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Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - Atividade de fiscalização das leis e atos do poder público quanto a sua validade e conformidade em face de uma Constituição rígida. PRESSUPOSTOS: 1- CONSTITUIÇÃO FORMAL E ESCRITA: Nas constituições costumeiras ou históricas (não escritas) não há controle de constitucionalidade, pois vige o princípio da SUPREMACIA DO PARLAMENTO (o parlamento é a expressão da vontade majoritária do povo, portanto, não se aceita a fiscalização dos atos dele decorrentes); 2- RIGIDEZ E SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: Rigidez a) alteração normas constitucionais processo especial dificultoso agravado; b) Supremacia decorre da rigidez; OBS: Constituição flexível: é possível haver inconstitucionalidade formal (apenas), caso não respeitado procedimento para a elaboração das leis; 3 PREVISÃO DE UM ÓRGÃO COMPETENTE PARA REALIZAR O CONTROLE: o órgão pode ter função jurisdicional ou política; no caso de ter função jurisdicional, pode fazer parte ou não do Poder Judiciário. SISTEMAS DE CONTROLE: AMERICANO: cria a ideia da supremacia da Constituição; doutrina do judicial review of legislation (leading case: Marbury vs Madison 1803); Características: a) Qualquer juiz ou tribunal (controle difuso) pode deixar de aplicar (NÃO DECLARA EM TESE A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI OU ATO NORMATIVO) uma lei que esteja em desconformidade com a Constituição; Direito Constitucional Dr. Diogo Queiroz Advogado da União Procurador do Banco Central Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ b) O controle é feito de forma incidental no âmbito de um processo em que se defendem interesses subjetivos e a inconstitucionalidade é suscitada como questão prejudicial; c) Decisão do juiz ou tribunal possui natureza declaratória; declara uma nulidade preexistente afetando o plano de validade da lei ou ato normativo (TEORIA DA NULIDADE); efeitos ex tunc (retroativos); apenas inter partes (salvo a decisão da Suprema Corte). d) As decisões da Suprema Corte americana têm caráter vinculante em razão do princípio da stare decisis; AUSTRÍACO: Características: a) Atribuição da jurisdição constitucional a um único órgão; b) Análise abstrata da lei, fora de um caso concreto; ação específica para se questionar a constitucionalidade; c) Decisão do tribunal constitucional possui natureza constitutiva; reconhece que a lei ou ato normativo é anulável afetando o plano da eficácia (TEORIA DA ANULABILIDADE); efeitos ex nunc (prospectivos), vinculante e erga omnes; MODELOS DE CONTROLE: as formas em que é manifestado e exercido o controle de constitucionalidade Critérios: 1) Quanto ao parâmetro: a) Constituição formal incluindo princípios e regras implícitos b) Apenas alguns dispositivos da Constituição c) Constituição formal + princípios superiores definidos como direito supralegal=BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE – possibilidade de existirem normas constitucionais inconstitucionais; teoria adotada na Alemanha. 2) Quanto ao objeto: a) Atos normativos; b) Atos concretos; c) Omissões 3) Quanto ao momento de realização do controle: a) Preventivo ou prévio (a priori) b) Repressivo ou sucessivo (a posteriori) 4) Quanto à natureza do órgão: Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ a) Político: órgão de natureza essencialmente política, estranho à estrutura do Poder Judiciário ou, apesar de fazer parte deste, não possui natureza jurisdicional; b) Judicial: órgão integrante do Poder Judiciário, ou exterior a este, mas cuja atuação tem natureza jurisdicional. - Controle prévio político: - Legislativo: Comissões de Constituição e Justiça (CCJ’s); - Executivo: veto jurídico do chefe do Poder Executivo (art. 66; § 1º, CF/88) “Art. 66. [...] § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.” - Controle prévio judicial: excepcionalmente por meio de impetração de mandado de segurança por parlamentar que possui direito líquido e certo de que um projeto de Lei ou uma PEC respeite o devido processo legislativo. “Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DE PROJETO DE LEI. INVIABILIDADE. 1. Não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de formação). O que a jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo” (MS 24.667, Pleno, Min. Carlos Velloso, DJ de 23.04.04). Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade está diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a impetração de segurança é admissível, segundo a jurisprudência do STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente concretizado no próprio curso do processo de formação da norma, antes mesmo e independentemente de sua final aprovação ou não. 2. Sendo inadmissível o controle preventivo da constitucionalidade material das normas em curso de formação, não cabe atribuir a parlamentar, a quem a Constituição nega habilitação para provocar o controle abstrato repressivo, a prerrogativa, sob todos os aspectos mais abrangente e mais eficiente, de provocar esse mesmo controle Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ antecipadamente, por via de mandado de segurança. [...]”(MS 32033, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-033 DIVULG 17-02- 2014 PUBLIC 18-02-2014). OBS: No caso da PEC, a análise pode ser até um pouco mais ampla, no sentido de que a matéria, o conteúdo da PEC será investigado, a fim de observar se respeita o art. 60, § 4º, da CF/88. Perda superveniente do mandato parlamentar: extinção do mandado de segurança EMENTA: CONTROLE JURISDICIONAL DO PROCESSO LEGISLATIVO. UTILIZAÇÃO, PARA TANTO, DO MANDADO DE SEGURANÇA. POSSIBILIDADE. RECONHECIMENTO, PARA ESSE EFEITO, DE LEGITIMAÇÃO PARA AGIR ATRIBUÍDA, COM EXCLUSIVIDADE, A MEMBRO DO CONGRESSO NACIONAL. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PERDA SUPERVENIENTE, PELO IMPETRANTE, DE SUA CONDIÇÃO POLÍTICO-JURÍDICA DE PARLAMENTAR. IMPOSSIBILIDADE DE PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO MANDAMENTAL. LEGITIMAÇÃO ATIVA “AD CAUSAM” QUE DEVE ESTAR PRESENTE, JUNTAMENTE COM AS DEMAIS CONDIÇÕES DA AÇÃO, NO MOMENTO DA RESOLUÇÃO DO LITÍGIO (CPC, ART. 462). RELAÇÃO DE CONTEMPORANEIDADE NÃO MAIS EXISTENTE. (...) PROCESSO JULGADO EXTINTO. (MS 27971, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 01/07/2011, publicado em DJe- 146 DIVULG 29/07/2011 PUBLIC 01/08/2011 REPUBLICAÇÃO: DJe-152 DIVULG 08/08/2011 PUBLIC 09/08/2011) - Controle posterior político: - Legislativo: arts. 49, inciso V e 62, § 5º, da CF/88. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobreo mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - Executivo: - Antes da CF/88: o chefe do Poder Executivo poderia baixar norma para que a Administração Pública não cumprisse lei considerada inconstitucional; - Depois da CF/88: duas correntes: 1- mesmo entendimento; 2- não pode deixar de cumprir, pois somente cabe ao Judiciário decidir pela inconstitucionalidade e a legitimidade para ajuizar ação direta foi ampliada. - Controle posterior do TCU: Súmula 347/STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.” - Controle posterior judicial: órgão do Poder Judiciário ou exterior a ele, mas com atuação de natureza jurisdicional. 5) Quanto ao número de órgãos com competência: a) Difuso; b) Concentrado; c) Misto 6) Quanto ao modo de manifestação: a) Incidental x principal b) Concreto x abstrato 7) Quanto à finalidade: a) Subjetivo; b) Objetivo. