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DESENVOLVIMENTO HUMANO II INÍCIO DA VIDA ADULTA 1. O que significa ser adulto, e quais são os fatores que afetam o momento da entrada na vida adulta? Para muitos jovens em sociedades tecnologicamente avançadas, a entrada na vida adulta não é claramente demarcada; ela leva mais tempo e segue caminhos mais variados do que no passado. Alguns cientistas do desenvolvimento sugerem que o final da adolescência até meados dos 20 anos é um período de transição denominado início da vida adulta. O início da vida adulta consiste em múltiplos marcos ou transições, e sua ordem e momento variam. A passagem destes marcos pode determinar quando um jovem se torna um adulto. 2. Em que condição física se encontra o jovem adulto típico, e quais fatores afetam a sua saúde e o seu bem-estar? As capacidades físicas e sensoriais estão normalmente no auge no início da vida adulta e adulto jovem. Os acidentes são a causa principal de morte na idade adulta emergente e na idade adulta jovem. O mapeamento do genoma humano está possibilitando a descoberta das bases genéticas para certos transtornos. Fatores relacionados ao estilo de vida como dieta, obesidade, exercício, sono, tabagismo e uso ou abuso de substâncias podem afetar a saúde e a sobrevivência, e podem ter consequências epigenéticas para a regulação de quando os genes são ativados e desativados. Uma boa saúde está relacionada a renda mais alta e educação superior. Os afro-americanos e alguns outros grupos minoritários tendem a ser menos saudáveis do que outros norte- americanos. Embora muito disso seja devido ao NSE, também há indicações de que pessoas de diferentes etnias poderiam responder de forma diferente a algumas influências ambientais sobre a saúde. Os relacionamentos sociais, especialmente o casamento, tendem a estar associados à saúde física e mental. A saúde mental é geralmente boa no início da idade adulta, mas certas condições, como depressão, tornam-se mais prevalentes. Abuso de álcool e alcoolismo são os transtornos ligados a substância mais comuns. 3. Quais são algumas das questões sexuais e de reprodução nesta fase da vida? Infecções sexualmente transmissíveis, transtornos menstruais e infertilidade podem ser preocupações para o adulto jovem. A causa mais comum de infertilidade nos homens é a baixa contagem de espermatozoides; a causa mais comum nas mulheres é o bloqueio das tubas uterinas. Os casais inférteis contam agora com muitas opções de reprodução assistida. Essas técnicas envolvem questões éticas e práticas. 4. O que caracteriza o pensamento adulto? Alguns pesquisadores propõem formas de cognição adulta distintas além das operações formais. O pensamento reflexivo enfatiza a lógica complexa; o pensamento pós-formal envolve intuição, tanto quanto emoção. Schaie propôs sete estágios do desenvolvimento cognitivo relacionado à idade: aquisitivo (infância e adolescência), realizador (adulto jovem), responsável e executivo (vida adulta intermediária) e reorganizativo, reintegrativo e de criação de herança (vida adulta tardia). De acordo com a teoria triárquica da inteligência de Sternberg, os elementos empíricos e contextuais são particularmente importantes durante a vida adulta. Testes que medem o conhecimento tácito podem ser complementos úteis aos testes de inteligência tradicionais. A inteligência emocional desempenha um papel importante no sucesso na vida. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL → se refere a quatro habilidades relacionadas: as capacidades de perceber, usar, entender e administrar, ou regular, as emoções – nossas e dos outros – a fim de alcançar objetivos. A inteligência emocional permite que uma pessoa utilize as emoções para lidar mais efetivamente com o ambiente social. Ela requer a consciência do tipo de comportamento adequado em uma determinada situação. 