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APG 08 - Valvas Cardíacas e Sopros Cardíacos

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1 
 
Esqueleto fibroso do coração 
↠ Além do tecido muscular cardíaco, a parede do 
coração também contém tecido conjuntivo denso que 
forma o esqueleto fibroso do coração. (TORTORA, 14ª 
ed.) 
↠ O esqueleto fibroso é constituído por quatro anéis de 
tecido conjuntivo denso que circundam as valvas 
cardíacas, unidos um ao outro, e que se fundem ao septo 
interventricular. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ Além de formar uma base estrutural para as valvas 
cardíacas, o esqueleto fibroso evita o estiramento 
excessivo das valvas enquanto o sangue passa por elas. 
Também serve como um ponto de inserção para os 
feixes de fibras musculares cardíacas e atua como um 
isolante elétrico entre os átrios e ventrículos. (TORTORA, 
14ª ed.) 
 
 
Valvas cardíacas 
↠ As cúspides das válvulas cardíacas consistem em 
folhetos finos de tecido fibroso flexível, resistente e 
revestido por endotélio, que estão firmemente aderidos 
à base dos anéis fibrosos das válvulas. O movimento das 
cúspides valvares é essencialmente passivo, e a 
orientação das válvulas cardíacas é responsável pelo fluxo 
unidirecional do sangue pelo coração. (BERNY & LEVY) 
↠ As valvas se abrem e fecham em resposta às 
mudanças de pressão conforme o coração se contrai e 
relaxa. (TORTORA, 14ª ed.) 
 
VÁLVULAS ATRIOVENTRICULARES 
↠ A válvula tricúspide, localizada entre o átrio direito e o 
ventrículo direito, é formada por três cúspides. (BERNE & 
LEVY, 6ª ed.) 
↠ A válvula mitral, encontrada entre o átrio esquerdo e 
o ventrículo esquerdo, tem duas cúspides. (BERNE & 
LEVY, 6ª ed.) 
↠ A área total das cúspides de cada válvula AV é 
aproximadamente o dobro do respectivo orifício AV, e 
assim ocorre sobreposição considerável dos folhetos 
quando as válvulas se encontram na posição fechada. 
(BERNE & LEVY, 6ª ed.) 
↠ Conectados às terminações livres das válvulas existem 
ligamentos finos e resistentes (cordas tendíneas) que se 
originam dos músculos papilares do ventrículo respectivo. 
Esses ligamentos impedem a eversão das válvulas 
durante a sístole ventricular. No coração normal, os 
folhetos valvulares permanecem relativamente juntos 
durante o enchimento ventricular. (BERNE & LEVY, 6ª ed.) 
 
↠ As cordas tendíneas fixam-se às margens livres e às 
superfícies ventriculares das válvulas anterior, posterior e 
septal, de forma semelhante à fixação das cordas em um 
@jumorbeck 
 
2 
 
paraquedas. As cordas tendíneas originam-se dos ápices 
dos músculos papilares, que são projeções musculares 
cônicas com bases fixadas à parede ventricular. (MOORE, 
7ª ed.) 
↠ Três músculos papilares no ventrículo direito 
correspondem às válvulas da valva atrioventricular direita: 
(MOORE, 7ª ed.) 
➢ O músculo papilar anterior, o maior e mais 
proeminente dos três, origina-se da parede 
anterior do ventrículo direito; suas cordas 
tendíneas se fixam nas válvulas anterior e 
posterior da valva atrioventricular direita 
➢ O músculo papilar posterior, menor do que o 
músculo anterior, pode ter várias partes; origina-
se da parede inferior do ventrículo direito, e suas 
cordas tendíneas se fixam nas válvulas posterior 
e septal da valva atrioventricular direita 
➢ O músculo papilar septal origina-se do septo 
interventricular, e suas cordas tendíneas se 
fixam às válvulas anterior e septal da valva 
atrioventricular direita. 
FUNÇÃO DOS MÚSCULOS PAPILARES: 
↠ Os músculos papilares contraem-se ao mesmo tempo 
que as paredes dos ventrículos, mas ao contrário do que 
seria esperado não ajudam as valvas a se fechar. 
(GUTYON & hall, 13ª ed.) 
↠ Eles puxam as extremidades das valvas em direção 
aos ventrículos para evitar que as valvas sejam muito 
abauladas para trás, em direção aos átrios, durante a 
contração ventricular. (GUTYON & hall, 13ª ed.) 
↠ Se a corda tendínea se romper, ou um dos músculos 
papilares ficar paralisado, a valva se abaúla muito para trás 
durante a sístole, às vezes tanto que permite grave 
refluxo. (GUTYON & hall, 13ª ed.) 
 
