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Teníase e Cisticercose
Introdução
A teníase e a cisticercose são um complexo de doenças
causadas por parasitos da classe Cestoda, sendo um
problema de saúde pública em países com condições
sanitárias e econômicas precárias, tendo distribuição
cosmopolita. A teníase, chamada popularmente de
solitária, é causada pelo verme adulto enquanto a
cisticercose é causada pela forma larvária ou cisticerco.
Taxonomia: cestódeos são platelmintos monóicos, com
órgãos de sustentação e sem tubo digestivo, necessitando
do parasitismo. Nessa classe, há o gênero Taenia, sendo
a Taenia solium capaz de gerar a teníase e a cisticercose
e a Taenia saginata, que só é capaz de gerar a teníase.
Epidemiologia: tanto a teníase quanto a cisticercose são
altamente endêmicas em países da américa latina, sendo
a cisticercose responsável por até 50.0000 mortes anuais
devido à forma nervosa durante a década de 1990.
Morfologia
Verme adulto: composto por um escólex com ventosas,
podendo conter um rostro com acúleos (ganchos), além
de um colo, com células germinativas, e um estróbilo,
segmentado em proglotes que, possuem ambos órgãos
genitais (hermafroditas), sendo as grávidas eliminadas
nas fezes. No escólex há quatro ventosas, e a presença
de rostro e acúleos marca a T. solium. Na T. saginata, as
proglótides gravídicas têm mais ramificações que na T.
solium. Finalmente, a T. saginata possui mais proglotes,
sendo mais extensa (chega a até 12 metros, vivendo até
10 anos contra até 8 metros e 3 anos de vida da T.
solium), elimina mais ovos por proglote e essa possui
movimentação ativa, saindo uma proglote por vez
podendo ser independente do movimento fecal.
Ovos: são esféricos, indistinguíveis entre as espécies,
medem 30 mm de diâmetro e são constituídos de um
embrióforo e um embrião hexacanto ou oncosfera com
dupla membrana e três pares de acúleos. São liberados
infectantes, sendo possível autoinfecção na T. solium.
Cisticerco: é a forma encontrada no hospedeiro
intermediário e no homem durante a cisticercose
(consolidada apenas pela T. solium). As diferenças entre
o cisticerco da T. solium (Cysticercus cellulosae) é a
presença do rostelo, que está ausente na T. saginata (C.
bovis), sendo o restante da morfologia formada por 4
ventosas no escólice e um colo. Essa forma larvária pode
atingir até 1,2 cm e se manter viável por anos no sistema
nervoso humano até ser calcificada.
Ciclo Biológico
Hospedeiro intermediário: é aquele que ingere o ovo e
desenvolve a larva, ocorrendo em porcos (T. solium) e
em bois (T. saginata). Apesar de humanos serem
hospedeiros definitivos, no ciclo da cisticercose (apenas
T. solium), podem se portar como intermediários.
Hospedeiro definitivo: é o homem, que ingere a forma
larvária da tênia, desenvolvendo o verme adulto.
Ciclo da Teníase: o homem alberga a forma adulta do
verme em seu intestino delgado, sendo liberadas as
proglotes com ovos ou somente os ovos nas fezes.
Quando possuem destino inadequado, os ovos podem
ser ingeridos pelo pasto ou vegetais contaminados pelas
fezes humanas, havendo resistência de 3 a 4 meses da
oncosfera, resistente à maioria dos tratamentos. No boi
ou porco, os ovos da tênia correspondente eclodem no
intestino, chegando principalmente à musculatura dos
animais, onde se desenvolve o cisticerco, que, quando
ingerido no homem, eclode com o escólice e o colo e
forma adultos após 3 meses da ingesta. Vale destacar que
os cisticercos duram anos no animal vivo, 2 semanas na
carne a 10 graus e até 2 meses na carne de 0 a 4 graus.
Ciclo da cisticercose: a cisticercose humana ocorre
somente na T. solium, ocupando o homem um papel
semelhante ao dos hospedeiros intermediários, pois se
infecta com ovos de T. solium e desenvolve cisticercos.
