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LIVRO TEXTO - SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO

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Prévia do material em texto

2012
Sociedade da informação 
e do conhecimento
Prof. Walter Marcos Knaesel Birkner
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Walter Marcos Knaesel Birkner
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 306.42
B619s Birkner, Walter Marcos Knaesel
 Sociedade da informação e do conhecimento / Walter Marcos 
Knaesel Birkner. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 170 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 603-8
 1. Sociologia do conhecimento.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
apreSentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Iniciamos a nossa reflexão sobre a Sociedade da Informação e do 
Conhecimento. Porém, torna-se necessário primeiramente referenciarmos 
que nosso posicionamento sobre esta temática se insere no âmbito das 
discussões sociológicas e filosóficas. Portanto, ao partirmos da perspectiva 
sociológica e filosófica enquanto modelo analítico e interpretativo, torna-se 
claro e evidente que não queremos elaborar e muito menos emitir um juízo de 
valor sobre a questão, visto que a nossa proposta parte do pressuposto de que 
tanto a informação como o conhecimento são inerentes às sociedades atuais.
O presente ensejo tem como objetivo fazer uma leitura panorâmica 
sobre a sociedade do conhecimento e da informação no âmbito sociológico 
e filosófico. Desta forma, ao tentar situar-se a “problemática” sob esta ótica, 
pretendemos situá-lo(a) sobre as principais ideias, conceitos e visões que se 
constituíram ao longo da trajetória do pensamento filosófico e sociológico.
Diante disto, caro(a) acadêmico(a), ao lançarmos o desafio de tentar 
compreender as bases e os desdobramentos das tecnologias da informação 
e comunicação no contexto atual, implica necessariamente situar-se nos 
“meandros” das discussões que se colocam em pauta, e que incidem 
diretamente sobre a vida cotidiana. Portanto, todo e qualquer esforço teórico, 
conceitual e reflexivo no âmbito da sociologia e filosofia implica colocar-se 
em pleno estado de forças antagônicas, intempestivas e compulsivas no nosso 
desejado questionamento. Neste sentido, cabemos desejar-lhe uma ótima 
leitura, e que o presente ensejo possa de certa forma contribuir e abrir novos 
horizontes reflexivos sobre a temática em questão.
Bons estudos!
Prof. Walter Marcos Knaesel Birkner
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
Bons estudos!
UNI
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
Sumário
UNIDADE 1 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS 
 HISTÓRICO-CONCEITUAIS .................................................................................. 1
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO TEMÁTICA ........................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ................................................................................................... 3
3 AFINAL, O QUE É SOCIEDADE NESTA HISTÓRIA? ............................................................... 9
4 AFINAL, O QUE É INFORMAÇÃO NESTA HISTÓRIA? .......................................................... 13
4.1 ANTIGUIDADE .............................................................................................................................. 14
4.2 IDADE MÉDIA ................................................................................................................................ 15
4.3 MODERNIDADE ............................................................................................................................ 15
4.4 CONTEMPORÂNEO ..................................................................................................................... 17
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 20
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 27
TÓPICO 2 – MUITOS NOMES PARA A MESMA SITUAÇÃO ................................................... 29
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 29
2 GLOBALIZAÇÃO E SEUS EIXOS: DA MODERNIDADE À PÓS-MODERNIDADE; 
 DA SOCIEDADE INDUSTRIAL À SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL; DA 
 MODERNIDADE À HIPERMODERNIDADE/MODERNIDADE LÍQUIDA ........................ 30
2.1 MODERNIDADE ............................................................................................................................ 31
2.2 PÓS-MODERNIDADE ................................................................................................................... 33
2.3 CAPITALISMO ................................................................................................................................ 36
2.4 SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL ................................................................................................. 38
2.5 MODERNIDADE LÍQUIDA ......................................................................................................... 44
3 FINALIZANDO O TÓPICO .............................................................................................................. 46
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 47
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 52
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................54
TÓPICO 3 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .............................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 55
2 DESENVOLVENDO A QUESTÃO .................................................................................................. 55
3 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO OU SOCIEDADES DA INFORMAÇÃO ......................... 62
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 67
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 73
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 74
VIII
UNIDADE 2 – DEMARCAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA SOCIEDADE DO 
 CONHECIMENTO: APORTE HISTÓRICO .......................................................... 75
TÓPICO 1 – APORTE HISTÓRICO: DEMARCAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL 
 DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E DA INFORMAÇÃO ........................ 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 77
2 APORTE HISTÓRICO ........................................................................................................................ 77
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 80
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 84
TÓPICO 2 – O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE ................................................................................ 85
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 85
2 A REALIZAÇÃO DA POTÊNCIA DO HOMEM ARISTOTÉLICO .......................................... 85
3 AS RELAÇÕES ENTRE O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE ........................................................ 87
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 90
TÓPICO 3 – AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) 
 COMO FATOR DETERMINANTE NO ADVENTO DA SOCIEDADE 
 DA INFORMAÇÃO ........................................................................................................ 91
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 91
2 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) COMO 
 FATOR DETERMINANTE NO ADVENTO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ........... 91
3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TIC .............................................. 94
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 99
4 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO ................................................... 102
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 107
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 109
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 111
UNIDADE 3 – A INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO NA 
 CONTEMPORANEIDADE ........................................................................................ 113
TÓPICO 1 – SOCIEDADE INFORMACIONAL: UM NOVO PARADIGMA ............................ 115
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 115
2 O PARADIGMA ................................................................................................................................... 115
3 ALTA MODERNIDADE ..................................................................................................................... 126
3.1 CONSEQUÊNCIAS NÃO PREVISTAS ....................................................................................... 128
3.2 OS VALORES ................................................................................................................................... 128
3.3 O PODER DIFERENCIAL ............................................................................................................. 128
3.4 MUDANÇA TECNOLÓGICA E PROCESSOS SOCIAIS .......................................................... 131
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 134
TÓPICO 2 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL ....................................................... 135
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 135
2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL ........................................................................... 135
2.1 DESENVOLVENDO AS QUESTÕES ........................................................................................... 135
2.1.1 Sociedade da informação no Brasil ..................................................................................... 135
3 À GUISA DE CONCLUSÃO ............................................................................................................. 141
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 142
IX
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 147
TÓPICO 3 – A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO .................................................................... 149
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 149
2 O CONHECIMENTO NO SÉCULO XX .......................................................................................... 151
3 O ELO: UM ESPÍRITO INFORMACIONAL, ETOS DO DESENVOLVIMENTO ................. 155
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 158
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 163
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 165
X
1
UNIDADE 1
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – 
ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANODE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender aspectos histórico-conceituais da sociedade da informação;
• reconhecer certos elementos da sociedade da informação no meio social;
• estudar brevemente a história que envolve o tema da sociedade da infor-
mação, na sua relação com outras teorias;
• observar alguns elementos vinculados ao caso brasileiro.
Para a compreensão histórico-conceitual da sociedade da informação, 
procuramos organizar esta unidade em três tópicos. Ao longo de cada um 
deles você encontrará dicas, textos complementares, observações e atividades 
que lhe permitirão fixar os conhecimentos estudados.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO TEMÁTICA
TÓPICO 2 – MUITOS NOMES PARA A MESMA SITUAÇÃO
TÓPICO 3 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO TEMÁTICA
1 INTRODUÇÃO
2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), neste primeiro tópico buscamos demonstrar 
elementos corriqueiros da sociedade da informação, fazendo ligações com a teoria 
que envolve este conceito. Partimos de uma noção do filósofo Baruch Spinoza de 
que a compreensão de alguma coisa se dá quando contamos sua causa (origem) 
e sua estrutura. Portanto, nossa preocupação neste primeiro tópico é desvendar 
histórica e conceitualmente (filosófica e sociologicamente) os pontos-chave da 
sociedade da informação e, a partir daí, compreender as mudanças que esta 
sociedade reflete. Para tal, iremos desenvolver três eixos. O primeiro eixo é uma 
introdução-exemplo acerca da sociedade da informação. O segundo eixo é um 
questionamento sobre o que é a sociedade neste processo. Por fim, o terceiro e 
último eixo também se apresenta como questionamento, desta vez sobre o que 
é a informação neste processo, esperando contribuir com o(a) acadêmico(a) no 
fortalecimento do conhecer e na potência do pensar.
Uma forma mais fácil e prazerosa de pensar temas que hoje parecem 
espalhados é estabelecendo vínculos históricos, buscando datas e grandes feitos, 
folheando páginas aqui e ali que ampliem nossa percepção sobre o que queremos 
pesquisar. Ou então, podemos falar ao modo de um relicário, vasculhando o 
passado, mexendo na louça velha (se bem que a louça aqui não é tão velha), tirando 
o pó, emendando papéis, rabiscando e tomando notas de temas que hoje parecem 
vagos, espalhados. É assim, mexendo nas gavetas, retirando e repondo, lendo e 
relendo, que extraímos as informações necessárias para a nossa compreensão.
