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A2 PSICANÁLISE PESQUISA TEÓRICA

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Prévia do material em texto

A2	–	PSICANÁLISE	–	PESQUISA	TEÓRICA	
Questão	1.	
	
Freud	utilizou	o	termo	"aparelho"	para	determinar	uma	organização	psíquica	partilhada	
em	sistemas,	ou	instâncias	psíquicas,	com	colocações	particulares,	interligadas	entre	si,	
ocupando	 um	 local	 na	 mente.	 Portanto,	 o	 modelo	 tópico	 institui	 um	 "modelo	 de	
lugares";	Freud	estabeleceu	 inicialmente	a	primeira	 tópica,	 reconhecida	como	Teoria	
Topográfica,	e	depois	expôs	a	 segunda	 tópica,	distinguida	 como	Teoria	Estrutural	ou	
Dinâmica.	
	
Na	primeira	tópica,	o	aparelho	psíquico	é	mesclado	por	três	sistemas:	o	inconsciente,	o	
pré-consciente	 e	 o	 consciente.	 Segundo	 Freud,	 o	 consciente	 é	 apenas	uma	pequena	
parte	da	mente,	incluindo	tudo	aquilo	de	que	estamos	cientes	num	dado	momento.	Do	
ponto	 de	 vista	 tópico,	 o	 sistema	 percepção-consciência	 está	 situado	 na	 periferia	 do	
aparelho	psíquico,	recebendo,	ao	mesmo	tempo,	as	informações	do	mundo	exterior	e	
as	provenientes	do	interior.		
	
O	pré-consciente	foi	concebido	como	articulado	com	o	consciente	e	funciona	como	uma	
espécie	de	barreira	que	seleciona	aquilo	que	pode	ou	não	passar	para	o	consciente.	O	
pré-consciente	 seria	 uma	 parte	 do	 inconsciente	 que	 pode	 tornar-se	 consciente	 com	
relativa	 facilidade,	 ou	 seja,	 seus	 conteúdos	 são	 acessíveis,	 podem	 ser	 evocados	 e	
trazidos	à	consciência.		
	
No	 inconsciente	estariam	os	elementos	 instintivos	não	acessíveis	à	consciência.	Além	
disso,	há	também	material	que	foi	excluído	da	consciência	pelos	processos	psíquicos	de	
censura	e	repressão.	Esse	conteúdo	"censurado"	não	é	permitido	ser	lembrado,	mas	não	
é	perdido,	permanecendo	no	inconsciente.		
	
Para	Freud,	a	maior	parte	do	aparelho	psíquico	é	inconsciente.	Ali	estão	os	principais	
determinantes	da	personalidade,	as	fontes	da	energia	psíquica	e	as	pulsões	ou	instintos.	
Cabe	aqui	uma	explicação	sobre	o	que	Freud	denomina	pulsões	ou	instintos.		
		
Freud	descreveu	a	estrutura	da	mente	 formada	pelo	 consciente,	 inconsciente	e	pré-
consciente,	popularizando	a	ideia	de	inconsciente	e	introduziu	a	noção	de	que	é	a	parte	
da	mente	que	define	e	explica	os	mecanismos	 responsáveis	por	nossa	habilidade	de	
pensar	e	sentir.		
		
Freud	 acreditava	 que	 nossos	 sentimentos,	 impulsos,	 nossas	 crenças	 emoções	
subjacentes	estavam	enterradas	em	nosso	inconsciente	e,	portanto,	indisponíveis	para	
a	mente	desperta.		
		
Para	 Freud,	 o	 inconsciente	 abrange	 tudo,	 e	 contém	 dentro	 dele	 os	 domínios	 do	
consciente	e	do	pré-consciente.		
	