 
VÁLVULAS SEMILUNARES 
↠ As válvulas pulmonar e aórtica estão localizadas entre 
o ventrículo direito e a artéria pulmonar e entre o 
ventrículo esquerdo e a aorta, respectivamente. (BERNE 
& LEVY, 6ª ed.) 
↠ Essas válvulas consistem em três cúspides em forma 
de taça, conectadas aos anéis valvulares. (BERNE & LEVY, 
6ª ed.) 
↠ São constituídas por tecido fibroso especialmente 
forte, mas ainda assim muito flexível para suportar o 
estresse físico adicional. (GUTYON & hall, 13ª ed.) 
↠ As altas pressões nas artérias, ao final da sístole, fazem 
com que as valvas sejam impelidas, de modo repentino, 
de volta à posição fechada. (GUTYON & hall, 13ª ed.) 
↠ Por terem aberturas menores, a velocidade da ejeção 
do sangue através das valvas aórtica e pulmonar é muito 
maior que pelas valvas A-V, bem maiores. (GUTYON & 
hall, 13ª ed.) 
OBS.: Por causa da abertura e do fluxo rápidos, as extremidades 
das valvas semilunares estão sujeitas a abrasões mecânicas 
muito maiores do que as valvas A-V. (GUTYON & hall, 13ª ed.) 
↠ A margem de cada válvula é mais espessa na região 
de contato, formando a lúnula; o ápice da margem livre 
angulada é ainda mais espesso, formando o nódulo. 
(MOORE, 7ª ed.) 
↠ Imediatamente superior a cada válvula semilunar, as 
paredes das origens do tronco pulmonar e da aorta são 
ligeiramente dilatadas, formando um seio. (MOORE, 7ª ed.) 
↠ Os seios da aorta e do tronco pulmonar são os 
espaços na origem do tronco pulmonar e da parte 
@jumorbeck 
 
3 
 
ascendente da aorta entre a parede dilatada do vaso e 
cada válvula semilunar. (MOORE, 7º ed.) 
↠ O sangue presente nos seios e a dilatação da parede 
impedem a adesão das válvulas à parede do vaso, o que 
poderia impedir o fechamento. (MOORE, 7º ed.) 
↠ A abertura da artéria coronária direita é no seio da 
aorta direito, a abertura da artéria coronária esquerda é 
no seio da aorta esquerdo, e nenhuma artéria origina-se 
do seio da aorta posterior (não coronário). (MOORE, 7º 
ed.) 
 
