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Autoras e Organizadoras Mônica Santiago Galisa Leila Maria Biscólla Esperança Neide Gaudenci de Sá Autoras Angela Antonia Russo Barioni Clara Korukian Freiberg Letizia Nuzzo Maria Christina Pelliciari Perroni Marina Favalli Branco Rosana Toscano Ferreira Vera Cristina Soares Nutrição Conceitos e Aplicações Dados de Catalogação na Publicação Galisa, Mônica Santiago; Esperança, Leila Maria Biscólla; Sá, Neide Gaudenci de Sá. Nutrição – Conceitos e Aplicações. Mônica Santiago Galisa; Leila Maria Biscólla Esperança; Neide Gaudenci de Sá. 2008 – São Paulo – M.Books do Brasil Editora Ltda. 1. Nutrição 2. Saúde 3. Enfermagem 4. Gastronomia 5. Alimentação ISBN: 978-85-7680-027-9 ©2008 by M.Books do Brasil Editora Ltda. Todos os direitos reservados. Direitos exclusivos cedidos à M.Books do Brasil Editora Ltda. Proibida a reprodução total ou parcial. Editor MILTON MIRA DE ASSUMPÇÃO FILHO Produção Editorial Salete Del Guerra Copidesque Cristina Moratto Revisão de Texto Regina Célia Buono Foltas Coordenação de Gráfica Silas Camargo Editoração RevisArt Capa RevisArt 2008 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão punidos na forma da lei. Sobre as Autoras Organizadoras e Autoras Mônica Santiago Galisa � Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo � Licenciatura Plena – Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) � Especialista em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo � Educadora em Saúde Pública pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) � Mestre em Administração (área de concentração: Gestão Organizacio- � nal das Instituições Hospitalares e da Saúde) pelo Centro Universitário São Camilo Docente do Curso Técnico de Nutrição e Dietética na ETE Carlos de Campos � (1988-1996) Docente do curso de Nutrição no Centro Universitário São Camilo, desde � 1992 Coordenadora de estágios do curso de Nutrição do Centro Universitário � São Camilo Leila Maria Biscólla Esperança � Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo � Pedagoga pela Faculdade Carlos Pasquale � Licenciatura Plena – Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) � Especialista em Saúde Pública pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) � Mestre em Administração pelo Centro Universitário São Camilo � VI • Nutrição — Conceitos e Aplicações Docente do Curso Técnico de Nutrição e Dietética na ETE Carlos de Campos � (1975-1992) Docente do curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo (1980- � 2006) Atualmente atua na área de Artes Plásticas como escultora, com o nome � artístico Leila BE Neide Gaudenci de Sá � Nutricionista equiparada pela Lei nº 5.276, de 24/04/1967, Escola Industrial � Carlos de Campos Pedagoga pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) � Professora do Curso Técnico de Nutrição e Dietética na ETE Carlos de Campos � (1952-1984) Coordenadora do Curso Técnico de Nutrição e Dietética na ETE Carlos � de Campos (1972-1984) Consultora da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) � da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, no que se refere a cursos de Nutrição de nível médio (1978-1984) Autora dos livros: “Princípios da Nutrição” e “Nutrição e Dietética” � Autora da pesquisa “Custo da alimentação correta em São Paulo – 1940 � a 1984”, incorporada ao acervo do Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 1985 Recebeu o “Prêmio Nacional de Alimentação – SAPS (Serviço de Alimen- � tação da Previdência Social)”, 1954 O Conselho Regional de Nutricionistas, 3 � a Região, no ano 2002, criou o Prê- mio Neide Gaudenci de Sá, destinado ao profissional técnico em Nutrição e Dietética de destaque do ano. Sobre as Autoras • VII Autoras Angela Antonia Russo Barioni � Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo � Especialista em Nutrição e Saúde Pública pela Universidade Federal de � São Paulo (Unifesp) Nutricionista da Unidade Básica São Lucas – Secretaria da Saúde do � Município de São Paulo Clara Korukian Freiberg � Nutricionista pela Universidade Mogi das Cruzes (UMC) � Licenciatura Plena – Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) � Mestre em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo � (USP) Docente do Curso Técnico de Nutrição e Dietética na ETE Carlos de Campos � Coordenadora de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de � Nutrição da Universidade Guarulhos (UnG) Docente do curso de Nutrição da Universidade Guarulhos (UnG) e do Centro � Universitário São Camilo Letizia Nuzzo � Nutricionista pela Universidade Mogi das Cruzes (UMC) � Licenciatura Plena – Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) � Especialista em Administração de Serviço e Nutrição e Dietética pelo CE- � DAS – Faculdade de Ciências da Saúde São Camilo Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Univer- � sidade de São Paulo (FSPUSP) Mestre em Saúde Pública (área de concentração: Nutrição), pela Faculdade � de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSPUSP) Docente e Coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Guarulhos � (UnG) e Membro do Comitê de Ética da UnG VIII • Nutrição — Conceitos e Aplicações Maria Christina Pelliciari Perroni � Nutricionista pela Universidade Mogi das Cruzes (UMC) � Licenciatura Plena – Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) � Especialista em Microbiologia pela Universidade Guarulhos (UnG) � Mestre em Ciência do Movimento pela Universidade Guarulhos (UnG) � Coordenadora da Clínica de Nutrição da Universidade Guarulhos (UnG) � Docente do curso de Nutrição da Universidade Guarulhos (UnG) e do Centro � Universitário São Camilo Marina Favalli Branco � Nutricionista pela Universidade Mogi das Cruzes (UMC) � Licenciatura Plena – Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) � Especialista em Homeopatia pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) � Coordenadora de estágios do curso de Nutrição da Universidade Guarulhos � (UnG) Docente do curso de Nutrição da Universidade Guarulhos (UnG) � Rosana Toscano Ferreira � Nutricionista pela Universidade Mogi das Cruzes (UMC) � Licenciatura Plena – Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) � Especialista em Homeopatia pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) � Mestre em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo � (USP) Docente do curso de Nutrição da Universidade Guarulhos (UnG) e do Centro � Universitário São Camilo Vera Cristina Soares � Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo � Especialista em Homeopatia pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) � Especialista em Nutrição Clínica pela Secretaria de Estado da Saúde do Es- � tado de São Paulo Docente do curso de Nutrição da Universidade Guarulhos (UnG) � Nutricionista da Supervisão de Vigilância em Saúde de Vila Maria/Guilherme � – Secretaria da Saúde do Município de São Paulo Apresentação Livro organizado pelas nutricionistas Mônica Santiago Galisa, Leila Maria Biscólla Esperança e Neide Gaudenci de Sá é sempre uma obra aguardada pelos profissionais que se interessam pela ciência da Nutrição. Dessa feita, este lançamento suplanta qualquer expectativa, pois apresenta uma atualização dos princípios da Nutrição e das orientações para planejamento alimentar correto, além de abordar os aspectos socioeconômicos e educacionais da alimentação. Bastante agradável de ser lido por aqueles que estudam e pesquisam temas correlatos à saúde e à nutrição, o livro oferece ao leitor frutíferas informações e levanta questões concisas que levam a reflexões profundas, demonstrando, dessa forma, o estado da arte sobre o assunto. Os capítulos foram apresentados pelas autoras mostrando que as perspectivas para a nutrição e alimentação são infinitas e, por esse motivo, os profissionais inse- ridos nas áreas de atenção à saúde devem acompanhar os avanços do conhecimento e aprofundá-los. Também não deixou de ressaltar a importância dos aspectos educacionais da alimentação, pois aprender nutrição não é discutir apenas os aspectos biológicos, mas também a alimentaçãohumana situada nos âmbitos sociais, econômicos e cul- turais. A obra aproxima esses múltiplos componentes com a finalidade de promo- ver a saúde e a qualidade de vida por intermédio da ampliação da compreensão sobre a transdisciplinaridade da alimentação humana. A leitura crítica e a reflexão dos conhecimentos apresentados neste livro con- tribuem com a qualificação das ações voltadas à Alimentação e à Nutrição, de- monstrando que cada caso deve ser tratado em sua individualidade para alcançar um propósito mais amplo: o alcance de uma população mais sadia. Não foi por acaso que o Conselho Regional de Nutricionistas da 3a Região deu o nome de Neide Gaudenci de Sá ao profissional técnico em Nutrição e Dietética de destaque. Meus parabéns sinceros para as organizadoras e autoras. Sandra Maria Chemin Seabra da Silva Sumário Parte 1 Princípios da Nutrição ............................................................. 1 Capítulo 1 Alimentação: o Indivíduo, a Sociedade e o Profissional ................... 3 1.1 A Alimentação e o Indivíduo ...........................................................................................3 1.2 A Alimentação e a Sociedade ...........................................................................................4 1.3 Atuação do Profissional de Nutrição ..............................................................................4 Questões e Atividades Propostas .....................................................................................5 Capítulo 2 Nutrição e Dietética. Os Nutrientes ..................................................... 