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LIVRO SEGURANÇA EM LABORATÓRIO-1

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Organização Mundial da Saúde
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IÇÃO
O
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ISBN 92 4 254650 1
MANUAL DE
 SEGURANÇA BIOLÓGICA
 EM LABORATÓRIO
Terceira edição
Durante mais de 20 anos, desde que foi publicado em 1983, o Manual
de Segurança Biológica nos Laboratórios tem sido uma fonte de
orientações práticas sobre técnicas de segurança biológica para os
laboratórios de todos os níveis. Boas Técnicas de Microbiologia e a
utilização apropriada do equipamento de protecção por parte de um
pessoal bem formado continuam a ser os elementos fundamentais da
segurança biológica laboratorial. No entanto, a globalização, os
progressos consideráveis da tecnologia, a emergência de novas
doenças e as ameaças graves que constituem a utilização e libertação
intencionais de agentes microbiológicos e toxinas obrigaram a uma
revisão dos procedimentos em vigor. Nesta nova edição, o Manual foi
portanto alvo de uma ampla revisão e expansão do seu âmbito.
O Manual abrange agora a avaliação dos riscos e a utilização segura
da tecnologia de recombinação de ADN, e fornece igualmente
orientações para a fiscalização e certificação dos laboratórios. Foram
igualmente introduzidos conceitos de biosegurança e os mais recentes
regulamentos internacionais para o transporte de substâncias
infecciosas. Documentação sobre segurança em laboratórios de
unidades de saúde, publicada anteriormente pela OMS noutras
publicações, foi igualmente incorporada no Manual.
Esperamos que o Manual continue a estimular os países a introduzir
programas de segurança biológica e códigos nacionais de procedi-
mentos para o manuseamento seguro de materiais potencialmente
infecciosos.
Manual de segurança 
biológica em laboratório
Terceira edição
Organização Mundial da Saúde
Genebra
2004
Catalogação pela Biblioteca da OMS
Organização Mundial da Saúde
Manual de segurança biológica em laboratório – 3a edição
1.Confinamento de riscos biológicos – métodos 2.Laboratórios – padrões 3.Infecção
em laboratório – prevenção e controlo 4.Manuais I.Título.
ISBN 92 4 154650 6 (Classificação LC/NLM: QY 25) WHO/CDS/CSR/LYO/2004.11
Esta publicação foi apoiada com uma subvenção Grant/Cooperative Agreement Number
U50/CCU012445-08 dos Centros para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), Atlanta, GA,
EUA. A responsabilidade pelas informações contidas nesta publicação cabe exclusivamente aos seus
autores e não representam necessariamente o ponto de vista oficial dos CDC.
© Organização Mundial da Saúde 2004
Todos os direitos reservados. As publicações da Organização Mundial da Saúde podem ser pedidas a:
Marketing e Divulgação, Organização Mundial da Saúde, 20 Avenue Appia, 1211 Genebra 27, Suíça (Tel:
+41 22 791 2476; fax: +41 22 791 4857; e-mail: bookorder@who.int). Os pedidos de autorização para 
reprodução ou tradução das publicações da OMS – para venda ou para distribuição não comercial – devem
ser endereçados a Publicações, mesmo endereço (fax: +41 22 791 4806; E-mail: permissions@who.int).
As denominações utilizadas nesta publicação e a apresentação do material nela contido não significam,
por parte da Organização Mundial da Saúde, nenhum julgamento sobre o estatuto jurídico de qualquer
país, território, cidade ou zona, nem de suas autoridades, nem tão pouco questões de demarcação de suas
fronteiras ou limites. As linhas ponteadas nos mapas representam fronteiras aproximativas sobre as quais
pode ainda não existir acordo completo.
A menção de determinadas companhias ou do nome comercial de certos produtos não implica que a 
Organização Mundial da Saúde os aprove ou recomende, dando-lhes preferência a outros análogos não
mencionados. Com excepção de erros ou omissões, uma letra maiúscula inicial indica que se trata dum
produto de marca registado.
A Organização Mundial da Saúde não garante que as informações contidas nesta publicação sejam 
completas e correctas e não pode ser responsável por qualquer prejuízo resultante da sua utilização.
Desenhado por minimum graphics
Impresso em Malta
Prefácio viii
Agradecimentos ix
1. Princípios gerais 1
Introdução 1
PARTE I. Directivas de segurança biológica 5
2. Avaliação dos riscos microbiológicos 7
Espécimes sobre os quais se dispõe de informações limitadas 8
Avaliação de riscos e microrganismos geneticamente modificados 8
3. Laboratórios de base – Níveis 1 e 2 de segurança biológica 9
Código de práticas 9
Concepção e instalações do laboratório 12
Equipamento laboratorial 14
Vigilância médica do pessoal 16
Formação 17
Manuseamento de resíduos 18
Segurança química, eléctrica, do equipamento e contra incêndios e 
radiações 20
4. Laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica 21
Código de práticas 21
Concepção e instalações do laboratório 22
Equipamento laboratorial 23
Vigilância médica do pessoal 23
5. Laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segurança biológica 26
Código de práticas 26
Concepção e instalações do laboratório 26
6. Instalações laboratoriais para animais 30
Instalação para animais – Nível 1 de segurança biológica 31
• iii •
Índice
Instalação para animais – Nível 2 de segurança biológica 31
Instalação para animais – Nível 3 de segurança biológica 32
Instalação para animais – Nível 4 de segurança biológica 33
Invertebrados 34
7. Directivas para a fiscalização da construção de instalações 
laboratoriais 36
8. Directivas para a certificação de instalações laboratoriais 39
PARTE II. Directivas de protecção biológica 47
9. Conceitos de protecção biológica em laboratório 49
PARTE III. Equipamento de laboratório 51
10. Câmaras de segurança biológica 53
Câmara de segurança biológica – Classe I 53
Câmaras de segurança biológica – Classe II 55
Câmara de segurança biológica – Classe III 57
Ligações de ar da câmara de segurança biológica 59
Escolha de uma câmara de segurança biológica 59
Utilização de câmaras de segurança biológica em laboratório 59
11. Equipamento de segurança 64
Isoladores de pressão negativa em plástico flexível 64
Material de pipetar 66
Homogeneizadores, batedores, misturadores e geradores de ultra-sons 67
Ansas descartáveis 67
Microincineradores 67
Equipamento e roupa de protecção pessoal 67
PARTE IV. Boas técnicas microbiológicas 71
12. Técnicas de laboratório 73
Manipulação segura de amostras em laboratório 73
Uso de pipetas e meios de pipetar 74
Evitar a dispersão de materiais infecciosos 74
Utilização de câmaras de segurança biológica 75
Evitar a ingestão de material infeccioso e o contacto com a pele e os olhos 75
Evitar a inoculação de material infeccioso 76
Separação de soro 76
Utilização de centrifugadoras 76
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• iv •
Utilização de homogeneizadores, batedores, misturadores e geradores 
de ultra-sons 77
Utilização de separadores de tecidos 78
Manutenção e utilização de frigoríficos e congeladores 78
Abertura de ampolas contendo material infeccioso liofilizado 78
Armazenagem de ampolas contendo material infeccioso 79
Precauções de base com sangue e outros fluidos, tecidos e excreções 
orgânicos 79
Precauções a ter com materiais podendo conter priões 80
13. Planos de emergência e medidas a tomar 83
Plano de emergência 83
Medidas de emergência em laboratórios microbiológicos 84
14. Desinfecção e esterilização 87
Definições 87
Limpar materiais de laboratório 88
Germicidas químicos 88
Descontaminação do meio ambiente local 94
Descontaminação de câmaras de segurança biológica 95
Lavagem/descontaminação das mãos 95
Desinfecção e esterilização pelo calor 96
Incineração 98
Eliminação 99
15. Introdução ao transporte de substâncias infecciosas 100
Regulamentos internacionais sobre transportes 100
O sistema básico de embalagem tripla 101
Processo de limpeza de derrames 101
PARTE V. Introdução a biotecnologias 105
16. Segurança biológica e tecnologia de recombinação de ADN 107
Considerações de segurança biológica para sistemas de expressão 
biológica 108
Considerações de segurança biológica para vectores de expressão 108
Vectores virais para transferênciade genes 108
Animais transgénicos e “knock-out” 108
Plantas transgénicas 109
Avaliações de risco para organismos geneticamente modificados 109
Outras considerações 110
ÍNDICE
• v •
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• vi •
PARTE VI. Segurança em relação a produtos químicos, incêndio 
e electricidade 113
17. Produtos químicos perigosos 115
Vias de exposição 115
Armazenagem de produtos químicos 115
Regras gerais relativas a incompatibilidades químicas 115
Efeitos tóxicos dos produtos químicos 115
Produtos químicos explosivos 116
Derrames de produtos químicos 116
Gazes comprimidos e liquefeitos 117
18. Outros tipos de risco em laboratório 118
Risco de incêndio 118
Riscos eléctricos 119
Ruído 119
Radiações ionizantes 120
PARTE VII. Segurança: organização e formação 123
19. Responsável da segurança biológica e comissão de segurança 
biológica 125
Responsável da segurança biológica 125
Comissão de segurança biológica 126
20. Segurança do pessoal auxiliar 128
Serviços de manutenção de aparelhos e instalações 128
Serviços de limpeza 128
21. Programas de formação 129
PARTE VIII. Lista de controlo de segurança 131
22. Lista de controlo de segurança 133
Locais 133
Armazenagem 133
Saneamento e instalações para o pessoal 134
Aquecimento e ventilação 134
Iluminação 134
Serviços 134
Segurança 135
Prevenção e protecção contra incêndios 135
Armazenagem de líquidos inflamáveis 136
ÍNDICE
• vii •
Gases comprimidos e liquefeitos 136
Riscos eléctricos 137
Protecção individual 137
Saúde e segurança do pessoal 137
Equipamento de laboratório 138
Materiais infecciosos 138
Produtos químicos e substâncias radioactivas 139
PARTE IX. Referências, anexos e índex 141
Referências 143
Anexo 1 Primeiros socorros 146
Anexo 2 Vacinação do pessoal 147
Anexo 3 Centros Colaboradores da OMS para a Segurança Biológica 148
Anexo 4 Segurança na utilização do equipamento 149
Equipamento capaz de criar riscos 149
Anexo 5 Produtos químicos: perigos e precauções 153
Índice remissivo 195
Prefácio
• viii •
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece há muito tempo que a segurança, e
particularmente a segurança biológica, são questões importantes a nível internacional; a
primeira edição do Manual de Segurança Biológica em Laboratório foi publicada em
1983. Este manual estimulava os países a aceitar e introduzir conceitos básicos de segu-
rança biológica e a elaborar códigos nacionais de procedimentos para um manuseamento
seguro dos microrganismos patogénicos nos laboratórios dentro dos seus territórios.
