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ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! PROFESSORES Me. Audrey Cristine Esteves Esp. Daiane Rodrigues Instalações Prediais https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3604 FICHA CATALOGRÁFICA C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. ESTEVES, Audrey Cristine; RODRIGUES, Daiane. Instalações Prediais. Audrey Cristine Esteves, Daiane Rodrigues. Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. 264 p. “Graduação - EaD”. 1. Engenharia 2. Instalações 3. Prediais. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 629.8 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-65-5615-339-1 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Coordenador de Conteúdo Fábio Augusto Gentilin Designer Educacional Aguinaldo Jose Lorca Ventura Junior Revisão Textual Meyre Aparecida Barbosa da Silva, Ariane Andrade Fabreti e Nagela Neves da Costa Editoração Matheus Silva de Souza Ilustração André Azevedo, Natalia de Souza Scalassara, Welington Vainer Fotos Shutterstock. PRODUÇÃO DE MATERIAIS EXPEDIENTE DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi Reitor Wilson de Matos Silva Neste mundo globalizado e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer educação de qualidade, mas também, acima de tudo, gerar a conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em quatro pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais (Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e, também, no exterior, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Por ano, produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter, pelo menos, três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos para os cursos híbridos, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. BOAS-VINDAS MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Meu nome é Audrey C. Esteves, irei acompanhá-los no decorrer deste curso de instalações prediais onde pode- rei contribuir com minha experiência prática e teórica, nas unidades relativas às instalações elétricas prediais. Meu interesse na área de exatas e, também, por esportes sempre foi dividido e, com isso, minhas atividades sem- pre seguiram este caminho. Desde pequena, fui muito curiosa em desmontar coisas, mas, claro, sem sucesso em remontar depois. Meu interesse pela ciência iniciou logo cedo, em cursos de Astronomia, no planetário de São Paulo, quando ainda tinha dez anos de idade. Pa- ralelamente, o esporte sempre me puxou, ex-atleta de voleibol, surf e jiu jitsu, cuja prática é constante até hoje. Amo Física e Matemática com que iniciei minhas ativida- des docentes em cursinhos pré-vestibulares, após isso, áreas mais técnicas em faculdades, nas engenharias. Sempre fui rata de sebo e, hoje, de novas tecnologias empregadas na área, então, gosto muito de pesquisar novidades, mesmo que não sirvam para nada. Afinal, vamos lembrar que a funcionalidade é ótima, mas temos uma inclinação para enfeitar coisas. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6774 5 MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Oi! Eu sou a Daiane. Desde pequena, minha família sem- pre foi uma grande referência para mim, somos aquela família que fala alto, que ama cachorros (nós amamos muito cachorros) e que gosta de se reunir, sabe? E os meus pais?! São os mais corujas do mundo! Meu irmão sempre foi muito ligado à música, e isso me deu um bom incentivo para começar a tocar algo, e o instrumento que escolhi foi o violão. Não quer dizer que eu toque bem, mas dá para brincar um pouco, é um dos meus hobbies. Agora, casada, chegou a minha vez de construir minha família. Como não poderia faltar, é claro que temos um cachorrinho chamado Balu, adotamos ele porque achá- vamos que seria um cachorro tranquilo e que gostaria de colo, mas não poderíamos estar mais enganados, o Balu é um furacão. Acredite, ele é pior que o Marley. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6773 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6773 IMERSÃO RECURSOS DE Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 INICIAIS PROVOCAÇÕES Em algum momento, você já parou para pensar em sua casa sem torneiras e sem tomadas? Pois bem, seria um caos! Para que possamos usufruir destas pequenas parcelas das instalações que nos proporcionam conforto e funcionalidade indispensáveis ao nosso cotidiano, é necessário todo um planejamento e uma construção. Desse modo, deve- mos entender como estão dispostas essas instalações dentro da estrutura. Enquanto tudo funciona,nossa satisfação é plena, porém, e quando as demandas começam a aparecer, como devemos agir? Você já deve ter se deparado com situações cotidianas, como vazamentos, baixa pressão no fornecimento de água, tubulações rompidas, mau cheiro em banheiros, falta de energia, curtos circuitos entre outras. Qualquer problema ou necessidade que envolva parte hidráulica sanitária ou elétrica requer a ação de profissionais capacita- dos. O princípio dessas instalações não envolve apenas a entrega de água e energia a nós, o processo até esse fim é muito mais complexo e organizado. Tudo que abordaremos nesse curso lhe dará respaldo para atuação e conhecimento em sua profissão. Lembre-se de que o abastecimento tanto de água quanto de energia são os pilares da construção. Veremos como se dá o abastecimento e a instalação de água fria bem como o de água quente para que você possa compreender a cadeia de processos até o uso e, ainda, a prevenção de incêndio. Compreenderemos, também, como se dá a coleta de esgoto sanitário e de águas pluviais e seus dimensionamentos nas obras. Já nas instalações elétricas, abordaremos desde o padrão de entrada da concessionária, as divisões dos circuitos no interior das unidades, os sistemas usados em proteção, como aterramento e, ainda, como se dá um projeto em iluminação, que, além da funcionalidade, proporciona o lado estético. O objetivo de todo aprendizado é que aumente sua gama de conhecimento e habili- dades para atuação em sua profissão. Então, vamos lá! INSTALAÇÕES PREDIAIS Neste material, você terá acesso a algumas partes de projetos reais para identificação de componentes, visualização e organização de cada uma das partes. Então, inicie seus estudos sempre na tentativa de antecipação a cada situação abordada nos ca- pítulos e, no decorrer do curso, você terá plenas condições de elaborar, por etapas, um projeto simples. Sua compreensão acerca destas instalações estará vinculada à sua reflexão sobre todo o processo de instalação, cada uma das suas subdivisões, suas escolhas de pontos e materiais, além de prever as demandas solicitadas. Neste momento, você estará adquirindo conhecimentos sobre a importância da con- fecção de um projeto muito bem elaborado e dimensionado de acordo com as normas vigentes, visando sempre à segurança, ao conforto e à satisfação dos clientes, bem como a execução de uma obra. Sua visão ampla dependerá de buscar sempre novas soluções, novas tecnologias ou a resolução rápida e com menor custo para atender a toda e a qualquer demanda necessária. Identificaremos e entenderemos, então, situações que possam ocorrer nos sistemas de abastecimento, de armazenamento e de coleta, buscando sempre os elementos téc- nicos necessários para idealização, confecção, interpretação e execução dos projetos. A interligação e a interdependência de cada uma destas partes desde o abastecimen- to até a coleta residual, da entrada de energia até sua disponibilização nos pontos adequados vão de encontro à logística de usabilidade das instalações. Um dos pilares de uma boa obra é um anteprojeto, seguido de um projeto detalhado sobre a instalação. De acordo com estatísticas de obras, cerca de 80% das patologias em estruturas são causadas por falhas nas instalações prediais, o que acarreta um alto custo para manutenção, visto que esta é uma parte embutida, e que todas as demandas de reformas envolvem, também, o acabamento. 10 A tentativa de desenvolver um material que possa orientar e esclarecer os principais desafios, desde a elaboração do projeto hidro-sanitário e elétrico até sua execução, exemplificando desde as instalações para fornecimento de água fria, quente e pluvial, prevenção de incêndio, esgoto, certificando que o dimensionamento e a escolha dos materiais serão adequados, até a escolha dos padrões de energia e de todo o escopo a ser empregado nesta instalação, evidenciando as normas brasileiras para que você, futuro engenheiro, possa utilizar essas informações em sua prática profissional. Tenhamos sempre, ao final do processo, uma mente aberta na busca de novas téc- nicas, diminuição de custos e sustentabilidade, que, hoje, é um aspecto importante neste tipo de planejamento. Ser um engenheiro criativo é saber usar os recursos já disponíveis com mais eficiência. Espero que a condução do curso desperte seu interesse em se aprofundar cada vez mais nestes conceitos e os transfira para a prática, que torne mais fácil a tomada de decisões frente aos desafios encontrados em projetos e obras, que consiga oferecer, cada vez mais, melhores opções e serviços a um preço justo e executável, e que sem- pre tenha em mente que segurança é muito importante e está aliada à qualidade de todos os materiais usados. Caro(a) aluno(a), espero que você tenha a dedicação e o interesse necessários ao processo de entendimento do que lhe foi, aqui, apresentado e que, claro, estaremos ofertando ao longo destes nove capítulos. Seja bem-vindo ao iniciar mais uma etapa, e espero poder ajudar em cada abordagem feita. Forte abraço! APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 1 2 4 6 3 5 15 75 45 105 ABASTECIMENTO DE ÁGUA FRIA INSTALAÇÕES DE ÁGUA QUENTE E DE COMBATE A INCÊNDIOS INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA COLETA DO ESGOTO SANITÁRIO 135 161 COLETA DE ÁGUA PLUVIAL A ENERGIA ELÉTRICA E A SUA ALIMENTAÇÃO 7 9 8 SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO 183 233 205 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS SPDA – SISTEMAS DE PROTEÇÃO PARA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS 1Abastecimento de água fria Esp. Daiane Rodrigues Caro(a) aluno(a), o fornecimento de água à população é de fundamental importância para que ela possua um nível de vida satisfatório, uma vez que a qualidade de entrega da água está, diretamente, relacionada à saúde. Nós a vemos chegando em nossas casas e, muitas vezes, não paramos para pensar no longo caminho que ela percorre, e é justa- mente isso que aprenderemos ao longo dessa unidade, conheceremos as instalações prediais e entenderemos como funciona o conjunto de tubulações conexões, peças, aparelhos sanitários e acessórios até seu ponto de utilização. 