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Competências e profissionalismo no ambiente infantil

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Competências e profissionalismo no ambiente infantil 
Autora: M.e Eliana Nunes Maciel Bastos 
Revisão de Conteúdos: Esp. Alexandre Kramer Morgenterm 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
 
2 
 
Eliana Nunes Maciel Bastos 
 
 
 
 
Competências e profissionalismo no 
ambiente infantil 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Alexandre Kramer Morgenterm 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
BASTOS, Eliana Nunes Maciel. 
Competências e profissionalismo no ambiente infantil / Eliana Nunes Maciel 
Bastos. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 
58 p. 
ISBN: 978-85-5475-430-3 
1.Aprendizagem. 2. Papel do professor. 3. Processo educativo. 
Material didático da disciplina de Competências e profissionalismo no 
ambiente infantil – Faculdade São Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio ..................................................................................................... 06 
Aula 1 – O professor como mentor e guia ................................................ 07 
Apresentação da Aula 1 ............................................................................ 07 
 1.1 – Educação Infantil no contexto contemporâneo .......................... 07 
 1.2 – O papel do professor mentor e guia .......................................... 10 
Conclusão da Aula 1 ................................................................................ .. 18 
Aula 2 – Pedagogia Relacional .................................................................. 18 
Apresentação da Aula 2 ............................................................................ 18 
 2.1 Inferências acerca da Pedagogia Relacional ................................ 19 
 2.2 A Pedagogia Relacional na Educação Infantil .............................. 26 
Conclusão da Aula 2 ................................................................................. 29 
Aula 3 – Identidade e formação da autonomia da criança ......................... 30 
Apresentação da Aula 3 ............................................................................ 30 
 3.1 Identidade e formação da autonomia da criança ........................ 31 
Conclusão da Aula 3 ................................................................................ .. 41 
Aula 4 – Valoração da criança e formação continuada específica para o 
docente ...................................................................................................... 
 
42 
Apresentação da Aula 4 ........................................................................... .. 42 
4.1 Valoração da criança ........................................................................... 42 
4.2 Formação continuada específica para o docente ................................ 48 
Conclusão da Aula 4 ................................................................................ .. 53 
Conclusão da disciplina ............................................................................. 54 
Índice Remissivo ...................................................................................... .. 55 
Referências ............................................................................................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Prefácio 
 Prezado (a) estudante. Na disciplina Competências e profissionalismo no 
ambiente infantil serão abordadas discussões acerca da Educação Infantil no 
contexto contemporâneo e sobre o docente como mentor e guia. A pedagogia 
relacional será sublinhada como uma abordagem para uma prática docente mais 
humanística, tendo em vista a identidade e a formação da autonomia da criança 
no âmbito escolar e para além dele. 
No primeiro momento serão discutidos aspectos gerais sobre a Educação 
Infantil no contexto contemporâneo, enfatizando o que as legislações brasileiras 
dizem sobre essa temática na atualidade, em seguida, o papel do professor 
como mentor e guia será explicitado a partir dos ideários de autores, os quais 
corroboram esta reflexão. 
Na segunda aula, a pedagogia relacional será o tema de toda a discussão 
proposta, sublinhando a ênfase nas relações entre os sujeitos no âmbito 
educativo e a constituição de aprendizagens significativas por intermédio de uma 
prática dialógica e libertadora. 
Em seguida, a temática será a identidade e formação da autonomia da 
criança, abordando acerca da constituição da identidade no âmbito da Educação 
Infantil, a relevância da postura afetiva e comprometida dos profissionais da 
educação, para que o desenvolvimento autônomo da criança aconteça com 
maestria. 
No último momento da disciplina, a discussão se dará sobre a valoração 
da criança e formação continuada específica para o docente, destacando a 
criança como sujeito de direitos, bem como a necessidade de qualidade do 
atendimento na Educação Infantil. Para tanto, a formação docente deve ser 
constante e reflexiva, com ênfase no fato de que é imprescindível valorizar a 
criança, utilizando uma prática dialógica, propondo assim relações harmoniosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Aula 1 – O professor como mentor e guia 
 
Apresentação da aula 1 
 
Neste primeiro encontro serão analisados aspectos gerais da Educação 
Infantil no contexto contemporâneo, destacando as legislações vigentes no 
Brasil, que são responsáveis pela organização dessa etapa educacional. Em 
seguida, será feita uma discussão acerca do papel do professor na Educação 
Infantil, de maneira que este seja um mentor e guia no processo educativo, 
visando, assim, a constituição de aprendizagem significativa para as crianças. 
 
1.1 Educação Infantil no contexto contemporâneo 
 
É necessário destacar a relevância da Educação Infantil na 
contemporaneidade e como ela está organizada na etapa da educação básica, 
na conjuntura da educação nacional, desde a promulgação da lei 9394/1996. 
No artigo 21 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) está explíci to 
que: “A educação escolar compõe-se de; educação básica, formada pela 
educaçãoinfantil, ensino fundamental e ensino médio; e educação superior.” 
(BRASIL, 1996, p. 17). 
Desde então, existe todo um esforço em prol da organização e 
desenvolvimento dessa etapa educativa, pois, anteriormente, a Educação Infanti l 
tinha uma característica voltada somente para o ato de cuidar, como é o caso 
das creches, onde as crianças eram deixadas sob o cuidado de outras pessoas, 
para que as mães pudessem trabalhar. Nesse aspecto, não houve preocupação 
durante muito tempo com a preparação das pessoas que cuidavam do público 
infantil. Assim, o caminho para superar toda uma cultura enraizada na prática da 
Educação Infantil tem sido árduo e moroso. 
As lutas e processos em prol da organização da Educação Infantil são 
notórios em muitos contextos da educação nacional, pois ainda existem muitas 
arestas a serem aparadas, ou seja, é mister pensar e repensar as práticas com 
as crianças pequenas, dando voz e vez a estes sujeitos desde a mais tenra 
infância, a fim de que tais estudantes tenham melhores e maiores condições de 
 
 
8 
 
progredirem para as etapas acadêmicas posteriores com autonomia, 
convergindo assim com as diretrizes postas nos parâmetros legais vigentes. 
O capítulo II da LDB, em sua seção II, traz as orientações gerais acerca 
do funcionamento da Educação Infantil, sendo esta a primeira vez que uma 
legislação nacional sublinha essa etapa da educação, trazendo assim 
notoriedade para a formação infantil, enfatizando a relevância de que haja um 
trabalho sério, organizado e respeitoso à criança, entendendo que ela deve ser 
estimulada da melhor maneira possível para que então progrida para a fase da 
alfabetização no Ensino Fundamental com maestria. 
 
 
LEI Nº 9394, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1996 
 
SEÇÃO II – Da Educação Infantil 
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o 
desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, 
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. 
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: 
 I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; 
 II – pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. 
 Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: 
I – avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o 
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; 
II – carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 
(duzentos) dias de trabalho educacional; 
III – atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 
(sete) horas para a jornada integral; 
IV – controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequênc ia 
mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; 
V – expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e 
aprendizagem da criança. 
 
Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_ 
e_bases_1ed.pdf 
 
A lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, altera a LDB 9394/1996, pois traz a 
determinação de que crianças com 4 anos devem frequentar a Educação Infanti l, 
estabelecendo a obrigatoriedade da educação básica para a idade de 04 (quatro) 
aos 17 (dezessete) anos. Como também que a Educação Infantil será ministrada 
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf
 
 
9 
 
para crianças de até 5 (cinco) anos. Corroborando essa inferência, cita-se o 
artigo 6º: “É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na 
educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade.” (BRASIL, 2013). 
Pesquise 
Pesquise a respeito da Educação Infantil e suas características 
legais e pedagógicas na contemporaneidade, aguce sua 
curiosidade: 
 
Fontes para pesquisa: 
 
http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/18563-
criancas-terao-de-ir-a-escola-a-partir-do-4-anos-de-idade 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-
2014/2013/Lei/L12796.htm 
 
https://br.guiainfantil.com/materias/educacao/aprendizagem/o-
que-aprende-uma-crianca-de-4-anos/ 
 
Saiba Mais 
Fragmento de artigo (BARROS, 2008), a respeito da 
Educação Infantil nas legislações brasileiras: 
“Quanto à obrigação dos pais ou responsável, o artigo 55 
elenca, dentro dos mandamentos contidos no artigo 22, a 
obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede 
regular de ensino. O descumprimento dessa regra implica 
em aplicação da medida de proteção mencionada no 
artigo 129, inciso V ("obrigação de matricular o filho ou 
pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento 
escolar ") e o cometimento do delito capitulado no 
artigo 246, do Código Penal Brasileiro ( Abandono 
intelectual. "Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à 
instrução primária de filho em idade escolar: Pena - 
detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa”) , 
somente em relação aos genitores.” 
Continue a leitura desse artigo em: https://lfg.jusbrasil.com.b 
r/noticias/168958/artigos-educacao-infantil-o-que-diz-a-legis 
lacao 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624670/artigo-129-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607450/artigo-246-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://lfg.jusbrasil.com.b/
 
