Buscar

Módulo Pediatria - Cuidado com as vacinas SP5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
–
 
1 - ESTUDAR O SISTEMA IMUNE DA CRIANÇA, E 
FATORES QUE POSSAM ESTIMULAR OU ALTERÁ-LO. 
As crianças, sobretudo os RN apresentam 
uma maior morbidade relacionado a 
patógenos quando comparados com os 
adultos, devido a uma imaturidade 
imunofisiológica. 
O desenvolvimento do sistema imune na 
criança inclui o amadurecimento da reposta 
imune inata, a indução de resposta 
antígeno-específica e memoria imunológica 
de patógenos, em paralelo com o 
desenvolvimento de tolerância aos 
antígenos próprios. 
A principal função do sistema imunológico é 
proteger contra agentes infecciosos. Além 
de atuar no desenvolvimento de neoplasias 
malignas. 
A primeira linha de defesa contra patógenos 
invasores é a barreira física constituída por 
pele e membranas mucosas. Nesse sentindo, 
as células epiteliais atuam como uma 
barreira física e também produzem 
substancias antimicrobianas. Assim, qualquer 
invasor que atravesse essas barreiras será 
combatido imediatamente por 
componentes da resposta imune inata e 
logo depois pela resposta imune adaptativa. 
Os principais componentes da resposta inata 
são as células epiteliais, o sistema 
complemento, os fagócitos e as células NK. 
Já a resposta adaptativa é mediada por 
linfócitos T (imunidade celular) e linfócitos B 
(imunidade humoral). 
A resposta imune adaptativa se diferencia 
da inata pela sua especificidade e pelo 
desenvolvimento de uma memoria 
imunológica, Portanto, em exposições 
posteriores, a memória imunológica fornece 
uma resposta mais rápida e intensa do que 
aquela primeira exposição. Esse 
desenvolvimento da resposta imune 
adaptativa pode ocorrer por meio de uma 
infecção ou decorrente de imunização. 
BARREIRAS CUTÂNEA E GASTROINTESTINAL 
Logo após o nascimento, a pele do bebe é 
colonizada pela flora microbiana. O verniz 
caseoso, presente no nascimento, é 
secretado pelas glândulas sebáceas fetais e 
contem proteínas e peptídeos microbianos 
com atividade microbicida. Essas 
caraterísticas da pele do RN são importantes, 
pois confere uma proteção contra 
microrganismos na fase inicial de transição 
do bebê para o meio externo. 
A colonização do trato gastrointestinal 
também ocorre imediatamente após o 
parto. No entanto, esse trato precisa ainda 
desenvolver tolerância aos antígenos 
alimentares. 
Estudos recentes mostram que as células 
epiteliais desempenham um papel 
importante na resposta imune das mucosas, 
através de produção de citocinas, fatores de 
crescimento e proteínas de membrana. 
Além disso, o aleitamento materno favorece 
o melhor e mais rápido amadurecimento do 
epitélio gastrointestinal e do sistema imune 
do lactente, conferindo proteção não 
apenas para infecções, mas também para a 
sensibilização de alérgenos alimentares. O 
leite materno além de ser fonte de IgA 
secretória, é rica em lactoferrina, lisoenzima, 
proteínas e peptídeos microbianos. 
 
2 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
SISTEMA COMPLEMENTO 
A síntese de proteínas do complemento é 
detectada precocemente nos tecidos fetais, 
em torno de 6 a 14 semanas gestacionais. Os 
RN apresentam uma acentuada deficiência 
do componente C9, que é importante na lise 
de determinadas bactérias gram-negativas. 
Além disso, foi descrita também a 
deficiência funcional do componente C3b, o 
que pode resultar em comprometimento da 
capacidade de opsonização, dificultando a 
fagocitose de bactérias encapsuladas. 
FAGOCITOSE 
As células percursoras de linhagem 
neutrofilica são detectadas na medula óssea 
fetal a partir de 11ª semana. 
O numero de células percursoras de 
neutrófilos circulantes no feto e nos RN é 
cerca de 10 a 20 vezes maior do que nos 
adultos. Essa característica do sistema 
imunológico neonatal acarreta um déficit da 
resposta neutrofílica e infecções. 
Também a capacidade de migração dos 
neutrófilos neonatais para o sitio de infecção 
encontra-se diminuída ou mais lenta. 
PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE 
ANTÍGENOS 
O epitélio contem uma população de 
células apresentadoras de antígenos (APC) 
pertencentes à linhagem de células 
dendríticas. Essas células dendríticas 
capturam os antígenos que penetram no 
epitélio pelo processo de fagocitose. Logo, 
as células epiteliais e os macrófagos ao 
encontrarem os antígenos respondem 
produzindo citocinas, como a TNF e a IL-1. 
Com a produção das citocinas, as células 
dendriticas migram do epitélio pelos vasos 
linfáticos para os linfonodos regionais. 
Durante esse processo, essas células 
amadurecem, evoluindo de células 
especializadas em capturar antígenos para 
APC capazes de estimular os linfócitos T. 
Nos linfonodos ocorre a interação entre APC 
e linfócito T e inicia-se a resposta imune 
específica. Os linfonodos T maduros 
reconhecem os peptídeos apresentados 
através do MHC da APC, levando a ativação 
e a diferenciação de linfócitos T específicos. 
Os linfócitos B, em resposta aos antígenos, 
diferenciam-se em células secretoras de 
anticorpos, desenvolvendo a resposta imune 
humoral especifica. 
Ao longo de toda a infância, a celularidade 
tímica aumenta progressivamente e o timo 
atinge o seu tamanho máximo aos 10 anos 
de vida. Após a puberdade, ele involui e 
ocorre substituição do córtex e da medula 
por tecido gorduroso. 
IMUNIDADE HUMORAL 
O estimulo e ativação dos linfócitos B resulta 
na formação de duas linhagens celulares: os 
linfócitos B de memória e os plasmócitos 
(células responsáveis pela secreção de 
substancias antígeno-especificas chamadas 
de imunoglobulinas) 
Os linfócitos B são os efetores da imunidade 
humoral, cuja “arma” principal é as 
imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM). No primeiro 
contato com o antígeno (resposta primária) 
há o período de latência de alguns dias para 
que seja detectado os primeiros anticorpos, 
geralmente da classe IgM que 
desaparecem em semanas a meses, 
seguidos de IgA e IgG. Os linfócitos B de 
memoria (resposta secundária) produzirão 
imunoglobulinas imediatamente, sem 
período de latência, garantindo a proteção 
e o não desenvolvimento da doença. 
A IgA atua principalmente nas mucosas, 
bloqueando a aderência e penetração dos 
microrganismo, mas também existe IgA no 
soro (IgA sérica). 
A IgM é a primeira imunoglobulina a ser 
encontrada no sangue na resposta imune, 
cerca de sete a dez dias após o estimulo 
antigênico. 
 
