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SP3 - ONCOLOGIA (Hematopoese e Leucemias)

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0 
 
OBJETIVO 01.DESCREVER A ORIGEM, PROCESSO E 
DESENVOLVIMENTO DA LINHAGEM 
HEMATOPOIÉTICA. 
 
A hematopoiese (ou hemopoese) é processo pelo 
qual são formadas as células do sangue. Ela 
abrange todos os fenômenos relacionados com a 
origem, a multiplicação e a maturação de células 
primordiais ou precursoras das células sanguíneas. 
A porção celular do sangue é composta de 
eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Essas três 
linhagens celulares, apesar de serem distintas 
umas das outras, são oriundas de uma célula-mãe 
única, denominada célula pluripotente, 
totipotente, stem–cell ou célula-tronco. 
 
 HEMATOPOIESE NO PERÍODO INTRA-
UTERINO 
As primeiras células sanguíneas do ser humano 
surgem no período embrionário (pré-hepático), 
por volta da sétima ou oitava semana de vida. 
Daí até o quarto mês, a formação das células se faz 
em agrupamentos de células redondas localizadas 
no saco vitelínico. Ocorre nesse sítio eritropoiese, 
que se desenvolve no mesoderma. 
Ainda durante a gestação, do quarto ao sexto mês 
de vida fetal, as células tronco hematopoiéticas 
emigram do saco vitelínico para o fígado e as 
células do sangue são, então, formadas no fígado 
e também no baço. É o período hepatoesplênico 
da hematopoiese. Nesse período, além de haver 
eritropoiese, surgem outras linhagens 
hemopoiéticas, como granulócitos e 
megacariócitos. 
Após o período hepatoesplênico, a hematopoiese 
passa a ser feita na porção esponjosa dos ossos, 
também denominado período medular. A medula 
óssea é o sítio hematopoiético mais importante a 
partir de 6 a 7 meses de vida fetal, durante a 
infância e na vida adulta. 
 
 HEMATOPOIESE NO PERÍODO EXTRA-
UTERINO 
Nos dois primeiros anos (fase criança), toda a 
medula óssea é hematopoiética. Porém, durante o 
resto da infância, há substituição progressiva da 
medula dos ossos longos por gordura, de modo 
que a medula hemopoética no adulto (fase adulta) 
é confinada ao esqueleto central e às 
extremidades proximais do fêmur e do úmero 
(convergência troncular da hematopoiese). 
Mesmo nessas regiões, aproximadamente 50% da 
medula é composta de gordura. Após os 50 anos 
há a produção de medula cinza pela substituição 
do tecido adiposo medular pela proliferação de 
fibroblastos nos ossos longos (fase senil). 
 
 FORMAÇÃO DE CÉLULAS DO SANGUE 
Uma vez levadas pela corrente circulatória, as 
células que possuem atividade hemoformadora 
(células pluripotentes), formadas no saco 
vitelínico inicialmente, aninham-se em locais 
distantes, onde a disposição anatômica vascular e 
os elementos celulares de sustentação formam 
um microambiente propício a seu 
desenvolvimento. Em condições ideais de 
microambiente, o tecido hemopoiético prolifera e 
amadurece. 
No microambiente da medula óssea, as células 
pluripotentes (ou células--tronco 
hematopoiéticas) encontram condições favoráveis 
para sua sobrevida, autorrenovação e formação 
de células progenitoras diferenciadas. Esse meio é 
composto por células do estroma e uma rede 
microvascular. As células do estroma são 
formadas por adipócitos, fibroblastos, células 
endoteliais e macrófagos. 
 
Juntas, essas células secretam moléculas 
extracelulares, como colágeno, glicoproteínas e 
glicosaminoglicanos (ácido hialurônico e derivados 
condroitínicos) para formar uma matriz 
extracelular. Fatores de crescimento, necessários 
SP3
2 
“Filho doente, dói na gente” 
à sobrevivência da célula-tronco, também são 
secretados pelas células do estroma. 
 
As células do estroma são oriundas das células-
tronco mesenquimais, também chamadas células 
estromais mesenquimais multipotentes ou células 
mesenquimais aderentes. Junto com os 
osteoblastos, formam nichos e fornecem os 
fatores de crescimento, moléculas de adesão e 
citocinas que dão suporte às células-tronco 
hematopoiéticas. Em outras palavras, as células 
estromais permitem a fixação das células 
pluripotentes, trazidas pela circulação periférica, 
ao estroma medular e propiciam o contato íntimo 
entre essas células e os fatores de crescimento 
hemopoiéticos secretados pelas células do 
estroma que entram em contato com seus 
respectivos receptores de membrana. 
A fixação de células hematopoiéticas 
pluripotentes no estroma medular é mediada por 
moléculas de adesão e seus respectivos 
receptores situados na membrana dessas células. 
São exemplos de receptores: o CD44, o CD11, o 
CD18 e a fibronectina. A partir dessa interação 
com os receptores, as células-tronco 
hematopoiéticas proliferam-se e podem ser tanto 
estimuladas a autorrenovar-se como também a 
dar origem às distintas linhagens de células 
sanguíneas. 
 
Entre as células pluripotentes medulares e as 
células maduras que entram no sangue há várias 
fases intermediárias. A célula pluripotente, 
responsável pela formação de todas as células 
sanguíneas, expande-se ou se divide, guardando 
sempre a característica de pluripotencialidade. 
Porém, algumas de suas células-filhas evoluem 
num sentido mais avançado e apesar de ainda 
serem indiferenciadas já são orientadas para uma 
única ou apenas para algumas linhagens celulares. 
Essas são denominadas células comprometidas 
(ou precursores comprometidos). 
Quando as células comprometidas atingem um 
grau de diferenciação ainda maior elas se tornam 
onipotentes e são capazes de dar origem a apenas 
uma determinada série sanguínea. 
As séries sanguíneas são constituídas pelos 
eritrócitos (ou hemácias), células granulocíticas, 
monócitos e macrófagos, linfócitos e plasmócitos 
e, por fim, pelas plaquetas (ou trombócitos). 
 
 
 
 ERITROPOIESE 
A cada dia são produzidos cerca de 1012 novos 
eritrócitos por meio de um processo complexo e 
regulado de maneira precisa denominado 
eritropoiese. A partir da célula-tronco, a 
eritropoiese passa pelas células progenitoras CFU-
GEMM, BFU-E (fator estimulador da proliferação 
de progenitores eritroblásticos) e CFU-E (unidade 
ou célula formadora de colônias de eritroblastos) 
até o primeiro precursor eritroide com estrutura 
identificável na medula óssea, o proeritroblasto. 
Essa célula tem a capacidade de se dividir e, em 
condições normais, sofre três divisões celulares 
sucessivas. Como resultado dessas divisões, o 
tamanho das células diminui progressivamente 
ocorrendo ao mesmo tempo a expansão dessa 
linhagem. 
Assim, o volume do parênquima eritroblástico da 
medula óssea cresce após o estímulo da 
eritropoiese. 
O número de eritroblastos basófilos corresponde 
ao dobro dos proeritroblastos, e o número de 
células seguintes, eritroblastos policromatófilos e 
eritroblastos ortocromáticos também dobra. 
Os eritroblastos ortocromáticos são incapazes de 
se dividir, embora continuem a acumular 
hemoglobina. O núcleo dessas células é 
degenerado em um processo denominado 
cariorréxis. O conteúdo de DNA nuclear é então 
cercado por uma fina camada hemoglobínica do 
citoplasma celular, sendo expulso envolto numa 
capa de membrana. Os eritroblastos 
ortocromáticos também podem perder os núcleos 
pelo processo de expulsão dos mesmos através do 
citoplasma. 
O que sobra da célula sem núcleo é o eritrócito 
jovem recém formado, carregado de 
hemoglobina: o reticulócito. 
O reticulócito já pode circular, porém ainda 
contém restos de corpúsculos citoplasmáticos e 
excesso de membranas que precisam serem 
eliminados. Por isso, os reticulócitos atravessam 
os capilares sinusóides do baço para sofrerem a 
ação dos macrófagos esplênicos e, assim, 
tornarem eritrócitos maduros. 
 
O principal fator que regula a emissão dos 
eritrócitos para o sangue é o nível das trocas de 
gases que ocorre entre as células e os tecidos. 
Portanto, a oxigenação dos tecidos regula a 
produção de glóbulos vermelhos pela medula 
óssea. Em condições de baixa tensão de O2 ocorre 
estímulo para a eritropoiese, enquanto o aumento 
da tensão de O2 a deprime. 
A diminuiçãoda quantidade de oxigênio cedida 
pelo sangue aos tecidos leva à secreção de uma 
substância denominada eritropoetina (EPO), que 
atua sobre a medula óssea, levando ao aumento 
da produção de eritrócitos. A EPO tem papel 
fundamental na eritropoiese, atuando de modo 
diversificado no sentido de aumentar o número de 
células que darão origem ao eritrócitos. 
A EPO é secretada por células tubulares ou células 
endoteliais peritubulares dos rins, que possuem 
receptores capazes de detectar variações na 
concentração de oxigênio no sangue. 
Além dos rins, cerca de 10% da EPO é produzida no 
fígado ou mesmo por macrófagos da medula 
óssea. 
 
 
São funções da eritropoetina: 
 Estimular a proliferação das células 
indiferenciadas medulares, produzindo 
maior número de mitoses dessas células. 
 Estimular o amadurecimento das células 
indiferenciadas, que caminham 
rapidamente para eritropoiese. 
 Estimular a síntese de hemoglobina. 
 Aumentar a taxa de reticulócitos no 
sangue. 
 
