Buscar

TrabalhoCorrigido_993821

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO INFANTIL: O LÚDICO NA PERSPECTIVA DA 
APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL DA 
CRIANÇA 
 
Marcilene Barboza Menelli 
Orientadora: Glaucia Diniz Marques 
 
RESUMO 
Este artigo discorre sobre a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento do 
ensino-aprendizagem na educação infantil, reconhecendo-se que as brincadeiras e os jogos 
tem papel fundamental no desenvolvimento da criança e na escola moderna relaciona-se com 
elementos indispensáveis para a formação social, o desenvolvimento cognitivo, a construção 
de conhecimentos e a formação da personalidade da criança. Trazendo a construção da 
relação do lúdico com a educação e a sua abordagem no ensino-aprendizagem e a correlação 
dos estudos de teóricos como Piaget, Vygotsky, Kishimoto que em situações de jogos e 
brincadeiras verificaram grande desenvolvimentos nas crianças, oportunizando o seu 
pensamento reflexivo e identificando o nível de desenvolvimento, tornando possível à criança 
transformar e produzir novos significados, mostrando afinal a importância dessas atividades 
lúdicas no contexto da Educação Infantil. Foram determinados como objetivos da pesquisa 
analisar a concepção da brincadeira como atividade comum a todas as crianças, compreender 
o brincar como uma fonte enriquecedora de conhecimentos e desenvolvimentos da infância, 
apontar a ludicidade como um fundamento da prática educativa e a didática do brincar como 
campo de exploração para o processo de ensino-aprendizagem. O método utilizado foi de 
pesquisa bibliográfica percebendo-se que existem vários estudos importantes sobre o tema. Os 
autores pesquisados contribuíram para concluir que jogos e brincadeiras como recursos 
pedagógicos são facilitadores da mediação de conhecimentos e aprendizagens múltiplas. 
 
Palavras-Chave: Lúdico. Educação. Criança. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Através do desenvolvimento do tema “Educação Infantil: O lúdico na perspectiva da 
aprendizagem e do desenvolvimento saudável da criança” destaca-se a importância do brincar 
no espaço educativo e a prática educativa lúdica, de modo que, o brincar na infância ao 
assumir novos contornos, tem conduzido as escolas de Educação Infantil e os educadores a 
estenderem o olhar para o lúdico como ação pedagógica. 
A realização de um trabalho que aborde o jogo e as brincadeiras no contexto da 
Educação Infantil é de suma importância porque levanta questões urgentes quanto à 
necessária valorização do ato de brincar na infância como fator decisivo para o bom 
desenvolvimento cognitivo, social e físico da criança na pré-escola. 
2 
 
Ao estender o olhar para a infância, percebe-se que as culturas infantis são 
estabelecidas por um conjunto de formas, significados, objetos, artefatos que atribuem 
maneiras de compreensão simbólica sobre o mundo (CARVALHO, 2007). Ou seja, 
brinquedos, brincadeiras, músicas e histórias que expressam o olhar infantil, olhar construído 
no processo histórico de diferenciação do adulto. 
 Pretende-se mostrar com essa pesquisa que o lúdico tem se tornado um excelente 
recurso pedagógico na educação infantil possibilitando mais vida, prazer e significado ao 
processo de ensino e aprendizagem, tendo em vista que além de inovador é poderoso para 
estimular o desenvolvimento construtivo da criança é preciso que o educador inove e 
enriqueça sua metodologia. As escolas e educadores, precisam se adaptar e reconhecer que o 
brincar é fundamental. 
Seguindo a vertente que valoriza a intencionalidade do professor que media 
experiências significativas entre o brincar e o aprender, utilizando atividades e brincadeiras 
como novos elementos que, certamente, estarão presentes nas brincadeiras livres criadas pelas 
crianças, questiona-se: Porque se associa o brincar à prática pedagógica na Educação Infantil? 
Foram determinados como objetivos da pesquisa analisar a concepção da brincadeira 
como atividade comum a todas as crianças, compreender o brincar como uma fonte 
enriquecedora de conhecimentos e desenvolvimentos da infância, apontar a ludicidade como 
um fundamento da prática educativa e a didática do brincar como campo de exploração para o 
processo de ensino-aprendizagem. 
O caminho investigativo contou com a análise de diversas fontes bibliográficas e nesse 
sentido Demo (2006, p.63) afirma que “o trabalho pessoal de pesquisa encontra expressão 
própria no desafio de assumir um tema para elaborar e defender, ainda que possa restringir-se 
à produção teórica.”. De acordo com Gil (2002, p.50), a pesquisa seguirá os preceitos de uma 
pesquisa bibliográfica, sendo “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído de 
livros, artigos científicos, periódicos” considerando-se o registro de um conjunto de 
preocupações, ideias e conflitos. 
Este envolvimento com a pesquisa ganha sentido na produção de conhecimentos 
científicos alimentando outros níveis da área educacional com esclarecimentos importantes 
acerca da temática abordada, visto que uma intervenção pedagógica que utiliza o recurso 
lúdico por meio de jogos e brincadeiras desperta o interesse, permitindo de haja progressos 
expressivos no desempenho e na aprendizagem da criança. 
 
 
3 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 A CONSTRUÇÃO DA RELAÇÃO DO LÚDICO COM A EDUCAÇÃO 
 
A ideia de que a criança é um ser diferente do adulto é recente, começando no século 
XIX, porém, conforme as observações de Antunes (2005) a concepção da cultura lúdica é uma 
concepção historicamente construída, e assim como as sociedades que vão evoluindo em cada 
época, a cultura lúdica foi se aprimorando. 
O Brasil, país de uma grande miscigenação de raças e culturas, as brincadeiras, os 
jogos, os brinquedos e as histórias foram incorporando cada uma dessas culturas (africanas, 
portuguesa, francesa, espanhola, etc.), o que permitiu inserir muitos tipos de atividades nas 
brincadeiras das crianças. Porém, nas escolas prevalecia a ideia que nelas era lugar de 
aprender não de brincar. 
A educação da criança com a inserção do aspecto lúdico nesse processo tornou-se 
essencial. Mas, esta ponderação não é recente. Conforme Kishimoto (1998), a importância do 
lúdico foi mencionada por Aristóteles, Platão, Quintiliano, Montaigne, Montessori, Decroly, 
Freinet, Rousseau, que defendiam o papel do jogo na educação. 
Segundo Kishimoto (1998 e 2003), os jogos tradicionais infantis fazem parte da 
cultura popular, são transmitidos pela oralidade, de pai pra filho e assim consecutivamente e 
sempre estão em transformação, incorporando as modificações de geração para geração. 
Foi gradativamente que a criança ganhou identidade, sendo reconhecida como um ser 
com suas vontades e suas especificidades. De modo que, segundo Moreira e Vasconcelos 
(2003, p.171), “[...] a escola tornou-se uma instituição fundamental na sociedade, quando a 
infância passou a ser vista como fase dotada de diferença, a ser institucionalizada, separada do 
restante da sociedade e submetida a um regime disciplinar cada vez mais rigoroso.”. 
No início do século XX a partir de Froebel, o idealizador do jardim-de-infância 
(Kindergarten), foi que o jogo começou a ser integrado na educação infantil. Segundo a visão 
de Froebel, a criança é capaz de um autodesenvolvimento, portanto, é preciso construir um 
princípio educativo que possibilite a criança a se desenvolver de forma espontânea, sendo que 
a maneira especial de obtê-lo é por meio do jogo, do brinquedo e da brincadeira. Trata-se de 
dar lugar ao jogo sem abandonar a iniciativa da criança. 
Teóricos da Psicologia, no século XX, debruçam-se sobre o tema Wallon (2008), 
Piaget (1978) e Vygotsky (1988). Eles apresentam, em suas obras, a importância do jogo 
4 
 
