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M VALVAS CARDÍACAS Conforme cada câmara do coração se contrai, um volume de sangue é impelido para cada ventrículo, ou para fora do coração. As valvas cardíacas abrem e fecham em resposta às alterações de pressão quando o coração contrai e relaxa. O fechamento dessas valvas impede o refluxo do sangue (TORTORA). Valvas Atrioventriculares Quando uma valva atrioventricular está aberta, as extremidades arredondadas das válvulas se projetam em direção ao ventrículo. O sangue passa dos átrios para os ventrículos através das valvas quando a pressão nos átrios é maior que a pressão ventricular (TORTORA). A valva atrioventricular direita tem três cúspides (válvulas) e é chamada de tricúspide. A direita possui dois cúspides (válvulas) e é chamada de bicúspide ou mitral (SEELEY). Cada ventrículo contém músculos papilares que estão ligados às cúspides (válvulas) por cordas de tecidos conjuntivos chamadas cordas tendíneas. Os músculos papilares contraem quando os ventrículos contraem e impedem as válvulas de abrirem para os átrios, retraindo as cordas tendíneas que estão ligadas às cúspides (válvulas) das valvas. O canal atrioventricular se fecha quando as cúspides (válvulas) atrioventriculares se tocam (SEELEY). Valvas Semilunares As valvas do tronco pulmonar e da aorta são as valvas semilunares. Cada valva é formada por três cúspides (válvulas) semilunares em forma de bolsa, em que as extremidades interiores livres se encontram no centro da artéria para bloquear a passagem do sangue (SEELEY). Quando aberta, as margens livres das válvulas se projetam para o lume das artérias (TORTORA). O sangue que sai dos ventrículos pressiona cada válvula, forçando-a a se abrir; mas quando o sangue reflui da aorta ou da artéria pulmonar para os ventrículos – no momento que os ventrículos relaxam e a pressão nas artérias fica maior (TORTORA) --, ele entra nas bolsas das cúspides (válvulas) forçando-as a fechar-se e impedindo o refluxo do sangue para os ventrículos (SEELEY). RESUMO APG 8 – VALVAS CARDÍACAS Resumo por Camila Keller, Turma VI FASAI OBS¹: Não existem valvas guarnecendo as junções entre as veias cavas e o átrio direito ou as veias pulmonares e o átrio esquerdo. À medida que os átrios se contraem, um pequeno volume de sangue flui de volta dos átrios para esses vasos. No entanto, o fluxo retrógado é minimizado pois conforme o músculo atrial se contrai, comprime e quase colapsa os pontos venosos de entrada. (TORTORA) BULHAS CARDÍACAS Ausculta é o ato de ouvir os sons no interior do corpo e é geralmente realizado com um estetoscópio. O som do batimento cardíaco se origina da turbulência do sangue produzida pelo fechamento das valvas do coração, pois o sangue que flui suavemente, sem turbulência, é silencioso. (TORTORA) Durante cada ciclo cardíaco, há quatro bulhas cardíacas, mas em um coração normal apenas B1 e B2 podem ser escutadas com um estetoscópio. (TORTORA) A B1, descrita como um som de tum, é mais alta e um pouco mais longa que a segunda bulha. É produzida pela turbulência do sangue associada ao fechamento das valvas atrioventriculares, logo após o início da sístole ventricular. (TORTORA) B2 é mais curta e não tão alta, descrita como um som de tá. É produzida pela turbulência do sangue associada ao fechamento das valvas semilunares, no início da diástole ventricular. (TORTORA) B1 e B2 são mais bem auscultadas na superfície do tórax em locais que são ligeiramente diferentes das localizações das valvas. Isso ocorre porque o som é conduzido pelo fluxo sanguíneo para longe das valvas. (TORTORA) OBS²: Na primeira bulha cardíaca, o encerramento das válvulas não é o que provoca o som, pois o sangue entre os folhetos valvares amortece esse choque. Em vez disso, a causa dos sons é a vibração das valvas retesadas imediatamente após o fechamento, junto com a vibração das paredes adjacentes do coração e dos grandes vasos em torno dele. (GUYTON) DISTÚBIOS DAS VALVAS CARDÍACAS Estenoses Um estreitamento da abertura de uma valva do coração que restringe o fluxo do sangue é conhecido como estenose; a falha no fechamento completo de uma valva é denominada insuficiência ou incompetência. A estenose mitral é o estreitamento ou a insuficiência da valva atrioventricular esquerda. Uma causa dessa insuficiência, na qual ocorre o refluxo do sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo, é o prolapso mitral. Nesse prolapso, uma ou ambas as válvulas da valva atrioventricular esquerda se projetam no átrio esquerdo durante a contração ventricular. Esse prolapso afeta cerca de 30% da população, é mais prevalente em mulheres e nem sempre representa uma ameaça grave à saúde. Na