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Roteiro_Controle_de_Constitucionalidade

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Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
- Atividade de fiscalização das leis e atos do poder público quanto a sua validade e 
conformidade em face de uma Constituição rígida. 
 
PRESSUPOSTOS: 
1- CONSTITUIÇÃO FORMAL E ESCRITA: 
Nas constituições costumeiras ou históricas (não escritas) não há controle de 
constitucionalidade, pois vige o princípio da SUPREMACIA DO PARLAMENTO (o 
parlamento é a expressão da vontade majoritária do povo, portanto, não se 
aceita a fiscalização dos atos dele decorrentes); 
2- RIGIDEZ E SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: Rigidez a) alteração normas 
constitucionais processo especial dificultoso agravado; b) Supremacia decorre 
da rigidez; 
OBS: Constituição flexível: é possível haver inconstitucionalidade formal 
(apenas), caso não respeitado procedimento para a elaboração das leis; 
3 PREVISÃO DE UM ÓRGÃO COMPETENTE PARA REALIZAR O CONTROLE: o órgão 
pode ter função jurisdicional ou política; no caso de ter função jurisdicional, 
pode fazer parte ou não do Poder Judiciário. 
 
 
SISTEMAS DE CONTROLE: 
 
 AMERICANO: cria a ideia da supremacia da Constituição; doutrina do judicial 
review of legislation (leading case: Marbury vs Madison 1803); 
 Características: 
a) Qualquer juiz ou tribunal (controle difuso) pode deixar de aplicar (NÃO 
DECLARA EM TESE A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI OU ATO 
NORMATIVO) uma lei que esteja em desconformidade com a Constituição; 
Direito Constitucional 
Dr. Diogo Queiroz 
Advogado da União 
 
 
 
Procurador do Banco Central 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
b) O controle é feito de forma incidental no âmbito de um processo em que se 
defendem interesses subjetivos e a inconstitucionalidade é suscitada como 
questão prejudicial; 
c) Decisão do juiz ou tribunal possui natureza declaratória; declara uma 
nulidade preexistente afetando o plano de validade da lei ou ato 
normativo (TEORIA DA NULIDADE); efeitos ex tunc (retroativos); apenas 
inter partes (salvo a decisão da Suprema Corte). 
d) As decisões da Suprema Corte americana têm caráter vinculante em razão 
do princípio da stare decisis; 
 
 
AUSTRÍACO: 
Características: 
a) Atribuição da jurisdição constitucional a um único órgão; 
b) Análise abstrata da lei, fora de um caso concreto; ação específica para se 
questionar a constitucionalidade; 
c) Decisão do tribunal constitucional possui natureza constitutiva; reconhece 
que a lei ou ato normativo é anulável afetando o plano da eficácia (TEORIA 
DA ANULABILIDADE); efeitos ex nunc (prospectivos), vinculante e erga 
omnes; 
 
 
MODELOS DE CONTROLE: as formas em que é manifestado e exercido o controle 
de constitucionalidade 
Critérios: 
1) Quanto ao parâmetro: 
a) Constituição formal incluindo princípios e regras implícitos 
b) Apenas alguns dispositivos da Constituição 
c) Constituição formal + princípios superiores definidos como direito 
supralegal=BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE – possibilidade de existirem 
normas constitucionais inconstitucionais; teoria adotada na Alemanha. 
2) Quanto ao objeto: 
a) Atos normativos; 
b) Atos concretos; 
c) Omissões 
3) Quanto ao momento de realização do controle: 
a) Preventivo ou prévio (a priori) 
b) Repressivo ou sucessivo (a posteriori) 
4) Quanto à natureza do órgão: 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
a) Político: órgão de natureza essencialmente política, estranho à estrutura 
do Poder Judiciário ou, apesar de fazer parte deste, não possui natureza 
jurisdicional; 
b) Judicial: órgão integrante do Poder Judiciário, ou exterior a este, mas cuja 
atuação tem natureza jurisdicional. 
 
- Controle prévio político: 
 - Legislativo: Comissões de Constituição e Justiça (CCJ’s); 
 - Executivo: veto jurídico do chefe do Poder Executivo (art. 66; § 1º, 
CF/88) “Art. 66. [...] § 1º - Se o Presidente da República considerar o 
projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse 
público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, 
contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e 
oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.” 
- Controle prévio judicial: excepcionalmente por meio de impetração de 
mandado de segurança por parlamentar que possui direito líquido e certo de que um 
projeto de Lei ou uma PEC respeite o devido processo legislativo. 
“Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. 
CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL 
DE PROJETO DE LEI. INVIABILIDADE. 1. Não se admite, no 
sistema brasileiro, o controle jurisdicional de 
constitucionalidade material de projetos de lei (controle 
preventivo de normas em curso de formação). O que a 
jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a 
legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar - 
para impetrar mandado de segurança com a finalidade de 
coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou 
emenda constitucional incompatíveis com disposições 
constitucionais que disciplinam o processo legislativo” (MS 
24.667, Pleno, Min. Carlos Velloso, DJ de 23.04.04). Nessas 
excepcionais situações, em que o vício de 
inconstitucionalidade está diretamente relacionado a 
aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a 
impetração de segurança é admissível, segundo a 
jurisprudência do STF, porque visa a corrigir vício já 
efetivamente concretizado no próprio curso do processo de 
formação da norma, antes mesmo e independentemente de 
sua final aprovação ou não. 2. Sendo inadmissível o controle 
preventivo da constitucionalidade material das normas em 
curso de formação, não cabe atribuir a parlamentar, a quem a 
Constituição nega habilitação para provocar o controle abstrato 
repressivo, a prerrogativa, sob todos os aspectos mais 
abrangente e mais eficiente, de provocar esse mesmo controle 
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antecipadamente, por via de mandado de segurança. [...]”(MS 
32033, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Relator(a) p/ 
Acórdão: Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 
20/06/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-033 DIVULG 17-02-
2014 PUBLIC 18-02-2014). 
 
 
OBS: No caso da PEC, a análise pode ser até um pouco mais ampla, no 
sentido de que a matéria, o conteúdo da PEC será investigado, a fim de observar se 
respeita o art. 60, § 4º, da CF/88. 
 Perda superveniente do mandato parlamentar: extinção do 
mandado de segurança 
 
EMENTA: CONTROLE JURISDICIONAL DO PROCESSO 
LEGISLATIVO. UTILIZAÇÃO, PARA TANTO, DO MANDADO DE 
SEGURANÇA. POSSIBILIDADE. RECONHECIMENTO, PARA ESSE 
EFEITO, DE LEGITIMAÇÃO PARA AGIR ATRIBUÍDA, COM 
EXCLUSIVIDADE, A MEMBRO DO CONGRESSO NACIONAL. 
PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PERDA 
SUPERVENIENTE, PELO IMPETRANTE, DE SUA CONDIÇÃO 
POLÍTICO-JURÍDICA DE PARLAMENTAR. IMPOSSIBILIDADE DE 
PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO MANDAMENTAL. LEGITIMAÇÃO 
ATIVA “AD CAUSAM” QUE DEVE ESTAR PRESENTE, 
JUNTAMENTE COM AS DEMAIS CONDIÇÕES DA AÇÃO, NO 
MOMENTO DA RESOLUÇÃO DO LITÍGIO (CPC, ART. 462). 
RELAÇÃO DE CONTEMPORANEIDADE NÃO MAIS EXISTENTE. (...) 
PROCESSO JULGADO EXTINTO. (MS 27971, Relator(a): Min. 
CELSO DE MELLO, julgado em 01/07/2011, publicado em DJe-
146 DIVULG 29/07/2011 PUBLIC 01/08/2011 REPUBLICAÇÃO: 
DJe-152 DIVULG 08/08/2011 PUBLIC 09/08/2011) 
 
 
- Controle posterior político: 
 - Legislativo: arts. 49, inciso V e 62, § 5º, da CF/88. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo 
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional 
sobreo mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio 
sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
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- Executivo: 
 - Antes da CF/88: o chefe do Poder Executivo poderia 
baixar norma para que a Administração Pública não cumprisse lei 
considerada inconstitucional; 
 - Depois da CF/88: duas correntes: 
 1- mesmo entendimento; 
 2- não pode deixar de cumprir, pois 
somente cabe ao Judiciário decidir pela inconstitucionalidade e a 
legitimidade para ajuizar ação direta foi ampliada. 
 
- Controle posterior do TCU: Súmula 347/STF: “O Tribunal de Contas, no 
exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e 
dos atos do poder público.” 
 
- Controle posterior judicial: órgão do Poder Judiciário ou exterior a ele, 
mas com atuação de natureza jurisdicional. 
 
5) Quanto ao número de órgãos com competência: 
a) Difuso; 
b) Concentrado; 
c) Misto 
 
6) Quanto ao modo de manifestação: 
a) Incidental x principal 
b) Concreto x abstrato 
 
7) Quanto à finalidade: 
a) Subjetivo; 
b) Objetivo. 
 
