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Patologia - Revisão

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Patologia
Processos Gerais 
O estudo da patologia envolve a investigação das causas da doença e alterações associadas em nível de células, tecidos e órgãos. Tenta explicar os porquês e as causas dos sinais e sintomas manifestados pelos pacientes.
Etiologia: estudo da causa de uma doença. As causas genéticas podem ser mutações hereditárias ou polimorfismos. Enquanto as causas adquiridas podem ser agentes físicos ou químicos, dentre outros. 
Patogenia: sequência de eventos celulares, bioquímicos e moleculares que decorrem a partir da exposição da célula a algum agente nocivo; desde o estímulo inicial até a expressão da doença. 
Alterações Moleculares e Morfológicas: alterações estruturais nas células e nos tecidos, que são características de uma doença ou diagnósticos de um processo etiológico. 
· Morfologia: tipo de uma doença e sua evolução; possui inúmeras limitações. 
· Manifestações similares podem ser provenientes de alterações distintas. 
Perturbações funcionais e manifestações clínicas: anormalidades funcionais que provocam as manifestações clínicas (sinais e sintomas) da doença e sua progressão. 
Respostas Celulares 
	Em funções normais, a célula possui uma faixa de variação de funcionamento, que é estreita devido ao estado de metabolismo, diferenciação e especialização; depende de substratos metabólicos. 
Homeostase: representa o estado de equilíbrio celular, perante suas demandas fisiológicas. 
Hepatócitos; células do fígado em homeostase. Os círculos azuis são os núcleos dos hepatócitos, que estão no interior do citoplasma. A coloração aplicada se denomina hematoxilina e eosina; o núcleo se apresenta azul-arroxeado e o citoplasma rosa. Organizam-se em forma de colunas e cordões, ou seja, parecem células enfileiradas, mas são placas tridimensionais de hepatócitos. 
Adaptações: respostas estruturais ou funcionais. São reversíveis e existem para auxiliar o organismo a retornar a um estado de equilíbrio em meio a alterações fisiológicas ou estímulos patológicos. 
· Se os limites das respostas adaptativas se excedem, ou se as células forem expostas a agentes ou estímulos nocivos, privadas de nutrientes essenciais ou ficarem comprometidas por mutações, ocorre uma sequência de eventos chamada lesão celular, que é uma lesão reversível até certo ponto.
· Com a persistência ou aumento da intensidade do estímulo, a célula acaba por sofrer lesão irreversível, que pode resultar na morte celular, por necrose ou apoptose. 
Hipertrofia: aumento do tamanho das células, que resulta no aumento do órgão. Não existem células novas, somente células maiores, com quantidade aumentada de proteínas estruturais e organelas. Ocorre quando as células têm capacidade limitada de dividir. Pode ser fisiológica ou patológica, causada pelo aumento da demanda funcional ou fatores de crescimento ou estimulação hormonal específica. 
Fisiológica: durante a gravidez, o aumento fisiológico do útero ocorre como consequência da hipertrofia e hiperplasia do músculo liso estimulado pelo estrogênio. 
As células musculares estriadas da musculatura esquelética e do coração podem sofrer hipertrofia em resposta ao aumento da demanda porque, no adulto, possuem capacidade limitada de divisão (levantamento de peso). 
Hiperplasia simples: as glândulas endometriais parecem dilatas e císticas; há muito estroma com abundância das pilhas; as glândulas não são aglomeradas; os núcleos são uniformes na forma; o número de mitoses pode ser normal ou aumentado e não atypia. 
Hiperplasia complexa: glândulas aglomeradas; estroma reduzido; núcleos uniformes e número de mitoses normal ou aumentado. 
 
 Hipertrofia fisiológica do útero durante a gravidez. A- aparência macroscópica do útero normal (direita) e do útero grávido removido por hemorragia pós-parto. B- células musculares lisas uterinas, pequenas e fusiformes do útero normal. C- células musculares lisas de útero grávido, roliças, grandes e hipertrofiadas, comparadas com B. 
Patológica: Aumento cardíaco que ocorre com hipertensão ou doença da valva aórtica. 
Miocárdio do ventrículo esquerdo de um paciente com hipertensão arterial crônica. As fibras miocárdicas estão com volume aumentado. Há também aumento do volume do núcleo nas fibras hipertróficas, devido à poliploidia. 