Nesta medida, nosso tema espalhado, jogado ou lançado (aí vai da bagunça 
de cada um), não façamos rodeios, está cravado desde o altissonante título: 
Sociedade da Informação (mais precisamente no seu interior, como veremos). É 
de seu estudo que iremos nos avizinhar nas próximas páginas. E, se vamos fazê-
lo, valem algumas questões xeretas: Afinal, do que se trata? Quem disse? Por 
que disse? Como disse? Quem é o pai da criança, ou das crianças? Sociedade? 
Informação? Caro(a) acadêmico(a), para dirimir estas dúvidas, convido-o(a) para 
que juntos possamos refletir e compreender acerca da sociedade da informação.
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
4
FIGURA 1 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO 
Tempo esgotado!
Chamem os 
comerciais!
Estamos ao vivo.
Próxima pergunta valendo 
30 milhões. Responde, 
pula ou passa?
Vou responder
...
Responda em vinte 
segundos ou perde tudo: 
O que é sociedade da 
Informação?
Espere um pouco, não 
posso pensar com tanta 
pressa!
FONTE: Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/geografia/
ciberespaco/02.html>. Acesso em: 30 jul. 2012.
Nessa prática, para reconstruir o que parece espalhado, um pensador do 
século XVII, chamado Baruch Spinoza (1632–1677), nos dá uma pista importante 
sobre como captar estes objetos espalhados, dizendo ele que conhecer uma coisa 
é ter ideia adequada sobre ela. O que é isto? Ideia adequada? Diz ele que mais 
especificamente que a ideia adequada de uma coisa está ligada a duas coisas, quais 
sejam: causa e estrutura. Só podemos dizer que conhecemos algo de fato quando 
conhecemos sua causa (origem) e sua estrutura. É neste sentido que precisamos 
mexer nos relicários do tempo, das ideias. Assim, xeretando os conceitos e temas 
provenientes do objeto que vamos estudar, isto é, capturando na causa e na 
estrutura o significado do conceito de sociedade da informação, é que vamos tirar 
alguma matéria para nosso conhecimento e com isto dirimir nossas dúvidas, isto 
é, fortalecer nosso saber.
BARUCH SPINOZA, pensador holandês do século XVII (1632-1677). Desenvolveu 
suas teses a partir da filosofia de René Descartes. Suas preocupações centrais eram com a 
política, ética e ciência. Escreveu várias obras, das quais se destacam Ética (1677) e Tratado 
Teológico-Político (1670).
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/biografias/baruch-spinoza/>. Acesso 
em: 30 jul. 2012.
NOTA
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
5
Nesta medida, para tentar responder a estas questões, vamos mexer 
um pouquinho nas (e com as) datas, puxando aqui e ali para compreender esse 
fenômeno – e também o conceito – que chamamos de sociedade da informação. Para 
isto faremos um passeio conceitual pela história humana dos últimos séculos, bem 
como passearemos pelas propostas (e respostas) dadas por diversos pensadores 
acerca do tema que ocupa esta e outras unidades. 
Portanto, ao iniciarmos nossa procura, nossa mexida, apresentamos 
algumas situações pontuais que envolvem a sociedade da informação e sua relação 
conosco. 
É notório o que ouvimos falar sobre esta tal sociedade. A mídia é seu 
viés convencional de divulgação. Jornais, televisão, rádio, internet, não param 
de veicular e de serem os próprios veículos de uma sociedade informacional, 
propagando conceitos e novas ondas de toda espécie. Desta maneira, vejamos 
alguns termos espalhados que compõem o que denominamos sociedade da 
informação, antes de uma interessante colocação:
● conexão;
● rede;
● processos;
● internet
● desconectados;
● plugados;
● curtida;
● global;
● economia financeirizada;
● informacional. 
FIGURA 2 – A INTERNET É UM DOS PROCESSOS DA SOCIEDADE DA 
INFORMAÇÃO 
FONTE: Disponível em: <http://www.loteriapremium.com/como-apostar-na-
loteria-pela-internet>. Acesso em: 30 jul. 2012.
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
6
Coincidência? Não. É claro que você, acadêmico(a), já ouviu e leu esses termos. 
Participamos deles o tempo todo. Eles estão nos supermercados, no cartão de crédito, 
nas universidades, nas rádios, no cursinho de inglês, nas redes e assim por diante.
Agora, sem esquecermos da colocação que prenunciamos anteriormente, e 
que ilustra a situação e o conceito sobre os quais refletimos:
Em 2 de março de 2006, o Guardian [jornal britânico] anunciou que ‘nos 
12 últimos meses as ‘redes sociais’ deixaram de ser o próprio grande 
sucesso para se transformarem no sucesso do momento’. As visitas ao 
site MySpace, que um ano antes era o líder inconteste do novo veículo 
das ‘redes sociais’, multiplicaram-se por seis, enquanto o site rival 
Spaces MSN teve 11 vezes mais acessos do que no ano anterior, e as 
visitas ao Bebo.com foram multiplicadas por 61 (BAUMAN, 2008, p. 7).
Trata-se de uma colocação acerca do crescimento das “redes sociais” na 
Grã-Bretanha. Parece uma informação corriqueira, mas ela própria é reflexão de 
tempos inovadores que marcam a sociedade da informação, como observaremos 
no decorrer das unidades. Além disso, podemos constatar que a sociedade da 
informação é um processo que nos circunda, entrelaça nosso cotidiano e participa de 
nossos hábitos. Aliás, nós participamos dela. Nela viajamos, conhecemos pessoas, 
fazemos transações bancárias, vamos ao cinema, ouvimos música, mexemos em 
nossos celulares. Formamos redes sociais, que se multiplicam, ampliando nosso 
espaço de relações. Na mesma perspectiva, o tempo e o espaço diminuem e 
assumem novos contornos, o trabalho, a economia também, num emaranhado de 
redes mais e mais entrelaçadas.Neste horizonte, os termos espalhados começam 
a tomar rosto, e seu rosto, dados os elementos que iremos apresentar, é o rosto da 
sociedade da informação. 
Outro exemplo, mais pontual desta sociedade da informação, está no fato 
de que logo que tomamos contato com um termo, queremos a primeira informação 
possível sobre ele. Sociedade da Informação? Ok, os mais apressadinhos(as) correm 
ao Wikipédia, para ver a origem do termo, logo vendo que o pai da criança (termo) 
foi Fritz Machlup (1903-1985). Este exemplo, o mais cabal possível, nos mostra 
quão influenciados estamos pela sociedade da informação, pela sua velocidade e 
pela sua dinamicidade, pela instantaneidade que ela tem. 
Outra fonte de constatação da sociedade da informação é o cinema. 
Peguemos o exemplo de um diretor não muito famoso, chamado David Lynch 
(1946). Para muitos um desvairado, por quebrar a noção de tempo, por antecipar 
cenas e não ter um enredo linear. Cenas que começam pelo fim, terminam pelo 
começo, enfim, parece algo maluco, mas é genial, como em Twin Peaks, seriado 
de TV de 1990, em que a trama é marcada por um sem fim de redes, personagens 
com vidas entrelaçadas, ágeis, passíveis de mudança, num jeito de viver frenético. 
A vida na sociedade da informação passa a ser por flashes e mudanças contínuas, 
em fragmentos como no Twin Peaks de Lynch. Estes elementos, como os que 
mencionamos nos parágrafos acima, já demonstram as influências da sociedade 
da informação, quais sejam: o fluxo de informações sobre os objetos, a fugacidade, 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
7
a diminuição do espaço, a vida em rede, processos descontínuos etc. Ainda se 
apoiando no exemplo de Lynch, num dos seus filmes, chamado A Cidade dos Sonhos 
(2001), mostra uma complexidade de redes, de situações em que as personagens se 
envolvem, mostrando outro elemento fundamental da sociedade da informação: 
a construção de redes, onde nos conectamos e desconectamos de pessoas, ideias, 
trabalho, cidades. Além disso, o filme passa a sensação de realidades paralelas, 
coisa bem típica da sociedade de informação, onde temos a interação entre 
virtual e real, como serão demonstradas no decorrer das unidades.
Cineasta norte-americano, nascido em 1946, famoso pelos 
filmes O Homem Elefante (1980), Veludo Azul (1986), Cidade 
dos Sonhos (2001) e pelo seriado Twin Peaks (1991). Seus 
trabalhos são marcados pela não linearidade, mistura entre 
sonho e realidade e por demonstrar as vidas fragmentadas. 
FONTE: Disponível em: <http://www.imdb.com/name/nm0000186>. Acesso 
em: 30 jul. 2012.
Para quem gosta de prospecções, antevisões cósmicas ou previsões 
de futuro, vejamos uma colocação que marca este processo da sociedade da 
informação, com mais detalhes: 
O físico e teórico Michio Kaku, professor da Universidade de Nova York 
e cocriador da ‘Teoria das Cordas’, afirmou que o computador como o 
conhecemos hoje terá desaparecido em 2020. ‘No futuro, eles estarão em 
todos os lugares e em lugar nenhum’, [...].