 GRANULOPOIESE E MONOPOIESE 
Os granulócitos e monócitos do sangue são 
formados na medula óssea a partir de uma célula 
precursora comum. Na série de células 
progenitoras granulopoiéticas, mieloblastos, 
prómielócitos e mielócitos constituem um 
conjunto mitótico, enquanto metamielócitos, 
bastonetes e granulócitos segmentados formam 
um compartimento pós-mitótico de maturação. 
Na medula óssea existe um grande número de 
bastonetes e neutrófilos segmentados, que 
formam uma reserva granulocítica medular. A 
medula óssea, em geral, contém mais células 
mieloides do que eritróides na proporção de 2:1 a 
12:1, predominando os neutrófilos e os 
metamielócitos. 
Em condições normais, o número de granulócitos 
da reserva medular é 10 a 15 vezes maior do que 
o número de granulócitos circulantes no sangue 
periférico. 
Após liberação da medula óssea, os granulócitos 
permanecem de 6 a 10 horas na circulação antes 
de migrarem para os tecidos onde desempenham 
sua função fagocítica. Na corrente sanguínea, os 
neutrófilos se distribuem em dois compartimentos 
ou pools de tamanho aproximado. 
Existe o pool circulante, que aparece nas 
contagens expressas no hemograma e o pool 
marginal, que não aparece nas contagens do 
hemograma. Nos tecidos, essas células 
permanecem de 4 a 5 dias até serem destruídos 
durante mecanismos de defesa ou por 
senescência. 
Muitos fatores de crescimento são envolvidos no 
processo de maturação da granulopoiese e 
monopoiese. 
Nesse sentido, fatores como IL-1, IL-3, IL-5, IL-6, IL-
11 e os fatores estimulantes de colônias 
granulocítico-macrofágicas (GM-CSF), 
granulocíticas (G-CSF) e monocíticas (M-CSF) 
desempenham um papel importante. 
Esses fatores de crescimento estimulam a 
proliferação, a diferenciação, bem como afetam a 
função das células maduras sobre as quais agem. 
No contexto de infecções, por exemplo, o 
aumento na produção de granulócitos e 
monócitos é induzido por uma maior produção de 
fatores de crescimento por células do estroma e 
linfócitos T em resposta a endotoxinas, IL-1 ou 
TNF. 
 
 TROMBOPOESE 
As plaquetas são produzidas na medula óssea por 
fragmentação do citoplasma dos megacariócitos, 
uma das maiores células do organismo. O 
megacarioblasto, precursor do megacariócito, 
surge por um processo de diferenciação da célula-
tronco hematopoiética. O megacariócito 
amadurece por replicação endomitótica 
sincrônica, aumentando o volume do citoplasma à 
medida que o número de lobos nucleares aumenta 
em múltiplos de dois. 
CONCEITO! Replicação endomitótica sincrônica é a 
replicação do DNA sem haver divisão nuclear ou 
citoplasmática. 
 
Ainda em formas precoces, são vistas invaginações 
de membrana plasmática, que evoluem durante o 
desenvolvimento do megacariócito, constituindo 
uma rede altamente ramificada. Em um estágio 
variável de desenvolvimento, comumente no 
estágio de oito lobos nucleares, o citoplasma 
torna-se granular. Os magacariócitos maduros são 
enormes, com um núcleo lobulado excêntrico e 
baixa relação núcleo-citoplasma. As plaquetas 
formam-se pela fragmentação das extremidades 
das extensões do citoplasma do megacariócito. 
Cada megacariócito dá origem a 1.000 a 5.000 
plaquetas. O intervalo entre a diferenciação da 
célula-tronco humana e a produção de plaquetas 
é de 10 dias em média. 
O principal regulador da produção de plaquetas é 
a trombopoetina, produzida pelo fígado e pelos 
rins. Ela desempenha o efeito de aumentar o 
número e o ritmo da maturação dos 
megacariócitos para a produção de mais 
plaquetas. A sobrevida plaquetária média é de 7 a 
10 dias. 
 
 Fatores de crescimento 
Os fatores de crescimento hematopoéticos são 
hormônios glicoproteicos que regulam a 
proliferação e a diferenciação das células 
progenitoras hematopoéticas e a função das 
células sanguíneas maduras. Eles podem agir no 
local em que são produzidos, por contato célula a 
célula, ou podem circular no plasma. Eles também 
podem ligar-se à matriz extracelular, formando 
nichos aos quais células-tronco e células 
progenitoras se aderem. Os fatores de 
crescimento podem causar não só proliferação 
celular, mas também estimular diferenciação, 
maturação, prevenir apoptose e afetar as funções 
de células maduras. 
As células do estroma são as principais fontes de 
fatores de crescimento, com exceção da 
eritropoietina e da trombopoetina. 
Um aspecto importante da ação dos fatores de 
crescimento é que eles podem agir sinergicamente 
no estímulo à proliferação ou à diferenciação de 
uma célula em particular. Além disso, a 
 
OBJETIVO 02. COMPREENDER A EPIDEMIOLOGIA, 
FISIOPATOLOGIA, FATORES DE RISCO, CURSO 
CLÍNICO, FATORES DE HEREDITARIEDADE, 
DIAGNÓSTICO, ESTADIAMENTO, TRATAMENTO E 
TIPOS DE LEUCEMIA E SUAS COMPLICAÇÕES. 
(EXPLICAR DESVIO A ESQUERDA E DESTACAR 
EVENTUAL SEMELHANÇA COM OUTRAS 
DOENÇAS MENOS GRAVES) 
Os diversos tipos de cânceres são classificados de 
acordo com o tipo de tecido onde eles surgem; os 
principais tipos se dividem em: Carcinomas (tecido 
epitelial), sarcomas (tecido conjuntivo), linfomas 
(tecido linfático), gliomas (células da glia do SNC) e as 
leucemias (órgãos hematopoiéticos). A classificação 
das leucemias é dependente de marcadores celulares 
presentes na membrana e no citoplasma de cada célula 
leucêmica. Desse modo, elas podem ser classificadas 
em Leucemias Agudas (LA) e Leucemias Crônicas (LC). 
As LA são neoplasias primárias da Medula Óssea (MO), 
acontece a substituição de células medulares e 
sanguíneas normais por células imaturas. Como as 
células leucêmicas tem capacidade proliferativa 
exarcebada, o seu número cresce rapidamente e a 
doença se agrava em um curto intervalo de tempo. 
Divide-se em Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e 
Leucemia Mieloide Aguda (LMA). 
A LLA incide na população de 0 a 14 anos, em uma 
frequência de 1/2500 indivíduos/ano e o risco de 
desenvolver a doença nos primeiros 10 anos de vida é 
de 1/2800. Na maioria das vezes, se caracteriza pela 
presença e acúmulo de blastos na MO e na corrente 
sanguínea. A LMA é caracterizada pela expansão e 
acumulo de mieloblastos, que suprimem a atividade 
hematopoiética normal. 
Já nas LC, as células leucêmicas ainda conseguem fazer 
algum trabalho das células normais. É uma doença que 
se agrava lentamente e quando surgem, os sintomas 
são brandos. São classificam em Leucemia Linfoide 
Crônica (LLC) e Leucemia Mieloide Crônica (LMC). 
A Leucemia Linfoide Crônica (LLC) é de origem 
desconhecida, os linfócitos têm seu material genético 
alterado e começam a se multiplicar 
descontroladamente na MO, acarretando o seu 
aumento no sangue. A doença é considerada crônica 
porque essa mutação provoca o crescimento 
desordenado de linfócitos maduros e não impede a 
produção de células normais; ou seja, ao mesmo 
tempo em que há um acumulo de linfócitos “doentes” 
na MO, o processo defabricação e maturação das 
células saudáveis continua. A LMC é caracterizada por 
leucocitose com desvio à esquerda; esplenomegalia e 
presença do cromossomo Philadelphia (Ph). 
 
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA 
 INTRODUÇÃO 
A Leucemia Mielóide Aguda é caracterizada pela 
proliferação anormal de células progenitoras da 
linhagem mielóide. É uma doença do tecido 
hematopoético que leva à produção insuficiente de 
células sanguíneas normais, promovendo um quadro 
de plaquetopenia, anemia e neutropenia que, em 
geral, ocorre devido ao aumento do número de células 
blásticas na medula óssea. 
Na infância, cerca de 15% a 20% das leucemias agudas 
são mielóides. Nos adultos, entretanto, essa 
percentagem sobe para 80%. As leucemias agudas 
apresentam um quadro clínico muito diferente das 
leucemias crônicas: estas surgem insidiosamente, 
enquanto as leucemias agudas têm geralmente início 
súbito. 
Existem 12 subtipos de LMA: 
 LMA-M0 (Leucemia Mielóide Aguda – 
Indiferenciada). 
 LM1 (Leucemia Mielóide Aguda – 
Mieloblástica). 
 LMA-M2 (Leucemia Mielóide Aguda – 
Mieloblástica com Maturação). 
 LMA-M2v (Leucemia Mielóide Aguda – 
Mieloblástica com Maturação Variante). 
 LMA-M3 (Leucemia Mielóide Aguda – 
Promielocítica Hiper-granular). 
 LMA-M3v (Leucemia Mielóide Aguda – 
Promielocítica Variante Hipogranular). 
 LMA-M4 (Leucemia Mielóide Aguda – 
Mielomonocítica). 
 LMA-M4eo (Leucemia Mielóide Aguda – 
Mielomonocítica com Eosinofilia). 
 LMA-M5a (Leucemia Mielóide Aguda – 
Monoblástica sem Maturação). 
 LMA-M5b (Leucemia Mielóide Aguda – 
Monoblástica com Maturação). 
 LMA-M6 (Leucemia Mielóide Aguda – 
Eritroleucemia). 
 LMA-M7 (Leucemia Mielóide Aguda – 
Megacarioblástica) 
 
 TRATAMENTO 
O tratamento de um paciente com LMA inicia com a 
chamada quimioterapia de indução, cujo objetivo é 
controlar a doença e levar o doente ao estado de 
remissão completa (RC), no qual a doença não é 
detectada por métodos morfológicos convencionais 
Os pacientes com LMA são tratados com uma 
combinação de antraciclina (daunorrubicina ou 
idarrubicina) e citarabina, isoladamente ou em 
associação a outros agentes. Essa terapia produzirá 
remissão completa em 80-90% dos pacientes < 60 anos 
de idade e em 50-60% dos demais. Pacientes mais 
velhos com LMA que não são candidatos à 
quimioterapia tradicional podem receber um agente 
hipometilane (p. ex., decitabina) com resultados 
aceitáveis. 
No tratamento a fase inicial, como os primeiros meses 
são os piores, pois são administradas altas doses de 
quimioterapia que levam a supressão medular, fase em 
que há mais óbitos devido ás principais causas que são: 
choque térmico, neutropenia febril, insuficiência 
respiratória, insuficiência renal e hemorragia alvelolar. 
Com o tratamento da leucemia mieloide aguda, os 
pacientes podem-se beneficiar de outros métodos na 
busca a remissão completa como a radioterapia, que 
faz uso de raios de energia para matar as células 
cancerígenas. É realizado geralmente em última opção 
através de uma máquina que manda radiação para o 
baço, cérebro, ou outras partes do corpo onde tenha 
depósitos de células tumorais, a radioterapia é menos 
utilizada nesses casos, por não abranger tumores 
sólidos, e o TMO, uma boa opção, entretanto podendo 
levar a complicações sérias. 
Apesar da quimioterapia de indução promover 
remissão completa na LMA para maior parte dos 
pacientes, alguns em grande quantidade podem 
apresentar recidiva da doença, assim o TCTH 
(Transplante de Células Tronco Hematopoiética) é a 
única chance possível de cura. 
 