O	consciente	existe	num	nível	superficial,	ao	qual	 temos	fácil	acesso	 imediato.	Sob	o	
consciente	estão	as	potentes	dimensões	de	armazenagem	do	inconsciente	que	ditam	
nossos	estados	cognitivos	ativos	e	comportamentos.	Para	ele,	o	consciente	está	à	mercê	
do	inconsciente.	Sendo	apenas	a	superfície	de	um	complexo	reino	psíquico.		
Tudo	o	que	é	consciente	-	aquilo	sobre	o	qual	temos	um	saber	ativo	-	esteve	em	algum	
momento	 nas	 profundezas	 do	 inconsciente	 antes	 de	 emergir	 para	 a	 consciência.	
Entretanto,	nem	tudo	se	torna	conhecimento	consciente;	muito	do	que	é	inconsciente	
lá	permanece.	Lembranças	que	não	estão	na	nossa	memória	cotidiana,	mas	que	não	
foram	reprimidas,	habitam	a	parte	da	mente	consciente	denominada	por	Freud	de	pré-
consciente.	De	acordo	com	ele,	somos	capazes	de	trazer	essas	memórias	a	consciência	
a	qualquer	momento.		
	
O	 inconsciente	 funciona	 como	 receptáculo	 das	 ideias	 e	 memórias	 poderosas	 ou	
dolorosas	demais,	ou	que	estão	de	alguma	forma	além	da	capacidade	de	processamento	
da	mente	consciente.	Freud	acreditava	que,	quando	certas	 ideias	ou	memórias	 (e	as	
emoções	a	elas	associadas)	ameaçam	inundar	a	psique,	elas	são	retiradas	da	memória	
acessível	pela	mente	consciente	e	armazenadas	no	inconsciente.		
	
O	inconsciente	abriga,	segundo	Freud,	uma	enorme	quantidade	de	forças	conflitantes.	
Além	 da	 Força	 das	 pulsões	 de	 vida	 e	 de	morte,	 contém	 também	 a	 intensidade	 das	
memórias	 e	 das	 emoções	 recalcadas,	 bem	 como	 as	 contradições	 inerentes	 à	 nossa	
compreensão	da	realidade	consciente,	permeada	pela	realidade	reprimida.	
Segundo	Freud,	o	conflito	psicológico	que	surge	em	função	dessas	forças	contraditórias	
está	subjacente	a	todo	o	sofrimento	humano.	
	
Uma	vez	que	o	inconsciente	é	inacessível,	os	conflitos	só	ficam	aparentes	pelos	sintomas	
que	 se	 manifestam	 no	 plano	 consciente.	 O	 sofrimento	 emocional,	 dizia	 Freud,	 é	
resultado	de	um	conflito	inconsciente.	
	
Embora	 os	 pensamentos	 inconscientes	 não	 possam	 ser	 alcançados	 pela	 simples	
introspecção,	 o	 inconsciente	 pode	 comunicar-se	 com	 o	 consciente	 de	 algumas	
maneiras.	 Expressa-se	 silenciosamente	 em	 nossas	 preferências,	 nos	 padrões	 de	
referência	pelos	quais	costumamos	compreender	as	coisas	e	nos	símbolos	que	criamos	
ou	que	nos	atraem.	
	
Durante	o	processo	de	 análise,	 o	 analista	 age	 como	um	mediador,	 procurando	abrir	
espaço	 para	 que	 pensamentos	 silenciados	 e	 sentimentos	 intoleráveis	 venham	 à	
superfície.	Mensagens	que	nascem	do	conflito	entre	consciente	e	inconsciente	tendem	
a	 aparecer	 disfarçadas	 ou	 codificadas,	 e	 a	 tarefa	 do	 psicanalista	 é	 interpretar	 essas	
mensagens	utilizando	as	ferramentas	da	psicanálise.	
		
	
Questão	2.		
	
A	pulsão	consistiria	numa	espécie	de	energia	psíquica	que	tende	a	levar	o	indivíduo	à	
ação,	para	aliviar	a	tensão	resultante	do	acúmulo	de	energia	pulsional.	Trata-se	de	um	
conceito	 fronteiriço	 entre	 o	 somático	 e	 o	 psíquico.	 Freud	 descreveu	 duas	 forças	
pulsionais	 opostas:	 a	 sexual	 (erótica	 ou	 fisicamente	 gratificante)	 e	 a	 agressiva	 ou	
destrutiva.	Suas	descrições	encararam	essas	forças	antagônicas,	ou	como	mantenedoras	
da	vida	ou	como	incitadoras	da	morte,	respectivamente.	Tal	antagonismo	não	costuma	
ser	visível	ou	consciente,	e	a	maioria	de	nossos	pensamentos	e	ações	é	evocada	por	
essas	duas	forças	instintivas	em	combinação.		
	