7 2.1 Ciência da Nutrição ...........................................................................................................7 2.2 Nutrição ...............................................................................................................................7 2.3 Alimentação e Nutrição .....................................................................................................8 2.4 Dietética ...............................................................................................................................8 2.5 Alimentos ............................................................................................................................8 2.6 Nutrientes ............................................................................................................................8 2.6.1 Classificação dos Nutrientes ...................................................................................9 2.7 Calorias ..............................................................................................................................10 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................10 Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais ....................... 11 3.1 Classificação das Substâncias Alimentares Segundo a Origem..................................11 3.2 Classificação de Substâncias Alimentares Segundo a Predominância de Nutrientes ....................................................................................................................15 3.3 Alimentos Funcionais ......................................................................................................15 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................18 XII • Nutrição — Conceitos e Aplicações Capítulo 4 Biodisponibilidade de Nutrientes ..................................................... 21 4.1 Fatores que Influenciam a Biodisponibilidade .............................................................21 4.2 Abordagem da Biodisponibilidade de Alguns Nutrientes ..........................................23 4.2.1 Proteínas ..................................................................................................................23 4.2.2 Minerais ...................................................................................................................23 4.2.3 Fibras .......................................................................................................................24 4.3 Principais Interações entre os Nutrientes .....................................................................24 4.3.1 Ferro e Cálcio..........................................................................................................24 4.3.2 Ferro e Zinco ..........................................................................................................24 4.3.3 Ferro e Vitamina C .................................................................................................25 4.3.4 Ferro e Vitamina A ................................................................................................25 4.3.5 Cálcio e Zinco .........................................................................................................25 4.3.6 Zinco e Vitamina A ................................................................................................25 4.3.7 Zinco e Proteína .....................................................................................................25 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................26 Parte 2 Nutrientes ............................................................................... 27 Capítulo 5 Carboidratos (Glícides, Glicídios ou Hidratos de Carbono) ............ 29 5.1 Definição ..........................................................................................................................29 5.2 Composição .....................................................................................................................29 5.3 Classificação .....................................................................................................................29 5.4 Funções ..............................................................................................................................31 5.5 Digestão, Absorção e Metabolismo ...............................................................................32 5.6 Recomendações Diárias ..................................................................................................32 5.7 Fontes Alimentares...........................................................................................................33 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................34 Capítulo 6 Lípides (Lipídios ou Gorduras) .......................................................... 35 6.1 Definição ..........................................................................................................................35 6.2 Composição .....................................................................................................................35 6.3 Classificação .....................................................................................................................36 6.4 Funções ..............................................................................................................................37 6.5 Digestão, Absorção e Metabolismo ................................................................................38 6.6 Recomendações Diárias ..................................................................................................39 6.7 Fontes Alimentares...........................................................................................................40 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................40 Sumário • XIII Capítulo 7 Proteínas (Protídios ou Prótides) ....................................................... 41 7.1 Definição ..........................................................................................................................41 7.2 Composição.....................................................................................................................41 7.3 Classificação .....................................................................................................................42 7.4 Funções .............................................................................................................................43 7.5 Digestão, Absorção e Metabolismo ................................................................................43 7.6 Recomendações Diárias .................................................................................................44 7.7 Fontes Alimentares...........................................................................................................45 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................46 Capítulo 8 Minerais ............................................................................................... 47 8.1 Classificação ......................................................................................................................47 8.1.1 Macrominerais........................................................................................................47 8.1.1.1 Cálcio (Ca) .................................................................................................47 8.1.1.2 Fósforo (P) ..................................................................................................49 8.1.1.3 Magnésio (Mg) ..........................................................................................50 8.1.1.4 Enxofre (S) ..................................................................................................50 8.1.1.5 Sódio (Na), Cloro (Cl) e Potássio (K) – Eletrólitos ...............................51 8.1.2 Microminerais ........................................................................................................54 8.1.2.1 Ferro (Fe) ....................................................................................................54 8.1.2.2 Zinco (Zn) ..................................................................................................55 8.1.2.3 Cromo (Cr) .................................................................................................56 8.1.2.4 Iodo (I) ........................................................................................................56 8.1.2.5 Manganês (Mn) .........................................................................................57 8.1.2.6 Flúor (Fl) .....................................................................................................58 8.1.2.7 Selênio (Se) .................................................................................................58 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................59 Capítulo 9 Vitaminas ............................................................................................. 61 9.1 Características ...................................................................................................................61 9.2 Funções ..............................................................................................................................62 9.3 Classificação das Vitaminas ............................................................................................62 9.3.1 Vitaminas Lipossolúveis .......................................................................................62 9.3.1.1 Vitamina A .................................................................................................63 9.3.1.2 Vitamina D (Calciferol, Anti-raquítica) .................................................65 9.3.1.3 Vitamina E (Tocoferol) .............................................................................67 9.3.1.4 Vitamina K (Filoquinona, Anti-hemorrágica) ......................................68 9.3.2 Vitaminas Hidrossolúveis ....................................................................................69 9.3.2.1 Vitamina C (ácido Ascórbico) ...............................................................69 XIV • Nutrição — Conceitos e Aplicações 9.3.2.2 Vitaminas do Complexo B ......................................................................70 Questões e Atividades Propostas ...................................................................................78 Capítulo 10 Água e Eletrólitos .............................................................................. 