Hipertrofia: aumento do número de células devido à proliferação de células diferenciadas e substituição por células-tronco do tecido. Ocorre se o tecido contém populações celulares capazes de se dividir, ocorre simultâneo com a hipertrofia, em resposta ao mesmo estímulo. Pode ser fisiológica ou patológica; em ambas a proliferação é estimulada por fatores de crescimento que são produzidos por vários tipos celulares. 
Fisiológica hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e na gravidez. 
Hiperplasia maciça das mamas durante a gestação. Hiperplasia glandular e aumento do tecido conectivo com ausência de tecido adiposo. Ductos e vasos linfáticos dilatados, fibroadenomatose e formações císticas. 
4
Hiperplasia compensatória: crescimento de tecido residual após a remoção ou perda da porção de um órgão; como por exemplo, do fígado parcialmente reduzido. 
Tumefação perivenular central de hepatócitos. 
Hiperplasia patológica: causada por estimulação excessiva hormonal ou por fatores de crescimento. Após um período menstrual normal, há aumento da proliferação do epitélio uterino, regulada pela estimulação dos hormônios hipofisários, pelo estrogênio ovariano e pela inibição através da progesterona; se esse equilíbrio é alterado ocorre à hiperplasia do endométrio, causa comum de sangramento menstrual anormal. 
A hiperplasia também é uma resposta das células do tecido conjuntivo na cicatrização de feridas na qual os fibroblastos e os vasos sanguíneos que proliferam auxiliam o reparo. Os fatores de crescimento são produzidos pelos leucócitos em resposta à lesão e pelas células da matriz extracelular. 
Queloide; cicatriz hipertrófica. Lesão dérmica constituída por fascículos ou nódulos de fibras de colágeno espessas e hialinizadas e relativamente poucos fibroblastos. 
Atrofia: redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta na diminuição do tamanho e do número de células.
Fisiológica: comum durante o desenvolvimento normal; algumas estruturas sofrem atrofia por sua perda de função. Noto corda e o ducto tireoglosso sofre atrofia após desenvolvimento fetal; após o parto ocorre a regressão do útero. 
Patológica: ocorre por diversas causas.
Redução da carga de trabalho: imobilização de osso fraturado causa atrofia da musculatura adjacente devido ao seu desuso; repouso do paciente. Redução celular é revertida quando a atividade motora é restaurada. Contudo, com o desuso prolongado, fibras musculares sofre apoptose e diminuem em número e tamanho de células. 
Perda da inervação: lesão de nervos; atrofia dos músculos inervados devido à deficiência de metabolismo e função normal. 
Perda de suprimento sanguíneo: isquemia; deficiência de nutrientes e suporte de oxigênio causa atrofia tecidual. Pode ser causada por alguma doença oclusiva arterial. Com o avanço da idade, o cérebro sofre um processo isquêmico natural, cuja progressão resulta na diminuição da turgidez dos giros e com o aprofundamento dos sulcos. 
O cérebro acima pode ser de um adulto de 30 anos x idoso de 80; ou de um idoso de 80 saudável x idoso de 80 com Alzheimer. 
Nutrição inadequada: desnutrição proteico-calórica; uso de proteínas musculares como suporte energético = caquexia (consumo muscular acentuado). Também é observada em doenças inflamatórias e câncer. 
Perda de estimulação endócrina: a perda da estimulação sobre tecidos-alvo resulta em atrofia; mamas e órgãos reprodutores.
Pressão: compressão tecidual por qualquer período de tempo. Crescimento de tumor benigno tecidual pode causae atrofia de tecidos adjacentes.
· Inicialmente, sempre ocorre a diminuição do tamanho celular e das suas organelas, reduzindo suas necessidades metabólicas. Ocorre diminuição de síntese proteica, com o uso da via ubiquitina-proteossomapara a degradação proteica celular. Pode ser acompanhada pela autofagia. 
Metaplasia: alteração reversível, na qual ocorre a troca de um tipo celular adulto, por outro tipo celular adulto que não é característico da região. Todos os tecidos possuem uma reserva celular pouco diferenciada, que sob determinados estímulos é capaz de se diferenciar em outros tipos. Representa uma resposta adaptativa em que ocorre a troca de um tipo celular sensível a um estímulo nocivo por outro tipo resistente a ele. 
