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Millena Fernandes l @medmillena Metabolismo do glicogênio Forma de armazenar a glicose dentro do organismo: glicogênio Síntese de glicogênio = glicogênese ou glicogêniogênese Glicogenólise = quebra de glicogênio Glicogenoses: doenças relacionadas ao metabolismo do glicogênio Estrutura do glicogênio Homopolissacarídeos: contém só glicose Ramificado: 1 ramo a cada 8-10 unidades de glicose Precisa ser ramificado, é vantajoso para a velocidade de degradação Predomínio de ligações alfa 1,4 e alfa 1,6 Cadeia linear: alfa 1,4 Cadeias das ramificações: alfa 1,6 É encontrado no fígado e no músculo esquelético Quanto mais ramos, mais extremidades não redutoras (não possuem uma hidroxila anomérica livre) Últimas glicoses nos ramos É a partir dessas extremidades que é feito a quebra (a partir das glicoses-não redutoras) Aumenta a velocidade de degradação = liberação de glicose Maior a velocidade de síntese Síntese e degradação ocorrem simultaneamente Há uma única extremidade redutora ligada a uma proteína glicogenina Formação de um grânulo Glicogênio fica localizado pontualmente. Contém inúmeras glicoses ligadas Glicose é polar. Se toda essa glicose fosse dissolvida no citosol de um hepatócito, sua concentração seria de cerca de 0,4 M, suficiente para influenciar nas propriedades osmóticas da célula. Quando armazenada na forma de um grande polímero (glicogênio) contudo, a mesma massa de glicose tem uma concentração de apenas 0,01 mM; A glicose liberada pelo hepatócito sai dele para atingir a corrente sanguínea, sendo destinada por tecidos com demandas maiores. Ou seja, visa manter a glicemia. - No fígado: tem como função a manutenção da glicemia, é uma reserva de glicose que pode ser usada para outros tecidos além do tecido hepático. A glicose vai sair do hepatócito. - No músculo, é utilizada pelo próprio músculo para a obtenção de energia na contração muscular Glicose vai sair da fibra muscular Distribuição tecidual das reservas de energia de carboidratos Em um adulto de 70kg Fontes de glicose sanguínea Glicogenólise: degradação do glicogênio hepático Millena Fernandes l @medmillena Fundamental para a manutenção da glicemia nas primeiras horas do jejum A glicose da dieta (exógena) mantem a glicose sanguínea por cerca de 2/3 horas Se não comer, chega um tempo que acaba o glicogênio hepático. Produção de corpos cetônicos pode levar a uma acidose metabólica, também conhecida como cetoacidose. Síntese de glicogênio: glicogênese Ocorre no fígado e no músculo É ativada quando há excesso/sobra de glicose - Após o almoço é liberada a insulina, que se liga ao seu receptor e provoca o deslocamento até o transportador (fígado/hepatócito: GLUT2, músculo/fibra muscular esquelética: GLUT4) Glicose sofre fosforilação, formando GLI-6-P, gastando 1ATP Aumentam o tamanho do glicogênio Nem toda a glicose é levada para a via glicolítica, até porque o excesso de ATP inibe essa via A via glicolítica e das pentoses ocorrem normalmente, e ainda sobra gli-6-P; essa "sobra" vai para a síntese de glicogênio A glicose precisa ser ativada, que está ligada a forma UDP-gli, para que ai sim ela seja incorporada à estrutura do glicogênio UDP-gli: forma ativada que pode ser adicionada ao glicogênio. É da glicose-6-P que partirá a primeira reação para prepará-la O fosfato precisa mudar para o carbono 1 da glicose. A enzima fosfoglicomutase que realiza esse deslocamento (reação REVERSÍVEL) Fosfoglicomutose: participação no metabolismo da galactose A partir da GLI-1-P que ocorrerá a reação dela com a UTP (trifosfato de uridina), formando a UDP-gli, que é capaz de ser pendurada em um glicogênio PPi: pirofosfato inorgânico UDP veio do UTP (nucleotídeo altamente