16 UNICESUMAR A água do seu chuveiro já ficou fraca, enquanto você estava coberto de sabão, só porque alguém ligou uma torneira lá na cozinha? Acredito que sim. Por este motivo, agora, conheceremos um pouco melhor a história de João. Ele estava tendo problemas hi- dráulicos em sua residência e por esta razão, cansado de tantas situações desgastantes, ele resolveu se mu- dar e comprar um novo imóvel. Provavelmente, você também já deve ter passado por situações desgas- tantes, não é mesmo? Talvez você já tenha passado por alguma situação em que a vazão de algum outro ponto de utilização ficou quase inexistente por ter vários dispositivos hidráulicos ligados. Você sabe por que isso acontece? Continue lendo este capítulo para entender mais sobre este assunto e ajudar João! Imagine que o João comprou um apartamento e, para verificar o perfeito funcionamento de seu novo imóvel, ele foi testar a parte hidráulica para compreender a vazão do seu chuveiro, então, ele percebeu que ela não estava muito boa e, para sua surpresa, sua mulher estava na cozinha ligando a torneira quando isso aconteceu. Descrição da Imagem: à direita está uma torneira aberta com a água escoando, e, à esquerda, um chuveiro aberto com a água escoando. Figura 1- Torneira e chuveiro ligados ao mesmo tempo 17 UNIDADE 1 Descrição da Imagem: à esquerda, temos uma mulher ensaboando o cabelo e perplexa, pois a água foi interrompida durante seu banho. Ela está com o corpo coberto de sabão e com a mão posicionada abaixo do chuveiro, que se encontra no canto direito na parte superior da imagem, logo acima de sua cabeça. João pensou estar se livrando de alguns problemas que tinha em sua antiga residência, mas acabou se deparando com problemas parecidos neste novo imóvel. Em algum momento, você deve ter percebido a pressão da água chegar de uma forma diferente e não entendeumuito bem o porquê de aquilo estava acontecendo, em casos mais graves, a vazão pode até se tornar inexistente. Situações, como interrupções durante o banho, por conta de uma descarga ou abertura de uma torneira, podem ser comuns em uma residência, devido à má distribuição de pressão nestes pontos. Figura 2 - Água cessada interrompendo banho Talvez você até tenha entendido a causa destas situações, como o João, que percebeu que isso ocorreu quando sua esposa ligou a torneira da cozinha. Tudo isso é resultado de um dimensionamento incorreto das tubulações de água (neste caso, água fria). 18 UNICESUMAR Bom, mas vamos voltar ao caso do João. Quando ele percebeu que isso aconteceu, foi logo perguntando ao corretor qual era a forma como o sistema hidráulico da casa estava ligado, mas ele não o soube responder. E você saberia responder a pergunta do João? Se não, a boa notícia é que, nesta unidade, você está prestes a entender este e outros conceitos e começar a aprender a forma correta de dimensionar. Você já teve a curiosidade de saber como a água chega até os pontos de distribuição da sua casa, por exemplo torneira e/ou chuveiro? Saiba que isso interfere, diretamente, na vazão que chega até esses pontos. Verifique, em sua residência, como a sua água chega até esses pontos. Para esta tarefa, você pode procurar os encanamentos aparentes e segui-los, dessa forma, você entenderá melhor o conteúdo ao longo desta unidade. E aí? Conseguiu verificar se os encanamentos levam até a caixa d’agua ou até a rua? Ou os dois, por exemplo? Você já ouviu falar das ETAS (Estações de Tratamento de Água)? Este é o local de tratamento das águas, onde podemos resumir as etapas de tratamento em, basicamente, quatro: coagulação, decantação, filtração e desinfecção. Nos reservatórios elevados (geralmente, localizados nas cotas mais altas), temos uma tubulação a que chamamos rede de distribuição, é ela que conduz a água até as casas, passando por todas as ruas e avenidas da cidade. O mais comum em serem encontrados nas residências é o sistema misto, como veremos ao longo desta unidade. Esse sistema contempla tanto a caixa d’agua como a água vindo direta da concessionária. Provavelmente, ao fazer esta verificação, você deve ter encontrado a sua caixa d’agua. Você consegue descobrir qual a capacidade máxima dela? Por que ela possui este tamanho? Qual a importância do ta- manho da caixa d’água para sua residência? Todos estes questionamentos estão interligados, e você, como estudante de engenharia e futuro profissional, conseguirá respondê-los, ao longo dessa unidade, com muito mais precisão. Vamos lá? DIÁRIO DE BORDO 19 UNIDADE 1 Crescemos ouvindo sobre a importância da água, e, por meio de uma simples observação, conseguimos notar a sua necessi- dade. A água tem sido reconhecida por todos e vem ganhando importância ao longo dos anos. Quando a água não apresenta tratamento e distribuição adequados, toda a população recep- tora sofre com isso, pois a saúde e a qualidade da água estão in- terligadas e, por estar presente em praticamente todas as nossas atividades, ela é imprescindível para nossa higiene, além da sua diversa importância em outros usos, tais como barragens para geração de energia elétrica e, também, combate ao incêndio. Poderíamos citar mais inúmeras utilidades que a água apre- senta para o ser humano e discutirmos a respeito deste assunto por páginas e páginas, por este motivo, vamos nos voltar, nessa unidade, a alguns pontos específicos desse assunto. Descrição da Imagem: à esquerda da imagem, temos uma criança segurando uma escova de dentes ao lado de sua mãe, e ambas estão escoradas em uma pia com torneira e prontas para realizar a escovação dos dentes. Figura 3 - Mãe e filha utilizando a água para higiene pessoal 20 UNICESUMAR O desenvolvimento de um projeto de água fria deve levar em conta diversos fatores, como: a preservação da qualidade da água, que deve ser considerada na especificação e na seleção dos materiais e na execução, pois, como os componentes estarão em constante contato com a água potável, eles não podem alterar o padrão de potabili- dade, transmitir gosto, cor, odor ou toxicidade à água, nem promover, ou favorecer o crescimento de micro-organismos. Descrição da Imagem: ao centro, temos uma pia com uma torneira aberta pela qual está saindo água escura, sem condições de ser consumida. Figura 4 - Água fora dos padrões de potabilidade DESTAQUE São preconizados pela NBR 5626 como requisitos essenciais para um projeto de ins- talações de água fria: • Garanta potabilidade dentro dos parâmetros que não interfiram à saúde dos usuários; • Que tenha previsibilidade de manutenção das partes de todas as partes da instalação; • Que se evite a interrupção total do fornecimento, mesmo em operações de manu- tenção; • Que seja corretamente dimensionado, para uso diário, reservas ou de segurança (incêndio quando se aplicar); • Que atenda Pressões e Vazões, conforme demandas específicas e funções das edi- ficações; 21 UNIDADE 1 Um projeto predial de água fria é desenvolvido, em grande parte dos casos, partindo de um subsistema para outro sistema maior, de um ponto de entrada até seu ponto final de distribuição, englobando, tam- bém, as instalações prediais de água quente e de combate a incêndio. Dessa forma, entenderemos como se dão as distribuições e as entradas de água fria para o desenvolvimento apropriado de um projeto. Descrição da Imagem: encanamentos vermelhos e azuis sobre uma parede de azulejos, simbolizando, respectivamente, água quente e fria. Figura 5 - Tubulações de água quente e fria Agora, entenderemos melhor a entrada e a distribuição de água fria, e, para isso, analisaremos qual a forma de alimentação que pode ser feita para este tipo de projeto. Existem duas formas distintas que podem ser utilizadas, sendo a primeira delas a rede pública, e a outra um sistema particular ou privado. Normalmente, essa segunda opção é utilizada em locais em que a rede pública não consegue atender à solicitação. A entrada predial de água precisa ser alimentada por um ramal, no caso da rede pública de abastecimento, esse ramal será alimentado pela própria concessionária, fazendo a ponte entre a entrada do prédio e a rede pública de distribuição (CARVALHO JUNIOR, 2011). 