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1 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia ESTÁGIO EM SAÚDE PÚBLICA I SAÚDE Art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) É um sistema público unitário, criado pela Constituição de 1988. É único porque segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas do governo: federal, estadual e municipal. GESTORES DO SUS • Nível Federal: Ministério da Saúde. • Nível Estadual: Secretaria Estadual de Saúde. • Nível Municipal: Secretaria Municipal de Saúde. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS • Universalidade: todos têm direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde. • Equidade: assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade de cada caso, sem privilégios e sem barreiras. • Integralidade das ações: a visão do indivíduo como um todo e indivisível. DIRETRIZES BÁSICAS DO SUS • Descentralização: gestão única em cada esfera de governo, agregada à regionalização da rede e à hierarquização dos serviços. • Territorialização: território de abrangência definido cadastramento e o acompanhamento da população adstrita (2000 a 3500 pessoas). • Financiamento: dos serviços de caráter predominantemente público, realizado por meio de impostos e contribuições arrecadadas pelas esferas federal, estadual e municipal (Art.198). • Participação social: através do Conselho de Saúde, sendo buscada nos três níveis de gestão. • Cuidado centrado na pessoa: prevê que profissionais de saúde devem trabalhar colaborativamente com o paciente, construindo um tratamento que esteja adaptado às suas necessidades individuais. • Coordenação do cuidado: estabelecer conexões de modo a alcançar o objetivo maior de prover/atender às necessidades e preferências dos usuários na oferta de cuidados em saúde, com elevado valor, qualidade e continuidade. • Resolubilidade: é a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência; devendo referenciá-lo a outro nível de complexidade quando não for capaz de dar a devida assistência. • Longitudinalidade: lidar com o crescimento e mudanças do indivíduo ou grupos ao longo de um período. Acompanhamento responsável. ESTRUTURA DO SUS • Federal (MS): gestor nacional. • Estadual (SES): formulação das políticas e ações de saúde. • Municipal (SMS): planejamento e execução das ações. SISTEMA ORGANIZACIOAL SUS • Ministério da Saúde -> Conselho Nacional de Saúde (CNS); Comissão Intergestores Tripartite (CIT). • Secretaria Estadual de Saúde -> Conselho Estadual de Saúde (CES); Comissão Intergestores Bipartite (CIB). • Secretaria Municipal de Saúde -> Conselho Municipal de Saúde. 2 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS Regionalização e hierarquização; descentralização e comando único; participação popular. AÇÕES DO SUS Promoção de saúde, proteção em saúde, recuperação em saúde e reabilitação. COMPETÊNCIAS DO SUS • Federal: formulação e condução de política nacional de saúde; vigilância sanitária adequada; estímulo ao desenvolvimento e controle imunobiológicos; administração do fundo nacional de saúde; execução de programas emergenciais; regulamentação, acompanhamento e avaliação das ações de saúde. • Estadual: formulação e condução das atividades do sistema regional de saúde; prestação de serviços em coordenação com os sistemas municipais; transferência dos municípios, dos serviços básicos de saúde; administração do fundo regional de saúde, com transferência para as unidades locais. • Municipal: compatibilização das normas com as peculiaridades locais; administração do fundo municipal de saúde; planejamento, coordenação do sistema municipal ou distrital; prestação de serviços básicos de saúde e serviços de maior complexidade quando houver recursos. LEI ORGÂNICA DE SAÚDE Instrumento legal para concretizar o Sistema Único de Saúde. • Lei 8.080/90 • Lei 8.142/90 São analisados os princípios e as diretrizes do SUS e dá esclarecimentos sobre os poderes e responsabilidades entre as três esferas gestoras do sistema. CONSELHOS DE SAÚDE Compete aos Conselhos de Saúde atuar na formulação de estratégias da política de saúde e no controle da execução da política de saúde. O Conselho deve ter uma paridade do nº de representantes dos usuários em relação ao total do nº de representantes do governo, dos prestadores de serviço e dos profissionais de saúde. CONFERÊNCIAS DE SAÚDE São instâncias colegiadas que possibilitam a inserção da participação social no âmbito do poder executivo. São realizadas a cada 4 anos, com o objetivo de avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação da política. Acontecem primeiro no nível municipal, depois no estadual e culminam com a Conferência Nacional de Saúde. PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA O Ministério da Saúde criou, em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF), com o principal propósito: reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Em 2006 foi transformado em "estratégia". ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco. Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Proximidade da equipe com a vizinhança, ligada a Unidade Básica em Saúde. 3 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Mínimo: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE) de acordo com o parâmetro populacional; Equipe Saúde Bucal; Outros profissionais: assistentes sociais, psicólogos, etc. Incorporados às equipes NASF, de acordo com as necessidades e possibilidades locais. Nº de equipes: População / 2000 • Cada equipe é capacitada para: a) Conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; b) Identificar os principais problemas de saúde e situações de risco aos quais a população que ela atende está exposta; c) Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para enfrentar os determinantes do processo saúde/doença; d) Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, organizada ou espontânea, na Unidade de Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar; e) Desenvolver ações educativas e intersetoriais para enfrentar os problemas de saúde identificados. PROGRAMA DE SAÚDE BUCAL Tem como meta a reorganização da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos, reunindo ações em Saúde Bucal voltadas para os cidadãos de todas as idades, com ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito aos brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). • Plano de Reorganização das Ações de Saúde Bucal na Atenção Básica (Portaria nº 267, de 06/03/01): a) Melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira; orientar aspráticas de atenção à saúde bucal, consoante ao preconizado pela ESF; b) Assegurar o acesso progressivo de todas as famílias residentes nas áreas cobertas pelas equipes de saúde da família às ações de promoção e de prevenção, bem como aquelas de caráter curativo restauradoras de saúde bucal; c) Capacitar, formar e educar permanentemente os profissionais de saúde bucal necessários a ESF, por intermédio da articulação entre as instituições de ensino superior e as de serviço do SUS; d) Avaliar os padrões de qualidade e o impacto das ações de saúde bucal desenvolvidas, de acordo com os princípios da ESF. EQUIPE DE SAÚDE BUCAL a) Possibilita criar um espaço de práticas e relações a serem construídas para a reorientação do processo de trabalho e para a própria atuação da saúde bucal no âmbito dos serviços de saúde; b) Exigir a conformação de uma equipe de trabalho que se relacione com usuários e que participe da gestão dos serviços para dar resposta às demandas da população; c) Ampliar o acesso às ações e serviços de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal, por meio de medidas de caráter coletivo e mediante o estabelecimento de vínculo territorial; d) Fundamenta-se nos princípios da universalidade, equidade, integralidade da atenção, trabalho em equipe e interdisciplinar, foco de atuação centrado no território-família- comunidade, humanização da atenção, responsabilização e vínculo. MODALIDADES DE EQUIPE DE SAÚDE BUCAL • Modalidade I: cirurgião dentista, auxiliar em saúde bucal ou técnico em saúde bucal. • Modalidade II: além de cirurgião dentista e técnico em saúde bucal, possui outro auxiliar de saúde bucal ou técnico em saúde bucal. • Modalidade III: unidade odontológica móvel. Todos com carga horária de trabalho de 40 horas semanais. Parâmetros de cobertura: uma ESB para uma ESF. • Os resultados alcançados são significativos: a) Redução dos índices de mortalidade infantil; 4 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia b) Diminuição do número de mortes por doenças de cura simples e conhecida; c) Diminuição das filas nos hospitais das redes pública e conveniada com o SUS. SAÚDE PÚBLICA ...“ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida e promover a saúde e a eficiência física e mental mediante esforços organizados da comunidade para o saneamento do meio, o controle das doenças transmissíveis, a educação dos indivíduos sobre higiene pessoal, a organização dos serviços médicos e de enfermagem para o tratamento preventivo e diagnóstico precoce das enfermidades, o desenvolvimento de um mecanismo social que assegure a cada indivíduo um nível de vida adequado à conservação da saúde, organizando estes benefícios de tal modo que cada cidadão se encontre em condições de gozar de seu direito natural à saúde e longevidade". (WINSLOW apud CHAVES, 1986) CARACTERIZAÇÃO DOS PROBLEMAS EM SAÚDE PÚBLICA a) Constitui causa comum de morbidade ou mortalidade; b) Existem métodos eficazes de prevenção e controle; c) Tais métodos não estão sendo utilizados de modo adequado pela comunidade. DOENÇAS QUE CONSTITUEM RISCO PARA A SAÚDE BUCAL Doença cárie, periodontal, câncer de boca, mal oclusões, lábio leporino, fluorose, sequelas de traumatismos faciais, estigmas da sífilis congênita e doenças ocupacionais com manifestações bucais. HIERARQUIZAÇÃO DOS PROBLEMAS EM SAÚDE PÚBLICA 1º Número de pessoas atingidas; 2º Seriedade do dano causado; 3º Possibilidade de atuação eficiente; 4º Custo per capita 5º Grau de interesse da comunidade. