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Ciclo Cardíaco O conjunto dos eventos cardíacos, que ocorre entre o início de um batimento e o início do próximo, é denominado ciclo cardíaco. Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de potencial de ação no nodo sinusal. (GUYTON, 13ª ed.) DiÁstole e SÍstole O ciclo cardíaco consiste no período de relaxamento, chamado diástole, durante o qual o coração se enche de sangue, seguido pelo período de contração, chamado sístole. A duração total do ciclo cardíaco, incluindo a sístole e a diástole, é a recíproca da frequência cardíaca. (GUYTON, 13ª ed.) Por exemplo, se a frequência cardíaca é de 72 batimentos/min, a duração do ciclo cardíaco é de 1/72 batimentos/min — aproximadamente 0,0139 minuto por batimento, ou 0,833 segundo por batimento. Obs.: O Aumento da Frequência Cardíaca Reduz a Duração do Ciclo Cardíaco. Os átrios funcionam como pré-bombas para os ventrículos: Normalmente, o sangue flui de forma contínua, vindo das grandes veias para os átrios; cerca de 80% do sangue fluem diretamente dos átrios para os ventrículos, mesmo antes da contração atrial. Então, essa contração representa os 20% adicionais para acabar de encher os ventrículos. Desse modo, os átrios funcionam como bomba de escova (primer pump), que melhora a eficácia do bombeamento ventricular por, no máximo, 20%. Entretanto, o coração pode continuar operando, na maioria das circunstâncias, mesmo sem esses 20% a mais de eficiência, pois ele normalmente tem capacidade de bombear de 300 a 400% a mais de sangue do que o necessário para o corpo, nas condições de repouso (GUYTON, 13ª ed.). Período de Contração Isovolumétrica (Isométrica): ↠ Imediatamente após o início da contração ventricular, a pressão ventricular sobe, de modo abrupto, fazendo com que as valvas A-V se fechem. ↠ É necessário mais 0,02 a 0,03 segundo para que o ventrículo gere pressão suficiente para empurrar e abrir as válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) contra a pressão nas artérias aorta e pulmonar. ↠Durante esse período os ventrículos estão se contraindo, mas não ocorre esvaziamento. É o chamado período de contração isovolumétrica ou isométrica. Período de Ejeção.: ↠ Quando a pressão no interior do ventrículo esquerdo aumenta até pouco acima de 80 mmHg (e a pressão do ventrículo direito, pouco acima de 8 mmHg), a pressão ventricular força a abertura das valvas. ↠ Imediatamente, o sangue começa a ser lançado para diante, para as artérias. Em torno de 60% do sangue do ventrículo são ejetados durante a sístole. ↠ Cerca de 70% dessa porção são ejetados durante o primeiro terço do período de ejeção, e os 30% restantes do esvaziamento ocorrem nos outros dois terços do período. ↠ Assim, o primeiro terço é o chamado período de ejeção rápida, e os demais dois terços, período de ejeção lenta. Período de Relaxamento Isovolumétrico (Isométrico): ↠ Ao final da sístole, o relaxamento ventricular começa de modo repentino, fazendo com que as pressões intraventriculares direita e esquerda diminuam rapidamente. ↠ As altas pressões nas artérias distendidas que acabaram de ser cheias com o sangue vindo dos ventrículos contraídos tornam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos, causando o fechamento das valvas aórtica e pulmonar. ↠ Durante mais 0,03 a 0,06 segundo, o músculo ventricular continua a relaxar, mesmo que o volume não se altere, originando o período de relaxamento isovolumétrico ou isométrico. ↠ As pressões intraventriculares diminuem rapidamente de volta aos valores diastólicos. É então que as valvas A- V se abrem para iniciar novo ciclo de bombeamento ventricular. @jumorbeck Os Ventrículos se Enchem de Sangue durante a Diástole.: ↠ Assim que a sístole termina e as pressões ventriculares retornam aos baixos valores diastólicos, as pressões moderadamente altas que se desenvolveram nos átrios durante a sístole ventricular forçam de imediato as valvas A-V a se abrirem. ↠ É o chamado período de enchimento rápido ventricular. O período de enchimento rápido ocorre aproximadamente durante o primeiro terço da diástole. ↠ Ao longo do segundo terço, uma pequena quantidade de sangue nas condições normais