No	 texto	 "As	 Pulsões	 e	 suas	 vicissitudes"	 decreta	 uma	pulsão	 como	um	 conceito	 na	
fronteira	 entre	 o	 mental	 e	 o	 somático,	 o	 representante	 psíquico	 dos	 estímulos	
originados	do	 interior	do	organismo	e	atingindo	a	mente,	porém,	é	diferente	de	um	
estímulo.	Os	estímulos	podem	ser	internos	ou	externos,	enquanto	estímulos	pulsonais	
são	 apenas	 de	 natureza	 interna	 em	que	 o	 individuo	 não	 pode	 escapar	 e	 que	 é	 fato	
propulsor,	ou	seja,	o	motor	do	funcionamento	do	aparelho	físico.		
	
O	funcionamento	do	aparelho	psíquico	do	homem	é	regulado	através	do	principio	do	
prazer.	O	alvo	dessa	pulsão	é	a	satisfação	desse	prazer.	Satisfação	que	é	sempre	parcial,	
assim	o	indivíduo	está	sempre	procurando	um	objeto	que	possa	satisfazer	a	pulsão.	
Outra	característica	é	que	além	dela	ocorrer	sempre	de	forma	interna,	ela	também	é	
constante	 e	 de	 alta	 pressão,	 os	 estímulos	 pulsonais	 são	 processos	 que	 o	 aparelho	
psíquico	não	pode	evitar	ou	acabar.	
	
Freud	examina	a	pulsão	a	partir	de	quatro	componentes:	pressão	(ou	impulso),	meta	(ou	
finalidade),	objeto	e	fonte:	
	
1)	Um	dos	 seus	 componentes	é	 a	pressão,	 na	medida	em	que	a	pulsão	 incide	 como	
ininterrupta	e	constante	exigência	de	trabalho	no	psiquismo.	Esta	definição	diferencia	a	
pulsão	de	qualquer	outro	estímulo	endógeno	de	impacto	momentâneo,	como	a	fome	
ou	a	 sede,	que	podem	diminuir	ou	cessar	desde	que	haja	uma	ação	específica	 ,	que	
satisfaça	 à	 necessidade	 de	 alimento	 ou	 de	 água.	 Essa	 característica	 de	 pressionar	
permanentemente,	 nos	 permite	 definir	 a	 pulsão	 como	 uma	 força	 que	 vigora	 no	
psiquismo,	não	estando	à	serviço	de	nenhuma	função	biológica.	A	finalidade	da	pulsão	
é	a	satisfação,	que	é	a	redução	da	tensão	causada	pela	mesma	
	
	 2)	 Se	 a	meta	última	da	pulsão	é	 a	 obtenção	da	 satisfação	pela	 via	 da	descarga	das	
excitações,	que	só	pode	ser	obtida	removendo-se	o	estado	de	estimulação	na	fonte	da	
pulsão	e	como	visto	anteriormente,	deduzimos	que	o	objetivo	da	pulsão	é	inatingível	
pela	sua	própria	natureza.	E	 justamente	porquea	satisfação	não	se	alcança,	a	pulsão	
pressiona	constantemente.		
	
3)	Já	o	objeto	é	de	extrema	importância,	pois	ele	é	o	que	há	de	mais	variável	na	pulsão.	
Por	assim	dizer,	o	objeto	é	sempre	mutável	e	nunca	fixo.	Apesar	de	não	ser	específico,	
não	pode	 ser	 qualquer	 objeto,	mas	 deve	 ser	 "peculiarmente	 adequado"	 para	 tornar	
possível	a	satisfação.	Esta	peculiaridade	é	em	referência	à	história	do	sujeito.	Não	se	
trata	 de	 um	objeto	 do	mundo	 exterior,	mas	 da	 representação	que	um	determinado	
objeto	adquire	para	um	determinado	sujeito.	Nesse	sentido,	o	que	está	em	questão	é	
não	somente	a	relação	do	objeto	com	a	finalidade,	mas	um	modo	de	relação	objetal	que	
articula	o	indivíduo	com	o	mundo.		
	