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE - positiva (por ação) x negativa (por omissão) - formal (nomodinâmica) x material (nomoestática) A formal (nomodinâmica) subdivide-se em: - orgânica: competência legislativa - propriamente dita: não se observa o devido processo legislativo seja na iniciativa do projeto de lei (vício formal subjetivo) ou nas demais fases (vício objetivo) - pressupostos objetivos do ato normativo: elementos que a Constituição exige para edição do ato Exs: medida provisória (relevância e urgência); criação de municípios (art. 18, § 4º, CF/88). OBS: A sanção do projeto de lei feita pelo chefe do poder executivo, não supre o vício de inconstitucionalidade. - parcial x total Princípio da parcelaridade: apenas artigo, parágrafo, inciso, alínea ou até mesmo uma expressão (não incide a vedação do art. 66, §2º, CF/88): Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. § 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. OBS: Em regra a inconstitucionalidade formal atinge todo o ato; exceção: lei ordinária em que um artigo trata de matéria reservada à lei complementar; - superveniente x originária Inconstitucionalidade formal superveniente: não aceita no STF Inconstitucionalidade material superveniente: não aceita no STF; caso de recepção. EVOLUÇÃO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL - Constituição de 1824: - não havia controle de constitucionalidade; - supremacia do parlamento e rígida separação de poderes - existência do Poder Moderador - Constituição de 1891: - controle difuso somente; - doutrina do judicial review of legislation; - Ficou mais claro com a reforma constitucional em 1926 que passou a prever expressamente competência do STF para julgar recursos em que se questionava “sobre a vigência ou a validade das leis federais em face da Constituição”; - problema de existirem decisões conflitantes, pois a decisão do STF não possuía efeito vinculante. - Constituição de 1934: - controle difuso; - competência do Senado para suspender em caráter geral a lei ou ato declarados inconstitucionais; - maioria absoluta nos tribunais para reconhecer a inconstitucionalidade - representação interventiva na hipótese de ofensa pelos estados membros dos princípios constitucionais sensíveis: primeiro indicativo do controle concentrado de constitucionalidade. Constituição de 1937: - controle difuso; Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - maioria absoluta nos tribunais; - retrocesso: possibilitava ao Poder Executivo tornar sem efeito a decisão de inconstitucionalidade proferida quando a lei declarada inconstitucional, por iniciativa do Presidente da República, fosse confirmada pelo voto de 2/3 de cada uma das Casas Legislativas; - não tratou da representação interventiva e nem da suspensão pelo Senado. Constituição de 1946: - controle difuso; - restaura representação interventiva e a suspensão pelo Senado; EC 16/65: - controle concentrado ou abstrato de constitucionalidade dos atos normativos federais e estaduais com a criação da representação genérica de inconstitucionalidade; - legitimidade conferida apenas ao Procurador Geral da República; - autorizou aos estados o controle de constitucionalidade dos atos normativos municipais em face da constituição estadual. Constituição de 1967 - controle difuso; - competência do Senado para suspender em caráter geral a lei ou ato declarados inconstitucionais; - maioria absoluta nos tribunais para reconhecer a inconstitucionalidade - representação interventiva e representação genérica; - não previu o controle de constitucionalidade estadual 1969 - manteve o modelo da Constituição de 1967; - previu a representação interventiva pelos estados (intervenção estadual). EC 07/77: - representação para fins de interpretação de lei ou ato normativo federal ou estadual; - medida cautelar na representação genérica Constituição de 1988 - combina controle difuso-incidental e concentrado principal; - amplia consideravelmente o rol de legitimados - admite controle de constitucionalidade no âmbito estadual e intervenção estadual. CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE Características gerais: - atos e omissões**** Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - no curso de uma demanda judicial, incidente de inconstitucionalidade incideter tantum - questão prejudicial - via de exceção em seu sentido amplo; qualquer defesa oposta a uma lesão ou ameaça de lesão seja pelo autor ou pelo réu; Legitimidade: todos que integram a relação processual; a) Partes; b) terceiros intervenientes; c) MP; d) juiz ou tribunal de ofício OBS: o STF não reconhece de ofício a inconstitucionalidade no âmbito do Recurso Extraordinário, pois exige o requisito do prequestionamento. Competência: qualquer juiz ou tribunal (maioria absoluta) OBS: a competência do STJ, em grau de recurso especial, é reduzida, pois não pode rever questões constitucionais já decididas pelos tribunais inferiores; Cláusula de reserva de plenário (full bench): art. 97 da CF/88 - natureza jurídica: condição de eficácia da decisão declaratória de inconstitucionalidade; decorre do princípio da presunção de constitucionalidade dos atos normativos; - Súmula Vinculante nº 10 “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.” Não se exige: - STF: 1- entendimento da doutrina de que o STF deve respeitar a cláusula de reserva de plenário; 2- Acórdão de relatoria da Ministra Ellen Gracie afirmando que não, com base no Regimento Interno do STF Art. 9º III RISTF – competência das Turmas de julgarem o recurso extraordinário “O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF.” (RE 361.829-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-3-2010, Segunda Turma, DJE de 19-3-2010.) - Declarar a constitucionalidade;- Indeferimento de medida cautelar “Alegação de contrariedade à Súmula Vinculante 10 do STF. (...) Indeferimento de medida cautelar não afasta a incidência ou declara a Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Decisão proferida em sede cautelar: desnecessidade de aplicação da cláusula de reserva de plenário estabelecida no art. 97 da CR.” (Rcl 10.864-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 24-3-2011, Plenário, DJE de 13-4-2011.) - Art. 481, § único; “Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.” (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) OBS: precisa se for mudar o entendimento - Lei anterior à CF/88; - Turmas recursais dos juizados especiais; “O art. 97 da Constituição, ao subordinar o reconhecimento da inconstitucionalidade de preceito normativo a decisão nesse sentido da ‘maioria absoluta de seus membros ou dos membros dos respectivos órgãos especiais’, está se dirigindo aos tribunais indicados no art. 92 e aos respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93, XI. A referência, portanto, não atinge juizados de pequenas causas (art. 24, X) e juizados especiais (art. 98, I), os quais, pela configuração atribuída pelo legislador, não funcionam, na esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão especial.” (ARE 792.562-AgR, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 18-3- 2014, Segunda Turma, DJE de 2-4-2014.) - Técnica da interpretação conforme Procedimento nos Tribunais: arts. 480 a 482 Art. 480. Argüida a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão à turma ou câmara, a que tocar o conhecimento do processo. Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) Art. 482. Remetida a cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento. § 1o O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade, observados os prazos e condições fixados no Regimento Interno do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) § 2o Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Constituição poderão manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado o direito Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ de apresentar memoriais ou de pedir a juntada de documentos. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) § 3o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) Objetivação do controle difuso: - art. 482, § 1º, 2º e 3º; - Repercussão Geral no Recurso Extraordinário: Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 1º Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 6º O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). - A decisão do plenário ou órgão especial é irrecorrível; Súmula 513, STF. “A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa o julgamento do feito.” Suspensão do ato pelo Senado Federal: art. 52, inciso X, da CF/88 - Competência: STF, PGR ou Senado de ofício; - Apenas no controle incidental; - Qualquer espécie legislativa (lei, decreto, etc); - Ato normativo federal, estadual, municipal, distrital; - Não há prazo; - Ato do Senado Federal é irrevogável; - Senado Federal não pode ir além do que foi decidido pelo STF; E aquém? doutrina minoritária entende que pode - Efeitos: maioria doutrinária: efeitos ex nunc STF: efeitos ex tunc. - Decisão discricionária - Natureza: ato político a fim de se conferir eficácia erga omnes à decisão do STF Controle difuso em sede de ação civil pública: possível, desde que o reconhecimento da inconstitucionalidade seja prejudicial (causa de pedir) ao pedido da ACP, e não o próprio pedido principal. “(...)A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reconhecido que se pode pleitear a inconstitucionalidade de determinado ato normativo na ação civil Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ pública, desde que incidenter tantum. Veda-se, no entanto, o uso da ação civil pública para alcançar a declaração de inconstitucionalidade com efeitos erga omnes. No caso, o pedido de declaração de inconstitucionalidade da lei 754/1994 é meramente incidental, constituindo-se verdadeira causa de pedir. (...) “ (RE 424993, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 12/09/2007, DJe-126 DIVULG 18-10-2007 PUBLIC 19-10-2007 DJ 19-10-2007 PP-00029 EMENT VOL-02294-03 PP-00547) Transcendência dos motivos determinantes - Abstrativização do controle difuso – mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88: o caso da Reclamação 4.335/AC - Histórico do caso: A Lei nº 8.072/90, em sua redação original, determinava que os condenados por crimes hediondos ou equiparados deveriam cumprir a pena em regime integralmente fechado, ou seja, proibia a progressão de regime em crimes hediondos e equiparados. O Plenário do STF julgou essa proibição inconstitucional, em 23/02/2006, no habeas corpus nº 82.959/SP impetrado em favor de um único preso. Em abril de 2006, ou seja, após a decisão do STF declarando inconstitucional o § 1º do art. 2º da Lei n.° 8.072/90 (HC 82959/SP), o juiz da vara de execuções penais de Rio Branco (AC) indeferiu o pedido de progressão de regime em favor de um condenado, sob o argumento de que a Lei de Crimes Hediondos proibia e que a decisão do STF no HC 82959/SP somente teria eficácia erga omnes se o Senado Federal suspendesse a execução do dispositivo da Lei de Crimes Hediondos. O réu, assistido pela Defensoria Pública, ajuizou a Reclamação nº 4.335/AC no STF alegando que o entendimento do juiz da vara de execuções penais de Rio Branco (AC) não respeitou a autoridade da decisão do STF no HC 82959/SP que deveria ser observada ainda que a decisão tenha sido tomada em sede de controle difuso. Em 2009, o STF editou a Súmula Vinculante 26 na qual afirma a possibilidade de progressão de regime em crimes hediondos. Os Ministros Gilmar Mendes e Eros Grau votaram pela procedência da reclamação, sob o argumento de que os motivos determinantes (ratio decidendi) da decisão do STF no HC 82959/SP possuíam efeito vinculante e eficácia erga omnes devendo ser seguidos pelos demais órgãos do poder judiciário. Assim, defendiam que o art. 52, X,da CF/88, que atribui ao Senado o papel de suspender a lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso para que tenha efeitos erga omnes, sofreu mutação constitucional na medida em que deve se interpretar que atualmente o papel do Senado é o de conferir simples efeito de publicidade à decisão do STF que por si só já possui eficácia contra todos. Em março de 2014, o STF concluiu o julgamento da Rcl 4.335/AC julgando-a procedente não porque desrespeitou a decisão do HC 82959/SP, Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ mas porque ofendeu a SV 26. Este foi o entendimento dos Ministros Teori Zavascki, Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Celso de Mello. Por sua vez, entendiam que a reclamação não deveria ser conhecida porque o HC 82959/SP possui eficácia apenas inter partes os Ministros Sepúlveda Pertence, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio. De qualquer forma, o fato é que a maioria dos Ministros não adotou a teoria da transcendência dos motivos determinantes. Portanto, não reconhecem a abstrativização do controle difuso bem como que o art. 52, X, da CF/88 não sofreu mutação constitucional e o Senado continua tendo o poder de conferir eficácia erga omnes às decisões do STF que, em controle difuso, declaram a inconstitucionalidade de lei. Força expansiva das decisões do STF: Ministro Teori Zavascki - Existem decisões do STF, proferidas em controle difuso, que gozam de força expansiva, mesmo sem o art. 52, X, da CF/88. Em outras palavras, possuem eficácia erga omnes mesmo sem a atuação do Senado. No entanto, não possuem eficácia vinculante a ponto de ser possível que qualquer cidadão ajuíze reclamação no STF contra decisão que não observou precedente do Tribunal. - O direito brasileiro tem valorizado cada vez mais os precedentes judiciais dos tribunais superiores, atribuindo a eles força persuasiva e expansiva em relação aos demais processos. Trata-se de um movimento semelhante ao que vem ocorrendo em diversos outros países que adotam o sistema da civil law e que se aproxima do sistema do common law que adota a ideia do stare decisis. Exemplos: - Art 557 O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) - Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) § 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) - Art. 741. Na execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar sobre: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) II - inexigibilidade do título; Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. (Redação pela Lei nº 11.232, de 2005) - Repercussão geral nos recursos extraordinários Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE Características gerais: - Fiscalização abstrata de atos e omissões - A constitucionalidade ou inconstitucionalidade é a questão principal da ação direta (exceção: ADPF incidental) - Causa de pedir aberta: o STF não está vinculado aos fundamentos apresentados por quem ajuizou a ação. - Ação de caráter objetivo Não cabe: - arguição de suspeição (cabe arguição de impedimento); - intervenção de terceiros: art. 7º, caput, Lei 9.868/99 - assistência entre os legitimados? Parte da doutrina entende que sim; - Amicus curiae: art. 7º, § 2º, Lei 9.868/99: § 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. - natureza jurídica: modalidade sui generis de intervenção de terceiros; - requisitos: relevância da matéria e representatividade dos postulantes; - não se aceita pessoa física que nesta condição tenha interesse subjetivo na causa; - parlamentar pode ser admitido como amicus curiae não na condição de pessoa física, mas no caráter coletivo do mandato de parlamentar; - cabe em ADI, ADC, ADO, ADPF, ADI Interventiva, e em processo subjetivo no qual a discussão extrapola os interesses das partes por sua relevância e abrangência; - STF – jurisprudência atual: cabe recurso apenas contra a decisão que indefere o pedido de ingressar como amicus curiae; OBS: entendimento está para ser mudado no julgamento da ADI 3.396; em qualquer outra hipótese não cabe recurso; - Pode apresentar memoriais e fazer sustentação oral (art. 131, § 3º, RISTF); - ação rescisória; - desistência da ação - Em todas as espécies de ações direta, são cabíveis como recurso apenas os embargos de declaração. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) -Origem: representação genérica EC 16/65 - Ação Direta – art. 102, inciso I, alínea “a” da CF/88 Legitimidade: art. 103 da CF/88 Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Legitimados universais: Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, PGR, Conselho Federal da OAB e partido político com representação no CN Legitimados não-universais ou especiais: precisam demonstrar pertinência temática (interesse de agir: relação lógica entre a questão do ato normativo e os interesses defendidos pelos legitimados); Governador, Mesa da Assembleia Legislativa, confederação sindical e entidades de classe de âmbito nacional. Jurisprudência sobre a legitimidade CENTRAIS SINDICAIS NÃO SÃO LEGITIMADAS A PROPOR AÇÃO DIRETA “No plano da organização sindical brasileira, somente as confederações sindicais dispõem de legitimidade ativa "ad causam" para o ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX), falecendo às centrais sindicais, em conseqüência, o poder para fazer instaurar, perante o Supremo Tribunal Federal, o concernente processo de fiscalização normativa abstrata. (...).” (ADI 1442, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 03/11/2004, DJ 29-04-2005 PP-00007 