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 5 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Níveis de prevenção: 1º nível: promoção de saúde. 2º nível: proteção específica. 3º nível: diagnóstico precoce e tratamento específico. 4º nível: limitação do dano. 5º nível: reabilitação. • Níveis de aplicação (execução das tarefas): 1º nível: ação governamental ampla. 2º nível: ação governamental restrita. 3º nível: paciente/profissional (3º grau). 4º nível: paciente/profissional (auxiliar). 5º nível: ação individual. • Níveis de aplicação (métodos): • Diagrama ilustrativo das relações entre níveis de prevenção e aplicação: REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE As redes de atenção à saúde são organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde, e com responsabilidades sanitárias e econômicas por esta população. Garantir a integralidade do cuidado. NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE Capacidade que uma unidade de saúde tem para prestar assistência. • Primária ou básica: generalista; baixa complexidade tecnológica; foco na promoção e prevenção. • Secundária: maior nível tecnológico; mais especialistas; médio nível de complexidade. • Terciária: alto nível tecnológico e alta complexidade; muito especializado. 6 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia ESTRUTURA OPERACIONAL DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE TECNOLOGIAS EM SAÚDE As tecnologias em saúde referem-se a intervenções usadas para a promoção, prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças; ou para promover reabilitação ou cuidados de longo prazo. Isso inclui medicamentos, equipamentos médicos, procedimentos e protocolos médicos. TIPOS DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE No encontro entre profissional e cliente, quantas valises precisam ser abertas para solucionar este encontro? E que valises são essas? • Valise vinculada à mão: tecnologia dura. ”Permite processar as informações, com os seus equipamentos, imagens, dados físicos, exames laboratoriais, entre outros. Porém, para serem realizados, além do trabalho morto da máquina, estes produtos consomem o trabalho vivo de seu "operador" com seus saberes tecnológicos. Mas, de tal modo que há uma captura predominante do momento vivo pela lógica produtiva instituída no equipamento.” Ex.: equipamentos e máquinas. • Valise vinculada à cabeça: tecnologia leve- dura. “Permite processar o recorte centrado no olhar do médico sobre o usuário, enquanto objeto de sua intervenção, em um processo de captura do mundo daquele e de suas necessidades sob uma forma particular de significá-lo. Este olhar é construído a partir de certos saberes bem definidos, expressando se como trabalho morto, daí seu lado duro. Mas, nos momentos de sua concretitude, no agir do médico sobre o usuário, mediante seu trabalho vivo em ato, é "contaminado" no seu processar produtivo, dando lhe uma certa incerteza no produto a ser realizado e desviando o de sua dureza pela relação centralmente leve que o usuário real impõe para o raciocínio clínico.” Ex.: saberes estruturados, normas, protocolos clínicos, conhecimentos, área de apoio clínico (epidemiologia). • Valise vinculada ao espaço inter-relacional: tecnologia leve. “Mesmo que armado, o olhar do médico vai se singularizar no ato. Porém, por mais que sofra esta "contaminação", dando lhe uma certa leveza pelo agir em ato do trabalho vivo do médico que não é plenamente capturado pelo saber tecnológico bem definido, pois esta captura também é disputada pelo usuário, presente em ato neste processo --, os produtos realizados nesta situação produtiva podem ser circunscritos pela imposição do lado mais duro deste processo sobre o mais leve. Mas o contrário também pode ocorrer. Não há só uma forma de se realizar o ato clínico.” Ex.: relações interpessoais, acolhimento, vínculo, empatia, gestão do cuidado e cuidado humano. CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS PELA COMPLEXIDADE 7 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIASQUANTO A NATUREZA a) Medicamentos; b) Equipamentos e suprimentos: marca-passos, pinos de implante, luvas cirúrgicas, kits de diagnóstico, etc; c) Procedimentos médico cirúrgicos; d) Sistema de suporte: bancos de sangue, prontuário eletrônico, etc; e) Sistema gerenciais e organizacionais: sistemas de informação, sistema