4)	Como	fonte	da	pulsão	é	corporal,	não	psíquica,	é	um	"processo	somático	que	ocorre	
em	um	órgão	ou	em	uma	parte	do	corpo,	e	cujo	excitação	é	representado	na	vida	mental	
pela	 pulsão"	 (isso	 significa	 que	 a	 pulsão	 precisa	 de	 um	 corpo	 físico	 para	 alcançar	 a	
mente);		A	fonte	da	pulsão	é	constante	e	não	há	energia	que	a	elimine	completamente:	
daí	a	dificuldade	do	homem	ser	feliz,	ele	não	consegue	satisfazer	completamente	suas	
pulsões.	
	
	
Segundo	 Girola	 (2016)	 -	 GIROLA,	 André.	 Introdução	 ao	 conceito	 de	 Pulsão	 em	
Psicanálise.	2016	
	
	
As	pulsões	são	originadas	de	um	estímulo	pulsional,	gerado	por	uma	fonte	pulsional,	
Esses	estímulos	chegam	a	psique	e	podem	gerar	um	acúmulo	de	energia	que	causará	
uma	pressão,	que	pode	ser	percebida	como	incomoda.	Tal	processo	desencadeia	uma	
necessidade	 ou	 urgência	 de	 satisfação	 que	 buscará	 um	 objeto	 representado	 por	
imagens	ou	afetos	que	poderá	possibilitar	a	pulsão	alcançar	sua	finalidade."	
	
	
Destacando	tais	elementos,	podemos	organizar	o	conceito	da	seguinte	forma:	A	pulsão	
é	uma	força	de	pressão	constante,	que	alcança	a	mente	a	partir	de	uma	fonte	somática	
que	 tem	um	objeto	variável,	através	do	qual	 realiza	a	 finalidade	de	obter	 satisfação,	
embora	 por	 sua	 natureza	 de	 pressionar	 constantemente	 não	 se	 satisfaça	
completamente,	mas	 apenas	 de	modo	parcial,	 justamente	 porque	não	há	 uma	 ação	
adequada	que	elimine	o	estado	de	estimulação	na	fonte.		
	
Ela	pode	ser	um	conceito	extremamente	abstrato	que	se	encontra	no	desejo	tentando	
explicar	 essa	 fronteira	 entre	 o	mental	 e	 o	 corporal.	 Ela	 tem	 relação	 com	 as	marcas	
psíquicas	 iniciais	 que	 gravaram	 a	 sensação	 do	 prazer	 onde	 o	 organismo	 procura	
reencontrar	tais	sensações	usando	objetos	e	que	não	necessariamente	são	os	mesmos	
que	deixaram	tais	marcas	e	não	necessariamente	físico.		
	
Questão	3.	
	
Freud	empregou	a	palavra	"aparelho"	para	definir	uma	organização	psíquica	dividida	em	
sistemas,	ou	instâncias	psíquicas,	com	funções	específicas,	que	estão	interligadas	entre	
si,	 ocupando	 certo	 lugar	na	mente.	Assim,	o	modelo	 tópico	designa	um	 "modelo	de	
lugares";	 Freud	 formulou	 primeiramente	 a	 primeira	 tópica,	 conhecida	 como	 Teoria	
Topográfica,	 e	 posteriormente	 apresentou	a	 segunda	 tópica,	 conhecida	 como	Teoria	
Estrutural	ou	Dinâmica.	
	
Na	 primeira	 tópica	 de	 Freud,	 o	 aparelho	 psíquico	 é	 composto	 por	 três	 sistemas:	 o	
inconsciente,	o	pré-consciente	e	o	consciente.	Segundo	Freud,	o	consciente	é	somente	
uma	pequena	parte	da	mente,	incluindo	tudo	aquilo	de	que	estamos	cientes	num	dado	
momento.	Do	ponto	de	vista	tópico,	o	sistema	percepção-consciência	está	situado	na	
periferia	do	aparelho	psíquico,	recebendo,	ao	mesmo	tempo,	as	informações	do	mundo	
exterior	e	as	provenientes	do	interior.		
	