como elemento de contribuição para a construção do conhecimento como também para o 
desenvolvimento infantil, proporcionando à criança a possibilidade de aquisição de regras, 
expressão de seu imaginário, apropriação e exploração do meio e aquisição de conhecimentos.Em 1959 a ONU publicou a Declaração Internacional dos Direitos da Infância onde 
assegura às crianças o direito ao lazer, o direito de desfrutar plenamente de jogos e 
brincadeiras que deverão estar voltados para educação; e que a sociedade deverá se esforçar 
para assegurar estes direitos e a todos os outros os quais ela retrata. 
Marcando uma concepção de respeito e compreensão da infância no qual a criança 
brinca para aprender, surgiu o movimento da Nova Escola fundamentado nas ideias de 
Froebel, Dewey, Montessori, Decroly e outros transformando a história da educação, 
principalmente da pré-escola, com a inserção de atividades lúdicas em sala de aula, 
transformando as teorias pedagógicas utilizadas até então. Dewey (1966), um de seus 
orientadores, acrescenta que os jogos na escola são fatores importantes para a educação, 
propiciando a socialização e formação da identidade infantil. Segundo Froebel (1912), a 
criança deve: 
 
[...] viver de acordo com sua natureza, tratada corretamente e deixada livre, para que 
use todo seu poder. (...) A criança precisa aprender cedo como encontrar por si 
mesmo o centro de todos os seus poderes e membros, para agarrar e pegar com suas 
próprias mãos, andar com seus próprios pés, encontrar e observar com seus próprios 
olhos (FROEBEL, 1912, p. 66). 
 
Froebel deu inicio aos estudos sobre a importância do lúdico no desenvolvimento 
integral da criança e assim o jogo, a ação de brincar, passa a fazer parte da educação infantil, 
vinculando a manipulação de materiais como bolas, cubos, brinquedos de montar, etc. com a 
aprendizagem da matemática. 
A proposta de Froebel apresentava as brincadeiras livres, os jogos, o brinquedo e o 
brincar como essenciais para o trabalho pedagógico. Segundo Kishimoto (2001, p.14) 
“Froebel concebeu o brincar como atividade livre e espontânea da criança, e ao mesmo tempo 
referendou a necessidade de supervisão do professor para os jogos dirigidos apontando 
questões sempre no contexto atual”. Os estudos de Conrad (2000, p.45) apontam que, “o 
jardim-de-infância de Froebel foi sustentado pelo pressuposto de que a comunhão das 
crianças pequenas entre si já oferece grande potencial educativo. Na educação escolar deve-se 
ser antecipada pelo cuidado em especial das forças mentais da criança pequena”. 
Com a valorização da brincadeira infantil e o brincar como comportamento inerente à 
infância, o direito de brincar é assegurado à criança, para que reproduza as situações 
5 
 
cotidianas e se desenvolva plenamente. Conforme afirma Aguiar (1999, p. 58), “a atividade 
lúdica é o berço das atividades intelectuais da criança, sendo por isso indispensável á prática 
educativa. Brincando a criança é espontânea e a partir daí podem acontecer coisas 
imprevisíveis, sendo esse o ponto alto da brincadeira”. 
Dewey, no campo filosófico, teceu suas considerações sobre a utilização dos jogos 
como forma da criança expressar-se espontaneamente e segundo Kishimoto (2001, p.74) 
“para Dewey o valor das brincadeiras se estabelece no momento em que ensinam a criança a 
respeitar o mundo em que vive e as regras nele estabelecidas pela sociedade”. 
Piaget (1978) acreditava que o jogo é essencial na vida de uma criança. Através de 
seus estudos percebeu que os jogos têm um caráter construtivo do desenvolvimento cognitivo 
na criança, reconhecendo que o desenvolvimento intelectual é produto da própria atividade da 
criança, que não para de estruturar e reestruturar seu próprio esquema de construir o mundo à 
medida que o percebe. Almeida (1995, p.41) ressalta: 
 
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um 
crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto 
espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A 
sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a 
interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e 
modificação do meio. 
 
E Santos (1999, p.115) relata que para a criança, brincar é viver. E afirma que “o 
brincar está sendo cada vez mais utilizado na educação construindo-se numa peça 
importantíssima nos domínios da inteligência, na evolução do pensamento e de todas as 
funções superiores, transformando-se num meio viável para a construção do conhecimento”. 
O educador infantil pode e deve usar o lúdico como tática para ensinar sem que a 
brincadeira tenha apenas o papel de ser porta de avaliação, mas brincar pelo prazer de brincar 
e assim permitir que a criança amplie o saber edificado. 
No entanto, como diz Moylés (2002, p.175): “Por mais sólidos que sejam os 
argumentos a favor do brincar na infância e na idade adulta, ainda haverá céticos que não 
veem nele valor nenhum, pelo menos no que se refere à educação”. Todavia, na área da 
Educação, principalmente na Educação Infantil, o lúdico deve fazer parte do ambiente natural 
da criança, por meio do qual ela aprende na forma de entretenimento que enriquece o 
desenvolvimento intelectual, psicológico, cognitivo e físico. Desse modo, ao buscar adaptar-
se aos jogos e suas regras, a criança submete-se à brincadeira em busca do prazer, e desse 
modo, a conquista alcançada na brincadeira também se torna base real para a sua moralidade. 
6 
 
2.2 A RELAÇÃO DO BRINCAR COM O DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
O desenvolvimento humano se apresenta em quatro aspectos que estão relacionados 
uns aos outros, e, portanto, não podem ser observados de forma isolada: 
1- Aspecto físico-motor: refere-se à maturação neurofisiológica, o individuo adquire a 
capacidade de manipular objetos e realizar atividades com o próprio corpo; 
2- Aspecto intelectual: O individuo desenvolve a capacidade de pensamento e raciocínio; 
3- Aspecto afetivo-emocional: Está relacionado ao modo do individuo integrar as suas 
próprias experiências, é o sentir; 
4- Aspecto social: É a maneira como o individuo reage e interage em situações que envolvem 
outras pessoas. (FONSECA, 2008) 
 A formação social na Educação Infantil refere-se ao desenvolvimento de inúmeras 
capacidades de natureza global, afetiva, de interação com seus pares e com adultos e de 
convívio social, em processo contínuo, com a aquisição da comunicação, da compreensão, do 
pensamento e de ações. 
Segundo Fonseca (2008): 
 
É por meio da atividade motora que a criança vai construindo um mundo mental 
cada vez mais complexo, não apenas em conteúdo, mas também em estrutura. O 
mundo mental da criança, devido às ações e interações com o mundo natural da 
criança, devido às ações e interações com o mundo natural e social, acaba por 
apresentar essas realidades por meio de sensações e imagens dentro de seu corpo e 
de seu celebro. Primeiro por intervenção de outras pessoas, que atuam como 
mediadoras entre as crianças e o mundo; depois pelos sucessos e insucessos da sua 
ação, ela vai adquirindo experiências que virão a ser determinantes no seu 
desenvolvimento psicológicos futuro (GONÇALVES, 1983 apud FONSECA 2008, 
p.27). 
 