Bulhas cardíacas 
↠ O som dos batimentos cardíacos é decorrente 
principalmente da turbulência do sangue causada pelo 
fechamento das valvas cardíacas. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ Durante cada ciclo cardíaco, existem quatro bulhas 
cardíacas, mas em um coração normal apenas a primeira 
e a segunda bulhas cardíacas (B1 e B2) são auscultadas 
com um estetoscópio. (TORTORA, 14ª ed.) 
PRIMEIRA BULHA CARDÍACA 
↠ Associada ao fechamento das valvas AV; (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
↠ A primeira bulha (B1), a qual pode ser descrita como 
um som de tum, é mais forte e um pouco mais longa do 
que a segunda bulha.. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ É o mais alto e longo dos sons, tendo qualidade 
crescendo-decrescendo e sendo mais bem ouvido sobre 
a região apical do coração. (BERNE & LEVY, 6ª ed.) 
↠ A causa desses sons é a vibração das valvas retesadas 
imediatamente após o fechamento, junto com a vibração 
das paredes adjacentes do coração e dos grandes vasos 
em torno do coração. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Ocorre durante a sístole ventricular. (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
↠ Duração de cerca de 0,14 segundos. (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
SEGUNDA BULHA CARDÍACA 
↠ Associada ao fechamento abrupto das valvas 
semilunares no final da sístole ventricular. (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
↠ A segunda bulha (B2), que é mais breve e não tão 
forte quanto a primeira, pode ser descrita como um som 
de tá. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ É composta por vibrações de frequência mais alta 
(mais aguda) e é de duração mais curta e de menor 
intensidade 
que a primeira bulha cardíaca. (BERNE & LEVY, 6ª ed.) 
↠ A razão da segunda bulha ser mais breve é que as 
valvas semilunares estão mais retesadas que as valvas AV, 
de modo que vibram por período de tempo mais curto 
que as valvas AV. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ O som da válvula aórtica é geralmente mais alto que 
o da pulmonar, mas nos casos de hipertensão pulmonar 
ocorre o inverso. (BERNE & LEVY, 6ª ed.) 
↠ A natureza do segundo som cardíaco muda com a 
respiração. Durantea expiração apenas um som cardíaco 
é ouvido, que é um reflexo do fechamento simultâneo 
das válvulas pulmonar e aórtica. Entretanto, durante a 
inspiração o fechamento simultâneo da válvula pulmonar 
é atrasado, resultado do aumento do fluxo sanguíneo via 
aumento do retorno venoso induzido pela inspiração. Esse 
evento é conhecido como DESDOBRAMENTO 
FISIOLÓGICO, que é a divisão do som cardíaco. ((BERNE 
& LEVY, 6ª ed.) 
OBS: A segunda bulha cardíaca tem frequência maior que a 
primeira bulha. Isso ocorre devido: o retesamento das valvas 
semilunares ser maior; o maior coeficiente elástico das paredes 
arteriais retesadas que constituem as principais câmaras 
vibratórias para a segunda bulha. 
TERCEIRA BULHA CARDÍACA 
↠ É decorrente da turbulência do sangue durante o 
enchimento ventricular rápido. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ A frequência desse som é, em geral, tão baixa que 
não se pode ouvir; contudo, ele pode, muitas vezes, ser 
registrado no fonocardiograma. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Algumas vezes pode ser ouvida em crianças cujas 
paredes torácicas são finas ou em pacientes com 
insuficiência ventricular esquerda. (BERNE & LEVY, 6ª ed.) 
 
@jumorbeck 
 
4 
 
QUARTA BULHA CARDÍACA 
↠ Ocasionada pela turbulência do sangue durante a 
sístole atrial. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ Esse som ocorre quando os átrios se contraem e, 
presumivelmente, é causado pelo influxo de sangue nos 
ventrículos que desencadeiam vibrações similares às da 
terceira bulha cardíaca. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Pode ser registrada no fonocardiograma, porém ela 
quase nunca pode ser auscultada devido às suas 
amplitudes e às frequências muito baixas. (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
↠ Em pessoas que obtêm benefícios da contração atrial 
para o enchimento ventricular, devido a uma diminuição 
da complacência da parede ventricular e a um aumento 
da resistência ao seu enchimento, é comum uma quarta 
bulha cardíaca. Por exemplo, muitas vezes é ouvida uma 
quarta bulha cardíaca em pacientes idosos com hipertrofia 
ventricular esquerda. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
Ausculta das bulhas cardíacas normais 
 