Na ocasião, Kaku fez um exercício de futurologia mostrando como será 
o mundo nos próximos 30 anos. Segundo ele, tanto os computadores 
como a internet serão como a eletricidade é hoje. ‘Ambos estarão 
presentes nos tetos, no subsolo, nas paredes e nos aparelhos’, afirmou.
O professor da Universidade de Nova York foi além e disse que a 
internet estará nos óculos e nas lentes de contato das pessoas. ‘Você 
será capaz de ver todas as informações biográficas de um indivíduo só 
olhando para ele. Encontrar sua alma gêmea será tarefa fácil’, brincou.
Outra revolução que está a caminho é na área da medicina. Kaku 
afirmou que, em um futuro próximo, a tecnologia levará o homem a 
um estado perfeito de saúde. Segundo ele, o câncer irá desaparecer. 
‘Escrevam isso: a palavra tumor não mais existirá na nossa língua’.
Na visão do físico, as pílulas terão chips e microcâmeras que escanearão 
o corpo humano por dentro. Uma vez localizada a ameaça, nanorrobôs 
serão introduzidos para combater o câncer célula por célula, sem a 
NOTA
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
8
necessidade de cirurgias ou intervenção direta dos médicos.
Kaku também acrescentou que o câncer e outras doenças serão 
diagnosticados com anos de antecedência graças a vasos sanitários que 
monitoram a saúde. ‘Os banheiros serão equipados com inteligência 
artificial capaz de analisar os resíduos corporais e identificar o 
surgimento de uma doença com muita antecedência. Neste futuro, 
Steve Jobs não teria morrido’, enfatizou (SIRNA, 2012).
Estes exemplos e muitos outros demonstram o quanto somos influenciados 
pela dinâmica da sociedade de informação. Trata-se de se dar conta de sua 
existência, de sua importância, quais são seus operadores, para não pegarmos o 
bonde andando. Este é o efeito primeiro que queremos passar: perceber-nos dentro 
da sociedade da informação. E nos percebendo dentro vamos poder pesquisar; 
revirar as peças do relicário e fortalecer o pensar no que concerne à sociedade da 
informação. Assim, nossa meta é apresentar para você, acadêmico(a), do modo 
mais claro possível, os aspectos mais fundamentais da sociedade da informação. 
Para isto estabelecemos um roteiro, um percurso que esperamos ser de grande 
valia para você, caro(a) acadêmico(a):
Começamos com esta jovial introdução, passando posteriormente para 
uma definição provisória de sociedade, bem como de informação. Na sequência, 
ligaremos a ideia de sociedade da informação a outras variáveis interpretativas 
ou a outros nomes para a mesma situação (modernidade, pós-modernidade, 
sociedade industrial e sociedade pós-industrial, tempos hipermodernos, 
modernidade líquida). Articularemos a própria sociedade da informação e, 
por fim, nesta primeira unidade, sua variável brasileira. Com isto pincelaremos 
alguns tópicos que consideramos fundamentais para o desenvolvimento 
intelectual para você, acadêmico(a). 
Já que falamos em filme e em David Lynch, vale indicar a você, 
acadêmico(a), se possível, para que assista ao filme A Cidade 
dos Sonhos (2001), para visualizar do ponto de vista prático esta 
vida de flash que marca a sociedade da informação. O filme 
retrata em linhas gerais a fugacidade da vida hollywoodiana, 
entrelaçando a maneira de viver da sociedade da informação, 
isto é, uma maneira enredada por laços complexos. 
FONTE: Coolturablog. Disponível em: <http://coolturalblog.wordpress.com/2010/06/23/
cidade-dos-sonhos-mulholland-drive-2001/>. Acesso em: 30 jul. 2012.
DICAS
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
9
3 AFINAL, O QUE É SOCIEDADE NESTA HISTÓRIA?
A preocupação com a sociedade é algo que remonta toda a tradição 
do pensamento ocidental (quando dizemos isto, dizemos as preocupações/
ideias de nossos antepassados e nossas também). Desde que os homens se 
constituíram em agrupamentos, há mais de cinco mil anos, há interesse pela 
organização, pela distribuição de funções, pelas leis, por códigos de convivência 
e, se quisermos, pelas instituições. Desta maneira, nossa preocupação inicial 
será com a necessidade de definir a ideia de sociedade, para entender em que 
medida a informação se instala nela, ou seja, de como a nossa sociedade se 
torna historicamente a sociedade da informação. Este ponto é que queremos 
deixar em mente. 
Neste sentido, para começar nossos estudos, um exemplo muito simples 
pode ser esclarecedor, um exemplo sobre a organização da sociedade. Vamos a ele.
Ouvimos, lemos, trocamos ideias. Em nosso bairro (aqui vai nosso 
exemplo) Vai Lá, participamos da associação de moradores, que em maior ou 
menor medida chama um ou outro vereador para esclarecer alguma questão 
ou reivindicar dele alguma fiscalização. Com ele discutimos coisas de nosso 
interesse, num certo espaço político por nós constituído, onde grupos se 
organizam para levar propostas, como grupos de jovens, da terceira idade, 
clube de mães etc. O que o nosso exemplo quer ilustrar? Que nos deparamos 
com situações sociais, ou situações de sociedade, ou seja, naconcepção do 
bairro temos uma organização social, tanto quanto na associação de moradores 
também. O vereador que foi chamado foi eleito para participar de uma casa 
de leis, que sem dúvida é uma instituição da sociedade (o famoso Poder 
Legislativo). 
Com isto, podemos observar o quanto temos que lidar com a sociedade, 
com fenômenos desta sociedade. A organização (nos organizamos em bairros, 
nos organizamos na associação de moradores, participamos da eleição do 
vereador, que por sua vez vai participar de uma instituição política: a Câmara 
- obviamente que também questionamos estas organizações) é um tópico 
importante que perpassa toda a sociedade. Se a informação vai ser a válvula 
fundamental, cabe esclarecer o que é sociedade. Lembremo-nos de que, para 
entender esta nova conjuntura da sociedade, precisamos considerar que a 
informação tornou-se parte da matéria-prima social.
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
10
FIGURA 3 – SOCIEDADE 
FONTE: Disponível em: <http://navegandonahistoria.blogspot.com.br/2010/05/
turismo-identidade-cultura-e-sociedade.html>. Acesso em: 30 jul. 2012.
O Dicionário de Filosofia (ABBAGNANO, 2007), do famoso professor 
italiano Nicola Abbagnano (1901-1990), nos fornece três definições norteadoras 
(gerais) de sociedade. A primeira faz entender a sociedade como “o espaço das 
relações humanas de comunicação ou de intersubjetividade” (ABBAGNANO, 
2007, p. 1080). A segunda definição parte da ideia de que “a sociedade é a totalidade 
(um organismo) de indivíduos onde ocorrem as relações de comunicação” 
(ABBAGNANO, 2007, p. 1080). E a terceira toma a sociedade como “um grupo de 
indivíduos onde estas relações ocorrem de forma comum ou institucionalizada” 
(ABBAGNANO, 2007, p. 1080). O que estas definições (tendências) gerais nos 
permitem? Estas definições nos permitem compreender uma tendência geral sobre 
o que é sociedade: espaço onde ocorrem as interações humanas.
Tendo esta tendência geral em mente, aprofundemos as definições 
propostas por Abbagnano. 
1 “Sociedade como espaço de relações humanas de comunicação ou 
intersubjetividade” (ABBAGNANO, 2007, p. 1080): este sentido foi introduzido na 
história do pensamento pelos estoicos (do mundo romano, com especial destaque 
para Cícero). Os escritores do mundo romano, diferente dos clássicos gregos 
(Platão e Aristóteles), não vinculam, com relação à polis, o aspecto estatal e social. 
Pela definição estoica, “a sociedade passa a ser tomada como independente do 
Estado ou da organização política” (ABBAGNANO, 2007, p. 1080) (em Cícero 
trata-se de uma agregação de homens, onde se comunicam, estabelecem relações). 
Outro pensador importante que vai ater-se a esta definição é Thomas Hobbes 
(1588-1679), para quem a sociedade serve para “atender às necessidades básicas 
humanas e para evitar a guerra de todos contra todos, ou seja, uma reunião feita 
por temor” (ABBAGNANO, 2007, p. 1081) (os homens se agenciando para evitar 
as calamidades, por exemplo). Uma colocação mais, que se agrega a este primeiro 
tópico, temos proposta por Immanuel Kant (1724-1804), onde, para este, o homem 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
11
se satisfaz nas relações sociais que estabelece. Todos estes pensadores partem da 
tendência natural do homem para sociedade. A partir destas perspectivas, a análise 
da sociedade assume duas perspectivas fundamentais: uma que se preocupa 
com os fins da sociedade e a outra que se preocupa com as condições de fato que 
possibilitam as relações humanas: 
a) Os fins que a totalidade do gênero humano deve ter em vista e dos 
meios que a razão indica para a consecução de tais fins. As teorias 
políticas dos autores gregos, p. ex.. de Platão e de Aristóteles, [...].
b) As condições que, de fato, possibilitam as relações humanas. Essas 
condições foram definidas de várias maneiras, e sua definição pode ser 
considerada a primeira tarefa da sociologia [...]. Max Weber identificou-
as na atividade social, que se realiza segundo uma ordem deliberada 
e relativamente constante [...]. Durkheim considerou característicos 
da sociedade humana os modos de agir que são impostos de fora e se 
consolidam nas instituições [...]. E a própria ação, ou comportamento, às 
vezes é considerada elemento objetivo que define o campo das relações 
humanas [...] (ABBAGNANO., 2007, p. 1081). 