Enfatiza-se também a discussão da prática pedagógica na Educação Infantil, cujos 
eixos norteadores se concentram em cuidar, educar e brincar, pois de acordo com Carvalho 
(1992, p. 14), quando a criança brinca, explora tudo à sua volta, “através de esforços físicos e 
mentais”, condizente com o MEC no livro 3 do documento Currículo em Movimento/ 
Primeiro Ciclo: Educação Infantil (BRASIL, 2013, p.75) que traz como orientação à qual o 
professor deve ficar atento para a prática de atividades físicas: 
 
A fantasia e o faz de conta, recursos de que a criança dispõe para interagir, 
incorporar, resolver, aceitar e estabelecer relações com a realidade; A vivência de 
jogos, folguedos (brinquedos populares), danças, encenações, brinquedos cantados, 
cantigas de roda, brincadeiras presentes no universo infantil; A manipulação de 
objetos de diferentes formas, pesos, texturas, tamanhos etc.; A exploração doespaço 
por meio de movimentos, como: saltitar, pular para baixo, subir, descer, rolar, etc.; 
7 
 
A orientação corporal e espacial com relação a: em frente, atrás, no alto, em cima, 
embaixo, dentro, fora etc.; A promoção da familiaridade com a própria imagem 
corporal; A discriminação das diferentes partes de seu corpo no que se refere a 
sensações e percepções; Ao ajuste dos movimentos, adequando-os às diferentes 
situações das quais participa (brincadeiras e atividades cotidianas); Ao uso de 
gestos, expressões faciais e movimentos corporais para a comunicação (BRASIL, 
2013, p.75). 
 
Nas brincadeiras e jogos as crianças procuram aprimorar seus movimentos 
explorando-os de diferentes formas e em diferentes brinquedos na busca de ação e 
movimento, de forma que essas experiências físicas e de interação com outras crianças 
possibilitam desenvolvimento das competências motriz, de autonomia e de integração social 
construindo a sua identidade alicerçada no conhecimento, controle e domínio do corpo, de 
suas reais possibilidades e limitações possibilitando o desenvolvimento de uma autoestima 
adequada à construção da personalidade. 
O trabalho docente com crianças pequenas deve ter como eixo norteador o jogar, o 
brincar, o recrear, o aprender. Esses aspectos que traçam o fazer pedagógico na Educação 
Infantil permite o desenvolvimento integral da criança. 
Para Oliveira (2008, p.160) “ao brincar, afeto, motricidade, linguagem, percepção, 
representação, memória e outras funções cognitivas estão profundamente interligados. A 
brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o processo de apropriação 
de signos sociais”. 
Devem-se viabilizar propostas de atividades que ofereçam oportunidades de desafios 
para que a criança descubra suas potencialidades e limitações conduzindo-as ao 
descobrimento de si mesma como sujeitos capazes e habilidosos. 
O desenvolvimento do corpo e o reconhecimento de suas possibilidades, segundo 
Almeida (2006), impulsiona a aprendizagem, conscientizando sobre seus limites e propicia à 
criança exercer um maior domínio sobre o próprio corpo e interagir com maior segurança no 
meio em que vive. 
Na questão da maturação física necessária à criança no processo de aprendizagem da 
escrita, a psicomotricidade como ciência é prestadora de auxílio, pois, uma das dificuldades 
encontradas por professores no ensino da alfabetização se encontra também a inabilidade da 
criança em manusear o lápis para escrever. 
Aspecto que deve estar previsto no desenvolvimento da coordenação motora fina, 
dentro do contexto da motricidade, no trabalho com crianças pequenas. “Quem trabalha na 
educação de crianças deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção e 
8 
 
a imaginação de uma criança brincando com ela. O lúdico é parceiro do professor” (MALUF, 
2003, p. 29). 
Em uma perspectiva ressaltada por Castilho (1999), para que a criança faça o uso da 
leitura e escrita é indispensável que se desenvolvam algumas habilidades, tais como: 
discriminação visual, discriminação auditiva, memória visual e auditiva, coordenação motora, 
coordenação motora fina, conhecimento do esquema corporal, orientação espacial, atenção 
seletiva, domínio da linguagem oral, diferenciação entre letras e outros símbolos, cópia de 
modelos e memorização de relatos curtos, canções infantis, versos de rima fácil. 
Recorrendo-se a Lustosa, Fiorentin e Rocha (2004, p.3): 
 
A coordenação motora fina relaciona-se com a habilidade de controlar pequenos músculos 
para exercícios refinados. É ela que nos permite desenvolver formas diferenciadas de pegar 
e controlar diversos objetos, como por exemplo, o ato de pressão e apreensão do lápis para 
a escrita ou o ato de pressão e apreensão da borracha para que se possa apagar erros no 
papel e a coordenação óculo-manual que está conectada com a coordenação motora fina, 
sem a qual não conseguiríamos controlar, por exemplo, o movimento do lápis no caderno 
para escrevermos. 
 
Como fica demonstrado, é preciso que a criança adquira habilidades que são pré-
requisitos para a alfabetização e o desenvolvimento psicomotor tem participação primordial 
na aprendizagem, e, os jogos e brincadeiras são os aliados nessa empreitada. 
Mesmo considerada a atividade fundamental da criança na fase pré-escolar, a 
brincadeira costuma ser, muitas vezes, deixada de lado, ou apenas tolerada na escola. Nas 
sociedades urbanas contemporâneas, ler, escrever e estudar tornam-se as atividades 
fundamentais para as crianças em idade escolar, e os jogos e as brincadeiras representam 
momentos de recreação e divertimento. 
Conforme Maluf (2008, p.21-22): “Na educação infantil, por meio das atividades 
lúdicas, a criança, joga e se diverte. Ela também age, sente, pensa e se desenvolve. As 
atividades lúdicas podem ser consideradas tarefas do dia-a-dia na educação infantil.”. 
O brincar está presente em praticamente todas as interações da criança, desde o 
momento da alimentação, da troca de fraldas, na hora de dormir, na sala e no pátio, portanto o 
educador deve estar preparado para interpretar e respeitar essas manifestações das crianças. 
A criança em seu direito assegurado ao brincar, como atividade que lhe é natural e 
espontânea também tem por objetivo seu desenvolvimento físico, motor, cognitivo, intelectual 
e social, subjetivamente entrelaçado ao prazer e ao divertimento. 
 
 
9 
 
2.3 A CRIANÇA E O LÚDICO 
 
As discussões sobre a educação infantil na década de 50 envolveu a necessidade de 
educar as crianças pequenas na pré-escola, conforme Kramer (1987, p.28), com os estudos de 
teóricos como Montessori, Piaget e Vygotsky, crescia concomitantemente o interesse de 
estudiosos da aprendizagem pelo conhecimento dos aspectos cognitivo do desenvolvimento, 
pela evolução da linguagem, e pela influência dos primeiros anos de vida da criança na sua 
trajetória acadêmica posterior. A inquietação com os métodos de ensino voltou a aparecer. 
No Brasil o percurso da Educação Infantil ocorreu de forma lenta e somente com a 
elaboração do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil em 1998, o lúdico 
passou a fazer parte definitivamente da educação, como instrumento educacional e como 
riqueza intelectual no ato de educar. 
Os documentos que orientam a Educação Infantil passam a estabelecer o conceito de 
criança e de infância, sob o ponto de vista da Pedagogia Moderna. O Referencial Curricular 
Nacional para a Educação Infantil que ressalta: 
 
A criança, como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma 
organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada 
cultura, em um determinado momento histórico. [...] As crianças possuem uma 
natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de 
um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas 
que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço 
para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que presenciam 
e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas 
e seus anseios e desejos (BRASIL, 1998, p. 21). 
 