de garantia de qualidade; etc. CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS QUANTO AO PROPÓSITO • Prevenção: visa proteger os indivíduos contra uma doença ou limitar as consequências de uma sequela (vacina). • Triagem: visa detectar a doença, anormalidade, ou fatores de risco em pessoas assintomáticas (mamografia, papanicolau). • Diagnóstico: visa identificar a causa e natureza ou extensão de uma doença com sinais clínicos ou sintomas (rx, ecocardiograma). • Tratamento: visa melhoras ou manter o estado de saúde, evitar uma deterioração maior ou atuar como paliativo (pulpotomia). • Reabilitação: visa restaurar, manter ou melhorar função de uma pessoa com incapacidade física ou mental (prótese dentária total). CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS QUANTO AO ESTÁGIO DE DIFUSÃO • Futura: em estágio de concepção ou nos estágios iniciais do desenvolvimento. • Experimental: quando está submetida aos testes de laboratório usando animais ou outros modelos. • Investigacional: quando está submetida a avaliações clínicas iniciais (humanos). • Estabelecidas: considerada pelos provedores como um enfoque padrão para uma condição particular e difundida para uso geral. • Obsoleta: sobrepujada por outras tecnologias ou foi demonstrado que elas são ineficientes ou prejudiciais. CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE • Inovação: ideal inicial, pesquisa básica, pesquisa aplicada, desenvolvimento, testes clínicos. • Difusão: divulgação pelo meio médico. • Incorporação: reconhecimento da eficácia da nova tecnologia. • Utilização: utilização plena da nova tecnologia. • Abandono: com surgimento de novas tecnologias ocorre o abandono de outras. DIMENSÕES DA TECNOLOGIA EM SAÚDE • Eficácia: a tecnologia funciona? • Efetividade: a tecnologia funciona no meu serviço? (eficácia, acurácia do diagnóstico, adesão do clínico, adesão do paciente, cobertura, estrutura). • Eficiência: relação entre custo (recursos e tempo) e consequências (eficácia ou efetividade/utilidade). AVALIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE • Tem como objetivos: a) Promover estudos de avaliação para subsidiar a tomada de decisão no SUS; b) Subsidiar as decisões de incorporação de tecnologias em saúde, com base em critérios de segurança, eficácia, efetividade, impacto econômico e social, ética e equidade; c) Monitorar a utilização de tecnologias já incorporadas no SUS e as emergentes; d) Capacitar gestores e profissionais de saúde; e) Disseminar resultados de ATS para gestores. 8 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia TERRITORIALIZAÇÃO É o reconhecimento e o esquadrinhamento do território segundo a lógica das relações entre condições de vida, ambiente e acesso às ações e serviços de saúde. Estratégia dos indivíduos ou grupo social para influenciar ou controlar pessoas, recursos, fenômenos e relações, delimitando e efetivando o controle sobre uma área. Resulta das relações políticas, econômicas e culturais, estando intimamente ligado com o contexto. DIAGNÓSTICO LOCAL • Perfil demográfico: a) Gênero; b) Migração; c) Tipos de família; d) Domicílios. *População participa. • Perfil epidemiológico: a) Morbidade (incidência, prevalência, fatores de risco, internações e incapacidade); b) Mortalidade (faixas etárias acometidas, causas, letalidade). *Profissionais participam. • Perfil ambiental: a) Saneamento básico; b) Micro áreas de risco (água contaminada, esgoto a céu aberto, foco de vetores, lixão, poluição do ar, radioatividade, agrotóxico, radiação eletromagnética); c) Demandas/necessidades sentidas pela população; d) Dados coletados através do cadastramento familiar; e) Discutido com a comunidade e suas lideranças. DIAGNÓSTICO LOCAL: RECONHECIMENTO E DEFINIÇÃO a) Aspectos físicos e geográficos; b) Quais e como são os limites geográficos (barreiras geográficas, ligação com outros bairros ou regiões do mesmo bairro e como é o acesso); c) Característica geral da área (tipo de bairro e aspecto); d) Coleta de lixo (como é, destino e necessidades); e) Arborização, pavimentação (presença, tipo e preservação) e transporte público (funcionamento e disponibilidade); f) Rede telefônica e elétrica (presença e preservação); g) Esgoto tratado e suprimento público de água (presença, destino e falta); h) Elementos poluidores (presença e tipo). DIAGNÓSTICO SOCIAL • Perfil socioeconômico: a) Moradia; b) Hábitos; c) Costumes; d) Estilo de vida; e) Atividades econômicas; f) Renda; g) Escolaridade; h) Crenças religiosas; i) Meios de comunicação; j) Transporte; k) Lazer; l) Participação social. • Primeiro passo a ser realizado pela ESF: montar um mapa dinâmico do território da área de adscrição, reconhecendo todos os espaços sociais do território. 