 EXAMES 
Os exames de laboratório comumente utilizados para 
diagnosticar e/ou determinar o subtipo específico da 
leucemia mieloide aguda são: 
 Hemograma completo e sangue periférico 
Estes exames avaliam os diferentes tipos de células do 
sangue, mudanças no número e aparência dessas 
células ajudam no diagnóstico da leucemia. 
A maioria dos pacientes com leucemia mieloide aguda 
apresentam glóbulos brancos imaturos no sangue, e 
uma quantidade insuficiente de células vermelhas ou 
plaquetas. Muitas das células brancas do sangue são 
mieloblastos, isto é, células imaturas normalmente não 
encontradas na corrente sanguínea. Essas células não 
funcionam como glóbulos brancos maduros. Embora 
estes resultados possam sugerir leucemia, a doença 
geralmente não é diagnosticada sem um estudo das 
células da medula óssea. 
 Exames de coagulação e bioquímica sanguínea 
A análise química do sangue mede as quantidades de 
certas substâncias químicas que circulam no sangue, 
mas não são utilizados para diagnosticar a leucemia. 
Em pacientes já diagnosticados com leucemia mieloide 
aguda, estes exames podem ajudar na detecção de 
alterações no fígado ou rins, causados por células 
leucêmicas ou efeitos colaterais de certos 
medicamentos quimioterápicos. 
 Exames microscópicos de rotina 
Amostras de sangue, medula óssea ou do líquido 
cefalorraquiano são analisadas sob um microscópio 
pelo patologista, podendo ser revisadas pelo 
hematologista. 
Nessas amostras são observadas, tamanho, forma e 
outras características das células para classificá-las em 
tipos específicos. 
Um elemento chave é identificar se as células são 
maduras (como as células sanguíneas normais) ou 
imaturas. As células mais imaturas são denominadas 
mieloblastos ou blastos. 
A porcentagem de blastos na medula óssea ou sangue 
é particularmente importante. Para o diagnóstico de 
leucemia mieloide aguda é necessário ter, pelo menos, 
20% de blastos na medula óssea ou no sangue. Ela 
também pode ser diagnosticada se os blastos 
encontrados (utilizando outro exame) têm uma 
alteração cromossômica que ocorre apenas em um 
tipo específico de leucemia mieloide aguda, mesmo 
que a porcentagem de blastos não alcance 20%. 
Às vezes, apenas contar e observar as células não é 
suficiente para um diagnóstico claro. Exames 
adicionais podem ser utilizados para confirmar a 
leucemia mieloide aguda. 
 Citoquímica 
Citoquímica é a aplicação de corantes bioquímicos às 
células do sangue e medula óssea, de maneira a 
mostrar sua composição sem modificar 
apreciavelmente sua morfologia. As colorações 
citoquímicas auxiliam no diagnóstico de leucemias e de 
outras doenças hematológicas. 
 Citometria de fluxo e imunohistoquímica 
Tanto para a citometria de fluxo como para a 
imunocitoquímica, as amostras das células são tratadas 
com anticorpos, que são proteínas que aderem apenas 
a determinadas proteínas nas células. Para a 
imunocitoquímica, as células são analisadas sob um 
microscópio para verificar se os anticorpos se ligam a 
elas (o que significa que têm essas proteínas), 
enquanto que para a citometria de fluxo é usada um 
equipamento especial. 
Estes testes são usados para imunofenotipagem - 
classificando as células leucêmicas de acordo com as 
substâncias (antígenos) em suas superfícies. As células 
leucêmicas podem ter antígenos diferentes, 
dependendo do tipo de célula em que elas se iniciam e 
estado de maturação. Essa informação é útil na 
classificação da leucemia mieloide aguda. 
 
Testes cromossômicos 
 
 Citogenética. Neste exame, os cromossomos das 
células leucêmicas são analisados para 
diagnosticar qualquer anormalidade. Uma 
desvantagem desse exame é que geralmente 
demora de 2 a 3 semanas para ficar pronto. Os 
resultados dos testes citogenéticos são 
apresentados de forma abreviada para descrever 
as alterações cromossômicas: 
Uma translocação significa que partes de dois 
cromossomos trocaram de lugar entre si. Por exemplo, 
se os cromossomos 8 e 21 trocaram partes, seria 
escrito como t (8; 21). 
Uma inversão, escrita como inv (16), por exemplo, 
significa que parte do cromossomo 16 está agora em 
ordem reversa, mas ainda está ligada ao cromossomo. 
Uma deleção, escrita como del (7) ou -7, por exemplo, 
indica que parte do cromossomo7 foi perdida. 
Uma adição ou duplicação, como +8, por exemplo, 
significa que todo ou parte do cromossomo 8 foi 
duplicado, e muitas cópias dele foram encontradas 
dentro da célula. 
 Hibridização fluorescente in situ (FISH). Este é 
outro tipo de exame que avalia os cromossomos, 
usando corantes fluorescentes que só se ligam a 
partes específicas de cromossomos específicos. 
FISH detecta a maioria das alterações 
cromossômicas (translocações), visíveis ao 
microscópio em exames citogenéticos, bem como 
alterações pequenas não visualizadas em exames 
de citogenética. FISH pode ser usado para detectar 
alterações específicas nos cromossomos, podendo 
ser usado nos exames de sangue ou em amostras 
da medula óssea. 
 
 Reação em cadeia da polimerase. Este é um exame 
bastante sensível, que permite encontrar algumas 
alterações genéticas e cromossômicas pequenas, 
não visíveis ao microscópio, mesmo quando 
poucas células leucêmicas estejam presentes na 
amostra. 
 
 ESTADIAMENTO 
O sistema da Organização Mundial da Saúde (OMS), 
atualizado recentemente em 2016, inclui alguns desses 
fatores para obter um melhor estadiamento da 
leucemia mieloide aguda. O sistema de estadiamento 
da OMS divide a leucemia mieloide aguda em vários 
grupos: 
Leucemia mieloide aguda com anormalidades 
genéticas 
 Leucemia mieloide aguda com uma 
translocação entre os cromossomos 8 e 21. 
 Leucemia mieloide aguda com uma 
translocação ou inversão no cromossomo 16. 
 Leucemia profolítica aguda com o gene de 
fusão PML-rara. 
 Leucemia mieloide aguda com uma 
translocação entre os cromossomos 9 e 11. 
 Leucemia mieloide aguda com uma 
translocação entre os cromossomos 6 e 9. 
 Leucemia mieloide aguda com uma 
translocação ou inversão no cromossomo 3. 
 Leucemia mieloide aguda com uma 
translocação entre os cromossomos 1 e 22. 
 Leucemia mieloide aguda com o gene de fusão 
BCR-ABL1. 
 Leucemia mieloide aguda com gene NPM1 
mutado. 
 Leucemia mieloide aguda com mutações 
bialélicas do gene CEBPA. 
 Leucemia mieloide aguda com gene RUNX1 
mutado. 
 
Leucemia mieloide aguda com alterações 
relacionadas à mielodisplasia 
 Leucemia mieloide aguda relacionada a 
quimioterapia ou radioterapia prévia 
Leucemia mieloide aguda não especificadas 
 Leucemia mieloide aguda com diferenciação 
mínima (FAB M0). 
 Leucemia mieloide aguda sem maturação (FAB 
M1). 
 Leucemia mieloide aguda com maturação (FAB 
M2). 
 Leucemia mielomonocítica aguda (FAB M4). 
 Leucemia monocítica aguda (FAB M5). 
 Leucemia eritróide pura (FAB M6). 
 Leucemia megacarioblástica aguda (FAB M7). 
 Leucemia basofílica aguda. 
 Panimielose aguda com fibrose. 
 Sarcoma mieloide ou sarcoma granulocítico ou 
cloroma 
Proliferações mieloides relacionadas com a síndrome 
de Down 
Leucemias agudas indiferenciadas e bifenotípica 
 
Sistema de estadiamento Britânico-Americano-
Francês (FAB) 
Na década de 1970, um grupo de especialistas 
franceses, americanos e britânicos dividiram a 
leucemia mieloide aguda em subtipos, M0 a M7, com 
base no tipo de célula em que a leucemia se desenvolve 
e o grau de maturidade das células. 
 
Os subtipos M0 a M5 se iniciam em formas imaturas 
dos glóbulos brancos. O subtipo M6 começa em formas 
muito imaturas dos glóbulos vermelhos, enquanto o 
M7 começa em formas imaturas das células produtoras 
das plaquetas. 
 
 
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA 
 INTRODUÇÃO 
A Leucemia Linfóide Aguda tem maior incidência em 
pacientes do sexo masculino de cor branca e na idade 
de dois a cinco anos, diminuindo a frequência na 
adolescência e na idade adulta, e novamente 
crescendo na faixa etária de 60 anos. 
Esta leucemia aguda é mais frequente na América do 
Norte, Oceania e norte da Europa. 
A Leucemia Linfóide Aguda é classificada pela FAB 
morfologicamente em três categorias, LLA-L1, LLA-L2 e 
LLA-L3, sendo que cada subtipo apresenta linfoblastos 
leucêmicos com características próprias. Na criança, 
aproximadamente 85% dos casos de LLA é do subtipo 
LLA-L1, cerca de 14% do subtipo LLA-L2, e 1% do 
subtipo LLA-L3. Os casos de LLA em adultos 
apresentam uma estatística diferente: o subtipo LLA-L2 
é visto em 50% a 60% dos casos, o subtipo LLA-L1 em 
30% a 40%, e a LLA-L3 em 5%. Porém, a classificação 
das LLAs não se baseia apenas no critério morfológico, 
pois a citogenética e a imunofenotipagem também são 
indispensáveis para o diagnóstico. 
 