Na Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017) os eixos estruturantes das 
práticas pedagógicas e as competências gerais propostas para a Educação Infantil dizem 
respeito a seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: Conviver; Brincar; Participar; 
Explorar; Expressar; Conhecer-se. 
Ou seja, nessa etapa é dever adotar o cuidado e a educação, valorizar o conhecimento 
para que a criança conquiste a cultura da vida através de atividades lúdicas em situações de 
aprendizagem (jogos e brincadeiras), estabelecendo proposta pedagógica que leva em conta o 
currículo como conjunto de experiências pelos quais se articulam saberes com a socialização 
do conhecimento em toda sua dinâmica, colocando em destaque ocontato com diferentes 
linguagens representadas, predominantemente, por imagens e não somente pelo incremento de 
habilidades para a leitura e escrita, como potencialidades imprescindíveis para a formação da 
interlocução cultural. 
10 
 
Mesmo assim, o brincar das crianças ainda não é reconhecido no contexto de muitas 
escolas de educação infantil. Inexiste, ainda hoje, no contexto destas instituições uma 
proposta pedagógica que incorpore o lúdico como eixo de trabalho tampouco possuem um 
espaço físico para o desenvolvimento de tal atividade. São poucas, ainda, as escolas que 
investem neste aprendizado. 
Que a escola não é local de brincadeira ainda permeia a compreensão de muitos pais e 
professores acerca do ensino destinado à criança. As situações permeadas de ludicidade não 
soam como produtivas nem como ferramenta de preparação de seus filhos. Assim, o brincar é 
compreendido como perda de tempo (QUEIROZ, 2009). 
Para Dohme (2003, p.11), essa separação entre o aprender e o brincar tem a 
concordância dos pais. “Para estes, o aprendizado está vinculado a um fazer incessante por 
meio do qual a criança execute intermináveis tarefas”. 
A educação infantil traz muitos desafios aos que nela atuam, pois como promotora do 
desenvolvimento e da socialização das crianças, precisa atender às necessidades da atualidade 
que é formar o cidadão, sujeito capaz de responder aos desafios da realidade e nela intervir, 
sempre referenciados por valores do bem-comum. 
É importante considerar que um dos maiores desafios da educação escolar 
contemporânea é substituir o paradigma tradicional, com seu modelo técnico-racionalista, 
positivista, fragmentada, homogênea, previsível e linear por outro paradigma, inovador, 
crítico, reflexivo, integrador e holístico (BEHRENS, 2005). 
 Conforme Queiroz (2009), para proceder a uma análise da criança, a observação do 
jogo espontâneo infantil é o ponto de partida. O jogo espontâneo é livre, nele a criança 
estabelece a vontade de como, quando, com quem e por quanto tempo brincar. 
É preciso organizar o jogo de tal forma que, sem destruir ou sem desvirtuar seu caráter 
lúdico, contribua para formar qualidades do trabalhador e do cidadão do futuro, alerta George 
Snyders (2007, p.49). 
De acordo com Queiroz (2009), o ser humano nasceu para aprender, apropriar-se do 
conhecimento, construí-lo, desde o mais simples até os mais complexos. É isso que garante a 
sua sobrevivência. 
Em todas as etapas de sua vida o ser humano adquire novos conhecimentos pela 
interação com seus semelhantes e pelo domínio sobre o ambiente em que vive. Independente 
da cultura, raça ou classe social toda criança brinca e todas as suas ações estão ligadas à 
brincadeira. 
11 
 
O lúdico é, portanto, uma das maneiras eficazes para envolver as crianças nas 
atividades de construção de conhecimento, contribuindo para a formação do cidadão, e são 
várias as suas manifestações: jogar, brincar, recrear, divertir. Enquanto se divertem, as 
crianças se conhecem, aprendem e descobrem o mundo. “Os jogos e as brincadeiras 
propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica” (BRASIL, 
2001, p. 27). 
 Conforme Queiroz (2009), não se pode negar que a vinculação do termo „lúdico‟ à 
educação tem sido rotineira na área pedagógica, sendo imprescindível a explicitação das 
correntes que compreendem, de maneira contraditória, a sua efetivação no processo 
pedagógico. 
De acordo com Romera (2007, p. 13), diante das discussões a respeito do jogo, 
representado pelo lúdico na educação, existem duas principais correntes: a primeira “[...] 
defende uma função lúdica do jogo na qual ele propicia a diversão e tem um caráter 
essencialmente desinteressado [...]” e, a segunda, “[...] trata de uma função educativa do 
lúdico [...]”. 
A primeira corrente considera o prazer proporcionado pela atividade lúdica a sua 
principal característica. Esta deve estar vinculada à livre adesão daquele que a pratica, não 
sendo permitido ao praticante visar qualquer possibilidade de produtividade. 
Os adeptos desta concepção não concordam com a ideia de sua utilização no campo 
pedagógico, portanto: “[...] argumentam que o fato de se empregar o brinquedo com horário 
predeterminado, tendo um objetivo estabelecido a cumprir, visando a aspectos que não 
somente o do brincar por brincar destitui da atividade particularidades que a caracterizam” 
(ROMERA, 2007, p.14). 
Um aspecto importante que deve ser levado em consideração acerca do brinquedo – 
este não pode perder sua magia enquanto exerce função educativa. A partir do momento em 
que o brinquedo, a brincadeira e o jogo deixam de provocar alegria e prazer em detrimento da 
aprendizagem, deixa de ser brinquedo e passa a ser meramente material pedagógico 
(ROMERA, 2007). 
De acordo com Romera (2007, p. 14) a segunda corrente defende a função educativa 
da atividade lúdica. “Há, portanto, a compreensão do papel motivador que o jogo estabelece, 
podendo esta motivação ser direcionada ao campo da aprendizagem no sistema educacional 
como também ser elemento facilitador e estimulador do processo de aprendizagem”. 
Para os adeptos da segunda concepção “o jogo não se estabelece apenas pelo jogo, 
havendo uma intencionalidade que o acompanha” (ROMERA, 2007, p.14). 
12 
 
De acordo com Kishimoto (1998) e Santos (2001) o equilíbrio entre as duas funções, 
lúdica e educativa, é o objetivo do jogo educativo. Portanto, deve haver uma estreita ligação 
entre o jogo e o trabalho escolar. 
Kishimoto (1998, p. 23) revela ainda que: 
 
Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos 
dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento 
integral da criança. Nesse sentido, qualquer jogo empregado pela escola, desde que 
respeite a natureza do ato lúdico, apresenta o caráter educativo e pode receber 
também a denominação geral de jogo educativo. “ 
 