22 UNICESUMAR Figura 6 - Encanamentos vindos da concessionária para o conjunto habitacional Descrição da Imagem: ao fundo, temos um conjunto habitacional, e, à frente da imagem, podemos ver dois encanamentos chegando para abastecer os prédios. As responsabilidades envolvidas em um projeto de água fria são muitas, por este fato, o engenheiro deve estar ciente de todas as informações pertinentes ao projeto do local que será executado o projeto. Deve-se, sempre, solicitar a ligação de água, após realizar uma consulta prévia junto à concessionária local para obter todos os dados necessários a respeito do fornecimento de água no local de execução da obra. Quanto maior o número de informações necessárias ao projeto for adquirida maior a probabilidade de não ocorrerem surpresas desnecessárias ao longo do desenvolvimento do projeto. Então, é importante obter informações tais como: limitações de vazão, do regime de variação de pressões, das características da água, da constância de abastecimento, entre outros. 23 UNIDADE 1 Quando pensamos a respeito da forma como a edificação pode ser abastecida, inúmeras perguntas podem nos vir à cabeça, dessa forma, é necessário entender como cada uma funciona e quais as possibilidades para cada projeto. Segundo Carvalho Júnior (2011), é possível admitir três formas de abastecimento: direto, indireto e misto, sendo que cada um deve ser estudado a fim de entendermos suas vantagens e desvantagens, que devem ser analisadas pelo res- ponsável em desenvolver o projeto, conforme a realidade local e as características do edifício em que esteja trabalhando. Quando falamos a respeitodo sistema direto de alimentação da rede predial de distribuição, estamos dizendo que ela é feita, direta- mente, da rede pública de abastecimento, ou seja, o reservatório não está incluso na distribuição, pois é inexistente, e a distribuição é feita de forma ascendente, com isso estamos dizendo que as peças de utilização de água são abastecidas, diretamente, da rede pública. A vantagem de utilização desse sistema inclui o baixo custo de instalação, porém, se houver qualquer problema que ocasione a interrupção no fornecimen- to de água no sistema público, o receptor ficará sem abastecimento, ou seja, faltará água para os usuários da habitação. Tubulação de água fria Torneira Registro Descrição da Imagem: esboço simplificado de uma casa com encanamento; em azul, temos a representação da água fria vindo, diretamente, da rua. Figura 7 - Sistema direto / Fonte: a autora. 24 UNICESUMAR Outra alternativa que temos ao projetar um sistema é o sistema indireto, neste caso, são adotados reservatórios. Como são diversos os problemas que podem ocasionar ter uma ali- mentação por meio da rede pública, este tipo de sistema visa minimizar os problemas referentes à intermitência ou às irregularidades no abas- tecimento de água e às variações de pressões. Dentro desse sistema, podemos ter algumas variações, por exemplo o sistema indireto sem bombeamento, quando se tem um reservató- rio superior, e sabemos que a pressão vinda da concessionária é suficiente para alimentar esse reservatório e distribuir a água até os pontos indicados (CARVALHO JUNIOR, 2011). O reservatório superior é utilizado para ali- mentação dos pontos de consumo da residência ou das residências, dessa forma, por meio da gravidade a água chega até os pontos, por essa razão a altura que o reservatório será instalado é um fator muito importante para que todo o sistema funcione da forma adequada. Esse sis- tema torna-se interessante, pois quando ocorre alguma limitação na entrega de água da rede pública, ele consegue garantir, por algum tempo, o fornecimento de água, variando com a capaci- dade do reservatório e o consumo dos usuários, sendo assim, esse sistema acaba sendo muito utilizado em edificações de até três pavimentos. (CARVALHO JUNIOR, 2011). Outra opção que temos é o sistema indireto com bombeamento. Ao contrário do sistema sem bombeamento, este é utilizado quando a pressão da rede pública não é suficiente para alimentar, diretamente, o reservatório superior, e, nesse caso, a bomba é utilizada para que a vazão necessária chegue até os pontos. O siste- ma do reservatório superior funciona de forma equivalente, onde a água desce por gravidade, Figura 8 - Caixa de água Descrição da Imagem: a imagem apresenta, ao centro, um reservatório de água simbólico e uma tubulação saindo da parte superior da tampa do reservatório. porém o diferencial desse sistema é o reserva- tório inferior, em que a água é bombeada até o reservatório elevado, por meio de um sistema de recalque. Este tipo de sistema é utilizado em edificações com altura superior a três pavimen- tos ou nove metros. E, por último, dentro dos sistemas indiretos, temos o sistema indireto hidropneumático, sen- do esse pouco recomendado visto que possui algumas desvantagens, como, ao faltar energia elétrica, ele fica inoperante, a não ser que o local possua um gerador para alimentá-lo. Esse sistema de abastecimento requer um equipamento para pressurização da água a partir de um reservatório inferior. Ele é adotado sempre que há necessidade de pressão em determinado ponto da rede que não pode ser obtida pelo sistema indireto por gravida- de, ou quando, por razões técnicas e econômicas, se deixa de construir um reservatório elevado, e, por exigir manutenção, acaba não sendo muito recomendado (CREDER, 2006). Agora, o sistema mais utilizado nas residências é o sistema de distribuição mista, em que po- 25 UNIDADE 1 demos alimentar a rede de distribuição de duas formas distintas. A primeira forma consiste em utilizar a rede pública em conjunto com o reservatório superior, o que chamamos de sistema misto. Este tipo de sistema apresenta vantagens distintas, pois agrega os benefícios contido nos dois métodos, sendo algumas peças alimentadas, direta- mente, pela rede pública, como torneiras externas, tanques em áreas de serviço ou edícula, situados no pavimento térreo, e o restante pelo reservatório superior. Nesse caso, teremos uma diferença de pressão entre os pontos de abastecimento da casa, pois a pressão na rede pú- blica quase sempre é maior do que a obtida a partir do reservatório superior. Dessa forma, os pontos de utilização que serão abastecidos pela rede pública terão uma pressão maior do que os abastecidos pelo reservatório. Os reservatórios que utilizamos nos sistemas prediais têm sido uma boa solução para fugir de possíveis problemas da rede pública, como a falta de abastecimento. Reservatório superior Tubulação vinda do reservatório Tubulação de alimentação da concessionária Descrição da Imagem: ao centro, uma simbologia representando uma casa de dois pavimentos, com um reservatório na parte superior. A residência apresenta dois tipos de alimentação, um vindo direto da concessionária, e outra do reservatório superior. Figura 9 - Sistema indireto ou misto / Fonte: a autora. 26 UNICESUMAR O sistema direto e o sistema misto costumam ser os mais utilizados, sendo o misto o mais indicado para residências, ou o direto e o indireto mais indicado para edifícios. Lembrando que é sempre necessário o engenheiro responsável pelo projeto analisar as condições existentes no local de implantação e a necessidade do projeto desenvolvido para validar o melhor sistema indicado para cada caso. O sistema hidrop- neumático é pouco utilizado, devido ao seu alto custo de implantação e inconvenientes necessários à manutenção. Você já percebeu que o tipo de reservatório possui total importância no sistema hidráulico de uma casa, não é mesmo? Agora, imagine a confusão que pode ser gerada se ele não for detalhado de forma correta dentro dos projetos, ou não tiver um acompanhamento. Ao elaborar um projeto de residência, muitos profissionais acabam esquecendo de locar a caixa d’água, e, por mais absurdo que isso possa parecer, é um erro que acontece com frequência. Ao realizar a concepção do projeto, é necessário pensar em todos os detalhes, inclusive, a caixa d’água, visto que ela necessita de um bom espaço para ser alojada. Ao dimensionar, ou alocar o reservatório superior, é necessário detalhar alguns itens, como: localização, altura, tipo, capacidade etc. Se possível, o aconselhável é procurar a marca e a capacidade do reservatório que será utilizado e indicá-lo no projeto para que não ocorram imprevistos quanto à execução do projeto. Figura 10 - Projetos em desenvolvimento Descrição da Imagem: a imagem apresenta um projeto aberto sobre a mesa e alguns outros projetos enrolados, na lateral esquerda; há, também, as mãos do projetista segurando um lápis, apoiadas sobre os projetos. 27 UNIDADE 1 Quando os reservatórios apresentarem uma capacidade maior, eles devem ser divididos em dois ou mais compartimentos (interligados por meio de um barrilete), pois este espaço é re- querido para as operações de manutenção sem interrupção na distribuição de água. Figura 11 - Detalhamento de projetos Alguns pontos precisam ser verificados para que não seja neces- sário realizar modificações que possam atrapalhar todo o fluxo do projeto, tais como: verificar se será necessário comportar a reserva de incêndio, que consiste em um acréscimo de reserva além daquela que havia sido prevista para consumo, ou se será feita a captação da água das chuvas. Além do dimensionamento e da localização dos reservatórios, ele deve prever uma altura adequada para o barrilete. Vale ressaltar a importância deste ponto, afinal, muitos projetos dimensionam este espaço de forma incorreta, pois eledeve conter facilidade de acesso, o que facilita as manutenções que deverão ser feitas ao longo de toda vida útil da estrutura (CARVALHO JUNIOR, 2011). Descrição da Imagem: à esquerda, temos metade do corpo de um homem com o braço estendido, segurando um projeto em 3D, e, ao redor do projeto, estão as anotações do mesmo. 