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE 
- positiva (por ação) x negativa (por omissão) 
 
- formal (nomodinâmica) x material (nomoestática) 
 A formal (nomodinâmica) subdivide-se em: 
 - orgânica: competência legislativa 
 - propriamente dita: não se observa o devido processo legislativo seja na 
iniciativa do projeto de lei (vício formal subjetivo) ou nas demais fases (vício objetivo) 
 - pressupostos objetivos do ato normativo: elementos que a Constituição exige 
para edição do ato Exs: medida provisória (relevância e urgência); criação de 
municípios (art. 18, § 4º, CF/88). 
 OBS: A sanção do projeto de lei feita pelo chefe do poder executivo, não supre 
o vício de inconstitucionalidade. 
- parcial x total 
 Princípio da parcelaridade: apenas artigo, parágrafo, inciso, alínea ou até 
mesmo uma expressão (não incide a vedação do art. 66, §2º, CF/88): 
 
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Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de 
lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em 
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou 
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do 
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente 
do Senado Federal os motivos do veto. 
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de 
parágrafo, de inciso ou de alínea. 
 
OBS: Em regra a inconstitucionalidade formal atinge todo o ato; exceção: lei ordinária 
em que um artigo trata de matéria reservada à lei complementar; 
 
- superveniente x originária 
 Inconstitucionalidade formal superveniente: não aceita no STF 
 Inconstitucionalidade material superveniente: não aceita no STF; caso de 
recepção. 
 
EVOLUÇÃO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL 
 
 
- Constituição de 1824: 
- não havia controle de constitucionalidade; 
- supremacia do parlamento e rígida separação de poderes 
- existência do Poder Moderador 
 
 
- Constituição de 1891: 
- controle difuso somente; 
- doutrina do judicial review of legislation; 
- Ficou mais claro com a reforma constitucional em 1926 que passou a prever 
expressamente competência do STF para julgar recursos em que se questionava “sobre 
a vigência ou a validade das leis federais em face da Constituição”; 
- problema de existirem decisões conflitantes, pois a decisão do STF não possuía efeito 
vinculante. 
 
- Constituição de 1934: 
- controle difuso; 
- competência do Senado para suspender em caráter geral a lei ou ato declarados 
inconstitucionais; 
- maioria absoluta nos tribunais para reconhecer a inconstitucionalidade 
- representação interventiva na hipótese de ofensa pelos estados membros dos 
princípios constitucionais sensíveis: primeiro indicativo do controle concentrado de 
constitucionalidade. 
 
Constituição de 1937: 
- controle difuso; 
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- maioria absoluta nos tribunais; 
- retrocesso: possibilitava ao Poder Executivo tornar sem efeito a decisão de 
inconstitucionalidade proferida quando a lei declarada inconstitucional, por iniciativa 
do Presidente da República, fosse confirmada pelo voto de 2/3 de cada uma das Casas 
Legislativas; 
- não tratou da representação interventiva e nem da suspensão pelo Senado. 
 
Constituição de 1946: 
- controle difuso; 
- restaura representação interventiva e a suspensão pelo Senado; 
 
 EC 16/65: 
- controle concentrado ou abstrato de constitucionalidade dos atos normativos 
federais e estaduais com a criação da representação genérica de 
inconstitucionalidade; - legitimidade conferida apenas ao Procurador Geral da 
República; 
- autorizou aos estados o controle de constitucionalidade dos atos normativos 
municipais em face da constituição estadual. 
 
Constituição de 1967 
- controle difuso; 
- competência do Senado para suspender em caráter geral a lei ou ato declarados 
inconstitucionais; 
- maioria absoluta nos tribunais para reconhecer a inconstitucionalidade 
- representação interventiva e representação genérica; 
- não previu o controle de constitucionalidade estadual 
 
 1969 
 - manteve o modelo da Constituição de 1967; 
 - previu a representação interventiva pelos estados (intervenção estadual). 
 
 EC 07/77: 
 - representação para fins de interpretação de lei ou ato normativo federal ou 
estadual; 
 - medida cautelar na representação genérica 
 
Constituição de 1988 
- combina controle difuso-incidental e concentrado principal; 
- amplia consideravelmente o rol de legitimados 
- admite controle de constitucionalidade no âmbito estadual e intervenção estadual. 
 
 
CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Características gerais: 
 
- atos e omissões**** 
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- no curso de uma demanda judicial, incidente de inconstitucionalidade incideter 
tantum 
- questão prejudicial 
- via de exceção em seu sentido amplo; qualquer defesa oposta a uma lesão ou 
ameaça de lesão seja pelo autor ou pelo réu; 
 
Legitimidade: todos que integram a relação processual; 
a) Partes; b) terceiros intervenientes; c) MP; d) juiz ou tribunal de ofício 
 
OBS: o STF não reconhece de ofício a inconstitucionalidade no âmbito do 
Recurso Extraordinário, pois exige o requisito do prequestionamento. 
 
Competência: qualquer juiz ou tribunal (maioria absoluta) 
 OBS: a competência do STJ, em grau de recurso especial, é reduzida, pois não 
pode rever questões constitucionais já decididas pelos tribunais inferiores; 
 
 
Cláusula de reserva de plenário (full bench): art. 97 da CF/88 
 
- natureza jurídica: condição de eficácia da decisão declaratória de 
inconstitucionalidade; decorre do princípio da presunção de constitucionalidade dos 
atos normativos; 
 
- Súmula Vinculante nº 10 “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a 
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, 
no todo ou em parte.” 
 
 
Não se exige: 
- STF: 
1- entendimento da doutrina de que o STF deve respeitar a cláusula de reserva 
de plenário; 
2- Acórdão de relatoria da Ministra Ellen Gracie afirmando que não, com base no 
Regimento Interno do STF 
Art. 9º III RISTF – competência das Turmas de julgarem o recurso extraordinário 
 
“O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando 
do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários 
competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF.” (RE 
361.829-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-3-2010, Segunda Turma, 
DJE de 19-3-2010.) 
 
- Declarar a constitucionalidade;- Indeferimento de medida cautelar 
“Alegação de contrariedade à Súmula Vinculante 10 do STF. (...) 
Indeferimento de medida cautelar não afasta a incidência ou declara a 
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inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Decisão proferida em sede 
cautelar: desnecessidade de aplicação da cláusula de reserva de plenário 
estabelecida no art. 97 da CR.” (Rcl 10.864-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgamento em 24-3-2011, Plenário, DJE de 13-4-2011.) 
- Art. 481, § único; “Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, 
ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver 
pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.” 
(Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) OBS: precisa se for mudar o entendimento 
- Lei anterior à CF/88; 
- Turmas recursais dos juizados especiais; 
“O art. 97 da Constituição, ao subordinar o reconhecimento da 
inconstitucionalidade de preceito normativo a decisão nesse sentido da 
‘maioria absoluta de seus membros ou dos membros dos respectivos 
órgãos especiais’, está se dirigindo aos tribunais indicados no art. 92 e aos 
respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93, XI. A referência, 
portanto, não atinge juizados de pequenas causas (art. 24, X) e juizados 
especiais (art. 98, I), os quais, pela configuração atribuída pelo legislador, 
não funcionam, na esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão 
especial.” (ARE 792.562-AgR, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 18-3-
2014, Segunda Turma, DJE de 2-4-2014.) 
- Técnica da interpretação conforme 
 
 
Procedimento nos Tribunais: arts. 480 a 482 
Art. 480. Argüida a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do 
poder público, o relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão 
à turma ou câmara, a que tocar o conhecimento do processo. 
 
Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for 
acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao 
tribunal pleno. 
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao 
plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando 
já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal 
Federal sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
Art. 482. Remetida a cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do 
tribunal designará a sessão de julgamento. 
§ 1o O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público 
responsáveis pela edição do ato questionado, se assim o requererem, 
poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade, observados os 
prazos e condições fixados no Regimento Interno do Tribunal. (Incluído pela 
Lei nº 9.868, de 10.11.1999) 
§ 2o Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da 
Constituição poderão manifestar-se, por escrito, sobre a questão 
constitucional objeto de apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do 
Tribunal, no prazo fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado o direito 
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de apresentar memoriais ou de pedir a juntada de documentos. (Incluído 
pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) 
§ 3o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade 
dos postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação 
de outros órgãos ou entidades. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) 
 
Objetivação do controle difuso: 
- art. 482, § 1º, 2º e 3º; 
- Repercussão Geral no Recurso Extraordinário: Art. 543-A. O Supremo Tribunal 
Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a 
questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 
§ 1º Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de 
questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que 
ultrapassem os interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 
§ 6º O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de 
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do 
Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). 
 
- A decisão do plenário ou órgão especial é irrecorrível; Súmula 513, STF. “A decisão 
que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário, 
que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos ou 
turmas) que completa o julgamento do feito.” 
 
