossômica recessiva e recessiva ligada ao X (mais rara pura), paraparesia espástica em MMII. 2. Complicada: associação com outras comorbidades neurológicas. 3. Paraparesia espástica tóxica: causada por toxinas alimentares. 4. Latirismo (por alimento contaminado com beta-oxalil-L- aminoácido), Konzo (por toxicidade pela mandioca brava). COM SINAIS DE NMI 1. Outras neuronopatias motoras: •atrofia muscular espinal (AME) do adulto; •síndrome da pós-poliomielite. 2. Radiculopatia compressiva: cervical; lombossacral 3. Entidades com fasciculação: •fasciculações benignas; •doenças da raiz motora, do plexo e nervo periférico. 4. Mononeuropatia. 5. Compressão. 6. Mononeuropatia múltipla: •neuropatia hereditária sensível à pressão; •vasculite. 7. Neuropatia motora multifocal com ou sem bloqueio de condução 8. Plexopatia: •amiotrofia diabética; •neuropatia do plexo braquial; •síndrome do desfiladeiro torácico; •tumor: linfoma. 9. Polineuropatia: •neuropatia desmielinizante inflamatória crônica, variante motora; •neuropatia sensitivo-motora hereditária (Charcot- Marie-Tooth); •polineuropatia endócrina: diabetes; •polineuropatia infecciosa: Lyme, HIV; •polineuropatia tóxica: metais pesados. 10. Defeito da junção neuromuscular: •miastenia grave; •síndrome miastênica. 11. Miopatia: •miopatia distal; •miosite por corpos de inclusão; •polimiosite. COMBINAÇÃO DE NMS E NMI Adrenomieloneuropatia, doença por depósito de poliglucosan do adulto, espondilose cervical com mielopatia e radiculopatia, infecção por HIV (AIDS), doença de Lyme, sífilis, neurofibromatose central, neuropatia tóxica por organofosfato, siringomielia. COM SINAIS BULBARES 1. Lesão cerebral estrutural: AVC, malformação da transição craniovertebral, tumor. 2. Miastenia grave. 3. Paralisiapseudobulbar. 4. Siringobulbia. DOENÇA DE KENNEDY Os principais fatores que diferenciam a doença de Kennedy da ELA são a quase total exclusividade do envolvimento masculino, a progressão lenta dos sintomas e a ausência de sinais do NMS. A proeminência de fasciculações em musculatura bulbar e sinais de insensibilidade androgênica promove ginecomastia, resistência à insulina, diabetes melito e tireoideopatias. O fenômeno conhecido como ativação aleatória do cromossomo X torna possível o Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro achado de mulheres heterozigotas oligossintomáticas. 1 em 25 pacientes inicialmente diagnosticados como ELA pode ter a doença de Kennedy. O tratamento é realizado com inibidor de hormônio da testosterona, com sucesso. NEURONOPATIA MOTORA COM BLOQUEIO DE CONDUÇÃO -enfermidade autoimune, caracterizada por fraqueza lentamente progressiva, assimétrica, de início, geralmente, nas porções distais dos membros, sendo que 80% dos pacientes apresentam os primeiros sintomas entre 40 e 50 anos de idade. -O diagnóstico é baseado em estudo eletroneuromiográfico com demonstração da presença do bloqueio de condução motora, fora dos locais comuns de compressão dos nervos, representando a falência da propagação do impulso através do axônio intacto no estudo da condução motora. -seu tratamento é realizado com administração de imunoglobulina humana endovenosa na dose de 400 mg/kg/dia por 5 dias, mensalmente, associada à infusão de medicação imunossupressora, por via endovenosa, mensalmente. SINDROME DE AMP -responsável por 5 a 10% dos pacientes com DNM e indica uma síndrome do NMI puro, sem acompanhamento de sinais de acometimento do NMS. É quase sempre de apresentação apendicular, mas os pacientes podem eventualmente desenvolver dificuldades de deglutição em estágios mais avançados. -até 50% dos pacientes podem desenvolver sinais de NMS e possam desenvolver ELA típica. ELP -síndrome do NMS clinicamente progressiva, que não pode ser atribuída a outra doença. -um transtorno totalmente separado da ELA, pois não há evidências de estudos patológicos característicos da ELA, como inclusões ubiquitinadas nessa condição. Os pacientes apresentam uma síndrome pura do NMS com ausência ou mínimos sinais de NMI. - surge de forma esporádica em adultos de meia-idade ou mais velhos. Clinicamente, caracteriza-se por fraqueza espástica progressiva dos membros, precedida ou acompanhada de disartria espástica e disfagia, o que indica comprometimento associado dos tratos corticospinal e corticobulbar. Não há fasciculações, amiotrofia e alterações sensitivas; a eletromiografia e a biópsia muscular não mostram desnervação. -DIFICIL DIAGNOSTICAR DE ELA EM ESTAGIO INICIAL= Alguns pacientes com ELA típica podem, no início, apresentar apenas sinais de NMS. Por essa razão, alguns autores têm sugerido que os sinais de NMI devem estar ausentes por 3 anos desde o diagnóstico de ELP. Paraplegia espástica hereditária Em sua forma pura, a PEH costuma ser transmitida de modo autossômico; a maioria dos casos de início no adulto são herdados de modo dominante. Os sintomas costumam surgir na terceira ou quarta década de vida, e caracterizam-se por fraqueza espástica progressiva com início nas partes distais dos membros inferiores; contudo, existem variantes com início tão precoce que o diagnóstico diferencial inclui paralisia cerebral. A PEH apresenta uma sobrevida longa, presumivelmente