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ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA

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FISIOLOGIA DO MÚSCULO CARDÍACO 
 O coração é composto pelo músculo atrial, 
músculo ventricular e as fibras especializadas 
excitatórias e condutoras. Essas fibras 
apresentam descargas elétricas rítmicas 
automáticas, na forma de potencial de ação, ou 
fazem a condução desse potencial de ação pelo 
coração, controlando os batimentos cardíacos. 
(GUYTON) 
 
Anatomia fisiológica do músculo cardíaco 
 No miocárdio, as fibras musculares 
cardíacas se dispõem em malhas ou treliças, se 
dividindo, se recombinando e, de novo, se 
separando. O músculo cardíaco é estriado e 
contém miofibrilas com filamentos de actina e 
miosina. Esses filamentos se dispõem lado a lado 
e deslizam durante as contrações. (GUYTON) 
 
 O miocárdio é um Sincício. As áreas que 
cruzam as fibras miocárdicas são referidas como 
discos intercalados. Esses discos são membranas 
celulares que separam as células miocárdicas. 
Assim, as fibras musculares cardíacas são feitas 
de células individuais, conectadas umas com as 
outras. (GUYTON) 
 Em cada disco intercalado, as membranas 
celulares se fundem e formam as junções 
comunicantes permeáveis, que permitem rápida 
difusão dos íons, propagando os potenciais de 
 
 
 
 
ação facilmente de uma célula muscular cardíaca 
para outra, através dos discos intercalados. Essa 
conexão das células é o sincício. (GUYTON) 
 O coração é composto por dois sincícios: o 
atrial (parede dos átrios) e o ventricular (parede 
dos ventrículos). Essa divisão em dois sincícios 
permite que os átrios se contraiam pouco antes 
da contração ventricular – pois os potenciais não 
passam inteiramente do sincício atrial para o 
ventricular por conta do esqueleto fibroso -, o 
que é importante para a eficiência do 
bombeamento cardíaco. (GUYTON) 
 
COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO 
 Durante o desenvolvimento embrionário, 
aproximadamente 1% das fibras musculares se 
tornam células autorrítmicas, isto é, células que 
geram potencial de ação rítmica e 
repetitivamente. Essas células atuam como um 
marca-passo e formam o complexo estimulante 
do coração, que é a via de propagação dos 
potenciais de ação por todo o músculo cardíaco. 
(TORTORA) 
 Os potenciais de ação se propagam pelos 
seguintes componentes: 
1. A excitação cardíaca começa, 
normalmente no nó sinoatrial. Cada 
potencial de ação proveniente do nó 
sinoatrial se propaga das células de 
condução para as células musculares 
cardíacas, por meio das junções 
comunicantes. Com a chegada do 
potencial de ação, os dois átrios se 
contraem. (TORTORA) 
2. O potencial de ação se propaga ao longo 
das fibras musculares atriais – fibras 
internodais – e chega ao nó 
atrioventricular, onde diminui 
consideravelmente. Essa diminuição dá 
RESUMO APG 11 – ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA 
Resumo por Camila Keller, Turma VI FASAI 
tempo aos átrios para ejetar sangue para 
os ventrículos. (TORTORA) 
3. Do nó atrioventricular, o potencial de 
ação penetra no feixe de His (fascículo 
atrioventricular), o único local no qual os 
potenciais de ação passam dos átrios para 
os ventrículos. (TORTORA) 
4. Após a condução ao longo do feixe de His, 
o potencial de ação penetra nos ramos 
direito e esquerdo, seguindo pelo septo 
interventricular em direção ao ápice do 
coração. (TORTORA) 
5. As ramificações inferiores e terminais dos 
ramos direito e esquerdo são as fibras de 
Purkinje. Essas fibras retransmitem o 
potencial de ação para as células 
contráteis do miocárdio ventricular. 
Conforme a onda de contração 
ventricular se move para cima – mais 
rapidamente que em qualquer parte do 
coração, por causa das propriedades 
estruturais das fibras de Purkinje –, a 
partir do ápice, o sangue é empurrado na 
direção das valvas semilunares. 
(STEPHENS + TORTORA) 
 
 
 
OBS¹: Todas as células musculares cardíacas têm 
a capacidade de gerar potenciais de ação 
espontâneos, mas as do nódulo sinoatrial fazem-
no com uma frequência maior. Por isso o nó 
sinoatrial é chamado de marca-passo, e o 
batimento cardíaco iniciado nele é o ritmo 
sinusal. (STEPHENS) 
 
CONTROLE DO CORAÇÃO PELOS NERVOS 
CARDÍACOS 
 A eficácia do bombeamento cardíaco 
também é controlada pelos nervos simpáticos e 
parassimpáticos (vagos). O débito cardíaco – e a 
força de contração – pode ser aumentado por 
mais de 100% pelo estímulo simpático e 
diminuído até zero, ou quase zero, por estímulo 
parassimpático (vagal). (GUYTON) 
 Os nervos simpáticos e parassimpáticos 
formam o plexo cardíaco de nervos. (TORTORA) 
 