 
Suspensão do ato pelo Senado Federal: art. 52, inciso X, da CF/88 
 
- Competência: STF, PGR ou Senado de ofício; 
- Apenas no controle incidental; 
- Qualquer espécie legislativa (lei, decreto, etc); 
- Ato normativo federal, estadual, municipal, distrital; 
- Não há prazo; 
- Ato do Senado Federal é irrevogável; 
- Senado Federal não pode ir além do que foi decidido pelo STF; 
 E aquém? doutrina minoritária entende que pode 
- Efeitos: maioria doutrinária: efeitos ex nunc 
 STF: efeitos ex tunc. 
- Decisão discricionária 
- Natureza: ato político a fim de se conferir eficácia erga omnes à decisão do STF 
 
 
Controle difuso em sede de ação civil pública: possível, desde que o reconhecimento 
da inconstitucionalidade seja prejudicial (causa de pedir) ao pedido da ACP, e não o 
próprio pedido principal. 
 
“(...)A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reconhecido que se pode 
pleitear a inconstitucionalidade de determinado ato normativo na ação civil 
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pública, desde que incidenter tantum. Veda-se, no entanto, o uso da ação civil 
pública para alcançar a declaração de inconstitucionalidade com efeitos erga 
omnes. No caso, o pedido de declaração de inconstitucionalidade da lei 
754/1994 é meramente incidental, constituindo-se verdadeira causa de pedir. 
(...) “ (RE 424993, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado 
em 12/09/2007, DJe-126 DIVULG 18-10-2007 PUBLIC 19-10-2007 DJ 19-10-2007 
PP-00029 EMENT VOL-02294-03 PP-00547) 
 
 
Transcendência dos motivos determinantes - Abstrativização do controle difuso – 
mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88: o caso da Reclamação 4.335/AC 
 
- Histórico do caso: 
 
A Lei nº 8.072/90, em sua redação original, determinava que os 
condenados por crimes hediondos ou equiparados deveriam cumprir a pena 
em regime integralmente fechado, ou seja, proibia a progressão de regime em 
crimes hediondos e equiparados. 
O Plenário do STF julgou essa proibição inconstitucional, em 
23/02/2006, no habeas corpus nº 82.959/SP impetrado em favor de um único 
preso. 
Em abril de 2006, ou seja, após a decisão do STF declarando 
inconstitucional o § 1º do art. 2º da Lei n.° 8.072/90 (HC 82959/SP), o juiz da 
vara de execuções penais de Rio Branco (AC) indeferiu o pedido de progressão 
de regime em favor de um condenado, sob o argumento de que a Lei de Crimes 
Hediondos proibia e que a decisão do STF no HC 82959/SP somente teria 
eficácia erga omnes se o Senado Federal suspendesse a execução do dispositivo 
da Lei de Crimes Hediondos. 
O réu, assistido pela Defensoria Pública, ajuizou a Reclamação nº 
4.335/AC no STF alegando que o entendimento do juiz da vara de execuções 
penais de Rio Branco (AC) não respeitou a autoridade da decisão do STF no HC 
82959/SP que deveria ser observada ainda que a decisão tenha sido tomada 
em sede de controle difuso. 
Em 2009, o STF editou a Súmula Vinculante 26 na qual afirma a 
possibilidade de progressão de regime em crimes hediondos. 
Os Ministros Gilmar Mendes e Eros Grau votaram pela procedência da 
reclamação, sob o argumento de que os motivos determinantes (ratio 
decidendi) da decisão do STF no HC 82959/SP possuíam efeito vinculante e 
eficácia erga omnes devendo ser seguidos pelos demais órgãos do poder 
judiciário. Assim, defendiam que o art. 52, X,da CF/88, que atribui ao Senado o 
papel de suspender a lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso 
para que tenha efeitos erga omnes, sofreu mutação constitucional na medida 
em que deve se interpretar que atualmente o papel do Senado é o de conferir 
simples efeito de publicidade à decisão do STF que por si só já possui eficácia 
contra todos. 
Em março de 2014, o STF concluiu o julgamento da Rcl 4.335/AC 
julgando-a procedente não porque desrespeitou a decisão do HC 82959/SP, 
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mas porque ofendeu a SV 26. Este foi o entendimento dos Ministros Teori 
Zavascki, Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Celso de Mello. Por sua vez, 
entendiam que a reclamação não deveria ser conhecida porque o HC 82959/SP 
possui eficácia apenas inter partes os Ministros Sepúlveda Pertence, Joaquim 
Barbosa, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio. 
De qualquer forma, o fato é que a maioria dos Ministros não adotou a 
teoria da transcendência dos motivos determinantes. Portanto, não 
reconhecem a abstrativização do controle difuso bem como que o art. 52, X, da 
CF/88 não sofreu mutação constitucional e o Senado continua tendo o poder 
de conferir eficácia erga omnes às decisões do STF que, em controle difuso, 
declaram a inconstitucionalidade de lei. 
 
Força expansiva das decisões do STF: Ministro Teori Zavascki 
- Existem decisões do STF, proferidas em controle difuso, que gozam de força 
expansiva, mesmo sem o art. 52, X, da CF/88. Em outras palavras, possuem 
eficácia erga omnes mesmo sem a atuação do Senado. No entanto, não 
possuem eficácia vinculante a ponto de ser possível que qualquer cidadão 
ajuíze reclamação no STF contra decisão que não observou precedente do 
Tribunal. 
- O direito brasileiro tem valorizado cada vez mais os precedentes judiciais dos 
tribunais superiores, atribuindo a eles força persuasiva e expansiva em relação 
aos demais processos. Trata-se de um movimento semelhante ao que vem 
ocorrendo em diversos outros países que adotam o sistema da civil law e que 
se aproxima do sistema do common law que adota a ideia do stare decisis. 
Exemplos: 
- Art 557 O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, 
improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência 
dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal 
Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
- Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 
10.352, de 26.12.2001) 
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver 
fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em 
súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 
10.352, de 26.12.2001) 
- Art. 741. Na execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão 
versar sobre: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
II - inexigibilidade do título; 
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, 
considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato 
normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou 
fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo 
Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. 
(Redação pela Lei nº 11.232, de 2005) 
- Repercussão geral nos recursos extraordinários 
 
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CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Características gerais: 
- Fiscalização abstrata de atos e omissões 
- A constitucionalidade ou inconstitucionalidade é a questão principal da ação direta 
(exceção: ADPF incidental) 
- Causa de pedir aberta: o STF não está vinculado aos fundamentos apresentados por 
quem ajuizou a ação. 
- Ação de caráter objetivo 
 Não cabe: 
 - arguição de suspeição (cabe arguição de impedimento); 
 - intervenção de terceiros: art. 7º, caput, Lei 9.868/99 
- assistência entre os legitimados? Parte da doutrina entende que sim; 
 
- Amicus curiae: art. 7º, § 2º, Lei 9.868/99: § 2o O relator, considerando a 
relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho 
irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação 
de outros órgãos ou entidades. 
 - natureza jurídica: modalidade sui generis de intervenção de terceiros; 
 - requisitos: relevância da matéria e representatividade dos postulantes; 
 - não se aceita pessoa física que nesta condição tenha interesse 
subjetivo na causa; 
 - parlamentar pode ser admitido como amicus curiae não na condição 
de pessoa física, mas no caráter coletivo do mandato de parlamentar; 
 - cabe em ADI, ADC, ADO, ADPF, ADI Interventiva, e em processo 
subjetivo no qual a discussão extrapola os interesses das partes por sua relevância e 
abrangência; 
- STF – jurisprudência atual: cabe recurso apenas contra a decisão que 
indefere o pedido de ingressar como amicus curiae; OBS: entendimento está 
para ser mudado no julgamento da ADI 3.396; em qualquer outra hipótese não 
cabe recurso; 
- Pode apresentar memoriais e fazer sustentação oral (art. 131, § 3º, 
RISTF); 
 
 
 - ação rescisória; 
 - desistência da ação 
- Em todas as espécies de ações direta, são cabíveis como recurso apenas os embargos 
de declaração. 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 
 
-Origem: representação genérica EC 16/65 
- Ação Direta – art. 102, inciso I, alínea “a” da CF/88 
 
Legitimidade: art. 103 da CF/88 
 
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Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação 
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 45, de 2004) 
 I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
 Legitimados universais: Presidente da República, Mesa do Senado Federal, 
Mesa da Câmara dos Deputados, PGR, Conselho Federal da OAB e partido político com 
representação no CN 
 
 Legitimados não-universais ou especiais: precisam demonstrar pertinência 
temática (interesse de agir: relação lógica entre a questão do ato normativo e os 
interesses defendidos pelos legitimados); Governador, Mesa da Assembleia Legislativa, 
confederação sindical e entidades de classe de âmbito nacional. 
 