 
10 
 
1.2 O papel do professor mentor e guia 
 
 
Mentor e guia 
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/professora-do-jardim-de-infancia-montessor 
i-ou-escola-pre-primaria-estudando-letras-do-alfabeto_4393943.htm 
 
Pensar na educação contemporânea é sem dúvida repensar a postura do 
professor diante da sua prática, pois os educandos, principalmente, chegam à 
sala de aula com grandes influências de seus mundos tecnológicos, nos quais 
há grandes mudanças em todo o tempo e a informação exacerbada contamina , 
muitas vezes, as mentes das pessoas, trazendo muitas inverdades sobre a vida, 
as relações, entre outras coisas. Para tanto, é preciso instigar nas crianças, 
desde a mais tenra infância, um saber que seja crítico e que dê condições para 
os sujeitos discernirem entre as infinitas informações recebidas, a fim de 
constituírem saberes que sejam dignos de cidadãos autônomos e participantes 
de seus meios sociais e políticos com destreza. 
Nesta inferência de concepções sobre o mundo que nos cerca, destacam-
se as palavras de Isabel Alarcão, que diz: “Neste contexto de profunda mudança 
ideológica, cultural, social e profissional aponta-se a educação como o cerne do 
desenvolvimento da pessoa humana e da sua vivência na sociedade…” Sendo 
assim, a educação é o grande e notável instrumento que pode dar reais 
condições para mudanças concisas na sociedade presente e vindoura; dessa 
forma, a autora continua contribuindo com nossa reflexão quando diz: 
“sociedade da qual se espera um desenvolvimento econômico acrescido de uma 
melhor qualidade de vida.” (ALARCÃO, 2001, p. 10). 
 
 
11 
 
 Acredita-se que a educação pode dar condições para que as pessoas 
tenham uma melhor qualidade de vida e obter habilidades melhores diante dos 
desafios do mundo contemporâneo por meio da criticidade que uma educação 
libertadora, dialógica e emancipatória exerce sobre a vida do sujeito. As palavras 
de Morin (2011) contribuem com esse pensar: “A educação pode ajudar a nos 
tornarmos melhores, se não mais felizes, e nos ensinar a assumir a parte 
prosaica e viver a parte poética de nossas vidas.” (MORIN, 2011, p. 11). 
No sentido de que a educação possa melhorar a vida das pessoas, e de 
igual modo dê sempre novas oportunidades aos estudantes para verem e 
interagiremcom a vida de maneira bonita, harmônica e mais feliz, é que se 
sublinha a postura do professor como mentor e guia no processo educativo, pois 
ele deve conduzir o processo de ensino e aprendizagem com autoridade ética e 
técnica, olhando nos olhos dos seus educandos sempre e dando voz e vez a 
todos os partícipes, a fim de que todos tenham condições de trilharem os 
desafios de aprendizagem, assim, encontrando sentido e significado em suas 
aprendizagens. 
Freire (2003) exorta acerca da autoridade teórica do professor quando diz 
que: “O professor tem que ensinar, mas para ensinar ele ou ela tem que saber o 
que ensina.” (FREIRE, 2003, p. 81). Em qualquer que seja a etapa educacional , 
o professor precisa estar revestido da competência teórica e técnica que a sua 
prática exige, a fim de conduzir o trabalho educacional com eficácia, 
proporcionando condições reais de aprendizado aos seus educandos, fazendo 
com que estes, por meio da mediação docente, alcancem sempre patamares de 
aprendizagens desejáveis de uma educação humana, ou seja, a educação que 
se importa com o semelhante de maneira integral, acreditando que tal 
semelhante é e será importante para o desenvolvimento de um mundo menos 
desigual para todos os seus partícipes. 
O autor Freire (2003) continua nos inspirando no estudo sobre o professor 
mentor e guia, que deve cuidar, com entusiasmo, do desenvolvimento de seus 
educandos, quando sublinha que: “Eu diria que um bom professor que, sendo ou 
se tornando permanentemente competente, está permanentemente consciente 
de uma sensação de surpresa e nunca deixa de se surpreender. (FREIRE, 2003, 
p. 86). O ato de ensinar com competência implica estar totalmente voltado para 
o desenvolvimento integral dos educandos, dando condições para que o 
 
 
12 
 
aprender seja entusiástico todos os dias, principalmente, frente ao interesse nato 
das crianças pequenas, instigando nelas cada vez mais a curiosidade que lhes 
é natural, proporcionando sempre condições para o pensamento criativo, a 
dialogicidade, a valorização daquilo que as crianças sabem do seu convívio 
social, entre outros aspectos que corroboram para que todos os sujeitos infantis 
tenham voz e vez no âmbito educativo, fazendo deste um lugar de construção 
de aprendizagens significativas ao desenvolvimento integral e humano dos 
estudantes. Sendo assim, o papel do professor é primordial. 
A dinamicidade dos fatos que compreendem o mundo atual requer que a 
tarefa do professor seja feita com muita criatividade, ao mesmo tempo que este 
tenha muita proximidade com os seus educandos, a fim de caminharem juntos, 
indicando as novas e bonitas maneiras de aprender mediante a complexidade 
da vida moderna. Assim, o docente guia os seus aprendizes pelos caminhos 
desafiadores de aprendizagens revolucionárias, as quais podem e devem 
interferir na constituição de vidas cada vez mais autônomas. 
Para Refletir 
Um dos saberes primeiros e indispensáveis a quem 
chegando a favelas ou realidades marcadas pela traição a 
nosso direito de ser, pretende que sua presença se vá 
tornando convivência, que seu estar no contexto vá virando 
estar com ele, é o saber do futuro como problema e não como 
inexorabilidade. É o saber da história como possibilidade e 
não como determinação. O mundo não é. O mundo está 
sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora 
na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu 
papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, 
mas também o de quem intervém como sujeito de 
ocorrências. Não sou apenas objeto da história, mas sujeito 
igualmente. No mundo da história, da cultura, da política, 
constado não para me adaptar mas para mudar. 
(FREIRE, 1996, p. 76, 77). 
 
Sobretudo: “Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o 
egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar...” 
(FREIRE, 1979, p. 29). Entender os sujeitos infantis como fontes do 
desenvolvimento da sociedade, sabendo que estes tanto dependem de 
professores responsáveis que conduzam seus processos de ensino e 
 
 
13 
 
aprendizagem com louvor, é um ato primordial na constituição de uma 
aprendizagem que seja significativa para todos os educandos, para tanto, tal 
compreensão especifica que a ação só pode acontecer permeada da 
amorosidade, acima de tudo o amor pelo outro, pela vida, pelo mundo, por sua 
profissão, fazendo com que o professor sempre encontre novas e bonitas 
soluções para as adversidades do cotidiano escolar. E Freire continua: “Não há 
educação imposta, como não há amor imposto. Quem não ama não compreende 
o próximo, não o respeita.” (FREIRE, 1979, p. 29). 
Saiba Mais 
Leia a respeito do professor como mentor no processo 
educativo, segundo as ideias do educador americano Marc 
Prensky. 
Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/o-
professor-deve-ser-um-mentor/ 
 
“O que é educar? Educar é produzir um homem que ama o espetáculo da 
vida. Desse amor emana a fonte da inteligência. Educar é produzir uma sinfonia 
em que rimam dois mundos, o das ideias e o das emoções. ” (CURY, 2002, p. 
20). Augusto Cury também colabora com as inferências acerca do professor 
como mentor e guia no processo educativo contemporâneo, uma vez que esse 
autor estuda a mente humana e sua complexidade, mediante todos os fatos que 
compreendem a vivência da sociedade tecnológica atual. Portanto, atender as 
crianças no espaço escolar com qualidade é um imenso desafio que perpassa 
pelas mãos do professor que, comprometido com sua tarefa de ensinar, entende, 
a princípio, que sua responsabilidade é indicar caminhos para que os sujeitos 
tenham condições de prosseguir suas vidas com mais autonomia e felicidade, 
entendendo sempre que a vida está acontecendo enquanto organizamos e 
efetuamos os planejamentos de aula no contexto educativo. Sendo assim, é 
necessário ter sensibilidade em todos os momentos, olhar nos olhos dos 
educandos e construir um caminho produtivo de aprendizagens significativas 
com e para eles. 
 
 
14 
 
 
Fonte: elaborado pelo autor (2019). 
 
Uma das virtudes que eu acho que nós educadores e educadoras 
temos que criar – porque tenho certeza também de que não 
recebemos virtudes como dons; fazemos as virtudes não 
intelectualmente, mas através da prática – uma das virtudes que 
temos que criar em nós mesmos como educadores progressistas 
é a virtude da humildade (FREIRE, 2003, p. 189). 
 