EMENT VOL-02189-1 PP-00113 RTJ VOL-00195-03 PP-00752); PARTIDOS POLÍTICOS – APENAS OS DIRETÓRIOS NACIONAIS PODEM AGIR EM NOME DO PARTIDO AINDA QUE SE IMPUGNE NORMA ESTADUAL “Ilegitimidade ativa ad causam de Diretório Regional ou Executiva Regional. Firmou a jurisprudência desta Corte o entendimento de que o partido político, para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, deve estar representado por seu Diretório Nacional, aindaque o ato impugnado tenha sua amplitude normativa limitada ao Estado ou Município do qual se originou.” (ADI 1.528-QO, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-5-2000, Plenário, DJ de 23-8-2002.); Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ PARTIDOS POLÍTICOS – PERDA SUPERVENIENTE DE REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR. EVOLUÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA "A perda superveniente da bancada legislativa no Congresso Nacional descaracteriza a legitimidade ativa do partido político para prosseguir no processo de controle abstrato de constitucionalidade, eis que, para esse efeito, não basta a mera existência jurídica da agremiação partidária, sobre quem incide o ônus de manter, ao longo da causa, representação parlamentar em qualquer das Câmaras que integram o Poder Legislativo da União. (...)" (ADI 2.202-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 27-7- 2003, Plenário, DJ de 29-8-2003.) “EMENTA: Agravo Regimental em Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2. Partido político. 3. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua propositura. 4. Perda superveniente de representação parlamentar. Não desqualificação para permanecer no pólo ativo da relação processual. 5. Objetividade e indisponibilidade da ação. 6. Agravo provido.” (ADI 2618 AgR-AgR, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2004, DJ 31-03-2006 PP-00007 EMENT VOL-02227-01 PP-00139) ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL – NECESSIDADE DE ESTAR PRESENTE EM NO MÍNIMO NOVE ESTADOS. QUESTÃO DA PROVA ORAL DA AGU (2012) EMENTA: LEGITIMIDADE PARA A CAUSA. Ativa. Ação direta de inconstitucionalidade – ADI. Ação proposta pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais – ANAMAGES. Impugnação de norma concernente a toda a magistratura. Legitimação não caracterizada. Entidade classista de âmbito nacional, mas de representação parcial da categoria profissional. Não representatividade em, pelo menos, 9 (nove) estados da federação, nem de todos os membros do Poder Judiciário nacional. Inteligência do art. 103, IX, cc. art. 102, § 2º, da CF. Inicial indeferida. Agravo regimental improvido. Precedentes. Carece de legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade, a entidade de classe que, embora de âmbito estatutário nacional, não tenha representação em, pelo menos, nove estados da federação, nem represente toda a categorial profissional, cujos interesses pretenda tutelar. (ADI 3617 AgR, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2011, DJe-125 DIVULG 30-06- 2011 PUBLIC 01-07-2011 EMENT VOL-02555-01 PP-00014 RDECTRAB v.18, n. 205, 2011, p. 205-210); Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL – “ASSOCIAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES” – LEGITIMIDADE ATIVA. REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA. "Ação direta de inconstitucionalidade: legitimação ativa: ‘entidade de classe de âmbito nacional’: compreensão da ‘associação de associações’ de classe: revisão da jurisprudência do Supremo Tribunal. O conceito de entidade de classe é dado pelo objetivo institucional classista, pouco importando que a eles diretamente se filiem os membros da respectiva categoria social ou agremiações que os congreguem, com a mesma finalidade, em âmbito territorial mais restrito. É entidade de classe de âmbito nacional – como tal legitimada à propositura da ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX) – aquela na qual se congregam associações regionais correspondentes a cada unidade da Federação, a fim de perseguirem, em todo o País, o mesmo objetivo institucional de defesa dos interesses de uma determinada classe. Nesse sentido, altera o Supremo Tribunal sua jurisprudência, de modo a admitir a legitimação das ‘associações de associações de classe’, de âmbito nacional, para a ação direta de inconstitucionalidade." (ADI 3.153-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 12-8-2004, Plenário, DJ de 9-9-2005.) - Capacidade postulatória dos legitimados: somente os partidos políticos, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional precisam contratar advogado para a propositura da ADI, devendo apresentar instrumento de mandato em que se outorgam poderes específicos para atacar a norma impugnada que deve ser indicada. Os demais legitimados possuem capacidade postulatória concedida pela Constituição. Competência: - STF e TJ’s - ADI estadual: 3 situações 1- Norma estadual que repete norma da Constituição Federal - norma de reprodução: o estado está obrigado a observar; competência do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o STF (aqui a decisão do RE possui efeito erga omnes) - norma de imitação: competência do TJ; irrecorrível 2- ADI’s simultâneas no TJ e STF: suspende-se a ADI do TJ até julgamento da ADI no STF; não há continência ou litispendência; 3- ADI no TJ impugnando lei ou ato normativo estadual em face de norma da Constituição estadual repetida da CF: - competência do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o STF (aqui a decisão do RE possui efeito erga omnes); Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - OBS: o TJ só pode realizar o controle tendo como paradigma a Constituição estadual, jamais a CF, sob pena de usurpação de competência do STF. Parâmetro: toda a CF de 1988, inclusive ADCT! - Elementos para se observar no controle de constitucionalidade a) elemento temporal; analisar se a norma impugnada e o parâmetro constitucional invocado ainda têm vigência Lei revogada ou que tenha perdido a vigência após a propositura da ação direta - Regra geral: prejudicialidade; perda superveniente de objeto da ação; - Exceções: o STF, em três situações não reconheceu a prejudicialidade e julgou a ADI 1. ADI 3.232 Questão de ordem – fraude processual: revogação da lei com o objetivo apenas de frustrar o julgamento; 2. ADI 3.306 - fraude processual: revogação da lei com o objetivo apenas de frustrar o julgamento; “Superveniência de Lei Distrital que convalidaria as resoluções atacadas. Sucessivas leis distritais que tentaram revogar os atos normativos impugnados. Posterior edição da Lei Distrital n° 4.342, de 22 de junho de 2009, a qual instituiu novo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos servidores e revogou tacitamente as Resoluções 197/03, 201/03, 202/03 e 204/03, por ter regulado inteiramente a matéria por elas tratadas, e expressamente as Resoluções n°s 202/03 e 204/03. Fatos que não caracterizaram o prejuízo da ação. Quadro fático que sugere a intenção de burlar a jurisdição constitucional da Corte. Configurada a fraude processual com a revogação dos atos normativos impugnados na ação direta, o curso procedimental e o julgamento final da ação não ficam prejudicados. Precedente: ADI n° 3.232/TO, (...)” (ADI 3306, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2011, DJe-108 DIVULG 06-06-2011 PUBLIC 07-06-2011 EMENT VOL-02538-01 PP-00009) 3. ADI 4.426 – singularidades do caso; inclusão da ADI em pauta antes do exaurimento da eficácia da lei temporária impugnada; “(...) 1. Singularidades do caso afastam, excepcionalmente, a aplicação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a prejudicialidade da ação, visto que houve impugnação em tempo adequado e a sua inclusão em pauta antes do exaurimento da eficácia da lei temporária impugnada, existindo a possibilidade de haver efeitos em curso (art. 7º da Lei 14.506/2009). (...) (ADI 4426, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 09/02/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-093 DIVULG 17-05- 2011 PUBLIC 18-05-2011). Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ Alteração do parâmetro constitucional invocado: prevalecia o entendimento de que alterada a norma constitucional que se alegava descumprida, ensejava a prejudicialidade da ação direta. Superação deste entendimentona ADI 2.158 – taxação de inativos – evitar o fenômeno da constitucionalidade superveniente. EMENTA Ação Direta de Inconstitucionalidade. AMB. Lei nº 12.398/98- Paraná. Decreto estadual nº 721/99. Edição da EC nº 41/03. Substancial alteração do parâmetro de controle. Não ocorrência de prejuízo. Superação da jurisprudência da Corte acerca da matéria. Contribuição dos inativos. Inconstitucionalidade sob a EC nº 20/98. Precedentes. 1. Em nosso ordenamento jurídico, não se admite a figura da constitucionalidade superveniente. Mais relevante do que a atualidade do parâmetro de controle é a constatação de que a inconstitucionalidade persiste e é atual, ainda que se refira a dispositivos da Constituição Federal que não se encontram mais em vigor. Caso contrário, ficaria sensivelmente enfraquecida a própria regra que proíbe a convalidação. 2. A jurisdição constitucional brasileira não deve deixar às instâncias ordinárias a solução de problemas que podem, de maneira mais eficiente, eficaz e segura, ser resolvidos em sede de controle concentrado de normas. 3. A Lei estadual nº 12.398/98, que criou a contribuição dos inativos no Estado do Paraná, por ser inconstitucional ao tempo de sua edição, não poderia ser convalidada pela Emenda Constitucional nº 41/03. E, se a norma não foi convalidada, isso significa que a sua inconstitucionalidade persiste e é atual, ainda que se refira a dispositivos da Constituição Federal que não se encontram mais em vigor, alterados que foram pela Emenda Constitucional nº 41/03. Superada a preliminar de prejudicialidade da ação, fixando o entendimento de, analisada a situação concreta, não se assentar o prejuízo das ações em curso, para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos, uma vez revogada as medidas cautelares concedidas já há dez anos. (...) (ADI 2158, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2010, DJe-247 DIVULG 15-12-2010 PUBLIC 16-12-2010 EMENT VOL- 02452-01 PP-00010 RTJ VOL-00219- PP-00143 RT v. 100, n. 906, 2011, p. 410-426 RSJADV abr., 2011, p. 40-49) b) Elemento conceitual: o que serve de parâmetro: duas correntes 1. ampliativa: Constituição formal + valores supralegais + princípios de direito natural = “Bloco de Constitucionalidade” 2. restritiva: Constituição formal, normas e princípios expressos; no Brasil alguns autores falam em “bloco de constitucionalidade em sentido estrito” para abarcar normas que não estejam expressas na Constituição Ex: tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados no rito de EC. Objeto: Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - Lei ou ato normativo federal ou estadual; rol do art. 59 da CF/88 Não abrange: b) atos normativos de natureza privada (convenções, regulamentos de associações, etc); c) Lei já revogada ou revogada no curso da ação; d) Sentenças normativas da Justiça do Trabalho: são atos judiciais e por isso impugnada mediante recursos; e) Regulamento ou ato normativo que exorbitem a função de regulamentar a lei; cuida-se de simples ilegalidade; f) Súmulas: não é ato normativo; g) Súmulas vinculantes: procedimento próprio; h) Respostas do TSE às consultas; i) Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal - Lei de efeitos concretos: evolução da jurisprudência do STF – leis orçamentárias Não admitia Passou a admitir desde que houvesse um certo grau de abstração e generalidade Passou a admitir – ADI 4.048MC leis orçamentárias “(...) CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de constitucionalidade. (ADI 4048 MC, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2008, DJe-157 DIVULG 21-08- 2008 PUBLIC 22-08-2008 EMENT VOL-02329-01 PP-00055 RTJ VOL-00206- 01 PP-00232) OBS: não é objeto de ação direta a lei de efeito concreto cujos efeitos já se exauriram; ADI 2.980 e 2.549 - Emenda Constitucional: analisa se a EC respeitou os limites do poder reformador (art. 60 da CF/88); parametricidade reduzida cuida-se da aplicação parcial da teoria alemã de inconstitucionalidade das normas constitucionais; - Lei delegada: podem ser objeto de ADI tanto a lei delegada quanto a resolução do CN - Medida Provisória: podem ser objeto de ADI tanto a MP quanto a lei de conversão OBS 1: pode questionar a validade da MP quanto à questão material ou formal; OBS 2: os pressupostos autorizadores para edição de MP, relevância e urgência, podem EXCEPCIONALMENTE ser submetidos ao controle judicial – ADC 11; OBS 3: se a MP perder os efeitos a ação direta perde o objeto; Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ OBS 4: se a MP for reedita ou convertida em lei e sendo substancialmente idênticas deve ser feito aditamento à inicial da ADI; sendo distintas exige-se ajuizamento de nova ação - Decretos e resoluções legislativas: podem ser objeto de ADI, desde que veiculem normas gerais e abstratas Ex: resoluções que veiculam o regimento interno das casas legislativas; - Tratados Internacionais Regra geral: status de lei ordinária federal Sobre direitos humanos: natureza supralegal Sobre direitos humanos e aprovados em cada Casa, em dois turnos, por 3/5 em cada: equivalentes às Emendas Constitucionais (art. 5º, § 3º, da CF/88); Nos três casos admite-se o controle de constitucionalidade; a rigor, o que se submete ao controle são os atos de aprovação (decreto legislativo do CN) e promulgação (decreto Presidente da República); - Regulamentos: possível em duas situações: 1- regulamentos de execução de lei que, ao invés de dar exequibilidade a esta, invade matéria de reserva legal; 2- regulamento autônomo OBS: não é possível controle de constitucionalidade em regulamento ou ato normativo que exorbitem a função de regulamentar a lei, cuida-se de simples ilegalidade; - Regimentos dos tribunais: pode desde que viole diretamente a CF - Resoluções do CNJ e CNMP: podem ser objeto aquelas dotadas de generalidade, impessoalidade e abstração; Ex: Res n 7/2005 CNJ – veda o nepotismo - Lei ou ato normativo distrital de natureza estadual - Ato administrativo de caráter normativo genérico: “O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta, para declarar a inconstitucionalidade de decisão proferida por tribunal de justiça local, nos autos de processo administrativo, em que reconhecido o direito à gratificação de 100% aos interessados – servidores daquele tribunal – e estendida essa gratificação aos demais servidores do órgão em situação análoga. Preliminarmente, por maioria, conheceu-se da ação. No ponto, o min. Roberto Barroso salientou que a decisão da Corte de origem teria conteúdo normativo, com generalidade e abstração, porque estendera os efeitos da concessão de gratificação a um número expressivamente maior de pessoas, em comparação às diretamente Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ interessadas no procedimento administrativo. Desse modo, ponderou cabível o controle abstrato de constitucionalidade. (...) Ademais, registrou que a decisão em comento fundar-se-ia diretamente na Constituição, porque invocado o princípio da isonomia.” (ADI 3.202, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 5-2-2014, Plenário, Informativo 734). EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DECISÃO ADMINISTRATIVA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE: AGRAVO REGIMENTAL NO PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 102.138/2003. EXTENSÃO DE CONCESSÃODE GRATIFICAÇÃO DE 100% AOS AGRAVANTES AOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. LEI POTIGUAR N. 4.683/1997 E LEI COMPLEMENTAR POTIGUAR N. 122/1994. 1. A extensão da decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte aos servidores em condições idênticas aos agravantes torna-a ato indeterminado. Ato administrativo normativo genérico. Cabimento da ação direta de inconstitucionalidade. (...) 4. Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da parte final do acórdão proferido no Agravo Regimental no Processo Administrativo nº 102.138/2003. (ADI 3202, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 05/02/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-096 DIVULG 20-05- 2014 PUBLIC 21-05-2014) O papel do Advogado-Geral da União (AGU) - Curador da norma federal e estadual – art. 103, § 3º, da CF/88: “Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.” - STF abranda a necessidade de defesa do ato pelo AGU no caso de jurisprudência pacífica do Tribunal pela inconstitucionalidade – ADI 1.616 "O munus a que se refere o imperativo constitucional (CF, art. 103, § 3º) deve ser entendido com temperamentos. O advogado-geral da União não está obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou entendimento pela sua inconstitucionalidade.” (ADI 1.616, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 24-5-2001, Plenário, DJ de 24-8-2001.) - Questão: AGU defender ato contra União x art. 131 da CF/88 – ADI 3.916 – questão de ordem rejeitada; não constou na ementa; em suma, decidiu-se que o AGU tem o direito de manifestação, não necessariamente em favor da lei, mas na defesa da Constituição e dos interesses da União. Procedimento: Lei 9.868/99 Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - Indeferimento liminar da inicial: art. 4º (inepta, não fundamentada e manifestamente improcedente); cabe agravo: art. 4º, §único - Necessidade do AGU ser ouvido: curador da norma - Medida cautelar: art. 10 a 12 Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias. § 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. § 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. § 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. § 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. § 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. - Regra: eficácia contra todos e efeitos ex nunc; - OBS: Tribunal pode conceder eficácia retroativa - Torna aplicável a legislação anterior caso exista, salvo expressa manifestação em contrário; - Indeferimento da medida cautelar não significa a declaração da constitucionalidade da lei - Rito sumário da ADI: art. 12 Decisão e efeitos: - Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 22 Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - Julgamento: art. 23 caput – 6 ministros e § único: “Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.” - efeitos erga omnes e vinculante em relação ao Poder Judiciário e a Administração Pública federal, estadual e municipal – art. 102, § 2º, da CF/88 - não se aplica ao Poder Legislativo: caso contrário significaria o “inconcebível fenômeno da fossilização da Constituição” (Ministro Cezar Peluso) - Teoria da transcendência dos motivos determinantes: os motivos determinantes (ratio decidendi) da decisão do STF possuem efeito vinculante e eficácia erga omnes? STF não vem aceitando; Rcl 2.475, 2.990, 10.604; apenas o dispositivo do acórdão que possui estes efeitos. - Efeitos ex tunc; natureza declaratória; abrandado pelo art. 27 da Lei 9.868/99;”Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.” - Efeito represtinatório da legislação anterior; a lei declarada inconstitucional sequer possui eficácia revogatória; - Se o legitimado ativo que ajuizou a ADI espera que o STF analise também a constitucionalidade da lei que voltará a ter vigência (lei “revogada”), terá de expressamente fazer o pedido; caso não o faça, e a lei que voltará a viger também for inconstitucional, o STF não conhece a ADI: EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: EFEITO REPRISTINATÓRIO: NORMA ANTERIOR COM O MESMO VÍCIO DE INCONSTITUCIONALIDADE. I. - No caso de ser declarada a inconstitucionalidade da norma objeto da causa, ter-se-ia a repristinação de preceito anterior com o mesmo vício de inconstitucionalidade. Neste caso, e não impugnada a norma anterior, não é de se conhecer da ação direta de inconstitucionalidade. Precedentes do STF. II. - ADIn não conhecida. (ADI 2574, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 02/10/2002, DJ 29-08-2003 PP-00017 EMENT VOL-02121-04 PP-00782) - Assim, o legitimado deve impugnar todo o “complexo normativo”, ou seja, tanto as normas revogadoras quanto as normas revogadas. O limite temporal de impugnação do complexo normativo é até o surgimento da atual Constituição: - Coisa julgada inconstitucional: A decisão que declara a inconstitucionalidade não desconstitui por si só uma decisão transitada em julgado em que foi aplicada a lei inconstitucional; a desconstituição deve ser feita por meio de ação rescisória dentro do prazo previsto na lei processual; assim, caso o prazo já tenha transcorrido, operou-se a coisa soberanamente julgada e não se desconstitui mais essa decisão, ainda que fundamentada em norma inconstitucional Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ “(...)- A sentença de mérito transitada em julgado só pode ser desconstituída mediante ajuizamento de específica ação autônoma deimpugnação (ação rescisória) que haja sido proposta na fluência do prazo decadencial previsto em lei, pois, com o exaurimento de referido lapso temporal, estar-se-á diante da coisa soberanamente julgada, insuscetível de ulterior modificação, ainda que o ato sentencial encontre fundamento em legislação que, em momento posterior, tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, quer em sede de controle abstrato, quer no âmbito de fiscalização incidental de constitucionalidade. - A superveniência de decisão do Supremo Tribunal Federal, declaratória de inconstitucionalidade de diploma normativo utilizado como fundamento do título judicial questionado, ainda que impregnada de eficácia “ex tunc” - como sucede, ordinariamente, com os julgamentos proferidos em sede de fiscalização concentrada (RTJ 87/758 - RTJ 164/506-509 - RTJ 201/765) -, não se revela apta, só por si, a desconstituir a autoridade da coisa julgada, que traduz, em nosso sistema jurídico, limite insuperável à força retroativa resultante dos pronunciamentos que emanam, “in abstracto”, da Suprema Corte. Doutrina. Precedentes (...). - (RE 592912 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 03/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-229 DIVULG 21-11-2012 PUBLIC 22-11-2012) Inconstitucionalidade por arrastamento, atração, reverberação, consequente: determinada norma ou dispositivo é julgado inconstitucional, as normas ou dispositivos que possuem relação com aquele também serão invalidados; não é preciso haver pedido expresso na inicial - Arrastamento no plano vertical: determinada norma de Constituição Estadual é julgada inconstitucional implica o reconhecimento de nulidade das normas inferiores que se fundavam naquele disposto. Inconstitucionalidade progressiva, lei ainda constitucional, declaração de constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade: a norma “ainda” é constitucional em decorrência de uma situação fática atual que tende a desaparecer: Exemplos: a) prazo em dobro para a Defensoria Pública no processo penal “EMENTA: - Direito Constitucional e Processual Penal. Defensores Públicos: prazo em dobro para interposição de recursos (§ 5 do art. 1 da Lei n 1.060, de 05.02.1950, acrescentado pela Lei n 7.871, de 08.11.1989). Constitucionalidade. "Habeas Corpus". Nulidades. Intimação pessoal dos Defensores Públicos e prazo em dobro para interposição de recursos. 1. Não é de ser reconhecida a inconstitucionalidade do § 5 do art. 1 da Lei n 1.060, de 05.02.1950, acrescentado pela Lei n 7.871, de 08.11.1989, no ponto em que confere prazo em dobro, para recurso, às Defensorias Públicas, ao menos até que sua organização, nos Estados, alcance o nível de organização do respectivo Ministério Público, que é a parte adversa, como órgão de acusação, no processo da ação penal pública.