flui para os ventrículos, sendo esse o sangue que continua a chegar aos átrios, vindo das veias, fluindo diretamente para os ventrículos. ↠ Durante o último terço da diástole, os átrios se contraem, dando impulso adicional ao fluxo sanguíneo para os ventrículos. Esse mecanismo responde por mais ou menos 20% do enchimento ventricular total em cada ciclo cardíaco. VOLUME DIASTÓLICO FINAL: representa o total de sangue presente no ventrículo ao final da diástole. VOLUME SISTÓLICO: volume ejetado durante a sístole. VOLUME SISTÓLICO FINAL: quantidade de sangue restante no ventrículo ao fim da sístole. FRAÇÃO DE EJEÇÃO: fração do volume final diastólico que é ejetada. DÉBITO CARDÍACO: volume de sangue ejetado por minuto. FREQUÊNCIA CARDÍACA: número de batimentos cardíacos por min. (bpm). DC= FC X VS VS= VDF – VSF CONCEITOS DE PRÉ-CARGA E PÓS-CARGA ↠ Pré-carga: grau de tensão do músculo quando ele começa a se contrair. Para a contração cardíaca, a pré- carga é geralmente considerada como a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio. ↠ Pós-carga: é a pressão na aorta à saída do ventrículo. REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO ↠ Os meios básicos de regulação do volume bombeado são (1) regulação cardíaca intrínseca, em resposta às variações no aporte do volume sanguíneo em direção ao coração; e (2) controle da frequência cardíaca e da força de bombeamento pelo sistema nervoso autonômico. Regulação intrínseca do bombeamento cardíaco — o mecanismo de Frank-Starling: ↠ Capacidade intrínseca do coração de se adaptar a volumes crescentes de afluxo sanguíneo. ↠ O mecanismo de Frank-Starling afirma que quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força da contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta. Ou, em outras palavras: Dentro de limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que a ele retorna pelas veias. EXPLICAÇÃO DO MECANISMO DE FRANK-STARLING Quando uma quantidade adicional de sangue chega aos ventrículos, o músculo cardíaco é mais distendido. Essa distensão, por sua vez, leva o músculo a se contrair com força aumentada, pois os filamentos de miosina e actina ficam dispostos em ponto mais próximo do grau ideal de superposição para a geração de força. Assim, o ventrículo em função de seu enchimento otimizado automaticamente bombeia mais sangue para as artérias. Essa capacidade do músculo distendido, de se contrair com maior produção de trabalho até seu comprimento ideal, é característica de todos os músculos estriados (GUYTON, 13ª ed.) Controle do Coração pela Inervação Simpática e Parassimpática A eficácia do bombeamento cardíaco é também controlada pelos nervos simpáticos e parassimpáticos (vagos) que inervam de forma abundante o coração. Para determinados níveis de pressão atrial, a quantidade de sangue bombeada a cada minuto (o débito cardíaco) com frequência pode ser aumentada por mais de 100% pelo estímulo simpático. E, por outro lado, o débito pode ser @jumorbeck diminuído até zero, ou quase zero, por estímulo vagal (parassimpático). (GUYTON, 13ª ed.) Sincronia das células do tecido muscular cardíaco O coração é composto por três tipos principais de músculo: o músculo atrial, o músculo ventricular e as fibras especializadas excitatórias e condutoras. (GUYTON, 13ª ed.) Os tipos atrial e ventricular de músculo contraem-se quase como os músculos esqueléticos, mas com duração muito maior da contração. (GUYTON, 13ª ed.) As fibras excitatórias e de condução do coração, no entanto, só se contraem fracamente por conterem poucas fibras contráteis, mas apresentam descargas elétricas rítmicasautomáticas, na forma de potenciais de ação, ou fazem a condução desses potenciais de ação pelo coração, representando sistema excitatório que controla os batimentos rítmicos. (GUYTON, 13ª ed.) ANATOMIA FISIOLÓGICA DO MÚSCULO CARDÍACO As fibras musculares cardíacas se dispõem em malha ou treliça com as fibras se dividindo, se recombinando e, de novo, se separando. O músculo cardíaco contém miofibrilas típicas, com filamentos de actina e miosina, esses filamentos se dispõem lado a lado e deslizam durante as contrações As células cardíacas conectam-se umas às outras por