energético) Fosfato da GLI-1-P se liga ao primeiro fosfato da UTP, produzindo uma molécula de glicose ativada (UDP-gli) É imprescindível que parta de uma glicose ativada, que pode ser reconhecida pelas enzimas que fazem síntese de carboidratos O PPi é liberado (pirofosfato) UDP-gli É liberado e a glicogênio-sintase parte da molécula de UDP-gli transfere a glicose para o núcleo de glicogênio, sintetizando uma nova ligação alfa-1,4. Assim, tem o núcleo de glicogênio com n+1 glicose Glicogênio-sintase - Enzima: responsável pela formação das ligações alfa-1,4 no glicogênio - Só consegue alongar as cadeias de GLI já existentes e necessita de um segmento inicial (INICIADOR) Um fragmento de glicogênio pode servir O UDP é liberado pela glicogênio-sintase. Millena Fernandes l @medmillena A partir dele, por meio do gasto de uma molécula de ATP, é possível transferir um dos fosfatos e regenerar o UTP (utilizado para a ativação de uma próxima molécula de glicose) Então esse UDP, por meio do gasto de uma nova molécula de ATP, vai ser usado para regenerar o UTP que será utilizado para gerar a próxima molécula de glicose-UDP e daí em diante. Soma final de todas as reações: 1GLI + 2ATP+ (glicogênio)n + H2o -> (glicogênio)n+1 + 2ADP + 2Pi A glicogênio-sintase catalisa apenas a síntese de ligações alfa 1-4 Ou seja, não faz ramificações no glicogênio ao adicionar moléculas de glicose Ao adicionar mais ou menos 12/13 glicoses, a glicogênio- sintase para de adicionar e entra em ação da enzima responsável por ramificar o glicogênio (enzima ramificadora - 4:6- transferase) A enzima ramificadora 4:6-transferase: transfere um oligossacarídeo de cerca de 6-8 glicoses da extremidade da cadeia, para uma glicose mais interna da cadeia, gerando uma ligação alfa 1-4 (ramificação) Transfere para uma molécula mais interna Parte de uma sequência de glicoses linear, pega cerca de 5/4 glicoses e transfere para uma porção mais interna A síntese prossegue por adição de resíduos de glicose às extremidades não redutoras, catalisada pela glicogênio- sintase. - Dessa forma, a glicogênio-sintase e a enzima ramificadora trabalham em conjunto, ramificando cada vez o glicogênio; OBS: para que a glicogênio-sintase funcione, é necessário que haja pelo menos 8 moléculas de glicose (núcleo de glicogênio) presentes. Para iniciar a síntese de glicogênio Glicogenina - Fornece um iniciador para síntese de glicogênio pela glicogênio-sintase - Autoglicosidação Consegue fornecer a partir de 8 UDP-glicose, uma glicogenina com 8 glicoses, contendo um iniciador Catalisa a transferência de pelo menos quatro moléculas de glicose a partir da UDP-glicose, formando uma cadeia curta de resíduos glicosila unidos por ligação alfa1,4. Essa cadeia curta serve como iniciador capaz de ser alongado pela glicogênio-sintase, a qual é recrutada pela glicogenina (Nota: a - Proteína que age com uma enzima (com função catalítica), mas é substrato dela mesma. - Consegue fornecer a partir de 8 UDP- glicose, uma glicogenina com 8 glicoses, contendo um iniciador Millena Fernandes l @medmillena glicogenina continua associada à molécula de glicogênio e constitui o núcleo do grânulo de glicogênio Fornece um iniciador para a síntese de glicogênio pela glicogênio-sintase Permanece ligada ao glicogênio Glicogenólise Enzima responsável por degradar o glicogênio e liberar a glicose: GLICOGÊNIO FOSFORILASE A cada ação remove uma molécula de glicose de uma ligação não fosfato, liberando uma GLICOSE-1-P Fosfato vem de um fosfato inorgânico (HPO4-) que a glicogênio fosforilase consegue adicionar à molécula de glicose retirada do glicogênio Quando se aproxima de um ponto de ramificação, não consegue agir mais (glicogênio fosforilase) Só atua em uma cadeia mais linear