 EXAMES 
 Exames de sangue 
As amostras de sangue para os exames de leucemia 
linfoide aguda são geralmente coletadas a partir de 
uma veia do braço. 
Hemograma completo e estudo do sangue 
periférico. O hemograma mede o número de glóbulos 
vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Estes exames 
avaliam os diferentes tipos de células do sangue, 
alterações na quantidade e aparência. Este exame é, 
muitas vezes, o primeiro a ser realizado em pacientes 
com suspeita de doença hematológica. 
Para o esfregaço do sangue periférico, uma gota de 
sangue é colocada numa lâmina e, em seguida, 
observada ao microscópio. As alterações na 
quantidade e aparência das células, muitas vezes, 
ajudam a diagnosticar a leucemia. 
A maioria dos pacientes com leucemia linfoide aguda 
apresenta glóbulos brancos imaturos no sangue, e uma 
quantidade insuficiente de células vermelhas ou 
plaquetas. Muitas das células brancas do sangue são 
linfoblastos, ou seja, linfócitos imaturos normalmente 
não são encontrados na corrente sanguínea. 
Embora estes resultados possam sugerir leucemia, a 
doença geralmente não é diagnosticada sem um 
estudo das células da medula óssea. 
Bioquímica sanguínea. A análise bioquímica do sangue 
mede as quantidades de certas substâncias químicas 
que circulam no sangue, mas não são utilizados para 
diagnosticar a leucemia. Em pacientes já 
diagnosticados com leucemia linfoide aguda, estes 
exames podem ajudar na detecção de problemas 
hepáticos ou renais causados pela disseminação de 
células leucêmicas ou efeitos colaterais de certos 
medicamentos quimioterápicos. 
Exames de coagulação. Os exames de coagulação são 
realizados para garantir que o sangue está coagulando 
adequadamente. 
 Exames da medula óssea 
Aspiração e biópsia da medula óssea. Esses exames 
são geralmente realizados ao mesmo tempo. As 
amostras são normalmente coletadas da parte 
posterior do osso da pelve, do esterno ou de outros 
ossos. A biópsia da medula óssea é geralmente 
realizada logo após a aspiração. Estes exames são 
realizados para ajudar no diagnóstico da leucemia. 
Também, podem ser realizados para dizer se a 
leucemia está respondendo ao tratamento. 
 Exames de laboratório para diagnosticar e 
classificar a leucemia linfoide aguda 
Exames de rotina sob um microscópio. A medula óssea 
é observada sob um microscópio por um patologista e 
poderá ser revisada pelo hematologista. Os médicos 
observam o tamanho, forma e outras características 
dos glóbulos brancos nas amostras classificando-os em 
tipos específicos. 
Um fator importante é saber se as células parecem 
maduras (parecidas com células sanguíneas normais) 
ou imaturas (sem características de células sanguíneas 
normais). As células mais imaturas são denominadas 
linfoblastos. 
É muito importante determinar a porcentagem de 
células na medula óssea que são blastos. Um 
diagnóstico de leucemia linfoide aguda requer, 
geralmente, que pelo menos, 20% das células na 
medula óssea sejam blastos. Em circunstâncias 
normais, os blastos nunca são mais do que 5% das 
células da medula óssea. 
Entretanto, às vezes são necessários outros exames de 
laboratório para ter um diagnóstico definitivo: 
Citoquímica. Consiste na aplicação de corantes 
bioquímicos às células do sangue e medula óssea, de 
maneira a mostrar sua composição sem modificar 
apreciavelmente sua morfologia. As colorações 
citoquímicas auxiliam no diagnóstico de leucemias e de 
outras doençashematológicas. 
Citometria de fluxo e imunohistoquímico. A 
citometria de fluxo é feita com um aparelho que 
consegue fazer medidas individuais de milhares de 
células, numa contagem exata que é essencial para a 
eficiência do tratamento da doença. Essa técnica é 
usada para examinar as células da medula óssea, 
linfonodos e amostras de sangue, para o diagnóstico 
das leucemias. 
No exame imunohistoquímico as células do sangue ou 
amostras da medula óssea são analisadas por meio de 
anticorpos monoclonais marcados com substâncias 
fluorescentes. Diferentes tipos de linfócitos têm 
diferentes antígenos, que sofrem alterações à medida 
que cada célula amadurece. As células de cada 
paciente com leucemia têm os mesmos antígenos, 
porque são todos derivados a partir da mesma célula. 
Além da caracterização dos antígenos expressos pelas 
células envolvidas, a citometria de fluxo fornece 
informação quanto ao tamanho e à granulosidade 
celular. Nas leucemias agudas, o exame é indicado para 
determinar a linhagem celular, análise de clonalidade e 
do estado de maturação das células leucêmicas, 
expressão de padrões de antígenos aberrantes típicos 
de determinados grupos de leucemias e 
acompanhamento do tratamento e detecção de 
doença residual mínima. 
 Exames cromossômicos 
As células humanas normais contêm 23 pares de 
cromossomos. Em alguns casos de leucemia, as células 
têm alterações cromossômicas. O reconhecimento 
dessas alterações ajuda na identificação de 
determinados tipos de leucemia linfoide aguda e pode 
ser importante na determinação do prognóstico do 
paciente e na resposta a alguns tratamentos. 
Frequentemente, na leucemia linfoide aguda dois 
cromossomos trocam seu DNA, de modo que parte de 
um cromossomo se liga à parte de um cromossomo 
diferente. Isto é denominado translocação. A 
translocação mais comum nos adultos é conhecida 
como cromossomo Filadélfia, que é uma troca de DNA 
entre os cromossomos 9 e 22, o que resulta num 
cromossomo 22 encurtado. Cerca de 1 em cada 4 
adultos com LLA tem esta anomalia em suas células. 
Esta mudança é especialmente importante, pois pode 
ser alvo de determinados medicamentos. 
Citogenética. Neste exame, os cromossomos das 
células leucêmicas são analisados para diagnosticar 
qualquer anormalidade. Em alguns casos de leucemia, 
as células apresentam alterações cromossômicas 
visíveis sob o microscópio. 
Hibridização fluorescente in situ (FISH). Este é outro 
tipo de exame que avalia os cromossomos, usando 
corantes fluorescentes que só se ligam a partes 
específicas de cromossomos específicos. O teste FISH 
detecta a maioria das alterações cromossômicas 
(translocações), visíveis ao microscópio em exames 
citogenéticos, bem como alterações pequenas não 
visualizadas em exames de citogenética. FISH pode ser 
usado para diagnosticar alterações específicas nos 
cromossomos, podendo ser usado nos exames de 
sangue ou em amostras da medula óssea. 
Reação em cadeia da polimerase (PCR). Este é um 
exame do DNA bastante sensível, que permite 
encontrar cromossomos pequenos, não visíveis ao 
microscópio, mesmo quando poucas células 
leucêmicas estejam presentes na amostra. Assim como 
o teste FISH, é usado para diagnosticar alterações 
genéticas específicas. 
 Punção lombar 
A leucemia linfoide aguda pode se disseminar para a 
área ao redor do cérebro e da medula espinhal. Para 
saber se existe disseminação da doença nessas áreas, é 
retirada uma pequena amostra do líquido 
cefalorraquidiano para exames. 
A punção lombar também pode ser utilizada para a 
injeção de medicamentos quimioterápicos 
diretamente no líquido cefalorraquidiano para evitar 
ou tratar a disseminação da doença na medula espinhal 
e no cérebro. 
 
 ESTADIAMENTO 
O sistema da OMS divide a leucemia linfoide aguda em 
vários grupos: 
Leucemia linfoide aguda de células B 
Leucemia linfoide aguda de células B com 
determinadas anormalidades genéticas 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
hipodiploidia (as células de leucemia têm 
menos de 44 cromossomos). 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
hiperdiploidia (as células de leucemia têm mais 
de 50 cromossomos). 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
translocação entre os cromossomos 9 e 22 (o 
cromossomo Filadélfia, que cria o gene BCR-
ABL1). 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
translocação entre o cromossomo 11 e outro 
cromossomo. 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
translocação entre os cromossomos 12 e 21. 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
translocação entre os cromossomos 1 e 19. 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
translocação entre os cromossomos 5 e 14. 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
amplificação de uma porção do cromossomo 
21 (iAMP21) *. 
 Leucemia linfoide aguda de células B com 
translocações envolvendo certas tirosinas 
quinases ou receptores de citocinas (BCR-
ABL1)*. 
Leucemia linfoide aguda de células B, não 
especificado de outra forma 
Leucemia linfoide aguda de células T 
 Leucemia linfoide precursora de células T 
precoce*. 
* Ainda não está claro se existem evidências suficientes 
que é um grupo único. 
Leucemia linfoide aguda de linhagem mista 
Um pequeno número de leucemias agudas apresenta 
características linfoides e mieloides. Às vezes, as 
células leucêmicas têm características tanto mieloides 
quanto linfoides nas mesmas células. Em outros casos, 
um paciente pode ter algumas células leucêmicas com 
características mieloides e outras com características 
linfoides. Estes tipos de leucemias podem ser 
denominados de leucemias de linhagem mista, 
leucemia indiferenciada aguda ou leucemia aguda com 
fenótipo misto. 
A maioria dos estudos sugerem que estas leucemias 
tendem a ter um pior prognóstico do que os subtipos 
padrão de leucemia linfoide aguda ou leucemia 
mieloide aguda. O tratamento intensivo, como um 
transplante de células tronco, é muitas vezes realizado 
quando possível, porque não existe um alto risco de 
recidiva após o tratamento. 
 
LEUCEMIA MISTA 
 INTRODUÇÃO 
É uma leucemia extremamente rara e incomum, sendo 
caracterizada pela presença de antígenos de superfície 
citoplasmático ou nuclear tanto da linhagem mielóide 
como da linhagem linfóide. 
A leucemia bifenotípica tem a base biológica 
desconhecida e comporta-se clinicamente com uma 
menor taxa de remissão, devendo ser tratada com 
quimioterapia mais intensificada. No sangue periférico, 
a presença de blastos das duas linhagens, juntamente 
com anemia e plaquetopenia, formam o quadro da 
leucemia bifenotípica. 
 