81 10.1 Definição ........................................................................................................................81 10.2 Composição ...................................................................................................................81 10.3 Funções ...........................................................................................................................82 10.4 Compartimentos Hídricos ............................................................................................82 10.5 Equilíbrio Hídrico: Ingestão e Eliminação .................................................................82 10.6 Necessidades Diárias .....................................................................................................84 10.7 Controle da Distribuição da água – Equilíbrio Hídrico ..........................................84 Questões e Atividades Propostas ..................................................................................86 Parte 3 Plano Alimentar ..................................................................... 87 Capítulo 11 Orientação para Alimentação Correta. Planejamento de Refeições ...................................................................................... 89 11.1 Guia Alimentar Adaptado – Pirâmide Alimentar .....................................................89 11.2 Cardápio .........................................................................................................................91 11.3 Esquemas Básicos para as Refeições ...........................................................................92 11.4 Exemplo de Cardápio Elaborado a partir dos Esquemas Básicos ...........................93 Questões e Atividades Propostas ..................................................................................94 Capítulo 12 Preceitos Fundamentais para Plano Alimentar: Finalidades e Leis .............................................................................. 95 12.1 Plano Alimentar ............................................................................................................95 12.2 Regras para a Elaboração do Plano Alimentar ..........................................................95 12.3 Leis Fundamentais da Alimentação ............................................................................97 12.4 Condições para a Elaboração de um Plano Alimentar Equilibrado .......................99 Questões e Atividades Propostas ................................................................................100 Capítulo 13 Aspecto Energéticodo Plano Alimentar ........................................ 101 13.1 Energia ..........................................................................................................................101 13.2 Componentes do Gasto Energético de 24 Horas ....................................................102 13.2.1 Metabolismo Basal (MB) .................................................................................102 13.2.2 Atividade Física ou Voluntária ........................................................................102 13.2.3 Efeito Térmico do Alimento ou Termogênese (ETA) (ou TEF em inglês) ...........................................................................................103 13.2.4 Termogênese Facultativa ..................................................................................103Sumário • XV 13.3 Cálculo das Recomendações Energéticas .................................................................104 13.4 Proporção dos Nutrientes Energéticos na Composição do VET ...........................109 13.5 Distribuição do VET nas Refeições Diárias ..............................................................109 13.6 Distribuição dos Nutrientes Energéticos nas Refeições Diárias ...........................110 Questões e Atividades Propostas .................................................................................111 Capítulo 14 Roteiro para Elaboração de Cardápios ......................................... 113 14.1 Estudo do Indivíduo ...................................................................................................113 14.2 Recomendações Nutricionais ....................................................................................113 14.3 Planejamento do Plano Alimentar .............................................................................114 Questões e Atividades Propostas ................................................................................115 Parte 4 Planos Alimentares Segundo a Idade ................................ 117 Capítulo 15 Alimentação da Criança ................................................................. 119 15.1 Características da Idade ..............................................................................................119 15.2 Recomendações Nutricionais .....................................................................................119 15.2.1 Energia .................................................................................................................119 15.2.2 Proteínas .............................................................................................................120 15.2.3 Lipídios ...............................................................................................................120 15.2.4 Carboidratos ......................................................................................................120 15.2.5 água ....................................................................................................................121 15.2.6 Minerais ..............................................................................................................121 15.2.6.1 Cálcio .....................................................................................................121 15.2.6.2 Ferro .......................................................................................................122 15.2.6.3 Zinco ......................................................................................................122 15.2.7 Vitaminas ...........................................................................................................123 15.2.7.1 Vitamina A ............................................................................................123 15.2.7.2 Vitamina D ............................................................................................124 15.2.7.3 Vitamina C ............................................................................................124 15.3 Plano Alimentar ...........................................................................................................125 15.3.1 Aleitamento Materno ........................................................................................125 15.3.1.1 Tipos de Leite Materno .........................................................................126 15.3.2 Aspectos Imunológicos do Leite Materno ......................................................130 15.3.3 Introdução de Novos Alimentos ......................................................................131 15.3.3.1 A Transição Alimentar, Segundo o Ministério da Saúde .................132 15.3.4 Aleitamento Artificial ........................................................................................135 15.4 Esquema Alimentar ....................................................................................................136 15.4.1 Esquema Alimentar para o Primeiro Ano da Criança .................................136 XVI • Nutrição — Conceitos e Aplicações 15.3.2 Esquema Alimentar para o Segundo Ano da Criança .................................138 Questões e Atividades Propostas .................................................................................139 Capítulo 16 Alimentação do Pré-Escolar ........................................................... 141 16.1 Características da Idade ..............................................................................................141 16.2 Recomendações Nutricionais .....................................................................................142 16.2.1 Energia ................................................................................................................142 16.2.2 Proteína ..............................................................................................................142 16.2.3 Carboidratos ......................................................................................................142 16.2.4 Lipídios ...............................................................................................................142 16.2.5 Vitaminas ...........................................................................................................143 16.2.5.1 Vitamina A ............................................................................................143 16.2.5.2 Vitamina D ............................................................................................143 16.2.5.3 Vitamina C ............................................................................................143 16.2.6 Minerais...............................................................................................................143 16.2.6.1 Cálcio .....................................................................................................143 16.2.6.2 Ferro ........................................................................................................144 16.2.6.3 Zinco ......................................................................................................144 16.3 Plano Alimentar ...........................................................................................................144 16.3.1 Pirâmide Alimentar do Pré-Escolar ................................................................144 16.4 Cardápio Modelo .........................................................................................................146 Questões e Atividades Propostas .................................................................................147 Capítulo 17 Alimentação do Escolar .................................................................. 