28 UNICESUMAR Figura 12 - Sobrado em corte com tubulações aparente Ao executar o reservatório elevado, o acesso é de extrema im- portância e deve ser observado e pensado de modo a facilitar a entrada dos operadores, como a utilização de escadas ou portas independentes. O acesso ao interior do reservatório para ins- peção e limpeza deve ser garantido, por meio de uma abertura mínima de 60 cm, em qualquer direção. Já o reservatório inferior também precisa de recomendações específicas, tais como ser instalado em locais de fácil acesso, de forma isolada, e afastado de tubulações de esgoto para evitar eventuais vazamentos ou contaminação pelas paredes. Descrição da Imagem: a imagem apresenta um sobrado cortado ao meio, com as mobílias e as tubulações aparentes. À direita, é possível observar as tubulações do banheiro e da lavanderia, e, à esquerda, os mobiliários da sala e do quarto. 29 UNIDADE 1 Figura 13 - Casa, na Austrália, com reservatório de água Descrição da Imagem: a imagem conta com um gramado em toda sua extensão e uma casa localizada ao fundo, com um grande reservatório de água no nível térreo e uma cerca de madeira em toda a extensão do terreno. Quando os reservatórios estiverem localizados no subsolo, é preciso se atentar às elevações das tampas que deverão estar a, pelo menos, 10 cm em relação ao piso acabado, e nunca no mesmo nível, a fim de se evitar a contaminação pela infiltração de água. No projeto, deve ser previsto um espaço físico para localização do sistema ele- vatório, denominado casa de bombas, suficiente para a instalação de dois conjuntos de bomba, ficando um de reserva para atender a eventuais emergências (CREDER, 2006). O reservatório inferior é extremamente importante para o sis- tema elevatório, pois estão interligados, dessa forma, ao projetar o reservatório inferior, este aspecto deve ser levado em consideração. Quanto às bombas, existem dois tipos básicos de disposição com relação ao nível de água do poço de sucção: acima do reservatório; em posição inferior, no nível do piso do reservatório (bomba afoga- da). A disposição mais utilizada é a que está em nível mais elevado, que permite melhores condições de manutenção do sistema e de seu próprio abrigo (CARVALHO JUNIOR, 2011). 30 UNICESUMAR Agora que você já entendeu os conceitos relativos aos reservatórios e sua importância, vamos à parte prática, o dimensionamento. Prova- velmente, você estava ansioso para a chegada deste momento, não é mesmo? Mas não se engane, os conceitos teóricos são extremamente importantes para que o engenheiro seja capaz de dimensionar de forma correta, pois, assim, conseguirá se atentar melhor aos detalhes, e não somente às contas necessárias. Podemos definir o ato de dimensionar como a determinação de dimensões e grandezas. Ao projetar as instalações de água fria, os requisitos citados na NBR 5626 (ABNT, 2020) devem ser atendidos ao serem executados. Sendo assim, um bom projeto deve garantir o fornecimento de água sem interrupções e em quantidade suficiente, de forma que todo o sistema funcione, perfeitamente, além de preservar, rigorosamente, a qualidade da água do sistema de abastecimento e dentro do que for possível, garantir o máximo de conforto aos usuários, incluindo a redução dos níveis de ruído nas tubulações. O dimensionamento das instalações prediais de água fria segue, basicamente, duas etapas, as quais conhe- ceremos a seguir e aprenderemos a iniciar o dimensionamento através dos reservatórios (CARVALHO JUNIOR, 2011). • Necessitam de manutenção; • Devem preservar a água, garantindo isenção das características organolépticas (cor, odor e sabor) ou toxinas; • Apresentar estanqueidade a poeira, insetos, líquidos, entre outros; • Não devem ser apoiados no solo ou enterrados (total ou parcial), devido à in�ltração, distanciados de pelo menos 0,60 m. 31 UNIDADE 1 Conforme conversamos, é grande a responsabilidade do projetista visto que existe uma série de requisitos que precisam estar de acordo com a NBR 5626 – Instalação Predial de Água Fria (ABNT, 2020), que estabelece os critérios necessários para dimensionar as instalações prediais de água fria, atendendo às condições técnicas mínimas de higiene, economia, segurança e conforto aos usuários. Quando chegamos ao ponto em que é necessário definir o tamanho dos reservatórios, precisamos levar em consideração as recomendações da NBR 5626 (ABNT, 2020), pois existe uma maneira correta para definirmos o tamanho dos reservatórios Inferior e Superior, e ela deve ser seguida. Segundo a NBR 5626 (ABNT, 2020), a caixa d’água precisa atender a um critério mí- nimo de abastecimento, que é ser um reservatório capaz de ar- mazenar água para dois dias de consumo (caso ocorra alguma interrupção no abastecimento público de água), o reservatório inferior deve ser 3/5 do total de consumo para esse período, e o superior 2/5, e, caso seja necessário, ainda deve ser acrescentado de 15 a 20% desse total para a reserva de incêndio. Descrição da Imagem: a imagem apresenta, no canto superior direito, um chuveiro aberto, e, abaixo dele, uma pessoa com as mãos na cabeça tomando banho. Figura 14 - Consumo de água no banho 32 UNICESUMAR A seguir, teremos um exemplo para que fique clara a forma como cada orientação deve ser aplicada. Realizaremos as operações necessárias em um prédio com reservatório superior de 7000 litros. Neste caso, teríamos 1400 litros para reserva de incêndio, ou seja: 7000 x 20/100 = 1400 litros. Vamos a outro exemplo prático. Todas as vezes que efetuarmos o dimensionamento, precisamos analisar os cômodos e a quantidade de possíveis moradores na residência. Como saber qual a capacidade da caixa d’água de uma residência que atenderá duas pessoas? Para isso, existe uma tabela que contém as informações de que precisamos para análise, a tabela de estimativa de consumo predial diário mos- tra-nos o consumo médio em litros/dia em diferentes edificações, então, analisando a tabela, vemos que uma pessoa consome, em média, 150 litros de água por dia. Tipo de construção Consumo médio (litros/dia) Alojamentos provisórios 80 por pessoa Casas populares ou rurais 120 por pessoa Residências 150 por pessoa Apartamentos 200 por pessoa Hotéis (s/cozinha e s/ lavanderia) 120 por hóspede Escolas - internatos 150 por pessoa Escolas - semi internatos 100 por pessoa Escolas - externatos 50 por pessoa Quartéis 150 por pessoa Edifícios públicos ou comerciais 50 por pessoa Escritórios 50 por pessoa Cinemas e teatros 2 por lugar Templos 2 por lugar Restaurantes e similares 25 por refeição Garagens 50 por automóvel Lavanderias 30 por kg de roupa seca Mercados 5 por m² de área Matadouros - animais de grande porte 300 por cabeça abatida Matadouros - animais de pequeno porte 150 por cabeça abatida Postos de serviço p/ automóveis 150 por veículo Cavalariças 100 por cavalo Jardins 1,5 por m² Orfanato, asilo, berçário 150 por pessoa Ambulatório 25 por pessoa Creche 50 por pessoa Oficina de costura 50 por pessoa Tabela 1- Tabela de estimativa de consumo diário/ Fonte: Tomaz (2000, p.198). 33 UNIDADE 1 IMPORTANTE: quando não se sabe quantas pessoas morarão na casa, devemos fazer uma estimativa analisando os ambientes do projeto. Agora, voltando ao nosso exemplo, para uma residência de duas pessoas, devemos, inicialmente, calcular o consumo diário. Assim, devemos multiplicar: 2 pessoas X 150 litros/dia = 300 litros/dia de consumo de água na casa. Lembrando que o reservatório deverá atender à casa por dois dias, e este valor deverá ser multiplicado por 2, ou seja: 300 X 2 = 600 litros para dois dias de consumo para dois moradoresda casa. Neste caso, o consumidor pode optar por uma caixa de 1000 litros ou duas de 500 litros. Mas se o consumo para dois moradores foi feito e o mínimo solicitado foi 600 litros, por que o projetista deverá optar por 1000 litros? A resposta é simples: o pro- jetista deve sempre olhar os modelos disponibilizados. Se o consumo tivesse dado 800 litros, ele teria que optar por uma de 1000 litros da mesma forma, pois, depois de 500 litros, a mais comum de ser encontrada é a caixa de 1000 litros. No entanto outro ponto importante é nos atentarmos à condição financeira do cliente e sempre usar o bom senso ao chegar a um valor final para o tamanho que será utilizado na caixa. Você já parou para pensar qual o tamanho da sua caixa d’água e em como ela foi dimensionada? Já sofreu com alguma parada de água repentina e ficou sem água em casa? O dimensionamento da caixa d’água é importante para situações como essa em que o abastecimento depende, uni- camente, do reservatório de cada residência. Observação: muitas vezes, o projetista precisa utilizar o seu bom senso e realizar uma análise diferente da que fizemos anteriormente para definir o tamanho do reservatório. Ainda, em nosso exemplo, foi estimado um mínimo de 600 litros por dia, dessa forma, poderíamos optar por uma caixa de 500 litros. Caso o cliente não queira desembolsar uma quantia maior pelos 100 litros/dia excedentes, devemos lembrar que, além das despesas com o reservatório, dependendo do tamanho escolhido, o valor desembolsado para a estrutura também aumentará visto que terá que resistir ao peso da caixa. Para efeito de comparação, é importante saber que 