5. Como o raciocínio moral se desenvolve? De acordo com Kohlberg, o desenvolvimento moral na vida adulta depende principalmente da experiência, considerando-se que ela não pode ultrapassar os limites fixados pelo desenvolvimento cognitivo. A experiência pode ser interpretada diferentemente em vários contextos culturais, e nem todas as culturas apoiam os estágios mais avançados de desenvolvimento moral de Kohlberg. Gilligan propôs inicialmente que as mulheres têm uma ética de cuidado, enquanto a teoria de Kohlberg enfatiza a justiça. Entretanto, pesquisas posteriores, incluindo a dela própria, não sustentaram uma distinção entre a perspectiva moral masculina e a feminina. Personalidade As quatro abordagens ao desenvolvimento psicossocial do adulto são representadas pelos modelos do estágio normativo, modelo do momento dos eventos, modelos de traço e modelos tipológicos. Essas quatro abordagens fazem perguntas diferentes sobre a personalidade adulta, examinam aspectos diferentes de seu desenvolvimento e, com frequência, usam métodos diferentes. VIDA ADULTA INTERMEDIÁRIA MODELOS DO ESTÁGIO NORMATIVO Os dois primeiros teóricos do estágio normativo, cujos trabalhos continuam a fornecer uma estrutura de referência para a maior parte da pesquisa e da teoria do desenvolvimento na vida adulta intermediária, são Carl G. Jung e Erik Erikson. Carl G. Jung Três sistemas da personalidade: ego, inconsciente pessoal, inconsciente coletivo. EGO → centro da consciência. A parte da psique preocupada com a percepção, o raciocínio, sensações e lembranças. INCONSCIENTE PESSOAL → reservatório de material que já foi consciente, mas que foi esquecido porque era insignificante ou perturbador. Os complexos fazem parte desse conceito. INCONSCIENTE COLETIVO → nível mais profundo e menos acessível da psique, que contém o acúmulo de experiências herdadas de outras gerações. (conceito mais polêmico). Os cinco principais arquétipos Os arquétipos junguianos são padrões de imagens e símbolos recorrentes que aparecem em diferentes formas em todas as culturas, e que apresentam uma tendência herdada de geração em geração. Um arquétipo é uma peça que molda uma parte deste inconsciente coletivo e é parcialmente herdado. PERSONA → face pública ou papel que a pessoa apresenta para os outros. ANIMA → aspectos da psique feminina no homem. ANIMUS → aspectos da psique masculina na mulher. SOMBRA → lado escondido da personalidade, que contém instintos de animais primitivos. SELF → representa a unidade. Integração e harmonia da personalidade total. Desenvolvimento da personalidade Jung propôs que a personalidade é determinada pelo que esperamos ser e pelo que fomos. As etapas do desenvolvimento segundo sua teoria são: INFÂNCIA → o desenvolvimento do ego começa quando a criança consegue diferenciar-se dos outros. PUBERDADE – IDADE ADULTA → os adolescentes tem de se adaptar as demandas da realidade. O foco é externo, predomina a busca pela educação, carreira e família. O consciente predomina. MEIA IDADE → período de transição e de mudanças na personalidade. É quando começa o processo de realização ou atualização do self. O foco da personalidade muda de externo para interno, numa tentativa de equilibrar o inconsciente e o consciente. Afirmava que o desenvolvimento saudável da meia-idade requer individuação, a emergência do self verdadeiro por meio do equilíbrio ou integração das partes conflitantes da personalidade, incluindo aquelas partes que foram anteriormente negligenciadas. Até aproximadamente os 40 anos, afirma Jung, os adultos estão concentrados nas obrigações com a família e com a sociedade e desenvolvem aspectos da personalidade que os ajudarão a alcançar objetivos externos. As mulheres enfatizam a expressividade e a educação; os homens são primariamente orientados à realização. Na meia-idade, as pessoas voltam suas preocupações para o self interior, espiritual. Tanto os homens como as mulheres buscam uma união dos opostos expressando seus aspectos anteriormenterenegados. Duas tarefas difíceis, porém necessárias, na meia-idade são abrir mão da imagem jovem e reconhecer a mortalidade. De acordo com Jung (1966), a necessidade de reconhecer a mortalidade exige uma busca por significado dentro de si mesmo. Esse movimento de interiorização pode ser inquietante. Contudo, as pessoas que evitam essa transição e não reorientam suas vidas adequadamente perdem a chance de crescer psicologicamente. Self e individuação INDIVIDUAÇÃO → Termo de Jung para o surgimento do self verdadeiro por meio do equilíbrio ou integração das partes conflitantes da personalidade. É