Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� _________________________________________________________________________ 1. Hematopoiese, 2. Etiologia e fisiopatologia da leucemia; 3. Epidemiologia das Leucemias; 4. Classificação; 5. Fatores de risco, sinais e sintomas 6. Diagnóstico 7. Estadiamento da leucemia aguda 8. Tratamentos L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� Hematopoiese A hematopoese é o processo pelo qual as células-tronco da medula óssea desenvolvem todos os tipos de célula presentes no sangue (eritrócito, neutrófilo, eosinófilo, basófilo, monócito, plaqueta, linfócito T, linfócito B, célula natural killer). A regulação dos números de cada tipo de célula é cuidadosamente controlada por fatores de crescimento hematopoéticos parácrinos e endócrinos, que exercem efeitos antiapoptóticos, proliferativos e de diferenciação sobre as células-tronco hematopoéticas, células progenitoras e células maduras. Células-tronco hematopoéticas e progenitoras As duas características críticas de uma célula-tronco hematopoética são sua capacidade de se diferenciar em todos os tipos de células sanguíneas e a sua capacidade de autorrenovação. A decisão de se autorrenovar ou diferenciar é um processo randômico, tanto no estágio de células-tronco como nos subsequentes estágios multipotentes ou unipotentes de diferenciação, e pode ser influenciado por uma série de fatores extrínsecos (fatores de crescimento e proteínas do estroma medular) e intrínsecos (fatores de transcrição hematopoéticos). As células-tronco hematopoiéticas se situam na base de uma hierarquia de células, que culmina nos diversos tipos de células maduras que compõem o sangue e o sistema imune. As etapas da maturação que, por fim, levam às células sanguíneas diferenciadas e funcionais ocorrem tanto como consequência de alterações intrínsecas na expressão gênica, como de modificações nas células dirigidas pelo nicho e pelas citocinas nas células. A medida que as células-tronco amadurecem, tornando-se progenitoras, precursoras e, por fim, células efetoras maduras, sofrem uma série de alterações funcionais. Estas incluem a aquisição óbvia de funções que definem células sanguíneas maduras, como a capacidade de fagocitose ou a síntese de hemoglobina. Também incluem a perda progressiva de plasticidade (isto é, a capacidade de transformar-se em outros tipos celulares). Por exemplo, a progenitora mielóide pode originar todas as células da série mielóide, mas nenhuma da série linfóide. A medida que as progenitoras mieloides comuns amadurecem, tornam-se precursoras de monócitos e granulócitos ou eritrócitos e megacariócitos, mas não de ambos. Pode haver alguma reversibilidade desse processo no início da cascata de diferenciação, mas se perde depois de certo estágio. À medida que as células se diferenciam, também podem perder a capacidade de proliferar. Os granulócitos maduros são incapazes de proliferar e seu número só aumenta com o aumento da produção a partir de precursores. As células linfóides continuam a ter a capacidade de proliferar, mas sua proliferação está ligada ao reconhecimento de proteínas ou peptídios particulares por receptores antigênicos específicos em sua superfície. Na maioria dos tecidos, a população de células proliferativas é progenitora e mais imatura. Em geral, as células do interior de um compartimento altamente proliferativo de células progenitoras também têm uma vida relativamente curta, seguindo seu caminho no processo de diferenciação em um programa molecular definido, que envolve a ativação sequencial de conjuntos particulares de genes. É difícil acelerar o programa de diferenciação de qualquer tipo particular de célula. As progenitoras hematopoiéticas humanas levam 10 a 14 dias para tornar-se células maduras, o que se evidencia clinicamente pelo intervalo entre a quimioterapia citotóxica e a recuperação da contagem de células sanguíneas nos pacientes. AUTORRENOVAÇÃO: A célula-tronco hematopoiética precisa equilibrar seus três destinos potenciais: apoptose, autorrenovação e diferenciação. A proliferação de células em geral não está associada à capacidade de sofrer uma divisão L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� para autorrenovação, exceto entre as células de memória B e Te entre as células-tronco. A capacidade de autorrenovação abre caminho para a diferenciação como a única opção após a divisão celular, quando as células deixam o conjunto de células-tronco, até que tenham a oportunidade de tornarem-se linfócitos de memória. Além dessa capacidade de autorrenovação, as células-tronco apresentam mais um aspecto que caracteriza sua maquinaria de proliferação. As células-tronco, em diversos tecidos adultos maduros, podem ser heterogêneas com algumas sendo profundamente quiescentes, servindo como uma grande reserva, enquanto outras são mais proliferativas e mantém a população progenitora de vida curta. No sistema hematopoiético, as células progenitoras costumam ser resistentes à citocina, permanecendo latentes mesmo quando citocinas impulsionam progenitoras da medula óssea a taxas de proliferação medidas em horas. Em contraste, acredita-se que as células-tronco dividem-se a intervalos ainda mais longos, de meses a anos, Referências: Cecil medicina / editado por Lee Goldman, Andrew I. Schafer; tradução Angela Freitas, Cyro Festa Neto, Fábio Fernandes Morato Castro, - 24. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014. Hematologia e oncologia de Harrison [recurso eletrônico] / Organizador, Dan L. Longo; Equipe de tradução do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Adernar L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� Valadares Fonseca ... [et al.]; [Equipe de revisão técnica do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Almir Lourenço da Fonseca ... et al.]. - 2. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: AMGH, 2015. Etiologia e fisiopatologia da leucemia; ➢ ETIOLOGIA: A hereditariedade, a radiação, as substâncias químicas e outras exposições ocupacionais, assim como os fármacos, foram implicados no desenvolvimento da LMA. A L3 ou leucemia de Burkitt, que ocorre em crianças de países em desenvolvimento, parece estar associada à infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) na infância (fase de aleitamento). A LLA infantil ocorre mais frequentemente em subgrupos de nível socioeconômico mais alto. As crianças com trissomia do 21 (síndrome de Down) correm maior risco de ter LLA infantil, bem como leucemia mieloide aguda (LMA). A exposição à irradiação de alta energia no início da infância eleva o risco de ter LLA de células T. A etiologia da LLA em adultos também é incerta. A LLA é incomum em adultos de meia-idade, porém sua incidência aumenta no idoso. Contudo, a LMA ainda é muito mais comum em pacientes de mais idade. Certas exposições ambientais, como determinadas exposições industriais, a substâncias químicas agrícolas, além do tabagismo, podem aumentar o risco de LLA no adulto. ➢ FISIOPATOLOGIA LEUCEMIAS AGUDAS: Genética Se a leucemia se desenvolver antes dos 10 anos de idade num paciente com um gêmeo idêntico, o gêmeo não afetado apresenta uma chance de 20% de desenvolver leucemia subsequentemente. Diversas síndromes com aneuploidias cromossômicas, incluindo a trissomia do 21 (Down), trissomia do 13 (Patau) e XXY (Klinefelter), estão associadas a um aumento da incidência da LMA. Outras mutações hereditárias, por exemplo, uma mutação em 21q22, foram associadas a uma maior incidência de LMA em algumas famílias. Diversos distúrbios autossômicos recessivos com instabilidade cromossômica costumam evoluir para leucemia aguda, incluindo a síndrome de Bloom, anemia de Fanconi e ataxia-telangiectasia. Clonalidade e Célula de Origem As leucemias agudas são distúrbios clonais, e todas as células leucêmicas num dado paciente derivam de um progenitor comum. A natureza clonal da leucemia aguda sugere que existem células-tronco leucêmicas capazes tanto de autorrenovação como de proliferação. Estudos recentes sugerem que as células-troncoleucêmicas na LMA são raras na massa leucêmica com uma frequência de 0,2 a 10 × 106 e encontram-se dentro da fração primitiva de CD34++ CD38–. Sabe-se menos ainda sobre as células-tronco da LLA. Referências: Cecil medicina / editado por Lee Goldman, Andrew I. Schafer; tradução Angela Freitas, Cyro Festa Neto, Fábio Fernandes Morato Castro, - 24. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014. Hematologia e oncologia de Harrison [recurso eletrônico] / Organizador, Dan L. Longo; Equipe de tradução do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Adernar Valadares Fonseca ... [et al.]; [Equipe de revisão técnica do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Almir Lourenço da Fonseca ... et al.]. - 2. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: AMGH, 2015. Epidemiologia das Leucemias; L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� As leucemias linfóides agudas (LLA) são predominantemente cânceres que acometem crianças e adultos jovens. A LLA é a neoplasia mais frequente na infância, correspondendo a 30-35% dos casos de câncer neste segmento (1). Seu pico de incidência ocorre entre 2 e 5 anos de idade, sendo quatro vezes mais frequente que a leucemia mielóide aguda. Tendo em vista que atualmente as taxas de sobrevida em cinco anos (18;19) das crianças com LLA é de aproximadamente 80%, mas que o número absoluto de crianças que morrem representa uma grande parcela do total de óbitos infantis por câncer (1) e a morbidade decorrente do tratamento da LLA pode deixar sequelas em pessoas que têm uma grande expectativa de vida, torna-se importante o entendimento da patogênese desta doença, de modo a possibilitar sua prevenção ou desenvolvimento de novos tratamentos. Apesar disso, ela pode também acometer adultos, principalmente entre os 25 e 37 anos de idade, sendo que nesse grupo, o prognóstico da doença é pior em relação ao acometimento pediátrico. No Brasil, a LLA tem incidência de 6,5 casos a cada um milhão de pessoas, por ano. A LMA é o tipo leucêmico mais comum do adulto, correspondendo a 90% dos casos de leucemia. Pode acometer também crianças, representando 15% das leucemias em crianças menores de 10 anos. No Brasil, tem-se uma estimativa de incidência de 1,11 caso de LMA a cada 100 mil habitantes. Referências: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Avaliacao_epidemiologica_das_ leucemias_linfoblasticas_em._pa.pdf. Acesso em: 14 de mar de 2020. Classificação As leucemias podem ser classificadas quanto: a. Cronicidade (Agudas x crônicas) b. Origem do clone (Mielóide x Linfóide) CLASSIFICAÇÃO: As leucemias mieloides agudas podem ser classificadas pela FAB, a classificação Franco-Américo-Britânica, que foi criada em 1976. Ela leva em conta a morfologia celular, a histoquímica e a imunofenotipagem, mas não incorpora achados citogenéticos e moleculares. Nessa classificação, as leucemias são divididas em subtipos de M0 até M7: • M0: Leucemia mieloide aguda indiferenciada • M1: Leucemia mieloide aguda com maturação celular mínima • M2: Leucemia mieloide aguda com maturação • M3: Leucemia promielocítica aguda (LPA) • M4: Leucemia mielomonocítica aguda (LMMA) ◊ M4 eos: Leucemia mielomonocítica aguda com eosinofilia • M5: Leucemia monocítica aguda • M6: Leucemia eritroide aguda • M7: Leucemia megacarioblástica aguda Em 2016, a OMS fez uma nova classificação, incluindo as alterações citogenéticas e moleculares. Nessa atualização, há divisão das leucemias em sete categorias principais – listadas a seguir –, com subcategorias: • Leucemia mieloide aguda com anormalidades genéticas • Leucemia mieloide aguda com alterações relacionadas à mielodisplasia • Leucemia mieloide aguda relacionada à quimioterapia ou radioterapia prévia • Leucemia mieloide aguda não especificada • Sarcoma mieloide ou sarcoma granulocítico ou cloroma • Proliferações mieloides relacionadas com a síndrome de Down • Leucemias agudas indiferenciadas e bifenotípica A LLA é classificada de acordo com a morfologia das células leucêmicas, além da fenotipagem e da citogenética. A classificação da doença é indicativa de fatores prognósticos e também ajuda na detecção de recaídas L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� precoces. Antigamente, era utilizada a classificação Franco-Américo-Britânica (FAB), que levava em conta apenas características morfológicas. Atualmente, utiliza-se também os parâmetros de citogenética e imunofenotipagem. Pela imunofenotipagem, é possível identificar o tipo de linfócito afetado, B ou T, através dos marcadores celulares, e também o estágio de maturação em que as células se encontram, informação muito importante da definição do prognóstico do paciente. Pela citogenética, identifica-se alterações genéticas presentes especificamente nas células alteradas, o que também auxilia no prognóstico. Na LLA, anormalidades cromossômicas são encontradas em 60 a 80% dos adultos e em cerca de 90% das crianças. Referências: MANUAL ABRALE. LMA tudo sobre Leucemia Mieloide Aguda. Disponível em: https://www.abrale.org.br/wp-content/uploads/2020/11/Manual-de-LMA.pdf. Acesso em: 15 de mar de 2021. Fatores de risco, sinais e sintomas ● FATORES DE RISCO: LEUCEMIAS AGUDAS: Na maioria das vezes, a leucemia aguda se desenvolve sem razão conhecida, mas, às vezes, consegue-se identificar uma causa possível. Radiação A radiação em alta dose, como aquela sofrida pelos sobreviventes das bombas atômicas no Japão, ou os acidentes com reatores nucleares, aumentam o risco de leucemias mieloides, que alcançam um pico dentro de 5 a 7 anos após a exposição. A radioterapia isoladamente parece aumentar pouco o risco de LMA, mas pode elevar o risco em indivíduos também expostos a agentes alquilantes. A magnitude do risco depende da dose de radioterapia recebida, da sua distribuição no tempo e da idade do indivíduo. Os maiores riscos são resultantes da radioterapia em alta dose, administrada em períodos mais curtos e em pacientes mais jovens. Nas áreas com radiação ambiental natural (frequentemente com radônio), foram descritas aberrações cromossômicas com maior frequência, mas não foi encontrado aumento consistente de risco de leucemia aguda. Vírus Oncogênicos A pesquisa de uma causa viral para leucemia foi intensa, porém sem resultados, exceto no caso de duas leucemias raras associadas a retrovírus. Um vírus RNA, o vírus linfotrópico de células T humanas, do tipo I (HTLV-I), é considerado como o agente causador da leucemia de células T do adulto. Essa forma particular de leucemia é encontrada em grupos geográficos no sudeste do Japão, na bacia do Caribe e na África. Como a soropositividade para HTLV-I foi vista com crescente frequência entre os pacientes fortemente transfundidos e em usuários de drogas injetáveis, a triagem dos produtos sanguíneos para anticorpos contra o HTLV-I agora é uma prática rotineira nos bancos de sangue dos Estados Unidos. O vírus de DNA conhecido como vírus Epstein Barr provoca a mononucleose infecciosa e está associado ao linfoma de Burkitt e a seu equivalente leucêmico, a