Desde essa data (1983), numerosos países têm utilizado as orientações fornecidas no
manual para elaborar os referidos códigos. Em 1993 foi publicada a segunda edição.
Nesta terceira edição do manual, a OMS continua a desempenhar o seu papel de lid-
erança internacional no campo da segurança, ao abordar as questões de protecção e de
segurança biológicas, que temos de enfrentar no novo milénio. Nesta terceira edição sub-
linha-se devidamente a importância da responsabilidade pessoal; acrescentaram-se novos
capítulos sobre a avaliação dos riscos, a utilização segura da tecnologia ADN recombi-
nante e o transporte de materiais infecciosos. Os recentes acontecimentos mundiais rev-
elaram novas ameaças à saúde pública, através da utilização e libertação intencionais de
agentes microbiológicos e toxinas; em consequência, nesta edição introduziram-se con-
ceitos de protecção biológica – protecção dos recursos biológicos contra roubo, perda ou
desvio que possam levar à utilização inapropriada desses agentes como ameaça à saúde
pública. Esta nova edição engloba igualmente informações sobre segurança extraídas da
publicação da OMS “Safety in Health Care Laboratories” (1997).
A terceira edição do Manual da OMS sobre Segurança Biológica em Laboratórios
é uma referência útil e um guia para os países que aceitam o desafio de elaborar e
estabelecer códigos nacionais de procedimentos para um manuseamento seguro dos
recursos microbiológicos, assegurando simultaneamente a sua disponibilidade para
fins clínicos, epidemiológicos e de investigação.
Dr. A. Asamoa-Baah
Director-Geral Adjunto
Doenças Transmissíveis
Organização Mundial de Saúde
Genebra – Suíça
Agradecimentos
• ix •
A elaboração desta terceira edição do Manual de Segurança Biológica em Laboratório
foi possível graças às competências das pessoas a seguir nomeadas e a quem apresen-
tamos os nossos profundos agradecimentos:
Dr. W. Emmett Barkley, Howard Hughes Medical Institute, Chevy Chase, MD,
USA
Dr. Murray L. Cohen, Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, GA, USA
(reformado)
Dr. Ingegerd Kallings, Swedish Institute of Infectious Disease Control, Stockholm,
Sweden
Sra. Mary Ellen Kennedy, Consultant in Biosafety, Ashton, Ontario, Canada
Sra. Margery Kennett, Victorian Infectious Diseases Reference Laboratory, North 
Melbourne, Australia (reformada)
Dr. Richard Knudsen, Office of Health and Safety, Centers for Disease Control and
Prevention, Atlanta, GA, USA
Dra. Nicoletta Previsani, Biosafety programme, World Health Organization, Geneva,
Switzerland
Dr. Jonathan Richmond, Office of Health and Safety, Centers for Disease Control and
Prevention, Atlanta, GA, USA (reformado)
Dr. Syed A. Sattar, Faculty of Medicine, University of Ottawa, Ontario, Canada
Dra. Deborah E. Wilson, Division of Occupational Health and Safety, Office of
Research Services, National Institutes of Health, Department of Health and Human
Services, Washington, DC, USA
Dr. Riccardo Wittek, Institute of Animal Biology, University of Lausanne, Lausanne,
Switzerland
Também agradecemos a ajuda das seguintes pessoas:
Sra. Maureen Best, Office of Laboratory Security, Health Canada, Ottawa, Canada
Dr. Mike Catton, Victorian Infectious Diseases Reference Laboratory, North 
Melbourne, Australia
Dr. Shanna Nebsy, Office of Health and Safety, Centers for Disease Control and 
Prevention, Atlanta, GA, USA
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• x •
Dr. Stefan Wagener, Canadian Science Centre for Human and Animal Health,
Winnipeg, Canada
Os autores e os revisores também desejam agradecer aos numerosos especialistas que
contribuiram para a primeira e segunda edições do Manual de Segurança Biológica em
Laboratório assim como para a publicação da OMS Safety in health-care laboratories
(1997).
• 1 •
1. Princípios gerais
Introdução
Neste manual, faz-se referência aos perigos relativos de microrganismos infecciosos, por
grupos de risco (Grupos de Risco 1, 2, 3 e 4 da OMS). Esta classificação só deve ser 
utilizada em trabalho laboratorial.No quadro a seguir descrevem-se os grupos de risco.
Quadro 1. Classificação de microrganismos infecciosos por grupo de risco
Grupo de Risco 1 (nenhum ou baixo risco individual e colectivo)
Um microrganismo que provavelmente não pode causar doença no homem ou num animal.
Grupo de Risco 2 (risco individual moderado, risco colectivo baixo)
Um agente patogénico que pode causar uma doença no homem ou no animal, mas que é
improvável que constitua um perigo grave para o pessoal dos laboratórios, a comunidade, 
o gado ou o ambiente. A exposição a agentes infecciosos no laboratório pode causar uma
infecção grave, mas existe um tratamento eficaz e medidas de prevenção e o risco de propagação
de infecção é limitado.
Grupo de Risco 3 (alto risco individual, baixo risco colectivo)
Um agente patogénico que causa geralmente uma doença grave no homem ou no animal, mas
que não se propaga habitualmente de uma pessoa a outra. Existe um tratamento eficaz, bem
como medidas de prevenção.
Grupo de Risco 4 (alto risco individual e colectivo)
Um agente patogénico que causa geralmente uma doença grave no homem ou no animal e que
se pode transmitir facilmente de uma pessoa para outra, directa ou indirectamente. Nem sempre
está disponível um tratamento eficaz ou medidas de prevenção.
As instalações laboratoriais designam-se por: laboratório de base – Nível 1 de segu-
rança biológica; laboratório de base – Nível 2 de segurança biológica, de confinamento– Nível 3 de segurança biológica, de confinamento máximo – Nível 4 de segurança
biológica. Estas designações baseiam-se num conjunto de características de concepção,
estruturas de confinamento, equipamento, práticas e normas operacionais necessárias
para trabalhar com agentes de diversos grupos de risco. No quadro 2 relacionam-se
mas não se « equacionam » os grupos de risco aos níveis de segurança biológica dos 
laboratórios que devem trabalhar com os organismos em cada grupo de risco.
Os países (regiões) devem estabelecer uma classificação nacional (regional) dos
microrganismos, por grupo de risco, levando em consideração:
1. A patogenicidade do organismo
2. O modo de transmissão e raio de acção do organismo. Estes podem ser influen-
ciados pelos níveis de imunidade da população local, pela densidade e movi-
mentos da população atingida, pela presença de vectores apropriados e normas de
higiene ambiental.
3. A disponibilidade local de medidas de prevenção eficazes, nomeadamente: profi-
laxia por vacinação ou administração de antisoros (vacinação passiva); medidas
sanitárias (higiene dos alimentos e da água); controlo de reservatórios animais ou
vectores artrópodes.
4. A disponibilidade local de tratamento eficaz, nomeadamente vacinação passiva,
vacinação pós-exposição e utilização de agentes antimicrobianos, antivirais e
quimioterapêuticos, levando em consideração a possibilidade de emergência de
estirpes resistentes aos medicamentos.
A atribuição do nível de segurança biológica a um agente num trabalho laboratorial
deve basear-se numa avaliação dos riscos. Esta avaliação deve levar em conta o grupo
de risco e outros factores ao determinar o nível apropriado de segurança biológica.
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 2 •
Quadro 2. Relação dos grupos de risco com níveis de segurança biológica, 
práticas e equipamento
GRUPO NÍVEL DE TIPO DE PRÁTICAS DE EQUIPAMENTO DE
DE SEGURANÇA LABORATÓRIO LABORATÓRIO PROTECÇÃO
RISCO BIOLÓGICA
1 Básico – Ensino básico, BTM Nenhum; mesa/
Nível 1 de pesquisa bancada de trabalho
segurança
biológica
2 Básico – Serviços básicos BTM e fatos de Bancada de trabalho 
Nível 2 de de saúde; serviços protecção, sinal e CSB para aerossóis 
segurança de diagnóstico, de perigo potenciais
biológica pesquisa biológico
3 Confinamento – Serviços especiais Como Nível 2, mais CSB e/ou outros 
Nível 3 de de diagnóstico, roupa especial, dispositivos primários 
segurança pesquisa acesso controlado, para todas as
biológica ventilação dirigida actividades
4 Confinamento Serviço de Como Nível 3, mais CSB classe III ou fatos 
máximo – manipulação de entrada hermética, de pressão positiva 
Nível 4 de agentes saída com duche, em conjunto com CSB 
segurança patogénicos eliminação especial classe II, autoclave 
biológica perigosos de resíduos duas portas (através 
da parede), ar filtrado
CSB – Câmaras de segurança biológica.
BTM – Boas Técnicas de Microbiologia (ver Parte IV deste Manual).
1. PRINCÍPIOS GERAIS
• 3 •
Por exemplo, um agente afectado no Grupo de Risco 2 precisa, de um modo geral, de
instalações, equipamento, práticas e normas de segurança biológica de Nível 2 para
realizar o seu trabalho em segurança. Contudo, se determinadas experiências exigirem
a geração de aerossóis de alta concentração, o Nível 3 de segurança biológica pode ser
mais apropriado para dar o grau de segurança necessário, visto que assegura uma
maior confinamento de aerossóis no ambiente de trabalho do laboratório. O nível de
segurança biológica atribuída a um determinado trabalho deve depender de uma
avaliação profissional baseada numa estimação dos riscos, em vez da atribuição
automática de um nível laboratorial de segurança biológica, de acordo com a desig-
nação do grupo de risco atribuído ao agente patogénico a utilizar (ver Capítulo 2).