A história nos mostra que a sociedade sempre interferiu na organização 
do trabalho escolar. De acordo com as necessidades da vida social, na qual a 
escola está inserida, organizam-se os currículos da escola, a fim de que esta 
possa atender os anseios das urgências sociais de um tempo e espaço 
específico. Pode-se notar esse fato, por exemplo, com a criação das creches, 
que atendiam as crianças enquanto suas mães iam para o trabalho, surgindo 
assim os espaços educativos com a preocupação de cuidar, o que fez com que 
se constituíssem as condições para que hoje pudesse ser dito que os centros de 
educação infantil primam pelo cuidar e educar. 
Esta premissa de entender que os aspectos pedagógicos do chão da 
escola atendem historicamente aos anseios da sociedade implica olhar a 
situação de mundo atual com responsabilidade e sensibilidade, em que os 
Mentor / 
Professor / Guia
Criatividade / 
Conhecimento
Humildade
Humanização
Processo de 
aprendizagem 
significativa
 
 
15 
 
estudantes chegam à escola muito influenciados pelo mundo e suas mídias, são 
imersos em um mundo de informações e precisam, portanto, serem guiados a 
um mundo novo de conhecimento crítico, que pode conceber condições para 
que tais sujeitos façam a seleção das informações necessárias aos seus 
desenvolvimentos como humanos em seus específicos espaços sociais e 
políticos. 
No âmbito da Educação Infantil, é primordial que os professores 
(mentores) favoreçam uma convivênciasaudável entre os pares, a fim de que 
todos os envolvidos nas relações de aprendizagens possam compreender o 
quão importante e bonito é construir o aprendizado no coletivo, e que cada 
sujeito acredite em seu papel na constituição de saberes, bem como valorize 
desde a mais tenra infância o seu semelhante, como sujeito singular em todo e 
qualquer contexto em que se deem as relações humanas. 
Em um mundo tão envolto de comunicação virtual, onde as pessoas 
primam pela velocidade das relações, entender e conceber um processo 
educacional fundamentado nas interações entre os sujeitos é sem sombra de 
dúvida um grande desafio. 
 
Processo educacional virtual 
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/colegas-que-trabalham-em-conjunto_863223. 
htm 
 
Para Demo (2002): “O professor continuará insubstituível como 
formulador, organizador, revisor, atualizador dos conteúdos a serem 
socializados, o que exige atitude de sujeito crítico e criativo.” (DEMO, 2002, p. 
155). Entende-se que mais do que nunca o professor precisa estar se 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/colegas-que-trabalham-em-conjunto_863223.htm
https://br.freepik.com/fotos-gratis/colegas-que-trabalham-em-conjunto_863223.htm
 
 
16 
 
atualizando, buscando conhecimentos que possam dar condições para que guie 
seus educandos pelo caminho do aprendizado significativo e assim possa ser 
mentor dos seus aprendizes com maestria, por meio do diálogo, do respeito 
mútuo e seja mediador de aprendizagens que sejam úteis para contribuir ao 
desenvolvimento de uma sociedade menos desigual. 
A teoria de Lev Vygotsky (1998) que sustenta o ideário da pedagogia 
sociocultural, a qual, resumidamente, consiste em entender que o trabalho 
pedagógico deve estar sustentado na interação dos sujeitos com seus pares e 
com o seu meio de convivência, traz também toda uma diretriz acerca do 
trabalho docente, sublinhando este como mediador da construção de 
conhecimento, que também converge com o debate proposto por este estudo, 
que é do de compreender o papel do professor como um guia ou um mentor. 
Ainda em Vygotsky (1998), é possível refletir sobre o desenvolvimento 
dialético de todos os homens. Independentemente da fase em que esteja o 
humano, este necessita da interação com o seu meio e como os seus 
semelhantes, a fim de que sejam construídas aprendizagens concisas. 
Especialmente, na infância: “O caminho do objeto até a criança e desta 
até o objeto passa através de outra pessoa. Essa estrutura humana complexa é 
o produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas 
ligações entre história individual e social” (VYGOTSKY, 1998, p. 40). Assim, as 
contribuições da perspectiva histórico-cultural são extremamente relevantes 
para compreender a importância do papel docente frente a uma inquietação de 
conduzir um processo educacional qualitativo, promovendo nos sujeitos 
estudantis condições reais de aprendizagens com sentido e significado para 
suas vidas. 
Sobremaneira, o que precisa ficar claro é que nos tempos 
contemporâneos as mudanças tecnológicas são gigantescas e que os 
educandos chegam em sala de aula preparados para interagirem com os seus 
semelhantes por meio dos tantos questionamentos provenientes de um mundo 
repleto de informações. O modelo de escola tradicional, em que o docente era o 
detentor do saber e repassava conhecimentos com muito autoritarismo, não 
pode subsistir a toda esta contemporaneidade em sala de aula, portanto é 
necessário dialogar com os educandos e construir em conjunto os conceitos 
educativos. O professor-mentor-guia precisa estar preparado constantemente 
 
 
17 
 
e necessita da pesquisa, do estudo, da reflexão e ação diante dos desafios de 
ensinar com qualidade. 
O autor Assmann (1998) sublinha que: “Somente educadores/as 
entusiasmados/as com seu papel na sociedade conseguem criar uma opinião 
pública favorável a seus reclamos.” (ASMANN, 1998, p. 23). E o estar 
entusiasmado está para além de uma condição física, implica todos os aspectos 
de trabalhar e gostar de estar com outros seres humanos, pois a educação 
envolve o trabalho intenso e árduo com pessoas, as quais precisam ser 
compreendidas e respeitadas em suas singularidades. Independentemente da 
etapa educacional em que o professor esteja lecionando, todos são sujeitos 
humanos em desenvolvimento, “seres inacabados”, no sentido mais célebre 
que a obra de Paulo Freire nos inspira dizendo que enquanto existir vida há 
novas e bonitas possibilidades de mudança, de renovar os caminhos, de saber 
mais, de interagir consigo mesmo, com o outro e com o mundo, percorrendo 
assim, caminhos que possam dar condições para a construção de 
conhecimentos revolucionários. 
Importante 
“Ajudar é possibilitar o fazer com: é dialogar, portanto. Se o 
ajudante for o professor, a ajuda é planejada e sistemática, pois 
seu impacto no aluno é esperado como realização. Logo, é 
preciso conhecer o que já há; novamente, o diálogo. Conhecer 
o que há para definir o que poderá ser. Nesse jogo assimétrico, 
professor e aluno ferem-se, atingem-se mutuamente. O aluno 
dirige o seu próprio processo de aprender, restringindo 
ativamente, as possibilidades de ação do professor. O professor 
é quem planeja e cria as condições de possibilidade de 
emergência das potencialidades do aluno. ” 
(TUNES; TACCA; BARTHOLO, 2005, p. 694). 
 
O professor deve guiar os seus educandos com responsabilidade e 
entusiasmo durante o processo educativo, demonstrando toda a sua experiência 
nos afazeres escolares cotidianos, estimulando as crianças a aprender com 
autonomia, fazendo com que a aprendizagem seja repleta de qualidade e 
significativa para o desenvolvimento da vida do sujeito infantil. Para tanto, o 
 
 
18 
 
docente precisa ter humildade e vontade de aprender sempre enquanto conduz 
o trabalho educacional com maestria. 
 
Conclusão da aula 1 
 
A Educação Infantil tem importância vital frente à proposta de 
desenvolvimento integral do sujeito, pois nessa fase as habilidades singulares 
dos indivíduos devem ser estimuladas com eficácia. Tem-se a notoriedade legal 
dessa etapa educativa na contemporaneidade brasileira, a qual traz toda uma 
organização estrutural para a realização de uma educação qualitativa. O papel 
do professor como mentor e guia é fundamental para a aquisição de processos 
significativos de aprendizagens, em que a criança é o foco de todo o trabalho 
educacional. 
Atividade de Aprendizagem 
Após todas as inferências destacadas em nossa aula acerca 
da prática docente na Educação Infantil, elabore um texto de 
até 15 linhas explicando seu entendimento sobre o professor 
como mentor e guia no processo educativo infantil. 
 
 
 
Aula 2 – Pedagogia Relacional 
 
Apresentação da aula 2 
 
Em nossa segunda aula, será discutido, enfaticamente, a respeito da 
pedagogia relacional, sublinhando a relevância das relações para a constituição 
de aprendizagens significativas frente aos educandos, tendo o professor como 
mediador do processo de ensino e aprendizagem. Ao final da aula, a Educação 
Infantil será colocada no foco da discussão, pois será demonstrada a relevância 
de praticar a didática sob a perspectiva das relações com os alunos dessa etapa 
educacional. 
 