LLA de células B maduras. Substâncias químicas e outras exposições A exposição ao benzeno, um solvente usado nas indústrias químicas, de plástico, borracha e farmacêutica, está associada a aumento na incidência da LMA. O tabagismo e a exposição a derivados do petróleo, tintas, líquidos conservantes, óxido de etileno, herbicidas e pesticidas também acarretam um aumento do risco de LIMA. Fármacos Os fármacos anticâncer são as principais causas da LMA associada à terapia. As leucemias associadas a agentes alquilantes ocorrem, em média, L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� 4 a 6 anos após a exposição, e os indivíduos acometidos apresentam aberrações nos cromossomos 5 e 7. As leucemias associadas aos inibidores da topoisomerase II ocorrem 1 a 3 anos após a exposição, e os indivíduos acometidos frequentemente apresentam aberrações do cromossomo l lq23. O cloranfenicol, a fenilbutazona bem como, com menor frequência, a cloroquina e o metoxipsoralenopodem resultar em insuficiência da medula óssea, que pode evoluir para a LMA. ● SINAIS E SINTOMAS: Os pacientes com LMA mais frequentemente exibem sintomas inespecíficos que começam de modo gradual ou abrupto e são consequência de anemia, leucocitose, leucopenia ou disfunção leucocitária, ou trombocitopenia. Quase metade dos pacientes apresenta sintomas por 3 meses ou menos antes do diagnóstico da leucemia. Metade dos pacientes menciona a fadiga como primeiro sintoma, porém a maioria se queixa de fadiga ou fraqueza no momento do diagnóstico. Anorexia e perda de peso são comuns. Febre, com ou sem uma infecção identificável, é o sintoma inicial em cerca de 10% dos pacientes. Em 5% dos pacientes, sinais de hemostasia anormal (hemorragia, fácil aparecimento de equimoses) são observados primeiro. Às vezes, dor óssea, linfadenopatia, tosse inespecífica, cefaleia ou sudorese constituem os sintomas à apresentação. Raramente, os pacientes apresentam sintomas de sarcoma mieloide, que é uma massa tumoral que consiste em blastos mieloides, ocorrendo em locais anatômicos distintos da medula óssea. Os locais acometidos são mais comumente a pele, os linfonodos, o trato gastrintestinal, os tecidos moles e os testículos. Essa apresentação rara caracteriza-se, mais frequentemente, por aberrações cromossômicas (p. ex., monossomia do 7, trissomia do 8, rearranjo do MLL, inv[16], trissomia do 4, t[8;21]), que podem preceder ou coincidir comaLMA. Achados físicos Com frequência, ao diagnóstico há febre, esplenomegalia, hepatomegalia, linfadenopatia, hipersensibilidade esternal bem como evidências de infecção e hemorragia. Sangramento gastrintestinal significativo, hemorragias intrapulmonar ou intracraniana ocorrem com maior frequência na LPA. A hemorragia associada a coagulopatia também pode ocorrer na LMA monocítica e com graus extremos de leucocitose ou trombocitopenia em outros subtipos morfológicos. Hemorragias retinianas são detectadas em 15% dos pacientes. Infiltração das gengivas, pele, tecidos moles ou meninges com blastos leucêmicos ao diagnóstico é típica dos subtipos monocíticos e daqueles com anormalidades cromossômicas em llq23. Referências: Cecil medicina / editado por Lee Goldman, Andrew I. Schafer; tradução Angela Freitas, Cyro Festa Neto, Fábio Fernandes Morato Castro, - 24. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014. Hematologia e oncologia de Harrison [recurso eletrônico] / Organizador, Dan L. Longo; Equipe de tradução do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Adernar Valadares Fonseca ... [et al.]; [Equipe de revisão técnica do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Almir Lourenço da Fonseca ... et al.]. - 2. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: AMGH, 2015. L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� Diagnóstico LEUCEMIAS AGUDAS: LLA: Exames de sangue e medula óssea Se os sinais e sintomas sugerirem que a pessoa pode ter leucemia, o médico solicitará exames de sangue e da medula óssea. Os resultados dos exames de sangue e da medula óssea serão utilizados para confirmar o diagnóstico e determinar o tratamento A coleta de sangue é feita no braço do paciente. Já as amostras da medula óssea são geralmente retiradas do osso do quadril do paciente e com anestesia local. A punção da medula óssea, exame chamado de mielograma, é feita com uma agulha especial, inserida no osso do quadril até atingir a medula óssea, quando então é aspirada uma gota de sangue para examinar as células e um volume de 3-4 mL para fazer a imunofenotipagem e o cariótipo. Para a biópsia da medula utiliza-se uma agulha especial, mais larga, que permite retirar uma pequena amostra da parte central do osso, que contém medula óssea. Esses dois exames são quase sempre coletados na mesma punção do osso. • Hemograma completo com diferencial. Este exame é utilizado para medir o número de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas presentes em uma amostra de sangue retirada pela veia. Também mede a quantidade de hemoglobina nos glóbulos vermelhos. O exame diferencial avalia o número dos diversos tipos de glóbulos brancos na amostra. Pessoas com LLA podem ter o número de glóbulos brancos alto, normal ou baixo e um baixo número de glóbulos vermelhos e plaquetas. Isso ocorre porque muitos linfoblastos estão sendo feitos na medula óssea, região em que aglomeram-se, impedindo que as células sanguíneas saudáveis sejam formadas. Mesmo quando o resultado de um hemograma sugere leucemia, o diagnóstico de LLA em geral somente é feito após a avaliação das células da medula óssea. • Avaliação das células do sangue. O sangue da veia e da medula óssea são examinados pelo hematologista ou pelo patologista por meio de um microscópio para determinar o tamanho, a forma e o tipo das células, bem como para identificar outras características celulares. Importante avaliar se as células se parecem mais com células normais e maduras ou mais com células anormais e imaturas (blastos). A porcentagem de blastos contados na amostra de sangue é muito importante. Normalmente, não se tem blastos no sangue, e na medula óssea pode-se ter até 5% de blastos não leucêmicos. No diagnóstico de LLA tem-se mais de 20% de blastos na medula óssea, os linfoblastos. • Citometria de Fluxo. É um exame que identifica as células do sangue periférico ou da medula óssea conforme as substâncias que estão em sua superfície, os chamados antígenos (marcadores/proteínas). O padrão destas proteínas de superfície é chamado de “imunofenótipo”. Para fazer a imunofenotipagem colocam-se algumas substâncias especiais na amostra do sangue ou da medula óssea. Os anticorpos têm como característica ligar-se aos antígenos. Na amostra com as células sanguíneas, cada tipo específico de anticorpo se liga às células que têm um antígeno específico que corresponde com o anticorpo. As células passam por um feixe de raios laser e aquelas com anticorpos ligados a elas emitem luz. As células da leucemia são diferentes das células saudáveis: elas podem ter antígenos diferentes em sua superfície, dependendo se as células são mieloides ou linfoides e do seu estágio de desenvolvimento. A citometria de fluxo ajuda a confirmar o diagnóstico de LLA, bem como determina o tipo de linfócito doente (B, T ou NK) e avalia a maturidade das células. A citometria de fluxo também é usada para verificar o resultado do tratamento, por meio da determinação da doença residual mínima (DRM), que corresponde uma detecção de células leucêmicas em uma quantidade mínima na medula L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� óssea, que