O Quadro 3 resume as instalações e equipamentos necessários para os 4 níveis de
segurança biológica.
Quadro 3. Resumo dos requisitos para os diversos níveis de segurança biológica
NÍVEL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
1 2 3 4
Isolamentoa do laboratório Não Não Sim Sim
Sala selada para descontaminação Não Não Sim Sim
Ventilação:
— Adução do ar Não Desejável Sim Sim
— Sistema ventilação controlada Não Desejável Sim Sim
— Exaustor com filtro HEPA* Não Não Sim/Nãob Sim
Entrada com porta dupla Não Não Sim Sim
Câmara de vácuo Não Não Não Sim
Câmara de vácuo com duche Não Não Não Sim
Antecâmara Não Não Sim —
Antecâmara com duche Não Não Sim/Nãoc Não
Tratamento dos efluentes Não Não Sim/Nãoc Sim
Autoclave
— in loco Não Desejável Sim Sim
— numa sala do laboratório Não Não Desejável Sim
— de duas portas Não Não Desejável Sim
Câmaras de segurança biológica Não Desejável Sim Sim
Meios de monitorização da Não Não Desejável Sim
protecção do pessoald
a Isolamento ambiental e funcional do trânsito em geral.
b Segundo a localização do exaustor (ver Capítulo 4).
c Dependente dos agentes utilizados no laboratório.
d Por exemplo, janela, circuito fechado de televisão, comunicação em dois sentidos.
* Ar particulado de alta eficiência.
A atribuição do nível de segurança biológica leva em consideração o organismo
(agente patogénico) utilizado, as instalações disponíveis, bem como o equipamento,
práticas e normas necessárias para trabalhar, com segurança, no laboratório.
PARTE I
Directivas de 
segurança biológica
2. Avaliação dos riscos
microbiológicos
• 7 •
A pedra angular da prática da segurança biológica é a avaliação dos riscos. Embora
existam vários meios para ajudar a avaliar os riscos inerentes a uma determinada expe-
riência ou processo, a componente mais importante é a ponderação profissional. A
avaliação dos riscos deve ser efectuada pelas pessoas mais familiares com as caracterís-
ticas específicas dos eventuais organismos, normas, equipamento e modelos animais a
utilizar, bem como do equipamento de confinamento e instalações disponíveis. O direc-
tor do laboratório ou o investigador principal deve assegurar-se da realização de avali-
ações de riscos adequadas e atempadas e trabalhar em ligação estreita com a comissão
de segurança e o pessoal da instituição, a fim de assegurar a disponibilidade de equipa-
mento e instalações apropriadas para apoiar as actividades em questão. Uma vez efec-
tuadas, as avaliações dos riscos devem ser reanalisadas de tempos a tempos e revistas
sempre que necessário, tendo em consideração novos dados que tenham um impacto
no grau de risco, bem como novas informações pertinentes da literatura científica.
Um dos instrumentos disponíveis mais úteis para efectuar uma avaliação dos riscos
microbiológicos é a elaboração de uma lista dos grupos de risco por agentes microbiológi-
cos (ver Capítulo 1). Contudo, a simples referência a um grupo de risco é insuficiente para
realizar uma avaliação de riscos. Outros factores devem ser considerados, nomeadamente:
1. Patogenicidade do agente e dose infecciosa
2. Resultado potencial da exposição
3. Via natural da infecção
4. Outras vias de infecção, resultantes de manipulações laboratoriais (parentéricas,
via aérea, ingestão)
5. Estabilidade do agente no ambiente
6. Concentração do agente e volume do material concentrado a manipular
7. Presença de um hospedeiro apropriado (humano ou animal)
8. Informação disponível de estudos sobre animais e relatórios de infecções 
adquiridas em laboratórios ou relatórios clínicos
9. Actividade laboratorial planeada (geração de ultra-sons, produção de aerossóis,
centrifugação, etc.)
10. Qualquer manipulação genética do organismo que possa alargar o raio de acção
do agente ou alterar a sensibilidade do agente a regimes de tratamento eficazes
conhecidos (Ver Capítulo 16)
11. Disponibilidade local de profilaxia eficaz ou intervenções terapêuticas.
De acordo com a informação obtida durante a avaliação dos riscos, pode atribuir-se
um nível de segurança biológica à actividade planeada, seleccionar o equipamento 
de protecção pessoal apropriado e conceber normas-padrão de procedimento
englobando outras intervenções de segurança, a fim de assegurara realização mais
segura possível da referida actividade.
Espécimes sobre os quais se dispõe de informações limitadas
O processo de avaliação dos riscos descrito atrás funciona bem quando está disponível
uma informação adequada. Porém, há situações em que a informação é insuficiente
para efectuar uma avaliação de riscos adequada, por exemplo, no caso de amostras
clínicas ou epidemiológicas colhidas no terreno. Nestes casos, é aconselhável adoptar
uma abordagem prudente na sua manipulação.
1. Respeitar sempre as precauções-padrão (2) e utilizar protecções (luvas, batas,
óculos) nos casos de amostras colhidas em pacientes.
2. As normas e procedimentos de confinamento básico – Nível 2 de segurança 
biológica são o requisito mínimo para manusear amostras.
3. O transporte de amostras deve obedecer às regras e regulamentos nacionais e/ou
internacionais.
Certas informações podem ajudar a determinar o risco de manuseamento destes
espécimes:
1. Dados médicos sobre o doente
2. Dados epidemiológicos (sobre morbilidade e mortalidade, via provável de trans-
missão, outros dados de investigação sobre o surto)
3. Informações sobre a origem geográfica do espécime.
Nos casos de surtos de doença de etiologia não conhecida, podem ser elaboradas e
enviadas pela Internet (www) directivas ad hoc apropriadas, tanto pelas autoridades
nacionais competentes como pela OMS (como foi o caso durante a emergência do
síndroma respiratório agudo (SARS) em 2003) indicando como embalar as amostras
para transporte e o nível de segurança biológica necessária para análise das mesmas.
Avaliação de riscos e microrganismos geneticamente modificados
No Capítulo 16 encontra-se uma análise detalhada sobre avaliação de riscos e 
organismos geneticamente modificados (OGM).
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 8 •
• 9 •
3. Laboratórios de base – 
Níveis 1 e 2 de segurança
biológica
Neste manual, as orientações e recomendações apresentadas como requisitos mínimos
para os laboratórios de todos os níveis de segurança biológica visam microrganismos
nos Grupos de Risco 1 a 4. Embora algumas precauções possam parecer desnecessárias
para alguns organismos no Grupo de Risco 1, elas são desejáveis para efeitos de 
formação, tendo em vista promover Boas (seguras) Técnicas de Microbiologia 
(BTM).
Os laboratórios para diagnósticos e cuidados de saúde (saúde pública, clínicos ou
hospitalares) devem todos ser concebidos para o Nível 2 de segurança biológica, no
mínimo. Dado que nenhum laboratório tem um controlo total dos espécimes que
recebe, os agentes laboratoriais podem ficar expostos a organismos em grupos de risco
mais elevado do que o previsto. Esta possibilidade tem de ser levada em conta na 
elaboração dos planos e políticas de segurança biológica. Em certos países, os labo-
ratórios clínicos têm de estar oficialmente acreditados. De um modo geral, devem
adoptar-se e utilizar-se sempre as precauções-padrão (2).
As directivas para laboratórios de base – Níveis 1 e 2 de segurança biológica 
aqui apresentadas são abrangentes e detalhadas, dado que são fundamentais para os
laboratórios de todos os níveis de segurança biológica. Para os laboratórios de 
confinamento – Nível 3 de segurança biológica, e laboratórios de confinamento
máximo – Nível 4, estas directivas foram alvo de modificações e acréscimos tendo em
conta o trabalho com agentes patogénicos especialmente perigosos (ver Capítulos 4 e
5 a seguir).
Código de práticas
Este código é uma lista das práticas e normas laboratoriais mais essenciais que estão
na base das BTM. Em muitos laboratórios e programas nacionais para laboratórios,
pode servir para elaborar práticas e normas escritas para actividades laboratoriais
seguras.
Cada laboratório deve adoptar um manual de segurança ou de trabalho, que iden-
tifique perigos conhecidos e potenciais e que especifique as práticas e as normas para
eliminar ou minimizar esses perigos. As BTM são fundamentais para a segurança 
dos laboratórios. O equipamento laboratorial especializado é um suplemento dessa
segurança, mas não pode substituir as normas apropriadas. A seguir se descrevem os
conceitos mais importantes.
Acesso
1. O símbolo e o sinal internacionais de risco biológico (Ilustração 1) devem estar
expostos nas portas das salas onde se estão a manusear microrganismos do Grupo
de Risco 2 ou acima.
2. Só o pessoal autorizado deve entrar nas áreas de trabalho do laboratório.
3. As portas do laboratório devem permanecer fechadas.
4. As crianças não devem poder nem ser autorizadas a entrar nas áreas de trabalho
do laboratório.
5. O acesso aos compartimentos de animais requer autorização especial.
6. Nenhum animal deve entrar no laboratório, além dos que se inserem nas activi-
dades do mesmo.
Protecção individual
1. Devem utilizar-se sempre capas, batas ou fatos nos trabalhos de laboratório.
2. Devem utilizar-se luvas apropriadas em todos os trabalhos que impliquem con-
tacto directo ou acidental com sangue, fluidos corporais, materiais potencialmente
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 10 •
RISCO BIOLÓGICO
ENTRADA RESERVADA A PESSOAL AUTORIZADO
Nível de segurança biológica : ______________________
Investigador responsável : _________________________
Contacto em caso de emergência : ___________________
Telefone de dia : _______________________________
Telefone privado : _______________________________
A autorização para entrar deve ser pedida ao investigador
responsável acima nomeado
Ilustração 1. Sinal de risco biológico a afixar nas portas do laboratório
infecciosos ou animais infectados. Após utilização, devem tirar-se as luvas de
forma asséptica e lavar bem as mãos.