discos intercalares, que incluem a combinação de junções mecânicas e conexões elétricas. As conexões mecânicas, que evitam que as células se soltem quando se contraem, abrangem as junções de aderência e os desmossomos. Por outro lado, as junções comunicantes (gap) entre as células musculares cardíacas formam conexões elétricas, permitindo a propagação do potencial de ação por todo o coração. Assim, considera-se que a disposição das células musculares cardíacas forma um sincício mecânico e elétrico, fazendo com que um único potencial de ação (gerado no interior do nó sinoatrial) curse por todo o coração, de maneira que este se contraia de modo sincrônico, semelhante a ondas. (BERNE E LEVY) O coração é, na verdade, composto por dois sincícios; o sincício atrial, que forma as paredes dos dois átrios e o sincício ventricular, que forma as paredes dos ventrículos. (GUYTON, 13ª ed.) Essa divisão do músculo cardíaco em dois sincícios funcionais permite que os átrios se contraiam pouco antes da contração ventricular, o que é importante para a eficiência do bombeamento cardíaco. (GUYTON, 13ª ed.) A célula cardíaca é constituída de miofibrilas, núcleo, sarcoplasma, sarcolema, discos intercalares, mitocôndrias e retículo sarcoplasmático. (SILVERTHON, 7ª ed.) As miofibrilas são compostas de várias unidades, funcionalmente autônomas, denominadas sarcômeros, os quais representam as unidades contráteis do músculo cardíaco. Os sarcômeros contêm dois tipos de filamentos, ambos de estrutura proteica – actina ou filamento delgado e miosina ou filamento espesso. (SILVERTHON, 7ª ed.) @jumorbeck Dois tipos de proteínas moduladoras – troponina e tropomiosina – participam dos fenômenos que envolvem a actina. A troponina age como receptora de cálcio em nível molecular, enquanto a tropomiosina recobre os pontos de acoplamento do sistema miosínico. (SILVERTHON, 7ª ed.) A contração da célula cardíaca é, em essência, o resultado da junção de vários sistemas actinomiosínicos, cujo mecanismo biofísico básico é o deslizamento da actina sobre a miosina. No entanto, para que se processem essas junções, é fundamental uma complexa cadeia de reações bioquímicas desencadeadas pela estimulação elétrica das células cardíacas. A energia necessária para ativar o sistema actinomiosínico provém do rompimento das ligações da adenosina trifosfato (ATP). O enriquecimento desses fosfatos depende do metabolismo aeróbico, processado no interior das mitocôndrias e sarcoplasma, os quais, por sua vez, estão na dependência da integridade das células e de adequado suprimento sanguíneo ao miocárdio pelas artérias coronárias. (SILVERTHON, 7ª ed.) O elemento iônico fundamental na contração cardíaca é o cálcio, pois a elevação do teor de cálcio livre no interior do sarcômero resulta em sua interação com a troponina, etapa essencial da série de fenômenos que culminam na contração da miofibrila. (SILVERTHON, 7ª ed.) RESUMO DAS FASES DO POTENCIAL DE AÇÃO DO MIOCÁRDIO (GUYTON, 13ª ed.) ➢ Fase 0 (despolarização), os canais rápidos de sódio abrem. Quando a célula cardíaca é estimulada e se despolariza, o potencial de membrana fica mais positivo. Os canais de sódio ativados por voltagem (canais rápidos de sódio) abrem e permitem que o sódio flua rapidamente para dentro da célula e a despolarize. O potencial de membrana alcança cerca de + 20 milivolts antes dos canais de sódio encerrarem. ➢ Fase 1 (despolarização inicial), os canais rápidos de sódio encerram. Os canais de sódio encerram, a célula começa a repolarizar e os íons potássio saem da célula através dos canais de potássio abertos. ➢ Fase 2 (platô), os canais de cálcio abrem e os canais rápidos de potássio encerram. Ocorre uma breve repolarização inicial e o potencial de ação alcança um platô em consequência de (1) maior permeabilidade dos íons cálcio; e (2) diminuição da permeabilidade dos íons potássio. Os canais de íons cálcio, ativados por voltagem, abrem lentamente durante as fases 1 e 0, e o cálcio entra na célula. Depois, os canais de potássio encerram e a combinação da redução do efluxo de íons potássio e o aumento do influxo de íons cálcio conduz a que o potencial de ação alcance um platô. ➢ Fase 3 (polarização