apesar de ser mínima, se persistentes durante o tratamento podem possibilitar um maior risco de recaída, podendo justificar modificações da terapia. • Análise Citogenética (Cariótipo). Neste exame estuda-se os cromossomos dentro das células por meio de um microscópio. O cariótipo é usado para procurar alterações nos cromossomos das células de leucemia do paciente com LLA. As células humanas normais contêm 23 pares de cromossomos, somando um total de 46 cromossomos. Cada par de cromossomos tem um certo tamanho, forma e estrutura. Em muitos casos de LLA, os cromossomos das células da leucemia sofreram mudanças que podem ser vistas em microscópio, como translocações e cromossomos extras. Uma translocação ocorre quando um pedaço de um cromossomo se rompe e se liga a outro cromossomo. Às vezes, pedaços de dois cromossomos diferentes trocam de lugar. Isso resulta em um “gene de fusão” (um gene anormal que é formado quando dois genes diferentes são fundidos). A análise citogenética é feita no sangue da medula óssea ou no sangue periférico. As células da leucemia são preparadas para crescer no laboratório e tingidas para que se possa enxergar os cromossomos no microscópio e depois fotografar para mostrar os cromossomos (o cariótipo). O cariótipo mostrará se há alterações no tamanho, forma, estrutura ou no número de cromossomos nas células de leucemia. A análise citogenética fornece informações que sãoimportantes para escolher as opções de tratamento e determinar o prognóstico de um paciente. Estas informações podem fazer uma previsão de como a doença irá responder à determinada terapia. Por exemplo, uma translocação entre os cromossomos 9 e 22 está associada a um diagnóstico de LLA positivo para cromossomo Filadélfia (Ph+), um subtipo de LLA que é tratado de maneira diferente de outros subtipos. • Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O PCR é uma técnica de laboratório muito sensível, utilizada para detectar e medir algumas mutações genéticas e mudanças cromossômicas pequenas demais para serem vistas no microscópio. O teste de reação em cadeia da polimerase aumenta ou “amplifica” pequenas quantidades de partes específicas de RNA (ácido ribonucléico) ou DNA para que seja mais fácil detectá-los e medi-los. Este teste pode encontrar uma única célula de leucemia entre mais de 500 mil a 1 milhão de células normais. O teste de reação em cadeia da polimerase é um método usado para determinar a quantidade de doença residual mínima (DRM), que é uma pequena quantidade de células cancerígenas que ficam no corpo após o tratamento. Esse teste pode ser feito na medula óssea ou com uma amostra de sangue. Exame do líquido espinhal • Punção lombar. A LLA pode se espalhar para o líquido cefalorraquidiano (líquor), que é o líquido que fica ao redor do cérebro e da medula espinhal. Uma amostra deste líquido é examinada para saber se as células de leucemia se espalharam ou não nessa região. A punção lombar é o nome do procedimento usado para coletar o líquor da coluna vertebral. O primeiro passo para a realização da punção é aplicar um anestésico local na parte posterior inferior da coluna. Depois uma agulha fina é inserida entre dois ossos (vértebras) e dentro do canal medular para a retirada de uma amostra do líquor. A amostra é examinada no microscópio em busca de possíveis células de leucemia no cérebro e na medula espinhal. Exames de imagem • Ultrassonografia Este procedimento usa ondas sonoras de alta energia para examinar tecidos e órgãos dentro do corpo. Às vezes, a leucemia pode crescer fora da medula óssea - mais comumente nos gânglios linfáticos. O ultrassom pode ser usado para procurar linfonodos e aumento do fígado ou do baço causados por um acúmulo de células de leucemia no tórax, abdômen e pelve. A LLA também pode comprometer os testículos e o exame L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� ultrassonográfico pode ser necessário para investigar se há algum tumor na região. •Tomografia Computadorizada (TC) A tomografia computadorizada é feita a partir de um computador ligado a uma máquina de Raio-X, capaz de reproduzir uma série de imagens detalhadas de áreas internas do corpo. Pode ajudar na identificação de linfonodos e aumento do fígado ou baço. • Ressonância Nuclear Magnética (RNM) Usa campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens dos órgãos e tecidos do corpo. As imagens de RNM podem ser usadas para ver o cérebro e a medula espinhal quando um paciente apresenta sintomas como dor de cabeça ou convulsões que sugerem que as células da LLA podem ter se espalhado para o cérebro e para a medula espinhal. • Ecocardiograma. É uma imagem do coração criada por ondas sonoras (ultrassom) pulsantes no interior dos tecidos e órgãos do tórax. O ecocardiograma mostra o tamanho, a forma e a posição do coração, bem como suas estruturas internas. Também mostra como o coração está batendo e como está bombeando sangue. Como alguns tratamentos para a LLA podem causar algum dano ao coração, o médico usa este exame para avaliar a função cardíaca e o coração do paciente, podendo decidir pelo melhor tratamento. Para os pacientes com LLA, a avaliação é habitualmente concluída após a obtenção de um hemograma completo, análises bioquímicas refletindo a função dos principais órgãos, biópsia de medula óssea com exames genéticos e imunológicos, bem como punção lombar. A última é necessária para excluir a possibilidade de comprometimento oculto do SNC. Nessa etapa, a maioria dos pacientes já deve estar pronta para iniciar o tratamento. Na LLA, o prognóstico depende das características genéticas do tumor, da idade do paciente, da contagem de leucócitos assim como do estado clínico global e da função dos principais órgãos do paciente. Diagnóstico Diferencial: O diagnóstico diferencial da leucemia aguda é em geral fácil, mas pode ser ocasionalmente um pouco difícil. Tanto a leucemia como a anemia aplásica podem se manifestar por pancitopenia periférica, mas o achado de medula hipoplásica sem blastos, em geral, distingue a anemia aplásica. Ocasionalmente, um paciente apresentando medula hipocelular e anormalidade citogenética clonal permite estabelecer o diagnóstico de mielodisplasia ou de uma leucemia hipocelular. Alguns processos, além da leucemia, podem levar ao aparecimento de células imaturas no sangue periférico. Apesar de outros tumores com pequenas células redondas serem capazes de infiltrar a medula e eventualmente simular uma leucemia, os marcadores imunológicos são eficazes na distinção entre os dois. Reações leucemoides às infecções como a tuberculose podem resultar no derrame de grande número de células mieloides jovens, mas virtualmente a proporção de blastos na medula ou no sangue periférico nunca atinge 20% numa reação leucemóide. A mononucleose infecciosa e outras doenças virais podem algumas vezes lembrar a LLA, particularmente quando grande número de linfócitos atípicos está presente no sangue periférico e quando a doença vem acompanhada por trombocitopenia imune ou anemia hemolítica. LMA: Hemograma completo, com diferencial Pessoas com LMA podem apresentar: • Baixo número de células vermelhas • Baixo número de plaquetas • Um número elevado de glóbulos brancos (muitos imaturos que não são encontrados normalmente no sangue periférico) • Blastos, que são células doentes e aparecem em pacientes com leucemias. Estes achados podem sugerir leucemia, mas normalmente o diagnóstico só L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� será confirmado com