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA 
 INTRODUÇÃO 
A LMC é mais comum em homens na faixa etária de 20 
a 50 anos e representa cerca de 20% de todas as 
leucemias, o que equivale a 1,6 casos por 100 mil 
habitantes. É uma doença de origem clonal (anômala), 
com presença do cromossomo Philadelfia em 90% dos 
casos (cromossomo 22 anormal). Outro exemplo é a 
exposição a radiações ionizantes, que podem levar à 
LMC. 
Na Leucemia Mielóide Crônica, é comum em 95% dos 
casos uma acentuada leucocitose, dos quais 75% estão 
acima de 50 mil leucócitos por mm3, e 45% 
ultrapassam os 100 mil leucócitos por mm3. 
A presença de células mielóides em vários graus de 
maturação é característica. Na LMC, é bastante comum 
haver basofilia inexplicada, porém, os estudos 
apontam que, quanto maior o número de basófilos no 
sangue periférico, pior o prognóstico do paciente. 
Existem algumas variantes clínicas e morfológicas na 
Leucemia Mielóide Crônica: 
Variantes Clínicas: 
 LMC típica com o cromossomo Philadelfia 
(ph1); 
 LMC atípica sem o cromossomo Philadelfia 
(ph1); 
 LMC em bebês. 
 
Variantes Morfológicas (raríssimas): 
 Leucemia Eosinofílica Crônica; 
 Leucemia Basofílica Crônica; 
 Leucemia Monocítica Crônica; 
 Leucemia Neutrofílica Crônica. 
A evolução clínica da LeucemiaMielóide Crônica 
divide-se em três fases: crônica, acelerada e blástica. 
Inicialmente, há a fase crônica, que é mais prolongada, 
durando de quatro a cinco anos; segue-se uma fase 
acelerada, que é mais curta, cerca de mais de um ano; 
e, finalmente, a fase blástica (crise), habitualmente 
fatal, com duração de dois a dez meses. 
 
 FISIOPATOLOGIA 
A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada por 
leucocitose com desvio a esquerda; esplenomegalia e 
presença do cromossomo Ph. A incidência de LMC é de 
1 a 2 casos para cada 100 mil habitantes e representa 
aproximadamente cerca de 15% de todas leucemias. 
Embora a doença seja relacionada à presença de uma 
única alteração genética, a progressão clínica 
apresenta-se heterogênea em várias fases da doença 
classificando-se em fase crônica (FC), fase acelerada 
(FA) e crise blástica (CB). A fase crônica é caracterizada 
por hiperplasia medular e maturação das células 
mieloides, é facilmente controlada por terapia 
medicamentosa. A fase acelerada caracteriza-se por 
leucocitose e basofilia, anemia e trombocitopenia. A 
progressão da fase acelerada para a crise blástica está 
associada à instabilidade genômica, nesse estágio da 
doença, muitos pacientes evoluem para óbito entre 
três a seis meses. 
Na fase crônica acontece a apresentação clínica de 
hepatoesplenomegalia e desvio à esquerda com 
predomínio de granulócitos neutrófilos, podendo 
haver presença de células imaturas, como o 
mieloblasto, promielócito, mielócito e metamielócito. 
Também apresentando, na maioria dos pacientes, um 
quadro de basofilia e eosinofilia, um aumento 
moderado de monócitos e alguns eritroblastos ou 
fragmentos de megacariócitos no sangue periférico. 
Quanto à série vermelha, pode haver uma anemia 
discreta e aumento de plaquetas. 
A leucemia mieloide crônica (LMC) evolui da fase 
crônica para um período mais avançado da doença e de 
difícil controle, chamada fase acelerada. Essa fase foi 
descrita pelo M.D. Anderson Câncer Center (MDACC), 
International Blood and Maroow Transplantation 
(IBMTR) e também pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS). Independente da classificação usada elas 
possuem critérios objetivos, como o número de 
blastos, basófilos e presença de evolução clonal, 
também tem como característica leucocitose 
persistente. Pacientes com leucemia mieloide crônica 
 
 
raramente são diagnosticados em fase acelerada e o 
número de pacientes que evoluem da FC para FA tende 
a reduzir drasticamente. A sobrevivência de pacientes 
em FA é de apenas um a dois anos. 
De acordo com Bortolheiro e Chiattone (2008), na crise 
blástica o quadro é diferenciado, pois se apresenta 
exuberante, é mais fácil de identificar pacientes nessa 
fase (embora alguns pontos permaneçam 
controversos). Um paciente é considerado em crise 
blástica, quando o número de blastos é ≥ 30% ou 
quando a soma de promielócitos e blastos for ≥ 30%. É 
importante salientar que o número de blastos é uma 
variável contínua. Em cerca de 70% dos casos de crise 
blástica (CB), a transformação é mieloide, e em 20% a 
30%, linfoide. Na CB Mieloide (CBM), a transformação 
pode ocorrer em múltiplas linhagens ou predominar 
em uma linhagem: mieloblástica, eosinofílica, 
basofílica, monocítica, megacarioblástica, 
eritroblástica ou combinação destas. A CB Linfoide 
(CBL) pode surgir subitamente, sem ser precedida pela 
fase acelerada, e nela geralmente não ocorre displasia 
e nem basofilia. 
A desordem da leucemia mieloide crônica (LMC) 
começa com uma superprodução não letal de 
leucócitos, que logo evolui para uma leucemia. Essas 
células leucêmicas são identificadas, principalmente, 
pela presença de uma translocação cromossômica. 
Sabe-se que a LMC está associada à presença do 
cromossomo Ph. Embora ele seja observado em outras 
leucemias e até mesmo em condições neoplásicas não 
hematopoiéticas, ele é reconhecido como marcador da 
LMC. 
Segundo Nowell & Hungerford e Johansson et al, o 
cromossomo Ph foi a primeira alteração cromossômica 
associado a um tipo específico de neoplasia. 
O cromossomo Ph é resultado de uma translocação 
recíproca entre o braço longo do cromossomo 9 e o 
braço curto do cromossomo 22. Essa translocação 
resulta em um gene quimérico, conhecido como gene 
BCR-ABL, que possui atividade de tirosina quinase 
elevada. O gene BCR possui diferentes pontos de 
quebra, dependendo de cada loci para produzir uma 
resposta, cada um desses pontos produz transcrições 
de diferentes tamanhos que possuem capacidade de 
codificar vários produtos quiméricos, como proteínas 
p190, p210 e p230, que estão relacionadas com a 
diferenciação dos fenótipos leucêmicos. São 
responsáveis por alterações nas vias intracelulares, 
como por exemplo, independência nos fatores de 
crescimento da célula, inibição da apoptose e 
desequilíbrio celular. Todas essas alterações ocorrem 
devido à atividade de tirosina quinase elevada. 
A atividade molecular do gene ABL está diretamente 
ligada à tradução da proteína p145, que regula a 
atividade de tirosina quinase, fazendo com que a 
homeostase do organismo permaneça. 
É importante salientar, que apesar da translocação 
acontecer de forma recíproca, o cromossomo 9, que 
recebe parte do cromossomo 22 (BCR), até o momento 
não possui correlação com o prognostico da leucemia 
mieloide crônica e em algumas linhagens celulares 
ocorre sua deleção. 
Como foi dito anteriormente, o fenótipo das leucemias 
está relacionado com o ponto de quebra ou ponto de 
fusão específico para a formação do gene híbrido BCR-
ABL. O proto-oncogene ABL pode fazer a junção em 
três regiões distintas, como o M-bcr, que está 
envolvido na parte central do gene BCR e traduz a 
proteína p210, que provoca o fenótipo maligno da 
LMC, pois promove a mieloproliferação e aumento da 
atividade quinásica. O m-bcr é outra região onde pode 
haver translocação, ocorre a tradução da p190 e está 
presente nos casos de pacientes com LLA. Já o loci µ-
bcr é considerado a forma mais branda para a 
formação do gene BCR-ABL e traduz p230. 
Os aspectos biológicos do gene BCR-ABL, consistem 
principalmente na independência de fatores que levam 
à instabilidade genômica e, consequentemente, 
mutações que agravam a regulação do ciclo celular, 
promovendo resistência a apoptose e a perda da 
capacidade de adesão da célula no estroma da MO e 
matriz extracelular. 
 
Fase crônica 
Nesta fase, ocorrem várias alterações clínicas e 
laboratoriais bem características. No sangue periférico, 
os granulócitos apresentam-se em todas as fases de 
maturação, porém são mais encontrados na forma 
madura. Os blastos e promielócitos estão com 
contagem abaixo de 10% e a basofilia variável. Anemia 
é discreta geralmente normocrômica e normocítica, 
plaquetas normais ou plaquetose com raros casos de 
plaquetopenia, e a leucocitose é geralmente não muito 
elevada. 
Na bioquímica, entre outros testes, o DHL e o ácido 
úrico também estão elevados. 
Fase acelerada 
 
 
 
 
Esta fase é caracterizada pela progressiva resistência à 
terapêutica (não responde bem ao hidroxiúreia). 
Também se vê um aumento de células blásticas e de 
promielócitos, 10% a 20%. No sangue periférico, a 
basofilia é geralmente superior a 20%, sendo a 
leucocitose superior a 100.000 por mm3 na maioria dos 
casos, com as plaquetas freqüentemente baixas. É 
geralmente vista a esplenomegia nesta fase da LMC 
também. 
Fase blástica 
Também é conhecida como fase de agudização e, além 
de todos os sintomas anteriores, a dor óssea pode ser 
citada. 
É característico o grande número de blastos na medula 
óssea e no sangue periférico (superior a 30%), o que 
pode causar confusão com outras leucemias. Essas 
células, em 50% dos casos, são mieloblastos, 25% dos 
casos linfoblastos e, no restante, células 
indiferenciadas ou bifenotípicas. 
Nesta fase, intensificam-se as hemorragias ea anemia. 
A infiltração extramedular é comum, ocorrendo 
particularmente na pele, linfonodos, no osso e no 
sistema nervoso central. 
A acentuada leucocitose vista na Leucemia Mielóide 
Crônica é causada por vários fatores conjuntos, entre 
eles: 
Aumento no número de precursores; 
Aumento de mitoses; 
Aumento da sobrevida das células; 
Amadurecimento mais rápido das células malignas; 
Apoptose (morte celular) interrompida pelo gene cr 
pH1. 
 