na meia idade que surge o processo de individuação e exploramos nossa capacidade de desenvolvermos nosso self. Durante essa fase acontece o destronamento da persona, o confronto com a sombra, o equilíbrio entre anima e animus e por fim o desenvolvimento do self. Quando a realização total do self está completa há uma profunda integração de todas as partes do consciente e inconsciente da personalidade. Caso o ego não esteja forte, entramos em crise quanto ao que cada arquétipo representa. Erik Erikson A teoria psicossocial de Erikson reside no amplo quadro das teorias psicodinâmicas da personalidade. Esses estágios se concentram na orientação de um indivíduo em relação a si mesmo e aos outros; são incorporados aspectos de ordem social e sexual do desenvolvimento da pessoa e de seus conflitos pessoais. As teorias da personalidade são tentativas de formular ou representar aspectos significativos de comportamentos dos indivíduos e que a produtividade dessas tentativas deve ser julgada principalmente em termos de quão efetivamente servem como um estímulo para a pesquisa. Confiança versus Desconfiança No primeiro estágio a criança deve adquirir a habilidade básica de confiança no ambiente a partir da interação com as pessoas significativas que cuidam dela. Assim, se estabelece a primeira relação social do bebê. Desse modo, quando a criança não tem suas necessidades básicas atendidas, poderá desenvolver um comportamento de insegurança, desconfiança e ansiedade, o que indica a formação de alguns traços da personalidade. Autonomia versus Vergonha e Dúvida Durante esse estágio a criança vai aprender habilidades de linguagem, a manipular objetos, surge um senso confortável de autonomia. Algumas críticas em excesso direcionadas à criança nessa época podem gerar sentimentos de dúvidas ou vergonha a respeito de si mesmo. Em uma explanação mais completa sobre a vergonha Erikson ressalta que trata-se, na verdade, de raiva dirigida a si mesmo, já que pretendia fazer algo sem estar exposto aos outros, o que não aconteceu. A vergonha precederia a culpa, sendo esta última derivada de vergonha avaliada pelo superego. Iniciativa versus Culpa O terceiro estágio é responsável pelo desenvolvimento do estágio psicossexual genital- locomotor ou capacidade de iniciativa. Nesse momento a criança está mais avançada tanto física quanto mentalmente, consegue planejar suas tarefas e pode associar autonomia a confiança, a iniciativa, pela expansão intelectual. A relação entre confiança e autonomia possibilita a criança um sentimento de determinação para a iniciativa. Com a alfabetização e a ampliação de seu círculo de contatos, a criança adquire o crescimento intelectual necessário para apurar sua capacidade de planejamento e realização. Diligência versus Inferioridade Nesse estágio a criança tem a necessidade de controlar sua fértil imaginação e direcionar sua atenção ao processo de educação formal. Nesse momento, a criança aprende as recompensas da diligência e da perseverança. O interesse pelos seus brinquedos abre espaço às novas atividades mais produtivas com outros instrumentos. Nessa fase o ego está sensível, dessa forma se existir um nível de exigência muito alto ou se existirem algumas falhas, a criança poderá desenvolver um nível de inferioridade considerável. Identidade versus Confusão de Identidade A quinta fase foi reconhecida como a que mais Erikson realizou produções cientificas, tendo dedicado um livro completo a questão da crise de identidade. Esse estágio é vivido pelo adolescente como uma busca pela sua identidade, que foi construída pelo seu ego nas fases anteriores. Esse sentimento de identidade se expressa nas seguintes questões presentes para o adolescente: sou diferente dos meus pais? O que sou? O que quero ser? Respondendo a essas questões, o adolescente pretende se encaixar em algum papel na sociedade. Daí vem a questão da escolha vocacional, grupos que frequenta, metas para o futuro, escolha do par, etc. Intimidade versus Isolamento No estabelecimento de uma identidade definida, o sujeito estará pronto para unir-se a identidade de outrem. Essa fase é caracterizada por esse momento da união, o que sugere à associação de um ego a outro. Para que haja uma