3 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
O IgG passa a predominar na resposta 
secundaria. Ela é uma imunoglobulina de 
maior concentração plasmática. 
O sistema imune é capaz de apresentar 
resposta imune humoral a partir do 6º ao 7º 
mês de gestação, embora a capacidade 
funcional atinja competência próxima ao do 
adulto aos 2 anos de vida. 
A maturação dos linfócitos B na medula 
óssea continua ao longo de toda a vida, mas 
apenas pequena parcela de linfócitos B 
migra da medula óssea para a circulação. 
Os anticorpos da classe IgM não atravessa a 
placenta, motivo pelo qual o RN tem 
dificuldades de se defender contra 
determinados organismos. No entanto, os 
anticorpos da classe IgG atravessa a 
placenta e garante proteção passiva ao RN. 
Os linfócitos B neonatais apresentam níveis 
aumentados de IgM de superfície quando 
comparados aos linfócitos B de adultos. 
Além disso, os linfócitos B do RN expressam 
IgG ou IgA acompanhados de IgM e IgD. 
IMUNIDADE PASSIVA MATERNA 
Os recém-nascidos e lactentes são 
parcialmente protegidos pela imunidade 
passiva materna, ou seja, pela transferência 
transplacentária de IgG materna durante a 
gestação. A transferência de IgG ocorre 
predominantemente no último trimestre da 
gestação e a concentração de IgG fetal 
após 34 semanas é igual ou superior à 
materna. 
O feto recebe anticorpos da classe IgG 
contra os antígenos a que a mãe foi exposta, 
seja por infecção ou imunização. Contudo, 
se os níveis de anticorpos maternos forem 
muitobaixos, eles poderão ser efetivos na 
proteção da mãe sem conferir proteção ao 
lactente. 
O RN pré-termo pode receber quantidades 
de IgG insuficientes para a sua proteção, 
pois a maior parte da IgG materna é 
transferida após 34 semanas de gestação. 
Isso explica porque os RN pré-termos 
possuem uma susceptibilidade aumentada a 
determinados patógenos. 
Os anticorpos maternos inibem 
marcadamente a resposta às vacinas contra 
sarampo e rubéola, mas não interferem na 
vacina contra a caxumba. É por essa razão 
que a vacina tríplice viral é postergada para 
os 12 meses de vida. 
Portanto, os diferentes componentes da 
resposta imune inata atingem a maturação 
completa ate os 2 anos de idade, enquanto 
o desenvolvimento da resposta imune 
adaptativa similar à de adultos ocorre 
somente no final da infância. 
2 - ENTENDER COMO OCORRE O PROCESSO 
FISIOLÓGICO DA IMUNIZAÇÃO VACINAL. 
IMUNIZAÇÃO PASSIVA 
A imunidade passiva pode ser feita através 
da administração de anticorpos já formados 
ao individuo, e tem como característica 
promover a proteção transitória contra 
determinado agente. 
Essa imunização passiva pode ser feita 
através da aplicação de anticorpos 
heterólogos (obtidos de animais previamente 
vacinados), ou de anticorpos homólogos 
(obtido a partir do plasma humano). 
As imunoglobulinas usadas na pratica 
médica são praticamente formadas por IgG, 
cujo titulo caem a metade em cerca de 21-
28 dias. 
As maiores indicações da imunização 
passiva são: as Imunodeficiências 
congênitas, pessoas expostas a um agente 
infeccioso e que não tem tempo suficiente 
para aguardar o desenvolvimento da 
resposta protetora. Os principais tipos são 
contra Hepatite B, Varicela, Raiva e Tétano. 
 
 
 
4 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
IMUNIZAÇÃO ATIVA 
A imunização ativa é o processo através do 
qual induzimos uma resposta imunológica 
celular e humoral duradoura contra 
determinado agente para prevenir do 
adoecimento. 
A resposta à vacina pode ser dividida em 
inespecífica ou primária e específica ou 
secundária. 
Após a exposição do individuo a vacina, 
inicia-se a resposta primaria. Esse individuo 
ainda não tem memoria imunológica. Dessa 
forma, o período inicial de latência (1-14 
dias) é caracterizado pela ausência de 
anticorpos circulantes. Nesse momento, o 
antígeno esta sendo preparado pelas células 
apresentadoras de antígeno para que seja 
reconhecido pelos linfócitos. Logo em 
seguida, se dá o período de crescimento 
(cerca de 28 dias), quando ocorre rápido 
aumento nos títulos de anticorpos, sendo o 
primeiro pico de IgM e depois de IgG. 
Esse período de crescimento é o que justifica 
o intervalo mínimo de um mês entre duas 
doses da mesma vacina. Após o pico de 
anticorpos, há um período de declínio com 
queda do titulo ate valores menores, mas 
protetores para o resto da vida (naquelas 
vacinas que não precisa de 
reforços). 
Dessa forma, as doses de reforço 
são necessárias para aquelas 
vacinas em que a resposta ao 
antígeno se assemelha menos a 
infecção natural, nas quais o titulo 
de anticorpos se torna não protetor 
ao longo dos nos. 
Na resposta secundária, uma 
subpopulação de linfócitos T e B 
que entrou em contato com o 
antígeno na resposta primaria se 
diferenciou em linfócitos de 
memoria. Assim, quando uma 
segunda dose da vacina é 
aplicada, há uma resposta especifica contra 
esses agentes biológicos. Essa resposta 
secundaria é caracterizada pela ausência 
de período de latência e por um período de 
crescimento maior e mais intenso. Nessa 
situação, a IgG é o anticorpo predominante. 
E como o período de crescimento é maior, 
durante o declínio, o titulo de anticorpos será 
significativamente maior do que após a 
primeira dose, promovendo proteção por 
um período prolongado. 
VACINAS VIVAS ATENUADAS E NÃO VIVAS 
As vacinas vivas atenuadas são obtidas a 
partir de cepas naturais dos microrganismos 
que são atenuadas através de passagem em 
meios de cultura especiais. Elas produzem 
uma infecção parecida com a natural, 
porem mais brandas. Assim, desencadeiam 
uma forte imunidade em longo prazo, 
possivelmente por toda a vida e sem a 
necessidade de doses de reforço. 
São exemplos: BCG, sarampo, rubéola, 
caxumba, febre amarela, poliomielite oral, 
rotavírus e varicela. Uma exceção é a VOP e 
a tríplice viral que necessitam de reforço. 
Já as vacinas não vivas são obtidas de 
diversos modos: 
 
5 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
 
 Microrganismos inteiros inativados. Ex: 
vacina contra coqueluche e vacina 
inativada contra a pólio. 
 Toxinas inativadas: Ex. toxoides 
tetânico e diftérico. 
 Fragmentos do agente: ex vacina 
contra influenza. 
 Vacinas obtidas por engenharia 
genética, no qual um gen do 
microrganismo responsável pela 
produção de uma proteína 
importante é inserido no genoma de 
um vetor. Ex: vacina contra hepatite B. 
 Vacinas obtidas a partir de 
polissacarídeos das capsulas de 
algumas bactérias. Ex: vacinas 
antipneumocócica. 
 Vacinas gliconconjugadas em que os 
componentes polissacarídeos são 
conjugados a proteínas, criando um 
complexo antígeno capaz de 
provocar respostas imunológicas. Ex: 
vacina conjugada contra 
meningococo e pneumococo. 
 
VACINAS CONJUGADAS 
São aquelas em que um antígeno pouco 
potente (ex:polissacarídeo) é anexado a 
outro de maior poder imunogênico (ex: 
peptídeos e proteínas) com a finalidade de 
induzir uma resposta imune duradoura e 
eficaz. 
Exemplos de vacinas conjugadas: anti-
hemófilo, antipneumocócica conjugada e 
antimeningocócica conjugada. 
VACINAS COMBINADAS 
São aquelas que em um mesmo frasco são 
misturadas vacinas vivas atenuadas (ex: 
tríplice viral) ou vacinas não vivas (ex:tríplice 
bacteriana). 
Mas, é importante lembrar: nunca se 
combina em um mesmo frasco uma vacina 
viva atenuada com uma vacina não viva. 
VACINAÇÃO SIMULTÂNEA 
É aquela em que duas ou mais vacinas são 
aplicadas com seringas diferentes em locais 
diferentes, mas em um mesmo dia. 
 
