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Coraçã� d� atlet� - APG 06 Objetivos ● Estudar o ciclo cardíaco -SÍSTOLE atrial dura cerca de 0,1 s, os átrios estão se contraindo. Ao mesmo tempo, os ventrículos estão relaxados, marcada pela onda P no ECG. A despolarização atrial causa a sístole atrial. Conforme o átrio se contrai, ele exerce pressão sobre o sangue dentro dele, o que o força a passar através das valvas AV abertas para os ventrículos. -SÍSTOLE VENTRICULAR Durante a sístole ventricular, que dura cerca de 0,3 s, os ventrículos se contraem. Ao mesmo tempo, os átrios estão relaxados na diástole atrial. A despolarização ventricular provoca a sístole ventricular. Conforme a sístole ventricular começa, a pressão intraventricular se eleva e “empurra” o sangue contra as valvas atrioventriculares (AV), forçando seu fechamento. Por cerca de 0,05 s, as valvas atrioventriculares, do tronco pulmonar e da aorta estão fechadas. Este é o período de contração isovolumétrica. Durante este intervalo, as fibras musculares cardíacas estão se contraindo e exercendo força, mas ainda não estão se encurtando. Assim, a contração muscular é isométrica (mesmo comprimento). Além disso, como as quatro valvas estão fechadas, o volume ventricular permanece o mesmo (isovolumétrica). Quando a pressão ventricular esquerda ultrapassa a pressão aórtica em cerca de 80 milímetros de mercúrio (mmHg) e a pressão ventricular direita sobe acima da pressão no tronco pulmonar (cerca de 20 mmHg), as valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem. Neste momento, começa a ejeção de sangue do coração. O período durante o qual as valvas do tronco pulmonar e da aorta estão abertas é a ejeção ventricular, que tem a duração de cerca de 0,25 s. -DIÁSTOLE Os átrios recebem o sangue através da veia cava. Logo após, cerca de 70% do sangue é passado de forma passiva para os ventrículos. A contração atrial empurra o restante do sangue para os ventrículos ● Conhecer a sincronia das fibras musculares cardíacas para a produção de fluxo de sangue nas câmaras do coração. (contração das fibras musculares, potencial de ação) O QUE SÃO FIBRAS MUSCULARES Fibra muscular é uma das células estruturais de um músculo. As fibras musculares de contração lenta geralmente estão associadas a atividades de longa duração e baixa intensidade. Este tipo é usado tanto para Coraçã� d� atlet� - APG 06 esportes de resistência, como a maratona, mas também nas atividades de estabilidade diárias dos músculos centrais e grupos similares de fibras. A fibra de contração rápida é normalmente associada a curtos e poderosos surtos de energia e rápida fadiga. Os levantadores de peso, velocistas e atletas similares tendem a desenvolver altas proporções de fibras musculares de contração rápida. O primeiro fator para o desenrolar do mecanismo de contração muscular cardíaco é o potencial de ação desenvolvido pelas fibras excitatórias. Esse potencial pode ser caracterizado em 4 fases: Fase 0 (despolarização): Após a célula cardíaca ser estimulada e despolarizada, o potencial de membrana fica mais positivo, o que faz com que os canais de sódio ativados por voltagem (canais rápidos) se abram e permitam o fluxo contínuo de sódio para dentro da célula e a despolarizando. O potencial de membrana atinge cerca de +20mV antes dos canais de sódio fecharem. Fase 1 (repolarização inicial): Os canais de sódio se encerram, a célula começa a repolarizar e o íons potássio saem da célula por seus respectivos canais. Fase 2 (platô): (O que diferencia dos outros potenciais de ação, não possuem essa fase) Ocorre uma breve repolarização inicial e o potencial de ação alcança um breve platô, em razão da maior permeabilidade dos íons cálcio; e diminuição da permeabilidade dos íons potássio. Depois que os canais de potássio se encerram e a combinação da redução do efluxo de íons potássio e o aumento do influxo de íons cálcio conduz para que o potencial de ação alcance um platô. Fase 3 (polarização rápida): O fechamento dos canais de íons Ca e o aumento da permeabilidade dos íons K, põem fim ao platô e fazem com que o potencial de membrana retorne ao seu nível de repouso. Fase 4: Potencial de membrana de repouso com valor médio aproximado de -90mV. - Após isso acontece duas bombas: sódio potássio e a de cálcio. Fazendo com que os níveis voltem aos iniciais, para uma reiniciação do potencial de ação. Período refratário: intervalo de tempo na qual o impulso cardíaco normal não pode reexcitar área já excitada. EXPLICAR A FISIOLOGIA DO MÚSCULO CARDÍACO: sincício atrial e ventricular As fibras musculares cardíacas são atravessadas por discos intercalares (membranas celulares que separam as células individualmente) que conectam as células cardíacas em série. Este sistema torna o músculo cardíaco um sincício, onde o estímulo se propaga de uma célula para outra com muita facilidade. Devido à natureza sincicial do coração, aplica-se