associação positiva é necessário que o individuo tenha construído um ego forte e autônomo, para assim, aceitar o convívio com o outro ego, numa perspectiva mais intima. Quando isso não acontece, isto é, o sujeito não construiu um ego seguro, a pessoa irá preferir o isolamento, numa tentativa de preservar o ego. Generatividade versus Estagnação Essa fase consiste no momento em que o indivíduo se preocupa com o que gerou e o que foi gerado. Preocupa-se com a transmissão de valores de pai para filho e sente que sua personalidade foi enriquecida, somada. Dessa forma, acredita-se que seu conhecimento foi repassado e que deixou um pouco de si nos outros. Caso não aconteça, o sujeito acredita que toda sua construção não foi produtiva, uma vez que não terá como dar prosseguimento aos seus projetos. Ao contrário de Jung, que via a meia-idade como um momento de interiorização, Erikson descreveu-a como um movimento para o exterior. Erikson via os anos em torno dos 40 como a época em que as pessoas entram em seu sétimo estágio normativo, generatividade versus estagnação. Generatividade, como definiu Erikson, é a preocupação de adultos maduros em estabelecer e orientar a próxima geração, perpetuando-se através da influência sobre aqueles que o sucedem. As pessoas que não encontram uma saída para a generatividade tornam-se centradas em si mesmas, autoindulgentes ou estagnadas (inativas ou sem vida). A virtude desse período é o cuidado: “um compromisso amplo no sentido de cuidar das pessoas, dos produtos e das ideias com as quais a pessoa aprendeu a se importar” (Erikson, 1985, p. 67). A teoria e a pesquisa posteriores apoiaram e expandiram as opiniões de Erikson. Como surge a generatividade? Os desejos internos de imortalidade simbólica, ou uma necessidade de ser necessário, se somam às demandas externas (expectativas e responsabilidades crescentes) para produzir um interesse consciente na próxima geração. Esse interesse, juntamente com o que Erikson chamou de “crença nas espécies”, conduz a compromissos e ações generativos. Integridade versus Desespero Nesse estágio é feita uma reflexão sobre sua vida, sua história, o que fez e o que deixou de fazer. Entretanto, esse movimento retrospectivo pode ser vivenciado de diferentes formas. O indivíduo pode entrar em um período de desespero por acreditar que sua vida chega ao fim e não há mais tempo para realizações e desejos, ou ainda, pode sentira sensação de dever cumprido e de integridade, repassando com sabedoria o conhecimento adquirido ao longo da vida. 1. Como os cientistas do desenvolvimento abordam o estudo do desenvolvimento psicossocial na vida adulta intermediária? Os cientistas do desenvolvimento consideram o desenvolvimento psicossocial da meia-idade de duas formas: objetivamente, em termos das trajetórias ou caminhos, e subjetivamente, em termos da percepção que as pessoas têm de si mesmas e da forma como elas construíram ativamente as suas vidas. Mudançae continuidade devem ser vistas no contexto e em termos da vida como um todo. 2. O que os teóricos têm a dizer sobre a mudança psicossocial na vida adulta intermediária? Embora alguns teóricos afirmem que a personalidade está essencialmente formada na meia- idade, há um consenso crescente de que o desenvolvimento da meia-idade mostra tanto mudança como estabilidade. Teóricos humanistas, como Maslow e Rogers, viam a meia-idade como uma oportunidade para mudança positiva. O modelo dos cinco fatores de Costa e McCrae mostra uma mudança mais lenta após os 30 anos de idade. Outra pesquisa do traço encontrou mudança positiva mais significativa com diferenças individuais. Carl Jung afirmava que homens e mulheres na meia-idade expressam aspectos da personalidade antes reprimidos. Duas tarefas necessárias são abandonar a imagem de jovem e reconhecer a mortalidade. O sétimo estágio psicossocial de Erikson é a generatividade versus estagnação. A generatividade pode ser expressa por meio da parentalidade e por tornar-se avô, de ensino ou aconselhamento, da produtividade ou criatividade, do autodesenvolvimento e da “manutenção do mundo”. A virtude deste período é o cuidado. A pesquisa atual sobre generatividade a considera mais prevalente na meia-idade, mas esse padrão não é universal. Vaillant e Levinson encontraram mudanças importantes na meia-idade no estilo de vida e na personalidade. A maior fluidez do ciclo de vida hoje tem enfraquecido parcialmente a suposição de um “relógio social”. 