↠ As áreas para ausculta das diferentes bulhas cardíacas 
não se situam diretamente sobre as próprias valvas. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ A área aórtica se localiza acima, ao longo da aorta, 
devido à transmissão do som pela aorta, e a área 
pulmonar se situa também acima, ao longo da artéria 
pulmonar. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ A área tricúspide se localiza sobre o ventrículo direito, 
e a área mitral, sobre o ápice do ventrículo esquerdo, 
que é a porção cardíaca mais próxima da superfície do 
tórax. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
Lesões valvulares 
LESÕES VALVULARES REUMÁTICAS 
↠ O maior número de lesões valvulares resulta da febre 
reumática. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ A febre reumática é doença autoimune onde as valvas 
cardíacas têm probabilidade de ser lesadas ou destruídas. 
A doença geralmente é provocada pela toxina 
estreptocócica. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
Infecção estreptocócica (estreptococos hemolíticos do 
grupo A) -> Faringite (dor de garganta), escarlatina ou 
infecção do ouvido médio -> Liberam várias proteínas 
diferentes, o corpo logo produz anticorpos -> Os 
anticorpos reagem com tecidos proteicos do corpo -> 
Grave lesão imunológica (Continua a ocorrer enquanto os 
anticorpos persistirem no sangue). (GUYTON & HALL, 13ª 
ed.) 
↠ A febre reumática produz lesões especialmente em 
certas áreas suscetíveis como as valvas cardíacas. O grau 
de lesão valvar cardíaca está diretamente correlacionado 
à concentração e à persistência dos anticorpos. (GUYTON 
& HALL, 13ª ed.) 
↠ Em pessoas com febre reumática, grandes lesões 
hemorrágicas, fibrinosas e bolhosas crescem ao longo das 
cordas inflamadas das valvas cardíacas. (GUYTON & HALL, 
13ª ed.) 
↠ A valva mitral recebe mais trauma durante a ação 
valvular, logo, ela é a primeira a ser mais seriamente 
lesada, e a valva aórtica é a segunda a ser lesada com 
mais frequência. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ As valvas cardíacas direitas, isto é, as valvas tricúspide 
e pulmonar são afetadas, em geral, de forma muito 
menos grave, devido, provavelmente, aos estresses de 
baixa pressão que atuam sobre essas valvas por serem 
leves. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
CICATRIZAÇÃO DAS VALVAS 
↠ Em semanas, meses ou anos, as lesões se 
transformam em tecido cicatricial, fundindo, 
permanentemente, partes dos folhetos valvares 
adjacentes. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ As bordas livres dos folhetos, que em condições 
normais são delgadas e livres para se mover, passam a 
ser, muitas vezes, massas sólidas e fibróticas. (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
@jumorbeck 
 
5 
 
↠ A valva onde os folhetos aderem uns aos outros, de 
forma tão extensa que o sangue não consegue fluir 
normalmente através dela, é dita estar estenosada. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Quando as margens valvares estão muito destruídas 
