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Eletrocardiograma e ausculta cardíaca

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PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA 
BLOCO HEMORRAGIA E CHOQUE 
TH 
 
Definição: 
 O eletrocardiograma consiste em um teste no qual é 
medido a atividade elétrica do coração. 
 Teste em repouso (estudo atual); 
 Teste Ergométrico; 
 Teste Holder (24h): O Holter cardíaco é 
um eletrocardiograma que grava os batimentos do 
coração durante um dia inteiro, cerca de 24 horas 
ou até mais, para ser lido e interpretado 
posteriormente pelo arritmologista que vai 
descrever se existe algum problema no ritmo 
cardíaco que necessite de tratamento. 
 O ECG configura-se como um somatório de todos os PA 
que surgem nos músculos cardíacos. 
ONDA P: 
 Surge através do estímulo gerado no nó sinusal que dissipa 
nas paredes dos átrios, gerando a despolarização das 
paredes dos átrios; ou seja, diz respeito a contração atrial. 
 A despolarização atrial gera a onda P que registra o 
estímulo que segue pelos feixes intermodais até o nó 
atrioventricular. Esse estímulo, por meio do feixe de Hills 
e das fibras de Purkinjie é transmitido até os ventrículos, 
de modo a despolariza-los. 
 
Intervalo P-Q ou P-R: 
 O tempo decorrido entre o início da onda P e o início do 
complexo QRS corresponde ao intervalo entre o começo 
da estimulação elétrica dos átrios e o começo da 
estimulação dos ventrículos. 
 Em síntese, esse intervalo corresponde ao tempo entre o 
início da despolarização dos átrios e o início da 
despolarização ventricular. 
 Esse intervalo dura 0,16 segundos 
 Com frequência, esse intervalo é chamado intervalo 
PR, porque é comum a onda. 
Complexo QRS: 
 É gerado pela ativação dos ventrículos, isto é, pela 
contração ventricular. 
 Desse modo, esse complexo QRS registra a despolarização 
ventricular. Após um tempo, ocorre a repolarização. 
 É produzido pelos potenciais gerados quando os 
ventrículos se despolarizam antes da sua contração; é 
enquanto a onda de despolarização se propaga pelos 
ventrículos → são ondas de despolarização. 
Segmento ST: 
 No caso de interpretação do ECG, deve ser avaliado sua 
linha de base (segmento PR), ou seja, se ele está na mesma 
altura do segmento PR. Desse modo, o segmento ST está 
ligado a patologias, de maneira que quando há: 
1. Deslocamento ST 2 quadradinhos para cima, em 
mais de duas derivações contínuas, ocorrem 
SUPRA DE ST. Essa realidade está ligada às 
patologias como o infarto do miocárdio. 
2. Deslocamento ST 2 2 quadradinhos para baixo: 
INFRA DE ST 
Intervalo Q-T 
 A contração do ventrículo dura aproximadamente do início 
da onda Q (ou da R, quando a onda Q está ausente) até o 
final da onda T. 
 Esse período é denominado intervalo Q-T (dura 0,35 
segundos). 
Onda T: 
 é produzida pelos potenciais gerados, enquanto os 
ventrículos se restabelecem do estado de despolarização 
→ é conhecida como onda de repolarização, ou seja, diz 
respeito ao relaxamento ventricular. 
 No caso de interpretação do ECG, deve-se avaliar a 
simetria da onda T. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO DO ECG NORMAL 
 Para interpretação do ECG normal deve-se, primeiramente, 
analisar o Ritmo Sinusal, que corresponde ao estado 
fisiológico cardíaco. 
1. FC entre 50 e 100 bpm (adulto) 
𝑭𝑪 = 
𝟏𝟓𝟎𝟎
𝑹𝑹
 
 Em que, RR diz respeito ao número de quadradinhos entre 
uma onda R e outra. 
 Por quê 1500? 
Eletrocardiograma 
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/ecg/
https://www.youtube.com/watch?v=PIyfkR7RNa4
PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA 
BLOCO HEMORRAGIA E CHOQUE 
TH 
 