 TRATAMENTO 
O tratamento em geral não é urgente mesmo com 
contagens de leucócitos acima de 200.000/μL, uma vez 
que a maioria das células circulantes é formada por 
células mieloides maduras que são menores e mais 
maleáveis do que os blastos leucêmicos primitivos. Nos 
casos raros em que ocorrem sintomas resultantes de 
hiperleucocitose extrema (priapismo, desconforto 
respiratório, borramento da visão, alteração do nível 
de consciência), procede-se à leucoaférese 
emergencial em conjunto com terapia 
mielossupressiva. 
Na fase crônica da LMC, o objetivo do tratamento é 
normalizar as anormalidades hematológicas e suprimir 
o clone maligno que expressa bcr/abl. O tratamento 
preferencial consiste em um inibidor da tirosina 
quinase que tem como alvo a abl-quinase com 
atividade aberrante. Espera-se que a remissão 
hematológica completa, com normalização das 
contagens sanguíneas e da esplenomegalia, ocorra 
dentro de três meses do início do tratamento. Também 
deve ser obtida uma resposta citogenética, de 
preferência no prazo de seis meses, mas ainda de 
forma ótima ao final de 12 meses 
Os pacientes com LMC em fase avançada (fase 
acelerada ou crise blástica mieloide/linfoide) devem 
ser tratados com um inibidor da tirosina quinase de 
forma isolada ou em combinação com quimioterapia 
mielossupressora. As doses dos inibidores da tirosina 
quinase nesses casos são geralmente maiores do que 
as da fase crônica. Como a duração da resposta aos 
inibidores da tirosina quinase nessa situação é 
limitada, os pacientes devem ser considerados para 
transplante alogênico de células-tronco. Assim, o 
transplante alogênico de células-tronco deve ser 
considerado para pacientes cuja doença não está bem 
controlada, quando a doença progride após resposta 
inicial ou para pacientes com fase acelerada ou blástica 
da doença. 
 
 EXAMES 
 Hemograma completo. Esse exame mede os níveis 
de diferentes células sanguíneas que ajudam no 
diagnóstico da leucemia. O hemograma completo 
geralmente inclui um diferencial, que é uma 
contagem dos diferentes tipos de glóbulos brancos 
em sua amostra de sangue. A maioria dos 
pacientes com leucemia mieloide crônica 
apresentam glóbulos brancos imaturos no sangue 
e uma quantidade insuficiente de células 
vermelhas ou plaquetas. Embora estes resultados 
possam sugerir leucemia, a doença geralmente não 
é diagnosticada sem um estudo das células da 
medula óssea. Se o médico suspeitar que você 
possa ter leucemia, ele solicitará uma biópsia para 
ter certeza do diagnóstico. 
 
 Exame da medula óssea. Uma característica 
importante de uma amostra da medula óssea é a 
quantidade de células formadoras de sangue, o 
que é conhecido como celularidade. A medula 
óssea normal contém células formadoras de 
sangue e células adiposas. Se a medula óssea de 
um paciente tem mais células formadoras de 
sangue do que o esperado, diz-se que é 
hipercelular. Se poucas dessas células forem 
encontradas, a medula é denominada hipocelular. 
Em pacientes com leucemia mieloide crônica, a 
medula óssea é muitas vezes hipercelular porque 
contém muitas células leucêmicas. Estes exames 
também podem ser realizados após o tratamento 
para verificar se a leucemia está respondendo ao 
tratamento. 
 
 Exames bioquímicos. Esses exames medem a 
quantidade de determinadas substâncias 
químicas no sangue, mas não são feitos para 
diagnosticar a leucemia. Eles podem ajudar a 
diagnosticar problemas no fígado ou rins causados 
pela disseminação da doença ou pelos efeitos 
colaterais de certos medicamentos. Esses exames 
também determinam se o paciente precisa de 
tratamento para corrigir os níveis sanguíneos de 
certos minerais. 
 
 
 ESTADIAMENTO 
Fases da leucemia mieloide crônica 
A leucemia mieloide crônica é dividida em 3 grupos, 
baseada principalmente no número de glóbulos 
brancos imaturos (blastos) no sangue ou na medula 
óssea: 
 Fase crônica. Os pacientes nesta fase têm 
menos do que 10% de blastos nas amostras de 
sangue ou medula óssea. Estes pacientes 
geralmente apresentam sintomas leves (se 
existirem) e geralmente respondem ao 
tratamento padrão. A maioria dos pacientes é 
diagnosticada na fase crônica. 
 
 Fase acelerada. Os pacientes são considerados 
em fase acelerada, se qualquer um dos 
seguintes for verdadeiro: 
1. Amostras de sangue ou da medula óssea com 
mais de 15% e menos do que 30% de blastos. 
2. Basófilos correspondem a 20% ou mais do 
sangue. 
3. Blastos e promielócitos combinados 
correspondem s 30% ou mais do sangue. 
4. Contagem de plaquetas muito baixas, não 
causadas pelo tratamento. 
5. Novas alterações cromossômicas nas células 
leucêmicas com o cromossomo Filadélfia. 
Os pacientes com leucemia mieloide crônica em fase 
acelerada podem apresentar sintomas como febre, 
falta de apetite e perda de peso. Nesta fase , os 
pacientes não respondem ao tratamento tão bem 
quanto na fase crônica. 
 Fase blástica. A medula óssea e as amostras de 
sangue de um paciente nesta fase têm mais de 
20% de blastos. As células blásticas 
frequentemente se espalham para tecidos e 
órgãos além da medula óssea. Esses pacientes 
geralmente apresentam sintomas, como febre, 
falta de apetite e perda de peso. Nesta fase, a 
leucemia age como uma leucemia aguda. 
 
 
 
 
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA 
 INTRODUÇÃO 
A LLC é mais comum em homens do que em mulheres, 
sendo a idade de maior incidência acima dos 65 anos. 
É uma doença rara antes dos 50 anos de idade. 
Nos países do Ocidente, a LLC representa cerca de 30% 
de todos os casos de leucemias (cinco casos para cada 
1 milhão de habitantes), porém é baixa a incidência da 
LLC na Ásia. No Brasil, surgem aproximadamente 1,5 
mil casos novos por ano de LLC. 
A Leucemia Linfoide Crônica tem origem nos linfócitos 
maduros e representa um grupo de cerca de 12 
doenças linfoides maduras. A LLC de células B (LLC-B) é 
a mais comum das doenças linfoproliferativas crônicas. 
Os linfócitos na LLC invadem órgãos linfoides, como o 
baço e os linfonodos, além de quase todas as partes do 
corpo, como sangue periférico, medula óssea, pele e 
meninge. 
A doença é geralmente assintomática, mas podem 
surgir sintomas como cansaço, perda de peso e 
linfoadenopatia, além de também serem vistas na LLC 
infecções por bactérias comuns. 
Há casos de LLC que evoluem para o Linfoma Difuso de 
Grandes Células B: essa evolução é conhecida como 
“Síndrome de Richter”. É acompanhada por febre, 
sudorese, anemia, trombocitopenia, linfoadenopatia e 
um mau prognóstico de mais ou menos seis anos de 
vida. 
A etiologia da Leucemia Linfóide Crônica ainda é 
desconhecida, porém há casos de predisposição 
genética. Pela medula óssea e sangue periférico, pode 
ser feito o diagnóstico da LLC, e em alguns casos é feita 
pela biópsia do gânglio linfático e baço. A Biologia 
Molecular e a Citogenética definem a doença. 
No sangue periférico, o achado mais característico é a 
linfocitose persistente de linfócitos maduros, 
pequenos com núcleos redondos, cromatina densa e 
com pouco citoplasma. Com a progressão da doença, 
ocorrem leucocitose e aumento do número de 
linfócitos, além de anemia e plaquetopenia, que são 
muito comuns. Frequentemente, são vistas manchas 
nucleares (Grumprecht). 
É comum síndromes de auto-imunidade como a 
anemia hemolítica, que pode ser desencadeada pelo 
tratamento com Fludarabina ou pela própria doença.Também há casos de hipergamaglobulinemia e teste 
de coombs positivo. 
A LLC pode ser dividida em três grupos: Š 
LLC típica ou clássica: os linfócitos maduros são a 
maioria, presença de raros ou nenhum prolinfócitos ou 
linfócitos atípicos. 
LLC com transformação prolinfocítica: a característica 
principal é a presença de 11% a 54% de prolinfócitos no 
sangue periférico. 
Mista: a presença de até 10% de prolinfócitos e 
frequentemente linfócitos atípicos. 
É comum não se tratar pacientes no estado inicial da 
Leucemia Linfóide Crônica, porém no estado 
progressivo é comum o uso de Clarambucil. 
 
 PATOGÊNESE 
A leucemia linfoide crônica foi durante muito tempo 
entendida como uma doença relativamente 
homogênea causada pela acumulação de linfócitos B 
monoclonais, imuno-incompetentes e com graves 
distúrbios nos mecanismos normais de apoptose. 
Evidências recentes demonstram que as células 
leucêmicas LLC constituem-se em linfócitos B 
previamente expostos a antígenos, ou seja, 
provavelmente imunocompetentes. Além disso, ao 
contrário do que se acreditava, o aparato de apoptose 
destas células parece estar intacto. Pelo menos dois 
subgrupos distintos de LLC podem ser caracterizados 
por particularidades imunobiológicas, cursos clínicos e 
prognósticos distintos. A presença de mutações 
somáticas em genes da região variável de 
imunoglobulina define estes dois subtipos, onde o 
grupo não mutado apresenta melhor prognóstico, ao 
passo que o grupo com mutações indica cursa com pior 
prognóstico. 
A célula de origem da LLC, ou seja, a célula em que o 
evento leucemogênico inicial ocorre provavelmente é 
um progenitor linfóide, com boa parte da sua 
maquinaria transcipcinal comprometida com a 
linhagem B, mas com algumas características de 
linfócitos T anormalmente expressas. A progressão 
destas células para os linfócitos tipicamente LLC 
depende de estimulação antigênica. Tanto as formas 
não mutada como mutada expressam BCR, mas, 
aparentemente, as células com mutação são anérgicas. 
Células de LLC não mutada apresentam telômeros mais 
curtos que nos casos com mutação, indicando que os 
primeiros devem sofrer um número maior de divisões 
celulares e, portanto, uma maior probabilidade de 
adquirirem mutações. A expressão anômala de ZAP70, 
uma tirosina-quinase importante no processo de 
fosforilação de CD3 em linfócitos T, associa-se 
fortemente com o status não mutado e pode ser 
utilizado como um possível "surrogate" para a 
avaliação prognóstica. Alterações citogenéticas são 
frequentes em LLC, mas provavelmente são 
fenômenos tardios da doença e a sua aquisição 
apresenta correlações prognósticas. 
 