6 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Por exemplo, a aplicação no mesmo dia da 
Tetra + Pólio Oral + tríplice viral. Apesar da 
vacina oral da pólio e da vacina tríplice ser 
ambas de agentes vivos atenuados, o 
mecanismo de indução imunológica pela 
vacinação contra a poliomielite é mediado 
através da mucosa e não interfere com a 
tríplice, que também é atenuada, mas 
injetável. 
Como regra geral, vacinas inativas podem 
ser aplicadas simultaneamente. 
As vacinas inativas e atenuadas (VIP, tríplice, 
antivaricela) podem ser administradas 
também no mesmo dia. 
Já entre as vacinas atenuadas, por exemplo, 
a tríplice e antivaricela pode-se administrar 
no mesmo dia, e se não for é preciso 
aguardar um intervalo de no mínimo 30 dias 
entre elas. Uma exceção é a vacina de 
febre amarela que não pode ser 
administrada simultaneamente com outra 
vacina atenuada. 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 Via Oral 
São a VOP, contra febre tifoide, cólera oral e 
contra rotavírus. 
 Via intramuscular 
Os locais utilizados são o vasto lateral da 
coxa ou o deltoide. A administração na 
região glútea deve ser evitada e é 
contraindicada para algumas vacinas como 
o da Hepatite B. As principais vacinas 
empregadas contem alumínio e geralmente 
são compostas de agentes “mortos”. O 
alumínio libera de forma lenta os antígenos 
depositados no musculo intensificando a 
resposta imune. Ex: DTP, hepatite B. 
 Via Subcutânea 
São empregadas nessa via as vacinas de 
vírus vivos atenuados (não necessitam de 
alumínio). Ex: tríplice viral, febre amarela e 
varicela; 
 Administração Intradérmica 
A BCG é composta de cepas atenuadas e é 
o melhor exemplo. 
3 - COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO 
NO COMBATE ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA 
INFÂNCIA. 
A vacinação é uma das medidas mais 
importantes de prevenção contra doenças. É 
muito melhore mais fácil prevenir uma 
doença do que tratá-la, e é isso que as 
vacinas fazem. Elas protegem o corpo 
humano contra os vírus e bactérias que 
provocam vários tipos de doenças graves, 
que podem afetar seriamente a saúde das 
pessoas e inclusive levá-las à morte. 
A vacinação não apenas protege aqueles 
que recebem a vacina, mas também ajuda 
a comunidade como um todo. Quanto mais 
pessoas de uma comunidade ficarem 
protegidas, menor é a chance de qualquer 
uma delas – vacinada ou não – ficar doente. 
Além disso, algumas doenças preveníveis por 
vacina podem ser erradicadas por 
completo, não causando mais doença em 
nenhum local do mundo. Até hoje, a varíola 
é a única já erradicada mundialmente. O 
último registro da doença no mundo é de 
1977. 
Outra doença que está em processo de 
erradicação é a poliomielite (paralisia 
infantil). No continente americano, não há 
casos dessa doença desde 1991. No 
entanto, ainda existem casos de poliomielite 
em outros lugares do mundo como Índia, 
Paquistão, Afeganistão, Nigéria, Niger, Egito 
e Gana – países da África e Ásia. É por isso 
que ainda é muito importante que todas as 
crianças sejam vacinadas contra a doença, 
segundo o calendário de vacinação e 
durante as campanhas nacionais contra a 
poliomielite. 
É importante destacar que as vacinas não 
são necessárias apenas na infância. Os 
idosos precisam se proteger contra gripe, 
 
7 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
pneumonia e tétano, e as mulheres em 
idade fértil devem tomar vacinas contra 
rubéola e tétano, que, se ocorrerem 
enquanto elas estiverem grávidas (rubéola) 
ou logo após o parto (tétano), podem 
causar doenças graves ou até a morte de 
seus bebês. Os profissionais de saúde, as 
pessoas que viajam muito e outros grupos de 
pessoas, com características específicas, 
também têm recomendações para 
tomarem certas vacinas. 
4 - CONHECER O CALENDÁRIO VACINAL 
(INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES, DOSES, IDADES 
ETC.). 
 Ao nascer: 
BCG 
Protege contar formas graves da 
tuberculose principalmente na forma 
miliar meníngea. 
É uma vacina de vírus vivo atenuado. É 
administrado via intradérmica, de 
preferencia no braço direito, o mais 
precocemente possível, logo após o 
nascimento. 
Para os prematuros com <36 semanas, só 
administra depois que eles completarem 
um mês de vida e atingir 2 kg. 
Não se recomenda mais a revacinação 
de crianças que não apresentem cicatriz 
no local da aplicação após 6 meses. 
Comunicantes domiciliares de 
hanseníase, independente da forma 
clínica, podem receber uma segunda 
dose da vacina BCG. Em recém-nascidos 
filhos de mãe que utilizaram 
imunossupressores na gestação, ou com 
história familiar de imunossupressão, a 
vacinação poderá ser adiada ou 
contraindicada. 
 
HEPATITE B 
A primeira dose da vacina Hepatite B 
deve ser aplicada idealmente nas 
primeiras 12 horas de vida. 
Crianças com peso de nascimento igual 
ou inferior a 2 Kg ou idade gestacional 
< 33 semanas devem receber, 
obrigatoriamente, além da dose de 
vacina ao nascer, mais três doses 
da vacina (total de 4 doses: 0, 2, 4 e 6 
meses). 
Recém-nascidos filhos de mães 
portadoras do vírus da hepatite B 
(HbsAg positivas) devem receber, além 
da vacina, a imunoglobulina específica 
para hepatite B (HBIG), na dose 0,5mL, 
até o sétimo dia de vida, 
preferencialmente logo ao nascer, no 
membro inferior contralateral da vacina. 
2 meses 
PENTAVALENTE (1ª dose): 
Protege contra Difteria, Tétano, 
Coqueluche, Haemophilus, Influenza B e 
Hepatite B. 
A vacina é recomendada em três doses, 
aos 2, 4 e 6 meses de idade. 
VIP (1ª dose): 
Vacina inativada da poliomielite. 
As três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 
meses, devem ser feitas 
obrigatoriamente com a vacina pólio 
inativada (VIP). 
ROTAVÍRUS (1ª dose): 
Protege contra a diarreia por rotavírus. É 
oral. 
Indicada em duas doses, seguindo os 
limites de faixa etária: primeira dose aos 
 
8 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
2 meses (limites de 1 mês e 15 dias até, 
no máximo, 3 meses e 15 dias) 
PNEUMOCOCICA10V (1ª dose): 
Protege contra doenças causadas pelo 
Pneumococo. 
A SBP recomenda, sempre que possível, 
o uso da vacina conjugada 13-valente, 
pelo seu maior espectro de proteção, no 
esquema de três doses no primeiro ano 
(2, 4, e 6 meses) e uma dose de reforço 
entre 12 e 15 meses de vida. 
 3 meses 
MENINGOCÓCICA C (1ª dose): 
Protege contra doenças causadas pela 
Neisseria Meningitidis. 
 4 meses 
PENTAVALENTE (2ª dose): protege contra 
Difteria, Tétano, Coqueluche, 
Haemophilus, Influenza B e Hepatite B. 
VIP (2ª dose): vacina inativada da 
poliomielite. 
ROTAVÍRUS (2ª dose): protege contra a 
diarreia por rotavírus. 
A segunda dose aos 4 meses (limites de 3 
meses e 15 dias até no máximo 7 meses 
e 29 dias) 
PNEUMOCOCICA10V (2ª dose): protege 
contra doenças causadas pelo 
Pneumococo. 
 5 meses 
MENINGOCÓCICA C (2ª dose): protege 
contra doenças causadas pela Neisseria 
Meningitidis. 
 