O	pré-consciente	foi	concebido	como	articulado	com	o	consciente	e	funciona	como	uma	
espécie	de	barreira	que	seleciona	aquilo	que	pode	ou	não	passar	para	o	consciente.	O	
pré-consciente	 seria	 uma	 parte	 do	 inconsciente	 que	 pode	 tornar-se	 consciente	 com	
relativa	 facilidade,	 ou	 seja,	 seus	 conteúdos	 são	 acessíveis,	 podem	 ser	 evocados	 e	
trazidos	à	consciência.		
	
No	 inconsciente	estariam	os	elementos	 instintivos	não	acessíveis	à	consciência.	Além	
disso,	há	também	material	que	foi	excluído	da	consciência	pelos	processos	psíquicos	de	
censura	e	repressão.	Esse	conteúdo	"censurado"	não	é	permitido	ser	lembrado,	mas	não	
é	 perdido,	 permanecendo	 no	 inconsciente.	 Para	 Freud,	 a	 maior	 parte	 do	 aparelho	
psíquico	 é	 inconsciente.	 Ali	 estão	 os	 principais	 determinantes	 da	 personalidade,	 as	
fontes	da	energia	psíquica	e	as	pulsões	ou	instintos.		
	
	A	segunda	tópica,	ou	modelo	estrutural	(1923),	passa	a	considerar	a	existência	de	três	
instâncias	ou	estruturas	psíquicas	na	mente:	ego,	id	e	superego.	
Id,	Ego	e	Superego	são	conceitos	criados	por	Freud	para	explicar	o	funcionamento	da	
mente	 humana,	 considerando	 aspectos	 conscientes	 e	 inconscientes.	 Seriam	 três	
“partes”	da	mente	que,	integradas	e	atuando	em	conjunto,	determinam	e	coordenam	o	
comportamento	humano:	
	
O	Id	é	regido	pelo	“princípio	do	prazer”.	Profundamente	ligado	a	libido,	está	relacionado	
a	 a	 ação	 de	 impulsos	 é	 considerado	 inato.	 Está	 localizado	 na	 zona	 inconsciente	 da	
mente,	sem	conhecer	a	“realidade”	consciente	e	ética,	agindo	portanto	apenas	a	partir	
de	estímulos	instintivos,	o	que	lhe	atribui	a	característica	de	amoral.	
	
O	ego	é	a	parte	consciente	da	mente,	sendo	responsável	por	funções	como	percepção,	
memória,	sentimentos	e	pensamentos.	É	regido	pelo	“princípio	da	realidade”,	sendo	o	
principal	 influente	na	 interação	entre	sujeito	e	ambiente	externo.	É	um	componente	
moral,	que	 leva	em	consideração	as	normas	éticas	existentes	e	atua	como	mediador	
entre	id	e	superego.	
	
O	 superego	 é	 o	 componente	 inibidor	 da	mente,	 atuando	 de	 forma	 contrária	 ao	 id.	
Considerado	hipermoral,	segue	o	“princípio	do	dever”	e	faz	o	julgamento	das	intenções	
do	sujeito	sempre	agindo	de	acordo	com	heranças	culturais	 relacionadas	a	valores	e	
regras	de	conduta.	O	superego	é,	então,	componente	moral	e	social	da	personalidade.	
	
Desde	cedo	Freud	estabelece	a	diferença	durante	a	elaboração	de	suas	considerações	
metapsicológicas.	Em	“A	interpretação	de	sonhos”	em	1900,	o	sistema	pré-consciente	
está	situado	entre	o	sistema	inconsciente	e	a	consciência;	está	separado	do	primeiro	
pela	censura,	que	procura	barrar	aos	conteúdos	inconscientes	o	caminho	para	o	pré-
consciente	e	para	a	consciência;	na	outra	extremidade,	comanda	o	acesso	à	consciência	
e	à	motilidade.	
No	 sentido	 descritivo,	 é	 a	 qualidade	 momentânea	 que	 caracteriza	 as	 percepções	
externas	 e	 internas	 no	 conjunto	 dos	 fenômenos	 psíquicos.	 Segundo	 a	 teoria	
metapsicológica	 de	 Freud,	 a	 consciência	 seria	 função	 de	 um	 sistema,	 o	 sistema	
percepção-consciência	(Pcs-Cs).	
	