 
19 
 
2.1 Inferências acerca da Pedagogia Relacional 
 
Mediante as perspectivas contemporâneas do vigente mundo, pensar e 
discutir sobre aspectos educativos que valorizam as relações entre os sujeitos é 
algo muito relevante, tendo em vista todas as complexidades do mundo 
moderno, onde as pessoas estão envoltas em um exacerbado processo de 
consumo, frente às relações capitalistas da sociedade. 
As crianças estão permeadas dessas realidades, nas quais as pessoas 
se comunicam de maneira tecnológica, se importam muito em ter objetos para 
utilizar na vida, ao invés de se importarem com os aspectos da essência humana, 
em outras palavras, a civilização temgastado sua energia e tempo em virtude 
de conquistar “coisas” materiais no lugar de valorizar o ser e estar nas relações 
com o semelhante. 
Neste interim de convivência comum nas sociedades modernas têm-se o 
desafio de pensar nas relações saudáveis entre os sujeitos. Sabendo que a 
escola reflete em seu interior a sociedade, na qual está inserida, é necessário 
discutir a relevância de valorizar as pessoas na busca por uma constituição 
social menos injusta ou mais solidária. 
Compreende-se que os educandos devem ser considerados como 
sujeitos que possuem todas as possibilidades para se desenvolverem de 
maneira mais humana, respeitando os seus pares em todos os sentidos, 
primando pelos aspectos que contribuem para a propagação do bem comum. 
A Pedagogia Relacional propõe um trabalho educativo centrado na 
relação, em que o desenvolvimento do sujeito é tido totalmente no aspecto 
subjetivo, ou seja, a preocupação está voltada para o crescimento do sujeito em 
sua essência e em sua subjetividade, para que, então, possa contribuir na 
formulação de ambientes sociais mais harmônicos, nos quais as singularidades 
dos semelhantes sejam respeitadas e estimuladas com veracidade. 
A proposta de trabalho pedagógico relacional não está centrada no aluno 
nem no professor, mas foca-se nas relações instituídas dentro da sala, pois o 
aprendizado é formulado de acordo com as relações estabelecidas. O sujeito 
estudantil precisa interagir com o seu objeto de estudo e com os seus pares, de 
igual forma deve problematizar sua aprendizagem. 
 
 
20 
 
 
Relação, crescimento e harmonia 
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/criancas-lendo-livros-e-trabalhando-no-com 
putador_2862846.htm 
 
Segundo Becker (2001), o ato de aprender dar-se-á mediante a relação 
do sujeito com o processo de ensino e aprendizagem, o educando deve refletir 
sobre o seu aprendizado, esta lógica didática e pedagógica está firmada nos 
ideários construtivistas de Jean Piaget, que sublinha os termos reflexionamento 
e reflexão. Com isso, o educando deve obter sempre autonomia diante dos 
processos de aprendizagem, tendo liberdade para agir diante do objeto de 
estudo, agindo e refletindo diante da construção do conhecimento. 
Para tanto, o aluno e aluna, em todos os momentos de desenvolvimento 
educacional, ou seja, qualquer que seja a fase de vida do educando, têm 
condições de aprender. Sejam quais forem as circunstâncias, sempre haverá 
oportunidades de aprendizagens úteis e significativas para a vida. 
A ideia da Pedagogia Relacional está vinculada ao construtivismo, no 
sentido de que o educando deve encontrar condições para construir o seu 
próprio aprendizado, a partir das relações instituídas no decorrer da convivência 
escolar. 
Pesquise 
Leia e reflita mais sobre o que é Construtivismo? 
Acesse: 
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-
093_c.pdf 
https://www.infoescola.com/educacao/construtivismo/ 
 
 
 
21 
 
Os sujeitos estudantis em suas relações com seus pares e com os seus 
ambientes de vivência têm condições de aprender sempre com qualidade. 
Toda a complexidade dos elementos que constituem o cotidiano da sala 
de aula forma as condições relacionais dos processos de aprendizagem, nos 
quais alunos e professores interagem e têm melhores e maiores condições para 
aprender. 
O espaço educativo da sala de aula é sublinhado como dialógico, 
enfatizando aqui a contribuição da teoria de Freire (2003), que discorre acerca 
da dialogicidade no espaço do ensinar e aprender como condição fundante da 
prática pedagógica libertadora, a qual visa contribuir para a formação de pessoas 
autônomas, as quais tenham condições de atuar na sociedade com maestria. 
Tanto em Freire como em Piaget, a pedagogia relacional encontra 
fundamentos teóricos para sua realização dentro do contexto escolar, pois na 
premissa dos seus ideários está a relevância das relações entre os semelhantes, 
sendo que tais ações dependem do diálogo, como também a relação do sujeito 
com os objetos de estudo, sublinhando que o educando tem condições de 
construir o seu aprendizado. 
O professor na pedagogia relacional deve mediar a construção do 
conhecimento com respeito e responsabilidade diante das relações 
estabelecidas no âmbito da sala de aula, a partir de uma prática que possibilite 
acolhimento aos estudantes e contribuindo para que estes tenham liberdade de 
construírem suas caminhadas acadêmicas com louvor, interagindo com os seus 
semelhantes e com os âmbitos educacionais, portanto, construindo relações ao 
longo da convivência escolar, as quais são indícios de aprendizagens 
significativas para o sujeito estudantil em quaisquer etapas desenvolvimento. 
Ví deo 
Aguce ainda mais sua curiosidade e aprendizagem a respeito 
do Construtivismo. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=zXLEF_WV0hA 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=zXLEF_WV0hA
 
 
22 
 
Depreende-se que o papel docente na pedagogia relacional é o de 
mediador, o qual precisa ter competência técnica e teórica para instigar a 
formulação de conhecimentos significativos frente aos estudantes, primando 
sempre pela valorização das relações humanas na ambiência escolar. 
 
Importante 
Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, está 
pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento 
não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele 
se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e 
social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações 
sociais; e se forma por força de sua ação e não por qualquer 
dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo 
que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem 
consciência e, muito menos, pensamento. 
Construtivismo é, portanto, uma ideia; melhor, uma teoria, um 
modo de ser do conhecimento ou um movimento do 
pensamento que emerge do avanço das ciências e da Filosofia 
dos últimos séculos. Uma teoria que nos permite interpretar o 
mundo em que vivemos. No caso de PIAGET, o mundo do 
conhecimento: sua gênese e seu desenvolvimento. 
Construtivismo não é uma prática ou um método; não é uma 
técnica de ensino nem uma forma de aprendizagem; não é um 
projeto escolar; é, sim, uma teoria que permite (re) interpretar 
todas essas coisas, jogando-nos para dentro do movimento da 
História - da Humanidade e do Universo. Não se pode esquecer 
que, em PIAGET, aprendizagem só tem sentido na medida em 
que coincide com o processo de desenvolvimento do 
conhecimento. 
 
Fragmento do texto de Fernando Becker. 
Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_2 
0_p087-093_c.pdf 
 
Com bases fundamentadas no construtivismo, a Pedagogia Relacional se 
formula no âmbito escolar no sentido de que o educando só conseguirá aprender 
algo com veemência se interagir com o aprendizado proposto pelo professor, 
agindo diante das propostas didáticas e pedagógicas que o docente traz para a 
sala de aula. É necessário haver uma interação com o objeto para então existir 
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_2
 
 
23 
 
possibilidades reais de construir conhecimentos úteis para a vida do sujeito 
aprendiz. 
Sendo assim, a perspectiva da Pedagogia Relacional vai além dessa 
interação entre sujeito e objetos de estudo, pois centra-se nas relações 
relevantes dentro da sala de aula, acreditando que estas são a chave de todo o 
desenrolar educativo, possibilitando que todos os indivíduos possam 
desenvolver habilidades singulares em prol do crescimento cognitivo individual 
e coletivo. 
 Nesse sentido, a reflexão é o ponto culminante do trabalho na Pedagogia 
Relacional, pois todos os sujeitos estão envoltos na ambiência escolar e 
precisam refletir a respeito da boniteza das relações entre os semelhantes, 
entendendo que o aprendizado qualitativo só acontece se houver relações 
saudáveis e/ou harmoniosas entre os semelhantes, os quais por sua vez estejamconscientes de seus papeis no processo de ensino e aprendizagem com 
criticidade. 
Becker (2001) traz a reflexão acerca das inferências sobre o 
construtivismo que dão sustentabilidade à prática da Pedagogia Relacional, 
sublinhando que o professor adepto dessa vivência educativa não aceita 
concepções como o empirismo, que defende que a aprendizagem está centrada 
nos sentidos desenvolvidos pela experiência diante dos objetos de estudo. Da 
mesma maneira que não aceita a ideia do apriorismo, a qual indica que o ser 
humano nasce com o conhecimento já programado, mediante sua 
hereditariedade, é nato. 
É importante também salientar que Becker (2001) contribui para a reflexão 
de que o educando visto pela Pedagogia Relacional não é uma folha em branco, 
mas, sim um sujeito que traz consigo várias influências dos seus ambientes de 
convivência, como a família, por exemplo, e tal sujeito precisa ser instigado a 
desenvolver-se da melhor maneira possível no ambiente escolar, aprimorando 
seus saberes a partir da mediação consciente e responsável do professor, o qual 
respeita a fase de desenvolvimento dos seus aprendizes e os conduz para novos 
patamares de saberes, dialogando e refletindo sobre as inovadoras 
possibilidades de aprender, e aprender com qualidade durante todo o tempo no 
processo de ensino e aprendizagem. 
 
 
24 
 
A ideia central de que o educando construa seu conhecimento a partir de 
suas relações com os seus semelhantes e com o seu meio ambiente está 
fundamentada na ótica epistemológica do construtivismo, ou seja, acredita-se no 
processo educativo que traz toda uma consciência e respeito ao fato de que o 
ser constrói seu caminho em prol do saber, por meio das experiências 
construídas ao longo do processo escolar, problematizando sempre suas 
intenções de aprendizagem, sabendo que o professor é o mediador de todo o 
processo e fazendo o papel de estimular o pleno desenvolvimento dos seus 
aprendizes, independentemente, das fases de vida que os estudantes estejam. 
Em suma, a epistemologia da Pedagogia Relacional é e vem do 
construtivismo. Em outras palavras, o conhecimento que rege a Pedagogia 
Relacional é o construtivismo, ou seja, as ideias da epistemologia genética 
desenvolvida pelo biólogo Jean Piaget são importantíssimas para defender a 
relevância das relações para a constituição de saberes concisos e/ou úteis para 
o desenvolvimento integral do sujeito. 
 