Colunar > Escamosa: grande ocorrência no trato respiratório. Em fumantes, as células epiteliais colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios são substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas. O novo epitélio se mostra capaz de sobreviver às condições adversas impostas no trato. Contudo, a mudança para as células escamosas acarreta na perda de secreção de muco e dos movimentos ciliares. É possível que o estímulo que induz essa mudança, se persistir, acarrete na formação de uma tumefação maligna.
Metaplasia escamosa do colo uterino. Substituição do epitélio glandular Endocervical por células de reserva subcolunares, que se diferenciam em epitélio escamoso (maduro ou imaturo). O epitélio escamoso recobre as glândulas endocervicais. No córion identificam-se glândulas endocervicais, enquanto na superfície o epitélio de revestimento é de tipo escamoso estratificado maduro. 
Epitélio Glandular Endocervical 
Epitélio Escamoso 
Escamosa > Colunar: ocorre no esôfago de Barret, onde o epitélio escamoso do esôfago é substituído pelo epitélio colunar intestinal (secretor de muco), com o intuito de resistir à refluxos de ácido gástrico.
Modificação no epitélio do órgão. Na doença, ocorre a presença de epitélio colunar na porção inferior do esôfago, substituindo o epitélio escamoso normal do esôfago. Apesar de suportar melhor a ação erosiva das secreções do estômago, esta metaplasia confere um risco aumentado de câncer no esôfago do tipo adenocarcinoma. 
Mecanismo: resultado de uma reprogramação de células-tronco que sabiamente existem em tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. A diferenciação das células-tronco para uma linhagem em particular é causada por sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular no ambiente das células.
Observação: metaplasias crônicas podem virar neoplasias. Embora a adaptação seja um processo bom, quando temos a presença de uma adaptação celular crônica que aumenta em intensidade, pode resultar em doenças. A maioria das neoplasias malignas humanas são epiteliais (carcinoma).
· Pelo esôfago ter revestimento de tecido pavimentosos estratificado, o tipo mais comum de neoplasia seria um carcinoma das células escamosas. No entanto, houve o surgimento de adenocarcinoma de esôfago (pelas células caliciformes que surgem das metaplasias).
Lesão e Morte Celular
	A lesão ocorre quando há um estímulo intenso e incessante, que faz com que com que a célula perca sua capacidade de se adaptar. A lesão também pode ocorrer quando há exposição a agentes nocivos ou ocorre alguma anormalidade extrínseca. 
Lesão reversível: estágios iniciais ou formas leves de lesão. A lesão é reversível se o estímulo for removido. Redução da fosforilação oxidativa. Depleção do armazenamento de energia. Tumefação celular. 
Morte celular: Persistência do dano. Célula perde capacidade de adaptação e recuperação. Necrose ou apoptose.
· Necrose: morte acidental. Dano às membranas celulares, com perda da homeostase dos íons, ocorre lesão de DNA e proteínas. Ocorre a perda de conteúdos celulares, originando um processo inflamatório. 
· Apoptose: é caracterizada pela dissolução nuclear, fragmentando a célula sem existir uma ruptura de membrana. Não há extravasamento do conteúdo celular e não é gerado um processo inflamatório. Morte celular programada.
Causas da lesão:
Privação de oxigênio: redução da respiração oxidativa aeróbica. Hipóxia. Pode ser causada por redução de fluxo sanguíneo, oxigenação inadequada do sangue (insuficiência cardiorrespiratória) e redução da capacidade de transportar O2 (anemia falciforme). 
Agentes físicos: traumas mecânicos, temperaturas extremas, radiação, choques elétricos e alterações bruscas de pressão. 
Agentes químicos: concentrações hipertônicas de íons, sais oxigênio. 
Agentes infecciosos
Reações imunológicas: doenças autoimunes. 
Defeitos genéticos.
Desequilíbrios nutricionais.
Alterações morfológicas: as alterações variam com o tipo de lesão (reversível ou não) e atingem as organelas celulares. A lesão reversível é sempre caracterizada por alterações que causam perda diminuição de produção de ATP, perda de integridade da membrana celular, deficiência na síntese proteica e danos ao citoesqueleto e ao DNA. A persistência do estímulo impulsiona a célula para o ponto de “não-retorno”, onde a lesão se torna irreversível e acaba ocorrendo a morte celular. 