 
 
OBS²: O batimento cardíaco é originado no nó 
sinoatrial. Ele é apenas influenciado pelos nervos 
cardíacos. (TORTORA) 
OBS³: As fibras vagais (parassimpáticas) estão 
dispersas, em grande parte, pelos átrios e muito 
pouco nos ventrículos, onde realmente ocorre a 
geração da força de contração. Essa distribuição 
explica o porquê o estímulo vagal atual sobre a 
frequência cardíaca, mas não diminui 
acentuadamente a força de contração. 
(GUYTON) 
 
PROPRIEDADES ELÉTRICAS DO CORAÇÃO 
 As células musculares cardíacas, assim 
como os neurônios e as fibras musculares 
esqueléticas, possuem um potencial de 
membrana em repouso (PMR). O potencial de 
membrana em repouso depende de uma baixa 
permeabilidade da membrana plasmática ao 
sódio e ao cálcio e de uma permeabilidade maior 
ao potássio. (STEPHENS) 
 Os potenciais de ação no músculo cardíaco 
exibem uma despolarização seguida de 
repolarização do potencial de membrana em 
repouso. As alterações que ocorrem nos canais 
de membrana são responsáveis pelas mudanças 
na permeabilidade da membrana plasmática, 
que produzem os potenciais de ação. 
(STEPHENS) 
 
OBS4: Na célula polarizada, o meio intracelular é 
mais negativo, rico em potássio, e o meio 
extracelular é mais positivo, rico em sódio e 
cálcio. As bombas, principalmente de sódio, 
potássio e cálcio, são as responsáveis por manter 
essa polarização. A despolarização vai 
desequilibrando essas voltagens. (STEPHENS) 
 
Fases do potencial de ação no miocárdio 
 Fase 0 – despolarização: Os canais 
rápidos de sódio se abrem e permitem 
que o sódio flua para dentro da célula e a 
despolarize. Com a despolarização, o 
potencial de membrana fica mais 
positivo. (GUYTON) 
 Fase 1 – repolarização inicial: Os canais 
de sódio se encerram e os canais de 
potássio se abrem, permitindo que o 
potássio saia da célula e comece uma 
breve repolarização inicial. (GUYTON) 
 Fase 2 – platô: O potencial de ação 
alcança um platô em consequência da 
abertura dos canais de cálcio – que ocorre 
lentamente durante as fases 0 e 1 – e da 
diminuição do efluxo do potássio. 
(GUYTON) 
 Fase 3 – repolarização rápida: Os canais 
de cálcio se encerram e os canais de 
potássio abrem novamente, permitindo 
que o potássio saia da célula, finalizando 
o platô e retornando ao potencial de 
membrana em repouso. (GUYTON) 
 Fase 4 – potencial de membrana em 
repouso: valor médio de 
aproximadamente -90mv. (GUYTON) 
 
 
 
 
 
 
OBS5: O platô ocorre no músculo cardíaco por 
causa da abertura dos canais lentos de cálcio 
que, ao fluir cálcio para dentro da célula, 
prolongam a contração e impedem a 
repolarização imediata pela saída de potássio da 
célula. (GUYTON) 
OBS6: Na fase 4 do potencial de ação, quando a 
membrana retorna ao seu estado de repouso – 
meio intracelular negativo e extracelular positivo 
–, tem mais potássio fora da célula do que dentro; 
e mais sódio dentro da célula do que fora. Para 
ajustar essas concentrações – que devem ser 
mais potássio dentro e mais sódio fora – a bomba 
de sódio e potássio atua, jogando dois potássios 
para dentro e três sódios para fora. (GUYTON) 
 
Automatismo e ritmicidade do músculo 
cardíaco 
 O coraçãotem automatismo e ritmicidade 
porque estimula a si próprio (auto) para se 
contrair a intervalos regulares (rítmico). 
(STEPHENS) 
 No nó sinoatrial, as células marca-passo 
geram potenciais de ação espontaneamente a 
intervalos regulares. Esses potenciais se 
propagam pelo sistema de condução cardíaco, 
levando os canais de sódio a se abrirem. 
(STEPHENS) 
 A geração de potenciais no nó sinoatrial 
denomina-se pré-potencial e atinge o seu limiar. 
Ao atingir o limiar, inicia-se a despolarização das 
células marca-passo e, em seguida, a 
repolarização. Depois que o potencial de 
membrana em repouso é estabelecido, começa-
se a geração de um novo pré-potencial. 
(STEPHENS) 
 
Período refratário do miocárdio 
 O músculo cardíaco, como todos os tecidos 
excitáveis, é refratário à reestimulação durante o 
potencial de ação. Assim, o período refratário do 
coração é o intervalo de tempo durante o qual o 
impulso cardíaco não pode reexcitar uma área já 
excitada do miocárdio. Existe ainda o período 
refratário relativo, durante o qual é mais difícil 
excitar o músculo do que nas condições normais, 
mas pode ser excitado por impulso excitatório 
mais intenso. O período refratário atrial é bem 
mais curto que o dos ventrículos. (GUYTON) 
 