 TRATAMENTO 
O tratamento da LLC-B abrange desde a observação 
periódica do paciente (procedimento de watch and 
wait), sem medicação específica, até uma variedade de 
opções terapêuticas. Estas incluem: corticosteróides, 
agentes alquilantes, análogos de purina, quimioterapia 
combinada, anti-corpos monoclonais, 
quimioimunoterapia e transplante. Por ser doença 
incurável, incidir preferentemente em idosos e 
progredir lentamente, a LLC-B é geralmente tratada 
conservadoramente. 
Em pacientes assintomáticos, o tratamento pode ser 
adiado até que o paciente se torne sintomático, na 
progressão da doença. Como a taxa de progressão 
varia de paciente a paciente, por vezes com longos 
períodos de estabilidade e até com regressão 
espontânea da doença, é necessário um seguimento 
frequente e cuidadoso para monitorar a evolução 
clínica 
A maioria dos casos iniciais de LLC indolor não 
necessita de terapia específica, e o tratamento padrão 
para a doença em estágio inicial tem sido observação. 
Entre as indicações para tratamento estão cansaço 
progressivo, linfadenopatia sintomática, anemia ou 
trombocitopenia. Tais pacientes são classificados nos 
estágios II de Rai com doença sintomática e progressiva 
ou III/IV. 
O tratamento inicial preferencial é a associação do 
quimioterápico fludarabina ao anticorpo monoclonal 
rituximabe, com ou sem a adição do quimioterápico 
ciclofosfamida. 
 
 EXAMES 
Hemograma completo e de sangue periférico 
Estes exames avaliam os diferentes tipos de células do 
sangue, mudanças na quantidade e aparência dessas 
células ajudam no diagnóstico da leucemia. 
Os pacientes com leucemia linfoide crônica têm uma 
quantidade aumentada de linfócitos (linfocitose). Ter 
mais de 10.000 linfócitos/mm³ pode sugerir leucemia 
linfoide crônica, mas é necessário a realização de 
outros exames para a confirmação diagnóstica. 
Uma amostra de sangue é analisada sob o microscópio 
(esfregaço de sangue periférico). Se a leucemia linfoide 
crônica for confirmada, o exame de sangue periférico 
pode evidenciar a presença de linfócitos anormais 
denominados células manchadas. 
Citometria de fluxo 
A citometria de fluxo é feita com um aparelho que 
consegue fazer medidas individuais de milhares de 
células, numa contagem exata que é essencial para a 
eficiência do tratamento da doença. Essa técnica é 
muitas vezes usada para examinar as células da medula 
óssea, gânglios linfáticos e amostras de sangue, para o 
diagnóstico das leucemias. 
Este exame pode ser realizado para analisar se os 
linfócitos de uma amostra de sangue contém células de 
leucemia linfoide crônica. Ele também pode ser usado 
para o diagnóstico da leucemia linfoide crônica na 
medula óssea ou outros líquidos corporais. 
A citometria de fluxo também pode ser utilizada para 
determinar a presença de ZAP-70 e CD38 sobre as 
células. Estudos sugerem que a leucemia linfoide 
crônica com poucas células com esses marcadores tem 
um melhor prognóstico. 
Outros exames de Sangue 
Outros exames podem ser realizados para medir a 
quantidade de determinados produtos químicos no 
sangue, mas não são usados para diagnosticar 
leucemias. Em pacientes com leucemia linfoide 
crônica, esses exames detectam problemas no fígado 
ou rim provocados pela proliferação das células 
leucêmicas ou devido aos efeitos colaterais da 
quimioterapia. Esses exames também determinam se 
é necessário tratamento adicional para corrigir a 
presença de determinados minerais no sangue. Se 
estiver previsto o tratamento com rituximab o médico 
pode solicitar exames de sangue para verificar a 
presença (ou não) do vírus da hepatite. 
O nível de imunoglobulina no sangue (anticorpos) pode 
ser realizado para verificar se o paciente tem 
quantidades suficientes de anticorpos para combater 
infecções. A proteína beta-2-microglobulina também 
pode ser determinada. Níveis elevados desta proteína 
geralmente indicam leucemia linfoide crônica 
avançada. 
Biópsia e aspiração da medula óssea 
A biópsia e a aspiração da medula óssea são dois 
exames realizados ao mesmo tempo. As amostras são 
geralmente colhidas do osso da pelve, embora em 
alguns casos, possam ser colhidas do esterno ou outros 
ossos. 
A biópsia da medula óssea é geralmente feita logo após 
a aspiração, com a remoção de uma amostra do osso 
com uma agulha. Estas amostras são enviadas para 
análise em um laboratório de patologia. Estes 
procedimentos também podem ser feitos após o 
tratamento para avaliar se a leucemia está 
respondendo à terapia. 
Exames genéticos 
• Citogenética. Neste exame, os cromossomos 
das células leucêmicas são analisados para diagnosticar 
qualquer anormalidade. Em alguns casos de leucemia, 
as células apresentam alterações cromossômicas 
visíveis sob um microscópio. 
• Hibridização fluorescente in situ (FISH). Este é 
outro tipo de exame que avalia os cromossomos, 
usando corantes fluorescentes que só se ligam a partes 
específicas de cromossomos específicos. O FISH 
detecta a maioria das alterações cromossômicas 
(translocações), visíveis ao microscópio em exames 
citogenéticos, bem como pequenas alterações não 
visualizadas em exames de citogenética. FISH pode ser 
usado para diagnosticar alteraçõesespecíficas nos 
cromossomos, podendo ser utilizado em exames de 
sangue ou em amostras da medula óssea. 
• Exames moleculares. Imunoglobulinas, 
anticorpos que ajudam o organismo no combate às 
infecções, são compostas de cadeias leves e pesadas. 
Se o gene para a cadeia pesada de imunoglobulina da 
região variável (IGHV ou IgVH) estiver alterado permite 
saber o grau de agressividade da doença. Esse gene é 
encontrado no sequenciamento do cDNA. 
 
Biópsia dos linfonodos 
A remoção de um gânglio linfático ou parte de um 
linfonodo é um procedimento importante no 
diagnóstico de linfomas, mas raramente é necessário 
nas leucemias. 
Neste procedimento, o cirurgião faz uma incisão na 
pele e remove todo o linfonodo (biópsia excisional) ou 
apenas uma pequena parte (biópsia incisional). Se o 
linfonodo está localizado na superfície da pele, o 
procedimento é simples, e pode ser realizado sob 
anestesia local, mas se estiver em planos mais 
profundos será necessária anestesia geral. 
 
Punção lombar 
O procedimento utilizado para recolher amostras do 
líquido cefalorraquidiano ou líquor é chamado de 
punção lombar. O líquor é o líquido que banha o 
cérebro e a medula espinal. Para este exame o médico 
anestesia a parte inferior das costas e com auxílio de 
uma agulha, retira parte do fluido. 
Este não é um exame de rotina para pacientes com 
leucemia linfoide crônica, só é realizado se houver 
suspeita de que células leucêmicas se disseminaram 
para a medula espinhal ou cérebro, ou se houver 
suspeita de infecção nessas regiões. 
 
 ESTADIAMENTO 
Um sistema de estadiamento é a maneira padronizada 
para que todos os membros de uma equipe 
multidisciplinar entendam de imediato a extensão da 
doença. Existem 2 sistemas utilizados na LLC: 
 Sistema Rai. Usado com mais frequência nos 
Estados Unidos. 
 Sistema Binet. Usado na Europa. 
Sistema de estadiamento Rai 
O sistema Rai está baseado na linfocitose. O paciente 
deve ter um alto número de linfócitos no sangue e na 
medula óssea que não esteja relacionado a nenhuma 
outra causa, como uma infecção. 
Esse sistema divide a leucemia linfoide crônica em 5 
estágios, com base nos resultados de exames de 
sangue e exame físico: 
 Estágio Rai 0. Linfocitose. Os linfonodos, baço 
ou fígado não estão aumentados e glóbulos 
vermelhos e plaquetas normais. 
 Estágio Rai I. Linfocitose mais linfonodos 
aumentados. O baço e o fígado não estão 
aumentados e glóbulos vermelhos e plaquetas 
normais. 
 Estágio Rai II. Linfocitose e aumento do baço 
(e, possivelmente, aumento do fígado), com ou 
sem aumento dos linfonodos. Glóbulos 
vermelhos e plaquetas normais. 
 Estágio Rai III. Linfocitose mais anemia, com ou 
sem aumento dos linfonodos, baço ou fígado. 
Plaquetas normais. 
 Estágio Rai IV. Linfocitose mais 
trombocitopenia, com ou sem anemia, 
aumento dos linfonodos, baço ou fígado. 
Para fins práticos, os médicos separam os estágios Rai 
em 3 grupos: 
 Estágio 0. Risco baixo. 
 Estágio I e II. Risco intermediário. 
 Fases III e IV. Risco alto. 
Sistema de estadiamento Binet 
No sistema de estadiamento Binet, a leucemia linfoide 
crônica é classificada pelo número de grupos de tecido 
linfoide afetados (linfonodos cervicais, linfonodos 
inguinais, linfonodos axilares, baço e fígado) e pelo fato 
do paciente apresentar anemia ou trombocitopenia: 
 Estágio Binet A. Menos do que 3 áreas de 
tecido linfoide aumentadas, sem anemia ou 
trombocitopenia. 
 Estágio Binet B. 3 ou mais áreas de tecido 
linfoide aumentadas, sem anemia ou 
trombocitopenia. 
 Estágio Binet C. Anemia ou trombocitopenia 
presente. 
 