2 “Sociedade como totalidade (organismo) de indivíduos onde ocorrem as 
comunicações” (ABBAGNANO, 2007, p. 1080): em síntese, esta noção é vinculada à 
ideia de que a sociedade é um todo orgânico. “Historicamente esta ideia começa 
na antiguidade, onde se comparava o Estado e a comunidade política a um 
organismo ou superorganismo” (ABBAGNANO, 2007, p. 1081). “Os já citados 
estoicos também contribuem com esta vertente, dizendo que vivemos entre seres 
racionais, formando uma comunidade, que é um organismo. Esta ideia também 
é aceita na Idade Moderna” (ABBAGNANO, 2007, p. 1081). Dois pensadores se 
apropriam dela: Augusto Comte (1798-1857) e Herbert Spencer (1820-1903). O 
primeiro entende a sociedade como um organismo coletivo, composto por outros 
organismos. Já Spencer parte de uma ideia de evolução, ou seja, de um organismo 
em evolução. Assim: 
[...] considera a própria sociedade como um organismo cujos 
elementos são, em primeiro lugar, as famílias e depois os indivíduos 
isolados. Segundo Spencer, o organismo social difere do organismo 
animal porque a consciência pertence apenas aos elementos que 
o compõem, pois a sociedade não tem órgãos de sentido como os 
animais, mas vive e sente apenas através dos indivíduos que a 
compõem (ABBAGNANO, 2007, p. 1081). 
Outros dois pensadores muito conhecidos também partem da noção de 
organismo: Georg Hegel (1770-1831) e Karl Marx (1818-1883). Hegel formula o 
conceito de sociedade civil, onde esta é uma conexão dupla: universal e mediadora 
de extremos independentes (os indivíduos) e de suas atividades particulares (Ibid., 
2007, p. 1081), e que desemboca no Estado. Marx, por sua vez, toma o conceito de 
Hegel e aplica ao Estado e à ideologia, nas próprias palavras de Marx, citado por 
Abbagnano (2007, p. 1081):
Por meus estudos, fui levado à conclusão de que nem as relações jurídicas 
nem as formas do Estado poderiam ser compreendidas por si mesmas 
ou pelo chamado desenvolvimento geral do espírito humano, mas de 
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
12
que estão enraizadas nas relações materiais da existência, cujo conjunto 
é enfeixado por Hegel com o nome de sociedade civil: a anatomia dessa 
sociedade civil deve ser buscada na economia política.
3 “Sociedade como um grupo de indivíduos onde estas relações ocorrem de 
forma comum ou institucionalizada” (ABBAGNANO, 2007, p. 1080): Esta terceira 
possibilidade interpretativa é mais utilizada pela sociologia, onde a palavra 
sociedade toma o sentido “[...] de conjunto de indivíduos caracterizado por uma 
atitude comum ou institucionalizada” (Idem, 2007, p. 1081). Nesta medida, o termo 
serve tanto para um grupo de indivíduos, quanto à instituição que assinala esse 
grupo, como, por exemplo, as expressões do tipo: sociedade capitalista, sociedade 
de massa, sociedade em rede etc. 
Filósofo italiano nascido em 1901 e falecido em 1990, famoso pelo 
seu Dicionário de Filosofia, o qual nos valeu para nossa exposição.
FONTE: Nicola Abbagnano. Disponível em: <http://www. nicolaabbagnano.it/>. Acesso 
em: 30 jul. 2012.
Portanto, se você, acadêmico(a), tem acompanhado esta discussão – árida, 
mas rica para seus conhecimentos –, será no seio destas definições que elencamos 
que vai passar a questão da informação. As definições parecem um tanto quanto 
áridas, como dissemos, mas cobrem perfeitamente nossa questão, sobre o sentido 
de sociedade: um espaço de relações humanas, de associação, onde estão inseridos o 
Estado, a cultura e, é claro, a informação. A tese que trazemos à baila é a de que 
as relações humanas trocam de foco, ou melhor, ganham novo foco atravésda 
informação. É esta noção que iremos desenvolver nesta seção, inserindo a noção de 
sociedade da informação, em alguns blocos conceituais maiores (pós-modernidade, 
sociedade pós-industrial, hipermodernidade e modernidade líquida). 
NOTA
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
13
Anthony Giddens
Sociólogo britânico, também envolvido com a política 
no mandato do ex-primeiro ministro Tony Blair. Vem 
desenvolvendo seu pensamento ligado às questões 
que envolvem as bases de nosso tempo, que o(a) 
acadêmico(a) pode conferir no livro As Consequências 
da Modernidade (1991).
FONTE: Disponível em: <http://sociologicallystylish.blogspot.com.br/2009/04/1st-
confession.html>. Acesso em: 30 jul. 2012.
O sociólogo inglês Anthony Giddens (1991, p. 21), por seu turno, vai 
afirmar que a: “‘Sociedade’ é obviamente uma noção ambígua, referindo-se tanto à 
‘associação social’ de um modo genérico quanto a um sistema específico de relações 
sociais”. O que Giddens (1991) quer dizer com isto? Que definir sociedade é difícil, 
porque esta ideia possui muitos significados, mas o mesmo sociólogo ressalta que 
a sociedade se refere ao associar, isto é, modos de estabelecimento das relações 
sociais, seja, por exemplo, na cultura, na tradição, na lei, nas instituições, como o 
casamento etc., que são modos de estabelecimento das relações sociais. É no meio 
destes modos que a informação assume papel fundamental.
4 AFINAL, O QUE É INFORMAÇÃO NESTA HISTÓRIA?
Como você pode perceber, acadêmico(a), sociedade é um conceito múltiplo 
que procura sintetizar as relações humanas ou os modos de estabelecimento das 
relações sociais. Como temos mencionado constantemente, a informação assume 
papel estratégico nestas relações. E para que nos estudos você possa agregar 
conceitos, vale um exercício muito antigo de pesquisa filológica/filosófica. Mas 
não se assuste, acadêmico(a), com as palavras, ou que este exercício será muito 
difícil, basta lembrar-se de Spinoza e o exercício de estrutura. Valendo-se dele, 
podemos dizer que esta pesquisa filológica/filosófica nada mais é que o recurso à 
origem e a causas que produzem determinado termo (um exercício de relíquias, 
de peças a serem refeitas, como dissemos na introdução). Com este exercício 
podemos aprofundar os significados primitivos, realizando uma interação com 
os sentidos assumidos hoje. 
NOTA
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
14
Vale mencionar a você, acadêmico(a), para ficar atento(a) aos períodos históricos, 
porque o texto é construído a partir desta relação. Portanto, mencionaremos a definição de 
informação na Antiguidade, Idade Média, Modernidade e Contemporâneo.
Filologia: é uma disciplina antiga em que se busca analisar os significados 
fundamentais do vocabulário, das diversas línguas. 
4.1 ANTIGUIDADE
A história do termo remonta à tradição greco-romana. Na Grécia Antiga, 
a informação possui o sentido de modelo (hypotyposis) e representação (prolepsis) 
(CAPURRO; HJORLAND, 2007). Era alguma coisa que a nossa razão (logos) 
captava da realidade. 
Daquilo que é permanente (hypokeimenon) e múltiplo/diverso (symbebekota), 
isto é, aquilo que é necessário e aquilo que é contingente.
No mundo romano, informação assume os seguintes sentidos, dos quais se 
destacam as definições de:
● Varro (116-27 a. C.): Informação (informatur), em sentido biológico/
médico (ligação da cabeça e coluna vertebral).
● Virgílio (70-19 a. C.): informatio e informo. Possui o sentido de produzir 
(informatum) (CAPURRO; HJORLAND, 2007, p. 156).
NOTA
NOTA
DICAS
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
15
4.2 IDADE MÉDIA
A Idade Média, por sua vez, agregará ao termo nova coloração, destacando-se 
neste quesito o filósofo Agostinho de Hipona (354-430): Informatio sensus (percepção 
visual). “Aquilo que é percebido e armazenado na memória. Também possui sentido 
pedagógico: os feitos de Deus nos instruem e educam (ad eruditionem informationemque 
nostram, que pode ser traduzido por instrução para nossa informação)” (CAPURRO; 
HJORLAND, 2007, p. 156), isto é, eles nos informam.
4.3 MODERNIDADE
A partir da Modernidade, a questão do conceito informação se aprofunda 
por estar ligada à teoria do conhecimento, isto é, como se garante (ao sujeito) 
as informações (conhecimento) que se recebe (dos objetos). Uma vez que temos 
uma mudança de paradigma científico promovida por Galileu Galilei (1564-
1642) e Johannes Kepler (1571-1630), que fazem aparecer uma nova leitura da 
realidade, ou seja, uma realidade infinita com universo infinito também, o que 
difere da concepção antiga e medieval em que o universo e a realidade eram 
limitados, portanto, as noções de informação tinham ligação com a transmissão, 
produção, armazenamento. 