 Jurisprudência sobre a legitimidade 
 
CENTRAIS SINDICAIS NÃO SÃO LEGITIMADAS A PROPOR AÇÃO DIRETA 
 
“No plano da organização sindical brasileira, somente as confederações 
sindicais dispõem de legitimidade ativa "ad causam" para o ajuizamento 
da ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX), falecendo às 
centrais sindicais, em conseqüência, o poder para fazer instaurar, perante 
o Supremo Tribunal Federal, o concernente processo de fiscalização 
normativa abstrata. (...).” (ADI 1442, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, 
Tribunal Pleno, julgado em 03/11/2004, DJ 29-04-2005 PP-00007 EMENT 
VOL-02189-1 PP-00113 RTJ VOL-00195-03 PP-00752); 
 
PARTIDOS POLÍTICOS – APENAS OS DIRETÓRIOS NACIONAIS PODEM AGIR 
EM NOME DO PARTIDO AINDA QUE SE IMPUGNE NORMA ESTADUAL 
 
“Ilegitimidade ativa ad causam de Diretório Regional ou Executiva 
Regional. Firmou a jurisprudência desta Corte o entendimento de que o 
partido político, para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o 
STF, deve estar representado por seu Diretório Nacional, aindaque o ato 
impugnado tenha sua amplitude normativa limitada ao Estado ou 
Município do qual se originou.” (ADI 1.528-QO, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 24-5-2000, Plenário, DJ de 23-8-2002.); 
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PARTIDOS POLÍTICOS – PERDA SUPERVENIENTE DE REPRESENTAÇÃO 
PARLAMENTAR. EVOLUÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA 
 
"A perda superveniente da bancada legislativa no Congresso Nacional 
descaracteriza a legitimidade ativa do partido político para prosseguir no 
processo de controle abstrato de constitucionalidade, eis que, para esse 
efeito, não basta a mera existência jurídica da agremiação partidária, sobre 
quem incide o ônus de manter, ao longo da causa, representação 
parlamentar em qualquer das Câmaras que integram o Poder Legislativo da 
União. (...)" (ADI 2.202-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 27-7-
2003, Plenário, DJ de 29-8-2003.) 
 
“EMENTA: Agravo Regimental em Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2. 
Partido político. 3. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua 
propositura. 4. Perda superveniente de representação parlamentar. Não 
desqualificação para permanecer no pólo ativo da relação processual. 5. 
Objetividade e indisponibilidade da ação. 6. Agravo provido.” (ADI 2618 
AgR-AgR, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. 
GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2004, DJ 31-03-2006 
PP-00007 EMENT VOL-02227-01 PP-00139) 
 
 
 
 
ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL – NECESSIDADE DE ESTAR 
PRESENTE EM NO MÍNIMO NOVE ESTADOS. QUESTÃO DA PROVA ORAL DA 
AGU (2012) 
 
EMENTA: LEGITIMIDADE PARA A CAUSA. Ativa. Ação direta de 
inconstitucionalidade – ADI. Ação proposta pela Associação Nacional dos 
Magistrados Estaduais – ANAMAGES. Impugnação de norma concernente a 
toda a magistratura. Legitimação não caracterizada. Entidade classista de 
âmbito nacional, mas de representação parcial da categoria profissional. 
Não representatividade em, pelo menos, 9 (nove) estados da federação, 
nem de todos os membros do Poder Judiciário nacional. Inteligência do 
art. 103, IX, cc. art. 102, § 2º, da CF. Inicial indeferida. Agravo regimental 
improvido. Precedentes. Carece de legitimação para propor ação direta de 
inconstitucionalidade, a entidade de classe que, embora de âmbito 
estatutário nacional, não tenha representação em, pelo menos, nove 
estados da federação, nem represente toda a categorial profissional, cujos 
interesses pretenda tutelar. (ADI 3617 AgR, Relator(a): Min. CEZAR 
PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2011, DJe-125 DIVULG 30-06-
2011 PUBLIC 01-07-2011 EMENT VOL-02555-01 PP-00014 RDECTRAB v.18, 
n. 205, 2011, p. 205-210); 
 
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ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL – “ASSOCIAÇÃO DE 
ASSOCIAÇÕES” – LEGITIMIDADE ATIVA. REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA. 
 
"Ação direta de inconstitucionalidade: legitimação ativa: ‘entidade de 
classe de âmbito nacional’: compreensão da ‘associação de associações’ 
de classe: revisão da jurisprudência do Supremo Tribunal. O conceito de 
entidade de classe é dado pelo objetivo institucional classista, pouco 
importando que a eles diretamente se filiem os membros da respectiva 
categoria social ou agremiações que os congreguem, com a mesma 
finalidade, em âmbito territorial mais restrito. É entidade de classe de 
âmbito nacional – como tal legitimada à propositura da ação direta de 
inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX) – aquela na qual se congregam 
associações regionais correspondentes a cada unidade da Federação, a 
fim de perseguirem, em todo o País, o mesmo objetivo institucional de 
defesa dos interesses de uma determinada classe. Nesse sentido, altera o 
Supremo Tribunal sua jurisprudência, de modo a admitir a legitimação 
das ‘associações de associações de classe’, de âmbito nacional, para a 
ação direta de inconstitucionalidade." (ADI 3.153-AgR, Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, julgamento em 12-8-2004, Plenário, DJ de 9-9-2005.) 
 
- Capacidade postulatória dos legitimados: somente os partidos políticos, 
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional precisam contratar 
advogado para a propositura da ADI, devendo apresentar instrumento de mandato em 
que se outorgam poderes específicos para atacar a norma impugnada que deve ser 
indicada. Os demais legitimados possuem capacidade postulatória concedida pela 
Constituição. 
 
 
Competência: 
- STF e TJ’s 
- ADI estadual: 3 situações 
 1- Norma estadual que repete norma da Constituição Federal 
 - norma de reprodução: o estado está obrigado a observar; competência 
do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o STF (aqui a decisão do RE 
possui efeito erga omnes) 
 
 - norma de imitação: competência do TJ; irrecorrível 
 
2- ADI’s simultâneas no TJ e STF: suspende-se a ADI do TJ até julgamento da 
ADI no STF; não há continência ou litispendência; 
 
3- ADI no TJ impugnando lei ou ato normativo estadual em face de norma da 
Constituição estadual repetida da CF: 
 - competência do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o 
STF (aqui a decisão do RE possui efeito erga omnes); 
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 - OBS: o TJ só pode realizar o controle tendo como paradigma a 
Constituição estadual, jamais a CF, sob pena de usurpação de competência do 
STF. 
 
 
Parâmetro: toda a CF de 1988, inclusive ADCT! 
- Elementos para se observar no controle de constitucionalidade 
 a) elemento temporal; analisar se a norma impugnada e o parâmetro 
constitucional invocado ainda têm vigência 
 Lei revogada ou que tenha perdido a vigência após a propositura da 
ação direta 
 - Regra geral: prejudicialidade; perda superveniente de objeto da 
ação; 
 - Exceções: o STF, em três situações não reconheceu a 
prejudicialidade e julgou a ADI 
 1. ADI 3.232 Questão de ordem – fraude processual: revogação 
da lei com o objetivo apenas de frustrar o julgamento; 
 2. ADI 3.306 - fraude processual: revogação da lei com o objetivo 
apenas de frustrar o julgamento; 
 
“Superveniência de Lei Distrital que convalidaria as resoluções atacadas. 
Sucessivas leis distritais que tentaram revogar os atos normativos 
impugnados. Posterior edição da Lei Distrital n° 4.342, de 22 de junho de 
2009, a qual instituiu novo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos 
servidores e revogou tacitamente as Resoluções 197/03, 201/03, 202/03 e 
204/03, por ter regulado inteiramente a matéria por elas tratadas, e 
expressamente as Resoluções n°s 202/03 e 204/03. Fatos que não 
caracterizaram o prejuízo da ação. Quadro fático que sugere a intenção 
de burlar a jurisdição constitucional da Corte. Configurada a fraude 
processual com a revogação dos atos normativos impugnados na ação 
direta, o curso procedimental e o julgamento final da ação não ficam 
prejudicados. Precedente: ADI n° 3.232/TO, (...)” (ADI 3306, Relator(a): 
Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2011, DJe-108 
DIVULG 06-06-2011 PUBLIC 07-06-2011 EMENT VOL-02538-01 PP-00009) 
 
3. ADI 4.426 – singularidades do caso; inclusão da ADI em pauta 
antes do exaurimento da eficácia da lei temporária impugnada; 
 
“(...) 1. Singularidades do caso afastam, excepcionalmente, a 
aplicação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a 
prejudicialidade da ação, visto que houve impugnação em tempo 
adequado e a sua inclusão em pauta antes do exaurimento da 
eficácia da lei temporária impugnada, existindo a possibilidade 
de haver efeitos em curso (art. 7º da Lei 14.506/2009). (...) (ADI 
4426, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 
09/02/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-093 DIVULG 17-05-
2011 PUBLIC 18-05-2011). 
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 Alteração do parâmetro constitucional invocado: prevalecia o 
entendimento de que alterada a norma constitucional que se alegava descumprida, 
ensejava a prejudicialidade da ação direta. Superação deste entendimentona ADI 
2.158 – taxação de inativos – evitar o fenômeno da constitucionalidade superveniente. 
 