 
 
ELETROCARDIOGRAMA – ECG 
 O ECG é um registro da atividade elétrica do 
coração. Para obter esses registros, eletrodos são 
colocados em contato com a superfície do corpo 
do paciente. Como o coração é tridimensional, 
são necessários 12 eletrodos, cada um 
posicionado em um ângulo diferente, para obter 
o registro adequado da atividade elétrica 
cardíaca. (ECG ESSENCIAL) 
 
 Todas as ondas diferentes observadas em 
um ECG são manifestações da despolarização e 
repolarização das células miocárdicas. Essas 
ondas possuem três características principais: 
1. Duração, medida em fração de segundo. 
2. Amplitude, medida em milivolts (mV). 
3. Configuração, que se refere à forma e ao 
aspecto da onda. (ECG ESSENCIAL) 
 O eixo vertical do ECG mede a voltagem e o 
horizontal mede a duração. (ECG ESSENCIAL) 
 
Ondas P, complexo QRS, ondas T e linhas 
retas 
 A primeira onda do ECG é a onda P, que é 
um registro da disseminação da despolarização 
pelo miocárdio atrial do início ao fim. Quando a 
despolarização está completa, o ECG se torna 
eletricamente silencioso e há uma curta pausa 
até a próxima onda. 
 
 
 Após a curta pausa, a onda de 
despolarização escapa do nó atrioventricular e é 
disseminada rapidamente para os ventrículos, 
produzindo a contração ventricular. No ECG, esse 
momento é marcado por uma grande deflexão, 
chamada de complexo QRS. Esse complexo é 
maior que a onda P porque os ventrículos têm 
muito mais massa muscular que os átrios. (ECG 
ESSENCIAL) 
 
 A configuração do complexo QRS pode 
variar significativamente, por isso foi criado um 
padrão para designar cada componente: 
1. Se a primeira deflexão for para baixo, é 
chamada de onda Q. 
2. A primeira deflexão para cima é chamada 
de onda R. Se houver uma segunda 
deflexão para cima, é chamada de R’. 
3. A primeira deflexão para baixo, após uma 
deflexão para cima, é chamada de S. 
4. S o ECG for composto apenas por uma 
deflexão para baixo, é chamado de 
complexo QS. (ECG ESSENCIAL) 
 
 
 Depois da despolarização, as células do 
miocárdio ventricular se repolarizam. Essa 
repolarização é registrada no ECG como onda T. 
As células miocárdicas atriais também se 
repolarizam, mas essa onda é ofuscada pela onda 
de repolarização das células miocárdicas 
ventriculares. (ECG ESSENCIAL) 
 
Posicionamento dos eletrodos e formação 
das ondas 
 Os eletrodos podem ser colocados em 
qualquer local na superfície do corpo para 
registrar a atividade elétrica do coração. A 
depender do local, as ondas registradas serão 
diferentes. (ECG ESSENCIAL) 
 Uma onda de despolarização se movendo a 
favor de um eletrodo positivo gera uma deflexão 
positiva. Uma onda de despolarização se 
movendo para longe de um eletrodo positivo 
gera uma deflexão negativa. (ECG ESSENCIAL) 
 
 
 
 Se o eletrodo positivo for posicionado no 
meio da célula, à medida que a onda de 
despolarização se aproxima dele, é formada uma 
deflexão positiva. (ECG ESSENCIAL) 
 
 
 Depois, no momento exato em que essa 
onda atinge o eletrodo, as cargas positivas e 
negativas se equilibram e se neutralizam. Assim, 
o registro do ECG retorna à linha de base. (ECG 
ESSENCIAL) 
 
 
 À medida que a onda de despolarização se 
afasta, é inscrita no ECG uma deflexão negativa. 
(ECG ESSENCIAL) 
 
 
 Quando todo o músculo é despolarizado, o 
ECG retorna à linha de base. A inscrição final de 
uma onda de despolarização que se move 
perpendicularmente a um eletrodo é uma onda 
bifásica. (ECG ESSENCIAL) 
 
 
 Os efeitos da repolarização sobre o ECG são 
similares aos da despolarização, exceto que as 
cargas são invertidas. Uma onda de 
repolarização movendo-se em direção a um 
eletrodo positivo inscreve uma deflexão negativa 
no ECG. Uma onda de repolarização se movendo 
para longe do eletrodo positivo inscreve uma 
deflexão positiva no ECG. Uma onda 
perpendicular produz uma onda bifásica, com a 
deflexão negativa precedendo a positiva. (ECG 
ESSENCIAL) 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 Anatomia e fisiologia – Seeley, Stephens 
e Tate 
 Tratado de fisiologia médica – Guyton e 
Hall 
 Princípios da anatomia humana – Tortora 
 ECG essencial – John R. Hampton 
 ECG ESSENCIAL, Eletrocardiograma na 
prática diária – Malcolm S. Thaler 
 Nova metodologia de ensino do ECG: 
desmistificando a teoria na prática – 
Revista Brasileira de Educação Médica, 
2017.

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