pelo tecido cicatricial, impedindo seu fechamento 
enquanto os ventrículos se contraem, ocorre 
regurgitação (refluxo) do sangue quando a valva deveria 
estar fechada. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
OUTRAS CAUSAS DE LESÕES VALVARES: estenose, falta de um 
ou mais folhetos, como um defeito congênito. (GUYTON 
& HALL, 13ª ed.) 
Sopros cardíacos 
↠ Muitas bulhas cardíacas anormais, conhecidas como 
“sopros cardíacos”, ocorrem quando existem 
anormalidades das valvas. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Geralmente, os sopros são causados pelo fluxo 
sanguíneo turbulento que pode resultar no estreitamento 
ou vazamento das válvulas cardíacas ou devido a 
passagens anormais de sangue no coração. De acordo 
com a situação fisiológica que leva ao sopro diferentes 
sons são gerados. (OLIVEIRA, 2020) 
↠ Ele pode ser funcional ou fisiológico (sopro inocente), 
ou patológico em decorrência de defeitos no coração. 
(FURLAN et al., 2021) 
↠ Consegue-se distinguir os sopros cardíacos devido à 
sua maior duração. Em idade pediátrica podem-se delinear 
três tipos de sopros: (OLIVEIRA, 2020) 
➢ Sopro inocente: Geralmente, acontece num 
coração bem estruturado e funcional; 
➢ Sopro funcional ou fisiológico: Apesar de não 
apresentar anomalia cardiovascular, encontra-se 
uma modificação hemodinâmica que pode 
alterar o fluxo normal do sangue; 
➢ Sopro patológico ou orgânico: Quando anomalias 
funcionais e estruturais estão presentes no 
sistema cardiovascular. 
↠ Os sopros cardíacos em crianças são extremamente 
comuns e, geralmente, não representam um problema 
de saúde. São mais frequentemente detectados em 
crianças entre os 2 e 4 anos de idade. Estes tipos de 
sopros cardíacos são chamados de sopros cardíacos 
inocentes ou funcionais; muitas vezes, diminuem ou 
desaparecem com o crescimento. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ Embora alguns sopros cardíacos em adultos sejam 
inocentes, com frequência um sopro no adulto indica um 
distúrbio valvar. (TORTORA, 14ª ed.) 
↠ Um sopro cardiovascular deve ser caracterizado de 
acordo com: (PAZIN-FILHO; SCHMIDT; MACIEL, 2004) 
➢ SITUAÇÃO NO CICLO CARDÍACO: 
Sistólicos: começam com a primeira bulha, ou logo depois 
dela, e terminam com a segunda bulha, ou seja, ocorre 
entre a primeira e a segunda bulha. Pode ser subdividido 
em: 
• Protossistólico: ocorre na porção inicial da sístole. 
• Mesossistólico: ocorre no meio da sístole. 
• Telessistólico: ocorre no final da sístole. 
• Holossistólico: ao longo de toda a sístole. 
Diastólicos: ocorre logo depois da segunda bulha. Podem 
ser subdivididos em: 
• Protodiastólico: ocorre na porção inicial da 
diástole. 
• Mesodiastólico: ocorre no meio da diástole. 
• Telediastólico: ocorre no final da diástole. 
• Holodiastólico: ao longo de toda diástole. 
Contínuos: começam na sístole e continuam sem 
interrupção através de B2, até toda a diástole ou parte 
dela. 
➢ INTENSIDADE: 
 
