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Glicogênese Este estudo está baseado no livro de bioquímica do Harvey (5º Ed) e nos slides da Profª Marluce Ambrósio. O que é glicogênese? Glicogênese é a formação de glicogênio.Então,neste capítulo,estudaremos como ocorre a formação de glicogênio no corpo humano para servir como reserva energética em situações de hipoglicemia,pela ação do glucagon. Estrutura do glicogênio O glicogênio é um homopolissacarídeo de cadeia ramificada formado,exclusivamente,por alfa-D-glicose. A união glicosídica primária é uma ligação alfa (1-4).Após uma média de 8 a 10 resíduos glicosilados há uma ramificação contendo ligação alfa(1-6).Essas moléculas de glicose que formam o glicogênio são sintetizadas ou degradadas pela ação de enzimas específicas para tal. Os estoques de glicogênio hepático aumentam durante o estado alimentado e são esgotados durante o jejum.O glicogênio muscular não é afetado por período curtos(alguns dias) de jejum e só diminui moderadamente em jejuns prolongados(semanas).O glicogênio muscular é sintetizado para repor os estoques dos músculos,depois de terem sido esgotados,por exemplo, após um exercício exaustivo. Síntese de glicogênio O glicogênio é sintetizado a partir das moléculas de glicose.O processo ocorre no citosol e requer energia fornecida pelo ATP (para a fosforilação da glicose) e pelo trifosfato de uridina (UTP). Síntese de UDP- glicose 1. O UDP é a fonte de todos os resíduos que são ligados ao glicogênio em formação. A UDP- glicose é sintetizada a partir de glicose-1-fosfato e do UTP pela UDP-glicose-pirofosfatase. Síntese de um iniciador (segmento inicial) para a síntese de glicogênio 2. A glicogênio sintase é responsável pela formação das ligações alfa(1-4)no glicogênio.Essa enzima não consegue iniciar a síntese de cadeia homopolissacarídica usando a glicose livre como aceptora de uma molécula de glicose oriunda da UDP-glicose.Ela só consegue se alongar com cadeia de glicose já existentes.Na ausência de fragmentos de glicogênio para o alongamento do glicogênio,há a ligação com uma proteína que é iniciadora do glicogênio,a glicogenina.Esta proteína pode servir como aceptora de resíduos de glicose oriundos da UDP-glicose.O grupo hidroxila da cadeia lateral de uma tirosina específica serve como local onde a unidade glicosilação inicial é unida.A reação é catalisada pela própria glicogenina (autoglicosilação),assim a glicogenina é uma enzima.A glicogenina catalisa a seguir a transferência das próximas moléculas de glicose a partir da UDP-glicose,formando uma cadeia curta de resíduos glicosila unidos por ligações alfa(1-4).Essa cadeia curta serve como iniciador para receber futuros resíduos de glicose,sendo alongada pela glicogênio sintase, como descrito a seguir.A glicogenina continua sendo o núcleo do grânulo de glicogênio e continua associada a molécula. Alongamento das cadeias do glicogênio pela glicogênio sintase 3. O alongamento de uma cadeia de glicogênio envolve a transferência de um resíduo de glicose a partir da UDP-glicose para a extremidade não redutora da cadeia em crescimento,formando uma nova ligação glicosídica entre a hidroxila e o carbono anomérico(C1) da glicose ativada (UDP-glicose) e a hidroxila do carbono 4 do resíduo glicosil aceptor.A extremidade não redutora:O carbono anomérico do açúcar terminal está unido por uma ligação glicosídica a outro composto,tornando o carbono terminal não redutor.A enzima responsável pela formação de ligações alfa(1-4) do glicogênio é a glicogênio-sintase. 4.Formação das ramificações no glicogênio Se nenhuma outra enzima agisse na molécula a cadeia de glicogênio seria linear,feita por ligações alfa(1-4).Um composto com essas características em vegetais é denominado amilose.O glicogênio é altamente ramificado e semelhante a uma árvore.Sendo assim, é muito mais solúvel do que a cadeia linear de amilose.As ramifcacoes permitem que hajam mais locais de inserção nas extremidades não redutoras. I. Formação das ramificações:As ramificações são formadas pela “enzima de ramificação” transglicosidade.Através dessa enzima transfere uma cadeia de 6 a 8 resíduos. A ramificação é feita com a ligação alfa(1-6) e as sínteses de glicose para formar a glicogênio é feito pela glicogênio sintetase. II. Formação de ramificações adicionais: Após o alongamento dessas duas extremidades por ação da sintetase,os seus 6 a 8 resíduos glicosilados terminais podem ser removidos e utilizados para formar outras ramificações. Degradação do glicogênio - Glicogenólise A via de degradação que mobiliza o glicogênio armazenado no fígado e no músculo esquelético não é inverso das reações de síntese.Em vez disso,é necessário um conjunto particular de enzimas citosólicas.Quando o glicogênio é degradado,o produto primário é a glicose-1-fosfato,obtida pela clivagem das ligações glicosídicas alfa(1-4).Além disso,glicose livre é liberada a partir de cada resíduo glicosila por ligações alfa(1-6). A. Encurtamento de cadeias A glicogênio-fosforilase cliva,sequencialmente,as ligações glicosídicas alfa(1-4) entre os resíduos glicosilados,a partir das extremidades não redutoras das cadeias de glicogênio,por meio de fosforólise simples(produzindo glicose-1-fosfato) até que restem quatro unidades glicosila em cada cadeia antes do ponto de ramificação,essa estrutura é chamada de dextrina e a fosforilase não consegue degradar. B.Remoção das ramificações As ramificações são removidas por duas atividades enzimáticas de uma única proteína bifuncional,a enzima de desramificação - transferase desramificadora. C.Conversão de glicose-1-fosfato em glicose-6-fosfato A glicose-1-fosfato,produzida pela glicogênio-fosforilase é convertida no citosol em glicose-6-fosfato pela fosfoglicomutase. No fígado, a glicose-6-fosfato é transposta e transformada em glicose-6-fosfatase que é utilizada na última etapa da neoglicogênese.Nos músculos, a glicose-6-fosfato não pode ser desfosforilada porque não há presença da enzima glicose-6-fosfatase.Nesse caso, ela entra na via glicolítica,fornecendo a energia necessária para a contração muscular.
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