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FIlosofia e senso comum

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XXXIX ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
 (SENSO COMUM E CONHECIMENTO FILOSÓFICO)
	Autor(a): José Filipe da Costa Silva
Orientador(a): Cícero Antônio Cavalcante
	INTRODUÇÃO
	O senso comum é um tipo de conhecimento, de certas proposições, compartilhado por um grande número de indivíduos em uma sociedade. Essas proposições são conhecidas por meio de capacidades cognitivas naturais entre os seres humanos: os sentidos, a memória e o testemunho de outros humanos. Naturalmente, as afirmações proporcionadas pelo senso comum podem variar entre as sociedades, mas, o que essas proposições possuem de universal é a necessidade de serem verdadeiras. Isso não ocorre em razão dessas proposições serem altamente compartilhadas em uma sociedade, mas sim por ser da própria natureza do conhecimento ser algo verdadeiro. Ou seja, se um indivíduo S sabe que P, então P é o caso.
	OBJETIVOS
	(1)Apresentar dois argumentos que advogam a necessidade de um conjunto de crenças bem estabelecido.
(2) Expor a fragilidade interna de teorias que valoram, como falsas, proposições que, para a maioria dos indivíduos, são verdadeiras.
	METODOLOGIA
	Exposição e análise teórica dos textos “A Defence of Common Sense”; G.E Moore. Philosophical papers ( London;Routledge, reprinted;2010 ). Timothy Williamson. Doing Philosophy(Oxford University Press, New York;2018)
	
	RESULTADOS
	 Moore apresenta sua argumentação a partir de dois pontos: (I)elenca um conjunto de proposições, as quais ele afirma serem necessariamente verdadeiras e que, de fato, todos sabem que são verdadeiras. Tais como: “ Existe no presente um corpo humano vivo, o qual é o meu corpo”, “Este corpo nasceu em um certo período do passado e continua vivo desde então”,”Desde que este corpo nasceu está no planeta terra, que já existia antes desse corpo”, “Por este corpo foi possível perceber muitas outras coisas existente que possuem forma e tamanho em três dimensões, inclusive outros corpos humanos viventes”. (II) Afirma um truísmo simples, fundamentado na lista apresentada anteriormente: Cada um de nós, em algum momento de nossas vidas, sabemos, no que concerne a cada um e ao nosso próprio corpo, que as proposições contidas em (I) eram verdadeiras. 
 Negar a verdade dessa classe de afirmações acarreta um problema, pois, para que alguém postule uma teoria colocando-se numa posição cética quanto a essas proposições é preciso que esse alguém seja um ser humano, tenha um corpo humano vivente, que nasceu em um certo período do passado etc. Ou seja, mesmo para negar ou suspender o juízo quanto à verdade das proposições em (I) é necessário que aceite algumas delas como pressupostos em seu conjunto de crenças básicas, chamado de senso comum.
 Timothy Williamson, assegura que, quaisquer teorias inconsistentes com nosso conhecimento do senso comum são falsas e, além disso, comprometem o desenvolvimento do conhecimento científico e filosófico. Argumenta ele que, para desenvolvermos teorias científicas que descrevem corretamente a realidade é preciso que tenhamos um ponto de partida confiável pelo qual começar a investigação. Ora, se esse ponto de partida oferecido pelo nosso conhecimento mais básico acerca do mundo pode ser falso, então não é possível qualquer conhecimento metodologicamente organizado.
	CONCLUSÃO
	As informações fornecidas pelos sentidos, por meio da nossa relação com mundo, são de tal maneira factíveis para nós que todo nosso sistema de crenças as tem como fundamento. Essas informações, que pertencem ao nosso conhecimento comum, são os princípios auto evidentes necessários para que desenvolvamos, de maneira confiável, teorias comprometidas em descrever corretamente o mundo. Normalmente, quando as teorias são demasiadamente idealizadas e abstratas, apresentam problemas em razão de contrariarem nossas intuições mais básicas.

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