3. O pessoal deve lavar as mãos após manusear material infeccioso e animais, e antes
de sair das áreas de trabalho do laboratório.
4. Devem utilizar-se óculos de segurança, viseiras ou outros dispositivos de pro-
tecção, sempre que for necessário proteger os olhos e a cara de salpicos, impactos
de objectos e raios artificiais ultravioleta.
5. É proibido utilizar roupa de protecção laboratorial fora do laboratório (cantina,
cafetaria, escritórios, biblioteca, salas do pessoal e quartos de banho).
6. Sandálias e chinelos não devem ser utilizados nos laboratórios.
7. É proibido comer, beber, fumar, maquilhar-se e pôr lentes de contacto nas áreas
de trabalho do laboratório.
8. É proibido guardar comidas e bebidas nas áreas de trabalho do laboratório.
9. A roupa de protecção laboratorial utilizada no laboratório não deve ser guardada
nos mesmos cacifos ou armários da roupa normal.
Normas
1. Pipetar com a boca deve ser imperiosamente proibido.
2. Nenhum material deve ser colocado na boca. Não lamber rótulos.
3. Todos os procedimentos técnicos devem ser efectuados de forma a minimizar a
formação de aerossóis e gotículas.
4. A utilização de agulhas e seringas hipodérmicas deve ser limitada; estas não devem
ser utilizadas como substitutos de pipetas ou qualquer outro fim, além de injecções
parentéricas ou aspiração de fluidos de animais de laboratório.
5. Qualquer derrame, acidente, exposição efectiva ou potencial a materiais infec-
ciosos deve ser notificado ao supervisor do laboratório. Deve manter-se um registo
escrito de tais acidentes e incidentes.
6. Devem ser elaboradas normas escritas para a limpeza destes derrames e devida-
mente aplicadas.
7. Os líquidos contaminados devem ser (química ou fisicamente) descontaminados
antes de serem lançados nos esgotos sanitários. Pode ser necessário um sistema 
de tratamento de efluentes, segundo a avaliação de riscos do agente (ou agentes)
manuseado.
8. Os documentos escritos susceptíveis de saírem do laboratório precisam de ser 
protegidos de contaminação dentro do laboratório.
Áreas de trabalho do laboratório
1. O laboratório deve estar arrumado, limpo e sem materiais que não sejam perti-
nentes para as suas actividades.
2. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas após qualquer derrame 
de material potencialmente perigoso e no fim de um dia de trabalho.
3. LABORATÓRIOSDE BASE – NÍVEIS 1 E 2 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 11 •
3. Todos os materiais contaminados, espécimes e culturas devem ser descontamina-
dos antes de serem ejectados ou limpos para reutilização.
4. A embalagem e o transporte devem obedecer aos regulamentos nacionais e/ou
internacionais pertinentes.
5. Se as janelas forem de abrir, devem ter redes de protecção contra artrópodes.
Controlo da segurança biológica
1. O director do laboratório (a pessoa que tem a responsabilidade directa do labo-
ratório) é responsável pela elaboração e adopção de um plano de controlo da 
segurança biológica e de um manual de segurança ou de operações.
2. O supervisor do laboratório (que depende do director do laboratório) deve assegurar-
se de que o pessoal recebe uma formação regular em segurança laboratorial.
3. O pessoal deve ser alertado para os perigos especiais e deve ler o manual de segu-
rança ou de operações e seguir as práticas e normas-padrão. O supervisor deve
assegurar-se de que o pessoal compreende bem estas instruções. Um exemplar do
manual de segurança deve estar disponível no laboratório.
4. O laboratório deve ter um programa de controlo de artrópodes e roedores.
5. O pessoal deve dispor de observação médica, vigilância e tratamento adequados,
sempre que necessário, devendo assegurar-se a manutenção do historial médico.
Concepção e instalações do laboratório
Ao conceber um laboratório e atribuir-lhe um determinado número de actividades,
deve prestar-se uma atenção especial às condições susceptíveis de provocar problemas
de segurança nomeadamente:
1. Formação de aerossóis
2. Actividades com grandes volumes e/ou altas concentrações de microrganismos
3. Sobrelotação de pessoal e equipamento
4. Infestação de roedores e artrópodes
5. Entradas não autorizadas
6. Fluxo de trabalho: utilização de amostras e reagentes específicos.
Nas ilustrações 2 e 3 a seguir, mostram-se exemplos de concepções de laboratórios
para os Níveis 1 e 2 de segurança biológica.
Características
1. Espaço amplo para empreender as actividades laboratoriais de forma segura, bem
como para a limpeza e manutenção.
2. As paredes, o tecto e o pavimento devem ser lisos, fáceis de limpar, impermeáveis
e resistentes a produtos químicos e desinfectantes normalmente utilizados em 
laboratórios. O pavimento deve ser anti-derrapante.
3. As bancadas devem ser impermeáveis e resistentes a desinfectantes, ácidos, álcalis,
solventes orgânicos e calor moderado.
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 12 •
4. A iluminação deve ser adequada a todas as actividades; devem evitar-se reflexos e
brilho indesejáveis.
5. O mobiliário deve ser robusto. O espaço entre e debaixo de bancadas, câmaras e
equipamentos deve ser acessível para a limpeza.
6. O espaço de armazenamento deve ser apropriado para guardar o material de uso
corrente e evitar assim amontoados nas bancadas e passagens. Deve igualmente
prever-se um espaço de armazenagem a longo prazo, convenientemente localizado
fora da área de trabalho do laboratório.
7. Deve igualmente prever-se espaço e meios para um manuseamento seguro e
armazenagem de solventes, material radioactivo e gás comprimido e liquefeito.
8. Devem existir instalações, fora da área de trabalho do laboratório, para guardar
roupas e objectos pessoais.
9. Devem igualmente existir, fora da área de trabalho do laboratório, instalações para
comer, beber e descansar.
3. LABORATÓRIOS DE BASE – NÍVEIS 1 E 2 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 13 •
Ilustração 2. Laboratório típico para o Nível 1 de segurança biológica
(gráficos gentilmente cedidas por CUH2A, Princeton, NJ, EUA)
10. Em cada sala de laboratório deve existir um lavatório, se possível com água 
corrente, e de preferência perto da porta de saída.
11. As portas devem ter painéis transparentes, protecção anti-fogo adequada e de
preferência um sistema de fecho automático.
12. No Nível 2 de segurança biológica, deve existir uma autoclave ou outro meio de
descontaminação, na proximidade adequada do laboratório.
13. Os sistemas de segurança devem prever o combate a incêndios, emergências eléc-
tricas, chuveiros de emergência e meios de lavagem dos olhos.
14. Devem estar previstas áreas ou salas de primeiros socorros convenientemente
equipadas e facilmente acessíveis (ver anexo 1).
15. Ao planear novas instalações, deve examinar-se a possibilidade de prever sistemas
de ventilação mecânica que injectem um fluxo de ar sem recirculação. Se não
houver ventilação mecânica, as janelas devem ser de abrir e estar equipadas de
redes contra artrópodes.
16. É essencial dispor de um abastecimento seguro de água de boa qualidade. Não
devem existir inter-conexões entre a água de beber e a água para o laboratório.
Deve instalar-se um dispositivo « anti-refluxo » para proteger o sistema de abastec-
imento de água.
17. Deve haver um fornecimento de electricidade adequado e de confiança e ilumi-
nação de emergência que permita uma saída segura. É desejável dispor de um
gerador para apoio do equipamento essencial, como incubadoras, câmaras de
segurança biológica, congeladores, etc., bem como para a ventilação dos compar-
timentos dos animais.
18. Deve igualmente dispor-se de um fornecimento de gás adequado e de confiança.
A boa manutenção do sistema é imprescindível.
19. Os laboratórios e os compartimentos de animais são ocasionalmente alvo de 
vandalismo. Deve examinar-se a possibilidade de instalar um sistema de protecção
das instalações e contra incêndios. Portas robustas, grades nas janelas e restrição
do número de chaves são elementos imprescindíveis. Outras medidas que
aumentem a segurança devem ser examinadas e aplicadas, se apropriado.
Equipamento laboratorial
Juntamente com as boas práticas e procedimentos, a utilização do equipamento de
segurança ajudará a reduzir os riscos ao enfrentar os perigos inerentes à segurança
biológica. Nesta secção, abordam-se os princípios básicos relativos ao equipamento
apropriado para os laboratórios dos diversos níveis de segurança biológica. Os 
requisitos para equipamento de laboratório de um nível de segurança biológica 
mais elevado são abordados nos capítulos pertinentes.
O director do laboratório, após consulta com o responsável da segurança 
biológica e a comissão de segurança (se houver), deve assegurar-se da disponibilidade
do equipamento adequado e da sua boa utilização. A escolha do equipamento deve
levar em conta determinados princípios gerais, nomeadamente:
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 14 •
1. Ser concebido para evitar ou limitar o contacto entre o operador e o material
infeccioso
2. Ser construído com materiais impermeáveis aos líquidos, resistentes à corrosão e
conformes aos requisitos estruturais
3. Ser fabricado sem asperidades, arestas cortantes e partes-movediças sem protecção
4. Ser concebido, construído e instalado de forma a facilitar o seu manuseamento,
manutenção, limpeza, descontaminação e testes de certificação; vidro e outros
materiais quebráveis devem ser evitados, sempre que possível.
Pode ser necessário analisar as possibilidades detalhadas de utilização e as especifi-
cações de construção do equipamento, para se assegurar que possui as necessárias cara-
cterísticas de segurança (ver também capítulos 10 e 11).
3. LABORATÓRIOS DE BASE – NÍVEIS 1 E 2 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 15 •
Ilustração 3. Laboratório típico para o Nível 2 de segurança biológica
(gráficos gentilmente cedidos por CUH2A, Princeton, NJ, EUA). As manipulações
susceptíveis de gerar aerossóis têm lugar numa câmara de segurança biológica.