rápida), os canais de cálcio encerram e os canais lentos de potássio abrem. O fechamento dos canais de íons cálcio e o aumento da permeabilidade aos íons potássio, permitindo que os íons potássio saiam rapidamente da célula, põem fim ao platô e retornam o potencial de membrana da célula ao seu nível de repouso. ➢ Fase 4 (potencial de membrana de repouso) com valor médio aproximado de –90 milivolts. @jumorbeck Período Refratário do Miocárdio: O músculo cardíaco, como todos os tecidos excitáveis, é refratário à reestimulação durante o potencial de ação. Assim, o período refratário do coração é o intervalo de tempo durante o qual o impulso cardíaco normal não pode reexcitar área já excitada do miocárdio. (GUYTON, 13ª ed.) Acoplamento Excitação-Contração – A função dos íons cálcio e dos túbulos transversos: mecanismo pelo qual o potencial de ação provoca a contração das miofibrilas. (GUYTON, 13ª ed.) ↠ O potencial de ação se difunde para o interior da fibra muscular, passando ao longo das membranas dos túbulos transversos (T). ↠ O potencial dos túbulos T, por sua vez, age nas membranas dos túbulos sarcoplasmáticos longitudinais para causar a liberação de íons cálcio pelo retículo sarcoplasmático no sarcoplasma muscular. ↠ Esses íons cálcio se dispersam para as miofibrilas, quando catalisam as reações químicas que promovem o deslizamento, um contra o outro, dos filamentos de miosina e actina, produzindo, assim, a contração muscular. ↠ Além dos íons cálcio, liberados das cisternas do retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma, grande quantidade de íons cálcio adicionais também se difunde para o sarcoplasma, partindo dos próprios túbulos T no momento do potencial de ação por canais dependentes de voltagem na membrana de túbulos T. ↠ A entrada de cálcio ativa canais de liberação de cálcio, também chamados canais de receptores de rianodina, na membrana do retículo sarcoplasmático, o que desencadeia a liberação de cálcio para o sarcoplasma. ↠ Em seguida, íons cálcio no sarcoplasma interagem com a troponina para iniciar a formação de pontes cruzadas (cross--bridges) e contração. A força da contração cardíaca depende muito da concentração de íons cálcio nos líquidos extracelulares. (GUYTON, 13ª ed.) EFEITO DOS ÍONS POTÁSSIO E CÁLCIO NO FUNCIONAMENTO CARDÍACO Efeitos dos Íons Potássio: ↠ O excesso de potássio nos líquidos extracelulares pode fazer com que o coração se dilate e fique flácido, além de diminuir a frequência dos batimentos. (GUYTON, 13ª ed.) ↠ Grandes quantidades de potássio podem vir a bloquear a condução do impulso cardíaco dos átrios para os ventrículos pelo feixe A-V. ↠ Esses efeitos resultam, em parte, do fato da alta concentração de potássio nos líquidos extracelulares diminuir o potencial de repouso das membranas das fibras miocárdicas Efeito dos Íons Cálcio: ↠ O excesso de íons cálcio causa efeitos quase opostos aos dos íons potássio, induzindo o coração a produzir contrações espásticas. A causa disso é o efeito direto dos íons cálciona deflagração do processo contrátil cardíaco. (GUYTON, 13ª ed.) @jumorbeck EXCITAÇÃO RÍTMICA DO CORAÇÃO O coração humano tem um sistema especial para a autoexcitação rítmica e a contração repetitiva de aproximadamente cem mil vezes ao dia, ou três bilhões de vezes em uma vida humana de duração média. Esse feito impressionante é realizado por um sistema que: (1) gera impulsos elétricos rítmicos para iniciar contrações rítmicas do miocárdio; e (2) conduz esses impulsos rapidamente por todo o coração. (GUYTON, 13ª ed.) Nodo Sinusal ( Sinoatrial): ↠ Está situado na parede posterolateral superior do átrio direito, imediatamente abaixo e pouco lateral à abertura da veia cava superior. ↠ As fibras do nodo sinusal se conectam diretamente às fibras musculares atriais, de modo que qualquer potencial de ação que se inicie no nodo sinusal se difunde de imediato para a parede do músculo atrial. Mecanismo de Ritmicidade do Nodo Sinusal: ↠ Negatividade de -55 a -60 nas fibras do nodo sinusal; ↠ Mais permeáveis ao cálcio e sódio; Autoexcitação das Fibras do Nodo Sinusal: ↠ Potencial de repouso gradativamente aumenta entre os batimentos cardíacos; Canais de sódio permanentemente