1000 litros equivalem a 1000 kg. 34 UNICESUMAR O valor dimensionado foi de 600 litros, após este dimensiona- mento, são estimadas as capacidades dos reservatórios inferior e superior, então, teremos: • Reservatório inferior: para calcular o tamanho da caixa d’água inferior, devemos achar o valor correspondente a 3/5 de 600 da seguinte forma: 3/5 X 600 = 360 litros Neste caso, como não se encontra no mercado caixa d’água com este volume, deve-se instalar a caixa d’água de 500 litros ou de 310 litros, conforme conversamos na observação anterior. • Reservatório superior: para a caixa d’água superior, o valor que devemos encontrar é de 2/5 do consumo, ou seja, 2/5 de 600: 2/5 X 600 = 240 litros Também, neste caso, não encontramos, no mercado, caixa d’água com 240 litros, portanto, deve-se instalar a caixa d’água de 310 litros (CARVALHOJUNIOR, 2011). Descrição da Imagem: no centro da imagem, é possível observar as mãos de duas pessoas segurando cada uma sua escova de dentes. Ao canto direito, a torneira está aberta, derramando água sobre as escovas. Figura 15 - Casal dividindo a torneira para escovar os dentes Ao realizarmos a análise total dos reservatórios, verificamos que, se for colocada uma caixa d’água de 310 litros tanto no reservatório superior como no reservatório inferior, teremos um total de 620 litros, 20 litros a mais do que foi calculado como o consumo diário dos 2 moradores da residência. 35 UNIDADE 1 TORRE CAIXA D'ÁGUA Obs: Sistema de aquecimento solar deverá ser dimensionado na instalação DETALHE H3 ESCALA 1:50 Suspiro A lim en ta çã o 2, 50 1, 88 CAIXA D'ÁGUA Reservatório de água quente Vai para placas solares Vai para utilização Vai para utilização Figura 16 - Detalhamento de caixa d’água / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: ao centro da imagem, temos uma caixa d’água e um reservatório de água quente, na parte inferior dela, a imagem apresenta dois tipos de encanamentos, os azuis representando as tubulações de água fria, e os vermelhos representando as tubulações de água quente. Entender a forma que a água chega até nossas torneiras envolve muito mais conceitos de pontos de atenção do que você imaginou, não é mesmo? Por este motivo, entender esses conceitos são tão importantes para que não ocorram falhas no dimensionamento. Dessa forma, vamos recapitular o que vimos até agora: • - Existem três principais formas de dimensionar o sistema de um local, são eles: os sistemas direto, indireto e misto, sendo o sistema direto aquele em que todo o sistema depende da concessio- nária, exclusivamente; o indireto em que o abastecimento conta com o uso de reservatórios, e o misto, que contempla os dois sistemas anteriores. • - Quando houver dúvidas em relação ao projeto, o projetista arquitetônico deve ser consultado, imediatamente, antes de avançar com o projeto para que não haja incoerências, e as necessi- dades do cliente sejam respeitadas. • - Ao dimensionar a caixa d’água, é necessário ser sensato em relação às necessidades do clien- te, utilizando tanto do bom senso do projetista como verificando as limitações financeiras do projeto/cliente. 36 UNICESUMAR Vamos entender um pouco melhor a rede de distribuição. Esta pode ser compreendida, por meio das canalizações que fazem a ligação entre os pontos de consumo ao reservatório da edificação. Para que a rede de distribuição seja melhor compreendida, e se- jam evitados possíveis erros ao estabelecer como serão realizadas as ligações, é sempre aconselhável fazer a divisão dos pontos de consumo. Uma boa dica para iniciar este estudo é estabelecer que os pontos de consumo do banheiro devem ser alimentados por uma canalização, e os pontos de consumo da cozinha e da área de serviço por outra. Podemos justificar esta separação por dois motivos: canalização mais econômica e uso não simultâneo. Quanto menor for o número de pontos de consumo de uma canalização, menor será seu diâmetro, e, consequentemente, seu custo (CARVALHO JUNIOR, 2011). 1,50 0,96 0,78 0,30 0,05 0, 20 0, 800, 90 0, 10 PVC 0,25 mm Entrada tanque A.F. Entrada tanque A.F. Entrada tanque A.F. PVC 0,25 mm Figura 17 - Pontos de utilização de água fria da lavanderia / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma tubulação azul à direita, no sentido horizontal, a 0,90 e 0,80m do chão; a tubulação apresenta descrição de PVC com diâmetro de 25 mm. 37 UNIDADE 1 A comunicação entre todos os envolvidos no projeto e na execução deve ser a mais clara possível para evitar eventuais equívocos. Assim, os pontos de alimentação devem ser levantados da forma correta e, para isso, é interessante que todas as dúvidas sejam esclarecidas antes de iniciar a execução junto ao autor do projeto arquitetônico. Caso o projetista tenha dúvidas a respeito de algum ponto, o autor do projeto arquitetônico deve ser comunicado para que todas as dúvidas sejam sanadas. Agora que você já aprendeu a respeito dos sistemas que estão envolvidos, entenderemos como funcionam os aparelhos de medição da água utilizada. O hidrômetro é o aparelho utilizado para realizar a medição da água consumida, porém ele precisa ser instalado de acordo com as normas vigentes em cada região. Já foi muito utilizada a medição de água por meio de um único hidrômetro, porém, ao se perceber que este sistema de medição era injusto, pois acabavam pagando, igualmente, sendo que nem todos utilizavam a mesma quantidade de água, em alguns locais, eles, porém os medidores de água individuais, foram estabelecidos como o único que deve ser utilizado a partir de 2021, pois estes apresentam igualdade e justiça no valor cobrado por utilização. As edificações mais atualizadas, fazem a individualização dos ramais de entrada, com hidrô- metro dedicado para cada unidade consumidora, permitindo proporcionalidade de consumo, mesmo em edificações de múltiplo uso (edifício verticais e comerciais) por exemplo além da leitura individual, tem um hidrômetro em separado para utilização dos serviços em área comum, normalmente sendo a taxas cobradas dentro do condomínio. Esta individualização de consumos e em hidrômetros específicos, facilita muito a organização de manutenção pois, eventuais vazamentos em uma das unidades, não seria necessário, desativar toda instalação relacionada as demaisunidades consumidoras, e sim somente aquela que precise de manutenção. Em projetos mais modernos, além da individualização dos hidrômetros, adotam-se logo após os hidrômetros, no início de cada ramificação interna para unidades consumidora, registros, de controle, nas ramificações, para que manutenções parciais consigam ser feitas sem desabastecer a uni- dade. A cobrança de eventuais problemas de manutenção e vazamentos são de exclusividade de cada unidade, logo, obrigando os proprietários, melhorar a periodicidade de manutenção das instalações sanitárias. é importante que os projetistas estejam alinhados quanto às necessidades do cliente. Vale ressaltar que o ponto de utilização da bacia sanitária deve ser deslocado, horizontalmente, 0,15 m em relação ao eixo da bacia. 38 UNICESUMAR 0, 25 PVC O 22 mm PVC O 25mm 2, 08 0, 30 0, 58 Entrada pia A.Q. Entrada Pia A.F. Entrada V.S. 0, 45 0, 43 PVC O 25mm PV C O 2 5m m PV C O 2 5m m 0,19 0,22 0,64 1,13 0,17 0,14 0 ,9 5 0, 88 Figura 18 - Pontos de utilização banheiro / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a imagem apresenta duas tubulações, uma vermelha e outra verde, mostrando os pontos de utilização do banheiro com suas respectivas cotas. A 2,08m do chão, é possível perceber o ponto do chuveiro. Você conhece a importância e a forma de instalação dos hidrômetros? Sabia que os hidrômetros não podem ser colocados de qualquer for- ma? Isso mesmo! E, caso o engenheiro responsável autorize a insta- lação do hidrômetro errado, a alteração será inevitável. Que tal saber mais a respeito dos padrões de instalações e da importância dos hi- drômetros? Fique por dentro deste conteúdo acessando o Podcast. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6431 Que tal reforçarmos estes conceitos e aprendermos um pouco mais so- bre as peças do sistema hidráulico? Assista ao vídeo indicado e visualize os conteúdos desta unidade, de forma resumida e didática. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 39 UNIDADE 1 As alturas recomendadas para cada ponto de utilização devem ser observadas pelo projetista e podem sofrer alterações em função do projeto arquitetônico, por esta razão, é importante que os projetistas estejam alinhados quanto às necessidades do cliente. Vale ressaltar que o ponto de utilização da bacia sanitária deve ser deslocado, horizontalmente, 0,15 m em relação ao eixo da bacia. Você viu, ao longo desta unidade, que as instalações de água fria consistem no conjunto de tubulações, dispositivos, equipamentos e reservatórios que têm a finalidade de abastecer os pontos de utilização de água em uma edificação. Elas começam, na verdade, na definição de qual sistema será utilizado dentro da residência para que os outros pontos possam ser definidos dentro do projeto hidrosanitário. Tudo deve ser elaborado de modo a tornar o mais eficiente possível a utilização da água, contemplando os valores mínimos necessários e suficientes para o bom funcionamento da instalação e para a satisfação das exigências do usuário. Dessa forma, por meio dos cálculos aprendidos ao longo desta unidade, é possível calcular a quanti- dade adequada de um reservatório de água para uma família, sabendo, apenas, quantas pessoas estarão morando na residência. Podemos citar, também, algo que comentamos, no início dessa unidade, a respeito do fluxo de água. Lembra? Este é um problema muito comum dentro das residências, e mui- tas pessoas afirmam que ele é causado por baixa pressão d’água. Porém o que determina a pressão de entrada da água é a altura do reservatório (ou seja, a caixa d’água), dessa forma, como profissional, cabe a você realizar esta análise. Ademais, agora, você possui capacidade de analisar a canalização da sua residência, conforme propomos no Mão na Massa, verificando se elas estão dispostas da melhor maneira para seus respectivos usos. O projeto de água fria para o engenheiro civil é muito importante visto que ele está presente, obrigatoriamente, em unidades a partir de 100m², e é a partir dele que se escolhe qual sistema será utilizado em sua casa, os pontos de utilização e como as tubulações chegarão até cada ponto, além do seu dimensionamento, que veremos nas próximas unidades, completando seu conhecimento a respeito deste assunto. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6436 40 M A P A M EN TA L Agora, é hora de testar seus conhecimentos e fixarmos os assuntos mais importantes estudados até aqui. Relembre todos os conceitos que estudamos, no decorrer desta unidade, a respeito dos reservatórios e suas aplicações e fique à vontade para fazer anotações pertinentes, que lhe ajudarão a reforçar o conteúdo aprendido. Iniciei o Mapa Mental com a intenção de lhe dar um direcionamento, mas gostaria que você o completasse. Ok? Re si dê nc ia s R ES ER V A TÓ R IO A té 3 p av im en to s Ac im a de 9 m et ro s 41 A G O R A É C O M V O C Ê 1. A água é essencial para nossa higiene e saúde, fazemos seu uso para escovar nossos dentes, tomar banho, limpar a casa, lavar os alimentos entre tantas outras coisas. Por este motivo, é importante que o sistema de água de nosso lar esteja, corretamente, dimensionado a fim de evitar a escassez deste recurso. A respeito do dimensionamento de reservatórios, analise as afirmações a seguir: I) O sistema de alimentação direto possui como sua principal vantagem o fato de ser conec- tado, diretamente, com a concessionária. II) O sistema de alimentação direto possui como sua principal desvantagem ser, unicamente, ligado à concessionária. III) O sistema misto é o mais indicado e comum para usos residenciais. Está correto o que se afirma em: a) I apenas. b) I e II. c) II e III. d) III apenas. e) II apenas. 2. Ao dimensionarmos um reservatório, é necessário se atentar a alguns itens, entre eles o número de moradores que ocuparão a residência, o padrão de consumo da família e o bom senso do projetista. Após analisar todos estes fatores, conseguimos obter o correto dimensio- namento para o reservatório. No caso de uma casa de padrão comum, com três moradores, qual seria o tamanho de reservatório adequado? Assinale a alternativa correta. a) 1 reservatório de 500 litros. b) 2 reservatórios de 250 litros. c) 1 reservatório de 250 litros. d) 1 reservatório de 500 litros e 1 reservatório de 250 litros. e) 1 caixa de 1000 litros. 42 A G O R A É C O M V O C Ê 3. Para uma obra ser bem executada, é comum que as funções de todos os projetos necessários para tal sejam distribuídas entre diferentes projetistas, desta forma, a comunicação entre eles é muito importante para evitar que ocorram erros por conta da ausência da comunicação. Agora é com você, analise quais afirmações são verdadeiras e quais são falsas, marcando V ou F nas afirmativas a seguir: ) ( O projeto arquitetônico não precisa prever a caixa d’água. ) ( A entrada de água compartilhada é o melhor método para realizar a medição de consumo. ) ( Quanto maior for o detalhamento do projeto hidráulico, mais confusa será sua execução. ) ( A altura da caixa d’água influencia, diretamente, a pressão de água por gravidade. Está correto o que se afirma em: a) V, V, V, F. b) F, F, F, V. c) F, V, F, V. d) V, V, F, F. e) F, F, V, V. 43 C O N FI R A S U A S R ES P O ST A S 1. Alternativa C; o sistema direto possui como desvantagens sua única ligação com a concessio- nária, pois, em casos de falta de água, ele não possui um reservatório para suprir as necessi- dades da residência até que a situação normalize. 2. Alternativa E; 3 pessoas na residência X 150 litros/dia = 450 litros/dia de consumo de água na casa. Lembrando que o reservatório deverá atender à casa por dois dias, então, este valor deverá ser multiplicado por 2, ou seja: 450 X 2 = 900 litros para dois dias de consumo para dois moradores da casa. Neste caso, o consumidor pode optar por uma caixa de 1000 litros. 3. Alternativa B;o projeto arquitetônico precisa prever a caixa d’água para que tenha o correto espaço de posicionamento da mesma, quanto maior o nível de detalhes mais clara se torna a execução do projeto, e a entrada de água individual torna mais justo o que é cobrado pelo consumo de água. 44 R EF ER ÊN C IA S ABNT. NBR 5626 – Sistemas prediais de água fria e água quente – Projeto, execução, operação e manutenção. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. CREDER, H. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2006. CARVALHO JUNIOR, R. Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura. 12. ed. São Paulo: Blucher, 2011. TOMAZ, P. Previsão do consumo de água. Interface das instalações prediais de água e esgoto com os serviços públicos. São Paulo: Comercial editora Hermano & Bugelli Ltda., 2000. 2Instalações de água fria Esp. Daiane Rodrigues Caro(a) aluno(a), nesta unidade, entenderemos como as tubulações influenciam em diversos aspectos do uso da água, tais como pressão e qualidade da mesma, além de entender a contribuição que as perdas de carga têm na pressão da água. É de suma importância o conteúdo aprendido neste capítulo visto que serão abordados os dimensiona- mentos a respeito de perda de carga e diâmetro de tubulação. Desejo que você faça um bom proveito desta unidade e saia mais capacitado ao fim do seu estudo. Imagine que você está elaborando um projeto para uma edificação de dois pavimentos (sobrado), em que residirão quatro pessoas, você saberia indicar qual a tubulação correta a ser utilizada em cada ambiente no projeto hidráulico? Qual o diâmetro apropriado para utilizar, ou como saber quando alterar o diâmetro da tubulação? Estas são algumas perguntas que serão respondidas ao longo dessa unidade. Para o engenheiro civil, tanto as áreas mais dedicadas ao projeto quanto a execução são importantes e, para isso, todos os processos envolvidos em cada uma de suas atividades precisam ser entendidos em seus mínimos detalhes. Somente com a prática, claro, que o entendimento será aperfeiçoado, porém entender a teoria é parte fundamental para o sucesso em sua profissão, afinal, um bom engenheiro concilia bem estas duas partes: Teoria e Prática. Dessa forma, quando você estiver em campo, ou sentado à mesa elaborando um projeto hidráulico, saberá como projetar, corretamente, os detalhes e prever possíveis erros que possam ocorrer em seu projeto, ou, até mesmo, entenderá como fazer contas rápidas para responder a questionamentos que possam surgir na obra e precisam de uma resposta imediata. Para que você saiba dimensionar, corretamente, uma tubulação, é necessário que você tenha o conhecimento de algumas tabelas que nortearão seu dimensionamento. Para dar início ao projeto, precisamos entender o conceito de demanda do recurso hídrico no uso das edificações e, para isto, contamos com uma série de tabelas de apoio (normas e livros especializados) para primeiro entender predimensionar o consumo, logo, o que deve ser reservado para consumo, e do ponto de armazenamento (caixa d´água) fazer as descidas até os pontos efetivos de consumo. Da caixa d´água até os pontos de consumo, precisamos entender além da geometria da tubulação, precisamos elencar todo o conjunto de peças que compõe o sistema (tubulações, curvas/cotovelos, válvulas, entre outros) para enten- der como se dá a vazão e a pressão necessária para cada ponto de consumo (torneiras, chuveiros e demais equipamentos) que precisam ser abastecidos. Por esta razão, o conteúdo que será desenvolvido ao longo desta unidade é tão importante para você aluno(a) para que possa ter seus conhecimentos a respeito dos cálculos da rede hidráulica expandidos e saiba resolver questões relacionadas a eles tanto no projeto quanto em obra. Agora, imagine a seguinte situação: você está em um almoço de família e seus parentes se reúnem à mesa com você para almoçar, e, ao longo da conversa, perguntam a você por que a pressão do chuveiro da casa do seu tio Celso é tão baixa. Como um engenheiro(a) sensato(a), você responde que diversos podem ser os fatores que ocasionam este tipo de situação, então, seu tio começa a lhe contar toda a história da construção de sua casa. Para iniciar a conversa, ele já vai logo avisando que não fizeram o projeto hidráulico de sua casa, pois, por ser uma casa não tão grande, acharam que não seria necessário. Após isso, ele começa a lhe contar como o local da caixa d’água, inicialmente proposto perto dos banheiros, foi deslocado, pois não havia pilares para apoiá-la e, dessa forma, ela precisou ficar em cima da garagem, no outro lado da casa. E aí, você conseguiria começar a responder os questionamentos do tio Celso a partir destas informações que ele lhe apresentou? Vamos refletir acerca da situação apresentada, mas, em primeiro lugar, é necessário extrair o máximo de informações possível. Em todos os problemas que resolveremos como engenheiro(a), precisaremos de uma lista de informações, sempre que possível, para que possamos analisar da forma correta o que está acarretando a situação em análise. 