(...) (HC Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 70514, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, julgado em 23/03/1994, DJ 27-06-1997 PP-30225 EMENT VOL-01875-03 PP-00450)” b) ação civil “ex delicto” ajuizada pelo MP – art. 68 do CPP “EMENTA: Ministério Público: legitimação para promoção, no juízo cível, do ressarcimento do dano resultante de crime, pobre o titular do direito à reparação: C. Pr. Pen., art. 68, ainda constitucional (cf. RE 135328): processo de inconstitucionalização das leis. (...).2. No contexto da Constituição de 1988, a atribuição anteriormente dada ao Ministério Público pelo art. 68 C. Pr. Penal - constituindo modalidade de assistência judiciária - deve reputar-se transferida para a Defensoria Pública: essa, porém, para esse fim, só se pode considerar existente, onde e quando organizada, de direito e de fato, nos moldes do art. 134 da própria Constituição e da lei complementar por ela ordenada: até que - na União ou em cada Estado considerado -, se implemente essa condição de viabilização da cogitada transferência constitucional de atribuições, o art. 68 C. Pr. Pen. será considerado ainda vigente: é o caso do Estado de São Paulo, como decidiu o plenário no RE 135328. “(RE 147776, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 19/05/1998, DJ 19-06-1998 PP-00009 EMENT VOL-01915-01 PP-00136) Técnicas de decisão: - Inicialmente, o STF não distinguia estas duas técnicas de decisão, mas hoje diferencia INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO DECLARAÇÃO PARCIAL DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM REDUÇÃO DE TEXTO Normas polissêmicas ou plurissignificativas, ou seja, aquelas que permitem diversas interpretações. Entre as interpretações, deve-se adotar aquela que se ajuste à Constituição. Excluem-se determinadas hipóteses de interpretação da norma. Considera-se inconstitucional determinada hipótese de aplicação da lei, sem alterar seu texto. Excluem-se determinadas hipóteses de aplicação da norma Tribunal julga parcialmente procedente para declarar inconstitucionais os sentidos que não são compatíveis com a Constituição. Tribunal julga parcialmente procedente para declarar inconstitucionais os casos em que a norma for aplicada. - Declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade: a situação que ensejou a propositura da ação encontra-se consolidada de tal modo que reconhecer a nulidade da norma agravaria o estado de inconstitucionalidade. Exemplo: criação de municípios sem observância do art. 18, § 4º, CF/88 Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ “(...) 1. O Município foi efetivamente criado e assumiu existência de fato, como ente federativo. 2. Existência de fato do Município, decorrente da decisão política que importou na sua instalação como ente federativo dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de caráter institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e acolhimento da força normativa dos fatos. 3. Esta Corte não pode limitar- se à prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, situação consolidada --- embora ainda não jurídica --- não pode ser desconsiderada. 4. A exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto que o impedimento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, desde a promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de setembro de 1.996, deve-se à ausência de lei complementar federal. 5. Omissão do Congresso Nacional que inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação de Município. A não edição da lei complementar dentro de um prazo razoável consubstancia autêntica violação da ordem constitucional. (...) 10. O princípio da segurança jurídica prospera em benefício da preservação do Município. 11. Princípio da continuidade do Estado. (...) Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem pronúncia de sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo prazo de 24 meses, Lei n. 6.893, de 28 de janeiro de 1.998, do Estado do Mato Grosso. (ADI 3316, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 09/05/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00021 EMENT VOL-02282-03 PP-00538 RCJ v. 21, n. 135, 2007, p. 101-102) AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) Origem: EC 03/93; art. 102, I, “a”, CF/88 Objetivo: Solucionar a dúvida ou incerteza existente a respeito da constitucionalidade da lei ou ato normativo federal surgida em relevante controvérsia judicial; Legitimidade: - antes da EC 45/04 – P.R., Mesas da Câmara e Senado e PGR; - EC 45/04 – os mesmos da ADI com a pertinência temática Competência: STF Parâmetro: toda a CF Objeto: lei ou ato normativo federal Procedimento: Lei 9.868/99 - Indeferimento liminar da inicial: art. 15; cabe agravo: art. 15, §único - AGU não é ouvido; Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - Medida cautelar: art. 21 O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absolutade seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Decisão e efeitos - O mesmo quanto dito sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade, uma vez que a ADI e a ADC são ações dúplices ou ambivalentes, ações com sinais trocados. Assim os efeitos do indeferimento de uma ADC são os mesmos que o deferimento de uma ADI e vice-versa. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO Objetivo: combater a síndrome de inefetividade das normas constitucionais de eficácia limitada Fiscalização abstrata de omissões Inovação da CF/88 Previsão: art. 103, § 2º, CF/88 e Lei 12.063/2009 (alterou a Lei 9.868/99) Legitimidade: art. 103 da CF/88 Legitimados universais: Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, PGR, Conselho Federal da OAB e partido político com representação no CN Legitimados não-universais ou especiais: precisam demonstrar pertinência temática (interesse de agir: relação lógica entre a questão do ato normativo e os interesses defendidos pelos legitimados); Governador, Mesa da Assembleia Legislativa, confederação sindical e entidades de classe de âmbito nacional. Competência: STF – para omissão de medida para tornar efetiva norma da Constituição Federal, pouco importando ser medida de incumbência da União, estados, municípios. TJ – é possível existir a ADI por omissão no âmbito estadual em face de omissão de medida para tornar efetiva norma da Constituição do Estado. Espécies de omissão: - Total/formal/absoluta - Parcial - propriamente dita: a lei existe, mas regula de forma deficiente; Ex: valor do salário mínimo; Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - relativa: a lei existe e outorga determinado benefício a uma categoria e deixa de concedê-lo a outra; Objeto: omissão de medida de cunho normativo. Procedimento: - Indeferimento liminar da inicial: art. 12-C; cabe agravo: art. 12-C, §único - Possibilidade do AGU ser ouvido: art. 12-E, § 2º; - Medida cautelar: art. 12-F e §1º: Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). § 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Decisão e efeitos: - Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 22 - Julgamento: art. 23 caput e § único; 6 ministros - Efeitos: art. 12-H: Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). § 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Fungibilidade ADI e ADI omissão – STF aceita ADI 875, 1.987 e 2.727. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA – Lei 12.562/2011 Origem: representação interventiva, CF/1934 Objetivo: União intervir nos estados e DF a fim de assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis ou recusa do Estado-membro à execução de lei federal; art 36, III e art. 34, VII, CF/88; Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 2o A representação será proposta pelo Procurador-Geral da República, em caso de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da Constituição Federal, ou de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução de lei federal. Estados intervirem nos municípios: Lei 5.778/72 Legitimidade: PGR e PGJ Competência: STF e TJ’s Objeto: ato normativo, administrativo, concreto ou omissão que viole princípios constitucionais sensíveis ou a lei federal que se está recusando a executá-la; Procedimento - Indeferimento liminar da inicial: art. 4º; cabe agravo: art. 4º, §único; - Medida liminar: novidade da Lei 12.562/2011; maioria absoluta; art. 5º Conteúdo da liminar: § 2o A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva. - AGU e PGR ouvidos: art. 6º, § 1º. - Conciliação? Art. 6º, § 2o Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá causa ao pedido, utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do regimento interno. Decisão e efeitos: - Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 9º - Julgamento: art. 10 caput e § único; 6 ministros - Decisão irrecorrível e insuscetível de ação rescisória; - Presidente do STF “requisita” intervenção ao Presidente da República que deve cumprir, sob pena de crime de desobediência; Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final for pela procedência do pedido formulado na representação interventiva, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1o e 3o do art. 36 da Constituição Federal. - Decreto do P.R. art. 36, §§ 1º e 3º § 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. § 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) Criação da CF/88 – art. 102, § 1º Regulamentada pela Lei 9.882/99. Caráter subsidiário: “art. 4º § 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” Parâmetro: - Preceitos fundamentais: normas constitucionais (norma-regra e norma-princípio) que representam os valores supremos de uma sociedade, o núcleo da constituição, o que ela tem de mais relevante, o seu espírito. 