As portas são mantidas fechadas e com os sinais de perigo apropriados. Os 
resíduos potencialmente contaminados são separados do sistema geral de 
evacuação de resíduos.
Equipamento essencial de segurança biológica
1. Meios de pipetar – para evitar pipetar com a boca. Existem as mais diversas
formas.
2. Câmaras de segurança biológica, para utilizar sempre que:
— se manusear material infeccioso; este material pode ser centrifugado no labo-
ratório se forem utilizados coposherméticos de segurança centrífuga e se
forem enchidos e esvaziados numa câmara de segurança biológica
— houver um risco acrescido de infecção por via aérea
— forem utilizados procedimentos com alto potencial de produção de aerossóis,
tais como: centrifugação, moagem, mistura, agitação, separação por ultra-sons,
abertura de recipientes com material infeccioso, cuja pressão interna seja 
diferente da pressão ambiental, inoculação intranasal em animais e colheita de
tecidos infecciosos de animais e de ovos.
3. Ansas de plástico descartáveis; podem utilizar-se incineradores de espirais 
eléctricos, dentro das câmaras de segurança biológica, a fim de reduzir a produção
de aerossóis.
4. Tubos e frascos com tampa de rosca.
5. Autoclaves ou outros meios apropriados para descontaminar o material 
infeccioso.
6. Pipetas Pasteur de plástico, descartáveis, sempre que disponíveis, para evitar o
vidro.
7. O equipamento como as autoclaves e as câmaras de segurança biológica precisa
de ser validado com métodos apropriados, antes de ser utilizado. A recertificação
deve ser feita a intervalos periódicos, segundo as instruções do fabricante (ver
Capítulo 7).
Vigilância médica do pessoal
A entidade empregadora, através do director do laboratório, tem de assegurar uma
vigilância apropriada da saúde do pessoal do laboratório. O objectivo desta vigilân-
cia é controlar o aparecimento de doenças do trabalho. Para o efeito deve:
1. Proceder à vacinação activa ou passiva, sempre que pertinente (ver Anexo 2)
2. Facilitar a detecção precoce das infecções adquiridas no laboratório
3. Excluir as pessoas altamente susceptíveis (grávidas e imunodeficientes) de 
trabalhos laboratoriais de alto risco
4. Fornecer equipamento e meios de protecção pessoal eficazes.
Directivas para a vigilância do pessoal de laboratório que manuseia microrganismos,
ao Nível 1 de segurança biológica
A experiência mostra que não é provável que os microrganismos manuseados a este
nível provoquem doença no homem ou doença animal de importância veterinária.
Contudo, todo o pessoal de laboratório deve ser submetido a um controlo de saúde
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 16 •
pré-emprego, onde se registe a sua história médica. É aconselhável a notificação 
imediata de doenças ou acidentes laboratoriais e deve chamar-se a atenção de todo o
pessoal para a importância de manter boas técnicas de microbiologia.
Directivas para a vigilância do pessoal de laboratório que manuseia microrganismos
ao Nível 2 de segurança biológica
1. É necessário um controlo de saúde antes de assumir as suas funções. Deve 
registar-se a história médica da pessoa e efectuar-se uma avaliação centrada na
saúde ocupacional.
2. A administração do laboratório deve manter registo de doenças e ausências.
3. O pessoal feminino em idade de procriar deve ser avisado dos riscos para o feto
inerentes à sua exposição a determinados microrganismos (vírus da rubéola). As
medidas exactas a tomar para proteger o feto variam, segundo os microrganismos
a que a mãe esteja exposta.
Formação
Erros humanos e más técnicas podem comprometer as melhores salvaguardas de 
protecção do pessoal de laboratório. Assim, um pessoal consciente da importância da
segurança, bem informado sobre a forma de reconhecer e controlar os perigos even-
tuais nos laboratórios, é uma peça fundamental para prevenir infecções, incidentes e
acidentes nos laboratórios. Por este motivo, é essencial assegurar uma formação con-
tínua in loco sobre medidas de segurança. Um programa eficaz de segurança começa
pelos responsáveis dos laboratórios que devem assegurar a integração de práticas e
procedimentos laboratoriais seguros na formação básica do pessoal. A formação em
medidas de segurança deve ser parte integrante da inserção de novos trabalhadores;
estes devem familiarizar-se com o código de práticas e directivas do laboratório,
incluindo o manual de segurança ou de operações. Devem adoptar-se medidas que
assegurem que os novos agentes leram e compreenderam as directivas, tais como
assinar certas páginas. Os supervisores dos laboratórios desempenham o papel mais
importante na formação do seu pessoal em boas técnicas laboratoriais. O responsável
pela segurança biológica pode ajudar na formação e na elaboração de material de 
formação e de documentação (ver igualmente Capítulo 21).
A formação do pessoal deve sempre incluir informação sobre métodos seguros para
situações de alto risco, que o pessoal de laboratório tem frequentemente de enfrentar,
nomeadamente:
1. Riscos de inalação (durante a produção de aerossóis, por exemplo) ao utilizar
ansas, semear às riscas a gelose, pipetar, fazer esfregaços, abrir frascos de culturas,
tirar amostras de sangue/soro, centrifugar, etc.
2. Riscos de ingestão ao manusear amostras, esfregaços e culturas
3. Riscos de perfurações cutâneas ao utilizar seringas e agulhas
4. Mordidelas e arranhões ao manusear animais
3. LABORATÓRIOS DE BASE – NÍVEIS 1 E 2 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 17 •
5. Manuseamento de sangue e outros materiais patológicos potencialmente perigosos
6. Descontaminação e eliminação de material infeccioso.
Manuseamento de resíduos
Consideram-se como resíduos tudo aquilo que se deve deitar fora.
Nos laboratórios, a descontaminação dos resíduos e a sua eliminação final estão
intimamente interligadas. No dia a dia, são poucos ou nenhuns os materiais contami-
nados que precisam de ser retirados do laboratório ou destruídos. A maior parte 
dos recipientes de vidro, instrumentos e roupa de laboratório são reutilizados ou 
reciclados. O princípio dominante é que todo o material infeccioso deve ser 
descontaminado, esterilizado em autoclave ou incinerado no laboratório.
Antes de deitar fora qualquer objecto ou material de laboratório utilizado 
em microrganismos ou tecidos animais potencialmente infecciosos, devemos 
assegurar-nos:
1. Se os referidos objectos ou materiais foram bem descontaminados ou desinfecta-
dos segundo as normas em vigor.
2. Na negativa, se foram embalados segundo as normas para a incineração imediata
in loco ou transferência para outras instalações com capacidade de incineração.
3. Se a eliminação dos objectos ou materiais descontaminados implica, para as
pessoas que procedem à sua eliminação ou que possam entrar em contacto com
eles, qualquer outro perigo potencial, biológico ou outro, fora das instalações.
Descontaminação
A esterilização pelo calor, em autoclave, é o método preferencial para todos os proces-
sos de descontaminação. O material a descontaminar e eliminar deve ser colocado
num recipiente (ex.: sacos de plástico para autoclaves) com cores codificadas, segundo
se destinem a autoclaves e/ou incineradores. Outros métodos só podem ser considera-
dos se removerem e/ou matarem os microrganismos (ver Capitulo 14 para mais 
pormenores).
Normas de manuseamento e eliminação de resíduos e materiais contaminados
Deve adoptar-se um sistema de identificação e separação de materiais e recipientes
infecciosos. Devem seguir-se os regulamentos nacionais e internacionais, tendo em
conta as seguintes categorias:
1. Resíduos não-contaminados (não-infecciosos) que podem ser reutilizados, reci-
clados ou eliminados como resíduos « domésticos » ordinários
2. Material cortante contaminado (infeccioso) – agulhas hipodérmicas, escalpelos,
facas e vidro partido; este material deve sempre ser arrumado em recipientes
antiperfurantes, munidos de tampas, e tratado como material infeccioso
3. Material contaminado para descontaminação em autoclave, lavagem posterior e
reutilização ou reciclagem
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 18 •
4. Material contaminado para descontaminação em autoclave e eliminação
5. Material contaminado para incineração directa.
Material cortante
As agulhas hipodérmicas, uma vez utilizadas, não devem ser reintroduzidas nos seus
invólucros, partidas ou retiradas das seringas descartáveis. Todo o conjunto deve ser
posto num recipiente para descartáveis. As seringas descartáveis, quer utilizadas com
ou semagulhas, devem ser colocadas em recipientes para descartáveis e incineradas,
após descontaminação em autoclave, se necessário.
Os recipientes para agulhas descartáveis devem ser resistentes/antiperfurantes e não
devem ser totalmente cheios; quando estiverem quase cheios (3/4 da sua capacidade)
devem ser postos em contentores para « resíduos infecciosos » e incinerados, após
descontaminação em autoclave, se as práticas do laboratório o exigirem. Os 
recipientes para agulhas descartáveis não devem ser deitados em aterros.
Material contaminado (potencialmente infeccioso) para descontaminação em autoclave e
utilização ulterior
Não procurar fazer qualquer prélavagem a este material. Qualquer limpeza ou
reparação só pode ser feita após descontaminação em autoclave ou desinfecção.
Material contaminado (potencialmente infeccioso) para eliminação
Com excepção das agulhas, já atrás abordadas, todo o material contaminado (poten-
cialmente infeccioso) deve ser descontaminado em autoclave, em recipientes imper-
meáveis, por exemplo sacos de plástico para autoclaves com cores codificadas, antes
de ser eliminado. Após a descontaminação, o material deve ser colocado em recipi-
entes de transporte para ser levado para o incinerador. O material proveniente de
actividades ligadas a cuidados de saúde não deve ser deitado fora em aterros, mesmo
que já tenha sido descontaminado. Se o laboratório possuir um incinerador, pode
omitir-se a descontaminação em autoclave, colocando os resíduos contaminados em
recipientes específicos (com cores codificadas) e levando-os directamente para o
incinerador. Os recipientes de transporte reutilizáveis têm de ser impermeáveis e ter
tampas herméticas. Devem ser desinfectados e limpos, antes de serem enviados de
volta ao laboratório.