DESVIO A ESQUERDA 
A contagem normal de leucócitos varia de 4.000 a 
11.000 células/mcl, com cerca de 60% delas sendo 
neutrófilos maduros. A leucocitose é definida por uma 
contagem de leucócitos superior a 11.000 células/mcl. 
Uma contagem de neutrófilos acima de 8.000 
células/mcl é considerada neutrofilia. 
O aumento da contagem de neutrófilos pode ocorrer 
por diversos motivos, sobretudo associado a qualquer 
tipo de infecção, especialmente à infecção causada por 
agentes bacterianos ou fúngicos, e a uma variedade de 
neoplasias malignas, principalmente se metastáticas, 
além das leucemias agudas e da leucemia mieloide 
crônica. 
A neutrofilia pode estar relacionada ao chamado 
“desvio à esquerda”, situação em que há aumento de 
células imaturas granulocíticas como mielócitos e 
metamielócitos, ou uma concentração de bastonetes 
maior que 10% da concentração dos netrófilos 
segmentados. Esses achados ocorrem sobretudo em 
quadros infecciosos e inflamatórios e em pacientes 
com doenças mieloproliferativas crônicas. Quando os 
neutrófilos são jovens, isto é, quando ainda estão em 
fase de desenvolvimento, eles são chamados de 
bastões. Quando estão maduros, eles são chamados de 
segmentados. 
Quando estamos infectados por uma bactéria, o 
objetivo do sistema imunológico é controlar a infecção 
de modo rápido. A forma como a medula responde à 
messa invasão é através do aumento da produção e da 
liberação do maior número de neutrófilos possíveis 
para a corrente sanguínea. Não há tempo para esperar 
que os bastões fiquem maduros antes de lançá-los ao 
combate. 
Em situações normais, apenas 4% a 5% dos neutrófilos 
circulantes são bastões. A presença de um percentual 
maior dessas células jovens, associado a uma 
leucocitose com neutrofilia, sugere fortemente a 
existência de uma infecção aguda. 
Quando o paciente apresenta muitos bastões no 
sangue, dizemos que ele tem um “desvio à esquerda”. 
Esta denominação deriva do fato dos laboratórios 
fazerem no hemograma a listagem dos diferentes tipos 
de leucócitos colocando seus valores um ao lado do 
outro. Como os bastões costumam estar à esquerda na 
lista, quando há um aumento do seu número, dizemos 
que há um desvio para a esquerda no hemograma. 
Portanto, desvio à esquerda no hemograma é um sinal 
de produção aumentada de neutrófilos, o que, na 
maioria dos casos, indica um processo infeccioso agudo 
em curso. 
 
 
OBJETIVO 03.DEFINIR E DIFERENCIAR TUMORES 
SÓLIDOS E NÃO SÓLIDOS. 
 
Existem hoje na medicina vários tipos de cânceres 
chamados hematológicos, originários das células 
do sangue, sendo os três principais: as leucemias – 
tipo que tem início na medula óssea; os linfomas – 
que se originam no sistema linfático e se dividem 
entre Hodgkin e Não-Hodgkin; e o mieloma 
múltiplo, desenvolvido a partir dos plasmócitos. 
A principal diferença é que os cânceres 
hematológicos têm origem no tecido 
hematológico ou no sistema linfático. Eles podem 
circular (sendo assim chamados líquidos), 
enquanto os sólidos ficam restritos a seus órgãos 
de origem ou, em alguns casos, com metástase 
para outros órgãos, mas quase sempre com lesões 
‘sólidas’. 
Entre as diferenças estão também os sintomas. 
Enquanto as manifestações dos tumores sólidos 
estão relacionadas ao local em que ele está 
instalado, como nódulos na mama, dores ósseas 
nos tumores ósseos e escarros com sangue no 
caso do câncer de pulmão, os sintomas dos 
cânceres hematológicos são diversos e dependem 
muito do tipo desenvolvido. Nos linfomas, por 
exemplo, o mais comum são linfonodos (ínguas) 
indolores, febre, sudorese noturna e perda de 
peso. Já no mieloma múltiplo o indivíduo pode 
apresentar dores ósseas, anemia e insuficiência 
renal. 
 
Os sintomas dos cânceres hematológicos são 
inespecíficos, confundidos com uma série de 
outras doenças. Então é importante fomentar o 
conhecimento sobre esses sintomas, para que os 
diagnósticos sejam realizados mais precocemente. 
Já quando se fala de tratamento, apesar da 
principal diferença ser em relação à cirurgia – para 
os tumores sólidos a cirurgia é uma opção 
importante para a retirada do tumor, nos 
hematológicos, procedimentos mais invasivos são 
utilizados apenas para coleta de material para 
diagnóstico– os avanços da medicina para ambos 
caminham lado a lado. 
As células hematológicas, por apresentarem a 
habilidade de circular pelo corpo, são mais fáceis 
de cultivar em laboratório, gerando melhor 
entendimento e estudo acerca de suas 
características. 
 
OBJETIVO 04. ENTENDER O PAPEL DA EQUIPE 
MULTIDISCIPLINAR E DAS ENTIDADES DE APOIO 
NO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO E 
REFERÊNCIA/CONTRARREFERÊNCIA DOS 
PACIENTES COM LEUCEMIA E SUAS FAMÍLIAS, 
BEM COMO AS POLÍTICAS PÚBLICAS. (UNACON) 
 
Existem ONGS como a GRAAC, CASA HOPE, 
ABRAPEC que dão todo o suporte psicológico, 
financeiro e medico que os pacientes oncológicos 
precisam, visto que muitas vezes eles não tem 
condições de arcar com tais custos. 
O GRAAC é uma instituição sem fins lucrativos, 
criada para garantir a crianças e adolescentes com 
câncer, dentro do mais avançado padrão 
cientifico, o direito de alcançar todas as chances 
de cura com qualidade de vida. O hospital do 
GRAAC possui cerca de 3000 crianças atendidas 
anualmente, entre sessões de quimioterapia, 
consultas, procedimentos ambulatoriais, cirurgias, 
transplantes de medula óssea e outros. Além de 
diagnosticar e tratar o câncer infantil, o GRAAC 
atua no desenvolvimento de ensino e pesquisa. 
O GRAAC nasceu em 1991, graças a iniciativa de 
Dr. Sergio Petrilli, chefe do setor de oncologia do 
departamento de Pediatria da Escola Paulista de 
Medicina. 
O primeiro passo foi transferir o setor de oncologia 
pediátrica do hospital são Paulo para uma casa, 
que ficou conhecido como “casinha”. Os pequenos 
paciente eram atendidos nesse local, dentro do 
conceito de hospital-dia, onde recebiam 
atendimento médico e assistencial e voltavam 
para suas casas. 
Desde 1998, o Hospital do GRAACC corresponde 
ao setor de Oncologia Pediátrica da Universidade 
Federal de São Paulo (Unifesp), vinculado ao 
Departamento de Pediatria. A parceria assegura 
ao GRAACC suporte técnico e científico e 
impulsiona a criação de conhecimento e a 
qualidade das pesquisas genéticas, clínicas, 
cirúrgicas e biológicas sobre o câncer infantil, 
colaborando para criar novos protocolos 
terapêuticos. 
Para os alunos da Unifesp, o trabalho conjunto 
proporciona a experiência prática no hospital, 
aperfeiçoando a qualificação dos novos 
profissionais, que ajudarão a difundir técnicas de 
prevenção e tratamento do câncer infantil em 
todo o País. 
A atuação dos oncologistas pediátricos é dirigida a 
crianças e adolescentes e engloba as modalidades 
tratamento ambulatorial (em regime de 
internação em enfermaria e em unidade de 
tratamento intensivo – UTI), procedimentos 
diagnósticos e terapêuticos, cirúrgicos, 
quimioterapia, radiologia e tratamento de 
suporte. 
 
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
O tratamento oncológico envolve etapas diversas 
e para cada uma delas existe um profissional 
especializado para oferecer o melhor 
atendimento. 
A medicina é um dos campos mais vastos do 
conhecimento humano. Um médico oncologista 
pode passar cerca de 10 anos estudando antes de 
se tornar um especialista, sendo 6 anos de 
formação em medicina, a pós-graduação em 
 
oncologia e mais 2 ou 3 anos de residência clínica 
ou estágio em instituição reconhecida. 
Mesmo assim, seria praticamente impossível que 
esse profissional trabalhasse sozinho. É essencial 
ter o apoio de um enfermeiro oncologista, por 
exemplo, para aplicar e intermediar o tratamento 
entre paciente e médico. 
Além dele, existem outros profissionais envolvidos 
que se dedicam a ajudar de outras formas, como o 
nutricionista, já que a alimentação é primordial em 
qualquer tratamento médico. 
Para determinar um plano de tratamento, é 
preciso saber tudo a respeito do paciente, suas 
condições, tipo de tumor, medicamentos 
disponíveis, entre diversos outros detalhes. É por 
isso que existe a equipe multidisciplinar no 
tratamento contra o câncer. 
O médico oncologista é quem irá avaliar as 
condições do tumor, de saúde do paciente, o 
tratamento indicado, e a evolução do tratamento. 
O médico oncologista determina o rumo geral do 
tratamento, qual a forma de tratamento a ser 
aplicada, se será necessário realizar cirurgia, 
quimioterapia, radioterapia, ou alguma outra 
forma de tratamento. 
Ele também avalia a resposta do tratamento para 
saber se o mesmo está sendo eficaz ou se é 
necessário mudar a forma de tratamento. Além 
disso, também avalia os efeitos colaterais que 
podem surgir ao longo do tratamento oncológico. 
Existem ainda profissionais de apoio, como 
psicólogos, equipe de terapia, odontologista, 
assistente social, entre outros. Tudo isso para que 
o paciente possa passar pelo tratamento com todo 
o suporte que puder ter. 
 
UNACON 
Com a finalidade de direcionar recursos para 
prevenção e combate ao câncer no Brasil, em 2012 foi 
criado pelo Governo Federal, através da Lei n° 12.715, 
o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica, 
apelidado de PRONON. 
A Política Nacional para Prevenção e Controle do 
Câncer – PRONON está estruturada e organizada em 
uma linha de cuidados que perpassa todos os níveis de 
atenção, desde a atenção básica até a atenção 
especializada de média e alta complexidade. 
Na Oncologia, o SUS atende os pacientes que 
necessitam de tratamento, através de uma Rede de 
Atenção Oncológica que inclui hospitais denominados 
Unidade de Assistência de Alta Complexidade em 
Oncologia – Unacon ou Centro de Assistência de Alta 
Complexidade em Oncologia – Cacon e 
estabelecimentos de saúde não hospitalares 
autorizados, com Serviços de Radioterapia e 
Quimioterapia. Os hospitais habilitados como Unacon 
ou Cacon fazem assistência às sete modalidades, que 
devem atuar integralmente: diagnóstico, cirurgia, 
radioterapia, quimioterapia (oncologia clínica, 
hematologia e oncologia pediátrica), medidas de 
suporte, reabilitação e cuidados paliativos, sendo que 
a reabilitação e os cuidados paliativos, para conforto e 
comodidade dos doentes.

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