outros exames complementares. Tipo HLA é um tipo de exame de sangue que identifica o tipo HLA de uma pessoa. Os antígenos leucocitários são proteínas encontradas na superfície da maior parte das células. Elas têm um importante papel imune, ajudando o corpo a distinguir suas próprias células das células doadas. O exame de HLA não faz parte do diagnóstico da leucemia, mas é necessário para identificar um doador compatível, caso o transplante alogênico de medula óssea seja indicado. Mielograma O médico hematologista ou patologista irá examinar uma amostra de células de medula óssea ao microscópio. Analisará tamanho, formato, tipo e fará contagem dessas células. Quando a porcentagem de blastos (célula imatura e doente) é igual ou maior a 20%, temos o diagnóstico de leucemia aguda. Imunofenotipagem (Citometria de Fluxo) Este exame é usado para classificar as células conforme o tipo de antígeno em sua superfície. As células da leucemia podem ter diferentes antígenos em sua superfície que irão depender de sua linhagem, ou seja, se são mieloide ou linfoide, e também de seu estágio de desenvolvimento. Existem certos antígenos mais associados às células da LMA, como a CD13, CD14, CD33 ou CD34. Este exame é realizado ao diagnóstico e também é usado para analisar a doença residual mínima. Testes genéticos Os exames a seguir são feitos para encontrar genes específicos da leucemia. - Análise citogenética – Será usado um microscópio para examinar os cromossomos dentro das células. Para as pessoas com LMA, este exame pode encontrar mudanças anormais nos cromossomos das células doentes. As células humanas normais contém 23 pares de cromossomos, e cada um deles tem um certo tamanho, formato e estrutura. Em alguns casos de LMA, os cromossomos de células doentes têm alterações que podem ser vistas pelo microscópio, como as translocações cromossômicas, por exemplo.O teste de citogenética é feito como uma amostra de sangue periférico ou sangue de medula óssea. Tais informações podem ajudar a prever como a doença irá responder ao tratamento. Por exemplo, uma translocação entre os cromossomos 15 e 17 está associada com o diagnóstico da leucemia promielocítica (LPA), um subtipo da LMA que é tratado de maneira diferente dos outros tipos e tem um melhor prognóstico. - FISH (Hibridização Fluorescente in Situ) - Este é um exame bastante sensível, usado para procurar genes ou cromossomos em células e tecidos. Nos casos de LMA, os médicos usam o FISH para detectar certas anormalidades nos cromossomos e genes das células doentes. - Teste molecular - As mutações genéticas têm mostrado um importante papel para o prognóstico da LMA. O teste molecular não substitui o exame de citogenética, mas juntos conseguem definir o prognóstico e quais as melhores opções de tratamento. Referências: Cecil medicina / editado por Lee Goldman, Andrew I. Schafer; tradução Angela Freitas, Cyro Festa Neto, Fábio Fernandes Morato Castro, - 24. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014. Hematologia e oncologia de Harrison [recurso eletrônico] / Organizador, Dan L. Longo; Equipe de tradução do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Adernar Valadares Fonseca ... [et al.]; [Equipe de revisão técnica do Medicina Interna de Harrison 18. ed.: Almir Lourenço da Fonseca ... et al.]. - 2. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: AMGH, 2015. Estadiamento O estadiamento da maioria dos tipos de cânceres atribui estágios numerados para descrever sua extensão, com base no tamanho do tumor e na probabilidade de disseminação. L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� A leucemia linfoide aguda por outro lado, normalmente não forma massas tumorais, mas geralmente afeta toda a medula óssea e, em muitos casos, pode se disseminar para outros órgãos, como o fígado, baço e gânglios linfáticos. Por conseguinte, o prognóstico para o paciente com leucemia linfóide aguda depende de outras informações, como subtipo de LLA, idade, e resultados de exames de laboratório. Diferentes sistemas são utilizados para classificar a leucemia linfóide aguda em subtipos. Na década de 1970, um grupo de franceses, americanos e britânicos (Classificação Francesa-Americana-Britânica - FAB), especialistas em leucemia dividiram a leucemia linfóide aguda em três subtipos (L1, L2 e L3), baseados na maneira como suas células eram vistas ao microscópio após coloração de rotina. Este sistema foi substituído em função dos novos exames de laboratório que permitem uma classificação da leucemia linfoide aguda com mais precisão. Os exames de citogenética, citometria de fluxo, e outros exames de laboratório fornecem informações detalhadas sobre o subtipo de leucemia linfóide aguda e o prognóstico do paciente, o que permite classificar a leucemia linfóide aguda em grupos com base no gene e nas alterações cromossômicas nas células leucêmicas. O sistema da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizado em 2016, inclui alguns desses fatores para classificar a leucemia linfóide aguda. O sistema da OMS divide a leucemia linfóide aguda em vários grupos: ● Leucemia linfoide aguda de células B ● Leucemia linfoide aguda de células B com determinadas anormalidades genéticas Leucemia linfoide aguda de células B com hipodiploidia (as células de leucemia têm menos de 44 cromossomos). Leucemia linfoide aguda de células B com hiperdiploidia (as células de leucemia têm mais de 50 cromossomos). Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 9 e 22 (o cromossomo Filadélfia, que cria o gene BCR-ABL1). Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre o cromossomo 11 e outro cromossomo. Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 12 e 21. Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 1 e 19. Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 5 e 14. Leucemia linfoide aguda de células B com amplificação de uma porção do cromossomo 21 (iAMP21) *. Leucemia linfoide aguda de células B com translocações envolvendo certas tirosinas quinases ou receptores de citocinas (BCR-ABL1)*. ● Leucemia linfoide aguda de células B, não especificado de outra forma ● Leucemia linfoide aguda de células T Leucemia linfoide precursora de células T precoce*. * Ainda não está claro se existem evidências suficientes que é um grupo único. * Leucemia linfoide aguda de linhagem mista Um pequeno número de leucemias agudas apresenta características linfoides e mieloides. Às vezes, as células leucêmicas têm características tanto mieloides quanto linfóides nas mesmas células. Em outros casos, um paciente pode ter algumas células leucêmicas com características mieloides e outras com características linfóides. Estes tipos de leucemias podem ser denominados de leucemias de linhagem mista, leucemia indiferenciada aguda ou leucemia aguda com fenótipo misto. A maioria dos estudos sugerem que estas leucemias tendem a ter um pior prognóstico do que os subtipos padrão de leucemia linfóide aguda ou leucemia mieloide aguda. O tratamento intensivo, como um transplante de células tronco, é muitas vezes realizado quando possível, porque não existe um alto risco de recidiva após o tratamento. L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� Referências: Instituto ONCOGUIA. Estadiamento da Leucemia Linfóide Aguda (LLA). 2018. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estadiamento-da-leucemia-linfoide-aguda-l la/1152/317/. Acesso em: 15 de mar de 2021. Tratamento LEUCEMIAS AGUDAS: LMA: Quimioterapia Normalmente, o tratamento da LMA é iniciado com esquema de indução com quimioterapia, usando a combinação entre citarabina e antraciclina, seguido de 1 a 4 ciclos de consolidação com quimioterápicos ou transplante de medula óssea. Os quimioterápicos agem nas células doentes e também nas células saudáveis. Diferentes tipos de quimioterápicos trabalham em diferentes frentes para eliminar as células leucêmicas ou para interromper a formação de novas células doentes. Por este motivo, mais de um quimioterápico é frequentemente usado. A quimioterapia é realizada em ciclos. Cada ciclo é feito por um número de dias, seguido por um tempo de descanso. Neste tempo de descanso o corpo consegue se recuperar antes do início do próximo ciclo. Alguns tipos de quimioterapia podem ser injetáveis, direto na veia. Na infusão intravenosa, o medicamento entra lentamente e tem duração de algumas horas ou, se for mais severa, de alguns dias. Comumente, cateteres são utilizados. A LMA é um tipo bastante agressivo de leucemia e deve ser tratada o mais rápido possível. Normalmente o tratamento é dividido em duas fases: indução e consolidação da terapia. Indução – Este é o nome que se dá para a fase inicial do tratamento com quimioterapia. O resultado esperado neste momento é a completa remissão. Ela acontece quando o paciente passa apresentar menos de 5% de blastos em sua medula óssea, a contagem de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas volta ao normal e o paciente não apresenta mais os sintomas. A intensidade do tratamento depende da idade e saúde da pessoa. Os médicos geralmente indicam a quimioterapia mais intensiva para pacientes que toleram esse tratamento (sem outras doenças importantes). Para os pacientes mais velhos ou mais debilitados, são oferecidos tratamentos menos intensivos. O regime mais comum de indução para a LMA inclui a citarabina e a antraciclina, (daunorrubicina ou idarrubicina). A citarabina costuma ser oferecida por sete dias, enquanto a antraciclina é dada por 3 dias, na primeira semana de tratamento. Este regime se chama “7 + 3”. Outros medicamentos podem ser adicionados ou substituídos em situações específicas. A terapia de indução destrói a maior parte de células doentes, assim como as células saudáveis. Geralmente, devido aos efeitos colaterais ou até mesmo por conta daseveridade da doença, no início da terapia, o paciente pode ficar hospitalizado de 4 a 6 semanas, para obter o suporte médico, acesso a antibióticos e transfusões de sangue. Entre 3 ou 4 semanas após completar a terapia de indução, as células saudáveis da medula óssea devem voltar e o paciente será submetido a novo estudo de medula óssea. Se a contagem de blastos for menor que 5%, o paciente estará em “remissão completa” e seguirá para a fase de consolidação. Pacientes que não conseguirem este resultado podem ser indicados para um estudo clínico, para um transplante de medula óssea alogênico ou para outros regimes de quimioterapia, focados em doença refratária. Terapia de consolidação - A produção de células normais deve voltar a acontecer em muitos pacientes depois de algumas semanas, após a terapia de indução ser completada. Com a contagem normal de células, as células doentes não poderão ser detectadas no sangue e também na medula óssea. Essa condição é chamada de “remissão”. Um número pequeno de células cancerígenas não irá interferir no desenvolvimento de células do sangue normais, mas elas podem ter um potencial de crescer e causar uma recaída da LMA. “Doença residual mínima” é o termo usado após o tratamento, L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� quando as células doentes podem ser detectadas no laboratório usando um exame mais sensível, como o de citometria de fluxo ou PCR. Se o paciente alcança a remissão completa, o tratamento é normalmente usado para destruir qualquer residual de células leucêmicas (doentes) do corpo. Sem uma terapia adicional, a leucemia pode até voltar em alguns meses. Para prevenir essa situação, uma terapia intensiva de consolidação é indicada após o paciente ter se recuperado da terapia de indução. O ideal é que o número de células doentes fique menor ou seja eliminado do corpo. Existem dois tratamentos básicos para a terapia de consolidação: • Quimioterapia • Transplante de medula óssea Para os pacientes com menor risco é oferecida quimioterapia com citarabina ou outros medicamentos. Os pacientes geralmente recebem múltiplos ciclos de quimioterapia. O número pode variar de paciente para paciente. Pacientes com alto risco de recaída são raramente curados apenas com a quimioterapia e geralmente para eles também é indicado o transplante de medula óssea alogênico ou a participação em algum estudo clínico. Uma importante decisão para o tratamento da LMA é estimar o risco/benefício associado com o transplante de medula óssea alogênico após a primeira remissão. Isso quando o transplante oferece melhores resultados para que a LMA não volte. Transplante de medula óssea (TMO) Também chamado por transplante de células-tronco hematopoiéticas, pode ser indicado para aqueles pacientes que não entram em remissão apenas com a quimioterapia, quando a doença apresenta alto risco de recaída, baseado nos exames realizados ao diagnóstico ou quando se deseja reduzir o número de ciclos de quimioterapia de consolidação. O transplante de medula óssea permite aos médicos indicar altas doses de quimioterapia ou radioterapia. Após o tratamento, o paciente recebe uma infusão de células-tronco para repor as células destruídas pela terapia intensiva. Estas novas células-tronco restauram a medula óssea, possibilitando a formação de novas células saudáveis. Existem três tipos de transplante de medula óssea: • Alogênico (quando a medula óssea vem de um doador HLA compatível - irmão ou do banco de doadores) ou parente (irmão, pais, filhos) metade compatível • Autólogo (quando a medula óssea vem do próprio paciente) • Singênico (entre irmãos gêmeos) Transplante de medula óssea alogênico - Este é o tipo de transplante de medula óssea mais comum para tratar a LMA. Na preparação, o paciente é submetido à quimioterapia, com ou sem radiação, com objetivo de matar as células doentes remanescentes e reduzir a imunidade do paciente para aceitar a medula do doador. Então, o paciente recebe infusões de células-tronco advindas de um doador, que pode ser um membro da família, um desconhecido cadastrado no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) ou até mesmo de um cordão umbilical. O TMO alogênico cria um novo sistema imune para o paciente, que ajudará o corpo a brigar contra infecções e contra as células cancerígenas que possam ter sobrado. As células imunes transplantadas (chamadas de enxerto) enxergam as células leucêmicas no corpo como estranhas e as destrói. Isto é chamado de “efeito enxerto versus leucemia”. Este tipo de transplante, se comparado a outros tratamentos, é associado com efeitos colaterais consideráveis, inclusive risco de mortalidade relacionado ao transplante, por isso a decisão para a sua realização também dependerá da idade do paciente e do entendimento deste sobre seus riscos/benefícios. Após o TMO alogênico, existe o risco de o paciente desenvolver uma doença chamada “doença do enxerto versus hospedeiro” ou DECH. Ela acontece quando as células do doador (enxerto) identificam as células do corpo do paciente (hospedeiro) como estranhas e as ataca. As partes do corpo mais comumente afetadas são a pele, fígado, estômago e intestino. A doença pode se apresentar após semanas ou anos do transplante e o L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� médico