Em todos os postos de trabalho devem ser colocados recipientes para descartáveis
(baldes ou vasos) de preferência inquebráveis (ex. plástico). Quando se utilizam desin-
fectantes o material deve permanecer em contacto íntimo com o desinfectante (não
protegido por bolhas de ar) o tempo apropriado, segundo o desinfectante utilizado
(ver Capitulo 14). Os recipientes para descartáveis devem ser descontaminados e
lavados, antes de serem reutilizados.
A incineração de material contaminado deve ser aprovada pelas autoridades de
saúde pública e ambiental, bem como pelo responsável da segurança biológica no 
laboratório (ver Capítulo 14 secção Incineração).
3. LABORATÓRIOS DE BASE – NÍVEIS 1 E 2 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 19 •
Segurança química, eléctrica, do equipamento e contra incêndios e radiações
Acidentes químicos, eléctricos e provocados por incêndio ou radiação podem provo-
car uma ruptura no confinamento de organismos patogénicos. É portanto essencial
manter altos padrões de segurança nestes domínios, em qualquer laboratório de
microbiologia. As regras e regulamentos pertinentes são normalmente estabelecidos
pelas autoridades nacionais/locais competentes, a quem se deve solicitar assistência,
se necessário. Na Parte IV deste manual (Capítulos 17 e 18) descrevem-se por-
menorizadamente os eventuais perigos químicos, eléctricos, de incêndio e radiação.
No Capítulo 11 encontra-se informação adicional sobre equipamentos de 
segurança.
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 20 •
• 21 •
4. Laboratório de confinamento –
Nível 3 de segurança biológica
O laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica foi concebido e
equipado para trabalhar com microrganismos do Grupo de Risco 3 e com grandes
quantidades ou altas concentrações de microrganismos do Grupo de Risco 2 que cons-
tituem um risco acrescido de propagação de aerossóis. O confinamento ao Nível 3 
de segurança biológica exige um reforço dos programas operacionais e de segurança
superior ao dos laboratórios básicos – Níveis 1 e 2 de segurança biológica (ver 
Capítulo 3).
As directivas apresentadas neste capítulo são de facto suplementos às directivas
para laboratórios de base – Níveis 1 e 2 de segurança biológica, as quais devem por-
tanto ser aplicadas, antes de aplicar as directivas para os laboratórios de confinamento
– Nível 3 de segurança biológica. Os principais acréscimos e alterações encontram-se:
1. No código de práticas
2. Na concepção e instalações do laboratório
3. Na vigilância médica do pessoal.
Esta categoria de laboratórios deve estar registada junto (ou na lista) das autoridades
nacionais competentes.
Código de práticas
O código de práticas para os laboratórios de base – Níveis 1 e 2 de segurança 
biológica é aplicável, excepto nos seguintes casos:
1. O sinal/símbolo internacional de risco biológico (Ilustração 1) colocado nas portas
de acesso ao laboratório deve indicar o nível de segurança biológica e o nome do
supervisor do laboratório que controla o acesso, bem como definir eventuais
condições específicas para entrar na referida área, por exemplo, estar vacinado.
2. A roupa de protecção deve ser do tipo: batas envolventes e com a parte da frente
reforçada, fatos de esfrega, capas, gorras e, quando apropriado, protecção de
sapatos ou sapatos de laboratório. Batas normais de laboratório, de apertar à
frente, não são apropriadas, bem como mangas curtas ou arregaçadas. A roupa de
protecção não pode ser utilizada fora do laboratório e tem de ser descontaminada
antes de ser lavada. Quando se trabalha com determinados agentes (ex. agrícolas
ou zoonóticos) pode ser necessário tirar a roupa toda e vestir-se com roupa especí-
fica de laboratório.
3. A manipulação de qualquer material potencialmente infeccioso deve ser realizada
numa câmara de segurança biológica ou noutro dispositivo de confinamento
primário (ver Capítulo 10).
4. A utilização de material de protecção respiratória pode ser necessária em certos
procedimentos laboratoriais ou ao trabalhar com animais infectados com certos
agentes patogénicos (ver Capítulo 11).
Concepção e instalações do laboratório
A concepção e instalações para os laboratórios de base – Níveis 1 e 2 de segurança
biológica são aplicáveis, excepto nos seguintes casos:
1. O laboratório tem de estar separado de áreas de passagem livre, dentro do edifí-
cio. Pode obter-se uma separação adicional, colocando o laboratório na parte sem
saída de um corredor, ou construindo uma parede de separação e porta de acesso
através de uma antecâmara (ex. entrada de porta dupla ou laboratório de base de
Nível 2 de segurança biológica) reservando uma área específica destinada a manter
o diferencial de pressão entre o laboratório e o seu espaço adjacente. A antecâ-
mara deve ter instalações para separar a roupa limpa da roupa suja e um chuveiro
pode igualmente ser necessário.
2. As portas da antecâmara devem fechar-se automaticamente e estar interligadas,
de modo que só possa abrir-se uma de cada vez. Pode prever-se um painel que-
brável para utilizar como saída de emergência.
3. As superfícies das paredes, tectos e pavimentos devem ser resistentes à água e fáceis
de lavar. As perfurações nessas superfícies (ex. passagens de cabos e canalizações)
devem estar seladas para facilitar a descontaminação do local.
4. A sala de laboratório deve poder ser selada para descontaminação. Os sistemas de
adução de ar devem ser construídos de modo a permitir a descontaminação por
meio de gases.
5. As janelas devem ser fechadas, seladas e inquebráveis.
6. Um lavatório com comandos não manuais deve ser instalado perto das portas de saída.
7. Deve existir um sistema controlável de ventilação com adução de ar para a sala de labo-
ratório. Deve ser instalado um sistema de monitorização visual, com ou sem alarme,
para que o pessoal possa sempre assegurar-se do bom funcionamento da ventilação.
8. O sistema de ventilação do edifício deve ser concebido e instalado, de forma que
o ar do laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica não seja
encami-nhado para outras áreas do edifício. Este ar pode ser filtrado (HEPA – Ar
Particulado de Alta Eficiência) recondicionado e recirculado dentro deste labo-
ratório; quando este ar do laboratório (e nãoo ar das câmaras de segurança
biológica) for lançado para o exterior, deve ser expelido longe do edifício e das
entradas de ar; dependendo dos agentes utilizados, pode ser expelido através de
filtros HEPA. A fim de evitar uma pressurização positiva contínua do labo-
ratório, pode instalar-se um sistema de controlo HVAC (HVAC – Aquecimento,
Ventilação e Ar Condicionado). Pode igualmente ponderar-se a possibilidade de
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 22 •
instalar alarmes audíveis ou bem visíveis para informar o pessoal de uma falha
no sistema HVAC.
9. Todos os filtros HEPA devem ser instalados de forma a permitir descontaminação
por meio de gases e verificação.
10. As câmaras de segurança biológica devem estar situadas longe das zonas de 
passagem e das correntes de ar provenientes das portas e sistemas de ventilação
(ver Capítulo 10).
11. O ar expelido das câmaras de segurança biológica – Classe 1 ou 2 (ver Capítulo
10) e que passou através dos filtros HEPA, tem de ser expelido de forma a evitar
interferência com o equilíbrio do ar da câmara ou com o exaustor do edifício.
12. O laboratório de confinamento deve possuir uma autoclave para descontaminar
resíduos contaminados. Se for necessário remover resíduos infecciosos do labo-
ratório de confinamento para descontaminação e eliminação, é preciso fazê-los
transportar em recipientes selados, inquebráveis e herméticos, segundo os regula-
mentos nacionais ou internacionais pertinentes.
13. O sistema de abastecimento de água deve estar equipado com dispositivos anti-
refluxo. As linhas de vácuo devem ser protegidas com sifões de desinfectantes
líquidos e filtros HEPA, ou equivalentes. As bombas de vácuo alternativas devem
também ser devidamente protegidas com sifões e filtros.
14. A concepção das instalações e os procedimentos operacionais do laboratório de
confinamento – Nível 3 de segurança biológica devem estar documentados.
Na Ilustração 4 dá-se um exemplo de concepção de um laboratório para o Nível 3 de
segurança biológica.
Equipamento laboratorial
Os princípios para a escolha do equipamento do laboratório, incluindo as câmaras de
segurança biológica (ver Capítulo 10) são os mesmos que para os laboratórios de base
– Nível 2 de segurança biológica. No entanto, no Nível 3 de segurança biológica, o
manuseamento de todo o material potencialmente infeccioso tem de ser efectuado
dentro de uma câmara de segurança biológica ou outro dispositivo de confinamento
primário. Deve igualmente considerar-se equipamento como centrifugadoras, que
requerem, no entanto, acessórios de confinamento adicionais, tais como baldes de
segurança ou rotores de confinamento. Algumas centrifugadoras e outros equipa-
mentos, como os instrumentos de triagem de células para utilizar com células infe-
ctadas, podem precisar de ventilação adicional do exaustor com filtragem HEPA para
uma contenção eficaz.
Vigilância médica do pessoal
Os objectivos dos programas de vigilância médica do pessoal para os laboratórios de
base – Nível 1 e 2 de segurança biológica também se aplicam aos laboratórios de 
confinamento – Nível 3 de segurança biológica, excepto nos seguintes casos:
4. LABORATÓRIO DE CONFINAMENTO – NÍVEL 3 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 23 •
1. O exame médico de todo o pessoal de laboratório, que trabalha em laboratórios de
confinamento – Nível 3 de segurança biológica,é obrigatório.Este exame deve incluir
o registo da história clínica detalhada e um exame físico centrado na profissão.
2. Após um exame clínico satisfatório, o agente recebe um cartão de contacto médico
(ver Ilustração 5) mencionando que o portador trabalha numa unidade equipada
com um laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica. Este cartão
deve conter uma fotografia do portador, ter formato de bolso e estar sempre na
posse do portador. O nome da pessoa a contactar tem de ser definido no labo-
ratório, mas pode incluir o director do laboratório, o médico assistente e/ou o
responsável da segurança biológica.