EMENTA Ação Direta de Inconstitucionalidade. AMB. Lei nº 12.398/98-
Paraná. Decreto estadual nº 721/99. Edição da EC nº 41/03. Substancial 
alteração do parâmetro de controle. Não ocorrência de prejuízo. 
Superação da jurisprudência da Corte acerca da matéria. Contribuição dos 
inativos. Inconstitucionalidade sob a EC nº 20/98. Precedentes. 1. Em nosso 
ordenamento jurídico, não se admite a figura da constitucionalidade 
superveniente. Mais relevante do que a atualidade do parâmetro de 
controle é a constatação de que a inconstitucionalidade persiste e é atual, 
ainda que se refira a dispositivos da Constituição Federal que não se 
encontram mais em vigor. Caso contrário, ficaria sensivelmente 
enfraquecida a própria regra que proíbe a convalidação. 2. A jurisdição 
constitucional brasileira não deve deixar às instâncias ordinárias a solução 
de problemas que podem, de maneira mais eficiente, eficaz e segura, ser 
resolvidos em sede de controle concentrado de normas. 3. A Lei estadual nº 
12.398/98, que criou a contribuição dos inativos no Estado do Paraná, por 
ser inconstitucional ao tempo de sua edição, não poderia ser convalidada 
pela Emenda Constitucional nº 41/03. E, se a norma não foi convalidada, 
isso significa que a sua inconstitucionalidade persiste e é atual, ainda que 
se refira a dispositivos da Constituição Federal que não se encontram mais 
em vigor, alterados que foram pela Emenda Constitucional nº 41/03. 
Superada a preliminar de prejudicialidade da ação, fixando o 
entendimento de, analisada a situação concreta, não se assentar o 
prejuízo das ações em curso, para evitar situações em que uma lei que 
nasceu claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos, 
uma vez revogada as medidas cautelares concedidas já há dez anos. (...) 
(ADI 2158, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 
15/09/2010, DJe-247 DIVULG 15-12-2010 PUBLIC 16-12-2010 EMENT VOL-
02452-01 PP-00010 RTJ VOL-00219- PP-00143 RT v. 100, n. 906, 2011, p. 
410-426 RSJADV abr., 2011, p. 40-49) 
 
b) Elemento conceitual: o que serve de parâmetro: duas correntes 
1. ampliativa: Constituição formal + valores supralegais + princípios de 
direito natural = “Bloco de Constitucionalidade” 
2. restritiva: Constituição formal, normas e princípios expressos; no Brasil 
alguns autores falam em “bloco de constitucionalidade em sentido estrito” 
para abarcar normas que não estejam expressas na Constituição Ex: 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados no 
rito de EC. 
 
Objeto: 
 
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- Lei ou ato normativo federal ou estadual; rol do art. 59 da CF/88 
 Não abrange: 
b) atos normativos de natureza privada (convenções, regulamentos de 
associações, etc); 
c) Lei já revogada ou revogada no curso da ação; 
d) Sentenças normativas da Justiça do Trabalho: são atos judiciais e por isso 
impugnada mediante recursos; 
e) Regulamento ou ato normativo que exorbitem a função de regulamentar a lei; 
cuida-se de simples ilegalidade; 
f) Súmulas: não é ato normativo; 
g) Súmulas vinculantes: procedimento próprio; 
h) Respostas do TSE às consultas; 
i) Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal 
 
 
- Lei de efeitos concretos: evolução da jurisprudência do STF – leis orçamentárias 
 Não admitia 
 Passou a admitir desde que houvesse um certo grau de abstração e 
generalidade 
 Passou a admitir – ADI 4.048MC leis orçamentárias 
“(...) CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS 
ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O Supremo Tribunal 
Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da 
constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema 
ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente 
do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. 
Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle 
abstrato de constitucionalidade. (ADI 4048 MC, Relator(a): Min. GILMAR 
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2008, DJe-157 DIVULG 21-08-
2008 PUBLIC 22-08-2008 EMENT VOL-02329-01 PP-00055 RTJ VOL-00206-
01 PP-00232) 
 
 OBS: não é objeto de ação direta a lei de efeito concreto cujos efeitos já se 
exauriram; ADI 2.980 e 2.549 
 
- Emenda Constitucional: analisa se a EC respeitou os limites do poder reformador (art. 
60 da CF/88); parametricidade reduzida cuida-se da aplicação parcial da teoria alemã 
de inconstitucionalidade das normas constitucionais; 
 
- Lei delegada: podem ser objeto de ADI tanto a lei delegada quanto a resolução do CN 
 
- Medida Provisória: podem ser objeto de ADI tanto a MP quanto a lei de conversão 
 OBS 1: pode questionar a validade da MP quanto à questão material ou formal; 
 OBS 2: os pressupostos autorizadores para edição de MP, relevância e urgência, 
podem EXCEPCIONALMENTE ser submetidos ao controle judicial – ADC 11; 
 OBS 3: se a MP perder os efeitos a ação direta perde o objeto; 
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 OBS 4: se a MP for reedita ou convertida em lei e sendo substancialmente 
idênticas deve ser feito aditamento à inicial da ADI; sendo distintas exige-se 
ajuizamento de nova ação 
 
- Decretos e resoluções legislativas: podem ser objeto de ADI, desde que veiculem 
normas gerais e abstratas Ex: resoluções que veiculam o regimento interno das casas 
legislativas; 
 
- Tratados Internacionais 
 Regra geral: status de lei ordinária federal 
 Sobre direitos humanos: natureza supralegal 
 Sobre direitos humanos e aprovados em cada Casa, em dois turnos, por 3/5 em 
cada: equivalentes às Emendas Constitucionais (art. 5º, § 3º, da CF/88); 
 
 Nos três casos admite-se o controle de constitucionalidade; a rigor, o que se 
submete ao controle são os atos de aprovação (decreto legislativo do CN) e 
promulgação (decreto Presidente da República); 
 
- Regulamentos: possível em duas situações: 
1- regulamentos de execução de lei que, ao invés de dar exequibilidade a esta, 
invade matéria de reserva legal; 
2- regulamento autônomo 
 
OBS: não é possível controle de constitucionalidade em regulamento ou ato 
normativo que exorbitem a função de regulamentar a lei, cuida-se de simples 
ilegalidade; 
 
 
- Regimentos dos tribunais: pode desde que viole diretamente a CF 
 
- Resoluções do CNJ e CNMP: podem ser objeto aquelas dotadas de generalidade, 
impessoalidade e abstração; Ex: Res n 7/2005 CNJ – veda o nepotismo 
 
- Lei ou ato normativo distrital de natureza estadual 
 
- Ato administrativo de caráter normativo genérico: 
 
“O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta, para 
declarar a inconstitucionalidade de decisão proferida por tribunal de 
justiça local, nos autos de processo administrativo, em que reconhecido o 
direito à gratificação de 100% aos interessados – servidores daquele 
tribunal – e estendida essa gratificação aos demais servidores do órgão em 
situação análoga. Preliminarmente, por maioria, conheceu-se da ação. No 
ponto, o min. Roberto Barroso salientou que a decisão da Corte de origem 
teria conteúdo normativo, com generalidade e abstração, porque 
estendera os efeitos da concessão de gratificação a um número 
expressivamente maior de pessoas, em comparação às diretamente 
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interessadas no procedimento administrativo. Desse modo, ponderou 
cabível o controle abstrato de constitucionalidade. (...) Ademais, registrou 
que a decisão em comento fundar-se-ia diretamente na Constituição, 
porque invocado o princípio da isonomia.” (ADI 3.202, rel. min. Cármen 
Lúcia, julgamento em 5-2-2014, Plenário, Informativo 734). 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL E 
ADMINISTRATIVO. DECISÃO ADMINISTRATIVA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
DO RIO GRANDE DO NORTE: AGRAVO REGIMENTAL NO PROCESSO 
ADMINISTRATIVO Nº 102.138/2003. EXTENSÃO DE CONCESSÃODE 
GRATIFICAÇÃO DE 100% AOS AGRAVANTES AOS SERVIDORES DO TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA. LEI POTIGUAR N. 4.683/1997 E LEI COMPLEMENTAR POTIGUAR 
N. 122/1994. 1. A extensão da decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do 
Rio Grande do Norte aos servidores em condições idênticas aos agravantes 
torna-a ato indeterminado. Ato administrativo normativo genérico. 
Cabimento da ação direta de inconstitucionalidade. (...) 4. Ação julgada 
procedente para declarar a inconstitucionalidade da parte final do 
acórdão proferido no Agravo Regimental no Processo Administrativo nº 
102.138/2003. (ADI 3202, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, 
julgado em 05/02/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-096 DIVULG 20-05-
2014 PUBLIC 21-05-2014) 
 
 
 
 
O papel do Advogado-Geral da União (AGU) 
 - Curador da norma federal e estadual – art. 103, § 3º, da CF/88: “Quando o 
Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou 
ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato 
ou texto impugnado.” 
 