irá indicar medicamentos para prevenir e até mesmo minimizar o problema. Transplante autólogo - Ele acontece quando a medula óssea do próprio paciente é removida, congelada e armazenada após conquistar a remissão. Uma vez que as células estão congeladas, o paciente recebe altas doses de quimioterapia adicionais e/ou radioterapia. Este tipo de TMO costuma ser indicado para pacientes que não encontram um doador compatível ou que apresentam baixo risco de recidiva da doença. Na LMA, o transplante autólogo costuma ser pouco usado, em especial por promover um risco maior da leucemia voltar, já que o sistema imune não está sendo trocado. LLA: Quimioterapia O tratamento mais utilizado para a LLA é a quimioterapia de longo prazo. Geralmente dura cerca de 2 a 3 anos e é intensa, especialmente nos primeiros meses. A maioria dos tratamentos utilizam um coquetel de medicamentos. Os medicamentos quimioterápicos eliminam as células de crescimento rápido em todo o corpo, tanto as células cancerosas, como as células normais e saudáveis, e funcionam de maneiras diferentes. Por isso é comum utilizar mais de um tipo de medicamento quimioterápico. A quimioterapia é frequentemente administrada em ciclos. Cada ciclo é composto por um número de dias de tratamento seguidos por alguns dias de descanso, para que o corpo possa descansar e se recuperar. Os ciclos variam de duração, dependendo de quais quimioterápicos são usados. Alguns medicamentos quimioterápicos são aplicados via intravenosa (na veia), e pode levar alguns minutos, horas ou vários dias (infusão contínua). A quimioterapia intravenosa é administrada por meio de um cateter, que será colocado cirurgicamente sob a pele na parte superior do tórax do paciente. Existem três fases de tratamento que são mais comuns: indução, consolidação (ou intensificação) e manutenção. A consolidação e a manutenção são aplicadas após a remissão. • Terapia de indução. É a fase inicial da quimioterapia. A medicação, as dosagens utilizadas e o momento da administração dependem de vários fatores, incluindo a idade, as características da leucemia e a saúde geral do paciente. O objetivo da terapia de indução é destruir o máximo de células da leucemia a fim de alcançar/induzir à remissão. Esta terapia geralmente utiliza vários medicamentos, que incluem: vincristina, antraciclinas (daunorrubicina, doxorrubicina) e corticosteroides (prednisona, dexametasona), administrados com ou sem asparaginase e/ou ciclofosfamida. A gravidade da doença e os efeitos colaterais da terapia de indução podem levar a um período de internação de 4 a 6 semanas. Crianças e alguns pacientes que têm um cuidador e moramperto do centro médico são liberados para irem para casa mais cedo. Para algumas crianças, a permanência hospitalar é a primeira experiência delas fora de casa por um longo período de tempo. Informar sobre a doença e o tratamento de forma apropriada, ajudará a criança a confiar em você e na equipe de tratamento. Falar sobre seus medos e preocupações também ajudará seu filho a se sentir mais confortável. Ao final da terapia de indução, os médicos irão avaliar se o paciente alcançou a remissão completa. Ela ocorre quando: • Nenhuma célula de leucemia é detectada na medula óssea (com um microscópio) • Tem menos de 5% de blastos na medula óssea • Não tem blastos no sangue periférico • As contagens de células do sangue voltam ao normal • Todos os sinais e sintomas de LLA desapareceram Mesmo quando uma remissão completa é alcançada, algumas células de leucemia que não podem ser vistas com um microscópio ainda podem permanecer no corpo. A presença dessas células é chamada de “doença residual mínima (DRM)”. Pacientes que chegaram à remissão após o tratamento inicial para LLA, mas têm DRM, têm maior risco de recidiva da doença. Depois que um paciente atinge a remissão completa, a terapia L Le�c��i�� re����sa����mi���21@g�a��.co� pós-remissão é administrada para destruir todas as células de leucemia remanescentes no corpo. Blinatumomabe (Blincyto®) é aprovado para tratar adultos e crianças com LLA de células precursoras B em remissão, mas ainda com DRM maior ou igual a 0,1%. Geralmente, se os blastos ainda são evidentes após o primeiro ciclo de quimioterapia de indução, um segundo ciclo de quimioterapia, usando diferentes quimioterápicos, é indicado. • Profilaxia e Tratamento do Sistema Nervoso Central (SNC). Embora a presença de blastos no líquido cefalorraquidiano ao diagnóstico não seja comum (3 a 7% dos casos), sem o tratamento profilático (preventivo) mais de 50% dos pacientes desenvolverão leucemia do SNC. Assim, a profilaxia é administrada a todos os pacientes durante todas as fases do tratamento para evitar que as células leucêmicas se espalhem para o cérebro e a medula espinhal. A terapia dirigida ao sistema nervoso central pode incluir: Quimioterapia intratecal. Os medicamentos são injetados na parte inferior da coluna, com a agulha entre duas vértebras (ossos da coluna), em uma área cheia de líquido que fica entre as finas camadas de tecido que cobrem o cérebro e a medula espinhal. Esses medicamentos podem incluir metotrexato, citarabina e dexametasona. Quimioterapia sistêmica em altas doses. Os medicamentos injetados no sangue atravessam uma membrana entre o vaso de sangue e o SNC (barreira hematoencefálica) e incluem metotrexato, citarabina, dexametasona 6-mercaptopurina e asparaginase. Irradiação craniana. Radioterapia do cérebro. Em pacientes pediátricos (exceto se com leucemia do SNC ou recidiva do SNC) não é usada. O tratamento sem radiação diminui as chances de o paciente apresentar efeitos tardios, como danos aos órgãos, desenvolvimento de segundo câncer e ainda comprometimento neurocognitivo. Como na fase de indução, fatores como a idade do paciente, a capacidade de tolerar o tratamento intensivo, a citogenética, a disponibilidade de um doador de células-tronco e outras considerações, podem influenciar a abordagem do tratamento. Consolidação. A segunda fase da quimioterapia é chamada de terapia de consolidação ou de “intensificação”. Terapia de consolidação é aplicada somente quando a LLA já está em remissão. O objetivo é destruir todas as células de leucemia remanescentes no corpo após a terapia de indução. Durante esta fase, os medicamentos quimioterápicos são administrados em doses mais altas que as administradas durante a fase de indução. A terapia de consolidação geralmente dura de 4 a 6 meses. A combinação de medicamentos e a duração da terapia para protocolos de consolidação variam, mas podem consistir de combinações de drogas similares àquelas usadas durante a fase de indução. Após a fase de consolidação, alguns protocolos de tratamento fazem uma reindução, que consiste num tratamento intensificado, usando drogas semelhantes às da terapia de indução. A terceira fase do tratamento da LLA é chamada de “manutenção”. O objetivo é prevenir a recidiva da doença após a terapia de indução e a consolidação. A maioria dos medicamentos de manutenção são de administração oral e os pacientes são tratados em ambiente ambulatorial. Eles recebem doses mais baixas de quimioterápicos e, como resultado, tendem a ter efeitos colaterais menos graves. A terapia de manutenção geralmente dura cerca de 2 anos para adultos e 1 ano e meio a 2 anos, para crianças. Em alguns casos, a quimioterapia pós-remissão também inclui medicamentos que não foram utilizados durante o tratamento de indução. Referências: MANUAL ABRALE. LLA tudo sobre Leucemia Linfoide Aguda. Disponível em: https://www.abrale.org.br/wp-content/uploads/2020/11/Manual-de-LLA.pdf. Acesso