Vocabula rio 
Epistemologia: ciência, conhecimento. É o estudo científico 
que trata dos problemas relacionados com a crença e o 
conhecimento, sua natureza e limitações. Conhecida 
também como a teoria do conhecimento. 
 
Apoiada na epistemologia do construtivismo, a Pedagogia Relacional 
objetiva instigar o desenvolvimento cognitivo dos educandos por meio das 
relações estabelecidas dentro da sala de aula, onde eles tenham condições de 
construir suas aprendizagens com mais qualidade, por intermédio da interação 
com o outro, vislumbrando uma formação integral nos estudantes que dê 
condições a todos os sujeitos de contribuírem com maestria para a formulação 
de um mundo menos desigual, ou seja, partindo da premissa de que são, nas 
relações humanas, momentos em que é possível desenvolver mais e mais a 
humanização necessária nas mentes dos sujeitos, fazendo destes seres 
propagadores do bem comum. 
 
 
 
25 
 
Para Refletir 
Leia este trecho de texto e reflita sobre a importância da 
intencionalidade em trabalhar com aprendizagem formal e 
informal: 
 
Desenvolver o conhecimento no campo afetivo e no das 
relações interpessoais não é considerado particularmente 
inteligente pelo sistema estabelecido, o que faz com que 
estes ensinamentos possíveis não figurem no currículo. Isto 
não constitui uma escolha realmente admirável, a julgar pelas 
consequências que traz. Entre estas consequências, pode-
se facilmente perceber um desequilíbrio entre o nível de 
evolução que alcançam os aspectos cognitivos do 
pensamento, exercitados intencionalmente no ensino formal, 
e os aspectos afetivos, banidos de tal ensino ou por ele 
ignorados, que permanecem em estado de 
subdesenvolvimento. Isso conduz a uma sociedade muito 
bem preparada para progredir no campo da tecnologia, 
inclusive militar, mas deixa esta tecnologia nas mãos de 
indivíduos que não sabem conscientizar e organizar suas 
emoções nem resolver conflitos de maneira não-violenta, isto 
é, nas mãos de analfabetos emocionais. Muitos dos atuais 
políticos e militares envolvidos em guerras e massacres 
foram, em algum momento, estudantes aos quais se ensinou 
com muita ênfase a resolver problemas relacionados com 
matérias curriculares, mas que não foram os preparados para 
resolver conflitos interpessoais de maneira inteligente. Não 
parece ser uma ideia feliz preparar o ser humano para ser 
capaz de alcançar um alto desenvolvimento tecnológico que 
permita produzir inúmeros bens materiais, mas também 
instrumentos de destruição massiva, e não lhe ensinar os 
recursos necessários para alcançar um maior bem-estar 
individual e coletivo. 
(SASTRE; MORENO, 2002) 
 
Ao mesmo tempo que o aspecto individual é valorizado em sua 
singularidade, o coletivo também é contemplado por esta prática educativa, que 
visa envolver todos como participantes no contexto da aprendizagem, buscando 
fazer dos educandos os sujeitos de seus processos, construtores de saberes, 
que são mediados pelo conhecimento e experiência didática do professor, que 
responsável e ético conduz os aprendizes a caminhos inovadores de 
aprendizagens significativas. 
 
 
 
26 
 
 
Pedagogia Diretiva 
Epistemologia 
Empirista 
Pedagogia Não Diretiva 
Epistemologia 
Apriorista 
Pedagogia Relacional 
Epistemologia 
Construtivista 
Pedagogia centrada 
no professor. 
Pedagogia tradicional 
e conteudista. 
Educação Bancária. 
Reprodução de 
conhecimentos. 
Estudante passivo e 
ouvinte. 
O professor é o 
detentor do saber. 
 
 
O professor é o auxiliar 
do estudante, pois 
acredita-se que este já 
traz consigo um 
aprendizado nato, o qual 
precisa ser trazido à 
consciência e 
organizado. 
O professor como 
facilitador do processo 
educacional. 
É centrada na relação. 
Não é centrada no 
estudante ou professor, 
mas sim nas relações 
desenvolvidas em sala 
de aula. 
O educando age e 
problematiza sua ação 
de aprendizagem. 
O sujeito é capaz de 
aprender sempre. 
O professor é o 
mediador da construção 
de aprendizagem. 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
2.2 A Pedagogia Relacional na Educação Infantil 
 
Em toda e qualquer etapa educacional, pensar nas relações que 
permeiam o âmbito educativo é muito importante, afinal o ato de educar envolve 
pessoas humanas, então, desta feita, relações entre crianças, adolescentes, 
jovens, homens e mulheres são comuns nas ambiências educacionais. 
O ato de organizar os atos pedagógicos na Educação Infantil, a partir da 
premissa de que o processo de aprendizagem deve ser desenvolvido pelo viés 
das relações entre todos dentro do contexto educacional, é algo que converge 
com toda a discussão e luta em prol de uma educação significativa para todos 
os seus partícipes. 
Promover a Pedagogia Relacional em alunos de Educação Infantil é 
permitir que estes desenvolvam mais e mais suas curiosidades, tão naturais 
nesta fase da vida humana, e que por vezes o sistema escolar formal não dá 
oportunidade de a criança continuar a desenvolver essas curiosidades tão 
 
 
27 
 
relevantes para a constituição de saberes úteis e/ou relevantes para a vivência 
em sociedade, pois é necessário cumprir o currículo e a rotina pré-estabelecida, 
por exemplo. 
Em outro aspecto, esta promoção de aprendizagem centrada nas 
relações faz com que as crianças desde a mais tenra infância percebam a 
necessidade do outro em sua existência, que para viver em sociedade 
dependemos dos nossos pares, que é necessário valorizar a coletividade,enaltecendo assim a feitura de um mundo mais igualitário. 
De igual importância, para se pensar na pedagogia relacional, há o 
trabalho coletivo dos professores, em muitos centros de Educação Infantil ou, na 
grande maioria, a sala de aula é dirigida por duplas de trabalho. Em alguns 
casos, encontramos casais mediando a construção do conhecimento. Essa 
forma de desenvolver o trabalho é necessária devido ao número de crianças por 
sala, muitas vezes e principalmente em instituições públicas, como também a 
dependência que as crianças de Educação Infantil possuem em relação ao 
cuidado que os adultos devem ter em relação a elas. 
Porém, sobre a ótica da epistemologia do construtivismo que sublinha a 
relevância de a criança ser autora do seu conhecimento, tendo o professor como 
mediador do processo e para além dessa concepção, a pedagogia relacional traz 
as relações como a ferramenta primordial de todo o trabalho educativo, as 
crianças precisam de liberdade para aprender, e para gozar de tal liberdade no 
contexto escolar necessitam de cuidado enquanto brincam, exploram, 
relacionam-se com o ambiente e com os seus pares. 
A observação dos professores atenta e amorosa à medida que as crianças 
vão explorando os ambientes organizados dentro do contexto educativo é tão 
importante quanto o diálogo direto com tais educandos. 
O ambiente deve acolher as crianças em todos os sentidos, fazendo com 
que sintam-se totalmente seguras para explorar suas relações com todos no 
ambiente e com o ambiente físico. Para tanto, o docente precisa respeitar os 
espaços dos sujeitos infantis, ou o tempo de aprendizagem de cada um, 
mediando os processos de aprendizagem com afetividade, competência, técnica 
e teoria para que as relações possam, veementemente, contribuir para a feitura 
de um processo educacional louvável. 
 
 
28 
 
Saiba Mais 
Quanto ao número de crianças em sala na educação infanti l: 
no caso de creches e pré-escolas, a decisão é das 
secretarias municipais de ensino, que podem diminuir ou 
aumentar esse número de acordo com as necessidades e 
demandas. Apesar disso, há características desejáveis à 
etapa no documento Parâmetros Nacionais de Qualidade da 
Educação Infantil (também presentes no Parecer do 
Conselho Nacional de Educação nº 28/1998), que 
estabelece: "uma professora ou um professor para cada 6 a 
8 crianças de 0 a 2 anos; uma professora ou um professor 
para cada 15 crianças de 3 anos; uma professora ou um 
professor para cada 20 crianças acima de 4 anos". 
Além disso, o texto também afirma que "a quantidade 
máxima de crianças por agrupamento ou turma é 
proporcional ao tamanho das salas que ocupam". Esses 
textos são, contudo, diretrizes e não leis; e não determinam 
uma relação de crianças por sala. 
Continue a leitura do artigo... 
Acesse em: https://blogs.oglobo.globo.com/todos-pela-educ 
acao/post/existe-limite-de-aluno-por-sala-de-aula-na-educa 
cao-infantil.html 
 