149 17.1 Características da Idade ..............................................................................................149 17.2 Recomendações Nutricionais .....................................................................................150 17.3 Plano Alimentar ...........................................................................................................150 17.4 Cardápio Modelo .........................................................................................................151 Questões e Atividades Propostas .................................................................................152 Capítulo 18 Alimentação do Adolescente ......................................................... 153 18.1 Características da Idade ..............................................................................................153 18.2 Recomendações Nutricionais .....................................................................................154 18.2.1 Energia ................................................................................................................154 18.2.2 Proteínas.............................................................................................................155 18.2.3 Ferro ....................................................................................................................155 18.2.4 Cálcio ..................................................................................................................156 18.2.5 Vitamina A .........................................................................................................156 18.2.6 Vitamina C .........................................................................................................157 Sumário • XVII 18.3 Plano Alimentar ...........................................................................................................157 18.3.1 Hábitos Alimentares dos Adolescentes ...........................................................157 18.3.2 Orientações Dietéticas .......................................................................................158 18.4 Cardápio Modelo .........................................................................................................158 Questões e Atividades Propostas .................................................................................159 Capítulo 19 Alimentação do Adulto ................................................................... 161 19.1 Características da Idade ..............................................................................................161 19.2 Recomendações Nutricionais .....................................................................................162 19.2.1 Energia ................................................................................................................162 19.2.2 Proteínas .............................................................................................................163 19.2.3 Lípides e Carboidratos .....................................................................................164 19.2.4 Minerais e Vitaminas ........................................................................................164 19.3 Plano Alimentar ..........................................................................................................164 19.3.1 Exemplo de um Plano Alimentar Destinado a um Adulto que Realiza Atividade Física Leve .........................................................................................165 19.4 Cardápio Modelo .........................................................................................................166 Questões e Atividades Propostas .................................................................................167 Capítulo 20 Alimentação do Idoso ..................................................................... 169 20.1 Características da Idade ..............................................................................................169 20.2 Recomendações Nutricionais .....................................................................................171 20.2.1 Energia ................................................................................................................172 20.2.2 Carboidratos ......................................................................................................172 20.2.3 Proteínas .............................................................................................................173 20.2.4 Lípides ................................................................................................................173 20.2.5 Vitaminas ............................................................................................................173 20.2.5.1 Vitamina A e os Carotenóides .............................................................173 20.2.5.2 Vitamina D ............................................................................................173 20.2.5.3 Vitamina E .............................................................................................174 20.2.5.4 Vitamina C ............................................................................................174 20.2.5.5 Vitaminas B6, B12 e ácido Fólico .........................................................175 20.2.6 Minerais...............................................................................................................176 20.2.6.1 Cálcio .....................................................................................................176 20.2.6.2 Zinco ......................................................................................................176 20.2.6.3 Ferro .......................................................................................................177 20.2.7 água ....................................................................................................................177 20.3 Plano Alimentar ...........................................................................................................178 XVIII • Nutrição — Conceitos e Aplicações 20.3.1 Exemplo de um Plano Alimentar Destinado a um Idoso que Realiza Atividade Física Leve .........................................................................................178 20.4 Cardápio Modelo .........................................................................................................179 Questões e Atividades Propostas .................................................................................180 Parte 5 Planos Alimentares em Situações Especiais ..................... 181 Capítulo 21 Alimentação da Gestante ............................................................... 183 21.1 Características do Período ..........................................................................................183 21.2 Recomendações Nutricionais .....................................................................................184 21.3 Plano Alimentar ...........................................................................................................185 21.4 Cardápio Modelo .........................................................................................................186 Questões e Atividades Propostas .................................................................................187 Capítulo 22 Alimentação da Nutriz .................................................................... 189 22.1 Características do Período ..........................................................................................189 22.2 Observações Importantes sobre a Amamentação ....................................................190 22.2.1 Técnicas de Aleitamento Materno ...................................................................190 22.2.2 Cuidados na Amamentação .............................................................................190 22.2.3 Intercorrências Mamárias .................................................................................192 22.3 Recomendações Nutricionais .....................................................................................193 22.4 Plano Alimentar ...........................................................................................................193 22.5 Cardápio Modelo .........................................................................................................194 Questões e Atividades Propostas .................................................................................195 Capítulo 23 Introdução à Dietoterapia .............................................................. 