• Grau I é tão fraco que só pode ser ouvido com 
grande esforço. 
• Grau II ainda é um sopro fraco, mas que pode 
ser detectado prontamente. 
• Grau III é um soproproeminente, mas sem 
grande intensidade. 
• Grau IV é um sopro alto e comumente 
acompanhado de frêmito à palpação. 
• Grau V, é um sopro alto e audível mesmo com 
o estetoscópio parcialmente em contato com a 
parede torácica (com o estetoscópio à 45o). 
• Grau VI é de tão alta intensidade que pode ser 
auscultado mesmo com o estetoscópio sem 
estar em contato com a parede torácica. 
↠ É interessante ressaltar que dos graus IV a VI o sopro 
se acompanha de frêmito. 
➢ CONFIGURAÇÃO (FORMA): 
@jumorbeck 
 
6 
 
 
• Crescendo: necessariamente aumenta 
progressivamente de intensidade. 
• Decrescendo: diminui progressivamente de 
intensidade. 
• Crescendo-decrescendo: aumenta até atingir 
um pico máximo e depois declina. 
• Plateau: tem uma intensidade relativamente 
constante durante todo seu curso. 
• Variável: tem intensidade variável. 
CAUSAS DO SOPRO 
Os defeitos das valvas cardíacas são comuns e têm uma 
série de causas, variando de anomalias congênitas e 
genéticas até um suprimento inadequado para as valvas, 
devido a um ataque cardíaco, e uma infecção bacteriana 
do endocárdio. (MARIEB, 2014) 
SOPRO SISTÓLICO DA ESTENOSE AÓRTICA 
↠ Em pessoas com estenose aórtica, o sangue é ejetado 
do ventrículo esquerdo através de apenas uma pequena 
abertura fibrosa da valva aórtica. (GUYTON & HALL, 13ª 
ed.) 
↠ Devido a elevada pressão no VE, surge um efeito de 
esguicho durante a sístole, com o sangue jorrando com 
velocidade enorme pela pequena abertura da valva. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Esse fenômeno provoca grande turbulência do sangue 
na raiz da aorta. O sangue turbulento, colidindo contra as 
paredes da aorta, provoca intensa vibração, e o sopro de 
grande amplitude ocorre durante a sístole e é transmitido 
para toda a aorta torácica superior e mesmo para as 
grandes artérias do pescoço. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Esse som é áspero e, em pessoas com estenose 
grave, pode ser tão alto a ponto de ser ouvido a vários 
centímetros de distância do paciente. (GUYTON & HALL, 
13ª ed.) 
↠ As vibrações sonoras podem, muitas vezes, ser 
sentidas com a mão na parte superior do tórax e na parte 
inferior do pescoço, fenômeno referido como “frêmito”. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
SOPRO DIASTÓLICO DA REGURGITAÇÃO AÓRTICA 
↠ Durante a diástole o sangue reflui da aorta sob alta 
pressão para o ventrículo esquerdo, produzindo sopro 
“semelhante ao vento”, com tom relativamente agudo de 
natureza. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Sibilante, ouvido maximamente sobre o ventrículo 
esquerdo. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Esse sopro resulta da turbulência do sangue, jorrando 
de modo retrógrado para o sangue presente no 
ventrículo esquerdo diastólico, sob baixa pressão. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
SOPRO SISTÓLICO DA REGURGITAÇÃO MITRAL 
↠ O sangue reflui pela valva mitral para o átrio esquerdo 
durante a sístole. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Esse fluxo retrógrado também produz um som 
sibilante “semelhante ao vento”, similar ao da regurgitação 
aórtica, mas que ocorre durante a sístole, em vez de na 
diástole. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Ele é transmitido com mais intensidade para o átrio 
esquerdo. Todavia, o átrio esquerdo fica situado tão 
profundamente no tórax que é difícil escutar esse som 
de modo direto sobre o átrio. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ O som é transmitido para a parede torácica, 
principalmente pelo ventrículo esquerdo até o ápice do 
coração. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
SOPRO DIASTÓLICO DA ESTENOSE MITRAL 
↠ O sangue passa com dificuldade do átrio esquerdo 
para o ventrículo esquerdo através da valva mitral 
estenosada. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Como a pressão no átrio esquerdo raramente se 
eleva acima de 30 mmHg, não se desenvolve grande 
diferencial de pressão que force o sangue do átrio 
esquerdo para o ventrículo esquerdo. (GUYTON & HALL, 
13ª ed.) 
↠ Os sons anormais, ouvidos na estenose mitral, são, em 
geral, fracos e de frequência muito baixa, está abaixo da 
extremidade de baixa frequência da audição humana. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Durante a parte inicial da diástole, o ventrículo 
esquerdo com valva mitral estenosada contém muito 
pouco sangue em seu interior e suas paredes estão tão 
frouxas que o sangue não reverbera de um lado para 
outro, entre as paredes do ventrículo. Dessa maneira, 
após seu enchimento parcial, o ventrículo é distendido em 
grau suficiente para que o sangue reverbere com 
aparecimento de sopro baixo e surdo. (GUYTON & HALL, 
13ª ed.) 
 