Sem dúvidas, pensar no desenvolvimento pleno das crianças requer a 
valorização das relações constituídas no espaço escolar, no qual os professores 
tenham toda a competência necessária para mediar o processo de ensino e 
aprendizagem, dando voz e vez aos sujeitos infantis, valorizando as suas 
verbalizações, independentemente, da faixa etária e tendo perspicácia em 
estimular a liberdade nas crianças desde a mais tenra infância. 
As relações entre os professores estimulam também as relações entre as 
crianças, pois estas aprendem muito na vivência, na observação, no exemplo, 
ou seja, estarão vendo diariamente os professores se relacionando entre si para 
promover momentos tenros de aprendizagens para todos os partícipes. 
Dessa maneira, a pedagogia relacional propicia melhores e maiores 
condições para que o processo de ensino e aprendizagem seja significativo aos 
estudantes, a partir das relações instauradas no cotidiano educativo mediante a 
amorosidade e afetividade e disseminando a liberdade em todos os aspectos do 
aprender, assim sendo, é possível conceber um processo educativo repleto de 
 
 
29 
 
significância aos seus estudantes, pautado na aplicabilidade de relações 
humanizadoras. 
Importante 
A atenção do professor quanto à dinâmica relacional da sala de 
aula, percebendo-se, inclusive, como ator nesse cenário, pode 
oferecer-lhe significativos indicadores quanto à compreensão 
singular dos processos de aprendizagem de seus alunos, em 
que a produção de significados e sentidos sobre o 
conhecimento e a participação da subjetividade neste processo 
podem ganhar uma atenção especial. Nessas informações, o 
professor pode encontrar os elementos necessários à 
elaboração de estratégias interventivas que alcancem as 
necessidades individuais de cada aluno e favoreçam, 
consequentemente, a aprendizagem desses estudantes. 
 (LIMA, 2008, p. 204) 
 
Autores: Inferências dos autores que inspiram o discorrer 
teórico da Pedagogia Relacional: 
Jean Piaget Epistemologia do construtivismo, a criança é o agente do seu 
aprendizado. 
Paulo Freire A relevância do diálogo e da amorosidade, o educando como 
sujeito do processo educativo. O professor como mediador 
da construção de conhecimento. 
Henri Wallon A afetividade no cotidiano escolar, lembrando que a 
pedagogia relacional está centrada na relação. 
Lev Vygotsky A relação dos sujeitos com o meio e com o seus 
semelhantes, a relevância da interação para a aquisição de 
aprendizagens. 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
Conclusão da aula 2 
 
A pedagogia relacional está centrada na relação: do sujeito com o 
ambiente físico, que deve ser acolhedor e propício para as interações reflexivas, 
como também do sujeito com os seus pares, os quais precisam ser estimulados 
a aprenderem juntos, mediante o diálogo e a liberdade de construírem os seus 
 
 
30 
 
conhecimentos. Os professores devem ser mediadores do conhecimento, pois 
as crianças se relacionam entre si (no caso das duplas de trabalho) e os 
profissionais da educação mediam a construção de saberes significantes para a 
vida de seus educandos. 
A criança precisa ser valorizada como sujeito do seu processo de ensino 
e aprendizagem, tendo o professor como mediador desse processo, o qual 
amorosamente conduz os seus pequeninos com liberdade mediante uma prática 
libertadora no cotidiano escolar, na qual a criança pode aprimorar sua 
curiosidade mediante os objetos de conhecimento e se relacionar com o 
ambiente e com os seus pares com maestria. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Explique com suas palavras como deve acontecer o trabalho 
fundamentado na Pedagogia Relacional no cotidiano escolar. 
Dê exemplos de como esta prática pode acontecer da melhor 
maneira possível nos espaços educativos contemporâneos. 
Inspire-se nos exemplos e discussões compartilhadas no 
decorrer da nossa aula. 
Discorra em até 15 linhas. 
 
 
 
Aula 3 – Identidade e formação da autonomia da criança 
 
Apresentação da aula 3 
 
Nesta terceira aula serão abordados conceitos acerca da identidade ou a 
construção desta pelo humano no decorrer da vida, dando ênfase à constituição 
da identidade no âmbito da Educação Infantil, sublinhando o trabalho docente e 
sua relevância para este feito. A discussão perpassará pela necessidade da 
postura afetiva e comprometida dos profissionais da educação, os quais 
precisam estimular o desenvolvimento autônomo da criança. 
 
 
31 
 
3.1 Identidade e formação da autonomia da criança 
 
Versar sobre a identidade das crianças pequenas na Educação Infanti l 
ou a construção de consciência dos pequenos educandos sobre si é algo 
intrínseco das discussões que objetivam a concretização de uma educação 
integral para todos os sujeitos. O indivíduo precisa se sentir no seu mundo, 
entendendo o seu papel dentro dos contextos que esteja convivendo como ser 
humano e, para tanto, precisa aprender a conhecer a si mesmo e as influências 
que as suas interaçõessociais têm em suas vidas, pois o ato de se sentir ou 
compreender sua identidade mediante os contextos de vida perpassa pela 
mutabilidade da vida humana, enfatizando que esta é totalmente mutável, pois 
em uma perspectiva de convivência humana tudo pode ser modificado com o 
passar do tempo, afinal, o ser humano é histórico, portanto, inacabado. 
Vocabula rio 
Identidade: conjunto de características que distinguem uma 
pessoa ou uma coisa e por meio das quais é possível 
individualizá-la. É o conjunto de caracteres próprios e 
exclusivos de uma pessoa. 
 
 
Interações sociais 
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/feliz-criancas-em-escola-elementar_3274284. 
htm 
 
 
32 
 
Em linhas gerais, pode-se inferir que a identidade é algo que vai sendo 
desenvolvido nos sujeitos infantis à medida que estes vão interagindo em seus 
ambientes sociais, constituindo, assim, suas histórias e corporificando seus 
sujeitos históricos. 
No grupo familiar, a criança vivencia suas primeiras interações sociais, ali 
vai configurando sua identidade de maneira inconsciente, a partir de todas as 
relações instauradas, conhecendo e reconhecendo o seu lugar dentro da família, 
bem como lidando com as outras pessoas e seus respectivos papéis dentro do 
contexto familiar. 
Quando a criança chega à escola, já traz consigo características 
intrínsecas em sua identidade, que já foram introduzidas pelas interações 
familiares, assim sendo a criança não pode ser de forma alguma concebida como 
uma folha em branco, por exemplo, pois as crianças trazem consigo já uma gama 
de experiências vivenciadas em suas relações com os seus pares na família. E 
tais saberes e/ou experiências devem ser valorizados e respeitados para se 
concretizar um processo educativo louvável. 
Em suas interações entre si e no âmbito escolar, as crianças vão se 
descobrindo individualmente, e, progressivamente, compreendem o valor das 
relações com o coletivo, aprendendo a conviver com os seus semelhantes, a 
partir da vivência complexa e diversa que é estabelecida nos ambientes 
escolares, os quais têm crianças bem diferentes umas das outras, e que já 
constituem identidades difusas, pois já trazem toda a influência de seus primeiros 
laboratórios de convivência humana, a família. 
Isso posto, é interessante enfatizar que a identidade do ser humano vai 
sendo constituída em seu discorrer histórico de vida, mediante todas as fases de 
desenvolvimento do sujeito, pois sofre as interferências de suas interações com 
seus ambientes de vivência e consequentemente com seus semelhantes, visto 
que todos esses aspectos corroboram para a formulação da identidade do 
indivíduo. 
Assim, é notória a importância de a escola propor trabalhados 
pedagógicos que estimulem o desenvolvimento das crianças de maneira 
saudável e harmoniosa, fazendo com que estas desenvolvam suas identidades 
com ótimas influências interativas, que possam aprender desde sempre sobre a 
boniteza de viver em e com respeito mediante aos semelhantes, respeitando as 
 
 
33 
 
diferenças comuns dos ambientes habitados por humanos, aprendendo a 
viverem com criticidade e humildade, colaborando para a feitura de um mundo 
menos odiento, como tão bem enfatiza Freire (2012). 
A fim de entendermos as condições de compreensão da criança frente ao 
mundo que a rodeia, assim como sua maturação biológica como bem nos inspira 
o biólogo suíço Jean Piaget, serão sublinhados os ideários de Wallon (2007) 
quanto às etapas de desenvolvimento do humano desde o nascimento até a 
idade adulta. Os estágios são: 
 
 O primeiro estágio é o Impulsivo Emocional, que se subdivide de 
0 a 1 ano, quando exploram muito o seu próprio corpo, e 
posteriormente, vem a fase de 1 ano a 3 anos e 12 meses, quando 
a criança começa a expressar-se com mais clareza e demonstra 
suas emoções com mais determinação, tendo consciência sobre 
os seus desejos e/ou necessidades; 
 O segundo estágio é nomeado de Sensório-Motor e Projetivo. 
(de 3 meses a 3 anos) Nesta fase de vida, a criança utiliza seus 
movimentos motores para explorar o ambiente. As atividades 
motoras estimuladas neste período contribuirão muito para o 
desenvolvimento da próxima etapa de vida, no que diz respeito 
aos aspectos do cognitivo e da afetividade; 
 O terceiro estágio é denominado de Personalismo (dos 3 anos 
aos 6 anos), este momento é primordial para o 
desenvolvimento da identidade infantil, pois o indivíduo 
começa a tomar consciência de si para além do outro, percebendo 
as diferenças existentes nos grupos de convivência; 
 O quarto estágio é nomeado de Categorial (6 anos a 11 anos), 
nesta fase existe a nitidez das diferenças conscientes, entre o eu 
e o outro. O sujeito também elabora seus saberes em categorias 
e vai formulando sua compreensão de mundo e de si mesmo, de 
acordo com as instruções educacionais recebidas durante o seu 
percurso de vida; 
 O último estágio é denominado de Puberdade e Adolescência 
(dos 11 anos em diante), assim é entendido que o processo de 
 
 
34 
 
construção da identidade se dá por toda a vida, pois a identidade 
do humano é influenciada pelas suas interações no percorrer dos 
seus caminhos de vida. 
 