197 23.1 Conceitos .......................................................................................................................198 23.2 Finalidades da Dietoterapia ........................................................................................198 23.3 Princípios Básicos da Dietoterapia ............................................................................199 23.4 Formas de Atuação da Dietoterapia...........................................................................19923.5 Tipos de Dietas .............................................................................................................199 23.5.1 Dietas Terapêuticas Modificadas em Consistência........................................200 23.5.2 Dietas Terapêuticas Modificadas em Constituintes ......................................201 Questões e Atividades Propostas .................................................................................203 Capítulo 24 Dietoterapia nas Patologiasmais Comuns na Prática Clínica do Nutricionista ............................................................................... 205 24.1 Diabetes Mellitus ..........................................................................................................205 24.2 Hipertensão Arterial ....................................................................................................206 Sumário • XIX 24.3 Obesidade ......................................................................................................................207 24.4 Dislipidemia ..................................................................................................................208 Questões e Atividades Propostas .................................................................................209 Parte 6 Aspectos Socioeconômicos e Educacionais da Alimentação .......................................................................... 211 Capítulo 25 Alimentação: Problema Econômico .............................................. 213 Questões e Atividades Propostas .................................................................................216 Capítulo 26 Educação Alimentar ........................................................................ 217 26.1 Programas de Comunicação e Reeducação Alimentar (PCRA) ............................218 26.1.1 Fases do Programa de Comunicação e Reeducação Alimentar (PCRA) ...218 26.1.1.1 Diagnóstico ...........................................................................................218 26.1.1.2 Objetivos ................................................................................................219 26.1.1.3 Conteúdo ...............................................................................................220 26.1.1.4 Estratégia ...............................................................................................220 26.1.1.5 Avaliação ................................................................................................221 26.2 Temas para o Desenvolvimento do Programa de Comunicação e Reeducação Alimentar (PCRA) ......................................................................................................221 Questões e Atividades Propostas .................................................................................224 Capítulo 27 Segurança Alimentar e Nutricional ............................................... 225 27.1 Conceito de Segurança Alimentar .............................................................................225 27.2 Causas da Insegurança Alimentar no Brasil ......................................................225 27.3 Diretrizes de Política de Segurança Alimentar.........................................................227 27.4 A Política Governamental na área de Segurança Alimentar .................................228 Questões e Atividades Propostas .................................................................................230 Capítulo 28 Guia Alimentar para a População Brasileira: Promovendo a Alimentação Saudável ................................................................... 231 28.1 As Diretrizes .................................................................................................................232 28.2 Comentários Finais ......................................................................................................237 Questões e Atividades Propostas .................................................................................238 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 239 Tabelas DRI ............................................................................................................. 245 Índice Remissivo .................................................................................................... 251 Prefácio Algumas palavras à guisa de apresentação... Uma das maiores satisfações da minha vida profissional é ter tido a oportunidade de ver que os esforços dos pioneiros no campo da Nutrição no Brasil – entre os quais eu me incluo – ultrapassaram até as previsões mais otimistas, alcançando a importância e a credibilidade pelas quais tanto nos empenhamos. Mas essa dedicação tem de ser contínua, incorporando sempre novos conhe- cimentos, novos procedimentos, novas técnicas, que surgem a cada instante numa ciência tão vibrante e tão nova, em decorrência dos recursos de pesquisa cada vez mais acurados. Livros especializados constituem suporte muito significativo e sempre serão bem-vindos, principalmente se tiverem o olhar dos brasileiros sobre o assunto. As- sim é este, de autoria de um grupo de jovens professoras muito dedicadas e que, para meu orgulho, são quase todas minhas ex-alunas. Incluíram-me como autora em seu trabalho. No entanto, é a mesma coisa que dizer que a Mona Lisa é a autora do seu retrato. Fui apenas uma provocadora, papel de educadora que desempenho com prazer. Parabéns Mônica e Leila (coordenadoras), Angela, Clara, Letizia, Maria Chris- tina, Marina, Rosana e Vera Cristina. Também à nossa querida e saudosa Solange Santiago Galisa que, certamente, acompanhou todas as etapas dessa realização de suas colegas e amigas. Acredito que elas estão seguindo o que se pode depreender dos ensinamentos de São Beda, o Venerável, para alcançar a felicidade: ensinar o que se sabe, praticar o que se ensina, perguntar o que se ignora. XXII • Nutrição — Conceitos e Aplicações Espero poder incentivá-las até quando me for permitido e sigo repetindo: “Pai, agora que aumenta o círculo de criaturas que me olham e esperam alguma coisa de mim, dá-me um pouco de sabedoria, ensina-me a palavra certa, inspira-me o gesto exato, norteia a minha atitude.” Neide Gaudenci de Sá A primeira parte deste livro abrange conceitos básicos que irão embasar o estudo da Nutrição. Atenção especial deve ser dada a esses conhecimentos, pois estes constituem os subsídios básicos para que o indivíduo desenvolva o espírito crítico e se posicione de maneira pró-ativa em relação ao desafi o de atuar na área da Saúde, passando a enfrentá-lo com atitudes e ferramentas adequadas. Parte 1 Princípios da Nutrição Capítulo 1 Alimentação: o Indivíduo, a Sociedade e o Profi ssional Leila Maria Biscólla Esperança Mônica Santiago Galisa Neide Gaudenci de Sá 1.1 A Alimentação e o Indivíduo A alimentação exerce grande infl uência no indivíduo, principalmente sobre a sua saúde, sua capacidade de trabalhar, estudar e divertir-se, sua aparência e sua lon- gevidade. Uma pessoa mal nutrida, com alimentação pouco variada, é fraca, irritadiça, desa- nimada, sem vontade de trabalhar, andar, pensar, enfi m, de realizar qualquer atividade que dependa de esforço muscular ou cerebral. As pessoas com excesso de peso não podem, tampouco, ser consideradas bem nutridas, uma vez que a obesidade resulta em desânimo, cansaço fácil, além de ser fator de risco para muitas outras doenças, dentre as quais podemos citar, entre as mais comuns, o diabetes e a hipertensão arterial. Assim, cuidar da alimentação é cuidar de uma necessidade básica do ser hu- mano, de extrema importância em sua vida. Saber alimentar-se conforme suas ne- cessidades signifi ca “comer para viver” e não “viver para comer”. O défi cit nutricional, mantido durante muito tempo, determina nas pessoas seqüelas que as atingem desde a gestação, acompanhando-asdurante toda a sua vida. A desnutrição pode causar abortos espontâneos, nascimento de crianças pre- maturas e débeis, crescimento e desenvolvimento retardados, diminuição de resis- tência às infecções, índices elevados de mortalidade infantil, mau aproveitamento escolar, má conformação física, baixa produtividade no trabalho, envelheci- mento precoce e morte prematura. Por outro lado, o excesso alimentar provoca a obesidade, que está se tornando rapidamente uma epidemia mundial em razão de atitudes equivocadas no consu- mo de alimentos inadequados e da diminuição da atividade física, graças aos equi- pamentos da vida moderna que levam ao sedentarismo. 4 • Nutrição — Conceitos e Aplicações 1.2 A Alimentação e a Sociedade A alimentação exerce uma influência decisiva no desenvolvimento, na condição física, na eficiência dos indivíduos e, conseqüentemente, na sociedade em que vi- vem. Não se pode esperar produção e crescimento harmônico de uma nação mal alimentada, seja por escassez, seja por excesso de alimentos. A fisiologia de uma sociedade é a soma da fisiologia dos seus indivíduos: se predominarem os aspectos negativos, lento e irregular será o desenvolvimento dela. Assim, alimentar bem os componentes de uma população significa um investimen- to cujo retorno é altamente compensador para o país. É bom esclarecer que a solução do problema alimentar depende basicamente de dois fatores fundamentais, tão entrelaçados que dificilmente se poderá apontar onde começa um e termina o outro, quais sejam, a capacidade aquisitiva para a alimentação e a educação alimentar. 