A autora defende a importância de se respeitar a natureza do ato lúdico, ao mesmo 
tempo em que defende também a sua aplicação, de modo consciente, no sistema educacional. 
Ao estudar o lúdico manifestado por meio dos jogos no desenvolvimento da humanidade, os 
estudiosos de ambas as correntes reconhecem ser o lúdico elemento motivador e instrumento 
de expressão tanto da cultura quanto da personalidade da criança. 
Segundo Queiroz (2009), grande número de pensadores que estudam sobre a infância 
vê no brincar o espaço da criação cultural por excelência. Mas, deve-se a Winnicott a 
reativação de um pensamento, segundo o qual o espaço lúdico vai permitir ao indivíduo criar 
e entreter uma relação aberta e positiva com a cultura (BROUGÈRE, 1998). 
Segundo Brougére (1998), antes das novas formas de pensar nascidas do romantismo, 
nossa cultura parece ter designado como "brincar" uma atividade que se opõe a "trabalhar”, 
caracterizada por sua futilidade e oposição ao que é sério. 
Foi, nesse contexto, que a atividade infantil pôde ser designada com o mesmo termo, 
mais para salientar os aspectos negativos (oposição às tarefas sérias da vida) do que por sua 
dimensão positiva, que só aparecerá quando a revolução romântica inverter os valores 
atribuídos aos termos dessa oposição (KISHIMOTO, 1998; BROUGÈRE, 1998). 
O brinquedo surge, então, como parte da cultura posta ao alcance da criança. É seu 
cúmplice na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança a agir e imaginar. Para 
as crianças desempenharem sua habilidade de criar é preciso existir riqueza e diversidade nas 
experiências que lhe são ofertadas. Assim, a maneira como a criança brinca espelha sua forma 
de pensar e agir. (BROUGÈRE, 1998). 
Na infância, em todos os tempos e lugares, as brincadeiras e as crianças são 
inseparáveis, assim Zanluchi (2005, p.89) afirma que: “Quando brinca, a criança prepara-se 
para a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo um contato com o mundo 
físicoe social, bem como ela vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.”. 
13 
 
Na visão de Piaget (1978) e Vygotsky (1988) o jogo é um recurso poderoso para 
estimular as trocas interindividuais e a atividade construtiva da criança, favorece o seu 
desenvolvimento de maneira impressionante, na medida em que o confronto de pontos de 
vista está sempre presente. Na brincadeira a criança evolui e se modifica. 
O jogo oferece uma importante contribuição para o desenvolvimento cognitivo, assim 
como possibilita o acesso a conhecimentos significativos, torna enriquecido o conteúdo 
escolar e propicia a experiência de uma boa aprendizagem. Pode ser muito interessante para a 
promoção da aprendizagem determinando uma compreensão expressiva e, consequentemente 
desenvolve habilidades linguísticas, afetivas, físico-motoras e morais. 
 Piaget (1978) apresentou quatro estágios em relação à maneira como as crianças 
jogam. Segundo o teórico, quanto ao jogo motor e individual: a criança joga sozinha, faz uma 
variedade de coisas que não podem ser chamadas de jogos. Esse jogo é tudo o que a 
inteligência da criança lhe permite fazer, em função de, na idade de três anos, a criança não 
ser cognitivamente capaz de sentir a necessidade de seguir uma regra. 
Ainda de acordo com o autor, o Jogo egocêntrico de dois a cinco anos: consiste em as 
crianças imitarem seus colegas mais velhos, mas jogam sozinhas, muitas vezes sem tentar 
ganhar. É comum confundir egocentrismo com egoísmo, o primeiro recorrentemente presente 
na infância. Todavia, egocentrismo é diferente de egoísmo - se refere à total inabilidade de ver 
o outro ponto de vista. 
As crianças de 3 a 4 anos de idade estão interessadas apenas no que elas fazem. Não 
lhes ocorre comparar seu desempenho com nenhuma outra. Para poder se interessar pela 
atuação dos outros e compará-la com a sua, a criança terá de se descentralizar e se colocar no 
lugar dos outros jogadores, características que começam a surgir por volta dos cinco e seis 
anos de idade, quando também começam a comparar suas atuações, a coordenar as intenções 
dos diferentes jogadores e tentar vencer os adversários. 
O terceiro estágio, ainda no entendimento de Piaget (1978), corresponde a: 
cooperação incipiente, entre sete e oito anos de idade, é caracterizada pelo fato de cada 
jogador tentar vencer. Surge a competição e as crianças precisam cooperar para chegar a um 
acordo sobre a elaboração das regras que governam a competição. 
E, finalmente, o quarto estágio diz respeito à: codificação das regras e ocorre entre 
onze e doze anos. Os jogos têm função especial às crianças pequenas por ser uma nova forma 
de atividade que não era possível antes. A habilidade crescente de jogar jogos em grupo é uma 
conquista cognitiva e social muito importante para as crianças de cinco anos que deverá se 
aprofundar mais tarde. 
14 
 
Ao criar regras, as crianças desenvolvem uma atividade política que implica várias 
decisões e o desenvolvimento de autoconfiança é essencial para o progresso emocional dessas 
e influi em todas as áreas. A responsabilidade de cumprir as regras e zelar pelo seu 
cumprimento encoraja o desenvolvimento da iniciativa, da mente alerta e da confiança em 
falar honestamente o que pensa. 
Na escola, o jogo serve como um modo de expandir a atribuição da metodologia 
escolar que é estabelecida pelos adultos, porém, de maneira lógica, clara e coerente às 
crianças, sendo comprovado que é por meio do jogo que aprendem muito mais do que através 
de atividades impressas. Os jogos possibilitam aos alunos que expressem suas ideias e 
reflitam. Utilizando-se de atividades lúdicas o professor alcança bons resultados ao permitir 
que as crianças apropriem-se de livros, brinquedos, jogos e do resgate das cantigas de rodas 
no contexto educacional. 
Para as crianças pequenas, os jogos e brincadeiras em grupo são novas formas de 
atividades, que antes não eram possíveis; por isso, exercem uma função especial. A 
habilidade de jogar e brincar em grupo é uma conquista cognitiva e social muito importante 
das crianças que deverá ser estimulada, o quanto antes e aprofundada depois. O lúdico 
proporciona ao aluno o desenvolvimento de habilidades de pensamento, como analisar, 
classificar, comentar, concluir, criticar, explicar, justificar, resumir, criar, seriar, entre outros. 
É relevante mencionar, que no brincar, o papel do professor é fundamental, pois diante 
da necessidade de propiciar aprendizagens, a ação do professor deve estabelecer a relação 
entre a brincadeira e o aprender. Friedmann (2005, p.9) afirma que, “a ciência descobriu 
agora que o desenvolvimento do cérebro se dá através das experiências que a criança fez no 
brincar. É aí que ela desenvolver a sinopses necessárias para na escola aprender a ler, 
escrever, calcular”. 
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o 
desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, 
intelectual e social. Temos aqui os primeiros anos de vida para o desenvolvimento 
subsequente da criança, evidenciando a relevância do papel da Educação Infantil na formação 
do indivíduo. 
Os jogos e brincadeiras são importantes nessa etapa porque, a criança vivencia o 
respeito, a liberdade e conhece regras, aprende a colaborar, conhecer seus limites e até 
ultrapassá-los. Deve-se garantir que as crianças se divirtam, assim, aprendendo de forma 
prazerosa. 
 