 - STF abranda a necessidade de defesa do ato pelo AGU no caso de 
jurisprudência pacífica do Tribunal pela inconstitucionalidade – ADI 1.616 
 
"O munus a que se refere o imperativo constitucional (CF, art. 103, § 3º) 
deve ser entendido com temperamentos. O advogado-geral da União não 
está obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou 
entendimento pela sua inconstitucionalidade.” (ADI 1.616, Rel. Min. 
Maurício Corrêa, julgamento em 24-5-2001, Plenário, DJ de 24-8-2001.) 
 
- Questão: AGU defender ato contra União x art. 131 da CF/88 – ADI 3.916 – 
questão de ordem rejeitada; não constou na ementa; em suma, decidiu-se que o AGU 
tem o direito de manifestação, não necessariamente em favor da lei, mas na defesa da 
Constituição e dos interesses da União. 
 
Procedimento: Lei 9.868/99 
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- Indeferimento liminar da inicial: art. 4º (inepta, não fundamentada e manifestamente 
improcedente); cabe agravo: art. 4º, §único 
- Necessidade do AGU ser ouvido: curador da norma 
- Medida cautelar: art. 10 a 12 
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será 
concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, 
observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou 
autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que 
deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias. 
§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e 
o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. 
§ 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada 
sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das 
autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma 
estabelecida no Regimento do Tribunal. 
§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida 
cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou 
a lei ou o ato normativo impugnado. 
Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará 
publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça 
da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo 
solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, 
observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I 
deste Capítulo. 
§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida 
com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe 
eficácia retroativa. 
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior 
acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. 
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da 
relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e 
a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo 
de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do 
Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, 
submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de 
julgar definitivamente a ação. 
 
 - Regra: eficácia contra todos e efeitos ex nunc; 
 - OBS: Tribunal pode conceder eficácia retroativa 
 - Torna aplicável a legislação anterior caso exista, salvo expressa manifestação 
em contrário; 
 - Indeferimento da medida cautelar não significa a declaração da 
constitucionalidade da lei 
- Rito sumário da ADI: art. 12 
 
Decisão e efeitos: 
- Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 22 
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- Julgamento: art. 23 caput – 6 ministros e § único: “Se não for alcançada a maioria 
necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando 
ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a 
fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o 
número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.” 
- efeitos erga omnes e vinculante em relação ao Poder Judiciário e a Administração 
Pública federal, estadual e municipal – art. 102, § 2º, da CF/88 
- não se aplica ao Poder Legislativo: caso contrário significaria o “inconcebível 
fenômeno da fossilização da Constituição” (Ministro Cezar Peluso) 
- Teoria da transcendência dos motivos determinantes: os motivos determinantes 
(ratio decidendi) da decisão do STF possuem efeito vinculante e eficácia erga omnes? 
STF não vem aceitando; Rcl 2.475, 2.990, 10.604; apenas o dispositivo do acórdão que 
possui estes efeitos. 
- Efeitos ex tunc; natureza declaratória; abrandado pelo art. 27 da Lei 9.868/99;”Ao 
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal 
Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela 
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou 
de outro momento que venha a ser fixado.” 
- Efeito represtinatório da legislação anterior; a lei declarada inconstitucional sequer 
possui eficácia revogatória; 
 - Se o legitimado ativo que ajuizou a ADI espera que o STF analise também a 
constitucionalidade da lei que voltará a ter vigência (lei “revogada”), terá de 
expressamente fazer o pedido; caso não o faça, e a lei que voltará a viger também for 
inconstitucional, o STF não conhece a ADI: 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: 
EFEITO REPRISTINATÓRIO: NORMA ANTERIOR COM O MESMO VÍCIO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. I. - No caso de ser declarada a 
inconstitucionalidade da norma objeto da causa, ter-se-ia a repristinação 
de preceito anterior com o mesmo vício de inconstitucionalidade. Neste 
caso, e não impugnada a norma anterior, não é de se conhecer da ação 
direta de inconstitucionalidade. Precedentes do STF. II. - ADIn não 
conhecida. (ADI 2574, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, 
julgado em 02/10/2002, DJ 29-08-2003 PP-00017 EMENT VOL-02121-04 
PP-00782) 
 
 - Assim, o legitimado deve impugnar todo o “complexo normativo”, ou seja, 
tanto as normas revogadoras quanto as normas revogadas. O limite temporal de 
impugnação do complexo normativo é até o surgimento da atual Constituição: 
 
 
- Coisa julgada inconstitucional: A decisão que declara a inconstitucionalidade não 
desconstitui por si só uma decisão transitada em julgado em que foi aplicada a lei 
inconstitucional; a desconstituição deve ser feita por meio de ação rescisória dentro do 
prazo previsto na lei processual; assim, caso o prazo já tenha transcorrido, operou-se a 
coisa soberanamente julgada e não se desconstitui mais essa decisão, ainda que 
fundamentada em norma inconstitucional 
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“(...)- A sentença de mérito transitada em julgado só pode ser 
desconstituída mediante ajuizamento de específica ação autônoma deimpugnação (ação rescisória) que haja sido proposta na fluência do prazo 
decadencial previsto em lei, pois, com o exaurimento de referido lapso 
temporal, estar-se-á diante da coisa soberanamente julgada, insuscetível 
de ulterior modificação, ainda que o ato sentencial encontre fundamento 
em legislação que, em momento posterior, tenha sido declarada 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, quer em sede de controle 
abstrato, quer no âmbito de fiscalização incidental de 
constitucionalidade. - A superveniência de decisão do Supremo Tribunal 
Federal, declaratória de inconstitucionalidade de diploma normativo 
utilizado como fundamento do título judicial questionado, ainda que 
impregnada de eficácia “ex tunc” - como sucede, ordinariamente, com os 
julgamentos proferidos em sede de fiscalização concentrada (RTJ 87/758 - 
RTJ 164/506-509 - RTJ 201/765) -, não se revela apta, só por si, a 
desconstituir a autoridade da coisa julgada, que traduz, em nosso sistema 
jurídico, limite insuperável à força retroativa resultante dos 
pronunciamentos que emanam, “in abstracto”, da Suprema Corte. 
Doutrina. Precedentes (...). - (RE 592912 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE 
MELLO, Segunda Turma, julgado em 03/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO 
DJe-229 DIVULG 21-11-2012 PUBLIC 22-11-2012) 
 
Inconstitucionalidade por arrastamento, atração, reverberação, consequente: 
determinada norma ou dispositivo é julgado inconstitucional, as normas ou 
dispositivos que possuem relação com aquele também serão invalidados; não é 
preciso haver pedido expresso na inicial 
 - Arrastamento no plano vertical: determinada norma de Constituição Estadual 
é julgada inconstitucional implica o reconhecimento de nulidade das normas inferiores 
que se fundavam naquele disposto. 
 
Inconstitucionalidade progressiva, lei ainda constitucional, declaração de 
constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade: a norma 
“ainda” é constitucional em decorrência de uma situação fática atual que tende a 
desaparecer: 
 Exemplos: a) prazo em dobro para a Defensoria Pública no processo penal 
“EMENTA: - Direito Constitucional e Processual Penal. Defensores Públicos: 
prazo em dobro para interposição de recursos (§ 5 do art. 1 da Lei n 1.060, 
de 05.02.1950, acrescentado pela Lei n 7.871, de 08.11.1989). 
Constitucionalidade. "Habeas Corpus". Nulidades. Intimação pessoal dos 
Defensores Públicos e prazo em dobro para interposição de recursos. 1. 
Não é de ser reconhecida a inconstitucionalidade do § 5 do art. 1 da Lei n 
1.060, de 05.02.1950, acrescentado pela Lei n 7.871, de 08.11.1989, no 
ponto em que confere prazo em dobro, para recurso, às Defensorias 
Públicas, ao menos até que sua organização, nos Estados, alcance o nível 
de organização do respectivo Ministério Público, que é a parte adversa, 
como órgão de acusação, no processo da ação penal pública.(...) (HC 
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70514, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, julgado em 
23/03/1994, DJ 27-06-1997 PP-30225 EMENT VOL-01875-03 PP-00450)” 
 
b) ação civil “ex delicto” ajuizada pelo MP – art. 68 do CPP 
 
“EMENTA: Ministério Público: legitimação para promoção, no juízo cível, do 
ressarcimento do dano resultante de crime, pobre o titular do direito à 
reparação: C. Pr. Pen., art. 68, ainda constitucional (cf. RE 135328): 
processo de inconstitucionalização das leis. (...).2. No contexto da 
Constituição de 1988, a atribuição anteriormente dada ao Ministério 
Público pelo art. 68 C. Pr. Penal - constituindo modalidade de assistência 
judiciária - deve reputar-se transferida para a Defensoria Pública: essa, 
porém, para esse fim, só se pode considerar existente, onde e quando 
organizada, de direito e de fato, nos moldes do art. 134 da própria 
Constituição e da lei complementar por ela ordenada: até que - na União 
ou em cada Estado considerado -, se implemente essa condição de 
viabilização da cogitada transferência constitucional de atribuições, o art. 
68 C. Pr. Pen. será considerado ainda vigente: é o caso do Estado de São 
Paulo, como decidiu o plenário no RE 135328. “(RE 147776, Relator(a): 
Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 19/05/1998, DJ 
19-06-1998 PP-00009 EMENT VOL-01915-01 PP-00136) 
 