abertos; ↠ -40 canais L de cálcio são ativados; ↠ Canais de potássio se abrem; ↠ Potássio deixa a célula; ↠ Fim do Potencial de Ação; ↠ Fechamento dos Canais de Potássio; ↠ Nova onda despolarizante; As vias intermodal e interatrial: ↠ Transmitem impulsos cardíacos pelos átrios; ↠ Chegam até o nó AV; ↠ Fibras condutoras especializadas; ↠ Semelhantes às Fibras de Purkinje; O Nodo Atrioventricular: ↠ Retarda a condução do impulso dos átrios para os ventrículos; ↠ Localizado na parede posterior do AD, atrás da válvula tricúspide; ↠ Células do Nodo Atrio Ventricular possuem número reduzido de junções comunicantes; Sistema de Purkinge Ventricular: ↠ Calibrosas, conduzem o Potencial de Ação com velocidade 6x maior que o músculo ventricular e 150x maior q as fibras do novo A-V; ↠ Transmissão praticamente instantânea para toda musculatura cardíaca; ↠ Junções comunicantes dos discos intercalares são numerosas e muito permeáveis; ↠ Possuem pouco ou nada de miofibrilas; Transmissão unidirecional pelo feixe A – V: ↠ Feixe A-V é incapaz em condições fisiológicas de conduzir Potenciais de Ação retrogradamente; ↠ Impede a entrada de impulsos dos ventrículos para os átrios; ↠ Condução é apenas ANTETRÓGRADA; ↠ Tecido fibroso atrioventricular auxilia neste processo. @jumorbeck Coração do Atleta Qualquer atividade que aciona grandes músculos do corpo durante pelo menos 20 min, eleva o débito cardíaco e acelera a taxa metabólica. (TORTORA, 14ª ed.) A prática de exercícios físicos aumenta a demanda de oxigênio dos músculos. O fato de a demanda ser atendida depende principalmente da adequação do débito cardíaco e do bom funcionamento do sistema respiratório. (TORTORA, 14ª ed.) Após várias semanas de treinamento, uma pessoa saudável aumenta o débito cardíaco máximo (o volume de sangue ejetado dos ventrículos para as respectivas artérias por minuto), elevando assim o fornecimento máximo de oxigênio aos tecidos. (TORTORA, 14ª ed.) Durante a atividade extenuante, um atleta bem treinado pode alcançar o dobro do débito cardíaco de uma pessoa sedentária, em parte porque o treinamento provoca hipertrofia do coração. Essa condição é conhecida como cardiomegalia fisiológica. (TORTORA, 14ª ed.) A cardiomegalia patológica está relacionada com cardiopatia grave. (TORTORA, 14ª ed.) Mesmo que o coração de um atleta bem treinado seja maior, seu débito cardíaco em repouso é aproximadamente o mesmo de uma pessoa não treinada saudável, porque o volume sistólico é aumentado enquanto a frequência cardíaca é diminuída. (TORTORA, 14ª ed.) Hipertrofia Cardíaca induzida pelo treinamento físico: eventos moleculares e celulares que modificam o fenótipo. A prática regular de exercícios físicos leva a uma série de adaptações fisiológicas no organismo de forma gradual que variam conforme as características do treinamento. Entre essas adaptações estão às cardiovasculares, dentre as quais se destaca a hipertrofia cardíaca (HC), que ocorre frente a alterações hemodinâmicas que modificam as condições de sobrecarga cardíaca durante as sessões de treinamento. (MAGALHÃES et. al, 2008) A hipertrofia cardíaca induzida pelo treinamento físico é considerada fisiológica e desenvolvida de forma simétrica no coração, sendo que as mudanças estruturais são dependentes da natureza, duração e intensidade do exercício. A HC induzida pelo treinamento físico refere-se ao aumento de massa muscular em resposta a sobrecarga de trabalho nas sessões de exercício (BARBIER et al., 2006; CARREÑO et al., 2007). Esta hipertrofia é um mecanismo fisiológico compensatório, caracterizado principalmente pelo aumento do comprimento e diâmetro dos cardiomiócitos, desta forma sendo responsável pela manutenção da tensão na parede ventricular em níveis fisiológicos (COLAN, 1997; URHAUSEN& KINDERMANN, 1999). A HC ocorre pela capacidade do músculo cardíaco de adaptar-se a sobrecargas hemodinâmicas, que levam às alterações na estrutura do miocárdio de duas formas: uma causada pela sobrecarga de volume, verificada com o treinamento físico aeróbico, como a corrida e a natação, chamada de hipertrofia excêntrica e outra causada pela sobrecarga de pressão, observada com o treinamento de força/isométrico