em: 15 de mar de 2021. MANUAL ABRALE. LMA tudo sobre Leucemia Mieloide Aguda. Disponível em: https://www.abrale.org.br/wp-content/uploads/2020/11/Manual-de-LMA.pdf. Acesso em: 15 de mar de 2021. Leucemia Linfóide Aguda Definição Acúmulo de formas linfoides imaturas na medula óssea, suprimindo a hematopoiese normal Epidemiologia Neoplasia mais frequente na infância (30-35%) Taxa de 80% de sobrevida Mais frequente Pouco comum em adultos de meia-idade Pico ocorre entre os 2-5 anos de idade Incidência aumenta em idosos Prognóstico ruim no adulto A LLA, no Brasil, tem incidência de 6,5 casos a cada um milhão de pessoas por ano LLA de células B Mais comum Fatores de risco Genéticos Síndrome de Down Alterações cromossômicas Ex.: Translocação t (9;22) t (8;14) t (11;14) Hiperdiploidia > 50 cromossomos Hipodiploidia < 45 cromossomos Radiação Tabagismo Vírus oncogênicos Epstein Barr LLA de células B Quadro Clínico Anemia Fadiga Falta de ar Palidez Leucopenia Infecções frequentes Febre Trombocitopenia Hemorragias Dores ósseas Mais frequente que LMA Perda de peso Esplenomegalia, linfadenopatia Diagnóstico Hemograma completo com diferencial Aspirado da medula óssea Crista ilíaca Mielograma Número de células Diferenciação, maturação e distribuição das células precursoras Presença de Blastos DIAGNÓSTICO DE LA: Blastos >= 20% Imunofenotipagem Identifica os antígenos celulares de superfície, citoplasmaticos e nucleares - Marcadores da linhagem celular (Mieloide ou linfoide) ANTICORPOS LINHAGEM CD13 / CD33 Mieloide CD79a / CD19 / CD22c Linfóide B CD3c / CD7 / CD2 / CD5 Linfóide T Biópsia Retirada de uma amostra do fragmento ósseo Crista ilíaca (adulto) Tíbia (criança) Fornece informações sobre quantidade e Características das células Grau de preenchimento da medula óssea Localização das células no interior da medula Punção lombar Analisar se a LLA se espalhou para olíquido cefalorraquidiano Comprometimento do SNC Diagnóstico diferencial Mononucleose infecciosa Anemia aplásica Blastos na medula? Classificação FAB (1970) L1 80% (crianças) L2 70% (adultos) L3 Pior prognóstico OMS (2016) Leucemia Linfóide aguda de células B Leucemias Linfóide aguda de células B com determinadas anormalidades genéticas Leucemia Linfóide aguda de células B, não especificado de outra forma Leucemia Linfóide aguda de células T Leucemia Linfóide aguda de linhagem mista Tratamento Quimioterapia de longo prazo Dura de 2 a 3 anos Coquetel de medicamentos Eliminam as células de crescimento rápido em todo o corpo (cancerosas e saudáveis) Fases Indução Objetiva destruir o máximo de células da leucemia e alcançar a remissão Reavaliação Remissão completa (Blastos na medula <5% ) Consolidação Não remissão? Novo ciclo de quimioterapia(Outros quimioterápicos) Consolidação Objetiva destruir as células leucêmicas remanescentes Dura de 4-6 meses Manutenção Objetiva prevenir a recidiva Maioria dos medicamentossão de administração oral Dura cerca de 2 anos para adultos e 1 ano e meio a 2 anos para crianças Profilaxia e Tratamento do SNC Sem o tratamento profilático, mais de 50% dos pacientes desenvolverão leucemias no SNC Profilaxia é administrada a todos os pacientes, em todas as fases do tratamento Pode incluir: Quimioterapia intratecal Medicamentos injetados naparte inferior da coluna Quimioterapia sistêmica em altas doses Medicamentos injetados no sangue atravessam a barreira hematoencefálica Radioterapia de cérebro Não utilizada em pacientes pediátricos* Transplante de medula óssea Infusão de células-tronco para repor as células destruídas na terapia intensiva Tipos: Alogênico Medula vem de um doador HLA compatível Autólogo Medula vem do próprio paciente Singênico Medula vem de irmão gêmeo Petéquias Equimoses Referências: Cecil Medicina Hematologia e Oncologia de Harrison Leucemia Mieloide Aguda Definição Proliferação anormal e acúmulo na medula óssea de progenitores hematopoieticos da linhagem mieloide Epidemiologia Tipo mais comum em adultos Maior incidência 10° Câncer mais comum nos 🧔 Corresponde a 90% dos casos de leucemia Representa 15% das leucemias em crianças menores de 10 anos Brasil: incidência de 1,11 casos a cada 100 mil habitantes INCA estima mais de 10.800 casos (2020-2022) Fatores de risco Radiação Ex.: sobreviventes de bombas atômicas 5-7 anos após a exposição Radioterapia em altas doses, administradas em períodos mais curtos e em pacientes mais jovens Derivados de Benzeno Solvente usado nas indústrias químicas de plástico, borracha, etc. Derivados de petróleo Pesticidas Alterações genéticas Síndrome de Down Klinefelter Patau Alterações cromossômicas Translocação t (15;17) t (8;21) Inversão Cromossomo 16 Deleção Cromossomo 5 ou 7 Fármacos Quimioterápicos Tabagismo Sinais e Sintomas Fadiga Perda de peso Febre (com ou sem infecção detectavel) Cefaleia Quadro Clínico Leucopenia Infecções frequentes Trombocitopenia Hematomas Equimoses Petéquias Hemorragias Anemia Falta de ar Palidez Hepatomegalia, esplenomegalia e linfadenopatia Diagnóstico Hemograma completo com diferencial Anemia (normocítica ou normocromíca) Leucocitose com desvio a esquerda Pode haver leucopenia Plaquetas reduzidas Tipo de HLA Não faz parte do DIAGNÓSTICO. Necessário para identificar um doador compatível Aspirado da medula óssea Mielograma Número de celulas Diferenciação, maturação e distribuição das células precursoras Presença de Blastos DIAGNÓSTICO DE LA: Blastos > = 20% Imunofenotipagem Identifica os antígenos celulares de superfície, citoplasmáticos e nucleares - Marcadores de linhagem linfoide e mieloide ANTICORPOS LINHAGEM CD13 / CD33 Mieloide CD79a / CD19 / CD22c Linfóide B CD3c / CD7 / CD2 / CD5 Linfóide T Biópsia Retirada de uma amostra de fragmento ósseo Crista ilíaca (adulto) Tíbia (criança) Fornece informações sobre quantidade e características das células Grau de preenchimento da medula óssea Localização das células na medula Diagnóstico diferencial Anemia aplásica Blastos na medula? Classificação (FAB, 1976) M0 Indiferenciada M1 Diferenciação Mínima Bastonetes de Auer M2 com diferenciação Cloroma Tipo mais frequente M3 Promielocitica CIVD M4 Mielomonocítica Hiperplasia gengival M5 Monocítica M6 Eritróide M7 Megacarioblástica Classificação (OMS, 2016) Leucemia mieloide aguda com anormalidades genéticas Leucemia mieloide aguda alterações relacionadas a mielodisplasia Leucemia mieloide aguda relacionada a quimioterapia ou radioterapia prévia Leucemia mieloide aguda não especificada Sarcoma mieloide ou sarcoma granulocítico ou cloroma Proliferações mieloides relacionadas com a síndrome de Down Leucemias agudas diferenciadas e bifenotípica Tratamento Quimioterapia Indução de remissão Espera-se a completa remissão Destrói a maior parte de células doentes, assim como as células saudáveis Regime (7 + 3) 7 dias (Citarabina) 3 dias (Daunorrubicina) De 3 a 4 semanas, as células saudáveis da medula óssea devem voltar Reavaliação Remissão completa (Blastos na medula <5% ) Consolidação Não houve remissão Outros regimes de quimioterapia Transplante de medula óssea Consolidação Usado para destruir qualquer resíduo de células leucêmicas Sem essa fase, a Leucemia pode voltar em alguns meses Pode ser feita por: Quimioterapia Indicada para pacientes com menor risco Transplante de medula óssea Infusão de células-tronco para repor as células destruídas na terapia intensiva Tipos: Alogênico Medula vem de um doador HLA compatível Autólogo Medula vem do próprio paciente Singênico Medula vem de irmão gêmeo Leylane Nogueira Leucemias
Compartilhar