15 
 
2.4 O LÚDICO TRABALHADO EM SALA DE AULA 
 
A Educação Infantil é um espaço excepcional para desenvolver as brincadeiras 
espontâneas da infância, na medida em que as crianças passam mais tempo no ambiente das 
instituições de ensino, onde é senso comum desenvolver e incentivar as brincadeiras para 
incorporar tanto as interações sociais quanto a construção de conhecimentos acerca da cultura 
e dos costumes da sociedade onde as crianças estão inseridas. 
O jogo e a brincadeira também devem ter como finalidade servir como forma de 
satisfação, de prover a necessidade do lazer além de servir à construção do conhecimento. 
Na definição das diretrizes do currículo para a Educação Infantil, o brincar está 
intimamente associado ao cuidar e educar as crianças e o papel da escola, nestes termos, não 
pode ser adotado como tendência dar cunho didático às brincadeiras, ressalvando-se as 
intenções dos adultos, é fundamental para a escola, conforme Barbosa e Horn (2008), 
construir um currículo a partir de pistas do cotidiano e de uma visão articulada de 
conhecimento e sociedade é fundamental. 
A necessidade de desenvolver uma prática pedagógica com aspectos lúdicos emerge 
da importância do brincar no universo infantil, pois integra o desenvolvimento físico e 
psicológico ao desenvolvimento das relações com seus pares. Chateau (1954, p. 14) já dizia 
que, “a infância é, portanto, a aprendizagem necessária à idade adulta. Estudar na infância 
somente o crescimento, o desenvolvimento das funções, sem considerar o brinquedo, seria 
negligenciar esse impulso irresistível pelo qual a criança modela sua própria estátua”. 
O lúdico deve permear a prática escolar, fluindo e manifestando-se na criatividade. 
Portanto, é necessário que os adultos, pais e educadores tenham convicção e levem a sério a 
importância do brincar, pois a criança em idade pré- escolar começa a experimentar 
necessidades, em que os desejos não realizáveis podem ser realizados por meio do brinquedo, 
como um mundo imaginário, no qual a criança cria e imagina, e ao imaginar ela brinca, pois o 
brinquedo proporciona a mediação entre o real e o imaginário (VYGOTSKY, 1988). 
Os educadores na sua maioria possuem muitas dúvidas sobre associar o jogo, a 
educação e material pedagógico e se podem ser considerados um meio para alcançar os 
objetivos estabelecidos no planejamento diário. 
Para que se obtenha sucesso com essas atividades é preciso seguir deforma coerente 
as escolhas dos jogos e brincadeiras com os conteúdos que se pretende ensinar. 
Ivic e Marjanoviv (1986, p. 90) apud Kishimoto (2003), apontam pelo menos cinco 
hipóteses que justificam o emprego dos jogos tradicionais na educação: 
16 
 
1- Os jogos tradicionais, por estarem, no centro da pedagogia, devem ser preservados na 
educação contemporânea; 
2- O brincar, como componente da cultura de pares, como prática social de crianças de 
diferentes idades, não pode ser deslocado para um tipo de escolarização em que predomine 
apenas relações criança-adulto; 
3- Jogos tradicionais podem representar um meio de renovação da prática pedagógica nas 
instituições infantis bem como nas ruas, férias, etc.; 
4- Os jogos tradicionais são apropriados para preservar a identidade cultural da criança de um 
determinado país ou imigrante, e; 
5- Ao possibilitar um grande volume de contatos físicos e sociais, os jogos tradicionais 
infantis compensam a deficiência de crianças residentes em centros urbanos, que oferecem 
poucas alternativas para tais contatos. 
É na escola que existe o professor, pessoa que conduz intencionalmente as relações de 
ensino, de acordo com objetivos e com as concepções didático-pedagógicas. Essas 
concepções e objetivos constituem a triagem de seleção das atividades lúdicas apresentadas às 
crianças. 
Essa triagem é utilizada na maioria das escolas pelos professores como forma de 
didáticas para a atividade lúdica das crianças, restringindo-as a exercícios repetidos de 
discriminação viso-motora e auditiva, por meio do uso de brinquedos, músicas e jogos. E essa 
não é a intenção do lúdico (ARAÚJO, 2008). 
Essas atitudes transformam a ludicidade na escola simplesmente como um exercício 
da transmissão de determinada visão de mundo, definida inicialmente pela própria escola. 
Marcellino (1996, p.38) garante que: 
 
É fundamental que se assegure à criança, o tempo e os espaços para que o caráter 
lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a 
criatividade e a participação cultural e, sobretudo, para o exercício do prazer de 
viver, e viver, com diz a canção... Como se fora brincadeira de roda... 
 
Assim, é possível compreender que a brincadeira na escola se mostra muito mais 
complexa e múltipla do que na rua ou na comunidade, porque é levado em conta o brincar e o 
aprender. Esse brincar é uma forma de aprender que é muito mais que isso, é prática social, 
desejo, etc. 
Os brinquedos servem de auxílio para a ação docente, trazendo resultados em relação à 
aprendizagem de conceitos e noções, ou desenvolvimento de determinadas habilidades. O 
brinquedo deixa de ser lúdico e passa a ser material pedagógico. (KISHIMOTO, 1998). 
17 
 
O professor deve buscar auxilio no uso do brinquedo, disponibilizando materiais, 
verbalização, valorização das características e das possibilidades dos brinquedos; informações 
sobre os diferentes tipos e usos dos brinquedos. O professor deve brincar e participar das 
brincadeiras, demonstrando os jogos e estimulando os alunos. 
Por isso, os professores devem ter a consciência de que a aprendizagem e a diversão 
não se realizam por si só. É preciso a sistematização de conteúdos para que as brincadeiras 
aconteçam como processo para a inclusão de ação e de reflexão. 
Oliveira (2008) afirma que: 
 
[...] ao jogar e brincar, a criança relaciona-se com a realidade, constroem 
conhecimentos, expressa suas necessidades e resolve conflitos. É por meio de ações 
físicas e mentais que o pensamento se desenvolve. Dessa forma, o brincar, 
juntamente com outras formas de representação, deve ser objeto de interesse de 
todos os envolvidos no processo educacional. (OLIVEIRA, 2008, p.89). 
 
Alves (2001) diz que o professor tem que antever em seu planejamento metodologias 
para que as atividades lúdicas sejam realizadas e relacionadas no cotidiano escolar, para não 
terminarem abafadas em meio à burocracia formal e sem sentido para o aluno. 
Torna-se essencial que o professor tenha o cuidado de utilizar adequadamente o lúdico 
para que este não deixe de acontecer na escola. Não se pode explorar somente o lado moral, 
utilitarista da ludicidade. Deve-se explorar o todo que esta ferramenta disponibiliza. 
As atividades que forem elaboradas para serem utilizadas nas escolas não devem 
seguir apenas esses pressupostos, mas assegurar, em termos práticos, a organização de 
critérios fundamentais, tais como a continuidade e ordenação temporal, a ordenação em 
profundidade e o estabelecimento de relações. 
Segundo Pereira (2005, p. 28): 
 
Dentre as várias atividades criativas que podem ser desenvolvidas junto às crianças, 
o jogo destaca-se em importância. Essa relevância do jogo como atividade na 
educação infantil se dá pelo fato do seu exercício permitir a criança uma melhor 
adaptação ao seu meio social, conforme vai estruturando a realidade e 
desenvolvendo a sua função simbólica. Assim, a criança procura reproduzir os 
gestos observados e aprende usando os recursos simbólicos que compõem os 
chamados jogos de fantasia. 
 
