COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL: Comunicar vem do latim communicare, que significa colocar em comum, partilhar, entrar em relação com. A comunicação pessoal direta falada, segundo Chiavenato (2004), trata da conversação da linguagem utilizada através de sinais, gestos e símbolos. Já a comunicação interpessoal pode ocorrer também à distância, sendo expressa através da escrita, telefone ou internet. Funções da comunicação: Elementos da comunicação: Emissor: quem transmite a mensagem Receptor: quem recebe a mensagem Mensagem: conteúdo da comunicação Canal: meio do qual passa a mensagem do emissor para o receptor Código: conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em informação que possa ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor. Ruído: tudo aquilo que perturba ou distorce o processo de comunicação Feedback: é o que permite aferir a eficácia da comunicação e de que forma a mensagem está chegando ao interlocutor Contexto: conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de comunicação. Linguagem verbal e não verbal: Quando emitimos uma mensagem, podemos utilizar vários códigos, entre esses existem as palavras. Quando a comunicação é realizada por meio das palavras, estamos utilizando a linguagem verbal. A linguagem verbal pode ser escrita ou oral. Nos comunicamos utilizando a linguagem não verbal por meio dos nossos gestos, posturas, expressões faciais, tom de voz, silêncio, etc. Comunicamos, igualmente, pela roupa que vestimos e dos complementos que usamos. É mediante a comunicação não verbal que transmitimos muitas das nossas emoções e dos nossos sentimentos. Linguagem não verbal: O corpo fala... Expressões corporais podem indicar o estado de ânimo de uma pessoa, a forma como ela encara o processo de saúde-doença, se ela está receptiva, calma ou não. Mas não só isso... Ex.: Expressões faciais Face em máscara, face alcoolizada, face deprimida, face agressiva.. Comunicação não verbal: Os profissionais revelam muitas informações sobre si e seus sentimentos pela linguagem corporal. Por isso, durante a consulta, é fundamental a atenção à expressão não verbal, em especial: Fazer contato visual no início da entrevista; Não olhar demasiadamente para a tela do computador ou para o registro; Manter mãos, pés e objetos em repouso ou sem movimentos repetidos, sem mostrar apreensão; Manter expressão facial que demonstre atenção, respeito e empatia. Tipos de comunicação interpessoal: Existem quatro tipos de estilos de comunicação interpessoal: Agressivo: Passivo: A atitude passiva é uma atitude de evitar as pessoas e os acontecimentos. Em vez de se afirmar tranquilamente, o passivo afasta-se ou submete-se; não age, porque não se afirma, torna-se geralmente uma pessoa ansiosa, que apresenta dores de cabeça com frequência e sofre de insônias. Tem muita dificuldade em dizer não e em afirmar as suas necessidades porque é muito sensível às opiniões dos outros. Sente-se bloqueado e paralisado quando lhe apresentam um problema para resolver. Tem medo de avançar e de decidir porque receia a decepção. Parece que espera sempre alguma catástrofe. Tem medo de importunar os outros. Deixa que os outros abusem dele. Assertivo ou autoafirmativo: As pessoas assertivas são capazes de defender os seus direitos, os seus interesses, de exprimir os seus sentimentos, os seus pensamentos e as suas necessidades de forma aberta, direta e honesta. Essas pessoas, para afirmarem os seus direitos, não pisam os direitos dos outros. A pessoa assertiva tem respeito por si própria e pelos outros; está aberta ao compromisso e à negociação. Aceita que os outros pensem de forma diferente dela; respeita as diferenças e não as rejeita. Está à vontade na relação face a face. É verdadeiro consigo mesmo e com os outros, não dissimulando seus sentimentos. Coloca as coisas muito claramente às outras pessoas, negocia na base de objetivos precisos e claramente determinados. Procura compromissos realistas, em caso de desacordo. Negocia na base de interesses mútuos e não mediante ameaças. Não deixa que o pisem. Estabelece com os outros uma relação fundada na confiança e não na dominação nem no calculismo. Passivo-agressivo: Manipulador: Não se envolve nas relações interpessoais. Esquiva-se dos encontros e não se envolve diretamente com as pessoas nem nos acontecimentos. Não fala claramente dos seus objetivos; é uma pessoa muito “teatral”. Apresenta uma relação tática com os outros. Tende a desvalorizar o outro por meio de frases sejam humorísticas e que denotem inteligência e cultura. Exagera e faz caricatura de algumas partes da informação emitida pelos outros, repetindo a informação desfigurada, para manipulá-la. Nega fatos e inventa histórias para mostrar que as coisas não são da sua responsabilidade. Fala por meias palavras e é especialista em rumores e “disse-me-disse”. Sua arma preferida é a culpabilidade. Explora as tradições, convicções e escrúpulos de cada um; faz chantagem moral. Apresenta-se sempre cheio de boas intenções. “Para serem bem sucedidos em sua atuação profissional, os indivíduos necessitam adquirir uma adequada competência técnica, a qual envolve conhecimentos, habilidades e atitudes específicos da profissão”. No entanto, não basta apenas tal tipo de competência, sendo importante também o desenvolvimento da competência interpessoal. Esta consiste na “habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação”. Tanto a competência técnica quanto a competência interpessoal dependem uma da outra. Assim, por exemplo, o médico, diante de um paciente, precisa formular as perguntas adequadas (competência técnica), mas a forma como ele as faz, estabelecendo um clima psicológico favorável (competência interpessoal), influencia as informações que recebe. Do mesmo modo, as orientações sobre o tratamento do paciente, mesmo corretas, serão ou não postas em prática a depender do tipo de relação desenvolvida durante a consulta. “As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (Brasil, 2001) apontam para a necessidade de formação de um médico generalista, humanista, crítico e reflexivo, capacitado para atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência. Dentre as habilidades específicas, destacam a necessidade de o aluno aprender a comunicar-se adequadamente com os colegas de trabalho, os pacientes e seus familiares, informando-os e educandos por meio de técnicas apropriadas”. Em 2004, o Ministério da Saúde, reconhecendo graves lacunas no SUS, entre elas, a “falta de preparo dos profissionais para lidar com a dimensão subjetiva que toda prática de saúde supõe”, criou a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde – HumanizaSUS. Esta representa uma política transversal, em toda rede do SUS, que valoriza os diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores. Comunicação em Saúde: COMUNICAÇÃO CLÍNICA: Quando se discute a comunicação no campo de saúde, as trocas de informações são à base da interação entre os profissionais de saúde e os pacientes que