Na versão moderna isto implica a necessidade de um sujeito que possa 
organizar esta realidade/universo infinito, daí o capturar do que chamamos 
teoria do conhecimento do conceito informação. Faz-se necessária uma teoria 
do conhecer que permita organizar as informações que o sujeito recebe de uma 
realidade infinita. Nessa direção, 
Informação veio a referir-se cada vez menos à organização interna ou 
formação, [...]. Em vez disso, a informação veio a referir-se à essência 
fragmentária, flutuante, casual do sentido. A informação, de acordo 
com a visão global moderna mais geral, mudou de um cosmos 
ordenado divinamente para um sistema governado pelo movimento 
de corpúsculos. [...] (CAPURRO; HJORLAND, 2007, p. 156).
A partir disto, vários filósofos vão discutir acerca da informação, dentre 
eles Francis Bacon (1561-1626), John Locke (1632-1704), George Berkeley (1685-
1753) e David Hume (1711-1776), sem esquecer-se de René Descartes (1596-1650), 
para quem a informação tem o sentido de “dar uma forma (substancial) à matéria 
para comunicar alguma coisa a alguém [...]” (CAPURRO; HJORLAND, 2007, p. 156). 
Em outras palavras, trata-se de uma ideia que se passa na mente.
De maneira geral, temos duas definições na Antiguidade: o sentido médico 
e o sentido de produção, como você pôde acompanhar. Esta primeira dualidade de 
definições demonstra o quão difícil e ao mesmo tempo salutar o conceito de informação. 
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
16
René Descartes, filósofo e matemático francês do século 
XVII. Criador do Método, isto é, processo para obtenção de 
conhecimento. Prática utilizada em todas as ciências. O 
método expõe em sua obra mais famosa O Discurso do 
Método (1637).
FONTE: Disponível em: <http://www.iplugados.com/biografias1.html>. Acesso em: 11 
ago. 2012.
Em resumo, este recurso à história do conceito (a que chamamos filológica/
filosófica), como você pôde conferir, caro(a) acadêmico(a), quer apresentar a 
importância da informação para a condição humana. É pela troca de informações 
entre nós mesmos, com os outros e com o mundo que vamos correlacionando 
dados e posições sobre a existência. Além disto, a variedade de definições do termo 
demonstra os vários sentidos tomados pelos humanos e sua constituição histórica. 
É nesta seara que o termo informação vai tomar uma nova conotação do ponto de 
vista contemporâneo. Além disto, é óbvio que a informação é um processo inerente à 
atividade dos humanos. Se ligarmos informação com linguagem, os seres humanos 
estariam em constante processo de informação. Mas, à guisa da conclusão desta 
parte, antecipamos que na sociedade contemporânea (da informação) trata-se de 
um tipo especial de informação. 
Como veremos adiante e em muitos outros tópicos, o fenômeno da sociedade 
da informação é um processo que se inicia a partir da década de 1960. Nesta medida, iremos 
inserir o debate da sociedade da informação como “filha de seu tempo” (para usar uma expressão 
de um filósofo chamado Hegel), ou seja, como processo inserido em um debate de uma 
passagem/reposicionamento da modernidade para pós-modernidade/sociedade pós-industrial/
hipermodernidade/modernidade líquida. Ou dito de outro modo, como passamos de um modo 
de vida(moderno) para outro (pós/hiper/líquido) tendo a informação como eixo mais recente 
neste estilo.
NOTA
NOTA
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
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4.4 CONTEMPORÂNEO
Contemporaneamente, o conceito informação passa a ser utilizado por 
várias áreas do saber humano, da matemática, passando pela filosofia e se filiando 
às tecnologias computacionais e às interpretações genéticas. Ou para refrescar a 
memória, acadêmico(a), basta lembrar dos exemplos de nossa introdução. Uma 
passada pelo Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2009, p. 1104) constata isto:
[Primeira definição: Ato ou efeito de informar-(se) [...]. [Segunda 
definição:] Dados [...] acerca de alguém ou algo [...]. [Terceira definição:] 
Conhecimento participação [...]. [Quarta definição:] Comunicação 
ou notícia trazida ao conhecimento de uma pessoa ou do público 
[...]. [Quinta definição:] Instrução, direção. [Nona definição, ligada à 
informática:] Coleção de fatos ou de outros dados fornecidos à máquina, 
a fim de se objetivar um processamento [...]. [Décima definição, 
ligada à teoria da informação:] [...], medida da redução da incerteza, 
sobre um determinado estado de coisas, por intermédio de uma 
mensagem [...] sendo quantificada em bits [em sentido geral códigos] 
de informação. Informação Genética. [...]. Mensagem contida no ácido 
desoxirribonucleico através da sequência dos seus nucleotídeos, e que 
se expressa pela síntese de proteínas. 
FIGURA 4 – INFORMAÇÃO GENÉTICA 
FONTE: Disponível em: <http://considereapossibilidade.wordpress.
com/2009/01/31/a-informao-gentica-no-para/>. Acesso em: 30 jul. 2012.
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
18
Contemporaneamente, como você tem acompanhado neste nosso 
exercício histórico e conceitual, conferimos grande atenção à informação, porque 
compreendemos que, através das novas tecnologias (grande rede, conquistas da 
genética, da nanotecnologia, mass media, economia financeirizada etc.), temos as 
codificações das mensagens mais e mais aceleradas, diminuindo os espaços (quiçá, 
também o tempo) do globo terrestre, e que tal perspectiva contribui para uma 
sociedade em novos níveis de ação. A informação passa a ter papel central: 
O desenvolvimento e a disseminação do uso de redes de computadores 
desde a Segunda grande Guerra Mundial e a emergência da ciência 
da informação como uma disciplina nos anos 50, são evidência disso. 
Embora o conhecimento e a sua comunicação sejam fenômenos básicos 
de toda sociedade humana, é o surgimento da tecnologia e seus 
impactos que caracterizam a nossa sociedade como sociedade da 
informação [negrito nosso] (CAPURRO; HJORLAND, 2007, p. 149, 
grifos dos autores).
A informação passa a ser condição básica, uma vez que passamos, no 
contemporâneo, no dia a dia, a ter o mote das cadeias globais promovidas pela 
natureza digital, que influencia desde o hospital com seus equipamentos, até o 
trânsito de uma cidade bem equipada neste quesito. Ou seja, “[...] é lugar comum 
considerar-se a informação como condição básica para o desenvolvimento 
econômico juntamente com o capital, o trabalho e a matéria-prima, mas o que torna 
a informação especialmente significativa na atualidade é sua natureza digital” 
(CAPURRO; HJORLAND, 2007, p. 149).
FIGURA 5 – TECNOLOGIAS NOS RONDANDO CONSTANTEMENTE 
FONTE: Disponível em: <http://noticias.r7.com/blogs/ogg-ibrahim/2012/03/17/
a-tecnologia-que-nos-aproxima-e-nos-afasta/>. Acesso em: 30 jul. 2012.
Para entendermos melhor a natureza digital da informação, lancemos mão 
de um quadro panorâmico dos efeitos da informação (e suas tecnologias). Para 
desenvolver o mesmo, tomamos de empréstimo a definição de informação dada no 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
19
Dicionário do pensamento social do século XX (OUTHWAITE; BOTTOMORE, 1996), 
que se mostra muito esclarecedor, porque enumera os passos de formação de uma 
sociedade da informação.
Como você irá conferir, houve num primeiro momento a digitalização 
das informações, depois a informação tornou-se tecnologia, operando mudanças 
nas relações sociais e, sendo de extrema relevância social, produzindo um novo 
modelo de sociedade, a chamada sociedade da informação. O quadro é retirado e 
montado a partir, como mencionamos, do Dicionário do pensamento social do século 
XX (OUTHWAITE; BOTTOMORE, 1996, p. 395):
QUADRO 1 – QUADRO AÇÃO-RESULTADO DA INFORMAÇÃO
FONTE: Adaptado de: Outhwaite; Bottomore (1996, p. 395)
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
20
O QUE É INFORMAÇÃO?
Muitos dizem que navegamos na Terceira Onda de Tofler, ou seja, a onda 
da informação, que seguiu as ondas agrícola e industrial.
Autores como Malone, Drucker, Levy, entre outros, dizem que os clássicos 
fatores de produção estão perdendo seu status para o capital intelectual e para a 
informação.