de glicose Enzima que faz o trabalho de desramificar o glicogênio: enzima desramificadora Retira o ramo e atua em duas etapas - 1ª atividade 4-4 transferase = quebra a ligação alfa 1,4 das 3ª molécula de glicose com a 4ª, pegando as 3 moléculas de glicose e transferindo para a extremidadenão redutora, formando uma ligação alfa 1-4 Resta uma única glicose ligada por uma ligação alfa 1-6 (ligado ao núcleo de glicogênio). - 2ª atividade: alfa 1-6 glicosidase, quebra de ligação glicosídica alfa-1,6 que se ligava ao núcleo, liberando uma molécula de glicose livre - Funciona por um mecanismo de hidrólise, gerando uma molécula de glicose livre, formando uma cadeia linear Assim, a glicogênio fosforilase pode atuar e liberar glicose-1- P Gera em média 10 moléculas de glicose-1-P pela glicogênio fosforilase e 1 molécula pela enzima desramificadora OBS: enzima fosfoglicomutase converte glicose1-P em glicose- 6-P Troca o fosfato de posição Degradação do glicogênio muscular: contração muscular/exercício Millena Fernandes l @medmillena Saldo de 3ATPs, pois não há gasto de 1ATP para fosforilar a glicose, ela já chega fosforilada como glicose6P Destino do piruvato produzido pela via glicolítica: para mitocôndria terminar de ser oxidado ou para fermentação gerar 2lactatos Destino depende do tipo de esforço físico (demanda: quantidade de oxigênio presente) Degradação do glicogênio hepático Ao receber a glicose-6-p, quer retirar o fosfato para liberar a glicose no sangue e manter a glicemia Enzima glicose-6-fosfatase remove o fosfato da gli- 6-p, gerando glicose livre, que consegue deixar o hepatócito através de GLUT2 para aumentar a glicemia sanguínea. Glicose-6-fosfatase está dentro do hepatócito e catalisa a desfosrilação, gerando glicose livre. A glicose livre é capaz de deixar o fígado através do GLUT2 e aumentar a glicemia. OBS: O músculo não utiliza a glicose-6-fosfatase, apenas o fígado. Proteína expressa a partir de um gene presente no núcleo da célula. No fígado, a glicose-6-fosfato (G6P) é transportada para o RE e convertida em glicose pela glicose-6-fosfatase. A glicose pode então ser transportada para o sangue Dentro do retículo ocorre a desfosforilação Glicogenoses Doenças de armazenamento do glicogênio Glicogenose tipo IA (Doença de Von Gierke) Enzima deficiente: glicose-6-fosfatase Tecido afetado: fígado Consequências: não haverá remoção do fosfato da glicose-6- P e geração de glicose livre a partir das reservas de glicogênio hepático, logo, não aumentará a glicemia sanguínea Sintomas: hipoglicemia severa, fadiga, irritabilidade, distúrbios de crescimento, hipertrofia renal e hepática (devido o acúmulo de glicogênio que não está sendo degradado), acidose láctica e hiperlipedemia. Glicogenose tipo II (Doença de Pompe) Enzima deficiente: alfa-1,4, glicosidase Tecido afetado: principalmente fígado, coração e músculos Consequências: concentrações elevadas de glicogênio em vacúolos anormais dos lisossomos e consequente deficiência de produzir ATP Sintomas: defeitos musculares em crianças e distrofia muscular em adultos Glicogenose tipo III (Doença de Cori) Enzima deficiente: enzima de desramificação (4:4 transferase e/ou 1:4 glicosidase) Tecido afetado: fígado, músculo cardíaco e esquelético Consequências: glicogênio com estrutura anormal Sintomas: hepatomegalia durante o primeiro ano de vida e hipoglicemia Glicogenose tipo V (doença de McArdle) Enzima deficiente: glicogênio-fosforilase dos músculos esqueléticos Tecido afetado: músculos esqueléticos Consequências: altos índices de glicogênio estruturalmente normal no tecido muscular Sintomas: fraqueza muscular generalizada, hipotonia e incapacidade de realizar exercícios
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