46 UNICESUMAR 1. Função da edificação. 2. Número de usuários. 3. Consumo per capita. 4. Legislação local ou normativa para o tipo de edificação. Para dimen- sionamento da reserva de con- sumo. 1. Instalação do cavalete e do hidrômetro (concessionária) e como ficará a ligação até os pontos de reserva (caixa d´água ou cisterna). 2. Localização do ponto de reserva (caixa d´água ou cisterna). 3. Localização dos pontos de consumo. 4. Geometria da tubulação e acessórios interligando a reserva (caixa d´água ou cisterna). 5. Vazão necessária nos pontos de consumo. 6. Pressão necessária dos pontos de consumo. 7. Se for fluxo descendente, sem adoção de bomba, verificar posicionamento da caixa d´água e verificar vazão e pressão dos pontos de consumo. 8. Se for fluxo ascendente, necessário estudo específico e consulta de catálogo de fornecedores para atender a vazão e a pressão dos pontos de consumo. Para dimensio- namento da tu- bulação, todas estas variáveis são influentes sobre a pressão e vazão. Quadro 1 - Lista de informações / Fonte: a autora. Cabe salientar que é apenas um início de coleta de informações, temos que nos preocupar como projetista e, depois, como executor deste projeto, o atendimento dos requisitos normativos (ABNT, por exemplo), ou mesmo dos requisitos de concessionárias de fornecimento de água locais, ou dos códigos de prevenção contra incêndio (variam de Estado para Estado) que podem pedir atendimento de requisitos mais específicos, exigindo, ainda mais, o detalhamento dessas informações iniciais. Após isso, é preciso levar alguns conceitos em consideração, como o que é vazão e pressão, além das formulações disponibilizadas, ao longo desta unidade. Faça uma lista dos possíveis problemas que possam estar ocasionando o enfraquecimento da pressão de água no chuveiro. DIÁRIO DE BORDO 47 UNIDADE 2 As instalações hidráulicas estão inseridas em nosso dia a dia, em nossa rotina e, praticamente, em tudo ao nosso redor. Por esta razão, é difícil falarmos a respeito de algum ponto que você não conheça, mas, talvez, possamos conversar acerca de circunstâncias que você ainda não havia parado para pensar sobre sua importância. Por exemplo, você sabe em que consiste um sistema de distribuição de água? Quero dizer, você sabe explicá-lo com propriedade? Provavelmente, você já deve ter ouvido falar de sistema de água, porém não deve ter parado para pensar em tudo que ele consiste. Segundo Carvalho Júnior (2013), podemos defini-lo como uma rede formada por um conjunto de tubulações, conexões, reservatório e bombas hidráulicas, tendo como sua principal função atender os pontos ao qual foi projetado dentro dos requisitos solicitados, tais como condições sanitárias apropriadas, vazão e pressão. Os detalhes relacionados ao sistema de água variam em relação ao local em que se encontram, pois são diversos os fatores que podeminfluenciar em sua estrutura, mas, de modo geral, podemos dizer que são as con- cessionárias as responsáveis por fazer com que a água chegue até a entrada de cada residência, onde a instalação do cavalete e do hidrômetro são feitas. Até este ponto, a concessionária tor- na-se responsável para que a água chegue, porém, a partir daí, cada consumidor precisa zelar por seu ponto de consumo. Caso você esteja se questionando a respeito de como as decisões são tomadas em torno das redes hidráulicas, então, eu preciso lhe res- ponder que tudo é normatizado. Por exem- plo, para a regulamentação de projetos de rede de distribuição e abastecimento, temos a NBR 12218. Esta norma é extremamente impor- tante, pois é nela que se define uma série de critérios importantes para nós, engenheiros civis, e sociedade de uma forma geral. Por meio dela a rede de distribuição é definida como uma “parte do sistema de abasteci- mento formada por tubulações e órgãos acessórios, destinadas a colocar água potável à dis- posição dos consumidores, de forma contínua, em quantidade e pressão recomendadas” (ABNT, 2020). 48 UNICESUMAR De acordo com Carvalho Júnior (2013), neste ponto é onde a atenção precisa ser redobrada, pois é momento em que temos um grande nível de complexibilidade tanto em relação ao di- mensionamento, como manutenção e operação. Por se tratar da parte mais trabalhosa do projeto global de abastecimento, aqui, o conhecimento do engenheiro é colocado em prática em relação aos parâmetros do sistema, das hipóteses de cálculo assumidas e das metodologias, de modo a se obter um projeto eficiente. Para iniciarmos o nosso dimensionamento do ramal predial, precisamos ter algumas informações já em mãos, e estas foram apresentadas na Unidade 1. O dimensionamento do ramal predial usará as seguintes informações: • Consumo diário (CD) do imóvel. • Pressão disponível da rede de distribuição. Ainda referenciando Carvalho Júnior (2013) para dimensiona- mento da rede de distribuição, é preciso atenção sobre alguns pontos que discutimos na unidade anterior, tais como altura da caixa d’água, distribuição nos pontos de consumo e alimentação dos mesmos: “Tal fato se justifica por dois motivos: canalização mais econômica e uso não simultâneo. Quanto menor for o nú- mero de pontos de consumo de uma canalização, tanto menor será seu diâmetro e, consequentemente, seu custo” (CARVALHO JÚNIOR, 2013, p. 52). Ao iniciarmos nosso estudo a respeito da rede de distribuição, precisamos conhecer o barrilete, que pode ser definido, segundo Carvalho Júnior (2013), como sendo o conjunto de tubulações que possuem a origem no reservatório e do qual as colunas de distribuição se originam, podendo ser concentrado ou ramificado. Primeiramente falaremos sobre o barrilete concentrado, como o próprio nome diz, ele apresenta uma concentração maior da tu- bulação em um espaço menor, facilitando, assim, a manutenção e o controle do sistema, pois, devido às tubulações estarem próximas, é possível criar um local para realizar as manutenções e a segurança das tubulações. O barrilete ramificado, por outro lado, apresenta suas tubulações mais espaçadas, em que os registros são colocados antes do início das colunas de distribuição. Como vantagem, este método utiliza um número menor de registros e, por este motivo, acaba se tornando mais econômico (CARVALHO JÚNIOR, 2013). 49 UNIDADE 2 Figura 1- Colunas de distribuição Você observou uma palavrinha diferente ali, quando falamos a respeito do barrilete ramificado? Isso Descrição da Imagem: a imagem apresenta diversas colunas de tubos com um registro fixado em parte da tubulação. mesmo, colunas de distribuição. Talvez você tenha lido de forma rápida e não parou para pensar do que ela se tratava. Apesar de seu nome dar uma ideia intuitiva do seu funcionamento, elas se originam no barrilete e tem por objetivo alimentar os ramais, e estes, os sub-ramais. Vale lembrar que uma re- sidência possuirá um sistema mais simplificado do que uma edificação de múltiplos pavimentos. Na edificação de multiplico pavimentos, a coluna de distribuição é aquela que realizará a distribuição de água do barrilete para os ramais dos diferentes andares de uma edificação. Por fim, nas peças de utilização, como você pode perceber, o sistema funciona com uma cadeia de alimentação, então, você já consegue parar para pensar no que acontece caso algo dê errado nesse tempo entre a água sair da caixa d’água e chegar até os pontos de alimentação? Simplesmente, o usuário não teria mais água para utilizar, ou teria por algum tempo até a caixa d’água esvaziar por completo. Por isso, existem algumas soluções que os engenheiros devem adotar em seus projetos a fim de minimizar eventuais desastres que possam ocorrer na rede. Vamos, agora, entender algumas particu- laridades a respeito das colunas de distribuição. Quando falamos de registro de gaveta, cada coluna deve possuir seu próprio registro, e este fica posicionado a montante do primeiro ramal, já as válvulas de descarga devem ser exclusivas para cada coluna, pois podem ocorrer problemas nas tubulações, como falamos anteriormente. A NBR 5626:2020, no item 6.5.12.5, faz recomendação quanto ao sistema de distribuição, indicando que ele deve ser setorizado de forma a permitir a operação e a manutenção dos diversos pavimentos de forma autônoma. 50 UNICESUMAR “ O sistema de distribuição deve ser setorizado de forma a permitir a operação e a manutenção independente de diferentes pavimen- tos, unidades autônomas ou economias e atividades-fim (ABNT, 2020, p. 28). As válvulas de descarga também merecem atenção especial por outro motivo, existe um fenômeno conhecido como retrossifonagem, que pode ocorrer neste tipo de válvula e é definido como o fenômeno de intrusão da água servida na instalação de abastecimento de água po- tável. Com fim de evitá-lo, existe a recomendação na NBR 5626, muito interessante, que é a inserção da ventilação na coluna para instalação de válvulas de descarga, conforme figura apresentada. Descrição da Imagem: a imagem apresenta dois reservatórios, sendo o primeiro apresentando apenas o tubo de ventilação, e o segundo reservatório apresenta ramal ramificado com o tubo de ventilação também. Reservatório Reservatório NA Tubo de ventilação NA Alternativa 1 Alternativa 2 Figura 2 - A primeira figura apresenta um esquema de separação atmosférica padronizada, e a se- gunda imagem apresenta o esquema de ventilação da coluna / Fonte: ABNT (2020, p. 15). 