LEITURA COMPLEMENTAR
E para fechar esta seção sobre a informação (para marcar sua importância 
contemporânea), vale a seguinte colocação:
Segundo Marshal McLuhan, estamos assistindo ao fim da era 
Gutenberg, ao fim da era iniciada com a criação do código fonético 
e sistematizada pela invenção dos tipos móveis de imprensa, 
principal responsável, segundo ele, pela destribalização da cultura, 
pelo individualismo, pelo nacionalismo, pelo militarismo e pela 
tecnologia ocidental, até a linha de montagem de Ford (que hoje 
estaria superada). Com o circuito elétrico, que possibilita a ionização 
ou simultaneidade da informação [bem como a redução do tempo e 
do espaço], termina a era da expansão (explosão) das sociedades e 
começa a era da ‘implosão’ da informação: a informação complexa, 
antiverbal, se manifesta em mosaico, descontínua e simultaneamente 
[negrito nosso] – e a televisão é o seu profeta. [A televisão passa a 
alterar o comportamento interpessoal, bem como a internet, pois traz 
informações sem fim] (PIGNATARI, 1981, p. 12-13).
Em síntese, acadêmico(a), você pode acompanhar que a informação passa 
a ser o bloco pelo qual as atividades humanas são operadas, sua mola mestra. Seja 
porque torna tudo em banco de dados, seja porque toma a tecnologia (internet, 
celulares, mídia) por meio de relação, isto é, toma os artefatos tecnológicos meios 
pelo qual realizamos os trabalhos, os estudos, os contatos entre as pessoas.
Para que você aprimore seus estudos no que concerne ao conceito de informação, 
indicamos a leitura do Dicionário do pensamento social do século XX. Apesar do termo 
dicionário no nome, que pode assustar, o texto é de leitura fácil, contendo em torno de 500 
verbetes descrevendo as mudanças sociais. A obra se mostra rica fonte para aprofundamentos 
futuros. 
OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. 
Tradução de Eduardo Francisco Alves; Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
DICAS
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
21
Mas no campo empresarial, especificamente, como pode ser descrita a 
informação?
A informação pode ser entendida como um dos recursos dos quais a 
empresa dispõe e utiliza (ou necessita) para a consecução de seus objetivos. De 
forma genérica, informar significa comunicar algo a alguém.
Existe uma clássica distinção entre dados e informações. Oliveira (1993, p. 
34) define dado como sendo “qualquer elemento identificado em sua forma bruta 
que por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação”.
A informação, por sua vez, é mais estruturada. É definida como sendo “o 
dado trabalhado que permite ao executivo tomar decisões” (OLIVEIRA, 1993. p. 34).
Cassaro (2003, p. 35) corrobora afirmando que “os dados alimentam, dão 
entrada no sistema, e as informações são produzidas, saem do sistema”, podendo 
ser a entrada para outro sistema de informação. Como exemplo de dados pode 
ser citada a quantidade de clientes de uma empresa ou o preço de venda cobrado 
por determinado item. A lucratividade gerada pelos diversos clientes ou grupo de 
clientes, que contribui para o gestor decidir, entre outros fatores, qual carteira de 
clientesincrementar, é uma informação.
Os dados, no conceito do Serviço Federal de Processamento de Dados 
- SERPRO (2003), “são sinais que não foram processados, correlacionados, 
integrados, avaliados ou interpretados de qualquer forma. Os dados representam 
a matéria-prima a ser utilizada na produção de informações”.
Quanto às informações, de acordo com o SERPRO (2003), “neste nível, os 
dados passam por algum tipo de processamento para serem exibidos em uma 
forma inteligível às pessoas que irão utilizá-los”.
A importância do fator informação fica ainda mais evidenciada no contexto 
empresarial contemporâneo, marcado pela extrema e notória competitividade e 
pela necessidade de eficiência em todos os processos organizacionais.
Conceituando eficiência de maneira breve, ela consiste em realizar as 
atividades de modo correto, ou seja, relaciona-se mais com os meios utilizados. 
Agir com eficácia, entretanto, é fazer as coisas certas, ou seja, relaciona-se mais 
com os resultados esperados.
Na era da informação, ela é condição indispensável para o funcionamento 
da empresa e para a consequente sobrevivência, pois conforme cita Cassaro (2003, 
p. 25), “A empresa em si é uma estrutura estática. O [...] que lhe dá dinamismo é o 
conjunto de sistemas de informações, ou seja, a gama de informações produzidas 
pelos seus sistemas, de modo a possibilitar o planejamento, a coordenação e o 
controle de suas operações”.
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
22
Fica óbvio que sem informações a empresa não opera. Ela não poderá tomar 
nenhuma decisão, não poderá estabelecer nenhum objetivo nem estratégia. Isso 
sem considerar que, mesmo que a empresa apenas reagisse aos fatos já ocorridos, 
não deixaria de estar considerando informações históricas.
Cassaro (2003, p. 34) comenta que “tanto mais dinâmica será uma empresa 
quanto melhores e mais adequadas forem as informações de que os gerentes 
dispõem para as suas tomadas de decisão”.
A informação também permite a integração entre os diversos sistemas 
organizacionais (recursos humanos, marketing, finanças etc.), permitindo a 
retroalimentação destes para fins de controle, bem como gerando insumos para 
planos de ação. Ela é um dos principais requisitos para se ter uma visão sistêmica 
da empresa.
Na visão do SERPRO (2003), “A qualidade dos sistemas de informação 
de uma organização é reconhecidamente uma vantagem corporativa estratégica. 
Mas, apesar de todos os avanços tecnológicos, o processamento de informações 
corporativas continua sendo complexo”.
Porém, Silva (2001) afirma que cada vez mais, na era da informação, a 
sociedade terá que se adaptar ao problema da sobrecarga de informações. Isto vai 
nos compelir a buscar e usar técnicas que ajam como um filtro, selecionando as 
informações confiáveis e relevantes e maximizando o tratamento das informações 
recebidas.
Isso revela uma outra tendência atual: a customização. Cada indivíduo 
apresenta uma necessidade específica de informação, ou seja, de acordo com seus 
objetivos, determinados aspectos serão relevantes. Porém, em meio ao excesso 
de informações, muitas das quais irrelevantes, tornam-se necessários processos 
capazes de gerar e recuperar essas informações quando necessárias, de modo a 
atender, preferencialmente de forma facilitada, as necessidades específicas de cada 
usuário.
[...]
Quanto às características da informação, Cassaro (2003) distingue as 
informações como sendo operacionais, ou seja, aquelas úteis para realizar 
determinada atividade, como, por exemplo, uma requisição de material; ou 
como sendo gerenciais, que são basicamente uma compilação das informações 
operacionais que chegam até o gestor e lhe subsidiam na tomada de decisão.
Segundo Cassaro, (2003, p. 41) “enquanto as informações operativas 
praticamente independem das pessoas, as informações gerenciais são muito 
influenciadas pelas pessoas que ocupam posições gerenciais”.
Uma característica da informação gerencial é o seu potencial preditivo, ou 
seja, permite inferências sobre situações futuras, permitindo o planejamento de 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
23
onde a empresa espera chegar, bem como a verificação de que a empresa está se 
orientando para a consecução dos objetivos esperados, possibilitando ajustes caso 
esteja em situação indesejada.
É importante frisar também, conforme citam Padoveze (1994) e Cassaro 
(2003), que a informação deve ter certos atributos, entre eles destacam-se a relação 
custo e benefício, utilidade e oportunidade.
Dessa forma, os benefícios ocasionados pela utilização de determinada 
informação devem, inclusive por questão de bom senso, ser maiores que os custos 
incorridos para obtê-la. É importante verificar se a informação está realmente 
sendo usada e que benefícios seu uso traz.
Entretanto, é difícil precisar com exatidão e objetividade os resultados de 
uma informação, ou seja, associar diretamente a ele os resultados, satisfatórios ou 
não, de uma decisão.
Quanto à oportunidade, toda informação tem uma utilidade ou valor 
elevado em determinado momento, decrescendo até chegar ao valor nulo com o 
passar do tempo.
Observando a figura apresentada por Cassaro (2003, p. 37), é possível 
perceber de forma mais clara a importância da informação ser oportuna.
FIGURA 1 – VALOR DA INFORMAÇÃO OPORTUNA
FONTE: Adaptado de: Cassaro (2003, p. 37)
Conforme exemplifica Cassaro (2003), a figura acima supõe o fato de um 
gerente necessitar tomar uma decisão no dia 20, e apenas nesse dia tal decisão 
pode ser tomada. Dessa forma, a informação disponibilizada no dia 30 não 
teria valor algum.
Porém, se a informação fosse fornecida no dia 10, dando maior tempo para 
o gestor se preparar e ponderar os possíveis resultados da escolha das alternativas 
disponíveis, surpreendentemente, a informação também não teria o seu valor 
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
24
máximo. Nesse dia, o gerente não teria nenhuma decisão a ser tomada e o destino 
da informação provavelmente seria a gaveta, além de que, no prazo de 10 dias 
muitas variáveis poderiam se alterar.
No dia 20, quando a decisão fosse tomada, essa informação não 
corresponderia mais com a realidade. Ressaltando que as empresas tendem a 
operar em ambientes dinâmicos e com alto grau de risco e incerteza, condições 
presentes em praticamente todas as decisões.
Cabe aqui uma distinção entre risco e incerteza: a condição de risco se 
dá quando o tomador de decisões pode estimar as probabilidades de ocorrência 
dos vários resultados que a alternativa escolhida acarretará. Quando não se tem 
informações para conhecer ao menos a probabilidade de ocorrência de certos 
eventos, tem-se a incerteza.