Em relação aos chamados jogos de construção, Pereira (2005, p.100) explica que 
“proporcionam à criança situações que devem resolver, tais como problemas de equilíbrio, 
ordenação e resistência”. 
18 
 
Existe, ainda, a atividade chamada experiência direta que necessita ser planejada de 
maneira prudente por parte do docente. Através desse conhecimento a criança tenta constituir 
relações diretas com os indivíduos e com situações, procurando solucionar determinado 
problema que lhe é sugerido como simular, através de sua imaginação, a profissão que o pai 
ou a mãe exercem. 
Araújo (2008) diz que tem também a experiência em grupo. Esse tipo de atividade 
proporciona que todo o agrupamento de crianças vivencie uma determinada situação coletiva 
proposta pelo professor. 
A ideia é de que, a partir da utilização de algum recurso lúdico, como uma peça de 
teatro ou a narrativa de uma história, as crianças possam contar o que vivenciaram imitando 
algum personagem que lhes tem chamado a atenção ou até mesmo a contar novamente à 
história que ouviram, utilizando outros tipos de recursos, como a pintura, o desenho ou a 
colagem. 
Existem as atividades livres que têm algumas características que muito enriquecem o 
desenvolver das crianças, já que, segundo compreende Pereira (2005, p.102): “[...] 
acrescentam os múltiplos métodos, pelos quais as crianças se põem a brincar, jogar, atuar e 
descobrir coisas de maneira individual ou grupal, conforme a razão direta em que elas 
mesmas vão selecionar o que fazer”. 
Por fim, compreende-se que todas as atividades e as formas de planejamento permitem 
a estimulação e o desenvolvimento não só da expressividade e da comunicabilidade da 
criança, como também a aquisição de novos conhecimentos, habilidades e atitudes 
(PEREIRA, 2005). 
A brincadeira para as crianças é originada de situações reais e sociais e as 
oportunidades de brincar na escola não devem ficar restritas a orientação de conteúdos, pois a 
importância da brincadeira para a criança consiste no processo do brincar. 
Utilizar-se das brincadeiras para a aprendizagem na educação infantil é salutar e como 
atividade principal na infância, segundo Maluf (2008), são instrumentos pedagógicos 
altamente importantes, mais do que apenas divertimento, são um auxílio indispensável para o 
processo de ensino aprendizagem, que propicia a obtenção de informações em perspectivas e 
dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando. 
A brincadeira do faz-de-conta, de acordo com Bomtempo (2008), é frequentemente 
manifestada e através dela as crianças imitam, imaginam, representam e se comunicam, e nela 
se podem observar os conhecimentos prévios das crianças, nos quais são rememorados, 
19 
 
reinterpretados e reinventados, e nesse cenário o mundo real é suplantado pelo mundo da 
fantasia. 
Os jogos deconstrução ou jogos educativos por si mesmo se auto definem como 
transmissores de conhecimentos, de acordo com Oliveira (1984), representa uma intervenção 
deliberada no lazer infantil, oferecendo ao mesmo tempo, conteúdo pedagógico e 
entretenimento. 
Para Kishimoto (1998) o jogo educativo quando utilizado em sala de aula vai além das 
brincadeiras e se torna uma ferramenta para o aprendizado, porém, para isso não deve 
significar uma obrigação para a criança, e, é interessante que o aluno escolha o jogo com o 
qual queira brincar e também controle o desenvolvimento para não se sentir coagido por 
normas do professor. 
Na pré-escola, de acordo com Piaget (1978, p.67), o raciocínio lógico ainda não é 
suficiente para que a criança dê explicações coerentes a respeito de certas coisas. O poder de 
fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança 
exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas 
também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. 
Assim é que se transforma em pai/mãe para seus bonecos ou diz que uma cadeira é um 
trem. Didaticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo, as 
dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem. (PIAGET, 1978, p.68). 
Na opinião de Lotti citado por Friedman (1996, p.52), “Brincar, jogar, dramatizar, 
participar e viver acho que essa é a essência da infância que não devemos nunca deixar de 
estimular, dando espaço, tempo e atenção para as crianças”. 
A ludicidade é uma metodologia insubstituível para ser utilizada como motivação na 
aquisição do conhecimento e no avanço em diferentes aprendizagens. 
Consequentemente, estas situações estimulariam momentos de criatividade 
espontâneos e individualidades; crescimento intelectual e continuidade para o 
desenvolvimento das inteligências múltiplas. 
O grande desafio do professor é o fato da Educação Infantil abranger uma idade em 
que as crianças modificam drasticamente sua maneira de jogar. Em crianças da mesma idade 
e, muitas vezes, na mesma criança, encontram-se elementos competitivos e não competitivos 
ao mesmo tempo (KISHIMOTO, 1998). 
Algumas práticas são necessárias para agir frente a algumas situações do jogo, de 
modo a auxiliar o desenvolvimento da autonomia dos alunos, entre elas em relação à 
20 
 
condução do jogo, quando se deve intervir o mínimo possível, isto é, muita intervenção no 
começo e nenhuma quando as crianças forem capazes de jogar sozinhas. 
Um jogo bem projetado deve apresentar as seguintes características: ser atrativo, 
agradável e fácil de usar, mesmo um jogo bem projetado pode ter algumas desvantagens 
como: se não for bem aplicado perde o objetivo; nem todos os conceitos podem ser explicados 
por meio dos jogos; se o professor interferir com frequência, perde a ludicidade; se o aluno for 
obrigado a jogar por exigência do professor, o aluno fica contrariado; se as regras não forem 
bem entendidas pelos alunos, eles ficam desorientados; quando não for avaliado corretamente, 
não atinge o objetivo. 
Tendo isso em vista, é preciso que o professor assuma um papel de mediador e que 
consiga auxiliar a criança valorizando o caráter lúdico da educação de modo que este possa 
levar a criança a construir um conhecimento significativo, criando situações para o uso de 
jogos e brincadeiras como instrumento pedagógico, oportunizando o pensamento reflexivo e 
identificando o nível de desenvolvimento da criança, onde os resultados podem ser aplicados 
em várias áreas do conhecimento. 
No entanto, a criança brinca pelo simples e puro prazer de brincar. Cabe ao educador 
direcionar o brincar, sem lhe imputar obrigação, mediar a aprendizagem, participando junto 
com as crianças em parceria no divertimento. Assim como diz Libâneo (2006, p.31) “Educar 
é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível à 
educação.”. 
Ao mesmo tempo em que brinca a criança descarrega suas energias e movimenta suas 
articulações o que beneficia o corpo e a mente de forma consciente e empreendedora. Ela 
expressa seus anseios, seu modo de compreender o mundo que o cerca e especialmente como 
está sendo a sua infância. 
 A utilização de jogos como aliados dos objetivos pedagógicos, cria o elo entre o 
desejo da criança pela brincadeira e a aprendizagem prazerosa proporcionando a apreensão de 
conhecimentos significativos. 
O cotidiano escolar é marcado pelas características, pelas funções e pelo modo de 
funcionamento da própria instituição de ensino e ao trazer o jogo e as brincadeiras para dentro 
da sala de aula, a Educação poderá vir a se tornar mais compatível com o desenvolvimento 
natural das crianças, ou seja, poderá contribuir para que o processo ensino-aprendizagem seja 
relevante para o seu desenvolvimento. 
 
 
21 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Quanto à razão de se associar o brincar à prática pedagógica na Educação Infantil o 
questionamento foi respondido já que uma intervenção pedagógica que utiliza o recurso 
lúdico por meio de jogos e brincadeiras desperta o interesse, permitindo de haja progressos 
expressivos no desempenho e na aprendizagem da criança. 
 Brincar na infância é muito além de lazer, pois brincando a criança se expressa, se 
integra, estabelece relações, constrói sua identidade e se desenvolve afetivamente e ao fazer 
novas descobertas amplia sua visão do mundo e da sua própria realidade. Brincar, então, faz 
parte do processo educativo ao propiciar o desenvolvimento cognitivo, físico/motor e social. 
Mediante os objetivos propostos de analisar a concepção da brincadeira como 
atividade comum a todas as crianças, compreender o brincar como uma fonte enriquecedora 
de conhecimentos e desenvolvimentos da infância, apontar a ludicidade como um fundamento 
da prática educativa e a didática do brincar como campo de exploração para o processo de 
ensino-aprendizagem, considera-se que tais objetivos foram alcançados, trazendo a público 
que ficou configurado, de acordo com as diretrizes e documentos que dispõem sobre esse 
nível de educação e teóricos confirmam em seus estudos, que jogos e brincadeiras como 
recursos pedagógicos são facilitadores da mediação de conhecimentos e aprendizagens 
múltiplas. 
Deste modo e contexto, o professor deve se preparar para reconhecer e distinguir os 
objetivos educacionais e sociais de cada jogo, brinquedo e brincadeira, atuando como 
animador e incentivador, como observador e pesquisador das relações entre as atividades 
lúdicas propostas por ele e pelas crianças e do desenvolvimento integral de cada indivíduo, 
registrando-o, sustentando-se em bases teóricas, práticas pedagógicas e em sua própria 
formação pessoal. 
Ao proporcionar interações lúdicas pelas quais a criança experimenta o mundo e 
apreende diversos conhecimentos, o professor estará contribuindo para que as crianças 
desenvolvam-se em seus aspectos sociais, físicos e emocionais, trabalhando de encontro com 
os interesses da criança, pois o brincar faz parte do processo de aprendizagem na infância. 
Esse novo conceito de educar no ensino infantil traz para as instituições a 
responsabilidade de elaborar projetos pedagógicos que privilegiam todas as atividades lúdicas, 
que em seu objetivo primordial e essencial é divertir as crianças, mesmo que através delas 
esteja-se mediando conhecimentos e primando por um desenvolvimento saudável. 
22 
 
