Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 CARDIOLOGIA – TORTO Pericardite ____________________________________________________________________________ DEFINIÇÃO pericardiopatias A pericardiopatia são afecções inflamatórias que acometem o pericárdio, levando a quadros de derrame, espessamento, retração e calcificação do pericárdio. As principais manifestações clínicas são a pericardite, o derrame pericárdico, bem como as complicações em longo prazo, como o tamponamento cardíaco e a pericardite constritiva. Etiologia da pericardite aguda A pericardite aguda é um processo inflamatório que acomete o pericárdio. Possui uma tríada clássica de manifestação que compõe: dor torácica pleurítica, atrito de fricção pericárdica e ECG com supradesnível generalizado de ST. As principais etiologias são: ✓ Idiopática (85 a 90% dos casos); ✓ Infecção (+ viral ou bacteriana); ✓ Insuficiência renal; ✓ Pós-IAM; ✓ Neoplasias; ✓ Induzida por radiação; ✓ Traumáticas; ✓ Autoimunes (LES, esclerodermia, AR, poliartrite nodosa etc). ✓ Drogas (procainamida, hidralazina, isoniazida, ciclosporina); Quadro clínico ✓ Pode apresentar um pódromo de febre, mal-estar, fadiga, mialgia e/ou artralgia. ✓ A manifestação tíca é a dor torpacica retroesternal pleurítica. Ela é intensa e frequentemente irradia para pescoço, ombros ou costas. Ela piora em posição supina e durante a inspiração e melhora ao inclinar-se para frente (posição de prece maometânea). ✓ Ruído pericárdico na ausculta, indicando a presença de depósitos fibrinosos no espaço pericárdico. ✓ Os principais achados do ECG na fase aguda da doença são: elevações difusas de ST; infra desnivelamento do segmento PR (principalmente em V5 e V6 associado a elevação do segmento PR em aVR); ausência de desnivelamento de ST recíproco (imagem em espelho 2 CARDIOLOGIA – TORTO OBS: esse achado no ECG é, também, junto com os sintomas clínicos clássicos, o melhor indicativo propedêutico para diagnóstico de endocardite aguda. Tratamento ✓ Restrição de atividade física: exercícios devem ser evitados até a resolução dos sintomas; competições devem ser evitadas por 6 meses ou até normalização dos exames. ✓ Anti-inflamatórios não hormonais (AINH): são a principal escolha para o tratamento medicamentoso. A duração do tratamento é baseada nos sintomas, sendo geralmente de 1 a 2 semanas. O AAS é a droga de escolha. OBS1: PCR pode ser utilizado para acompanhar o tratamento. OBS2: prescrição de protetores gástricos (omeoprazol/pantoprazol). ✓ Colchicina: é terapêutica adjuvante com os AINH para a pericardite. Deve ser evitada em pacientes com IR avançada, disfunção hemática, discrasias sanguíneas. ✓ Corticosteroides: indicados para casos refratários ao tratamento usual (AINH + colchicina). Derrame pericárdico Definição É uma complicação comum da pericardite. Suas principais etiologias são neoplasias (25%), infecções (27%), doenças do colágenos (12%) e radioterapia (14%). É caracterizado por um acúmulo de líquido crescente no pericárdio, que pode evoluir para um tamponamento cardíaco. Quadro clínico ✓ Compressão de estruturas ao redor do coração; ✓ Insuficiência cardíaca diastólica; ✓ Dor torácica, dispneia, náuseas, plenitude abdominal e disfagia. ✓ Grandes derrames causam abafamento das bulhas, sinal de Ewart (macicez à percussão, sons de respiração brônquica e aumento da ressonância do som quando auscultado abaixo do ângulo da escápula esquerda). 3 CARDIOLOGIA – TORTO Diagnóstico ✓ RX de tórax: o principal achado será a evidência de uma cardiomegalia ✓ Ecocardiograma: é o melhor exame de imagem para diagnosticar o derrame pericárdico. Há o achado de espaços livres de eco entre as camadas do pericárdio. ✓ Análise do líquido colhido na pericardiocentese para comprovação etiológica. Tratamento ✓ Controle da doença da base; ✓ Diurético para redução de sintomas; ✓ Pericardiocentese para derrames extensos. Tamponamento cardíaco Definição Acúmulo de líquido no espaço pericárdico, causando um aumento na pressão intrapericárdica com subsequente compressão cardíaca e comprometimento hemodinâmico. Esse aumento da pressão produz progressiva limitação do enchimento ventricular na diástole, resultando em baixo débito cardíaco. Quadro clinico ✓ Sintomas da diminuição do DC: dispneia, desconforto torácico, fraqueza, agitação, sonolência, oligúria e anorexia. ✓ Tríade de Beck: hipotensão, distensão venosa jugular e hipofonese de bulhas cardíacas. ✓ Pulso paradoxal: diminuição na pressão arterial sistêmica > 10 mmHg durante a inspiração. É inespecífica. 4 CARDIOLOGIA – TORTO Exames diagnósticos ✓ ECO transtorácico: pletora da veia cava inferior com ausência de colapso inspiratório; colapso ventricular direito é o sinal de maior acurácia. ✓ ECG; ✓ Cateterismo do coração direito. Tratamento O tratamento do tamponamento cardíaco e do derrame pericárdico pré-tamponamento exigem uma drenagem de urgência por pericardiocentese.
Compartilhar