 
 6 meses 
PENTAVALENTE (3ª dose): protege contra 
Difteria, Tétano, Coqueluche, 
Haemophilus, Influenza B e Hepatite B. 
VIP (3ª dose): vacina inativada da 
poliomielite. 
 9 meses 
FEBRE AMARELA: 
Indicada atualmente para toda a 
população brasileira e também para 
pessoas que se deslocam para países 
que exigem a comprovação de 
vacinação. 
O PNI oferece duas doses da vacina 
para crianças menores de 5 anos de 
idade, aos 9 meses e 4 anos. Acima de 5 
anos o esquema preconizado é de dose 
única (Subcutânea). 
Mães que amamentem bebês menores 
de 6 meses de idade, quando 
vacinadas, devem ser orientadas para a 
suspensão do aleitamento materno por 
10 dias após a vacinação. 
Deve ser evitada a aplicação da vacina 
febre amarela no mesmo dia que a 
vacina tríplice viral (sarampo, caxumba 
e rubéola) em crianças menores de dois 
anos, devido à possível interferência na 
resposta imune, sendo ideal guardar um 
intervalo de 30 dias entre a aplicação 
das duas vacinas. 
 12 meses 
TRÍPLICE VIRAL: (subcutânea) 
Protege contra Sarampo, Caxumba e 
Rubéola. 
Em situações de risco como, por 
exemplo, surtos ou exposição domiciliar 
 
9 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
ao sarampo, é possível vacinar crianças 
imunocompetentes de 6 a 12 meses com 
a vacina SCR. 
PNEUMOCOCICA10V (reforço): protege 
contra doenças causadas pelo 
Pneumococo. 
MENINGOCÓCICA C (reforço): protege 
contra doenças causadas pela Neisseria 
Meningitidis. 
 15 meses 
DTP (reforço): 
Protege contra Difteria, Tétano e 
Coqueluche. 
A vacina DTPa (acelular), quando 
possível, deve substituir a DTP (células 
inteiras), pois tem eficácia similar e é 
menos reatogênica. 
O esquema é de 5 doses, aos 2, 4 e 6 
meses com reforço aos 15 meses. Um 
segundo reforço deve ser aplicado entre 
quatro e seis anos de idade e na 
adolescência, uma dose entre 14-15 
anos. 
VOP (reforço): 
Essa é a vacina oral da Poliomielite. 
Desde 2016 a vacina VOP é bivalente, 
contendo os tipos 1 e 3 do poliovírus, 
podendo ser utilizada nas doses de 
reforço ou nas Campanhas Nacionais de 
Vacinação. 
Tetraviral (reforço): 
É um reforço da tríplice (Sarampo, 
caxumba e rubéola) + 1ª dose da 
Varicela. (Subcutânea) 
Em casos de surtos ou contato íntimo 
com caso de varicela, a vacina varicela 
pode ser utilizada a partir de 9 meses de 
vida. 
HEPATITE A: dose única. 
 4 anos 
DTP (reforço): Protege contra Difteria, 
Tétano e Coqueluche. 
VOP (reforço): essa é a vacina oral da 
Poliomielite. 
VARICELA (reforço) - (Subcutânea) 
O PNI introduziu a segunda dose da 
vacina varicela aos 4 anos de idade em 
2018. 
A vacina varicela pode ser indicada na 
profilaxia pós-exposição dentro de cinco 
dias após o contato, preferencialmente 
nas primeiras 72 horas. 
FEBRE AMARELA (reforço): toda criança 
que toma essa vacina com idade inferior 
a 5 anos deve ser feita 2doses. Depois 
disso, é apenas dose única. 
(Subcutânea) 
 Anual 
INFLUENZA: é feita todo ano para grupos 
de risco: crianças (6 meses até 6 anos), 
idosos (55 a 59 anos), doenças crônicas, 
imunosuprimidos, profissionais de saúde, 
pessoas que trabalham es escolas, 
prisioneiros, agentes carcerários 
 Adolescente 
dT (reforço): protege contra tétano e 
difteria e deve ser feita a cada 10 anos. 
MENINGOCÓCICA C (reforço): fornecida 
de 11 a 14 anos. 
 
10 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
HPV: é do tipo Quadrivalente, 
protegendo contra 4 tipos de HPV (6, 11, 
16 e 18). É oferecida em 2 doses para 
meninos de 9 a 14 anos e meninas de 11 
a 14 anos. 
CONTRAINDICAÇÕES 
Todo evento que surge após a vacinação é, 
inicialmente, relacionado a ela, no que se 
denomina associação temporal. Significa 
dizer que até se confirmar a verdadeira 
causa, o sinal ou sintoma estará associado à 
vacinação. 
Os eventos adversos pós-vacinação podem 
acontecer devido a aspectos relacionados 
aos vacinados ou à vacinação. 
Consideramos aspectos relacionados ao 
individuo aqueles que envolvem respostas 
do organismo. Quanto aos aspectos 
relacionados à vacinação, pode ser em 
relação aos componentes da vacina, sua 
produção e a relação destes com a 
predisposição orgânica dos vacinados. 
Alguns aspectos devem ser observados antes 
da vacinação: 
 O paciente esteve usando 
corticosteroides por mais de 2 
semanas. Ou paciente em uso de 
radioterapia e medicamentos 
imunossupressores. Nesses casos, 
recomenda-se adiar a vacinação 
por um período de pelo menos 3 
meses após o término do tratamento, 
para que o organismo possa ter uma 
resposta adequada. 
 Só aplicar vacinas de vírus vivos 2 
semanas antes ou 3 meses após o uso 
de derivados do sangue. 
 Doenças agudas como resfriado não 
contraindica a vacinação. 
 Uso de antibióticos não contraindica a 
vacinação. 
EFEITOS ADVERSOS 
BCG 
A vacina BCG apresenta uma evolução da 
cicatriz vacinal importante de ser conhecida. 
A família deve ser avisada sobre essa 
evolução normal e orientada para lavar o 
local apenas com água e sabão. 
Alguns dias após a vacinação surgirá no 
local de aplicação da vacina um nódulo 
(caroço), que evolui para uma pústula 
(ferida com pus), em seguida para úlcera 
(ferida aberta) e, finalmente, crosta (ferida 
com casca, em processo de cicatrização). 
Durante a evolução normal pode aparecer 
um enfartamento ganglionar, ou 
popularmente conhecido como “íngua” (em 
até 10% dos vacinados) em região axilar, 
supra ou infraclavicular. Geralmente 
 