REFERÊNCIAS 
AGUIAR, João Serapião. Jogos para o ensino do Conceito: leitura e escrita na pré-escola. 
Papirus, 1999. Disponível em: < www.books.google.com >. Acesso em: 06/08/2018. 
 
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo/ 
SP: Loyola, 1995. 
 
ALMEIDA, G. P. de. Teoria e Prática em Psicomotricidade: Jogos e Atividades Lúdicas, 
Expressão Corporal e Brincadeiras Infantis. Rio de Janeiro:Wak, 2006. 
 
ALVES, R. É brincando que se aprende. Páginas Abertas. v. 27, n. 10, p. 20-21, 2001. 
 
ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências: os jogos e os 
parâmetros curriculares nacionais. Campinas: Papirus, 2005. 
 
ARAÚJO, Vânia Carvalho de. O ato de brincar. 2008. Disponível em: 
http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinsc
rito_660_8f5c27c107c6e84d3b107536a6fca626.pdf.. Acesso: 08 jun. 2018. 
 
BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis, RJ: Vozes, 
2005. 
 
BOMTEMPO, Elda. Brincar, fantasiar, criar e aprender. In: OLIVEIRA. Vera Barros, (Org.) 
O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. 7ª Ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2008. 
 
BRASIL. MEC – Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília/DF, 
Vol. 1, 1998. 
 
_______. MEC/SEEF. Plano Nacional de Educação – PNE. Brasília/DF, 2001. 
 
_______. MEC. Currículo e Movimento na Educação Infantil. Brasília/DF, 2013. 
 
 
______. MEC/ SEB/CNE. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a base. 
Brasília/DF, 2018. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-
content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso: 
 
BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. 8. Ed. São Paulo: Cortez, 1998. 
 
CARVALHO. A.M.C., et al (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca. 
São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992. 
 
CARVALHO, Levindo Diniz. UFMG - GT-07: Educação de crianças de 0 a 6 anos. Belo 
Horizonte/MG: UFMG, 2007. 
 
CASTILHO, S. Manifesto para a Educação em Portugal - Os Equívocos e as Soluções. As 
Tendências do Terceiro Milénio. Lisboa: Texto Editora, 1999. 
 
CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1955. 
23 
 
 
CONRAD. H. M. O desafio de ser pré-escola. As ideias de Friedrich Froebel e o inicio da 
educação infantil no Brasil. Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
(Dissertação de Mestrado em Educação), 2000. 
 
DEMO, Pedro. Pesquisa, princípio científico e educativo. 12ª Ed. São Paulo: Cortez, 2006. 
 
DEWEY, John. Experiência e Educação. Tradução de Anísio Teixeira. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 1966. 
 
DOHME, Vânia. Atividades lúdicas na educação: o caminho de tijolos amarelos do 
aprendizado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. 
 
FONSECA, Vitor. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre; Artmed, 
2008. 
 
FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo: 
Moderna, 1996. 
 
____________________. A evolução do brincar. IN: FRIEDMANN, Adriana [et al.]. 6ª Ed. 
São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 2005, p. 27-35. 
 
FROEBEL, Friedrich. A educação do homem. Tradução de Maria Helena Câmara Bastos. 
Passo Fundo: UPF, 2001. 
 
GIL. Antônio Carlos, Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1998. 
 
__________________________. (Org.) O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2001. 
 
__________________________. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 4. Ed. 
São Paulo: Cortez, 2003. 
 
KRAMER, Sonia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 1987. 
 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2006. 
 
LUSTOSA, Ponchielli Neusa; FIORENTIN, Sabrina; ROCHA, Doralice Lange de Souza. 
Psicomotricidade e Alfabetização. Formação de Educadores. 2004. Disponível em < 
http://docplayer.com.br/36444463-Psicomotricidade-e-alfabetizacao.html> Acesso: 23 Jun. 
2019. 
 
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis/RJ: Vozes, 
2003. 
 
____________________________. Atividades lúdicas para a educação infantil: 
Conceitos, orientações e práticas. 1ª Ed.. Petrópolis: Vozes, 2008. 
 
24 
 
MARCELLINO, N. C. (org.). Lúdico, educação e educação física. Ijuí: UNIJUÍ 1996. 
Acesso: 14 Jun. 2018. 
 
MOREIRA, E.M.; VASCONCELLOS, K. E. L. Infância, Infâncias: o ser criança em 
espaços socialmente distintos. Serviço Social & Sociedade. São Paulo, Ano 24, Nº 76, P.165-
180, Nov./2003. 
 
MOYLES, Janet. Só Brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: 
Artmed, 2002. 
 
OLIVEIRA, Paulo Sales. O que é brinquedo. São Paulo: Brasiliense, 1984. 
 
OLIVEIRA, Z. R. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 4ª Ed.- São Paulo: Cortez, 
2008. 
 
ONU. Declaração Universal do direito das crianças de 1959. Disponível em: 
<http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/c_a/lex41.htm.>. Acesso em: 30 Mai. 2019. 
 
PEREIRA, Mary Sue. A descoberta da criança: introdução à educação infantil. Rio de 
Janeiro: WAK, 2005. 
 
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de janeiro: Zahar, 1978. 
 
QUEIROZ, Tânia Dias e MARTINS, João Luiz. Pedagogia Lúdica: Jogos e brincadeiras de 
A a Z. São Paulo, Rideel, 2009. Acesso: 15/06/2017. 
 
ROMERA, Liana. O lúdico no processo pedagógico da educação infantil: importante, 
porém ausente. In: Movimento. Porto Alegre, v.13, n. 02, p.131-152, maio/agosto de 2007. < 
http://seer.ufrgs.br/Movimento/article/viewFile/3550/1950> Acesso em 19 Jun. 2018. 
 
SANTOS, Santa Marli Pires dos. (Org.). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. 6. 
Ed. Petrópolis: Vozes, 1999/2001. 
 
SNYDERS, Georges. A alegria na escola. São Paulo: Manole, 1996/2007. 
 
VYGOSTSKY. L. S. Pensamento e linguagem. Coleção Psicologia e Pedagogia. São Paulo: 
Martins Fontes, 1988. 
 
WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Petrópolis: Vozes, 2008. 
 
ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, 
desenvolvimento da criatividade e educação. Londrina: O autor, 2005. 
 
 
 
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/c_a/lex41.htm

Continue navegando