Do	ponto	de	vista	tópico,	o	sistema	percepção-consciência	está	situado	na	periferia	do	
aparelho	psíquico,	recebendo	ao	mesmo	tempo	as	informações	do	mundo	exterior	e	as	
provenientes	 do	 interior,	 isto	 é,	 as	 sensações	 que	 se	 inscrevem	 na	 série	 desprazer-
prazer	 e	 as	 revivescências	 mnésicas.	 Muitas	 vezes	 Freud	 liga	 a	 função	 percepção-
consciência	ao	sistema	pré-consciente	(Pcs-Cs).	
	
Do	ponto	de	vista	funcional,	o	sistema	percepção-consciência	opõe-se	aos	sistemas	de	
traços	 mnésicos	 que	 são	 o	 inconsciente	 e	 o	 pré-consciente:	 nele	 não	 se	 inscreve	
qualquer	traço	durável	das	excitações.	Do	ponto	de	vista	econômico,	caracteriza-se	pelo	
fato	de	dispor	de	uma	energia	 livremente	móvel,	suscetível	do	sobre-investir	este	ou	
aquele	elemento	(mecanismo	da	atenção).	
	
A	 consciência	 desempenha	 um	 papel	 importante	 na	 dinâmica	 do	 conflito	 (evitação	
consciente	do	desagradável,	regulação	mais	discriminadora	do	princípio	de	prazer)	e	do	
tratamento	(função	e	limite	da	tomada	de	consciência),	mas	não	pode	ser	definida	como	
um	dos	pólos	em	jogo	no	conflito	defensivo.		
No	 desenvolvimento	 de	 sua	 Metapsicologia,	 Freud	 elaborou	 modelos	 de	 aparelhos	
psíquicos	para	tentar	dar	conta	das	características	do	funcionamento	mental	que	eram	
percebidas	na	clínica.		
Em	suas	elaborações,	Freud	diferenciouaquilo	do	vivido	que	se	inscreve	e	o	que	não	se	
inscreve;	também	diferenciou	aquilo	do	inscrito	que	não	pode	ser	evocado,	apesar	de	
surtir	os	efeitos	de	sua	inscrição,	constituindo	o	núcleo	do	recalque	primário,	daquilo	
que,	mesmo	que	alguma	vez	tenha	sido	passível	de	ser	evocado,	passa	ao	esquecimento	
por	meio	do	recalque	secundário.	
Estabeleceu	também	a	diferença	destes	daquilo	que,	mesmo	sem	poder	ser	recordado,	
comparece,	de	modo	 insistente,	na	 repetição	 somática,	 exigindo	um	 trabalho	 clínico	
para	ser	elaborado.	
Finalmente,	 esclareceu	 o	 poder	 de	 recepção	 ilimitado	 para	 a	 inscrição	 de	 novas	
experiências	 e,	 por	 outro	 lado,	 a	 indefinida	 conservação	das	 inscrições	 já	 efetuadas.	
Desde	seu	trabalho	sobre	as	afasias,	Freud	já	considerava	a	relação	com	o	outro	como	
condição	 para	 o	 desenvolvimento	 de	 seu	 aparelho	 de	 linguagem,	 ainda	 que	 ali	 esse	
outro	possa	ser	entendido	como	um	outro	aparelho	de	linguagem.	
A	 Psicanálise	 deixa	 claro,	 desde	 seus	 primórdios,	 que	 somos	 seres	 de	 linguagem.	
Admite-se,	 como	 escreve	 Lebrun,	 que	 essa	 aptidão	 para	 a	 linguagem,	 em	 toda	 sua	
complexidade,	seja	única,	ou	seja,	“é	o	que	caracteriza	e	especifica	a	humanidade,	essa	
comunidade	de	seres	falantes”	(Lebrun,	2008,	p.	50).	
	