Tendo em vista os processos que permeiam a vida humana, no que diz 
respeito ao desenvolvimento da pessoa em seus aspectos sociais, culturais, 
físicos, psicológicos, entre outros, é possível inferir que a identidade da pessoa 
vai, no decorrer da vida, sofrendo as influências necessárias para que o sujeito 
se invente e se reinvente, progredindo sempre no conhecimento de si próprio e 
de seu mundo. 
Sublinha-se o terceiro estágio, no qual, de acordo com Wallon (2007), a 
criança inicia o seu processo de consciência de si e do outro com mais vigor, 
entre os 3 e 6 anos, justamente nesta fase da educação infantil, e, 
posteriormente, quando as crianças estão adentrando no Ensino Fundamental, 
sendo esta uma fase de mudança. Assim, é imensamente importante que a 
escola assuma a responsabilidade de promover momentos de aprendizagens, 
nos quais as crianças possam se socializar com liberdade e criatividade, a fim 
de construírem com maestria suas identidades no decorrer do processo 
educativo, reconhecendo-se como sujeitos participantes em seus mundos. 
Pesquise 
Leia um pouco mais acerca da Educação Infantil, segundo 
os ideários de Henri Wallon. 
 
Acesse: 
https://novaescola.org.br/conteudo/114/henri-wallon-conceito-
emocao# 
 
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20861_8401.pdf 
 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a
s-contribuicoes-teoricas-de-wallon-para-a-aprendizagem/32656 
 
 
O trabalho de construção da identidade nos educandos inicia com os 
estímulos dados aos bebês para o desenvolvimento da consciência corporal, por 
exemplo, pois a partir do entendimento do que pode ser feito com o seu corpo a 
https://novaescola.org.br/conteudo/114/henri-wallon-conceito-emocao
https://novaescola.org.br/conteudo/114/henri-wallon-conceito-emocao
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20861_8401.pdf
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/as-contribuicoes-teoricas-de-wallon-para-a-aprendizagem/32656
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/as-contribuicoes-teoricas-de-wallon-para-a-aprendizagem/32656
 
 
35 
 
criança vai construindo e reconstruindo sua identidade, à medida que explora o 
ambiente com os seus movimentos corporais vai compreendendo seu papel no 
mundo que a cerca, e assim por diante. 
Todo esse desenrolar de interações entre a criança e o seu mundo 
externo acontece mediado com a afetividade, ou seja, os sentimentos 
direcionam os caminhos para a construção da identidade do ser pequenino, e, 
consequentemente, formula sua autonomia no mundo de convivência, 
paulatinamente, de acordo com a concretização da consciência de si e do outro. 
Essas interações são permeadas de sentimentos bons e ruins,os quais 
vão ajudando a constituir o sujeito, porém, quanto mais sentimentos bons forem 
compartilhados e cultivados, e, de maneira, afetiva a criança for conduzida no 
seu início de desenvolvimento como sujeito nos espaços de convivência, mais 
e/ou melhor tal sujeito constituirá sua identidade e terá uma autonomia como 
cidadão atuante em seu mundo presente e vindouro. 
Entende-se que a afetividade sob a ótica de Wallon (2007) consiste em 
toda a postura com que os adultos conduzem a interação com a criança, a 
maneira com que tratam nos diversos momentos relacionais, nos quais indicam 
como a criança deve agir em determinadas situações, por exemplo. Em todo 
momento, a criança pode aprender, pois ela imita, observa e repete os atos do 
adulto, para então, construir seus próprios gostos e maneiras de intervir em seus 
mundos, muitas vezes assemelhando-se aos adultos que a educaram. 
Ví deo 
Assista ao vídeo sobre a identidade e autonomia na Educação 
Infantil, a fim de aguçar mais sua curiosidade epistemológica 
sobre o assunto. 
Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=hDba0NLZuC4 
 
 
O processo de construção da identidade infantil requer práticas sociais, 
ou seja, é na socialização com o outro que a criança vai se descobrindo como 
sujeito e, progressivamente, como sujeito no mundo e para o mundo. 
Tal processo está repleto de relações com outrem, o que fará com que 
sejam construídos laços afetivos, está aí a relevância da afetividade na 
constituição da identidade e autonomia das crianças, pois toda e qualquer 
 
 
36 
 
relação entre sujeitos humanos emana de sentimentos, sejam estes bons ou 
ruins, no caso da constituição da identidade infantil, em que o ser pequenino está 
envolto nos cuidados do adulto, esta questão da afetividade está intrínseca ao 
processo de desenvolvimento do educando dentro e fora da escola. 
Portanto, as experiências de socialização no âmbito escolar são 
fundamentais para a constituição saudável e promissora da identidade e 
autonomia infantil. 
Para Wallon (2007), o meio social interfere na formação da pessoa, ou 
seja, são indissociáveis as influências do sujeito em processo de 
desenvolvimento com o seu meio de vivência. Enquanto o indivíduo humano vai 
tomando consciência de si, também vai estruturando saberes sobre o outro e 
assim entende sua relevância individual perante o mundo, entendendo a 
necessidade de viver coletivamente nos espaços sociais, pois viver em 
sociedade implica respeitar o próximo e suas atitudes diferentes de mim. 
Nesta perspectiva é importante enfatizar o papel primordial da escola frente 
ao desenvolvimento da criança na Educação Infantil, pois esta é a oportunidade 
maior que a criança terá para aprender sobre a socialização respeitosa diante 
dos seus semelhantes com características tão distintas das delas, é neste interim 
de relacionamentos que o trabalho educativo deve encontrar momentos certos 
para mostrar para as crianças as diversidades culturais e sociais preeminentes 
de grupos humanos, enfatizando que tais características são comuns em todos 
os grupos de pessoas humanas que integram uma devida sociedade. 
Saiba Mais 
A afetividade evolui conforme as condições maturacionais de 
cada pessoa e com formas de expressões diferenciadas que 
se configuram como um conjunto de significados que o 
indivíduo adquire nas relações com o meio e com a cultura 
ao longo da vida. Os significados representam para cada 
pessoa as diferentes situações e experiências vivenciadas 
num determinado momento e ambiente social. Por esse 
motivo, afetividade não permanece imutável ao longo da 
trajetória da pessoa. 
(DOURADO, PRANDINI, 2008) 
 
 
 
 
37 
 
Portanto, o espaço de socialização na escola, o qual é organizado em 
tantos momentos de brincadeiras, atividades pedagógicas dirigidas, ou mesmo 
a convivência natural entre as crianças no decorrer de toda a rotina escolar, é 
fator determinante para muitos comportamentos que o sujeito humano terá por 
toda a sua vida. 
Sendo assim, compreende-se que a afetividade deve estar em todos os 
momentos de interações sociais dentro da escola, visando estimular nas 
crianças as práticas harmoniosas para que a vida em sociedade seja menos 
difícil, vislumbrando assim a feitura de cidadãos mais conscientes sobre a 
boniteza de se viver em prol da propagação do bem comum. 
O processo de socialização da criança na Educação Infantil deixa fatores 
determinantes, benéficos ou maléficos, em sua estrutura social, afetiva e 
cognitiva, a depender da postura afetiva dos adultos frente aos seus atos 
educacionais, principalmente, perante o atendimento ou a condução da criança 
nos seus espaços de convivência educativa, como também na convivência 
familiar. 
Importante 
 
A maneira como cada um vê a si próprio depende também do 
modo como é visto pelos outros. O modo como os traços 
particulares de cada criança é recebido pelo professor e pelo 
grupo em que se insere tem um grande impacto na formação de 
sua personalidade e de sua autoestima, já que sua identidade 
está em construção. Um exemplo particular é o caso das 
crianças com necessidades especiais. Quando o grupo a aceita 
em sua diferença, está aceitando-a também em sua 
semelhança, pois, embora com recursos diferenciados, possui, 
como qualquer criança, competências próprias para interagir 
com o meio. Vale destacar que, nesse caso, a atitude de 
aceitação é positiva para todas as crianças, pois muito estarão 
aprendendo sobre a diferença e a diversidade que constituem o 
ser humano e a sociedade. As crianças vão, gradualmente, 
percebendo-se e percebendo os outros como diferentes, 
permitindo que possam acionar seus próprios recursos, o que 
representa uma condição essencial para o desenvolvimento da 
autonomia. 
(BRASIL, 1998, p. 13, 14) 
 
 
 
 
 