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 24 •
Ilustração 4. Laboratório típico para o Nível 3 de segurança biológica
(gráficos gentilmente cedidos por CUH2A, Princeton, NJ, EUA). O laboratório está
separado do local de passagem geral e a ele se acede através de uma antecâmara (que
pode ser uma entrada de porta dupla ou um laboratório de base – Nível 2 de segu-
rança biológica) ou uma caixa de ar. O laboratório está equipado de uma autoclave
para descontaminação de resíduos antes da sua eliminação, assim como de um
lavatório com comandos não manuais. O ar circula do exterior para o interior e todo
o trabalho com material infeccioso é realizado numa câmara de segurança biológica.
4. LABORATÓRIO DE CONFINAMENTO – NÍVEL 3 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 25 •
A. Recto do cartão 
Contacto médico 
Nome 
Dr. Tel. profissional 
Para o empregado 
Guardar este cartão na sua possessão. No caso de doença febril inexplicável, 
apresentá-lo ao seu médico e notificar uma das seguintes pessoas segundo 
a ordem da lista: 
Tel. pessoal 
Dr. Tel. profissional 
Tel. pessoal 
Fotografia 
do portador 
B. Verso do cartão 
Para o médico 
O portador deste cartão trabalha para 
numa zona onde estão presentes vírus, rickettsias, bactérias, protozoários ou 
helmintas patogénicos. No caso de um acesso febril inexplicável, queira por 
favor contactar o patrão para obter informações sobre os agentes aos quais 
o empregado pode ter sido exposto.
 
Nome do laboratório: 
Endereço: 
Tel.: 
Ilustração 5. Modelo proposto de cartão médico
• 26 •
5. Laboratório de confinamento
máximo – Nível 4 de 
segurança biológica
O laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segurança biológica foi conce-
bido para trabalhar com microrganismos do Grupo de Risco 4. Antes de construir e
pôr a funcionar um laboratório deste tipo, deve proceder-se a amplas consultas com
as instituições que têm a experiência de trabalhar com instalações semelhantes. Os
laboratórios operacionais de confinamento máximo – Nível 4 de segurança biológica
devem estar sob o controlo das autoridades sanitárias nacionais ou organismos equi-
valentes. A informação a seguir apresentada deve ser considerada como material de
introdução. As entidades que procuram criar um laboratório deste tipo devem con-
tactar o programa de Segurança Biológica da OMS para obter informações adicionais1.
Código de práticas
O código de práticas para o Nível 3 de segurança biológica é aplicável, excepto nos
seguintes casos:
1. Deve aplicar-se a regra de trabalho « a dois », isto é nenhuma pessoa pode tra-
balhar sozinha. Isto é particularmente importante quando se trabalha nas insta-
lações de Nível 4 de segurança biológica onde é preciso trabalhar com fatos 
pressurizados.
2. É necessário mudar totalmente de roupa e de sapatos antes de entrar e de sair do
laboratório.
3. O pessoal deve receber uma formação em técnicas de extracção de emergência,
em caso de ferimentos ou doença.
4. Deve existir um método de comunicação entre o pessoal que está a trabalhar no
laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segurança biológica e o restante
pessoal do laboratório, para contactos de rotina e casos de emergência.
Concepção e instalações do laboratório
As características de um laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança bioló-
gica também se aplicam ao laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segu-
rança biológica, acrescentando-se as seguintes:
1 Biosafety programme, Departement of Communicable Disease Surveillance and Response, World Health
Organization, 20 Avenue Appia, 1211 Geneva 27, Switzerland (http://www.who.int/csr/).
1. Confinamento primário. Deve existir um sistema eficaz de confinamento
primário, composto por um ou uma combinação dos seguintes requisitos:
— Laboratório com câmaras de Classe 3 – É necessário passar por duas portas, no
mínimo, antes de entrar nas salas que contêm câmaras de segurança biológica
– Classe 3 (Sala de câmaras). Nesta configuração laboratorial, as câmaras 
de segurança biológica– Classe 3 constituem o confinamento primário. É
necessário um chuveiro nos vestiários internos e externos. O material e os
abastecimentos que não entrem na sala das câmaras pelos vestiários, são intro-
duzidos através de uma autoclave ou câmara de fumigação de duas portas.
Uma vez a porta exterior bem fechada, o pessoal dentro do laboratório pode
abrir a porta interior para retirar o material. As portas da autoclave ou da
câmara de fumigação são concebidas de forma a que a porta exterior não se
possa abrir antes da autoclave ter terminado o ciclo de esterilização ou da
câmara de fumigação ter sido descontaminada (ver Capítulo 10).
— Laboratório para trabalhos com fatos pressurizados – A concepção e as 
instalações de um laboratório com fatos pressurizados com aparelhos de 
respiração incorporados diferem significativamente das do laboratório de
Nível 4 de segurança biológica com câmaras de segurança biológica – Classe
3. As salas deste tipo de laboratório são concebidas de forma a encaminhar o
pessoal através dos vestiários e zonas de descontaminação, antes de penetrar
nas áreas onde se manuseiam os materiais infecciosos. É necessário instalar um
chuveiro de descontaminação dos fatos para uso obrigatório do pessoal que
sai da zona de confinamento. À entrada e à saída dos vestiários, existem igual-
mente duches para o pessoal. O pessoal que vai trabalhar na zona onde se tra-
balha com fatos pressurizados tem de se equipar com um fato hermético, de
pressão positiva, com filtro HEPA e dispositivo de respiração; o sistema de
fornecimento de ar tem de ter uma capacidade 100% redundante com uma
fonte independente, para utilização em caso de emergência. A entrada no 
laboratório é feita através de uma câmara de vácuo com portas herméticas. O
laboratório deve possuir um sistema apropriado de alerta para o pessoal 
que aí trabalha, para utilização em caso de ruptura num dos sistemas (ver
Capítulo 10).
2. Acesso controlado. O laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segu-
rança biológica deve estar situado num edifício independente ou numa zona bem
delimitada, dentro de um edifício seguro. A entrada e saída do pessoal e dos
abastecimentos é feita através de uma câmara de vácuo ou sistema de filtros. Ao
entrar, o pessoal tem de mudar completamente de roupa; ao sair, tem de tomar
duche antes de vestir a sua própria roupa.
3. Sistema de ar controlado. Nas instalações é preciso manter pressão negativa. Tanto
à admissão como à evacuação, o ar tem de ser processado através de um filtro
HEPA. Há diferenças significativas nos sistemas de ventilação do laboratório com
câmaras de Classe 3 e do laboratório com fatos pressurizados:
5. LABORATÓRIO DE CONFINAMENTO MÁXIMO – NÍVEL 4 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 27 •
— Laboratório com câmaras de Classe 3 – O ar fornecido à câmara de segurança
biológica de Classe 3 pode ser extraído da própria sala de laboratório, através
de um filtro HEPA instalado na câmara ou enviado directamente pelo sistema
de abastecimento de ar. O ar expelido da câmara de segurança biológica de
Classe 3 tem de passar através 2 filtros HEPA, antes de ser lançado para o exte-
rior. A câmara deve funcionar sempre a uma pressão negativa em relação ao
laboratório. É necessário um sistema de ventilação própria não-recirculante
para o laboratório de câmaras.
— Laboratório para trabalhos com fatos pressurizados – São necessários sistemas
próprios de fornecimento e de expulsão do ar. Há um equilíbrio entre as com-
ponentes « fornecimento » e « expulsão » do sistema de ventilação, de modo
a permitir um fluxo de ar dirigido, desde a área de menor perigo para a área
ou áreas de maior perigo potencial. São necessários exaustores em abundân-
cia para assegurar que as instalações permanecem sempre em pressão nega-
tiva. As pressões diferenciais dentro do laboratório e entre o laboratório e as
zonas adjacentes devem ser monitorizadas. O fluxo de fornecimento e expul-
são de ar do sistema de ventilação tem de ser monitorizado e deve utilizar-se
um sistema apropriado de controlo para evitar a pressurização do laboratório.
É necessário assegurar o fornecimento de ar filtrado HEPA à área onde se usam
os fatos pressurizados, ao chuveiro de descontaminação, e às câmaras de vácuo
ou de descontaminação. O ar expelido deste laboratório tem de ser processado
através de um conjunto de 2 filtros HEPA, antes de ser lançado no exterior.
Como alternativa, após a passagem pelos 2 filtros HEPA, o ar pode ser recir-
culado mas apenas dentro do laboratório com fatos pressurizados. Em
nenhuma circunstância, o ar evacuado de um laboratório de segurança bioló-
gica de nível 4 deve ser recirculado para outros locais. Ao optar-se pela recir-
culação do ar num laboratório com fatos pressurizados, devem tomar-se as
maiores precauções. Devem levar-se em conta os tipos de pesquisa feita,
equipamento, produtos químicos e outros materiais utilizados no laboratório,
bem como espécies animais eventualmente envolvidas na(s) pesquisa(s).
Todos os filtros HEPA precisam de ser testados e certificados anualmente. Os
receptáculos dos filtros HEPA foram concebidos para permitir uma descontami-
nação in loco antes de retirar os filtros. Como alternativa, pode remover-se o filtro
e colocá-lo num recipiente selado à prova de gás, para uma posterior desconta-
minação e/ou incineração.
4. Descontaminação de efluentes. Todos os efluentes da área de fatos pressurizados,
câmara de descontaminação, chuveiro de descontaminação ou câmara de segu-
rança biológica – Classe 3 têm de ser descontaminados antes de serem definitiva-
mente eliminados. O tratamento por calor é o método de eleição. Os efluentes
podem também precisar de uma correcção para um PH neutro antes da sua 
eliminação. As águas dos duches e retretes podem ser deitadas directamente 
nos esgotos sem tratamento.
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 28 •
5. Esterilização de resíduos e material. No laboratório, deve existir uma autoclave
de duas portas (à frente e atrás). Devem existir igualmente outros métodos de
descontaminação para artigos e equipamento que não suportam a esterilização
por vapor.