51 UNIDADE 2 Esta solução, além de evitar este fenômeno, ajuda no extermínio da formação de bolhas de ar que podem ocasionar a redução das vazões nas tubu- lações, veja o que o autor Junior diz a esse respeito: “ Com a ventilação da coluna essas bolhas serão expelidas, melhorando o funcionamento das peças de utilização. Também no caso de es- vaziamento da rede por falta de água e, ao ser preenchido de água novamente, o ar fica ‘preso’, dificultando a passagem da água. Neste caso, a ventilação permitirá a expulsão do ar acu- mulado (CARVALHO JÚNIOR, 2013, p. 54). Descrição da Imagem: ao centro da imagem, vemos nove tubos de PVC de diferentes tamanhos e espessuras. Todos os tubos estão encostados uns nos outros. Você já deve ter percebido que a NBR 5626 é a nossa bússola de orientação por aqui, não é mesmo? Ela também nos traz recomendações sobre os tipos de materiais que podem ser em- pregados nas instalações prediais, essas indi- cações são feitas com base em três primícias: • Potabilidade da água. • Desempenhos dos componentes em rela- ção a água. • Desempenho dos componentes em relação ao uso. Figura 3 - Tubos de PVC 52 UNICESUMAR A escolha do material apropriado ao projeto con- tará com o conhecimento do projetista em obser- vância com a norma técnica, visto que é necessário observar os benefícios e a adequação dos sistemas construtivos utilizados. Todo cuidado na seleção de materiais da tubulaçãoé feita a fim de mini- mizar possíveis erros que possam ocorrer ao qual o material possa causar qualquer agravamento. Dessa forma, devemos optar sempre pela escolha mais segura em observância com a norma. A vida útil dos materiais que serão empre- gados na execução do projeto varia muito, pois Descrição da Imagem: a imagem apresenta quatro tubos de cobre retos e três conectores em cobre. Figura 4 - Tubulação hidráulica de cobre são diferentes aspectos que contribuem, como o tipo de material e o cuidado que será empre- gado na manutenção e na utilização. Entre os materiais mais utilizados dentro dos projetos de água fria, pois temos diferentes tipos de acessó- rios em um projeto, como tubos e conexões e válvulas por exemplo, porém, os materiais que mais são utilizados são: Cloreto de polivinila (PVC rígido), aço galvanizado e cobre. É im- portante sempre se atentar à norma, pois ela apresenta alguns outros tipos de materiais ao qual recomenda a utilização. 53 UNIDADE 2 Segundo Carvalho Júnior (2013), a grande maioria das tubulações destinadas ao transporte de água potável são encontradas em tubos de plástico (PVC), que apresentam uma grande vantagem, o fato de serem imunes à corrosão. Provavelmente, você já deve ter visto tubos de PVC com grande frequência nas tubulações aparentes, pelo fato de ele ser o principal tubo adotado em construções residenciais, e, por encontrarmos uma diversidade grande de fabricantes, com algumas marcas um pouco mais conhecidas que outras, até pelo padrão de qualidade que apresentam. Por recomendação normativa, para projeto de instalações de água existe recomendação normati- va quanto ao tipo de material e sua aplicabilidade. A bitola deve ser obtida pelo cálculo de perda de pressão durante o percurso da tubulação do ponto de reserva (caixa d´água ou cisterna) até os pontos de consumo, e toda a geometria e os componentes envolvidos. Entre os mais comuns atualmente uti- lizados em hidráulica predial são: Nome Aplicação Características PVC - Policloreto de Vinila Um dos mais populares e comuns entre as opções de mercado e uti- lizado na maioria das construções por ser de baixo custo, principal- mente, quando a temperatura da água não excede 25ºC. Facilidade de instalação, como na soldagem a frio por cola específica em tubos e conexões; Recomendação de teste de estanqueidade (NBR 5626) deve ser feito 12 horas após as soldagens. CPVC - Policloreto de Vinila Clorado Versatilidade no uso para água quente e fria, baixa condutividade térmica e suporta temperatura de até 80ºC. Soldagens são realizadas a frio por cola adesiva específica. Recomendação de teste de estanqueidade (NBR 5626) deve ser feito 12 horas após as soldagens. PEX - Polietileno Reticulados Flexível Também apresenta versatilidade de uso tanto para transporte de água quente ou fria, porém de custo, re- lativamente, alto, considerando que possui alta resistência térmica e su- porta temperaturas de até 140ºC. O acoplamento entre tubo e conexão é feito por um equipamento que os une por meio de pressão, visto que seu material e formato assemelham-se a uma mangueira de jardim; sendo maleável, tem flexibilidade de curvaturas e facilidade de instalação. Tem pouco uso de conexões em curvas e uti- lizadas quando há necessidade de derivações e mudanças de sentido da tubulação. A vantagem é a sua flexibilidade, que facilita o acesso para eventuais manutenções, evitando quebras. PPR - Polipropileno Copolímero Random A união de tubos e conexões é feita por termofusão e elimina a necessi- dade de soldas, pasta, colas, evitan- do o risco de vazamentos, suporta temperatura de até 80ºC. Por possuir parede reforçada, mantém a tem- peratura do fluido, praticamente, constante durante todo o percurso. Quadro 2 - Tipos de materiais e sua aplicabilidade / Fonte: a autora. 54 UNICESUMAR http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=4274 http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=4274 Figura 5 - Tubulação de PVC Descrição da Imagem: a imagem apresenta um fundo de madeira e uma tubulação branca passando por cima dele, a tubulação está fazendo algumas curvas, e seu material é PVC. Agora, falaremos um pouco sobre as vantagens deste tipo de tubulação, o tubo de PVC. Como já falamos, possui muitos fa- bricantes, o que nos permite ter uma variabilidade muito grande no mercado na hora de escolher tanto em preço quanto em qua- lidade. Mas, além deste ponto, podemos citar como vantagens desse tipo de tubo: leveza e facilidade de transporte e manu- seio; durabilidade ilimitada; resistência à corrosão; facilidade de instalação; baixo custo e menor perda de carga. As principais desvantagens são: baixa resistência ao calor e degradação por exposição prolongada ao Sol. Já as principais desvantagens são: baixa resistência ao calor e degradação por exposição prolongada ao Sol (CARVALHO JÚNIOR, 2013). 55 UNIDADE 2 Outro tipo de tubulação que podemos citar são os tubos metálicos, que, assim como os tubos de PVC, apresentam van- tagens e desvantagens em relação ao seu uso. Carvalho Jú- nior (2013) diz que podemos citar como vantagens: maior resistência mecânica; menor deformação; resistência a altas temperaturas (não entram em combustão nas temperaturas usuais de incêndio). As desvantagens são: suscetíveis à corrosão; possibilidade de alteração das características físico-químicas da água pelo processo de corrosão e de outros resíduos; maior transmissão de ruídos ao longo dos tubos; maior perda de pres- são os tubos e conexões de ferro galvanizado, geralmente, são utilizados em instalações aparentes e nos sistemas hidráulicos de combate a incêndios. Nas instalações de água quente, os tubos e as conexões de cobre são mais facilmente encontrados, e este será um assunto de que falaremos nos próximos capítulos. Mas, apesar de ser mais comumente utilizado em águas quentes, também pode ser utilizado em água fria. Outro aspecto interessante sobre este tipo de tubulação é a respeito da economia que ele traz no dimensionamento, pois proporcionam menores diâmetros no dimensionamento, porém, é preciso analisar muito bem o projeto em questão visto que seu custo é maior que as de PVC. Você sabia que mesmo um projeto sendo feito com um mesmo tipo de material em suas tubulações, elas podem apresentar diferentes durabilidades? Isso ocorre, pois ela depende de diferentes fatores, como: junta utilizada, o meio ao qual o material foi exposto e natureza química, além do uso específico do material que contempla a temperatura do líquido que será transportado pela tubulação. Fonte: adaptado de Gedore (2016, on-line)1. 56 UNICESUMAR Independentemente do que o projetista escolher para as instalações, o material sempre deve ser verificado, assim como todos os outros pontos em conformidade com a NBR em questão. Uma dica interessante é, na hora da compra do material, verificar se eles possuem marcação com o número da norma da ABNT correspondente e a marca do fabricante. Figura 6 - Registro de aço galvanizado em péssimas condições devido à falta de manutenção Descrição da Imagem: ao centro, é possível observar um Registro de aço galvani- zado em péssimas condições, devido à falta de manutenção, confinado entre dois pedaços de madeira. Agora que você já conhece um pouco mais sobre os materiais disponí- veis e as tubulações de um modo geral, conheceremos qual a influên- cia delas nas pressões dos dispositivos e em seu dimensionamento. Você já teve a oportunidade de estar em uma obra no momento da instalação hidráulica? Que tal você visualizar um pouco mais a respeito de um projeto de instalações hidráulicas em 3D? Eu indico a animação a seguir para que você consiga se aproximar um pouco mais da realidade de projetos hidráulicos. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 57 UNIDADE 2 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6441 Após a escolha do material que será utilizado, o projetista precisa ponderar a instalação dos
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