a ele o “princípio Coraçã� d� atlet� - APG 06 do tudo ou nada”: A estimulação de uma única fibra muscular atrial ou ventricular excita toda a massa muscular ventricular. Há dois sincícios: o atrial e o ventricular. Os dois são separados por um tecido fibroso, que formam as 4 válvulas cardíacas, estabelecendo o que é chamado de esqueleto fibroso do coração. ● Compreender as diferenças do metabolismo do coração normal x coração do atleta O treinamento físico de atletas, que requer altas cargas e regularidade, está associado com mudanças morfológicas cardíacas, incluindo aumento na cavidade do VE, espessura de sua parede e massa. Apesar da polêmica quanto ao caráter de benignidade ou não das várias alterações, alguns autores definiram as seguintes características da síndrome do coração de atleta como não patológicas: 1) frequência cardíaca (FC) menor que a média considerada normal em repouso; 2) volume sistólico (VS) maior que o normal em repouso e no exercício; 3) débito cardíaco (DC) mais elevado que o habitual; 4) maior consumo máximo de oxigênio (VO2máx) no atleta, comparado com indivíduo sedentário; 5) volume cardíaco acima do normal da população geral não ativa fisicamente; 6) pressão diastólica final de ventrículo direito (Pd2 de VD) ligeiramente mais elevada durante o exercício no atleta; 7) maior valor da diferença entre a saturação do oxigênio arterial ou venoso periférico, comparado com o valor da diferença entre a saturação artério/ venosa de outras regiões do corpo, provocado pela maior extração de O2 arterial pelos músculos estriados periféricos, por aumento da capilarização, consequente à atividade física; 8) dilatação e hipertrofia cardíaca, com valores acima dos normais, porém abaixo dos valores de portadores de doenças cardiovasculares. A nível estrutural, a adaptação do sistema cardiovascular à prática de exercício físico envolve o aumento da massa cardíaca, a dilatação auriculoventricular e o aumento de espessura da parede miocárdica . Esta remodelagem abrange as quatro cavidades cardíacas, surge em cerca de 50% dos atletas e é mais acentuada em praticantes de exercício isotônico. Visto que se trata de um processo fisiológico, as alterações são reversíveis com a interrupção da prática desportiva, estão associadas a uma função cisto-diastólica normal e os seus valores permanecem geralmente dentro dos limites da normalidade. Em atletas, a amplitude ecocardiográfica e a refletividade miocárdica ultrassônica situam-se dentro dos limites da normalidade, o que sugere que a hipertrofia do atleta não se acompanha de Coraçã� d� atlet� - APG 06 fibrose ou outras alterações estruturais características da hipertrofia de processos patológicos. Pensa-se que esta diferença se deve ao fato de o estímulo exercido sobre o ventrículo esquerdo durante a prática desportiva ser apenas um estímulo hemodinâmico (resultante da sobrecarga de pressão e de volume), sem a existência de estímulos neuro-humorais, que são os principais responsáveis pela fibrose em processos patológicos. A resposta do sistema cardiovascularà prática de exercício físico é semelhante entre os atletas de ambos os sexos, mas as alterações são geralmente mais acentuadas em atletas do sexo masculino . É aceitável considerar que esta diferença se deve a maiores dimensões corporais dos atletas masculinos,mesmo em atletas de sexos diferentes, praticantes da mesma atividade desportiva e com dimensões corporais semelhantes, a intensidade das alterações é sempre maior nos atletas masculinos . Tipos de hipertrofias cardiovasculares: Com relação ao coração como um todo, as hipertrofias podem ser consideradas, de modo genérico, como concêntricas e excêntricas (Sponitz e Sonnenblick, 1973; Weber et al., 1991). Nas hipertrofias concêntricas ocorre aumento de massa ventricular decorrente de aumento da espessura da parede e redução dos diâmetros cavitários. Tal condição surge em decorrência de um aumento de resistência à ejeção ou à sobrecarga de pressão. Nas hipertrofias excêntricas ocorre um aumento de massa ventricular e da espessura da parede ventricular, mas com aumento dos diâmetros cavitários. Esta condição surge em decorrência de sobrecarga de volume. Na hipertrofia concêntrica a redução dos diâmetros cavitários permite ao ventrículo desenvolver maior pressão. Este fato pode ser compreendido considerando-se a Lei de Laplace (P = T/R). Nesse caso, a tensão ativa produzida pela maior massa ventricular é maior e, sendo menor o raio da cavidade, a pressão resultante torna-se maior. No caso da hipertrofia excêntrica, o ventrículo deverá adaptar-se a condições para lidar com maior volume de sangue. Neste caso, mantidas as condições de encurtamento da parede ventricular, a existência de um volume cavitário maior permitirá uma fração ejetada maior, embora o aumento de raio tenda a reduzir a capacidade de desenvolvimento de pressão.
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