Lesão reversível: 
Tumefação celular: surge quando as células se tornam incapazes de manter a homeostase, resultando na falência de bombas iônicas que dependem de energia na membrana plasmática. Quando afeta muitas células provoca certa palidez, aumentando o turgor (elasticidade) e o peso do órgão. Aumento de coloração com eosina se torna mais evidente quando a progressão do estado está mais próxima de se tornar necrótico. 
Regeneração gordurosa: lesão hipóxica, manifestada pela formação de vacúolos lipídicos no citoplasma. Células envolvidas no metabolismo de gorduras. 
A- Túbulos renais normais, com células epiteliais viáveis. 
B- Lesão isquêmica recente (reversível), mostrando bolhas na superfície, eosinofilia aumentada no citoplasma e tumefação em algumas células.
C- Evolução para necrose. Lesão irreversível, onde há perda dos núcleos e fragmentação das membranas celulares com consequente extravasamento do conteúdo intracelular. 
 
Morte Celular
Necrose: desnaturação de proteínas intracelulares e digestão enzimática da células que é letalmente lesada. Possui um padrão de fácil reconhecimento, devido a seus aspectos mais “sujos”, por conta do rompimento da membrana plasmatica. A liberação do conteúdo celular causa um processo inflamatório no tecido onde há o rompimento celular.Infarto. A figura microscópica é a realização de um corte na transição do parênquima renal. Os glomérulos são preservados, contudo, as células tubulares perdem seu núcleo. Elas conseguem manter a luz do túnel, mas a perda do núcleo indica a morte da célula. O que é encontrado de núcleo indica a presença de células inflamatórias. Túbulos não viáveis. 
A célula necrótica fica edemaciada; há fragmentação da membrana celular e extravasamento do material nucleioco e o rompimento da membrana plasmática. 
Necrose coagulativa: ocorre a preservação da arquitetura básica dos tecidos por um pequeno intervalo de tempo, mantendo uma consistência firme nos tecidos. O tecido não se torna líquido devido à presença de proteínas íntegras. Contudo, tende a se tornar liquefativa. 
 	A lesão não desnatura somente as proteínas celulares, ela também bloqueia enzimas que degradariam a estrutura (evita a proteólise). Como resultado, temos células anucleadas e eosinófilas. Células necróticas são removidas por fagocitose por leucócitos e pela digestão das células mortas através de enzimas lisossômicas. A isquemia causada pela obstrução do vaso causa necrose de coagulação em todos os tecidos, exceto no cérebro. 
 
Liquefativa: ocorre a digestão de células mortas, resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa e líquida. Infecções bacterianas focais ou infecções fúngicas. Micróbios estimulam acúmulo de leucócitos e liberação de suas enzimas. O material geralmente é amarelo-cremoso > pus > devido a presença de leucócitos mortos. 
Morte por hipóxia de células dentro do SNC, frequentemente se manifesta como necrose liquefativa. Existe a perda da característica substância branca x cinzenta no cérebro. O SNC é escasso em proteínas e elementos de matriz extracelular(grande constituição de água). Essas condições facilitam o colapso da estrutura. 
Infarto cerebral. O córtex infartado mostra maior celularidade (concentração de núcleos por unidade de área) que o normal. Isto se deve à tumefação e proliferação das células endoteliais, que é uma resposta do tecido a anóxia. Neurônios necróticos perdem a basofilia normal do citoplasma, que se eosinófilo. O citoplasma normal é basófilo (roxo) porque contém substâncias formadas por ribossomos (ativos na síntese proteica). Com a necrose, o RNA citoplasmático se desintegra. O núcleo torna-se escuro e denso (picnótico) e pode sofrer cariólise (empalidece até desaparecer). Os neurônios necróticos são fagocitados por células grânulo-adiposas. 
Necrose caseosa: seu aspecto lembra o de um queijo. Friável e esbranquiçado. Frequentemente encontrada em infecção tuberculosa. Células gigantes, multinucleadas devido à fusão de vários macrófagos e pode ser causada por inflamação crônica granulomatosa. Em microscopia, obtemos uma coleção de células rompidas e restos celulares amorfos delimitados por uma borda inflamatória. 
No corte histológico há um nódulo de origem tuberculosa que sofreu necrose caseosa. O material necrótico sofreu calcificação distrófica, por isso, apresenta consistência dura, cor branca e aspecto de giz. Tem tonalidade basófila, arroxeada, enquanto a necrose caseosa não calcificada tem cor rósea (acidófila ou eosinófila) e é finamente granuloso. O nódulo parcialmente calcificado mostra pigmento negro (antracnose), que já estava no tecido pulmonar antes do processo tuberculoso. 