6. Pontos de entrada para amostras, material e animais devem igualmente estar 
previstos.
7. Sistema de emergência e linha(s) própria(s) de fornecimento de energia devem
estar previstas.
8. Drenos de confinamento devem estar instalados.
Devido à grande complexidade da concepção e construção de instalações de Nível 4
de segurança biológica, quer do tipo câmara ou fato pressurizado, não se incluíram
representações esquemáticas de tais instalações.
Devido à grande complexidade do trabalho nos laboratórios de Nível 4 de segu-
rança biológica, deve elaborar-se, em separado, um manual de trabalho detalhado,
e testado em seguida em exercícios de formação. Por outro lado, deve conceber-se 
um programa de emergência (ver Capítulo 13). Para preparar este programa, deve
estabelecer-se uma cooperação activa com as autoridades sanitárias nacionais e 
locais. Devem igualmente envolver-se outros serviços de emergência, por exemplo:
bombeiros, polícia e hospitais designados.
5. LABORATÓRIO DE CONFINAMENTO MÁXIMO – NÍVEL 4 DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• 29 •
• 30 •
6. Instalações laboratoriais 
para animais
Todos os que utilizam animais para fins experimentais e de diagnóstico têm a obri-
gação moral de tomar todas as precauções para evitar infligir-lhes dor e sofrimento
desnecessários. Os animais devem ter alojamentos higiénicos e confortáveis e comida
e água salubres e apropriadas. No final das experiências devem ser tratados com
humanidade.
Por razões de segurança, o alojamento dos animais deve ser uma unidade inde-
pendente e separada. Se for adjacente a um laboratório, a sua concepção deve prever
o seu isolamento das partes públicas do laboratório, se tal for necessário, bem como
a sua descontaminação e desinfestação.
Quadro 4. Níveis de confinamento das instalações para animais: resumo das 
práticas e equipamento de segurança.
GRUPO DE NÍVEL DE PRÁTICAS LABORATORIAIS E EQUIPAMENTODE SEGURANÇA
RISCO CONFINAMENTO
1 NSBIA – 1 Acesso limitado, roupa de protecção e luvas
2 NSBIA – 2 Práticas de NSBIA – 1 mais: sinais de alerta para perigos.
CSB – Classe 1 e 2 para actividades que produzem aerossóis.
Descontaminação de resíduos e alojamentos antes de lavar.
3 NSBIA – 3 Práticas de NSBIA – 2 mais: acesso controlado.
CSB e roupa de protecção especial para todas as actividades
4 NSBIA – 4 Práticas de NSBIA – 3 mais: acesso estritamente limitado.
Mudar de roupa antes de entrar. CSB – Classe 3 ou
fatos de pressão positiva. Duche à saída. Descontaminação de 
todos os resíduos antes da sua remoção da instalação.
NSBIA – Nível de segurança biológica em instalações para animais.
CSB – Câmaras de segurança biológica.
As instalações para animais, tal como os laboratórios, podem ser classificadas de Nível
1, 2, 3 e 4 de segurança biológica de instalações para animais, segundo a avaliação do
risco e o grupo de risco dos microrganismos a serem investigados.
Quanto aos agentes a utilizar no laboratório animal, devemos considerar os
seguintes factores:
1. A via normal de transmissão
2. As quantidades e concentrações a utilizar
3. A via de inoculação
4. Se estes agentes podem ser excretados e qual a via.
No que se refere aos animais a utilizar em laboratório, devemos considerar os
seguintes factores:
1. A natureza dos animais (agressividade e tendência para morder e arranhar)
2. Os seus ecto- e endoparasitas naturais
3. As zoonoses a que são susceptíveis
4. A possível disseminação de alérgenos.
Tal como nos laboratórios, os requisitos para as características de concepção, equipa-
mentos e precauções a tomar tornam-se mais rigorosos, segundo o nível de segurança
biológica. Estes níveis, já resumidos no Quadro 4, descrevem-se a seguir. Estas direc-
tivas são de carácter aditivo, isto é: cada nível superior engloba automaticamente as
normas do nível inferior, acrescentando-lhe as suas próprias normas.
Instalação para animais – Nível 1 de segurança biológica
Este nível é adequado para a manutenção da maior parte dos animais após quarentena
(excepto primatas não humanos, sobre os quais se deve consultar as autoridades
nacionais) e para os animais que foram deliberadamente inoculados com agentes do
Grupo de Risco 1. São necessárias boas técnicas de microbiologia. O director das insta-
lações para animais tem de estabelecer políticas, procedimentos e protocolos para
todas as operações e para o acesso ao viveiro. Deve ser estabelecido um programa 
de vigilância médica apropriada para o pessoal. Deve igualmente preparar-se e
adoptar-se um manual de segurança ou de operações.
Instalação para animais – Nível 2 de segurança biológica
Este nível é adequado para trabalhar com animais que foram deliberadamente 
inoculados com microrganismos do Grupo de Risco 2. As seguintes precauções de
segurança são aplicáveis:
1. É necessário observar todos os requisitos estabelecidos para o Nível 1 de segurança
biológica.
2. Devem afixar-se sinais de risco biológico (ver Ilustração 1) nas portas e outros
locais apropriados.
3. A instalação deve ser concebida de forma a facilitar a sua limpeza e manutenção.
4. As portas devem abrir para dentro e fechar automaticamente.
5. O aquecimento, a ventilação e a iluminação devem ser adequados.
6. Se houver ventilação, o fluxo do ar deve ser dirigido para o interior. O ar usado
deve ser expelido e não recirculado para qualquer outra parte do edifício.
7. O acesso deve ser restringido ao pessoal autorizado.
6. INSTALAÇÕES LABORATORIAIS PARA ANIMAIS
• 31 •
8. Nenhum animal deve entrar nas instalações, além daqueles utilizados em 
experiências.
9. Deve existir um programa de controlo de roedores e artrópodes.
10. As janelas, se houver, devem ser seguras, inquebráveis e, se forem de abrir, devem
estar equipadas com redes contra artrópodes.
11. As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfectantes eficazes,
após utilização (ver Capítulo 14).
12. Câmaras de segurança biológica (Classes 1 e 2) ou caixas isolantes com forneci-
mento de ar e exaustores com HEPA são necessárias para trabalhos que impliquem
eventualmente a produção de aerossóis.
13. Deve existir uma autoclave in loco ou na proximidade adequada da instalação.
14. Os forros para instalação dos animais devem ser retirados de forma a minimizar
a produção de aerossóis e pó.
15. Todos os resíduos e forros têm de ser descontaminados antes de eliminados.
16. A utilização de instrumentos cortantes deve ser limitada, sempre que possível. O
material cortante deve ser recolhido em recipientes não perfuráveis com tampas
e tratado como material infeccioso.
17. O material destinado a autoclaves ou incineração tem de ser transportado de
forma segura, em recipientes fechados.
18. As caixas/gaiolas têm de ser descontaminadas, após utilização.
19. As carcaças dos animais devem ser incineradas.
20. O pessoal tem de utilizar roupa e equipamento de protecção nas instalações e
retirá-los antes de sair.
21. Devem existir lavatórios na instalação e o pessoal tem de lavar as mãos antes de sair.
22. Qualquer ferimento, por mais pequeno que seja, tem de ser tratado apropriada-
mente, notificado e registado.
23. Comer, beber, fumar e maquilhar-se é formalmente proibido nas instalações.
24. Todo o pessoal tem de receber uma formação apropriada.
Instalação para animais – Nível 3 de segurança biológica
Este nível é adequado para trabalhar com animais que foram deliberadamente ino-
culados com agentes do Grupo de Risco 3, ou quando indicado de outra forma por
uma avaliação dos riscos. Todos os sistemas, práticas e procedimentos precisam de ser
revistos e certificados de novo, todos os anos.
As seguintes precauções de segurança são aplicáveis:
1. É necessário observar todos os requisitos estabelecidos para os Níveis 1 e 2 de segu-
rança biológica.
2. O acesso tem de ser rigorosamente controlado.
3. A instalação tem de estar separada de outras zonas de alojamento e do laboratório
por uma sala com uma entrada de duas portas, formando uma antecâmara.
MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO
• 32 •
4. A antecâmara deve dispor de lavatórios.
5. A antecâmara deve dispor de chuveiros.
6. É necessária uma ventilação mecânica para assegurar um fluxo de ar contínuo
através de todas as salas. O ar usado tem de passar por filtros HEPA antes de ser
lançado para o exterior sem recircular. O sistema tem de ser concebido de forma
a evitar um refluxo acidental e uma pressurização positiva em qualquer parte do
alojamento animal.
7. Deve existir uma autoclave num local conveniente para o alojamento, onde se
encontra o risco biológico. Resíduos infecciosos devem ser processados pela auto-
clave, antes de passarem para outras zonas das instalações.
8. Deve existir igualmente um incinerador in loco ou encontrar uma solução alter-
nativa com as autoridades competentes.
9. As caixas/gaiolas de animais infectados com microrganismos do Grupo de Risco
3 devem ser colocadas em isoladores ou salas com exaustores atrás das
caixas/gaiolas.
10. Os forros devem libertar o menor pó possível.
11. Toda a roupa de protecção tem de ser descontaminada antes de ser lavada.
12. As janelas devem estar fechadas e seladas e ser inquebráveis.
13. A vacinação do pessoal deve ser assegurada, sempre que necessário.
Instalação para animais – Nível 4 de segurança biológica
As actividades nesta unidade estão normalmente ligadas às do laboratório de confi-
namento máximo – Nível 4 de segurança biológica e as regras e regulamentos
nacionais e locais têm de ser harmonizados para se aplicarem a ambas instalações. Se
as actividades tiverem de ser realizadas num laboratório de trabalhos com fatos pres-
surizados, devem respeitar-se práticas e procedimentos adicionais aos aqui descritos
(ver Capítulo 5).
1. É necessário observar todos os requisitos estabelecidos para os Níveis 1, 2, e 3 de
segurança biológica.
2. O acesso tem de ser rigorosamente controlado; só o pessoal designado pelo direc-
tor do laboratório tem autorização de entrar.
3.

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