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Referência- MAHAN L K e ESCOTT-STUMP S. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª Edição, Ed. Elsevier, 2018. Carboidratos e Fibras A maioria dos carboidratos alimentares são consumidos na forma de amidos, dissacarídeos e monossacarídeos. Os seres humanos têm habilidade significativa para digerir amidos, mas não para digerir a maioria das fibras; Na boca, a enzima salivar amilase opera em um pH neutro ou levemente alcalino e começa a ação digestiva hidrolisando uma pequena quantidade de moléculas de amido em fragmentos menores. A maior parte da digestão de carboidratos ocorre no intestino delgado proximal. Enzimas da borda em escova dos enterócitos quebram ainda mais os dissacarídeos e oligossacarídeos em monossacarídeos. Os monossacarídeos resultantes (i.e., glicose, galactose e frutose) passam pelos enterócitos e para dentro do fluxo do sanguíneo pelos capilares da vilosidade, onde são transportados pela veia porta até o fígado. Em concentrações baixas, a glicose e a galactose são absorvidas pelo transporte ativo. A frutose é absorvida a partir do lúmen intestinal através da membrana borda em escova, utilizando um facilitador de transporte GLUT5. Algumas formas de carboidratos (i.e., celulose, hemicelulose, pectina, goma e outras formas de fibras) não podem ser digeridas por seres humanos porque nem a amilase pancreática nem a salivar têm a habilidade de quebrar as ligações que conectam os açúcares componentes. Esses carboidratos passam para o cólon relativamente sem alterações, e lá são parcialmente fermentados pelas bactérias do cólon. Outros amidos e açúcares resistentes também são menos bem digeridos ou absorvidos pelos seres humanos; portanto, seu consumo pode resultar em quantidades significativas de amido e açúcar no cólon. Esses amidos resistentes e alguns tipos de fibras alimentares são fermentadas para formar AGCCs e gases. Proteínas Proteínas adicionais são acrescentadas por todo o SGI a partir de secreções gastrointestinais e células epiteliais desprendidas. Em geral, as proteínas animais são digeridas mais eficientemente que as proteínas vegetais, mas a fisiologia humana permite a digestão e absorção muito efetivas de grandes quantidades de fontes de proteínas ingeridas. A digestão das proteínas começa no estômago, onde algumas proteínas são quebradas em proteoses, peptonas e polipeptídeos grandes. A maior parte da digestão das proteínas acontece na parte superior do intestino delgado, mas ela continua por todo o SGI. O contato entre o quimo e a mucosa do intestino permite a ação da enteroquinase ligada à borda em escova, uma enzima que transforma o tripsinogênio pancreático em tripsina ativa, a maior enzima pancreática que digere proteínas. A tripsina, quimotripsina e carboxipeptidase pancreáticas decompõem a proteína intacta e continuam a decomposição iniciada no estômago, até que pequenos polipeptídeos e aminoácidos sejam formados. A fase final da digestão das proteínas acontece na borda em escova, onde alguns dos dipeptídeos e tripeptídeos são hidrolisados em seus aminoácidos componentes por hidrolases peptídeas. Os produtos finais da digestão das proteínas são absorvidos, tanto como aminoácidos quanto em pequenos peptídeos. Os peptídeos e aminoácidos absorvidos são transportados para o fígado pela veia porta para serem metabolizados pelo fígado e são liberados para a circulação geral. Quase toda a proteína é absorvida antes de alcançar o final do jejuno, e somente 1% das proteínas ingeridas é encontrado nas fezes. Pequenas quantidades de aminoácidos podem permanecer nas células epiteliais e são utilizadas para a síntese de novas proteínas, incluindo enzimas intestinais e novas células. Lipídios Aproximadamente 97% dos lipídeos alimentares estão sob a forma de triglicerídeos, e o restante é encontrado como fosfolipídeos e colesterol; Somente pequenas quantidades de gordura são digeridas na boca, pela lipase lingual, e dentro do estômago, pela ação da lipase gástrica; Entretanto, a maior parte da digestão gástrica acontece no intestino delgado, como resultado da ação emulsificadora dos sais biliares e da hidrólise feita pela lipase pancreática; A combinação da ação peristáltica do intestino delgado com a ação tensoativa e emulsificadora da bile reduz os glóbulos de gordura a pequenas gotículas, fazendo- as mais acessíveis para a digestão pela enzima digestiva de lipídeos mais potente, a lipase pancreática. A emulsificação dos lipídeos no intestino delgado é seguida por sua digestão, principalmente pela lipase pancreática, que forma ácidos graxos e monoglicerídeos. Os ácidos graxos provenientes da digestão formam com a bile micelas, que são levadas até a membrana intestinal para absorção. **Micelas- (pequenos agregados de ácidos graxos, monoglicerídeos, colesterol, sais biliares e outros lipídeos). Na liberação dos componentes lipídicos, os sais biliares luminais são reabsorvidos ativamente no íleo terminal e devolvidos para o fígado para reentrar no intestino em secreções biliares. Esse processo de reciclagem eficiente é conhecido como circulação êntero-hepática. O(s) mecanismo(s) celular(es) pelo(s) qual(is) os ácidos graxos atravessam a membrana borda em escova inclui(em) tanto difusão passiva (uma forma de transporte que não exige energia) como processos de transporte ativos. Em condições normais, 95% a 97% dos lipídeos ingeridos são absorvidos nos vasos linfáticos. Aumento da motilidade, mudanças na mucosa intestinal, insuficiência pancreática ou ausência de bile podem diminuir a absorção de lipídeos.
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