Vômito

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Vômito
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 O vômito é a expulsão involuntária forçada de conteúdo gástrico pela boca, podendo conter
também conteúdo do intestino delgado proximal. Atualmente é um dos sinais clínicos mais
recorrentes no atendimento de cães e gatos, sendo principalmente relacionado com problemas
gástricos, como parasitas, corpo estranho, ingestão de medicamentos, produtos químicos, venenos,
toxinas liberadas em alimentos por bactérias ou presença de fungos. A êmese também pode ter
causas secundárias a diversas outras doenças, como doenças renais, doenças hepáticas e
alterações vestibulares. Podem também haver relações com infecções, como parvovirose,
leptospirose, raiva canina, Erliquia, toxoplasmose dentre outras. Mesmo não sendo uma doença
deve ser visto como possível agravante do quadro clínico do paciente quando persistente, pois pode
causar desequilíbrio eletrolítico e ácido-básico, lesões esofágicas decorrente do refluxo e
pneumonia aspirativa.
 Uma detalhada anamnese deve ser realizada com o objetivo de minimizar os erros de
diagnostico, construindo assim, um raciocínio de acordo com as informações extraídas dos tutores.
Informações erradas podem levar a decisões erradas.
 
Fatores relevantes a serem questionados na Anamnese:
Duração: Longos períodos ou não responsivos a tratamento podem caracterizar cronicidade
necessitando uma investigação mais detalhada.
Alimentação: Ultima refeição; qual tipo de alimentação é ofertada; se houve alguma mudança de
alimentação da que o paciente estaria acostumado.
Frequência do vômito: Quantidade de vezes; quantas horas depois que se alimentou.
Tipo: Vômito projétil / jato ou que não possua esse Jato
Histórico do paciente quanto à prevenção de doenças: Se o paciente é vacinado, vermifugado,
controle de ectoparasitas em dia, se é castrada quando fêmea.
Ambiente: Brinquedos fáceis de engolir, acesso a lixo (ingestão de ossos ou embalagens), acesso a
plantas possivelmente tóxicas, acesso a produtos de limpeza ou venenos.
Alexandre Santana
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 Aspectos e constituição do vômito
 
 - Alimento: seguido de alimentação
- Muco: Gastrites, gravidez
- Fluido amarelado, bile: Obstrução abaixo da ampola de Vater
 - Presença de sangue: varizes esofágicas, úlceras
- Presença de restos de objetos: linha, brinquedos, plantas e etc
- Pus: Rotura de abcesso extra gástrico
- Fezes: Obstruções intestinais
 Odor
- Ácido penetrante
- Sem cheiro
- Fecal
 Horário:
- Precoce – Até duas horas após ingestão; origem reflexa ou gástrica conteúdo ácido ou alimentar.
- Tardio – Após seis horas após ingestão, presença de restos alimentares geralmente de origem
gástrica, por exemplo, estenose pilórica causando retenção de alimento
- Matutino – Com pouca secreção mucosa, geralmente em casos de uremia, gravidez e gastrite
crônica.
 Deve ser levado em consideração que muito dos tutores não possuem o conhecimento para
diferenciar êmese (ação de vomitar) da regurgitação. Saber diferenciar esses dois sinais pode fazer
toda a diferença para o diagnóstico da causa primária.
Diferença entre vômito e regurgitação
Vômito: são observadas contrações abdominais e mímicas de vômito. Pode ter ou não relação com
a ingesta e possui formato variável. Podendo ou não ser observado sangue e presença de bile.
Regurgitação: Não possui contração abdominal, nem mímica de vômito. Pode ter relação com a
ingesta e possui formato bolo ou tubular. Não há presença de bile e sangue raramente é observado.
Vômito
Alexandre Santana
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Mecanismo do vômito
 O vômito pode ocorrer quando uma parte do cérebro é estimulada por impulsos
gastroentericos, essa parte é chamado de centro do vomito onde existe o centro disparador do
quimiorreceptor (CTZ). Os receptores do CTZ envolvidos no desencadeamento do vômito são:
dopamina, serotonina, opiáceos, acetilcolina e a substância neurotransmissora P, sendo a
substância P encontrada em alta concentrações nas vias finais que causam o vômito.
 A barreira hematoencefálica normalmente controla substancias que possam afetar o
cérebro, como medicações ou produtos químicos que cheguem a corrente sanguínea, porém o CTZ
fica fora da barreira hematoencefálica, dessa forma podem estimular o sistema nervoso central
(centro do vômito) provocando o vomito. 
 
Fases do vômito
- Impulsos chegam ao centro do vômito no CTZ que provoca a ativação do sistema simpático e
parassimpático.
- Inicio de sensação consciente de náuseas (incomodo no abdômen superior com impulso para
vômito) 
- Aumento da salivação pela ativação do sistema parassimpático
- Inicio do ato motor do vômito com contrações das paredes abdominais e do diafragma juntamente
com o relaxamento do esfíncter cárdia e músculos faríngeos 
- Pode ocorrer o relaxamento do Esfíncter pilórico levando ao estomago conteúdo intestinal
proximal.
- Esse conjunto de contrações aumenta subitamente aumentando a pressão intra-abdominal
projetando o conteúdo gastrointestinal para fora do corpo pela boca.
Tratamento
 O tratamento é através do suporte aliviando os sintomas causados pelo vômito ate que seja
tratada a causa primária que estaria desencadeando estes sinais. São utilizados medicamentos
como antiemético antes das refeições para evitar o reaparecimento dos sintomas, acompanhado de
uma reposição volêmica e eletrolítica. A depender da gravidade do paciente deve ser rigorosamente
monitorado, principalmente quanto aos valores da pressão venosa central e o estado turgor da pele.
Vômito
Alexandre Santana