9 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia DIAGNÓSTICO SOCIAL: RECONHECIMENTO E DEFINIÇÃO a) Hortas, feiras livres, comércio, serviços, táxi (pontos e tipos) e serviço de correio; b) Religião (quais, atuação e mais frequentadas); c) Animais errantes (quais e perigo que oferecem); d) Acesso (ao centro, a hospitais e a centros de saúde); e) Equipamentos sociais; f) Tipos de construção (predominância); g) Terrenos baldios, praças públicas e área de lazer (presença, preservação, lixo acumulado, quem frequenta); h) Vias para pedestres (segurança e preservação); i) Pontos de tráfico de drogas, prostituição, desmanche de carros, imóveis desocupados/abandonados/para alugar ou vender; j) Creches e escolas (presença, quantidade, tipo e atendimento); k) Aspectos populacionais e de organização social; l) Associação de moradores e comissão local de saúde (atuação e reuniões), outras associações e ONGs; m) Grupos comunitários; n) Características das pessoas da micro área (quantidade, idade, sexo, faixa etária, escolaridade, evasão escolar, trabalho infantil [tipo], ocupação dominante, desempregos, egressos do sistema penitenciário); o) Tipo de estrutura familiar (nuclear [casal sozinho ou casal + filhos]; monoparental [só a mãe ou só o pai + filhos]; ampliada [agregados, parentes ou não]; unipessoal [pessoa sozinha]; outros); p) Característica das residências (quantidade de pessoas por residência, número de pessoas por cômodo, outros cômodos sendo "transformados" em quartos, presença de um quarto, uma cozinha e um banheiro); q) Segurança das ruas e presença/ausência das pessoas; r) Acidentes de trânsito (local e frequência); s) Utilização dos recursos do território, dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e de serviços privados de saúde; t) Solidariedade entre famílias; u) Relação entre as pessoas; v) Padrão de renda familiar; w) Renda per capita dos moradores (miseráveis: 0,5 salário mínimo per capita; indigentes: 0,5 a 1 salário mínimo per capita; pobres: 1 a 2 salário[s] mínimo[s] per capita; acima da linha da pobreza: 2 ou mais salários mínimos per capita). POR QUE FAZER O DIAGNÓSTICO LOCAL? a) Propor ações para solucionar os problemas identificados; b) Definir prioridades e recursos a serem empregados, ou seja, fazer o planejamento ascendente. MAPA INTELIGENTE (FASES DE ELABORAÇÃO) • Objetivos: a) Estabelecer as áreas de responsabilidade das equipes de saúde, para que possam desenvolver o planejamento local; b) Diagnóstico e identificação e priorização dos problemas de saúde; c) Programação dasações, operacionalização e monitoramento das metas e avaliação dos 10 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia resultados. A. Fase preparatória: a) Identificar a existência de plano diretor municipal, projetos, estudos e mapas urbanos que contenham a identificação do território e a malha viária; b) Realizar o levantamento de dados de fontes do próprio município, plano municipal de saúde, dos IBGE, sala de situação, sistemas de informações do Ministério da Saúde sobre os aspectos geográficos, populacionais, econômicos, sociais, culturais e epidemiológicos; c) Adquirir o mapa base do município ou das áreas já definidas; d) Analisar os dados levantados. B. Fase de delimitação do território: a) Critérios para delimitação do território: geográfico (barreiras, limites, áreas rurais). b) Risco ambiental; c) Densidade populacional; d) Aspectos políticos, econômicos (modo de produção, renda), sociais, culturais; e) Malha viária e meios de transporte; f) Equipamentos sociais; g) Pontos de atenção à saúde: Unidade de APS, centos de especialidades, consultórios, ambulatórios privados, hospitais, laboratórios, cento de atenção psicossocial (CAPS), residências terapêuticas, prontos atendimentos, dentre outros; h) Delimitar os limites do território da Unidade de APS, considerando inicialmente as barreiras geográficas, acesso da população à unidade e dos profissionais aos domicílios, densidade populacional e número de equipes. C. Fase de apropriação do território: a) Sinalizar no mapa base os aspectos definidos na fase de delimitação do território; b) Analisar o mapa base com todas estas informações; c) Delimitar o território da unidade ou fazer a sua revisão, caso já exista. • Etapa 1: perfil territorial e ambiental. • Etapa 2: perfil demográfico. • Etapa 3: perfil socioeconômico. • Etapa 4: perfil institucional. 11 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia Referências: 1. MAIA, Katlin; Política Nacional de Atenção Básica. 2020. 29 slides. 2. MAIA, Katlin; História da Saúde Pública no Brasil. 2020. 50 slides. 3. MAIA, Katlin; Níveis de Atenção à Saúde. 2020. 34 slides. 4. MAIA, Katlin; SUS e ESF. 2020. 23 slides. 5. MAIA, Katlin; Tecnologias do Cuidado em Saúde. 2020. 20 slides. 6. MAIA, Katlin; Territorialização. 2020. 21 slides.
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