como o levantamento de peso e o judô, que é conhecida como hipertrofia concêntrica. (FAGARD, 1997). A HC excêntrica, observada no coração de atletas que realizam treinamento aeróbico, ocorre devido à sobrecarga de volume, ou seja, aumento da pré-carga devido ao aumento do retorno venoso durante as sessões de exercício, o que gera um elevado pico de tensão diastólica, induzindo ao crescimento dos miócitos. Neste, ocorre adição em série dos novos sarcômeros, e consequente aumento em seu comprimento pelo aumento no número das miofibrilas, para normalizar o estresse na parede do miocárdio levando a um aumento da cavidade do ventrículo esquerdo (VE). A cavidade aumentada gera um elevado pico de tensão sistólica, que estimula o crescimento dos miócitos, pela adição de novos sarcômeros em paralelo, aumentando também a espessura da parede do VE de forma compensatória. Como consequência, a relação entre a parede ventricular e o raio do VE permanece inalterada. A HC concêntrica decorrente do treinamento de força é gerada pela sobrecarga pressórica que ocorre no VE, ou seja, pelo aumento da pós-carga, que é caracterizado pelo elevado pico de tensão sistólica. Como resposta a essa sobrecarga hemodinâmica ocorre aumento no diâmetro dos miócitos, pela adição de novos sarcômeros em paralelo, o que leva a um aumento na espessura da parede do VE (COLAN, 1997; GROSSMAN et al., 1975; SHAPIRO, 1997). Tanto atletas como animais experimentais que realizam exercícios estáticos ou isométricos desenvolvem um aumento predominante da espessura da parede ventricular esquerda sem alteração no tamanho da cavidade do VE. Esta hipertrofia é @jumorbeck caracterizada pelo aumento da razão entre a espessura da parede e do raio do VE (COLAN, 1997; PLUIM et al., 2000; BARAUNA et al., 2007a). A HC promovida pelo treinamento físico ocorre para ajustar à carga de trabalho imposta ao ventrículo para manter constante a relação entre a pressão sistólica da cavidade e a razão da espessura da parede com o raio ventricular. Estas alterações na estrutura e função cardíaca são determinadas pela lei de Laplace: TP=Pr/h Portanto, se o ventrículo é uma esfera, a pressão (P) é proporcional à tensão da parede (TP) e a sua espessura (h) é inversamente proporcional ao raio da curvatura (r). Visando adequação da velocidade e da força de contração necessárias ao processo de adaptaçãoa HC, ocorrem modificações nas proporções dos diferentes tipos de proteínas estruturais dos sarcômeros, como a actina e a miosina. A síntese destas novas proteínas aumenta principalmente a espessura (treinamento físico de força) e o comprimento das miofibrilas (treinamento físico aeróbico), aumentando o tamanho dos sarcômeros (MORGAN & BAKER, 1991; MORGAN et al., 1987). Esse aumento na síntese proteica é dependente da uma sinalização extracelular, que desencadeia uma cascata bioquímica de sinalização intracelular até chegar ao núcleo da célula levando ao aumento da transcrição gênica e da síntese proteica. Entretanto, ainda são pouco conhecidos os eventos bioquímicos desta sinalização intracelular com treinamento físico. Os receptores de membrana são ativados por seus respectivos agonistas. Já as integrinas são proteínas sensíveis ao estresse mecânico. Ao serem acionados, tanto os receptores quanto as integrinas desencadeiam sinais bioquímicos intracelulares, que coordenam o crescimento hipertrófico, alterando no núcleo a expressão gênica e no citoplasma aumentando a velocidade de tradução ribossomal de proteínas, bem como diminuindo a degradação de proteínas do citosol. Na HC induzida pelo treinamento físico aeróbico, a via mais bem conhecida é a do receptor de tirosina quinase, ao qual se ligam fatores de crescimento como o fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e o fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-1). Coração Atleta Para Pellicia, os factores hereditários intervêm nas alterações cardiovasculares de duas formas: pelo controlo genético da resposta ao exercício, e pela predisposição genética para suportar um exercício físico mais intenso e, consequentemente, atingir um maior rendimento durante a competição. A influência genética pode assim ajudar a