3. Quais são as questões relacionadas à identidade que afloram durante a vida adulta intermediária? Problemas e temas psicossociais cruciais durante a vida adulta intermediária dizem respeito à existência de uma crise de meia-idade, desenvolvimento da identidade (incluindo identidade de gênero) e bem-estar psicossocial. Pesquisas não apoiam uma crise normativa da meia-idade. É mais correto referir-se a uma transição que pode ser um momento psicológico decisivo. De acordo com a teoria do processo de identidade de Whitbourne, as pessoas continuamente confirmam ou revisam as suas percepções sobre si mesmas com base na experiência e no retorno dos outros. Os processos de identidade característicos de um indivíduo podem prever adaptação ao envelhecimento. Generatividade é um aspecto do desenvolvimento da identidade. A psicologia narrativa descreve o desenvolvimento da identidade como um processo contínuo de construção da história de vida. Pessoas altamente generativas tendem a focalizar-se em um tema de redenção. Emotividade e personalidade estão relacionadas a bem-estar psicológico. Pesquisa baseada na escala de seis dimensões de Ryff revelou que a meia-idade é geralmente um período de saúde mental positiva e bem-estar, embora o nível socioeconômico seja um fator. 4. Qual é o papel dos relacionamentos sociais nas vidas das pessoas de meia-idade? Duas teorias sobre a importância da mudança dos relacionamentos são a teoria do comboio social de Kahn e Antonucci e a teoria da seletividade socioemocional de Carstensen. De acordo com ambas as teorias, o apoio socioemocional é um elemento importante na interação social da meia-idade em diante. Os relacionamentos na meia-idade são importantes para a saúde física e mental, mas também podem apresentar demandas estressantes. VIDA ADULTA TARDIA Brasil → mais 4,8 milhões de idosos desde 2012. Em 2012 a população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões → crescimento de 18%. Mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto homens são 13,3 milhões (44% do grupo). Até 2060 → população com mais de 65 anos vai dos atuais 9,2% para 25,5%: 1 a cada 4 brasileiros será idoso. 2039 → o número de idosos com mais de 65 anos superará o de crianças/adolescentes de até 14 anos, o que acelerará a trajetória de envelhecimento da população. Envelhecimento primário → processo gradual e inevitável de deterioração física que começa cedo na vida e continua ao longo dos anos, não importa o que as pessoas façam para evitá-lo. Nessa visão, o envelhecimento é uma consequência inevitável de ficar velho. Envelhecimento secundário → processo de envelhecimento que resulta de doenças, abusos e maus hábitos físicos e que pode muitas vezes ser evitado. Idoso jovem → entre 65 e 74 anos, em geral são ativos, animados e vigorosos. Idoso idoso → entre 75 e 84 anos Idoso mais velho → de 85 anos em diante. Mais propensos a uma condição de fragilidade e doença, e têm dificuldade em administrar as atividades diárias da vida. Consequentemente, o idoso mais velho consome uma quantidade desproporcional de recursos como pensões ou custos de assistência médica, tendo em vista o tamanho da população de idosos mais velhos. Idade funcional → capacidade de uma pessoa interagir com em um ambiente físico e social em comparação com outros da mesma idade cronológica. Uma pessoa de 90 anos que está com boa saúde pode ser funcionalmente mais jovem do que uma de 65. Assim, podemos usar o termo idoso jovem para a maioria ativa e saudável dos adultos mais velhos, e idoso idoso para a minoria frágil e enferma, independentemente da idade cronológica. Pesquisas na área da gerontologia, o estudo do envelhecimento e seus processos, e da geriatria, área da medicina que trata do envelhecimento, têm ressaltado a necessidade de serviços de apoio, principalmente para os idosos mais velhos, muitos dos quais sobrevivem com poucas economias e não podem pagar por seus próprios cuidados. Interface com políticas públicas Estatuto do Idoso. Lei nº10.741, 