1- Princípios Fundamentais – Título I da CF/88, arts. 1º ao 4º; 2- Direitos e garantias fundamentais; 3- Princípios constitucionais sensíveis – art. 34, incisso VII, CF/88 4- Cláusula Pétreas – art. 60, § 4º. Objeto: - Descumprimento: a) Conceito amplíssimo: atos e omissões públicos ou privados, normativos, concretos; b) Conceito amplo: atos e omissões do poder público, normativos ou não, concretos, decisões judiciais;c) Conceito reduzido: atos legislativos - A Lei nº 9.882/99 adotou o conceito amplo para considerar o que pode ser objeto de ADPF. 1- Atos normativos: todos os atos normativos expedidos pelo poder público abrangendo tanto os atos normativos legais (rol do art. 59 da CF/88) quanto os atos normativos infralegais (decretos, regulamentos de execução, portarias, instruções, resoluções, despachos, pareceres normativos), desde Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ que lesivos a preceito constitucional fundamental; inovação no controle abstrato de constitucionalidade; 2- Ato não normativos: atos concretos, atos administrativos, decisões judiciais, 3- Atos dos municípios: leis municipais, atos concretos, atos administrativos; 4- Atos anteriores à CF/88 02 ritos: a) Principal ou autônoma: processo de natureza objetiva; independe da existência de controvérsia constitucional relevante em outros juízos; controle concentrado principal; b) Incidental: processo de natureza subjetivo-objetiva; arguição diretamente no STF para solucionar controvérsia constitucional relevante que esteja em discussão em qualquer juízo ou tribunal sobre aplicação de lei ou ato do poder público questionado em face de preceito fundamental; controle “misto” de constitucionalidade – 1) abstrato por importar em declaração de inconstitucionalidade com efeito vinculante e erga omnes 2) concreto pois surgiu a partir de uma controvérsia constitucional relevante discutida no âmbito dos tribunais e juízes; OBS: De fato, o principal objetivo da arguição incidental é possibilitar uma decisão antecipada do STF sobre questões constitucionais relevantes discutidas em diversos processos pelo país que só chegariam a seu conhecimento muito tempo depois por meio de recurso extraordinário. Legitimidade: - Os mesmos da ação direta; art. 2º, inciso I, Lei 9.882/99; pertinência temática para os legitimados não universais. - Inciso II, do art. 2º - VETADO: “Art. 2o Podem propor argüição de descumprimento de preceito fundamental: II - qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do Poder Público.” Competência - STF - ADPF estadual? Pode. Ex: Questão 2ª fase da OAB – VIII Exame de Ordem Unificado; Constituições de Alagoas e Rio Grande do Norte. Procedimento: - Indeferimento liminar da inicial: art. 4º; cabe agravo: 4º, § 2º - AGU, em regra, não é ouvido; pode ser ouvido na análise do pedido liminar: art. 5º, § 2º. - Medida liminar: Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental.§ 3o A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ matéria objeto da argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. Caráter vinculante da medida liminar: "(...) a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, tratando-se de provimento cautelar outorgado em sede de controle abstrato, quer se cuide de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade ou, ainda, de argüição de descumprimento de preceito fundamental, tem atribuído, a tais medidas, caráter vinculante (...)" (Rcl 6.064-MC, rel. min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 20-5-2008, DJE de 29-5-2008.) Decisão e efeitos - Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 8º - Julgamento: 6 ministros - efeitos erga omnes e vinculante em relação ao demais órgãos do Poder Público – art. 10, § 3º - Efeitos ex tunc; natureza declaratória; abrandado pelo art. 11; Fungibilidade ADPF e ADI “(...) 1. O ato normativo impugnado é passível de controle concentrado de constitucionalidade pela via da ação direta. Precedente: ADI 349, rel. Min. Marco Aurélio. Incidência, no caso, do disposto no art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99; 2. Questão de ordem resolvida com o aproveitamento do feito como ação direta de inconstitucionalidade, ante a perfeita satisfação dos requisitos exigidos à sua propositura (legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido), bem como a relevância da situação trazida aos autos, relativa a conflito entre dois Estados da Federação.(ADPF 72 QO, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 01/06/2005, DJ 02-12-2005 PP-00002 EMENT VOL-02216-1 PP-00001 LEXSTF v. 28, n. 325, 2006, p. 170-175) “EMENTAS: 1. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Impropriedade da ação. Conversão em Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF. Admissibilidade. Satisfação de todos os requisitos exigidos à sua propositura. Pedido conhecido como tal. Aplicação do princípio da fungibilidade. Precedentes. É lícito conhecer de ação direta de inconstitucionalidade como argüição de descumprimento de preceito fundamental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de inadmissibilidade daquela. 2. (...)” (ADI 4180 MC-REF, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2010, DJe-67 DIVULG 15-04-2010 PUBLIC 16-04-2010 REPUBLICAÇÃO: DJe-159 DIVULG 26-08-2010 PUBLIC 27-08-2010 EMENT VOL-02412-01 PP-00079 RT v. 99, n. 901, 2010, p. 124-128) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ Difuso-incidental: - qualquer juiz ou tribunal podem exercer simultaneamente a jurisdição constitucional federal, defesa da CF contra atos normativos municipais, estaduais e federais e a jurisdição constitucional estadual, defesa da CE contra atos normativos estaduais e municipais. - OBS: não existe a possibilidade de controle de constitucionalidade de lei federal em face da Constituição Estadual, pois não há se falar em hierarquia entre estes dois diplomas; cuida-se, apenas, de repartição de competência estabelecida pela Constituição Federal. Assim, se determinada lei federal trata de matéria de competência dos estados, estará violando a própria CF. - Eficácia inter-partes: Possibilidade de se atribuir competência às Assembleias Legislativas e às Câmaras de Vereadores para suspender a execução do ato normativo estadual ou municipal declarado inconstitucional em face da CE, obtendo-se, assim, efeito erga omnes. Concentrado-principal: art. 125, § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. - TJ’s podem julgar: ADI, ADC, ADI por omissão, ADPF, ADI Interventiva de lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual. - ADI estadual: 3 situações 1- Norma estadual que repete norma da Constituição Federal - norma de reprodução: o estado está obrigado a observar; competência do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o STF (aqui a decisão do RE possui efeito erga omnes) - norma de imitação: competência do TJ; irrecorrível 2- ADI’s simultâneas no TJ e STF: suspende-se a ADI do TJ até julgamento da ADI no STF; não há continência ou litispendência; 3- ADI no TJ impugnando lei ou ato normativo estadual em face de norma da Constituição estadual repetida da CF: - competência do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o STF (aqui a decisão do RE possui efeito erga omnes); - OBS: o TJ só pode realizar o controle tendo como paradigma a Constituição estadual, jamais a CF, sob pena de usurpação de competência do STF. Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ - 125, § 2º: vedação de se atribuir legitimação para manejar as ações de constitucionalidade a um único órgão. Pode ampliar o rol: EMENTA: 1. Recurso extraordinário e prequestionamento.
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