Necrose fibrinoide: observada em reações imunes que envolvem vasos sanguíneos. Complexos antígenos e anticorpos são depositados nas paredes arteriais. Esse depósito, em combinação com a fibrina extravasa e gera uma coloração rósea-brilhante. Associado com alguns tipos de vasculites (sífilis = vasculite infecciosa = destruição ou comprometimento de vasos sanguíneos arteriais). 
Na figura, podemos observar um padrão em uma artéria, cuja parede mostra uma área circunferencial brilhante de necrose com inflamação (neutrófilos com núcleos escuros). 
Necrose gordurosa: não denota padrão verdadeiro de necrose. Refere-se a áreas focais de destruição de adipócitos, resultante da liberação de lipases pancreáticas ativadas no interior do pâncreas ou na cavidade peritoneal. Ocorre em pancreatite aguda. As enzimas pancreáticas escapam dos ácinos e liquefazem as membranas adiposas das células do peritônio.
Saponificação de gorduras: formação de sabão de cálcio. As áreas esbranquiçadas representam os focos de necrose no mesentério. Lesões em pingo de vela. 
Necrose gordurosa da mama. Esteatócitos irregulares com núcleos não periféricos e material necrótico amorfo rosa interposto e células inflamatórias, incluindo células gigantes de corpo estranho respondendo a células necróticas de gordura. 
Necrose gangrenosa: não denota padrão verdadeiro de necrose. Em geral é aplicado a membros que tenham perdido o suprimento sanguíneo (necrose de coagulação). Necrose úmida: quando uma infecção bacteriana se sobrepõe, ocorre necrose liquefativa, devido à ação de enzimas e leucócitos. Necrose seca: processo semelhante à necrose coagulativa. 
Necrose gangrenosa envolvendo tecidos do dedão. Inflamação se estende abaixo da pele para envolver o tecido conjuntivo, tecido adiposo e osso. Citoplasma dissolvido. 
Apoptose: via de morte induzida por “programa de suicídio” regulado. As células fadadas a morrer ativam enzimas que degradam seu proprio DNA, suas proteínas nucleares e citoplasmátiicas. Corpos apoptóticos que se tornam alvos de macrófagos teciduais que os fagocitam. É uma morte considerada “limpa”, pois não há extravasamento celular. Não desperta resposta inflamatória. Céluals sofrem diminuição; o núcleo é fragmentado com organização e não há dispersão do material nucleioco; a membrana plasmática permanece intacta. 
Causas fisiológicas: 
· Eliminar células que não são mais necessarias; manter o número constante de populações celulares. 
· Destruição programada de células na embriogênese. 
· Involução de tecidos hormônio-dependentes quando há privação do hormônio.
· Perda celular em populações proliferativas.
· Eliminação de linfócitos autorreativos.
· Morte de células normais que já cumpriram sua função; privação dos sinais de sobrevivência. 
Causas patológicas: 
· Danos ao DNA, como radiação, mecanismos antineoplásicos, hipóxia; alternativa mais agradável do que viver com DNA lesado.
· Acúmulo de proteínas mal dobradas > estresse do RE > morte da célula. 
· Morte celular em infecções.
· Atrofia patológica no parênquima de órgãos após a obstrução do ducto.
É normal na apoptose que ocorra a redução do tamanho da célula. É possivel notar a fragmentação do núcleo, a formação de bolhas e aparecimento de corpos apoptóticos. 
Características da apoptose no carcinoma do plexo coróide: condensação periférica da cromatina nuclear formando meias luas ou fragmentação do núcleo em partículas fortemente basófilas (corpos apoptóticos). 
Mecanismos da Apoptose: ativação de caspases; marcadores de células que estão sofrendo apoptose.
· Via Mitocondrial ou Intrínseca:
Principal mecanismo de apoptose; ocorre o aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial externa, com liberação de moléculas indutoras de morte celular para dentro do citoplasma > citocromo c > iniciam o programa de suicídio por apoptose. 
Fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência estimulam a produção de proteínas anti-apoptóticas, evitando a saída de proteínas indutoras de morte celular para fora da membrana mitocondrial externa. Via preferencial para quando há dano mitocondrial. 