Técnicas de decisão: 
- Inicialmente, o STF não distinguia estas duas técnicas de decisão, mas hoje diferencia 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO CONFORME A 
CONSTITUIÇÃO 
DECLARAÇÃO PARCIAL DE 
INCONSTITUCIONALIDADE SEM REDUÇÃO 
DE TEXTO 
Normas polissêmicas ou 
plurissignificativas, ou seja, aquelas que 
permitem diversas interpretações. Entre 
as interpretações, deve-se adotar aquela 
que se ajuste à Constituição. 
Excluem-se determinadas hipóteses de 
interpretação da norma. 
 
Considera-se inconstitucional 
determinada hipótese de aplicação da lei, 
sem alterar seu texto. 
Excluem-se determinadas hipóteses de 
aplicação da norma 
Tribunal julga parcialmente procedente 
para declarar inconstitucionais os 
sentidos que não são compatíveis com a 
Constituição. 
Tribunal julga parcialmente procedente 
para declarar inconstitucionais os casos 
em que a norma for aplicada. 
 
- Declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade: a situação que 
ensejou a propositura da ação encontra-se consolidada de tal modo que reconhecer a 
nulidade da norma agravaria o estado de inconstitucionalidade. 
 Exemplo: criação de municípios sem observância do art. 18, § 4º, CF/88 
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“(...) 1. O Município foi efetivamente criado e assumiu existência de fato, 
como ente federativo. 2. Existência de fato do Município, decorrente da 
decisão política que importou na sua instalação como ente federativo 
dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de caráter 
institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e 
acolhimento da força normativa dos fatos. 3. Esta Corte não pode limitar-
se à prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, 
situação consolidada --- embora ainda não jurídica --- não pode ser 
desconsiderada. 4. A exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto 
que o impedimento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de 
Municípios, desde a promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 
de setembro de 1.996, deve-se à ausência de lei complementar federal. 5. 
Omissão do Congresso Nacional que inviabiliza o que a Constituição 
autoriza: a criação de Município. A não edição da lei complementar dentro 
de um prazo razoável consubstancia autêntica violação da ordem 
constitucional. (...) 10. O princípio da segurança jurídica prospera em 
benefício da preservação do Município. 11. Princípio da continuidade do 
Estado. (...) Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem 
pronúncia de sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente para 
declarar a inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo 
prazo de 24 meses, Lei n. 6.893, de 28 de janeiro de 1.998, do Estado do 
Mato Grosso. (ADI 3316, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, 
julgado em 09/05/2007, DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 
DJ 29-06-2007 PP-00021 EMENT VOL-02282-03 PP-00538 RCJ v. 21, n. 135, 
2007, p. 101-102) 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) 
 
Origem: EC 03/93; art. 102, I, “a”, CF/88 
 
Objetivo: Solucionar a dúvida ou incerteza existente a respeito da constitucionalidade 
da lei ou ato normativo federal surgida em relevante controvérsia judicial; 
 
Legitimidade: 
- antes da EC 45/04 – P.R., Mesas da Câmara e Senado e PGR; 
- EC 45/04 – os mesmos da ADI com a pertinência temática 
 
Competência: STF 
 
Parâmetro: toda a CF 
 
Objeto: lei ou ato normativo federal 
 
Procedimento: Lei 9.868/99 
- Indeferimento liminar da inicial: art. 15; cabe agravo: art. 15, §único 
- AGU não é ouvido; 
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- Medida cautelar: art. 21 O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absolutade seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de 
constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais 
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato 
normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. 
 
Decisão e efeitos 
- O mesmo quanto dito sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade, uma vez que a 
ADI e a ADC são ações dúplices ou ambivalentes, ações com sinais trocados. Assim os 
efeitos do indeferimento de uma ADC são os mesmos que o deferimento de uma ADI e 
vice-versa. 
 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO 
 
Objetivo: combater a síndrome de inefetividade das normas constitucionais de eficácia 
limitada 
Fiscalização abstrata de omissões 
Inovação da CF/88 
Previsão: art. 103, § 2º, CF/88 e Lei 12.063/2009 (alterou a Lei 9.868/99) 
 
Legitimidade: art. 103 da CF/88 
 
 Legitimados universais: Presidente da República, Mesa do Senado Federal, 
Mesa da Câmara dos Deputados, PGR, Conselho Federal da OAB e partido político com 
representação no CN 
 
 Legitimados não-universais ou especiais: precisam demonstrar pertinência 
temática (interesse de agir: relação lógica entre a questão do ato normativo e os 
interesses defendidos pelos legitimados); Governador, Mesa da Assembleia Legislativa, 
confederação sindical e entidades de classe de âmbito nacional. 
 
 
Competência: 
 STF – para omissão de medida para tornar efetiva norma da Constituição 
Federal, pouco importando ser medida de incumbência da União, estados, municípios. 
 
 TJ – é possível existir a ADI por omissão no âmbito estadual em face de omissão 
de medida para tornar efetiva norma da Constituição do Estado. 
 
 
Espécies de omissão: 
 
 - Total/formal/absoluta 
 - Parcial 
 - propriamente dita: a lei existe, mas regula de forma deficiente; Ex: 
valor do salário mínimo; 
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 - relativa: a lei existe e outorga determinado benefício a uma categoria e 
deixa de concedê-lo a outra; 
 
Objeto: omissão de medida de cunho normativo. 
 
Procedimento: 
- Indeferimento liminar da inicial: art. 12-C; cabe agravo: art. 12-C, §único 
- Possibilidade do AGU ser ouvido: art. 12-E, § 2º; 
- Medida cautelar: art. 12-F e §1º: Em caso de excepcional urgência e relevância da 
matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o 
disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou 
autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no 
prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). § 1o A medida cautelar 
poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no 
caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de 
procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo 
Tribunal. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
 
Decisão e efeitos: 
- Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 22 
- Julgamento: art. 23 caput e § único; 6 ministros 
 
- Efeitos: art. 12-H: Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do 
disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das 
providências necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
§ 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão 
ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado 
excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e 
o interesse público envolvido. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
 
 
Fungibilidade ADI e ADI omissão – STF aceita ADI 875, 1.987 e 2.727. 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA – Lei 12.562/2011 
 
Origem: representação interventiva, CF/1934 
 
Objetivo: União intervir nos estados e DF a fim de assegurar a observância dos 
princípios constitucionais sensíveis ou recusa do Estado-membro à execução de lei 
federal; art 36, III e art. 34, VII, CF/88; 
 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
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III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de 
recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Art. 2o A representação será proposta pelo Procurador-Geral da República, 
em caso de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da 
Constituição Federal, ou de recusa, por parte de Estado-Membro, à 
execução de lei federal. 
 
 Estados intervirem nos municípios: Lei 5.778/72 
 
Legitimidade: PGR e PGJ 
 
Competência: STF e TJ’s 
 
Objeto: ato normativo, administrativo, concreto ou omissão que viole princípios 
constitucionais sensíveis ou a lei federal que se está recusando a executá-la; 
 
Procedimento 
- Indeferimento liminar da inicial: art. 4º; cabe agravo: art. 4º, §único; 
- Medida liminar: novidade da Lei 12.562/2011; maioria absoluta; art. 5º 
 Conteúdo da liminar: § 2o A liminar poderá consistir na determinação de que 
se suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou 
administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria 
objeto da representação interventiva. 
- AGU e PGR ouvidos: art. 6º, § 1º. 
- Conciliação? Art. 6º, § 2o Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito 
que dá causa ao pedido, utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do 
regimento interno. 
 
Decisão e efeitos: 
- Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 9º 
- Julgamento: art. 10 caput e § único; 6 ministros 
- Decisão irrecorrível e insuscetível de ação rescisória; 
- Presidente do STF “requisita” intervenção ao Presidente da República que deve 
cumprir, sob pena de crime de desobediência; Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a 
comunicação às autoridades ou aos órgãos responsáveis pela prática dos atos 
questionados, e, se a decisão final for pela procedência do pedido formulado na 
representação interventiva, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, publicado o 
acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do Presidente da República para, no prazo 
improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1o e 3o do art. 36 da 
Constituição Federal. 
- Decreto do P.R. art. 36, §§ 1º e 3º 
 
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as 
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será 
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submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia 
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 
 
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a 
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o 
decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa 
medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 
 
 
 
 
 
AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) 
 
Criação da CF/88 – art. 102, § 1º 
Regulamentada pela Lei 9.882/99. 
 