1º de outubro de 2003. Art. 1º → é instituído o Estatuto do Idoso destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I Art. 8º → O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. Art. 9º → É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de politicas sociais públicas, que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Diferenças de gênero → em praticamente todo o mundo, as mulheres em geral vivem mais tempo e apresentam taxas de mortalidade mais baixas em todas as idades do que os homens. A distância entre os gêneros é maior em nações industrializadas onde a renda é mais alta e a mortalidade feminina diminuiu acentuadamente com melhoramentos na assistência pré-natal e obstetrícia. A vida mais longa das mulheres tem sido atribuída a sua tendência maior de tomar conta de si próprias e de buscar cuidados médicos, ao nível mas alto de apoio social que recebem, à elevação de seu nível socioeconômico nas ultimas décadas, e às taxas de mortalidade mais altas dos homens. Além disso, os homens tendem a fumar e a beber mais, e também estão mais expostos a toxinas perigosas. Diferenças regionais e raciais/étnicas → a diferença nas expectativas de vida entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento é enorme. Exemplo: em Serra Leoa, país africano, um homem nascido em 2009 podia esperar viver 48 anos, comparado a 82 anos para um homem em São Marinho, uma minúscula república encravada na Itália. Em média uma criança nascida num país desenvolvido pode esperar viver 14 anos a mais que uma criança nascida num país em desenvolvimento. Teorias sobre o envelhecimento biológico Teorias de programação genética Teoria da Senescência Programada → Envelhecer é o resultado de uma ativação e desativação contínua de certos genes. Senescência é o tempo em que os déficits associados ao resultado da idade ficam evidentes. Teoria Endócrina → Relógios biológicos atuam por meio de hormônios para controlar o passo do envelhecimento. Teoria Imunológica → Um declínio programado em funções do sistema imunológico leva a umacrescente vulnerabilidade com predisposição para doenças infecciosas e, portanto, para o envelhecimento e morte. Teoria Evolucionista → Envelhecer é um traço evolutivo que possibilita aos membros de uma espécie viver somente o suficiente para reproduzir. Teorias de taxas variáveis Teoria do Desgaste Normal → Células e tecidos têm partes vitais que se desgastam. Teoria dos Radicais Livres → Danos acumulados de radicais de oxigênio causam paradas no funcionamento de células e de órgãos. Teoria da Taxa de Vida → Quanto maior a taxa de metabolismo de um organismo, menor é o seu tempo de vida. Teoria da Autoimunidade → O sistema imunológico torna-se confuso e ataca suas próprias células corporais. Mudanças físicas Algumas mudanças físicas costumam estar associadas ao envelhecimento, sendo óbvias para um observador casual, embora afetem mais algumas pessoas do que outras. A pele mais velha tende a se tornar mais pálida e menos elástica e assim como a gordura e os músculos encolhem, a pele fica enrugada. São comuns varizes nas pernas. O cabelo fica mais fino, grisalho e depois branco, e os pelos do corpo tornam-se mais ralos. Demência É o termo geral para o declino comportamental e cognitivo de causas fisiológicas capaz de interferir nas atividades diárias. O declínio cognitivo torna-se cada vez mais comum com a idade avançada, afetando 5% dos adultos nos Estados Unidos na faixa dos 70 anos, 24% na faixa dos 80, 37% na faixa dos 90 ou mais. Ainda assim, a diminuição cognitiva severa, suficiente para ser diagnosticada como demência, não é inevitável. A maior parte das formas de demência é irreversível, mas em torno de 10% dos casos podem ser revertidos com diagnósticos feito logo no inicio e com tratamento. Embora existam cerca de 50 causas de demência de origem conhecida, na grande maioria dos casos (2/3 aproximadamente) a causa é o mal de Alzheimer, uma doença progressiva e degenerativa que ocorre no cérebro. O mal de Parkinson, a segunda doença mais comum e que envolve uma degeneração neurológica progressiva, é caracterizada por tremores, rigidez, movimentos lentos e postura instável.
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