1.3 Atuação do Profissional de Nutrição Diante do exposto, é fácil concluir a parcela de responsabilidade que cabe ao pro- fissional de Nutrição na manutenção de hábitos alimentares satisfatórios para as pessoas, atuando principalmente na prevenção dos problemas alimentares e em suas conseqüências para a saúde. Além disso, sempre é necessário se atualizar, aprofundar conhecimentos e dar exemplo, praticando a alimentação correta. As atividades do profissional de Nutrição sempre se nortearam pelo lema ado- tado pela FAO (Food and Agriculture Organization): “Se você der um peixe ao homem, ele comerá uma vez; se você o ensinar a pescar, ele comerá sempre”. Mas, se as águas em que o homem precisar pescar forem sujas, poluídas, mortas, será necessário mudar suas condições. Diante do quadro que o Brasil apresenta, as pa- lavras de Amorim (1998), pensador cristão, ao reformular o dito famoso, merecem reflexão, porque nos parecem mais adequadas e esclarecedoras: “A quem tem fome, dar o peixe antes que morra; logo que possível, vencida a fome, dar-lhe o anzol e ensiná-lo a pescar, para que não fique sempre dependente do seu peixe; em seguida, juntar-se a ele na luta pelo direito de comer o peixe que pescou.” Esta preocupação com o outro é o que se espera do profissional consciente e atento. Trata-se do cuidado e do cuidar, uma nova ética, compreensível a todos Capítulo 1 Alimentação: o Indivíduo, a Sociedade e o Profissional • 5 e capaz de inspirar valores e atitudes fundamentais de humanização no desempe- nho do trabalho. Questões e Atividades Propostas 1. Pesquise, em jornais e revistas, artigos que se refiram à alimentação no Brasil. Inicie um álbum de recortes e faça o índice para facilitar a consulta. 2. Com o grupo de estudos, debata os mais significativos pontos do problema alimentar brasileiro, enfocando o aspecto individual e o aspecto coletivo. Faça um resumo das conclusões. 3. Por que, geralmente, em regiões onde prevalece a desnutrição, os índices de mortalidade infantil são elevados? 4. Promova debate entre grupos: um que defenda o ponto de vista de que o problema alimentar é decorrente da condição econômica e outro que con- sidere que a falta de educação alimentar é responsável pela questão. Os argumentos deverão ser bem fundamentados e apresentados em relatório final com as conclusões. 5. Procure informes sobre programas, oficiais ou não, destinados a promover a boa alimentação – criação, objetivos, atividades, resultados e dificulda- des enfrentadas. Consultar www.saude.gov.br. 6. Trace um paralelo entre as duas frases e explique-as. Frase 1: “Se você der um peixe ao homem, ele comerá uma vez; se você o ensinar a pescar, ele comerá sempre”. Frase 2: “A quem tem fome, dar o peixe antes que morra; logo que possível, vencida a fome, dar-lhe o anzol e ensiná-lo a pescar, para que não fique sempre dependente do seu peixe; em seguida, juntar-se a ele na luta pelo direito de comer o peixe que pescou”. 7. Que responsabilidade o profissional de Nutrição deve assumir para com seus semelhantes? Discuta os pontos éticos que devem ser observados na profissão. Capítulo 2 Nutrição e Dietética. Os Nutrientes Leila Maria Biscólla Esperança Mônica Santiago Galisa Neide Gaudenci de Sá Alguns conceitos e defi nições são essenciais para a compreensão da Nutrição e de- vem ser assimilados e incorporados ao conjunto de conhecimentos que formam a estrutura cognitiva dos profi ssionais da área. 2.1 Ciência da Nutrição É a ciência que se ocupa dos alimentos, dos nutrientes e seus outros componentes – que são as chamadas substâncias bioativas –, sua ação, interação e balanço em re- lação à saúde e à enfermidade, assim como os processos por meio dos quais o orga- nismo ingere, absorve, transporta, utiliza os componentes e excreta seus resíduos. 2.2 Nutrição É a combinação de processos através dos quais o organismo recebe e utiliza os elementos necessários para a obtenção de energia, a manutenção de suas funções físicas, biológicas e mentais e a formação, o desenvolvimento e a regeneração dos tecidos. A nutrição compreende as seguintes fases: fase da alimentação � : ato voluntário que compreende a escolha, a prepara- ção e o consumo de alimentos. Tem conotação direta com as necessidades biopsicossociais e econômicas do indivíduo; fase da digestão � , da absorção e do metabolismo: inicia-se a partir da in- gestão dos alimentos até o momento em que o organismo utiliza seus com- ponentes para a manutenção e/ou recuperação da saúde; 8 • Nutrição — Conceitos e Aplicações fase da excreção � : compreende a eliminação de parte dos componentes ali- mentares utilizados e dos não utilizados. 2.3 Alimentação e Nutrição São etapas de significado e ação diferentes, mas relacionadas entre si. O processo de nutrição inicia-se após a ingestão dos alimentos e é dependente da qualidade e da quantidade dos componentes da alimentação. Essa união, quando harmoniosamente desenvolvida, garante ao indivíduo plenas funções orgânicas e condições de manter sua vida e saúde. 2.4 Dietética É a ciência e a arte de alimentar corretamente pessoas e coletividades sadias. Con- siste na aplicação da ciência da Nutrição no planejamento e na preparação de refeições adequadas. Quando a Dietética cuida da alimentação de pessoas ou coletividades en- fermas recebe o nome de Dietoterapia1. 2.5 Alimentos Substâncias alimentares ou alimentos são substâncias naturais, dotadas de certas qualidades sensoriais (sabor, aroma, consistência), que excitam o nosso apetite e encerram uma variedade de nutrientes segundo sua composição química, tais como carnes, ovos, leite e derivados, grãos, frutas etc. Os alimentos podem ainda incluir, além dos nutrientes, outros compostos que estão sendo intensamente pesquisados porque parecem realizar ação importante, inclusive na prevenção de doenças2. 2.6 Nutrientes Nutrientes são substâncias químicas presentes nos alimentos, indispensáveis à saú- de e à atividade do organismo, quais sejam, proteínas, carboidratos, lipídios, mine- rais, vitaminas e água. 1. Ver mais sobre este assunto no Capítulo 23. 2. Ver Alimentos Funcionais no Capítulo 3. Capítulo 2 Nutrição e Dietética. Os Nutrientes • 9 Para Escudero (1938), nutriente é toda substância que, introduzida no nosso organismo, vai exercer uma função de nutrição: construtora,reguladora e/ou ener- gética. Os nutrientes contidos nas substâncias alimentares são os seguintes: carboidratos (glícides, glicídios); � lipídios (gorduras, lípides); � proteínas (prótides, protídios); � minerais, como cálcio, fósforo, ferro, zinco etc.; � vitaminas, como vitamina A, complexo vitamínico B etc.; � água � . Há nutrientes que se incorporam ao organismo e outros que não se incor- poram. Temos, por exemplo, o caso da fibra (celulose, por exemplo) que, apesar de não ser incorporada ao organismo, cumpre uma função de nutrição, estimulando o peristaltismo intestinal. O oxigênio é considerado por diversos autores como nutriente, pois é graças à sua presença que o nosso organismo queima (oxida) os alimentos, obtendo, assim, energia e calor. 2.6.1 Classificação dos Nutrientes De acordo com a função que exercem, podemos classificar os nutrientes nos se- guintes tipos: 1. nutrientes que constroem e reparam tecidos orgânicos, ou seja, nutrientes construtores ou plásticos: proteínas – essenciais à formação de todos os tecidos;• minerais – principais constituintes de ossos e dentes, mas praticamente • encontráveis em todas as células; água – constituinte de todos os tecidos• ; 2. nutrientes que regulam os processos orgânicos e as condições internas, ou seja, nutrientes reguladores: água; • minerais; • fibras; • vitaminas; • proteínas;• 3. nutrientes que fornecem calor e energia, ou seja, nutrientes energéticos: carboidratos – mais eficaz fonte de energia para o organismo;• lipídios – mais concentrada fonte de energia;• 10 • Nutrição — Conceitos e Aplicações proteínas – fornecem energia, mas sua principal função é construir e re-• parar tecidos orgânicos. 2.7 Calorias Os nutrientes energéticos, quando queimados (oxidados) nas células, fornecem a energia e o calor que necessitamos. Isso é medido em quilocalorias (kcal)3. Foram feitas tentativas para substituir caloria por joule, sendo que 1 kcal = 4,184 quilo- joules (kJ). Se for necessária a conversão de kcal em kJ, usa-se o valor 4,2 por ser mais prático, sendo que os carboidratos fornecem 4 kcal/g; os lipídios, 9 kcal/g e as proteínas, 4 kcal/g. Popularmente é utilizado o termo caloria (cal). Porém, da mesma maneira que não se utiliza o metro (m) para medir uma estrada e, sim, o quilômetro (km), em virtude da amplitude, precisamos usar a quilocaloria para a alimentação porque é uma unidade compatível com grandes valores. Questões e Atividades Propostas 1. O que significam as palavras “elementos necessários” na definição de Nutrição? 2. Procure explicar detalhadamente os aspectos envolvidos na primeira fase da Nutrição. 3. Explique a diferença entre Dietética e Dietoterapia. 4. Através de exemplos, faça a distinção entre substância alimentar e nutriente. 5. Diga quais são os nutrientes e agrupe-os de acordo com suas funções. 6. Quais as características dos nutrientes energéticos quanto à energia que fornecem ao serem oxidados? 7. Calcule o valor calórico de 240 g de carboidratos, 60 g de gorduras e 60 g de proteínas. 8. Se 100 g de leite de vaca possuem 3,1 g de proteínas, 3,5 g de lipídios e 5,0 g de carboidratos, qual o valor calórico dessa quantidade de leite? (res- posta em kcal) 3. Quilocaloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 quilo de água em 1ºC, de 15º a 16ºC. Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais Clara Korukian Freiberg Neide Gaudenci de Sá Rosana Toscano Ferreira Para garantir mais saúde, maior longevidade, melhor aparência física, mais dis- posição para o trabalho, estudo e lazer, todo indivíduo – seja qual for o seu estágio de vida – necessita de uma alimentação nutritiva, bem selecionada e bem preparada. O meio ambiente oferece grande variedade de substâncias alimentares, chama- das de alimentos, que são usados pelas pessoas para compor suas refeições diárias. Essas substâncias podem ser divididas segundo sua origem (animal, vegetal e mineral) e segundo sua composição em nutrientes. 