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Pulsão No ano de 1895, no “Projeto para uma Psicologia Científica”, Freud argumenta à base do psiquismo humano como a necessidade de diminuir as tensões ao mínimo necessário para a sobrevivência. O que causa a tensão é a configuração pulsional do psiquismo humano. As excitações não vêm apenas do mundo externo, porém também do próprio organismo humano (GARCIA-ROZA, 2004). O acrescimento de tensão provoca desprazer, que acaba resultando em uma descarga que busca prazer, como forma de alívio.Com base nesse processo, Freud alcançou à primeira formulação: o que identifica o desempenho do psiquismo seria a prevalência do princípio do prazer, pois, na base da atividade pulsional humana existira o princípio de prazer (GARCIA-ROZA, 2004). Pulsão – Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força que faz o organismo tender para um objetivo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal; o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir suas metas (Laplanche e Pontalis,1995, P.394). Em alguns de seus textos Freud elaborou que a pulsão caracteriza a definição de algo que é limite entre o somático e o psíquico. Portanto, é uma fonte de excitação que incentiva o organismo a partir de necessidades vitais intrínseco e impele a efetuar a descarga dessa excitação para definido alvo (GARCIA-ROZA, 2004). Freud considerou a compreensão de pulsão como um eixo centralizado das definições psicanalíticas, tanto que ele uniu com a necessidade de sobrevivência, e por meio disso, caracterizou o desejo como um impulso que pretende refazer experiências (GARCIA-ROZA, 2004). “A teoria das pulsões é, por assim dizer, nossa mitologia”, escreve Freud (ESB, v. XXII, p. 119). A pulsão (Trieb) em Freud: ela nunca se dá por si mesma (nem a nível consciente, nem a nível inconsciente), ela só é conhecida pelos seus representantes: a ideia (Vorstellung) e o afeto (Affekt). Além do mais, ela é meio física e meio psíquico. Daí seu caráter “mitológico” (GARCIA-ROZA, 2004). Convém afastar uma confusão: é a que diz respeito aos termos “pulsão” e “ instinto”. A distinção entre a pulsão (Trieb) e o instinto (Instinkt) é que este último, denomina um comportamento hereditariamente fixado e tem um objeto próprio (GARCIA-ROZA, 2004). A pulsão não provoca nem comportamento pré-formado, nem objeto próprio. É através da modificação do objetivo e ao objeto que se vai conceber num dos pontos centrais da teoria pulsional (GARCIA-ROZA, 2004). Em “A Pulsão e Seus Destinos”, diz Freud, que Pulsão: é “um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático”; ou ainda, “é o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente” (ESB, v. XIV, p. 142). No artigo O inconsciente, Freud afirma que uma pulsão nunca pode tornar-se objeto da consciência e que mesmo no inconsciente ela é sempre representada por uma ideia (Vorstellung) ou por um afeto (Affekt). (GARCIA-ROZA, 2004). Representantes da Pulsão Representante ideativo: Se caracteriza como um registro da pulsão no psiquismo, enquanto que o outro é o afeto. Esse representante ideativo é o que forma, o conteúdo do inconsciente, tendo em vista que o afeto não pode ser inconsciente, pois, aquilo que constitui o inconsciente, já que é sobre ele que incide o processo de recalcamento. Como vimos, uma pulsão não pode ser recalcada; o que é recalcado é o seu representante ideativo (GARCIA-ROZA, 2004). Afetivo: Este registro é onde acontece a representação psíquica, que expressa de maneira qualitativa da quantidade de energia pulsional. O representante ideativo e o afeto são independentes e seus destinos são distintos (GARCIA-ROZA, 2004). Fatores da Pulsão Fonte: origina-se das necessidades; Força (pressão): estabelece como o aspecto quantitativo da energia pulsional; Finalidade (objetivo): funciona como uma descarga da excitação para obter o regresso ao estado de equilíbrio; Objeto: tem capacidade de promover satisfação e calmaria ao estado de tensão interna que tem origem das excitações do corpo. Referências: GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Freud e o Inconsciente. Ed. Zahar, 2004. LAPLANCHE. J.; PONTALIS. J.B. Vocabulário da Psicanálise. Ed. Martins Fontes, 1995.
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