estenose aórtica, a valva da aorta é estreitada, e na insuficiência aórtica ocorre o fluxo retrógrado da aorta para o ventrículo esquerdo (TORTORA). Febre reumática Certas doenças infecciosas danificam ou destroem as valvas do coração, por exemplo a febre reumática (TORTORA). A febre reumática é a maior causa de lesões valvulares. É uma doença autoimune onde as valvas cardíacas têm probabilidade de serem lesadas ou destruídas. Geralmente é provocada pela toxina estreptocócica. Como a válvula mitral recebe mais trauma durante a ação valvular, é a primeira a ser mais seriamente lesionada, e a valva aórtica é a segunda. As valvas do lado direito são afetadas de forma muito menos grave. As lesões da febre reumática aguda ocorrem, com frequência, simultaneamente em folhetos valvares adjacentes, de modo que as bordas desses folhetos ficam presas umas às outras. Dessa forma, com o tempo as lesões se transformam em tecido cicatricial, fundindo partes dos folhetos valvares adjacentes (GUYTON). OBS³: Em casos de necessidade, as valvas podem ser substituídas cirurgicamente. As valvas podem ser fornecidas por doadores humanos ou suínos e podem ainda ser mecânicas. A valva da aorta é a mais frequentemente substituída (TORTORA). SOPROS CARDÍACOS Muitas bulhas cardíacas anormais, conhecidas como sopros cardíacos, ocorrem quando existem anormalidades das valvas. (GUYTON) Sopro sistólico da Estenose Aórtica Em pessoas com estenose aórtica, o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo através de apenas uma pequena abertura fibrosa. Devido a resistência à ejeção, algumas vezes a pressão do ventrículo esquerdo se eleva muito, enquanto a pressão da aorta ainda está normal. Isso causa um efeito de esguicho durante a sístole, com o sangue jorrando com uma velocidade enorme pela pequena abertura da valva. Esse fenômeno provoca grande turbulência do sangue na raiz da aorta. O sangue turbulento, colidindo com as paredes da aorta, provoca intensa vibração, e um sopro de grande amplitude ocorre. As vibrações sonoras são tão fortes que podem ser ouvidas a vários centímetros de distância do paciente. (GUYTON) Sopro diastólico da Regurgitação Aórtica Na regurgitação aórtica, é ouvido um som anormal apenas durante a diástole, pois o sangue reflui da aorta sob alta pressão para o ventrículo esquerdo, produzindo o sopro. Esse sopro resulta da turbulência do sangue, jorrando de modo retrógrado para o sangue presente no ventrículo esquerdo diastólico, sob baixa pressão. (GUYTON) Sopro sistólico da Regurgitação Mitral Nas pessoas com regurgitação mitral, o sangue reflui pela valva mitral para o átrio esquerdo durante a sístole. Esse fluxo retrógrado produz um som sibilante similar ao da regurgitação aórtica, mas que ocorre durante a sístole em vez de na diástole.Ele é transmitido com mais intensidade para o átrio esquerdo. Todavia, devido a localização profunda do átrio esquerdo no tórax, é difícil escutar esse som de modo direto sobre o átrio. Ele é transmitido para a parede torácica, principalmente pelo ventrículo esquerdo até o ápice do coração. (GUYTON) Sopro diastólico da Estenose Mitral Nas pessoas com estenose mitral, o sangue passa com dificuldade do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva mitral estenosada e, como a pressão do átrio esquerdo não se eleva muito, não se desenvolve grande diferencial de pressão que force o sangue dele para o ventrículo esquerdo. Por isso os sons anormais ouvidos na estenose mitral são, em geral, fracos e de frequência muito baixa, de modo que a maioria está abaixo da audição humana. (GUYTON) Durante a parte inicial da diástole, o ventrículo esquerdo com valva mitral estenosada contém muito pouco sangue em seu interior e suas paredes estão tão frouxas que o sangue não reverbera de um lado para outro. Por isso, mesmo em pessoas com estenose mitral grave, é possível que nenhum sopro seja ouvido durante uma parte da diástole. Depois do enchimento parcial do ventrículo, o sangue reverbera e surge um sopro baixo e surdo. (GUYTON) OBS4: As alterações da ausculta cardíaca mais comuns na infância são os sopros. O sopro cardíaco inocente é a alteração da ausculta que ocorre na ausência de anormalidade anatômica e/ou funcional do sistema cardiovascular. 50% a 70% das crianças terão, em algum momento da infância e adolescência, uma alteração auscultatória que será reconhecida como sopro. (AVALIAÇÃO DO SOPRO CARDÍACO NA INFÂNCIA) REFERÊNCIAS: Princípios da anatomia humana – Tortora Tratado de fisiologia médica – Guyton e Hall Anatomia e fisiologia – Seeley Avaliação do sopro cardíaco na infância – Maria Elisabeth Kobinger. 2003.
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