Transmissão: a teníase é desenvolvida na ingesta dos
cisticercos através do consumo de carne suína ou bovina
crua ou mal cozida, sendo indivíduos que trabalham com
preparo de carne, profissionais da indústria alimentícia e
restaurantes além de indivíduos com hábito frequente de
comer fora de casa de maior risco. Já a cisticercose pode
contar com a auto-infecção externa, quando o indivíduo
leva as mãos contaminadas a boca ou por prurido na
região anal após a defecação da proglote; auto-infecção
interna, quando há retroperistaltismo ou heteroinfecção
Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Teníase e Cisticercose
(quando há consumo de alimentos contaminados com
fezes de outros pacientes). Dessas, a auto-infecção
interna é a de maior importância pela alta carga
parasitária, pois pode haver retorno de toda a proglote.
Manifestações Clínicas
Teníase: conhecida por solitária (sua chegada ativa uma
resposta imune que dificulta estabelecimento de outras),
são assintomáticas na maioria dos indivíduos. Se
sintomáticas, podem causar fenômenos alérgicos e
tóxicos pelas substâncias secretadas (associada com a
eosinofilia), hemorragias na mucosa e inflamação com
secreção mucóide. Clinicamente, os sintomas incluem
epigastralgia, perda ponderal, hiporexia ou polifagia,
podendo incluir cefáleia, vertigem, constipação ou
diarréia e prurido anal. A T. saginata, pelas proglotes
móveis, se relaciona à obstrução intestinal e apendicite.
Cisticercose: a cisticercose é uma doença pleomórfica,
podendo ocorrer na forma muscular, subcutânea ou
disseminada sendo geralmente assintomática (ou
causando miosite), além de olhos e sistema nervoso
central, que são os principais sítios de infecção.
⇒ Neurocisticercose: as manifestações dependem do
número, localização e reações aos cistos. Ele pode ser
assintomático, de localização parenquimatosa (cuja
principal manifestação é a epilepsia, seguida por déficits
focais, manifestações psíquicas e encefalites),
subaracnóides ou intraventriculares (cuja principal
manifestação é hidrocefalia obstrutiva com sinais de
hipertensão intracraniana, como cefaléia intensa, rigidez
de nuca e vômitos) ou ainda medular (sendo incomum).
⇒ Oftalmocisticercose: pode causar descolamento ou
perfuração, pode gerar reação inflamatória e, com isso,
opacificação do cristalino gerando à catarata e perda
parcial ou total da visão.
Obs.: a doença pode se instalar em outros órgãos
como coração, promovendo palpitações, ruídos
anormais ou dispnéia, embora seja menos comum.
Diagnóstico
A história de eliminação ativa de proglotes levanta a
suspeita de T. saginata, uma vez que é a única com essa
mobilidade, mas o diagnóstico parasitológico é preciso.
Parasitológico: pode ser realizado por método direto,
centrífugo-sedimentação ou sedimentação espontânea
(HPJ). Além disso há a tamisação, em que se peneiram e
buscam ativamente proglotes nas fezes para
identificá-las na microscopia com tinta da china (através
do padrão e número de ramificações). Outra forma de se
realizar esse diagnóstico é pelo uso da fita de graham.
Cisticercose: a cisticercose nem sempre vem associada à
teníase, uma vez que a tênia pode já ter sido eliminada
ou o indivíduo ter apresentado heteroinfecção. Assim, o
diagnóstico pode envolver métodos de imagem,
fundoscopia (oftalmocisticercose) e métodos
imunológicos ou moleculares como ELISA, IFI e PCR.
Tratamento
Teníase: utiliza-se albendazol, mebendazol, niclosamida
ou praziquantel. A cura se dá com eliminação do escólex
ou não eliminação de ovos fecais por 4 meses.
Cisticercose: usa-se praziquantel e mebendazol, sendo
associadas a anticonvulsivantes e esteróides para evitar
reações pela inflamação após a ruptura do cisticerco. Na
oftalmocisticercose pode haver terapia cirúrgica, e na
hidrocefalia pode ser necessária derivação ventricular.
Profilaxia
Consiste em evitar o consumo de carne crua ou mal
cozida, inspeção rigorosa da carne, educação sanitária e
saneamento básico.
Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Teníase e Cisticercose

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