· Via extrínseca: 
É iniciada pela ativação de receptores de morte na membrana plasmática de diversas células; esses receptores acabam sinalizando as adversidades celulares.
O envolvimento da mitocôndria não é obrigatório, mas há a ativação das caspases pelos receptores TNF ativados. 
Autofagia: apesar de não ser consenso o fato de ser morte celular, alguns autores a classificam como tal visto que tem um papel importante em algumas doenças comuns na prática médica.
Quando privada de energia, a células pode utilizar suas próprias organelas para produzir energia, o que pode ocasionar morte celular.O estresse celular, como a privação de nutrientes, ativa os genes da autofagia, que iniciam a formação de vesículas revestidas por membrana nas quais as organelas celulares são sequestradas. Essas vesículas se fundem com os lisossomos, onde as organelas são digeridas e os produtos são usados para fornecer nutrientes à célula. 
Mecanismos de Lesão Celular
 Dano mitocondrial: elementos críticos na lesão e na morte celular em todas as formas, devido a importância da mitocôndria para a síntese energética. É a organela que consegue conduzir mais rapidamente à morte celular. 
Pode ser danificada devido ao aumento da concentração de cálcio no citosol, por espécies reativas de oxigênio, hipóxia...
O dano mitocondrial geralmente forma um canal de alta condutância; poro de permeabilidade mitocondrial, acarretando na perda do potencial de membrana e falha na fosforilação oxidativa e na depleção progressiva de ATP; necrose da célula.
A fosforilação oxidativa anormal também induz a formação de algumas espécies reativas de oxigênio; efeitos deletérios. Liberação de caspases, enzimas que inicam os mecanismos apoptóticos. 
Influxo de cálcio: mediadores da lesão celular; entrada de Ca na célula indica lesão celular. O acúmulo de cálcio nas mitocôndrias resulta na abertura de poros de transição de permeabilidade, que ocasiona a falência da produção de ATP.
Aumento de cálcio no citosol ativa enzimas com efeitos deletérios > fosfolipases, proteases, endonucleases e ATPases. O aumento de cálcio intracelular induz a apoptose e a ativação de caspases. 
Acúmulo de radicais livres: os elétrons livres dos radicais livres atacam e modificam moléculas > proteínas, lipídeos, carboidratos.
Defeitos na permeabilidadede membranas: dano de membrana pode afetar integridade e funções de todas as membranas celulares > membrana plasmática, mitocondrial e lisossômica. 
Correlações Clinicopatológicas 
Lesão Isquêmica e Hipóxica: a isquemia é o tipo mais comum de lesão celular, é provocada pela redução de fluxo sanguíneo, provável obstrução mecânica arterial. 
Hipóxia > redução dos níveis de oxigênio fornecidos ao tecido.
Também pode ser causada por redução de drenagem venosa.
Hipóxia > produção energética continua através da glicólise. 
Isquemia > produção energética é completamente interrompida, pois há comprometimento de substrato para glicólise. 
Lesão Isquemia-Reperfusão: a restauração do fluxo sanguíneo para as células pode reverter a situação, exarcebando a lesão. 
Novos processos lesivos são causados durante a reperfusão, causando a morte de células que poderiam ter se recuperado.
Estresse oxidativo: reoxigenação pode ser danosa pela formação de novos agentes reativos de oxigênio e nitrogênio.
Sobrecarga de cálcio intracelular: favorece abertura de poro de transição mitocondrial > depleção de ATP. 
Inflamação.
Sistema complemento: anticorpos IgM; quando ocorre a reperfusão, proteínas ligam-se a esses anticorpos, provocando mais lesão celular e inflamação. 
Lesão química: principal limitação para a terapia com fármacos. 
Grande toxicidade hepatológica > grande taxa de lesão hepática. 
Toxicidade direta > substâncias podem lesar as células por haver recombinação com componentes moleculares críticos. 
Lesão ocorre nas células que usam, absorvem, excretam ou concentram as substâncias.
Conversão em metabólitos tóxicos, causam lesão à membrana celular pela formação de radicais livres e peroxidação lipídica. 
Acúmulos Intracelulares
Ocasiona manifestações de alterações metabólicas. Pode ocorrer por retenção inadequada, acúmulo anormal por defeitos genéticos, falha em degradar o metabólito, acúmulo por falta de maquinaria enzimática. Acúmulo pode ser reersivel se a sobre-carga é controlada ou interrompida. 