11 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
aparece três a seis semanas após a 
vacinação. 
Desde 2018, crianças que não apresentam a 
cicatriz no braço após receberem a BCG 
não deverão ser revacinadas. 
A presença de complicações locais deve-se 
geralmente à técnica inadequada, ou por 
aplicação intramuscular inadvertida ou por 
administração de dose excessiva. 
Reações Locais: 
 Abcessos subcutâneos frios ou 
quentes. 
 Ulceras de grandes dimensões 
(>1cm) que não evoluem para 
cicatrização dentro de 12 
semanas. A conduta é notificar e 
acompanhar. 
 Linfonodos grandes >3cm de 
diâmetro flutuantes e fistulizados. 
HEPATITE B 
Os efeitos adversos são raros e resume-se a 
reações locais, febre, mal-estar leve 
ocorrendo nas 48 horas após a aplicação. A 
dor local é vista em 29% dos casos e febre 
em apenas 6%. 
Contraindicações: 
 Reação anafilática com dose 
administrada anteriormente. 
 Púrpura trombocitopênica 
imunológica após dose administrada 
anteriormente. 
POLIOMIELITE – VOP 
Em raros casos pode haver paralisia aguda 
flácida após a administração nas crianças (4 
a 45 dias após a VOP) ou nos contactantes 
imunodeprimidos. Esse fenômeno deve-se à 
mutação para neurovirulência que o vírus 
pode sofrer. A taxa de paralisia é maior na 
primeira dose da VOP. 
Para definição do caso de poliomielite 
associado À vacina é condição 
fundamental o achado de vírus vacinal nas 
fezes dos pacientes acometidos. 
Contraindicações: 
Recomenda-se o adiamento da vacina em 
casos de: diarreia grave ou vômitos 
incoercíveis, quadro clinico compatível com 
enterovirose e gravidez. 
É contraindicado também em pacientes 
com imunodeficiências congênitas e 
adquiridas, sendo nesses casos 
recomendada o uso da vacina inativada. 
POLIOMIELITE-VIP 
Efeitos adversos: são efeitos locais (ex: 
hiperemia) e sistêmicos (ex:febre) sendo 
mínimos. 
Contraindicação: apenas se houver reação 
anafilática em alguma das aplicações 
anteriores, mas este evento é muito raro. 
DTP (DIFTERIA, TÉTANO E COQUELUCHE). 
Eventos adversos: 
Observa-se edema e induração no local de 
aplicação em quase 50% dos vacinados, e 
geralmente decorre do efeito irritativo do 
alumínio. 
Os abcessos frios são causados pela 
administração da vacina IM pela via 
subcutânea. Já os abcessos quentes são 
provocados pela inoculação de bactérias 
na pele. 
A febre, sonolência, irritabilidade, choro 
persistente e incontrolável com duração 
maior que três horas, irritabilidade e 
manifestações graves como convulsões e 
encefalopatia são alguns dos efeitos 
sistêmicos. 
Contraindicação: 
Acredita-se que o componente pertussis seja 
o responsável pelas reações neurológicas, 
dai a criação da vacina acelular. 
 
12 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
São contraindicação absoluta à DTP celular 
ou aceluar: reação anafilática à dose 
anterior e encefalopatia ocorrendo dentro 
de 7 dias após a administração da dose. 
TRÍPLICE VIRAL – SARAMPO, CAXUMBA E 
RUBÉOLA 
Efeitos adversos: 
Os efeitos locais são pouco frequentes. Já os 
efeitos sistêmicos inclui febre, exantema, 
cefaleia, irritabilidade, sintomas catarrais, 
encefalite. 
Contraindicações: 
Algumas situações provocam o adiamento 
da vacina como: doença febril moderada a 
grave e após uso de sangue ou 
hemoderivados deve-se adiar por 3 meses. 
São contraindicações absolutas: anafilaxia 
em dose anterior, gravidez, pessoas em uso 
de corticosteroides, pessoas em uso de 
quimioterapia e transplantados de medula 
óssea recomenda-se a vacinação após 2 
anos do transplante. 
FEBRE AMARELA 
Efeitos adversos: 
A manifestação local mais comum é a dor 
na região da aplicação. Pode ocorrer febre, 
mialgias, cefaleia e encefalite. 
Além disso, reações de hipersensibilidade 
podem ser desencadeadas em pessoas com 
alergia ao ovo. 
Contraindicação: 
Crianças com menos de 6 meses; 
Imunodepressão transitória ou permanente 
induzida por doenças (neoplasia, AIDS, HIV), 
gestação (contraindicação relativa). Durante 
a amamentação até os 6 meses de idade, 
deve-se contraindicar a vacinação. Na 
impossibilidade, deve evitar a 
amamentação durante 15-28 dias. 
 
PNEUMOCOCO 
Efeitos adversos: 
Locais: eritema, enduração e dor no local da 
injeção podem ocorrer em 30 a 50% das 
pessoas vacinadas. 
Sistêmicas: febre baixa, astenia, mialgia, dor 
nas articulações e cefaleia também podem 
ocorrer. 
Contraindicação: reação de 
hipersensibilidade a algum componente da 
vacina. 
MENINGOCOCO 
Efeitos adversos: São raros. Quanto aos 
efeitos locais podemos observar eritema, 
enduração e dor. Também podem ocorrer 
febre baixa e irritabilidade. 
Contraindicação: reações de 
hipersensibilidade a algum componente da 
vacina. 
INFLUENZA 
Efeitos adversos: efeitos locais como dor, 
eritema e enduração. E febre, mal estar e 
mialgia podem acontecer. 
Contraindicação: reação anafilática prévia 
relacionada a ovo de galinha e seus 
derivados. 
VARICELA 
Efeitos adversos; dor, hiperestasia ou rubor, 
erupção semelhante à varicela pode 
ocorrer. Além disso, febre, exantema 
variceliforme e encefalite. 
Contraindicações: pacientes 
imunodeprimidos, pacientes em uso de 
corticoides devem aguardar pelo menos 1 
mês, gravidez e reação anafilática. 
 
 
 
 
13 Marcela Oliveira – Medicina2020 
5 - ENTENDER O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE 
SAÚDE, E IDENTIFICAR AS ESFERAS 
GOVERNAMENTAIS QUE GARANTEM O 
FORNECIMENTO DA COBERTURA VACINAL. 
REDE DE FRIO 
É um sistema amplo, que inclui uma estrutura 
técnico-administrativa orientada pelo PNI, 
por meio da normatização, planejamento, 
avaliação e financiamento que visa à 
manutenção adequada da Cadeia de Frio. 
Já a cadeia de frio é o processo logístico da 
Rede de Frio para conservação dos 
imunobiológicos, desde o laboratório 
produtor até o usuário. 
A ESTRUTURA DA REDE DE FRIO 
A estrutura da rede de frio permeia as três 
esferas administrativas organizando-se em 
instancias com fluxos de distribuição e 
armazenamento basicamente verticalizados. 
1. Instância Nacional 
É representada pela Coordenação-Geral do 
PNI, unidade gestora, estrutura técnico-
administrativa da Secretaria de Vigilância 
em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), 
sendo responsável pelas seguintes atividades 
de imunização desenvolvidas pelas equipes 
técnicas especializadas: 
 Apoio à gestão; 
 Gestão de insumos; 
 Gestão de incorporação técnica, 
científica e de normatização; 
 Apoio administrativo; 
 Sistema de informações. 
 