Lima (2007, p. 5) define a diferença entre risco e incerteza da seguinte forma:
A diferença entre risco e incerteza está relacionada ao conhecimento 
das probabilidades ou chances de ocorrerem certos resultados. O risco 
ocorre quando quem toma as decisões da aplicação de um ativo pode 
estimar as probabilidades relativas a vários resultados, com base em 
dados históricos, o que chamamos de distribuições probabilísticas 
objetivas. Quando não se tem dados históricos e é preciso fazer 
estimativas aceitáveis, ou seja, distribuições probabilísticas subjetivas, 
lidamos com a incerteza.
Correção e exatidão das informações: Cassaro (2003, p. 38) afirma que 
“uma informação gerencial quase nunca tem de ser exata, basta-lhe ser correta 
e estar disponível no momento necessário”. A informação exata corresponde à 
realidade com precisão total, sendo, portanto, relativa a breve e determinado 
momento, a partir do qual deixa de ser exata. Os custos de obtenção também 
são relativamente maiores aos da informação precisa e os benefícios adicionais 
relativos não são compensatórios.
Relevância: escolhas entre alternativas diversas, com diversas finalidades, 
exigem informações diferentes. Sendo assim, “relevância é o grau de importância que 
uma informação possui para uma tomadade decisão” (CASSARO, 2003, p. 38). Há 
de se considerar também que, para tomar determinada decisão, vários fatores pesam 
sobre as escolhas, alguns em maior e outros em menor grau. Como nem sempre é 
possível ter informações sobre todas as variáveis envolvidas, é coerente priorizar a 
obtenção de informações sobre os aspectos mais importantes.
Comparação e tendência: é relevante que as informações para finalidades 
gerenciais possam ser comparadas, possibilitando o conhecimento das 
variações ocorridas e permitindo que tendências sejam percebidas, evitando 
suas consequências caso sejam negativas e aproveitando as oportunidades 
quando positivas.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO TEMÁTICA
25
A informação é um dos recursos mais relevantes que as empresas [por 
exemplo] possuem para traçarem suas estratégias, tomarem suas decisões, 
coordenarem suas ações e efetivarem os controles necessários para acompanhar as 
mudanças de direção entre o previsto e o realizado.
[...]
FONTE: Disponível em: <http://vozesdoverbo.blogspot.com.br/2010/10/o-que-informacao.html>. 
Acesso em: 30 jul. 2012.
26
Neste tópico você viu:
● Primeiro: uma introdução vinculando exemplos ligados à sociedade da 
informação, como o cinema. Conforme nos ensina Baruch Spinoza: partir para 
análises mais aprofundadas.
● Segundo: uma pincelada sobre o conceito de sociedade, que em síntese pode 
ser resumido no seguinte: espaço de relações humanas. Três são as definições 
norteadoras (gerais) de sociedade, que apresentamos. A primeira faz entender 
a sociedade como “o espaço das relações humanas de comunicação ou de 
intersubjetividade” (ABBAGNANO, 2007, p. 1080). A segunda definição parte 
da ideia de que “a sociedade é a totalidade (um organismo) de indivíduos onde 
ocorrem as relações de comunicação” (ABBAGNANO, 2007, p. 1080). E a terceira 
toma a sociedade como “um grupo de indivíduos onde estas relações ocorrem 
de forma comum ou institucionalizada” (ABBAGNANO, 2007, p. 1080). O que 
estas definições (tendências) gerais nos permitem? Estas definições nos permitem 
compreender uma tendência geral sobre o que é sociedade: espaço onde ocorrem 
as interações humanas. É neste espaço que será vinculada a informação, ou seja, 
em nossas interações.
● Terceiro: uma pincelada sobre o conceito de informação. Inicialmente realizou um 
trabalho filológico, isto é, demonstrando a origem, como dissemos na introdução, 
via Spinoza, sobre buscar a origem, remontando alguns pontos, até chegar à 
ideia de informação vinculada à sociedade da informação. Nesta perspectiva 
o(a) acadêmico(a) pode conferir que no nosso dia a dia damos grande atenção 
e importância à informação, porque ela se traduz através das novas tecnologias 
(grande rede, conquistas da genética, da nanotecnologia, mass media, economia 
financeirizada etc.), que se codificam em mensagens mais e mais aceleradas, 
diminuindo os espaços (quiçá, também o tempo) do globo terrestre. Tal prática 
também contribui para formar uma visão geral que explica a globalização, isto é, 
esta mesma sociedade da informação traduz o nosso tempo, como vimos.
RESUMO DO TÓPICO 1
27
Para fixar os conhecimentos adquiridos neste tópico, responda a cada 
uma das questões:
AUTOATIVIDADE
1 Realize uma síntese do texto complementar: O que é 
informação?
2 Defina sociedade a partir de Giddens. 
28
29
TÓPICO 2
MUITOS NOMES PARA A MESMA SITUAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), neste segundo tópico buscamos demonstrar do 
ponto de vista teórico e histórico os movimentos que conformam a sociedade 
contemporânea como sociedade da informação, isto é, como, a partir de determinado 
período, a informação passou a ser eixo/mola fundamental da sociedade, como 
você vai conferir, mais precisamente a partir da década de 1960. Para isto iremos 
articular uma história das interpretações da sociedade para localizar a ideia de 
sociedade da informação, no período que mencionamos.
Valendo-se da proposta de Spinoza, vamos remontar a estrutura que 
revela os pontos da sociedade da informação hoje. Com este empreendimento, 
esperamos contribuir com você, acadêmico(a), no fortalecimento do conhecer e 
na potência do pensar.
Como você pôde acompanhar na unidade anterior, de maneira geral, a 
partir das definições apresentadas, a sociedade é o espaço onde estabelecemos 
as relações humanas (que são exemplificadas nas instituições, nas músicas, nos 
sentidos e sem sentidos que o humano dá coletivamente), e mais recentemente 
estas relações são atravessadas, marcadas, enlaçadas pelo aspecto da informação, 
que, como vimos, é entendida como o processo em que transformamos dados 
digitais (sejam eles linguagens, imagens, livros, filmes) em informação que 
é transmitida constantemente por redes, resultando na compressão do tempo 
e do espaço, acelerando os fluxos de ideias, conceitos, moda, arte, música, 
especulações econômicas, em ritmo nunca antes visto. 
Mas, como você tem acompanhado, isto não se realiza de modo gratuito, 
as mudanças ocorrem historicamente e possuem um processo de chegada, isto é, 
os modos que observamos hoje possuem uma história para chegar ao que vemos 
hoje, sofrendo grandes metamorfoses. Há uma gama de causas e transformações, 
como bem nos lembrava Spinoza, no Tópico 1. E isto não é diferente com a 
sociedade da informação.
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
30
2 GLOBALIZAÇÃO E SEUS EIXOS: DA MODERNIDADE À PÓS-
MODERNIDADE; DA SOCIEDADE INDUSTRIAL À SOCIEDADE 
PÓS-INDUSTRIAL; DA MODERNIDADE À HIPERMODERNIDADE/
MODERNIDADE LÍQUIDA
Tradicionalmente, para compreender estas mudanças que vislumbramos 
na sociedade da informação, podemos nos valer da Sociologia, ciência que lança 
três hipóteses muito interessantes acerca desta chegada à sociedade da informação. 
Em outras palavras, traça um viés, um caminho que demarca a passagem da 
modernidade/sociedade industrial para pós-modernidade/sociedade pós-
industrial ou modernidade para hipermodernidade/modernidade líquida, que 
nada mais é que o transcorrer do século XVI até os dias atuais. 
A primeira diz que a partir do Renascimento e das grandes navegações 
iniciamos um processo de globalização do mundo, impulsionado pelas mutações 
do capitalismo. Historicamente, estas mutações estariam “instaladas” no que 
podemos chamar de modernidade, que vai do Renascimento até o século XIX, e 
a pós-modernidade, a partir do século XIX, sendo a sociedade da informação um 
dos braços ou características deste último. 
Esta hipótese que colocamos é, por exemplo, tese desenvolvida pelo 
sociólogo brasileiro Octavio Ianni (1926-2004), que em seu livro A Sociedade 
Global (IANNI, 1993) procura analisar estas mutações, desde o surgimento 
do capitalismo, no século XIV, passando pelas grandes navegações, pela 
formação dos estados-nação, pelas revoluções política e industrial, até chegar às 
multinacionais, à informática e à bolsa de valores. “A estes movimentos, Ianni 
denomina globalização” (COSTA, 2005, p. 232). 
OCTAVIO IANNI, sociólogo brasileiro (1926-2004). Desenvolveu vários estudos 
sobre o Brasil e a cultura. Escreveu várias obras, das quais se destacam A Sociedade Global 
(1992) e Teorias da Globalização (1996).
FONTE: Disponível em: <http://umapiruetaduaspiruetas.wordpress.com/2012/03/27/notas-
para-a-prova-de-ppsb-estilos-de-pensamento-octavio-ianni/>. Acesso em: 30 jul. 2012.