Caráter subsidiário: “art. 4º § 1o Não será admitida argüição de descumprimento de 
preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a 
lesividade.” 
 
Parâmetro: 
- Preceitos fundamentais: normas constitucionais (norma-regra e norma-princípio) que 
representam os valores supremos de uma sociedade, o núcleo da constituição, o que 
ela tem de mais relevante, o seu espírito. 
 
1- Princípios Fundamentais – Título I da CF/88, arts. 1º ao 4º; 
2- Direitos e garantias fundamentais; 
3- Princípios constitucionais sensíveis – art. 34, incisso VII, CF/88 
4- Cláusula Pétreas – art. 60, § 4º. 
 
Objeto: 
- Descumprimento: 
a) Conceito amplíssimo: atos e omissões públicos ou privados, normativos, 
concretos; 
b) Conceito amplo: atos e omissões do poder público, normativos ou não, 
concretos, decisões judiciais;c) Conceito reduzido: atos legislativos 
 
 
- A Lei nº 9.882/99 adotou o conceito amplo para considerar o que pode ser 
objeto de ADPF. 
 
1- Atos normativos: todos os atos normativos expedidos pelo poder público 
abrangendo tanto os atos normativos legais (rol do art. 59 da CF/88) quanto 
os atos normativos infralegais (decretos, regulamentos de execução, 
portarias, instruções, resoluções, despachos, pareceres normativos), desde 
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que lesivos a preceito constitucional fundamental; inovação no controle 
abstrato de constitucionalidade; 
2- Ato não normativos: atos concretos, atos administrativos, decisões judiciais, 
3- Atos dos municípios: leis municipais, atos concretos, atos administrativos; 
4- Atos anteriores à CF/88 
 
02 ritos: 
a) Principal ou autônoma: processo de natureza objetiva; independe da existência 
de controvérsia constitucional relevante em outros juízos; controle 
concentrado principal; 
b) Incidental: processo de natureza subjetivo-objetiva; arguição diretamente no 
STF para solucionar controvérsia constitucional relevante que esteja em 
discussão em qualquer juízo ou tribunal sobre aplicação de lei ou ato do poder 
público questionado em face de preceito fundamental; controle “misto” de 
constitucionalidade – 1) abstrato por importar em declaração de 
inconstitucionalidade com efeito vinculante e erga omnes 2) concreto pois 
surgiu a partir de uma controvérsia constitucional relevante discutida no 
âmbito dos tribunais e juízes; 
OBS: De fato, o principal objetivo da arguição incidental é possibilitar uma 
decisão antecipada do STF sobre questões constitucionais relevantes discutidas 
em diversos processos pelo país que só chegariam a seu conhecimento muito 
tempo depois por meio de recurso extraordinário. 
 
 
 
Legitimidade: 
- Os mesmos da ação direta; art. 2º, inciso I, Lei 9.882/99; pertinência temática para os 
legitimados não universais. 
- Inciso II, do art. 2º - VETADO: “Art. 2o Podem propor argüição de descumprimento de 
preceito fundamental: II - qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do Poder 
Público.” 
 
Competência 
- STF 
- ADPF estadual? Pode. Ex: Questão 2ª fase da OAB – VIII Exame de Ordem Unificado; 
Constituições de Alagoas e Rio Grande do Norte. 
 
Procedimento: 
- Indeferimento liminar da inicial: art. 4º; cabe agravo: 4º, § 2º 
- AGU, em regra, não é ouvido; pode ser ouvido na análise do pedido liminar: art. 5º, § 
2º. 
- Medida liminar: Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta 
de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de 
descumprimento de preceito fundamental.§ 3o A liminar poderá consistir na 
determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os 
efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a 
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matéria objeto da argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se 
decorrentes da coisa julgada. 
 Caráter vinculante da medida liminar: 
 
"(...) a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, tratando-se de 
provimento cautelar outorgado em sede de controle abstrato, quer se cuide 
de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de 
constitucionalidade ou, ainda, de argüição de descumprimento de preceito 
fundamental, tem atribuído, a tais medidas, caráter vinculante (...)" (Rcl 
6.064-MC, rel. min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 
20-5-2008, DJE de 29-5-2008.) 
 
Decisão e efeitos 
- Quórum de instalação: mínimo de 08 ministros – art. 8º 
- Julgamento: 6 ministros 
- efeitos erga omnes e vinculante em relação ao demais órgãos do Poder Público – art. 
10, § 3º 
- Efeitos ex tunc; natureza declaratória; abrandado pelo art. 11; 
 
Fungibilidade ADPF e ADI 
 
“(...) 1. O ato normativo impugnado é passível de controle concentrado de 
constitucionalidade pela via da ação direta. Precedente: ADI 349, rel. Min. 
Marco Aurélio. Incidência, no caso, do disposto no art. 4º, § 1º, da Lei nº 
9.882/99; 2. Questão de ordem resolvida com o aproveitamento do feito 
como ação direta de inconstitucionalidade, ante a perfeita satisfação dos 
requisitos exigidos à sua propositura (legitimidade ativa, objeto, 
fundamentação e pedido), bem como a relevância da situação trazida aos 
autos, relativa a conflito entre dois Estados da Federação.(ADPF 72 QO, 
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 01/06/2005, DJ 
02-12-2005 PP-00002 EMENT VOL-02216-1 PP-00001 LEXSTF v. 28, n. 325, 
2006, p. 170-175) 
 
“EMENTAS: 1. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Impropriedade 
da ação. Conversão em Argüição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental - ADPF. Admissibilidade. Satisfação de todos os requisitos 
exigidos à sua propositura. Pedido conhecido como tal. Aplicação do 
princípio da fungibilidade. Precedentes. É lícito conhecer de ação direta de 
inconstitucionalidade como argüição de descumprimento de preceito 
fundamental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade 
desta, em caso de inadmissibilidade daquela. 2. (...)” (ADI 4180 MC-REF, 
Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2010, 
DJe-67 DIVULG 15-04-2010 PUBLIC 16-04-2010 REPUBLICAÇÃO: DJe-159 
DIVULG 26-08-2010 PUBLIC 27-08-2010 EMENT VOL-02412-01 PP-00079 RT 
v. 99, n. 901, 2010, p. 124-128) 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL 
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Difuso-incidental: 
- qualquer juiz ou tribunal podem exercer simultaneamente a jurisdição constitucional 
federal, defesa da CF contra atos normativos municipais, estaduais e federais e a 
jurisdição constitucional estadual, defesa da CE contra atos normativos estaduais e 
municipais. 
- OBS: não existe a possibilidade de controle de constitucionalidade de lei federal em 
face da Constituição Estadual, pois não há se falar em hierarquia entre estes dois 
diplomas; cuida-se, apenas, de repartição de competência estabelecida pela 
Constituição Federal. Assim, se determinada lei federal trata de matéria de 
competência dos estados, estará violando a própria CF. 
 
- Eficácia inter-partes: 
Possibilidade de se atribuir competência às Assembleias Legislativas e às 
Câmaras de Vereadores para suspender a execução do ato normativo estadual ou 
municipal declarado inconstitucional em face da CE, obtendo-se, assim, efeito erga 
omnes. 
 
 
Concentrado-principal: 
 
art. 125, § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de 
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da 
Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único 
órgão. 
 
- TJ’s podem julgar: ADI, ADC, ADI por omissão, ADPF, ADI Interventiva de lei ou ato 
normativo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual. 
 
- ADI estadual: 3 situações 
 1- Norma estadual que repete norma da Constituição Federal 
 - norma de reprodução: o estado está obrigado a observar; competência 
do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o STF (aqui a decisão do RE 
possui efeito erga omnes) 
 
 - norma de imitação: competência do TJ; irrecorrível 
 
2- ADI’s simultâneas no TJ e STF: suspende-se a ADI do TJ até julgamento da 
ADI no STF; não há continência ou litispendência; 
 
3- ADI no TJ impugnando lei ou ato normativo estadual em face de norma da 
Constituição estadual repetida da CF: 
 - competência do TJ com possibilidade de Recurso Extraordinário para o 
STF (aqui a decisão do RE possui efeito erga omnes); 
 - OBS: o TJ só pode realizar o controle tendo como paradigma a 
Constituição estadual, jamais a CF, sob pena de usurpação de competência do 
STF. 
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- 125, § 2º: vedação de se atribuir legitimação para manejar as ações de 
constitucionalidade a um único órgão. Pode ampliar o rol: 
 
EMENTA: 1. Recurso extraordinário e prequestionamento.

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