@jumorbeck 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dinâmica circulatória anormal das valvulopatias 
DINÂMICA DA CIRCULAÇÃO NA ESTENOSE AÓRTICA E NA 
REGURGITAÇÃO AÓRTICA 
↠ Na estenose aórtica, o ventrículo esquerdo em 
contração falha em se esvaziar de modo adequado, 
enquanto na regurgitação aórtica, o sangue flui, 
retrogradamente, para o ventrículo, vindo da aorta após 
o ventrículo já ter bombeado o sangue para a aorta. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
➢ HIPERTROFIA DO VENTRÍCULO ESQUERDO 
↠ Tanto na estenose aórtica quanto na regurgitação 
aórtica, a musculatura ventricular esquerda se hipertrofia, 
devido ao aumento da carga do trabalho ventricular. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Na regurgitação, a câmara ventricular esquerda 
também aumenta para conter todo o sangue regurgitado 
da aorta. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Na estenose, o músculo hipertrofiado permite que o 
ventrículo esquerdo desenvolva pressão intraventricular 
de até 400 mmHg no pico sistólico. (GUYTON & HALL, 
13ª ed.) 
➢ AUMENTO DO VOLUME SANGUÍNEO 
↠ Ajuda a compensar a diminuição do bombeamento 
efetivo pelo ventrículo esquerdo. (GUYTON & HALL, 13ª 
ed.) 
↠ Esse volume aumentado é o resultado de (1) leve 
diminuição inicial na pressão arterial; mais (2) reflexos 
circulatórios periféricos induzidos por essa redução. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Esses mecanismos, em conjunto, diminuem o débito 
renal de urina, fazendo com que o volume sanguíneo 
aumente e a pressão arterial média retorne ao normal. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
➢ AS LESÕES VALVULARES AÓRTICAS PODEM ESTAR 
ASSOCIADAS A UM FLUXO SANGUÍNEO 
CORONARIANO INADEQUADO 
↠ O aumento da pressão intraventricular aumenta a 
carga de trabalho e o consumo de oxigênio do ventrículo, 
o que exige incremento do fluxo sanguíneo coronariano 
para fornecer esse oxigênio. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ A tensão elevada da parede ventricular provoca 
quedas acentuadas no fluxo coronariano durante a sístole, 
além disso a pressão diastólica aumentada pode provocar 
compressão das camadas internas do miocárdio e 
redução do fluxo sanguíneo coronariano. (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
➢ FALÊNCIA EVENTUAL DO VENTRÍCULO ESQUERDO E 
DESENVOLVIMENTO DE EDEMA PULMONAR 
↠ Nos estágios iniciais da estenose aórtica ou da 
regurgitação aórtica, a capacidade intrínseca do ventrículo 
esquerdo, de se adaptar a cargas cada vez maiores, 
impede anormalidades significativas da função circulatória 
no indivíduo em repouso. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Em certo estágio o VE não consegue acompanhar a 
demanda do trabalho. Como consequência, o ventrículo 
esquerdo se dilata e o débito cardíaco começa a cair; ao 
mesmo tempo, o sangue se acumula no átrio esquerdo 
e nos pulmões acima do ventrículo esquerdo em falência. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
DINÂMICA DA ESTENOSE MITRAL E DA REGURGITAÇÃO 
MITRAL 
↠ Em pessoas com estenose mitral, o fluxo sanguíneo 
do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo é impedido 
e, nos casos de regurgitação mitral, muito do sangue que 
fluiu para o ventrículo esquerdo, durante a diástole, reflui 
para o átrio esquerdo na sístole, em vez de ser 
bombeado para a aorta. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
➢ EDEMA PULMONAR NA VALVULOPATIA MITRAL 
↠ O acúmulo de sangue no átrio esquerdo provoca 
aumento progressivo da pressão atrial esquerda, o que 
resulta, eventualmente, no desenvolvimento de edema 
pulmonar grave. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
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➢ AUMENTO DO ÁTRIO ESQUERDO E FIBRILAÇÃO 
ATRIAL 
↠ Oaumento da pressão atrial esquerda na valvulopatia 
mitral causa aumento progressivo do átrio esquerdo, o 
que eleva a distância que o impulso elétrico excitatório 
cardíaco deve percorrer na parede atrial. (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.) 
↠ Essa via pode ficar, eventualmente, tão longa que 
predispõe ao desenvolvimento de movimentos circulares 
do sinal excitatório. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Nos estágios finais da valvulopatia mitral, especialmente 
na estenose mitral, em geral ocorre fibrilação atrial. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
➢ COMPENSAÇÃO NA VALVULOPATIA MITRAL INCIAL 
↠ O volume do sangue aumenta na valvulopatia mitral 
devido, principalmente, à diminuição da excreção de 
líquido e de sal pelos rins. Esse aumento do volume 
sanguíneo eleva o retorno venoso para o coração. 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Após compensação, o débito cardíaco pode cair 
apenas minimamente até os estágios finais da valvulopatia 
mitral, mesmo que a pressão atrial esquerda esteja 
aumentando. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) 
↠ Esse aumento da pressão ocasiona hipertrofia do lado 
direito do coração, o que compensa, em parte, o 
aumento de sua carga de trabalho. (GUYTON & HALL, 13ª 
ed.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
FURLAN et al. A ausculta cardíaca é eficaz para o 
diagnóstico de sopros em crianças? – revisão de literatura 
científica. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, 2021. 
OLIVEIRA, MARISA. ANÁLISE DE SOM CARDÍACO 
PEDIÁTRICO PARA IDENTIFICAÇÃO DE SOPRO. Tese de 
Mestrado, 2020. 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. 
Editora Elsevier Ltda., 2017 
MOORE. Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª ed. 
Guanabara Koogan, SP, 2017 
BERNE & LEVY. Fisiologia, 6ª ed. Elsevier Editora, SP, 2009 
PAZIN-FILHO, A; SCHIMDT, A; MACIEL, B. C. Ausculta 
cardíaca bases fisiológicas – fisiopatológicas. Medicina, 
Ribeirão Preto, v. 37, p. 208-226, jul/dez 2004. 
MARIEB, E. Anatomia humana. São Paulo. Pearson 
Education do Brasil, 2014. 
 
 
 
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