NOTA
TÓPICO 2 | MUITOS NOMES PARA A MESMA SITUAÇÃO
31
Globalização: De maneira geral, fenômeno caracterizado pela maior integração 
(não sem conflito) econômica, cultural, social, onde, por exemplo, as mercadorias (econômica), 
as religiões (cultural) e os grupos sociais são aproximados, bem como pela utilização de 
tecnologias e pela circulação de informação em massa. 
FIGURA 6 – GLOBALIZAÇÃO 
FONTE: Disponível em: <http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_
estudantes/filosofia/filosofia_trabalhos/compreendglobaliz.htm>. Acesso em: 30 jul. 
2012.
2.1 MODERNIDADE
Para filtrar para você, acadêmico(a),e para que a compreensão seja precisa, 
apresentaremos a seguir pontos fundamentais da modernidade, que no seio de 
suas contradições servirá de alicerce para a sociedade da informação: 
Mike Featherstone (1995, p. 20) caracteriza a modernidade de modo 
muito simples: 
NOTA
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
32
Afirma-se, de modo geral, que a modernidade surgiu no Renascimento 
e foi definida em relação à Antiguidade, como no debate entre os antigos 
e os modernos. [...], a modernidade contrapõe-se à ordem tradicional, 
implicando a progressiva racionalização e diferenciação econômica 
e administrativa do mundo social [...] – processos que resultaram na 
formação do moderno Estado capitalista-industrial [...].
Um pensador famoso, de uma leitura riquíssima (e ainda vivo), chamado 
Jürgen Habermas (1929-), também contribui para nossa pesquisa. Diz ele que 
a modernidade (na verdade, ele vai chamar de projeto moderno) parte de um 
conjunto de teses formuladas pelos filósofos iluministas, tais como (COSTA, 
2005, p. 233): 
Crença no pensamento científico.
Papel da moralidade na condução da vida humana.
Universalismo do pensamento.
Universalismo das formas de organização da sociedade.
Em Johnson (1997, p. 152) também temos uma boa definição, que parte dos 
mesmos aspectos que anunciamos “[...] modernismo é uma visão particular das possibilidades 
e direção da vida social, com origens no Iluminismo e baseada em fé no pensamento racional. 
Da perspectiva modernista, a verdade, a beleza e a moralidade existem como realidades 
objetivas que podem ser descobertas, conhecidas e compreendidas através de meios racionais 
e científicos. Essa opinião não só torna o progresso inevitável, mas fornece uma base para o 
aumento do controle sobre a condição humana e maior liberdade individual”.
Estes pontos podem ser traduzidos na aposta industrial, na urbanização, na 
construção das grandes cidades, na ciência como resposta para tudo, na conversão 
da religião em espaço privado, isto é, a possibilidade de cada um exercer sua 
religião. São deste período também as grandes colonizações.
Além destes quesitos, poderíamos aportar mais quatro, que reforçam nossa 
compreensão acerca da modernidade, suas nuances e princípios fundamentais, já 
que nosso mote é chegar à sociedade da informação. Vejamos quais são os quatro 
reforços (COSTA, 2005, p. 233):
Racionalismo.
Organização.
Esperança na liberação humana da escassez.
Esperança na liberação humana do arbítrio (político, religioso).
NOTA
TÓPICO 2 | MUITOS NOMES PARA A MESMA SITUAÇÃO
33
FIGURA 7 – MODERNIDADE 
FONTE: Disponível em: <http://vidaqueseconta.blogspot.com.br/2011/07/
modernidade-por-arnaldo-jabor.html>. Acesso em: 30 jul. 2012.
FONTE: HABERMAS, Jürgen. O Discurso Filosófico da 
Modernidade. Disponível em: <http://livraria.folha.com.br/
catalogo/1047451/o-discurso-filosofico-da-modernidade>. 
Acesso em: 30 jul. 2012.
Acadêmico(a), para acompanhar estas questões com maior 
profundidade, indicamos o livro de Jürgen Habermas, que 
é extremamente esclarecedor: O discurso filosófico da 
modernidade.
2.2 PÓS-MODERNIDADE
Johnson (1997, p. 152) nos dá uma definição muito clara do que é pós-
modernidade:
O pós-modernismo rejeita a visão modernista argumentando, em 
primeiro lugar e acima de tudo, que verdade, beleza e moralidade não têm 
existência objetiva além do que pensamos, escrevemos e falamos sobre 
elas. Da perspectiva pós-modernista, a vida social não é uma realidade 
DICAS
UNIDADE 1 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – ASPECTOS HISTÓRICO-CONCEITUAIS
34
objetiva, à espera de que se descubra como funciona. Em vez disso, o 
que experimentamos como vida social é, na verdade, apenas a maneira 
como nela pensamos, e há muitas e mutáveis formas de fazer isso. Não há 
sociedades, comunidades ou famílias que existam como entidades fixas, 
mas apenas como um fluxo contínuo de conversas, modelos abstratos, 
histórias e outras representações que perpassam por todos os níveis da 
vida social, de conversas íntimas entre amantes aos produtos da mídia 
[aqui entra a sociedade da informação]. Embora alguns elementos no 
fluxo sejam ‘privilegiados’ ou recebam maior peso e legitimidade social 
do que outros, em última análise, uma versão da realidade, da beleza ou 
da moralidade não é pior nem melhor do que outra.
Primeiro, é destes sinais de ruptura (no sentido de homogeneidade: sobre 
a verdade, beleza e moralidade) que a sociedade da informação vai se instalar. Se 
não há modelos abstratos, se faz necessário compreender as constantes mudanças 
que não param de acontecer. Segundo, a própria informação também se torna 
fonte privilegiada dos processos de interação humana, ou seja, quanto mais acesso 
a dados e a recursos tecnológicos, mais privilégios haverá em certos fluxos sociais. 
Em outras palavras, podemos dizer que a sociedade da informação surge dos 
efeitos (e contradições) entre modernidade e pós-modernidade, ou ainda, que 
a modernidade é globalizante e, por tal feito, produz em seu seio variáveis de 
interpretação, feitas pela sociologia, da qual partimos, em tempos em tempos. 
Mas, para esta nota, especifiquemos a pós-modernidade.
Partindo da tese de Ianni (1993), que expomos anteriormente (da sociedade 
da informação como uma das filhas da globalização), trabalhemos outros elementos 
acerca da pós-modernidade. O primeiro elemento está ligado à ideia de que este 
conceito nasceu nos meandros das artes visuais e da arquitetura:
Criado no campo das artes visuais e da arquitetura, o conceito de 
pós-modernidade procurava designar uma postura de ruptura com 
tudo o que caracterizou a produção artística da modernidade, ou 
seja, a organização do campo artístico e a institucionalização da arte, 
a profissionalização do artista e a circulação dos produtos por meio 
de um bem organizado mercado de arte. Procurava romper também 
a busca por critérios universais da arte e pelo anseio de perenidade e 
legitimação que caracterizou o modernismo [...] (COSTA, 2005, p. 232).
 Esta postura de ruptura proposta pela arte, marcadamente 
influenciada pela indústria cultural, passa a marcar a criação simbólica de sociedade 
(COSTA, 2005). Desta maneira, o conceito (oriundo de uma proposta contestadora 
de arte) “[...] associou-se à quebra de valores e de normas de comportamento 
que caracterizou o homem contemporâneo, especialmente nos grandes centros 
urbanos” (COSTA, 2005, p. 232-233).
Por esta situação, por não permitir uma objetividade de leitura, mas 
várias possibilidades, afirmar categoricamente o termo é ambíguo, dada a sua 
flexibilidade de uso. Assim: 
Em razão dessa flexibilidade e ampliação de uso, o conceito de 
pós-modernidade acabou ganhando ambiguidade, podendo identificar o 
TÓPICO 2 | MUITOS NOMES PARA A MESMA SITUAÇÃO
35
desconstrutivismo [na arquitetura, como os movimentos artísticos da periferia] [...]. 
Servia tanto para designar as organizações não governamentais como manifestações 
simbólicas que repudiavam valores e princípios inquestionáveis da modernidade 
– entendida como o período histórico da sociedade ocidental que se estende do 
Renascimento até meados do século XIX. Entre esses valores estavam o nacionalismo, 
a democracia, a igualdade entre os homens e a justiça (COSTA, 2005, p. 233).
Nesta medida, a pós-modernidade seria um movimento, que, migrado 
dos movimentos artísticos para os movimentos sociais, passa a identificar um 
conjunto de fatores-chave que marcam nosso período e cruzam nossas relações 
interpessoais. Além disto, estes mesmos fatores marcam e dão o diagnóstico da 
sociedade da informação. Vejamos alguns deles (COSTA, 2005, p. 233):
A emergência da informação nas relações econômicas.
A emergência da informação na produção.
A emergência da informação na comunicação entre pessoas.
A decadência dos regimes comunistas no mundo.
O fim da produção industrial.
O desencanto generalizado em relação às expectativas idealistas da 
filosofia, das ciências e das técnicas.
Esta mesma

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