2. Instância Estadual 
A Instância Estadual organiza-se em 27 
centrais estaduais de armazenamento e 
distribuição de imunobiológicos, geralmente, 
localizadas nas capitais das unidades 
federadas do Brasil. 
A Instância Estadual estabelece um 
planejamento compartilhado das atividades 
de vacinação com a Instância Nacional, em 
função dos Calendários de Vacinação 
Nacional e da situação epidemiológica. 
3. Instância Regional 
A Instância Regional incorpora as Centrais 
Regionais de Rede de Frio (CRRFs) que estão 
subordinadas às secretarias estaduais de 
Saúde ocupando posição estratégica para 
distribuição. 
4. Instância Municipal 
Nesta Instância encontra-se a Central 
Municipal de Rede de Frio (CMRF), incluída 
na estrutura organizacional da Secretaria 
Municipal de Saúde. Tem como atribuições o 
planejamento integrado e o armazenamento 
de imunobiológicos recebidos da Instância 
Estadual/Regional para utilização na sala de 
vacinação. 
5. Instância Local 
É a instância destinada às atividades 
operacionais de vacinação, está em 
contato direto com o usuário final desta 
cadeia. 
 Sala de Vacinação 
Representa a instância final da Rede de Frio, 
sendo responsável exclusivamente pelos 
procedimentos de vacinação de rotina, 
campanhas, bloqueios e intensificações. 
Essas salas localizam-se em unidades da 
Rede de Atenção Básica de Saúde e 
hospitais que ocupam posição estratégica 
em relação à rede de frio. 
Para a realização de sua atividade, é 
fundamental o armazenamento dos 
imunobiológicos aplicáveis em suas rotinas 
em equipamentos para refrigeração 
apropriados e dentro de condições ideais. 
É recomendando a utilização de freezers, 
além de climatização da sala de vacinação 
para minimizar os riscos indesejados de 
 
14 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
alterações de temperatura dos 
imunobiológicos. 
 Centro de Referência para 
imunobiológicos especiais (Crie) 
Os Centros de referência de Imunobiológicos 
Especiais (CRIE) têm como finalidade facilitar 
o acesso à população, em especial dos 
portadores de imunodeficiência congênita 
ou adquirida e de outras condições 
especiais de morbidade, para a prevenção 
das doenças que são objeto do Programa 
Nacional de Imunizações (PNI). 
Os CRIE atendem de forma personalizada o 
público que necessita de produtos especiais, 
de alta tecnologia e alto custo que são 
adquiridos pelo PNI. 
INSTRUMENTOS PARA MONITORAMENTO E 
CONTROLE DA TEMPERATURA 
Câmeras refrigeradas que operam na faixa 
entre +2ºC e +8ºC. 
Caixas térmicas utilizadas para transporte, 
atividades de rotina e campanhas. 
Frezeers utilizados para o armazenamento de 
vacinas em temperaturas negativas e de 
bobinas reutilizáveis. 
Câmaras frigoríficas positivas e negativas, 
equipamentos de infrasestrutura utilizados 
nas instâncias que armazenam maiores 
quantidades de imunobiológicos e por 
períodos mais prolongados. 
Condicionadores de ar e equipamento de 
infraestrutura para climatização dos 
ambientes. 
Grupo gerador de energia aplicada às 
situações emergenciais para suprimento da 
energia elétrica. 
Instrumentos para medição de temperatura. 
Obs: Não é permitido o uso de refrigeradores 
de uso domestico para armazenar vacinas. 
6 - CONHECER AS DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO 
COMPULSÓRIA NA INFÂNCIA. 
 
7 - DESCREVER A ETIOPATOGENIA E QUADRO 
CLÍNICO DAS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS. 
(SARAMPO, RUBÉOLA, ERITEMA INFECCIOSO, 
SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA, EXANTEMA SÚBITO, 
ESCARLATINA, VARICELA E DENGUE). 
SARAMPO 
O sarampo é uma das doenças 
exantemáticas de maior morbimortalidade, 
especialmente quando acomete crianças 
desnutridas, com menos de um ano de 
idade e aquelas que vivem em países em 
desenvolvimento, 
O sarampo é uma doença de notificação 
compulsória. 
 
15 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
ETIOLOGIA 
É causada por um vírus RNA, e antes da 
vacinação em massa, a população mais 
acometida era a de 5 a 10 anos. E 
atualmente a doença vem ocorrendo mais 
em adolescentes e adultos jovens. 
O homem é o único hospedeiro conhecido 
do vírus e sua transmissão ocorre através de 
pequenas gotículas de saliva eliminada 
através da fala, espirro ou tosse. Essas 
partículas virais podem permanecer 
suspensas no ar por ate1 hora, o que 
possibilita a disseminação da doença. Sendo 
assim, recomenda-se o isolamento 
respiratório dos doentes com sarampo para 
evitar a transmissão da doença. 
Os bebes nas quais a mãe foi vacinada ou 
foi exposta a doença na infância recebem 
proteção através da passagem de 
anticorpos pelo leite materno ate nove 
meses de vida, o que justifica a não 
vacinação da criança antes desse período. 
PATOGENIA 
O período de transmissibilidade ocorre entre 
4-6 dias antes do exantema e quatro dias 
após o seu desaparecimento. E o período de 
incubação é de dez dias em média. 
O vírus penetra no organismo através da 
mucosa do trato respiratório ou da 
conjuntiva ocular e migra para os linfonodos 
regionais, replicando-se e causando intensa 
hiperplasia linforreticular. 
Ocorre então a viremia primaria que 
dissemina o vírus para todos os órgãos do 
sistema linforreticular. Em uma segunda 
viremia, há a propagação do vírus para as 
superfícies epiteliais e mucosas. 
No epitélio respiratório, o vírus do sarampo 
causa uma necrose celular, vasculite de 
pequenos vasos, infiltrado linfocítico e 
formação de células gigantes de Warthin-
Finkeldey, que são patognomônicos da 
doença. Essas células gigantes são 
formadas por varias células epiteliais 
infectadas, dando origem a uma estrutura 
com mais de 26 núcleos que representa as 
partículas virais. 
O vírus do sarampo infecta os linfócitos TCD4 
o que pode levar a uma imunodepressão da 
resposta Th1. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS. 
1. Período de Infecção (duração de 7 
dias) 
Inicia-se com a fase prodrômica, na qual 
surgem febre, tosse produtiva, coriza, 
conjuntivite e fotofobia. Há o 
desenvolvimento de um enantema (erupção 
cutânea que se manifesta nas mucosas), 
caracterizado por pequenas lesões 
puntiformes, esbranquiçadas com halo 
avermelhado na mucosa oral principalmente 
na altura dos pré-molares, encontrado 
também nos lábios, palato duro e gengivas. 
Essas lesões são chamadas de Manchas de 
 
16 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Kolplik e são patognomônicas da doença. 
Entre o 2º e o 4º dia começa a fase 
exantemática, durante o qual surge o 
exantema maculopapular avermelhado, 
inicialmente na região retroauricular com 
disseminação para a região frontal. Esse 
exantema tende a confluência em face e 
tronco, seguindo um padrão de distribuição 
cefalocaudal. 
A febre é máxima no pico do exantema, 
podendo a chegara 40ºC. 
Temos a chamada fácies sarampenta, 
caracterizada por hiperemia conjuntival, 
lacrimejamento, coriza mucopurulenta e 
rash facial. A partir do momento do inicio do 
exantema a febre e os sintomas respiratórios 
pioram. 
2. Período de Remissão (a partir do 7º 
dia) 
Os sintomas constitucionais tendem a se 
reduzir ao longo dos dias, e o exantema 
resolve-se em sete dias, tornando-se 
acastanhado e deixando no local uma fina 
descamação. A tosse é o ultimo sintoma a 
desaparecer, podendo levar ate 10 dias. 
3. Período Toxêmico 
É marcada pela queda da resistência 
imunológica do hospedeiro e surgimento das 
complicações, especialmente das 
superinfecções bacterianas e virais, mais 
prevalentes em crianças menores de 1-2 
anos e naquelas com desnutrição. 
 