 Frequência do filtro (papel) 60 ou 50Hz 
 Velocidade: 25mm/s 
 Desse modo, em 1 minuto (60s), a velocidade do papel será 
de 1500mm/s. 
 QRS → quadradinho 
2. Onda P seguida de QRS 
3. Onda P positiva em D1,D2, Avf, V5, V6 
4. Onda P negativa em AVR 
5. Intervalo RR regular 
Derivações do ECG 
 As derivações são ângulos diferentes de um mesmo 
estímulo que formará ondas com formatos diferentes. Cada 
morfologia tem formatos diferentes. 
 Por que há morfologia diferentes? Porque os 
eletrodos que geram as derivações foram 
colocados em pontos diferentes do corpo; eles 
visualizam a atividade elétrica/condição da forma 
diferente. 
 Derivações são as formas como são colocados e 
conectados os eletrodos exploradores no corpo para a 
captação e o registro dos potenciais de ação que acontecem 
no coração. 
 Eletrodo explorador: é o ponto de onde de detecta 
(visualiza o processo). 
 Eletrodo no braço esquerdo; 
 Eletrodo na perna esquerda; 
 Eletrodo torácico; 
 Eletrodo no braço direito; 
 Eletrodo na perna direita 
OBS: O eletrodo colocado na perna direita é desconsiderado. 
Consideramos como fio terra; serve para diminuir os artefatos 
do ECG. 
 Consideramos três eletrodos: 
1. Braço direito 
2. Braço esquerdo 
3. Perna esquerda 
Derivações Bipolares: 
São derivações formadas entre dois eletrodos. Em que, o (+) 
significa eletrodo explorador, aquele que visualiza. 
 D1: Formada pelo braço esquerdo (+) em relação ao braço 
direito (-) 
 O terminal negativo do eletrocardiógrafo é 
conectado ao braço direito, e o terminal positivo, 
ao braço esquerdo; 
 quando a área pela qual o braço direito se une ao 
tórax está eletronegativa, em relação a área pela 
qual o braço esquerdo se une ao tórax, o 
eletrocardiógrafo registra valor positivo. 
 Quando ocorre o oposto, o eletrocardiógrafo 
registra valor negativo. 
 D2: Formado pelo braço direito (-) em relação a perna 
esquerda (+) 
 O terminal negativo do eletrocardiógrafo é 
conectado ao braço direito, e o terminal positivo, 
à perna esquerda; quando o braço direito está 
negativo em relação à perna esquerda, o 
eletrocardiógrafo exibe positivo. 
 O eletrodo explorador está vendo o vetor 
resultante de despolarização dos átrios e 
ventrículos indo em direção a ele; 
 Onda P positiva é gerada quando o vetor de 
despolarização caminha em direção ao eletrodo 
explorador. 
 D3: Formado pelo braço esquerdo (-) em relação a perna 
esquerda (+) 
 O terminal negativo do eletrocardiógrafo é 
conectado ao braço esquerdo, e o terminal 
positivo, à perna esquerda. 
 Essa configuração significa que o 
eletrocardiógrafo apresentará registro positivo 
quando o braço esquerdo estiver negativo em 
relação à perna esquerda. 
Triângulo de Eithoven: 
 Dois braços e a perna esquerda formam os ápices de um 
triângulo que circunda o coração; 
 os dois ápices da parte superior do triângulo são os pontos 
pelos quais os dois braços se conectam eletricamente aos 
líquidos situados ao redor do coração, e o ápice inferior é 
o ponto pelo qual a perna esquerda se conecta a esses 
líquidos. 
 Lei de Einthoven: se os ECGs forem registrados 
simultaneamente nas três derivações dos membros, as 
somas dos potenciais registrados nas derivações I e III 
é igual ao potencial de derivação II. 
𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎çã𝑜 𝐼 + 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎çã𝑜 𝐼𝐼𝐼
= 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎çã𝑜 𝐼𝐼 
Derivações Unipolares: 
 É em relação ao centro do tórax; 
 AVR: (right) derivações formadas entre o centro do tórax 
e eletrodo que está no braço direito (+). 
 O eletrodo explorador ver a parte de trás do vetor 
resultante de despolarização dos átrios e dos 
ventrículos (ele vê a despolarização se afastando). 
 Onda negativa é gerada quando o vetor explorador ver 
o vetor resultante na parte de trás=onda P negativa, 
QRS negativa. 
 AVF: (foot) eletrodo explorador da perna esquerda (+) e o 
centro do tórax; 
 Vê a cabeça do vetor resultante de despolarização 
 Onda P e QRS positivos 
 AVL: (left) eletrodo explorador do braço esquerdo (+) e 
centro do tórax. 
 Eixo de despolarização: eixo resultante de despolarização 
dos átrios e dos ventrículos. 
Derivações precordiais: 
 Se formam por eletrodos colocados nos espaços 
intercostais. 
 V1: 4º espaço intercostal/paraesternal direito 
V2: 4º espaço intercostal/paraesternal esquerda 
 V3: metade do caminho entre V3 e V4. 
 V4: 5º espaço intercostal/ na linha médio clavicular 
esquerda 
 V5: 5º espaço intercostal/ na linha axilar anterior 
 V6: 5º espaço intercostal/ na linha axilar média. 
 
PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA 
BLOCO HEMORRAGIA E CHOQUE 
TH 
 
 
 
Definição: 
Corresponde à ausculta nos pontos cardíacos e das 
bulhas cardíacas com o auxílio do estetoscópio. 
1º bulha: 
É o primeiro som causado pelo fechamento das valvas A-
V (mitral e tricúspide), devido a contração ventricular → 
o timbre da vibração é baixo e com duração relativamente 
longa. 
 Enquanto os átrios se contarem, a onda de 
despolarização se move lentamente pelas células 
condutoras do nó A-V e, então, pelas fibras de 
Purkinje até o ápice do coração. 
 A sístole ventricular inicia no ápice do coração 
quando as bandas musculares em espiral empurram o 
sangue para cima em direção à base. 
 O sangue empurrado contra a porção inferir das 
valvas AV faz elas se fecharem, de modo que não haja 
refluxo para os átrios. 
 As vibrações seguintes ao fechamento das valvas AV 
geram a primeira bulha cardíaca, S1, o “tum” do 
“tum-tá”. 
2º bulha ou segundo som cardíaco: 
É o rápido estalido das valvas semilunares se fechando 
rapidamente, devido ao final da sístole → os tecidos 
circundantes vibram por curto período. 
 Quando os ventrículos relaxam, para que o sangue 
que está no interior da aorta e artéria pulmonar não 
retorne em direção ao ventrículo, as valvas 
semilunares se fecham (valva aórtica e da artéria 
pulmonar) 
 O coração contrai e relaxa durante um ciclo 
cardíaco 
 Sístole: músculo contrai; diástole: musculo relaxa; 
 O fluxo sanguíneo sai de uma área de 
maior pressão para uma área de menor 
pressão. 
OBS: 
 Entre a 1º e 2º bulha ocorre a sístole ventricular; 
 Entre a 2º e a 1º bulha ocorre a diástole 
ventricular 
 
Ciclo Cardíaco e o ECG. 
Coração em repouso: diástole atrial e ventricular 
 Nesse momento de relaxamento de todas as câmaras 
cardíacas, os átrios estão se enchendo com o sangue 
vindo das veias e os ventrículos acabaram de 
completar uma contração. 
 À medida que os ventrículos relaxam, as valvas AV 
se abrem e o sangue flu por ação da gravidade dos 
átrios para os ventrículos. 
 Os ventrículos relaxados expandem-se para 
acomodar o sangue que entre 
Término do enchimento ventricular – sístole atrial 
 O sangue entra nos ventrículos enquanto os átrios 
estão relaxados. 
 A sístole atrial inicia seguindo a onda de 
despolarização que percorre rapidamente os átrios. 
 A pressão aumentada que acompanha a contração 
empurra o sangue para dentro dos ventrículos. 
Contração ventricular precoce e primeira bulha 
cardíaca 
 Enquanto os átrios se contarem, a onda de 
despolarização se move lentamente pelas células 
condutoras do nó A-V e, então, pelas fibras de 
Purkinje até o ápice do coração. 
 A sístole ventricular inicia no ápice do coração 
quando as bandas musculares em espiral empurram o 
sangue para cima em direção à base. 
 O sangue empurrado contra a porção inferir das 
valvas AV as faz se fecharem, de modo que não haja 
refluxo para os átrios. 
 As vibrações seguintes ao fechamento das valvas AV 
geram a primeira bulha cardíaca, S1, o “tum” do 
“tum-tá”. 
 Contração ventricular isovolumétrica: com o 
fechamento das valvas AV, os ventrículos se 
contraem, mas o sangue não tem para onde ir; 
 
 
 
Ausculta 
C a r d í a c a 
PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA 
BLOCO HEMORRAGIA E CHOQUE 
TH 
 
A bomba cardíaca: ejeção ventricular 
 Quando os ventrículos contraem, eles geram pressão 
suficiente para abrir as válvulas semilunares e 
empurrar o sangue para as artérias. 
 A pressão gerada pela contração ventricular torna-se 
a força motriz para o fluxo sanguíneo. 
 O sangue com alta pressão é forçado pelas artérias, 
deslocando o sangue com baixa pressão que as 
preenche, empurrando-o ainda mais adiante na 
vasculatura. As valvas AV ficam fechada e os átrios 
ficam enchendo 
Relaxamento ventricular e a segunda bulha cardíaca 
 No final da ejeção ventricular, os ventrículos 
começam a repolarizar e a relaxar, diminuindo a 
pressão dentro dessas câmaras; 
 o fluxo sanguíneo retorna ao coração; esse fulho 
retrógado enche as cúspides em forma de taça das 
valvas semilunares, forçando-os ara a posição 
fechada. 
 As vibrações geradas pelo fechamento das valvas 
semilunares geram a segunda bulha cardíaca, S2, o 
“tá” do “tum-tá”;após o fechamento dessas valvas, os 
ventrículos se tornam câmaras isoladas. A valva AV 
fica fechada → relaxamento ventricular 
isovolumétrico (o volume dos ventrículos não 
muda). 
 
Pontos da Ausculta Cardíaca

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