explicar a diferença acentuada na intensidade das alterações cardiovasculares e no rendimento de atletas com as mesmas características antropométricas e submetidos ao mesmo tipo/intensidade de treino (10). Um dos exemplos desta possível influência genética é o gene da enzima conversora da angiotensina (ECA), ao qual tem sido atribuído um papel importante na remodelação fisiológica do ventrículo esquerdo. Montgomery et al comprovaram que níveis aumentados de ECA têm influência no desenvolvimento da hipertrofia miocárdica induzida pelo treino. Uma das características mais importantes do Coração de Atleta é o aumento do tónus parassimpático e a diminuição do tónus simpático, que são responsáveis por achados frequentes no atleta, tais como a bradicardia de repouso, a arritmia sinusal e os atrasos da condução aurículo-ventricular Um dos achados mais frequentes do exame objectivo do atleta é a auscultação de um sopro cardíaco A etiologia deste sopro difere com a idade do atleta. Nos atletas jovens, geralmente não existem alterações degenerativas dos anéis valvulares. Por isso, o sopro resulta quase sempre do aumento de velocidade do fluxo sanguíneo secundário ao elevado volume sistólico ejectado por um coração “hiperfuncionante”. Nos atletas mais velhos (com mais de 50 anos de idade), é frequente a existência de esclerose da válvula aórtica. Por isso, a auscultação de um sopro cardíaco nestes atletas deve suscitar uma avaliação mais cuidada, porque pode tratar-se de um processo fisiológico (tal como acontece em atletas mais jovens), ou ser secundário ao fenómeno de esclerose da válvula aórtica. Bradicardia sinusal – O débito cardíaco é o produto da frequência cardíaca com o volume sistólico. Durante a prática desportiva, o débito cardíaco do atleta é superior ao do indivíduo não atleta. No entanto, quando em repouso estes valores são muito semelhantes em ambos. Visto que o volume sistólico está geralmente aumentado no atleta, para que o débito cardíaco em repouso seja semelhante em ambos os indivíduos, a frequência cardíaca do atleta diminui, o que se deve sobretudo às alterações do sistema nervoso autónomo Assim, é comum a existência de atletas com bradicardia sinusal @jumorbeck (definida como uma frequência inferior a 60b.p.m), que pode alcançar os 25 b.p.m. A nível estrutural, a adaptação do sistema cardiovascular à prática de exercício físico envolve o aumento da massa cardíaca, a dilatação auriculo-ventricular e o aumento de espessura da parede miocárdica. Esta remodelagem abrange as quatro cavidades cardíacas, surge em cerca de 50% dos atletas e é mais acentuada em praticantes de exercício isotónico. Visto que se trata de um processo fisiológico, as alterações são reversíveis com a interrupção da prática desportiva. Ventrículo Esquerdo: ↠ Diâmetro do ventrículo esquerdo no fim da diástole: encontra-se aumentado. ↠ da parede miocárdica: a espessura do septo interventricular é maior. ↠ Massa ventricular: aumentada. ↠ Forma do ventrículo esquerdo: forma alongada. *Devido às limitações da ecocardiografia, as alterações das cavidades cardíacas direitas não têm sido tão bem avaliadas, o que torna menos claro o seu envolvimento no Coração de Atleta. Em atletas verifica-se um aumento das dimensões das artérias coronárias proximais e uma melhoria da sua resposta à nitroglicerina, o que torna a perfusão miocárdica mais eficaz A resposta do sistema cardiovascular à prática de exercício físico é semelhante entre os atletas de ambos os sexos, mas as alterações são geralmente mais acentuadas em atletas do sexo masculino Referências FERREIRA, EMANUEL F. E. Coração Atleta. Artigo de Revisão. Tese de Mestrado, Universidade de Coimbra, 2010. MAGALHÃES et al. Hipertrofia Cardíaca induzida pelo treinamento físico: eventos moleculares e celulares que modificam o fenótipo. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte., 2008. TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. Editora Elsevier Ltda., 2017. Silverthorn, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, [Inserir ano de publicação]. BERNE & LEVY. Fisiologia, 6ª ed. Elsevier Editora, SP, 2009. @jumorbeck
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