A	Psicanálise	tem	como	objeto	o	inconsciente,	um	saber	falado	que,	assim	como	propôs	
Freud,	 deve	 ser	 lido	 como	 um	 sistema	 de	 inscrições.	 Podemos	 afirmar	 que	 só	 há	 o	
inconsciente	 –	 e	 a	 Psicanálise	 –	 porque	 há	 linguagem,	 já	 que	 é	 ela	 que	 permeia	 as	
relações	 entre	 o	 eu	 e	 o	 outro.	 Os	 fenômenos	 da	 linguagem	 estão	 intimamente	
relacionados	à	vida	psíquica	e	sua	importância	pode	ser	percebida	desde	os	primeiros	
trabalhos	freudianos.	
	
O	papel	da	linguagem	e	da	ordem	simbólica	é	fundamental	na	inauguração	do	psiquismo	
e	na	estruturação	de	seu	aparelho.	Linguagem	e	memória	aparecem	como	sendo	de	
ordem	estruturante.		
	
A	partir	da	Carta	52,	o	abandono	do	vocabulário	neurológico	já	é	claro	e	o	traço	começa	
a	tornar-se	escritura.	Aparelho	psíquico	e	texto	passam	a	ser	indissociáveis,	não	porque	
temos	um	aparelho	capaz	de	produzir	textos.	A	linguagem	na	estruturação	do	aparelho	
psíquico	 vários	 sistemas	 atendendo	 a	 necessidades	 cada	 vez	 mais	 complexas	 de	
articulação	entre	as	pulsões	e	as	representações”	(Garcia-Roza,	2004a,	pp.	62-63).	Esse	
texto	psíquico	não	é	feito	de	palavras,	mas	de	imagens,	como	podemos	depreender	a	
partir	da	análise	dos	sonhos.		
		
Em	todos	os	modelos	e	tentativas	de	explicação	do	aparelho	psíquico,	fica	claro	que	esse	
aparelho	constitui-se,	de	fato,	como	um	aparelho	de	memória	e	de	linguagem.	Garcia	
Roza	 (2004a)	 chama	atenção	para	o	 fato	de	que	o	aparelho	psíquico	não	é,	de	 fato,	
psíquico.	Os	modelos	de	aparelho	psíquico	propostos	por	Freud	(1891/2016),	desde	seu	
trabalho	 sobre	 as	 afasias,	 deixam	 claro	 que	 sua	 concepção	 é	 a	 de	 um	 aparelho	 de	
memória	e	linguagem.		
Isso	 não	 quer	 dizer	 que	 se	 trata	 de	 um	 aparelho	 cujas	 funções	 principais	 sejam	 a	
memória	 e	 a	 linguagem,	 mas	 de	 um	 aparelho	 que	 se	 constitui	 como	 aparelho	 de	
memória	 e	 linguagem.	 Assim,	 […]	 não	 há	 anterioridade	 do	 aparelho	 em	 relação	 à	
memória	e	à	linguagem;	é	à	medida	que	se	constitui	uma	memória	que	se	opera	uma	
diferenciação	na	trama	dos	neurônios,	distinguindo	um	sistema	psi	de	um	sistema	phi.	
E	aquilo	sobre	o	qual	ou	com	o	qual	essa	memória	opera	são	os	sistemas	de	traços	(no	
caso	do	Projeto	e	da	Carta	52)	ou	o	que	em	A	interpretação	do	sonho	é	concebido	como	
texto	psíquico,	portanto,	memória	de	escritura.	(Freud,	1892/2016,	p.	155).		
Desse	modo,	o	aparelho	psíquico	é,	na	realidade,	um	aparelho	simbólico.	É	o	simbólico	
que	funda	esse	aparelho,	não	o	que	resulta	de	seu	funcionamento.	Assim,	é	sua	natureza	
simbólica	 que	 faz	 desse	 aparelho	 um	 aparelho,	 não	 o	 estatuto	 psicológico	 de	 suas	
representações.	 Uma	 representação	 (Vorstellung),	 “muito	 mais	 que	 uma	 entidade	
psicológica,	é	uma	entidade	psicológica,	é	uma	entidade	simbólica,	ou,	se	preferirmos,	
o	psicológico	em	Freud	é	simbólico”	(Garcia-Roza,	2004a,	p.	156).

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