porque a função respiratória é poupada. Nas fases avançadas da doença, pode haver urgência e incontinência urinárias e, às vezes, incontinência fecal; a função sexual tende a ser preservada. a PEH corresponde a uma degeneração dos tratos corticospinais, que têm um aspecto quase normal no tronco encefálico, mas mostram crescente atrofia em níveis mais caudais da medula espinal. TTO Nenhum tratamento detém o processo patológico subjacente na ELA. O fármaco riluzol (100 mg/dia) foi aprovado para a ELA, pois produz discreto aumento da sobrevida. a taxa de sobrevida após 18 meses com riluzol foi semelhante à do placebo aos 15 meses. Não se sabe exatamente o mecanismo desse efeito; talvez reduza a excitotoxicidade por diminuição da liberação de glutamato. costuma ser bem tolerado; às vezes ocorrem náuseas, tontura, perda de peso e elevação das enzimas hepáticas. Um segundo fármaco, edaravone, também foi aprovado pela Food and Drug Administration, com base em um único estudo de 6 meses em uma população altamente selecionada de indivíduos com ELA que demonstrou uma redução modesta na trajetória de agravamento em uma escala de incapacidade; a sobrevida não foi incluída como parâmetro final. Esse fármaco, que se acredita possa atuar como antioxidante, é administrado em uma série de 10 dias de infusões intravenosas diárias mensalmente. Estudos fisiopatológicos da ELA relacionada com SOD1 mutante em camundongos revelaram diversos alvos para tratamento; em consequência, várias terapias estão sendo investigadas em estudos clínicos sobre ELA, incluindo estudos experimentais de moléculas pequenas, células-tronco mesenquimais e imunossupressão. Intervenções como oligonucleotídeos antisense (ASO), que diminuem a expressão da proteína SOD1 mutante, prolongam a sobrevida em camundongos e ratos Laryssa Barros – P7 – Med – Tut neuro transgênicos com ELA, e também estão atualmente em ensaios clínicos para a ELA mediada por SOD1. recursos de reabilitação podem ajudar substancialmente os pacientes com ELA: Órteses para pé caído facilitam a deambulação ao eliminar a necessidade de flexão excessiva do quadril e prevenir tropeços sobre o pé flácido. As talas para extensão dos dedos da mão potencializam a preensão. A assistência respiratória pode preservar a vida. Para pacientes que decidiram não se submeter a ventilação de longo prazo por traqueostomia, a ventilação com pressão positiva pela boca ou pelo nariz proporciona alívio transitório (semanas a meses) da hipercarbia e hipoxia. Um dispositivo respiratório (Cough Assist Device [dispositivo de auxílio da tosse]) que produz tosse artificial também é extremamente benéfico para alguns pacientes. É altamente eficaz na limpeza das vias aéreas e prevenção de pneumonia por aspiração. Quando a doença bulbar afeta a mastigação e deglutição, uma gastrostomia costuma ser útil, restaurando a nutrição e hidratação normais. Felizmente, uma variedade crescente de sintetizadores da fala está disponível para amplificar a fala quando há paralisia bulbar avançada. Esses equipamentos facilitam a comunicação oral e podem ser eficazes para uso telefônico. Os pacientes com ELA e seus familiares são propensos a depressão, sentimentos de desesperança e ansiedade em relação ao fim de vida, após o diagnóstico ou com a progressão da doença. Portanto, apoio psicológico na forma de aconselhamento e cuidados especializados deve ser oferecido aos pacientes e familiares desde o início. TTO SINTOMÁTICO -I -INSUFICIENCIA RESPIRATORIA= A Academia Americana de Neurologia (AAN) recomenda começar a ventilação não invasiva (VNI) quando a CVF declina para 50% do valor previsto. No entanto, pacientes podem desenvolver insuficiência respiratória com uma CVF acima de 70% do valor previsto, portanto, uma CVF de 75% ou menos é mais apropriada como um limite para um acompanhamento mais próximo dos sintomas respiratórios. O suporte respiratório é normalmente fornecido por VNI ou ventilação invasiva por traqueostomia. A VNI costuma ser utilizada inicialmente de forma noturna, intermitente e como apoio para aliviar os sintomas de hipoventilação noturna; com a piora da função respiratória, os pacientes tendem a exigir o aumento do apoio durante o dia e, eventualmente, apoio contínuo. PROGNOSTICO A análisede amostras de doentes em grandes ensaios clínicos, mostra que a sobrevida global mediana do início dos sintomas para DNM/ELA varia entre 2 e 3 anos para casos de início bulbar e de 3 a 5 anos para casos com início nos membros. Grandes estudos de coorte clínica têm mostrado 3 a 5 anos de sobrevida, em torno de 48% e 24% dos indivíduos, respectivamente, com cerca de 4% sobrevivendo mais de 10 anos. Importantes indicadores do prognóstico de sobrevivência: fenótipo clínico flail arm, a atrofia muscular progressiva e a forma pseudopolineurítica, que apresentam melhor prognóstico do que as formas típicas e com início bulbar ou apendicular, idade e o tempo de início dos sintomas, mais curta a partir do início dos sintomas até o diagnóstico, a base declínio CVF, a categoria El Escorial na apresentação e o uso riluzol, presença de complicações infecciosas.
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