· Constituinte celular normal acumulado em excesso: água, lipídeos, proteínas e carboidratos.
· Pigmento ou produto infeccioso: melanina.
· Uma substância anormal, seja exógena ou produto do metabolismo anormal: produto de um agente infeccioso, síntese anormal do metabolismo.
Lipídeos: Triglicerídeos, ésteres de colestorol e fosfolipídeos. 
· Esteatose ou degeneração gordurosa
Acúmulo de gordura em células parenquimatosas
Mais comum: hepática, mas também ocorre em coração, músculos e rins.
Causas: substâncias tóxicas, desnutrição proteica, diabetes melito, obesidade e anóxia (ausência de oxigênio). 
Esteatose hepática: aspecto do fígado gorduroso, com aumento de tamanho, icterícia, aparência friável e brilhante. Perda da capacidade fosca.
Atividade dos hepatócitos diminui, devido a contração das organelas e do núcleo contra a membrana plasmática. 
 Toda doença hepática crônica possui potencial de evoluir para cirrose (estado irreversível).
Esteatose e álcool: o álcool desvia uma série de rotas bioquímicas normais do hepatócito e, por ser tóxico, faz com que haja necessidade de um maior acúmulo de energia para ocorrer a degradação da substância. 
A estetaose é considerada o primeiro estágio de lesão hepática de um paciente que faz utilização do álcool regularmente. 
Colesterol ou ésteres de colesterol: o metabolismo do colesterol deve ser muito bem regulado. A célula deve absorver só o necessário para síntese de membranas e não deve haver acúmulo intracelular.
· Aterosclerose
Condição em que existe a formação de uma placa aterosclerótica, de gordura, na luz de vasos arteriais, causando obstrução para passagem do fluxo sanguíneo. 
Nesse tipo de placa, há a presença de células musculares lisas e macrófagos dentro da túnica íntima; repleto de vacúolos lipídicos
Macrófagos xantomatosos que fagocitm gotículas lipídicas em excesso para tentar não causar alterações no parênquima dos vasos.
Os ésteres de colesterol formam fendas nos cortes histológicos, pois eles se cristalizam na forma de agulhas longas. 
· Xantomas 
Acúmulo intracelular de colesterol dentro dos macrófagos também é característico desse estado de hiperlipidêmicos.
É caracterizado por um aglomerado de células espumosas no tecido conjuntivo subepitelial da pele e tendões, produzindo pequenas massas tumorais. 
Aparecimento significativo em região periocular.
· Colesterolose
Acúmulos focais de macrófagos cheios de macrófagos cheios de colesterol em lâmina própria de vesícula biliar.
· Doença de Niemann
Depósito lisossômico causado por mutações que afetam uma enzima envolvida no transporte do colesterol, resultando em seu acúmulo em múltiplos órgãos. 
Proteínas: os acúmulos intracelulares de proteínas geralmente aparecem como gotículas, vacúolos ou agregados arredondados e eosinófilos no citoplasma. Podem ter aparência amorfa, fibrilar ou cristalina.
As principais razões para o acúmulo intracelular de proteínas são distúrbios como amiloidose, o aumento na síntese de proteinas, defeitos no processo de dobra, proteínas defeituosas ou acúmulo de proteínas anormais. 
· Amiloidose
Distúrbio relacionado a problemas envolvendo o transporte e à dobra de uma proteína específica. Alfa-antitripsina; causando seu acúmulo no interior celular.
O acúmulo proteico é detectado com um corante vermelho e luzes polarizadas. Pode ocorrer por origem genética ou como consequência de processos inflamatórios. 
Podem levar à falência do órgão. Locais comuns: coração, fígado, rins e pulmões. 
· Reabsorção renal
Em doenças associadas à perda de proteínas pela urina, há um aumento na reabsorção de proteína dentro das vesículas pinocíticas, e a proteína aparece como gotículas hialina róseas dentro do citoplasma das células tubulares. O processo é reversível se a proteinúria reduzir.
· Cospúsculos de Russel
Ocorre uma distensão de retículo endoplasmático devido ao grande acúmulo de proteínas. Ele começa a produzir grandes inclusões eosinófilas homogêneas que formam os corpúsculos. Ocorre especialmente em plasmócitos envolvidos na síntese ativa de imunoglobulinas.

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