38 
 
Se a perspectiva educacional é a formulação de uma sociedade mais 
solidária, na qual as pessoas sejam cooperativas e tenham consciência sobre a 
relevância de respeitarem os seus pares de acordo com suas singularidades, 
formulando assim relações que enalteçam o bem comum, é de suma importância 
que haja estímulo à formulação da identidade e autonomia no âmbito da 
Educação Infantil em todo o tempo, seja nas propostas de atividades 
desenvolvidas no decorrer da rotina, seja na observação da convivência com os 
professores e colegas educandos. 
Faz-se coerente neste interim de reflexão e discussão sublinharmos a 
postura afetiva do professor, o qual deve instigar em todo o tempo o 
desenvolvimento de habilidades notáveis em seus educandos, demonstrando 
exemplos para as suas crianças que possam ser seguidos por tais educandos, 
no que diz respeito ao trato com o outro, por exemplo. 
Pesquise 
Leia, pesquise e reflita acerca da identidade e autonomia na 
Educação Infantil. 
Acesse: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=do
wnload&alias=16321-seb-traj-criativas-caderno2-trajetoria-
identidade&category_slug=setembro-2014-pdf&Itemid=30192 
 
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-
educacao-basica-2013-pdf/file 
 
 
A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, 
emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de 
interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu 
ambiente (BRASIL, 1998, p. 21). Assim, entende-se que a criança deve ser 
valorizada em seu contexto educativo como um sujeito de direitos, que está no 
contexto escolar para aprender a viver melhor em sociedade, sendo atuante 
como ser humano que se preocupa com o bem comum, que interage com o seu 
próximo vislumbrando o crescimento coletivo. 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16321-seb-traj-criativas-caderno2-trajetoria-identidade&category_slug=setembro-2014-pdf&Itemid=30192http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16321-seb-traj-criativas-caderno2-trajetoria-identidade&category_slug=setembro-2014-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16321-seb-traj-criativas-caderno2-trajetoria-identidade&category_slug=setembro-2014-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
 
 
39 
 
Para que haja mediação promissora por parte do professor diante da 
convivência com os seus educandos, é necessário que este conheça as 
especificidades de suas crianças, que haja diálogo, a princípio com a família , 
concomitantemente, e com a criança, a fim de que o planejamento do docente 
esteja coerente com a realidade de seus estudantes. 
Assim, o professor favorece a constituição da autonomia infanti l, 
promovendo trabalhos pedagógicos que enalteçam a participação das crianças 
com entusiasmo, sabendo que, para haver participação entusiástica por parte 
dos estudantes, faz-se necessário que estes vejam sentido e significado naquilo 
que estão ou irão desenvolver em sala de aula, para tanto, a educação tem que 
ser efetivada de maneira que atenda as especificidades dos educandos. 
Em suma, o docente deve entender a maneira de agir das crianças, seus 
costumes familiares, entre outros aspectos que sejam importantes para produzir 
um planejamento didático coerente com a realidade escolar na qual está 
inserido. Também é importante pensar em projetos didáticos que possam 
contribuir para a vivência da criança em sociedade a curto, médio e longo prazo. 
 Wallon (2007) designa a criança como um ser completo, que deve ser 
respeitado em sua totalidade, pois traz consigo já grandes características em 
sua formação quando chega ao universo escolar infantil, oriundas de sua 
primeira ambiência social, a família. Têm-se os três campos funcionais da 
criança nomeados pelo autor: o motor, o afetivo e o cognitivo. Dessa maneira, 
tais campos precisam ser levados em consideração durante a formulação do 
trabalho docente com os pequeninos, pois as crianças precisam ser estimuladas 
a se desenvolverem da melhor maneira possível para seguirem o seu processo 
de crescimento integral com autonomia. 
Uma das mais belas e significativas contribuições de Wallon para a 
educação em geral, especialmente para a etapa da Educação Infantil, foi 
demonstrar por meio de suas pesquisas e estudos as relações entre o 
desenvolvimento cognitivo e a afetividade, ou seja, o autor mostra em seus 
escritos o quanto o ato de aprender depende de um ambiente acolhedor, no qual 
o professor esteja totalmente disposto a exercer sua afetividade com seus 
alunos, mediando a construção de conhecimentos com amorosidade, indicando 
os caminhos para suas crianças, enquanto estas constituem suas identidades 
com autonomia no decorrer do cotidiano educacional. 
 
 
40 
 
 
Fonte: elaborado pelo autor (2019). 
Para Refletir 
Definindo o homem como ser geneticamente social, a 
concepção walloniana do desenvolvimento humano propõe a 
existência de uma complexa imbricação entre os fatores 
biológicos e sociais. Conforme as disponibilidades de 
amadurecimento da idade, a criança interage de maneira 
mais forte com um outro aspecto de seu ambiente, retirando 
dele os recursos para o seu desenvolvimento e aplicando 
sobre ele suas condutas; a cada idade estabelece-se um tipo 
particular de interações entre o sujeito e seu ambiente, numa 
dinâmica de determinação recíproca. 
(GALVÃO, 1996, p. 38) 
 
Os campos funcionais elencados por Wallon devem ser considerados 
visando um melhor desenrolar do trabalho pedagógico, a fim de que o professor 
organize suas intervenções didáticas para intervir no desenvolvimento das 
crianças em suas motricidades, para que de forma afetiva seja estimulado o seu 
aspecto cognitivo. Essas intervenções didáticas devem ser elaboradas por meio 
das interações e brincadeiras propostas durante toda a rotina na educação 
infantil, lembrando que as crianças pequenas aprendem melhor quando brincam, 
no entanto, as brincadeiras devem ser organizadas com intencionalidade pelos 
docentes, estes precisam observar com muita atenção e criticidade as relações 
Criança
Cognitivo
Motor
Afetivo
 
 
41 
 
estabelecidas pelas crianças nesses momentos, a fim de que seja avaliado o 
processo, e então, reformulado, se necessário, visando sempre um atendimento 
integral e valoroso frente aos pequenos. 
Sobretudo, a construção da identidade do ser humano dar-se-á por toda 
a vida, à medida que este vai se influenciando nos meios sociais que esteja 
convivendo em suas diferentes etapas de vida, pois têm-se o sujeito humano 
como alguém permeado por mudanças em sua existência, afinal é um ser 
histórico. 
 
Conclusão da aula 3 
 
A vivência na Educação Infantil deve ser repleta de amorosidade, a fim de 
que as crianças sejam acolhidas com afetividade por professores competentes, 
éticos e comprometidos com a arte de ensinar os pequeninos por intermédio da 
liberdade e criatividade, proporcionando momentos ternos de aprendizagens a 
partir de uma prática libertadora voltada para a aquisição de aprendizagens 
significativas para os educandos, fazendo com que estes tenham ótimas 
influências sociais da escola para a sua formação de identidade e que possam, 
gradativamente, constituir suas caminhadas acadêmicas com autonomia. 
A construção da identidade se dá de forma mais concreta e aguçada na 
primeira infância, momento em que os aprendizados incorporados influenciarão 
o desenvolvimento do ser humano por toda a vida, destarte o trabalho docente 
comprometido frente ao sujeito infantil é imprescindível, a fim de que estes 
possam incorporar saberes significativos para a construção de histórias 
emancipatórias em seus mundos de convivência. 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra a respeito da construção da identidade na ambiência 
da Educação Infantil, utilizando os referenciais teóricos 
contidos em nosso livro, como também as discussões 
propostas em nossa aula sobre esta temática. 
Argumente em até 15 linhas. 
 
 
 
42 
 
Aula 4 – Valoração da criança e formação continuada específica para o 
docente 
 
Apresentação da aula 4 
 
Nesta nossa última aula serão destacados pontos relevantes sobre a 
valorização da criança como sujeito de direitos dentro da ambiência infantil, a 
qual precisa ser atendida com qualidade pelos docentes comprometidos com 
suas tarefas de educar e cuidar, estabelecendo relações harmoniosas no 
contexto educativo por intermédio de muito diálogo entre todos os envolvidos na 
construção do conhecimento. 
 
4.1 Valoração da criança 
 
Historicamente, o atendimento para crianças pequenas no espaço 
educativo se deu para sanar as necessidades sociais das mães que precisavam 
trabalhar nas fábricas, fato advindo pela industrialização das sociedades, que 
levou as mulheres para o mercado de trabalho, entre outros fatores que 
contribuíram para a mudança social e econômica nas sociedades 
contemporâneas. 
É certo também que o tempo das crianças no espaço educativo era, 
totalmente, voltado para o cuidar, as pessoas que trabalhavam nesse 
atendimento tinham pouca escolaridade, principalmente quando se faz um 
recorte dessa temática em nossa sociedade brasileira. Há pouquíssimo tempo 
temos discutido enquanto nação a respeito da formação dos 
professores/educadores que trabalham com o público infantil. A LDB de 1996 
trouxe este debate com mais afinco para todas as classes sociais e, até então 
há um grande movimento político-social-econômico em prol da defesa de uma 
qualidade no atendimento educacional das crianças na Educação Infanti l. 
Sobretudo, estamos em um processo de construção quando o assunto é 
qualidade no atendimento da Educação Infantil. Avançamos em

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