3.1 Classifi cação das Substâncias Alimentares Segundo a Origem Origem animal � Carnes: � a) mamíferos: carne bovina, suína, ovina, caprina, eqüina etc.; b) aves: galeto, frango, galinha e galo, peru, pato, borrachos, pássaros, fai- são, perdiz etc.; c) pescados: c.1) peixes de água salgada: sardinha, robalo, atum, bacalhau, cação, garoupa, namorado, abadejo, merluza, tainha, pescada etc.; c.2) peixes de água doce: carpa, dourado, lambari, pintado, truta, bagre, traíra etc.; 12 • Nutrição — Conceitos e Aplicações c.3) moluscos (moles, alguns têm concha): polvo, lula, ostras, mexilhões, mariscos, caracóis (escargot) etc.; c.4) crustáceos (crosta protetora): camarão, siri, lagosta, caranguejo etc.; d) insetos, como o içá, por exemplo; e) miúdos ou vísceras: fígado, bucho, bofe, coração, ossos ou espinhas (para caldos), tripas (para embutidos), língua, miolos, moela, orelhas, pés (mocotó), rabada, rins, sangue, tutano, testículos, ubre etc. Todas as carnes são ou já foram consumidas, dependendo dos hábitos da po- pulação e da oferta desses alimentos. Leite e derivados: � a) de vaca, cabra, búfala etc.; b) in natura, pasteurizado, esterilizado (longa vida) etc.; c) evaporado – com redução de água; d) em pó – desidratado; e) condensado – com menos água e adição de açúcar; f) desnatado – sem gordura; g) acidificado: leitelho, coalhada e iogurte; h) creme de leite: é a gordura do leite (nata); i) manteiga: obtida da batedura do creme de leite; j) queijo: produto obtido pela coagulação do leite, por meio do coalho; contém os sólidos do leite: parmesão, prato, provolone, mussarela1, mi- neiro (frescal, meia cura e curado), requeijão etc. Ovos e ovas: � a) ovos: grande poder nutritivo como comprova sua função natural: gali- nha, pata, perua, codorna etc.; b) ovas: ovos de peixes (caviar – ovas de esturjão). Mel: néctar das flores, concentrado pelas abelhas. � Gorduras animais (visíveis): � a) toucinho: tecido adiposo subcutâneo; b) banha: tecido adiposo visceral. 1. Embora a origem da palavra seja italiana, conforme o local onde é fabricado, tem nomenclatura diferenciada. No Brasil, embora seja popularmente grafado como mussarela, encontra-se dicio- narizado como muçarela (Houaiss, Michaelis) ou mozarela, existindo, entretanto, divergências entre os acadêmicos e os dicionaristas acerca da sua correta grafia em língua portuguesa. Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais • 13 Existem também outras gorduras animais, como creme de leite, manteiga e óleos extraídos a partir de produtos de origem animal, como o óleo de fígado de bacalhau. Origem vegetal � Cereais (sementes em espigas): milho, arroz, trigo, aveia, cevada, centeio � etc.; e seus subprodutos: amido de milho (maisena), fubá, farinha de milho, creme de arroz, farinha de trigo, flocos de aveia etc. Leguminosas secas (grãos em vagens): feijões de todos os tipos (branco, mu- � latinho, jalo, roxinho, rosinha, soja, preto etc.), lentilha, ervilha, grão-de-bico, amendoim etc. Feculentos (raízes e tubérculos ricos em amido): batatas, batata-doce, man- � dioca (aipim, macaxeira), cará, inhame, mandioquinha etc.; e seus subpro- dutos: féculas, polvilho etc. Hortaliças (partes comestíveis de plantas): � a) verduras (folhas): alface, agrião, acelga, almeirão, couve, escarola, espi- nafre, rúcula etc.; b) legumes: tomate2, pepino, cenoura, pimentão, rabanete, ervilha fresca, chuchu, pepino, jiló, beterraba, abobrinha, berinjela, palmito etc. Cogumelos (fungos comestíveis): os mais consumidos no Brasil são da es- � pécie Agaricus campestris, variedades creme e branca (champignon). Frutas (frutos de certas plantas, geralmente doces, ricos em sucos e consu- � midos preferencialmente crus): a) cítricas (fontes de vitamina C): limão, laranja, mexerica, caju, carambo- la, abacaxi, morango etc.; b) não cítricas: banana, mamão, maçã, pêra, manga, figo, melão, melancia, abacate etc.; c)frutas secas: ameixa, avelã, amêndoa, castanha, coco, noz, tâmara, uva passa etc. São ricas em amido ou gordura. Gorduras vegetais (extraídas de substâncias vegetais): � a) óleos: milho, soja, amendoim, oliva (azeitonas), canola, girassol, gerge- lim etc.; b) gorduras hidrogenadas ou gorduras trans (submetidas a hidrogenação, passam de óleos a gorduras semi-sólidas): margarina, banha vegetal, gor- dura de coco etc. 2. Na classificação botânica é fruta, mas na culinária é considerado um legume. 14 • Nutrição — Conceitos e Aplicações Derivados de cana-de-açúcar: açúcar (mascavo, cristal e refinado), melado � e rapadura. Origem mineral � água: potável (límpida, incolor, inodora, sabor agradável, fresca). A água de � beber deve ser fervida ou filtrada. Sal (cloreto de sódio): geralmente comercializado como refinado iodado, sal � marinho e grosso. Podemos incluir ainda dois grandes grupos entre as substâncias alimentares, que são utilizados com fins específicos: Bebidas (além de água e água mineral): � a) infusões (operação que consiste em infundir substâncias por tempo va- riável a fim de extrair-lhes os princípios solúveis): café, chá (designação comum a diversas plantas de que se faz infusão) e mate; b) cacau e chocolate; c) refrescos (frutas e vegetais); d) bebidas artificiais não alcoólicas, gaseificadas (refrigerantes); e) bebidas alcoólicas: fermentadas (vinho, cerveja) e destiladas (aguarden- te, uísque). Condimentos: � a) essências ou aromatizantes: baunilha, aniz; b) picantes: pimentas, pimentões; c) ácidos: limão, vinagre; d) especiarias: cravo, canela, noz-moscada; e) ervas aromáticas: salsa, cebolinha, louro, orégano; f) bulbos: alho, cebola; g) corantes: massa de tomate, páprica, colorau, caramelo; h) edulcorantes: açúcar, mel; i) gordurosos: creme de leite, manteiga, óleo de dendê. A tecnologia coloca à nossa disposição, ainda, uma série de substâncias indus- trializadas que devem ser ingeridas somente sob orientação de especialistas, como é o caso de alimentos diet, que apresentam exclusão de um ou mais componentes, ou light, com redução de um ou mais componentes. A fim de atender a todas as necessidades nutricionais, devemos variar bastante os componentes da alimentação diária, procurando experimentar novidades, desde que aprovadas por especialistas em Nutrição. Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais • 15 As substâncias alimentares são, geralmente, formadas por diversos nutrien- tes. O leite, por exemplo, possui quase todos, enquanto outras são formadas por poucos. Todos os nutrientes são necessários na alimentação diária para evitar as moléstias de carência e somente deverão ser reduzidos ou eliminados em face de patologias ou de estilo de vida. 3.2 Classificação de Substâncias Alimentares Segundo a Predominância de Nutrientes Substâncias alimentares com predominância de nutrientes construto- � res: carnes (mamíferos, aves, pescados etc.); miúdos; ovos; leguminosas se- cas (feijões, soja, lentilha, ervilha etc.); leites; coalhadas; iogurtes; queijo. Substâncias alimentares com predominância de nutrientes reguladores: � hortaliças (verduras e legumes), cogumelos e frutas (cítricas e outras). Substâncias alimentares com predominância de nutrientes energéticos: � cereais (arroz, trigo e milho) e subprodutos (farinhas, pão, macarrão e bolachas); feculentos (batatas); açúcar; mel; gorduras vegetais e animais (óleos, margarinas, creme de leite, manteiga, banhas e toucinho). Cada substância alimentar vai agir no organismo conforme a natureza de seus componentes – os nutrientes – e conhecer esta classificação é essencial para quem vai começar a planejar refeições. No entanto, quando for necessário calcular o valor nutricional dos cardápios planejados, é preciso utilizar uma tabela confiável de composição de alimentos3. Essa tabela vai indicar os valores dos diversos nutrientes, em relação às substâncias alimentares escolhidas para compor as refeições, e é uma das principais ferramen- tas do cálculo dietético. 3.3 Alimentos Funcionais Sabe-se hoje que, além dos nutrientes, os alimentos possuem substâncias bioativas4, isto é, capazes de promover e proteger a saúde. 3. Ver www.fcf.usp.br/tabela. 4. Quando estas substâncias estão presentes nos vegetais, recebem o nome de fitoquímicos. 16 • Nutrição — Conceitos e Aplicações Esses alimentos estão sendo chamados de funcionais e as pesquisas a respeito estão em pleno desenvolvimento e é necessário estar atento para reconhecer resul- tados válidos a fim de utilizá-los na orientação alimentar. A seguinte definição parece bastante abrangente: alimento funcional é qual- quer alimento, natural ou preparado, que contenha uma ou mais substâncias clas- sificadas como nutrientes ou não nutrientes, capazes de atuar no metabolismo e na fisiologia humana, promovendo efeitos benéficos para a saúde, podendo retardar o estabelecimento de doenças crônico-degenerativas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. A Portaria nº 389/1999 da Secretaria da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde diz que “é alimento funcional todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, deven- do ser seguro para consumo sem supervisão médica”. As substâncias bioativas presentes nos alimentos funcionais parecem estar mais ligadas à prevenção e ao controle de doenças crônico-degenerativas (câncer e problemas cardiovasculares, entre outras), aos efeitos indesejáveis da menopausa, ao fortalecimento do sistema imunológico e ao envelhecimento precoce. No quadro a seguir apresentaremos alguns alimentos considerados como fun- cionais, com suas respectivas substâncias bioativas e efeitos prováveis no organismo (Pesquisas em desenvolvimento, com acúmulo de evidências em alguns casos). Quadro 3.1 Alimentos funcionais. Alimento Substâncias Bioativas Efeitos Prováveis no Organismo Peixes de água fria (salmão, atum), óleos de peixe Ácidos graxos poliinsaturados – Ômega 3 Reduzem o risco para doenças cardiovasculares e câncer. Controlam pressão sanguínea. Atuam sobre níveis de colesterol e triglicérides. Laticínios fermentados (iogurtes) Lactobacilos/ bifidobactérias (probióticos) Contribuem para a saúde do trato gastrintestinal. Reduzem o risco de câncer de cólon. Aveia (farelo), frutas e legumes Fibras solúveis (pectinas, hemicelulose) Mantêm a regularidade intestinal. Reduzem a taxa de colesterol e LDL. (cont.) Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais • 17 Alimento Substâncias Bioativas Efeitos Prováveis no Organismo Grãos integrais e farelos (trigo e arroz) Fibras insolúveis (lignina, celulose) Regulam o peristaltismo intestinal. Reduzem o risco de câncer colo-retal e gástrico. Vegetais crucíferos (repolho, couve, brócolis, couve-flor) Glicosinolatos (sulforafanos) Possuem propriedades anticarcinogênicas. Previnem câncer de mama. Frutas e vegetais amarelos intensos (cenoura, abóbora, mamão) Carotenóides Previnem as doenças cardiovasculares e câncer. Protegem a visão. Tomate Licopeno (carotenóide) Reduz o risco de câncer de próstata. Frutas vermelhas (amora, jabuticaba, uva, cereja) Flavonóides (antocianinas) Reduzem o risco de câncer. Possuem ação antiinflamatória. Frutas cítricas Limonóides Anticancerígeno. Fortalecem o sistema imunológico. Soja e produtos (“leite”, tofu, proteína texturizada) Isoflavonas (fitoestrógenos: genisteína, daidzeína) Menor incidência dos efeitos indesejáveis da menopausa, de osteoporose e câncer estrógeno- dependente (mama, ovário e útero). Alho, cebola, alho- poró Compostos sulfurados (produzidos da decomposição da alicina) Anticolesterolemia, anti-hipertensivo, anticancerígeno. Óleos vegetais (milho, girassol, gergelim) Ácidos graxos Ômega 6 Reduzem o risco para doenças cardiovasculares(efeito aterogênico). Azeite de oliva Ácidos graxos monoinsaturados Protege contra o câncer (mama e próstata). Efeito aterogênico. Chá verde Polifenóis (catequinas) Previne o câncer e as doenças do coração. Uvas vermelhas escuras/vinho tinto Compostos fenólicos (flavonóides) Moderado uso de vinho. Reduzem o risco de doenças cardiovasculares e câncer. Quadro 3.1 Alimentos funcionais. (continuação) (cont.) 18 • Nutrição — Conceitos e Aplicações Alimento Substâncias Bioativas Efeitos Prováveis no Organismo Ervas Diversos Ação antiinflamatória e anticancerígena. Linhaça Lignanas Reduz a probabilidade de câncer induzido por hormônio estrogênico. Uma vez que ainda estão sendo definidos os níveis ótimos de ingestão e, os riscos e os benefícios dos compostos biologicamente ativos, seja a sua origem ani- mal, seja vegetal, a recomendação dietética mais sensata é dar ênfase a uma dieta saudável que permita consumir todos os alimentos básicos, em proporções ade- quadas, conforme nossas necessidades, e evitar extratos e concentrados, fugindo à influência dos meios de comunicação que os apresentam como milagrosos, capazes de prevenir ou curar todas as doenças. Questões e Atividades Propostas 1. Realize visitas de observação, a fim de reconhecer as diversas substâncias alimentares colocadas à nossa disposição em: açougues, peixarias, avíco- las, padarias, feiras livres, mercados, supermercados e outros estabeleci- mentos do gênero. Nessas visitas, é importante verificar: a) como o produto alimentar se apresenta (variedades, cortes, unidades, peso, embalagem etc.); b) como se escolhe o produto alimentar (caracteres sensoriais, higiene, es- tado da embalagem, rótulos, datas de validade, inspeção sanitária etc.); c) os preços dos produtos. As visitas podem ser feitas em pequenos grupos e o relatório poderá ser utilizado para discussão. 2. Colha amostras de um grupo de alimentos (por exemplo: cereais) e apresen- te-os devidamente identificados. Use sua criatividade para esta apresenta- ção. Poderá ser montada uma exposição sobre “Substâncias Alimentares” no seu local de trabalho. Quadro 3.1 Alimentos funcionais. (continuação) Capítulo 3 As Substâncias Alimentares. Alimentos Funcionais • 19 3. Relacione todos os cortes de carnes bovina e suína (aproveite as visitas propostas para fazer essa pesquisa). 4. Faça uma pesquisa bibliográfica e entreviste pessoas especializadas sobre a maneira correta de escolher peixe. Oriente, a esse respeito, a pessoa res- ponsável pela alimentação em sua casa. 5. O que é alimento funcional? Dê exemplos. 6. Por que devemos escolher vegetais intensamente coloridos para as refei- ções diárias? 7. Por que é importante conhecer a composição das substâncias alimenta- res em relação aos seus nutrientes? Qual o recurso técnico existente para quantificar esse conhecimento? 8. Que atributo é indispensável para a Tabela de Composição de Alimentos? Por quê? Capítulo 4 Biodisponibilidade de Nutrientes Clara Korukian Freiberg Rosana Toscano Ferreira A defi nição utilizada de biodisponibilidade de nutrientes foi estabelecida pela Con- ferência Internacional de Biodisponibilidade em Wageningen, Holanda: “A biodisponibilidade refere-se à fração de qualquer nutriente ingerido que tem o potencial para suprir demandas fi siológicas em tecidos alvos.” O objetivo é a determinação mais precisa das necessidades do organismo, e o estabelecimento das recomendações de ingestão alimentar, por meio dos conheci- mentos da biodisponibilidade das dietas. 4.1 Fatores que Infl uenciam a Biodisponibilidade Existem fatores relacionados tanto à dieta quanto ao indivíduo que podem inter- ferir na biodisponibilidade de nutrientes e que, quando considerados, permitem melhor aproveitamento do alimento ingerido. Para efeito didático, utiliza-se o termo SLAMANGHI, constituído pelas ini- ciais, em inglês, de cada fator interferente na biodisponibilidade de nutrientes. São eles: S � (Species): especiação do nutriente Representa a fórmula química na qual o nutriente se encontra no alimento ou dieta. É necessário verifi car se os elementos químicos presentes nos alimentos estão na sua forma livre ou combinada. 22 • Nutrição — Conceitos e Aplicações L � (Linkage): ligação molecular A estrutura atômica, as ligações químicas, isto é, covalentes ou iônicas, os estados de oxidação e o meio químico (ácido ou básico) poderão interferir na biodisponibilidade dos nutrientes. A � (Amount consumed in the meal): quantidade consumida na refeição O organismo utiliza os nutrientes provenientes da alimentação a fim de manter o equilíbrio. Quando as reservas de nutrientes estão diminuídas, um dos recursos para manter a homeostase é aumentar a absorção. Assim, diante de uma mesma oferta para duas pessoas em condições nutricionais distintas, o indivíduo que apresentar restrição de um nutriente específico terá sua absorção mais otimizada comparada a outro indivíduo que estiver em condições nutricionais adequadas. Por um outro lado, a quantidade em excesso de determinado nutriente pode interferir no aproveitamento de outro. M � (Matrix): matriz onde o nutriente é incorporado No alimento, os diferentes compostos podem interagir entre si, interferin- do na biodisponibilidade dos nutrientes. Por exemplo: os fitatos, os oxala- tos, que impedem a biodisponibilidade de alguns minerais. A � (Attenuators of absortion and bioconversion): atenuadores da absor- ção e bioconversão Existem compostos na dieta que facilitam ou prejudicam a absorção e a conversão dos nutrientes para a sua forma ativa, ou seja, funcional. N � (Nutritional status): estado nutricional do indivíduo É necessário conhecer o estado nutricional dos indivíduos para um estudo de biodisponibilidade. Todos os participantes deverão estar nas mesmas condições nutricionais, pois estaríamos incorrendo em erros na determi- nação da biodisponibilidade de nutrientes. G � (Genetic factors): fatores genéticos Alguns fatores genéticos, entre eles a Síndrome de Menkes, podem interfe- rir na absorção de determinados nutrientes. H � (Host related factors): fatores relacionados ao indivíduo As características individuais, como sexo, idade, estado fisiológico, assim como doenças e medicamentos, podem aumentar ou diminuir a capacida- de de absorção e a utilização de nutrientes. I � (Interaction): interações É necessário conhecer as interações entre os nutrientes, a fim de controlar algumas variáveis para melhor garantir a sua utilização. Capítulo 4 Biodisponibilidade de Nutrientes • 23 4.2 Abordagem da Biodisponibilidade de Alguns Nutrientes 4.2.1 Proteínas As proteínas são moléculas formadas a partir da ligação peptídica entre dois ami- noácidos, com diversas funções no organismo. Para isso, os aminoácidos devem estar biodisponíveis. Fatores que interferem nesta biodisponibilidade: conformação estrutural: quanto menos complexa, maior a digestibilidade � e a biodisponibilidade em decorrência da ação enzimática facilitada; fatores antinutricionais: alguns inibidores das principais enzimas digesti- � vas de proteínas podem reduzir a sua digestibilidade; processamento dos alimentos: reações de Mailard, reações com radicais � livres, com nitritos, por exemplo, ocorridas no processamento, podem contribuir para reduzir a digestibilidade. 4.2.2 Minerais Quando na alimentação falta um ou mais desses nutrientes, ocorrem modificações no organismo precedidas de sinais clínicos até sinais físicos e sintomas da deficiên- cia. Além da alimentação deficiente, problemas digestivos ou de absorção podem contribuir para o comprometimento do estado nutricional. Fatores genéticos individuais e fatores ambientais também interferem na biodis- ponibilidade de minerais. A própria condição em que estes se encontram no trato digestório ou a condição de pH do meio é que determinarão sua biodisponibi- lidade. Por exemplo, o pH do trato gastrointestinal pode interferir
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