 
 
 
 
 
RUBÉOLA 
A rubéola é uma doença exantemática 
benigna e autolimitada quando adquirida no 
período pós-neonatal. 
O vírus da rubéola é constituído de RNA 
altamente sensível ao calor, pH extremo e a 
um numero variável de agentes químicos. 
Ele é geralmente transmitido através de 
gotículas de secreção nasofaríngea das 
pessoas infectadas, que penetram no 
organismo susceptível através da mucosa 
respiratória. 
O período de maior transmissibilidade ocorre 
desde 5-7 dias antes até 5-7 dias depois do 
aparecimento do rash cutâneo. 
Do epitélio respiratório, as partículas virais 
migram ate os linfonodos regionais e cerca 
de 17 dias após, ocorre a primeira viremia. 
O vírus da rubéola é transmitido ao feto pela 
via transplacentária. Os defeitos congênitos 
são mais graves quando a infecção materna 
acontece nas primeiras oito semanas de 
idade gestacional. As manifestações mais 
frequentes na SRC são: oftalmológicas, 
cardíacas, auditivas e neurológicas. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Após um período de incubação que varia 
de duas a três semanas, a primeira 
manifestação que inicia é o rash, 
maculopapular puntiforme, róseo, que 
começa na cabeça e pescoço e se 
dissemina pelo tronco, dorso e 
Período de incubação, que varia de 8 a 12 dias 
 (média dez dias) e corresponde ao tempo entre 
a entrada do vírus pela superfície mucosa e a 
sua migração para os linfonodos; (2) Período 
prodrômico, que começa com a viremia 
secundária, disseminação das partículas virais 
para as superfícies epiteliais e SNC, seguida 
de necrose celular; (3) Período exantemático, 
que marca o início da produção de anticorpos, 
com redução progressiva dos outros sintomas. 
 
17 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
extremidades. Quando aparece no tronco, 
geralmente já esta desaparecendo da face. 
Junto com o exantema, podem surgir lesões 
rosadas (manchas de Forcheimer) e 
petequias em palato mole e amígdalas. O 
exantema da rubéola dura em media três 
dias e desaparece sem descamar. 
 
Além disso, é acompanhada de febre baixa, 
mal-estar, anorexia, mialgias, dor de 
garganta e hiperemia conjuntival. Surgem 
adenomegalias principalmente localizadas 
na região suboccipital, retroauricular e 
cervical. 
 
ERITEMA INFECIOSO 
É uma doença exantemática, benigna, 
causada pelo Parvovírus B19, e costuma 
acometer mais a faixa etária dos pré-
escolares. 
O Parvovirus B19 é um DNA-vírus, sendo esse 
subtipo o único capaz de infectar humanos. 
Sua transmissão se dá através de gotículas 
de secreção respiratória, via transplacentária 
ou sanguínea. 
A célula alvo primária da infecção pelo 
Parvovírus B19 são os percursores eritróides 
na medula óssea, pois o receptor para as 
partículas virais são os antígenos P 
encontrados na superfície de membrana 
dessas células. As células endoteliais, células 
placentárias e células miocárdicas também 
possuem o antígeno P de membrana e 
podem ser diretamente atacados pelo vírus. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O eritema infeccioso é a manifestação mais 
comum da infecção. 
O período de incubação da doença é 
longo, com media de 16 dias. Os pródromos 
consistem em febre baixa, cefaleia, rinorréia 
e obstrução nasal, assemelhando-se a uma 
infecção viral simples de via aérea superior. 
O que distingue esta doenças das demais é 
seu exantema que evolui em 3 estágios: 
1º estágio: o exantema aparece primeiro na 
face (aspecto de bofetada) o que somado à 
palidez perioral determina as maiores 
características do eritema infeccioso. 
 
2º estágio: Aproximadamente um dia depois 
do envolvimento da face, o exantema se 
dissemina como manchas vermelhas 
simetricamente distribuídas no tronco e parte 
proximal das extremidades superiores e 
inferiores. Com a evolução, as lesões 
cutâneas começam a clarear centralmente, 
dando aparência rendilhada. Esse estágio 
pode durar dias ou semanas. As palmas e 
plantas são poupadas, e as lesões 
desaparecem sem descamar. 
 
18 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
3º estágio: é o ressurgimento das alterações 
cutâneas depois da melhora clinica, após 
uma a três semanas. O exantema pode 
reaparecer mediante alterações ambientais, 
como mudança de temperatura, e 
exposição à luz solar. 
SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA 
Essa doença é uma enfermidade de alta 
contagiosidade, de transmissão fecal-oral e 
respiratória, causada pelo vírus Coxsackie. 
É uma doença mais frequente em crianças, 
especialmente entre os menores de 5 anos. É 
na grande maioria das vezes, uma doença 
benigna, autolimitada e com duração de 
aproximadamente uma semana. 
A maioria das infecções ocorre de pessoa a 
pessoa, direta ou indiretamente. Indivíduos 
infectados podem transmitir o vírus nas fezes 
ou por secreções respiratórias, desde alguns 
dias antes do inicio dos sintomas, 
continuando a sua excreção nas fezes por 
semanas depois da infecção primária. 
A duração da excreção respiratória 
geralmente é menor, limitada a 1 a 3 
semanas. Considera-se a primeira semana 
após o início dos sintomas como o período 
de maior susceptibilidade da infecção. 
A síndrome MPB não é considerada de 
notificação compulsória, entretanto, a 
ocorrência de dois ou mais casos 
relacionados devem ser notificados como 
surto. 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
A doença é causada principalmente pelo 
vírus coxsackievírus A16 e EV71. 
A complicação mais frequente é a 
desidratação, devido principalmente à 
dificuldade de ingesta de líquido pelas 
lesões aftosas na cavidade oral que algumas 
vezes resultam em dificuldade de engolir a 
própria saliva. 
As manifestações clínicas são caracterizadas 
pela presença de febre, dor de garganta e 
recusa alimentar, associadas à presença de 
lesões vesiculares que aparecem na mucosa 
bucal e na língua, e erupção pápulo 
vesicular localizada nas mãos e pés 
incluindo as palmas e plantas. 
As vesículas são ovaladas com formato de 
“grão de arroz” e as lesões ulceradas na 
cavidade oral podem não estar presentes 
em todos os casos. 
 
EXANTEMA SÚBITO OU ROSÉOLA 
É uma infecção comum nos lactentes e pré-
escolares. O pico de maior incidência do 
exantema é de 6 ate os 15 meses de vida. 
Aos 3 anos, 95% das crianças já adquiriram a 
infecção. Antes do 6 meses a doença é 
incomum devido a proteção conferida pelos 
anticorpos maternos. 
O exantema súbito é uma doença causada 
pelo Herpesvírus Humano tipo 6 e 7.uma 
característica própria dos Herpesvírus é a 
capacidade peculiar de permanecer em 
estado latente no organismo após a primo-
infecção. 
O HHV6 (mais frequente) e o HHV 7 são 
excretados pela saliva de adultos saudáveis 
portadores e são transmitidos às crianças 
pequenas através de pequenas gotículas de 
secreção. 
O vírus penetra no organismo através da 
mucosa nasal, oral ou conjuntival. Os 
principais receptores de membrana para o 
HHV 6e 7 são as moléculas CD dos linfócitos 
 
19 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
T. Após o período de viremia, as partículas 
tornam-se latentes nas células 
mononucleares, glândulas salivares, rins, 
pulmões e SNC. 
O HHV 6 tem a capacidade de provocar 
supressão detodas as linhagens 
hematopoiéticas da medula óssea, estando 
muitas vezes associado a mielossupressão 
grave em pacientes pós-transplantados. O 
período de incubação é em media de 10 
dias. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O exantema súbito manifesta-se em sua 
forma clinica clássica em apenas ¼ das 
crianças infectadas pelo HHV6. 
Pode se iniciar com sintomas prodrômicos 
tipo infecção de vias aéreas superiores, 
como rinorréia, hiperemia conjuntival e dor 
de garganta. 
Uma linfadenomegalia cervical e occipital 
discreta pode aparecer, e algumas crianças 
apresentam leve edema palpebral. Logo 
após, instala-se a febre alta (40ºC) e nesse 
momento podem ocorrer crises convulsivas 
febris. 
Em alguns casos são verificadas ulceras no 
palato mole e úvula, chamadas de Manchas 
de Nagayama. A febre dura em media 3 a 5 
dias e pode desaparecer bruscamente (em 
crise) ou gradualmente ao longo de 24 horas 
(em lise). 
Cerca de 12-24 horas após o 
desaparecimento da febre, aparece o rash, 
róseo, macular, não pruriginoso, 
primeiramente em tronco com disseminação 
para pescoço, face e extremidades. O 
período para resolução do exantema é de 3 
dias. 
ESCARLATINA 
A escarlatina é uma das manifestações 
clinicas provocada pelo estreptococo beta 
hemolítico do grupo A (Streptococcus 
pyogenes). 
É uma doença exantemática mais 
encontrada em pré-escolares e escolares, 
na faixa etária de 3 a 15 anos. Ocorre mais 
frequentemente associado À faringite. Essa 
infecção é mais incomum no período 
neonatal, fato que se deve à passagem de 
anticorpos protetores maternos. 
Os estreptococos do grupo A responsáveis 
pelo desenvolvimento do exantema típico 
da escarlatina produzem uma toxina 
chamada toxina eritrogênica, que pode ser 
do tipo A, B ou C. Como os anticorpos 
produzidos são também toxinas-específicos, 
uma criança pode apresentar escarlatina 
mais de uma vez, desde que sejam 
provocados por exotoxinas diferentes. 
A transmissão da infecção do trato 
respiratório parece ocorrer através de 
gotículas de saliva e de secreções nasais 
eliminadas pelo doente. As bactérias se 
fixam à mucosa da oro e da nasofaringe, 
iniciando a colonização e infecção. A 
aglomeração e o contato próximo são 
fatores que favorece a infecção. 
O individuo infectado deixa de transmitir a 
infecção 24 horas após o inicio do 
tratamento com antibiótico adequado. 
O período de incubação para o surgimento 
da faringite é de dois a cinco dias e de 
impetigo é de sete a dez dias. 
 
 
20 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A doença tem inicio agudo com febre alta 
(39º a 40ºC), calafrios, vômitos, cefaleia, 
prostração, amigdalite e dor abdominal. O 
exantema surge após 24 a 48 horas, com 
aspecto eritematoso e micropapular, dando 
à pele uma textura áspera semelhante à 
“lixa”. O rash se inicia no tórax e se dissemina 
para pescoço e membros, poupando 
palmas e plantas. 
Na face, a fronte e as bochechas ficam 
hiperemiadas enquanto a região perioral 
torna-se pálida (Sinal de Filatov). Nas regiões 
flexurais (ex.: prega poplítea, axilas, prega 
cubital) o exantema é mais intenso, levando 
à formação de linhas transversais (Sinal de 
Pastia). O rash começa a desaparecer após 
a 1ª semana, iniciando-se pela face e 
pescoço, deixando uma descamação fina. 
Os pés e as mãos são os últimos a descamar 
e o fazem de modo mais intenso. 
As amígdalas frequentemente estão 
edemaciadas, hiperemiadas e recobertas 
por um exsudato. 
A língua, no primeiro dia da infecção, 
apresenta-se com aspecto de “morango 
branco” em função das papilas 
hipertrofiadas e exsudato branco recobrindo 
sua superfície. No terceiro dia, a língua 
adquire um aspecto de “morango vermelho” 
ou “framboesa”, pois o exsudato 
desaparece e as papilas linguais 
avermelhadas tornam-se evidentes. 
 
VARICELA ZÓSTER 
A varicela nada mais é do que a catapora. 
Essa doença tem um curso benigno e 
autolimitado na infância. Embora seja uma 
doença imunoprevinível, continua sendo 
bastante comum em nosso meio, uma vez 
que a vacina foi introduzida no Calendário 
Básico da Criança apenas em 2013. 
A doença é causada pelo Vírus Varicela 
Zoster e o ser humano é o único reservatório 
do agente. 
O VVZ é capaz de causar infecção primária, 
latente e recorrente. A capacidade de 
estabelecer uma infecção latente após a 
infecção primária é uma característica 
comum de diversos membros da família dos 
herpesvírus. A infecção primária leva ao 
quadro de varicela. Após a primoinfecção, o 
vírus estabelece infecção latente nos 
gânglios sensoriais e a reativação provoca o 
quadro de herpes-zóster, mais comuns em 
indivíduos mais velhos e com comorbidades. 
O leigo costuma chamar esse quadro de 
“cobreiro”. 
O vírus é encontrado nas secreções 
respiratórias e no líquido das lesões cutâneas 
do paciente com varicela e pode 
disseminar-se por via aérea e pelo contato 
direto com as lesões. A transmissibilidade 
tem inicio um a dois dias antes do surgimento 
do exantema e persiste ate o momento em 
que todas as vesículas se transformaram em 
 
21 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
crostas (o que em geral ocorre de três a sete 
dias após o inicio das lesões). 
O vírus é inoculado na mucosa do trato 
respiratório superior e nos tecidos linfoides e 
começa a se replicar. Tem inicio o período 
de incubação da doença que dura entre 10 
e 21 dias. Ocorre uma primeira viremia 
subclínica, que espalha o vírus pelo sistema 
reticuloendotelial. Passam-se alguns dias e 
ocorre a disseminação cutânea do vírus por 
meio de uma segunda viremia, que dura de 
três a sete dias. Próximo ao fim do período 
de incubação, o vírus é novamente 
transportado para a mucosa respiratória, 
começando a ser eliminado antes do 
aparecimento do exantema. 
A doença é autolimitada devido à própria 
resposta imune do hospedeiro, que é capaz 
de conter a replicação viral. 
Após o controle da doença, o VVZ não é 
eliminado do organismo. Ele caminha de 
forma retrógrada pelos axônios sensoriais e 
alcança os gânglios das raízes dorsais, 
permanecendo em estado de latência por 
muitos anos. 
O vírus latente pode sofrer reativação, se 
replicar nos gânglios e fazer o caminho de 
volta pelos nervos ate a área da pele 
correspondente, levando ao surgimento faz 
lesões do quadro de herpes-zóster. É isso que 
explica a distribuição típica do exantema. O 
surgimento das novas lesões na pele 
também é autolimitado e a formação das 
crostas ocorre em ate duas semanas. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS. 
A doença costuma começar entre 14 e 16 
dias após o contágio. 
As crianças menores simplesmente não 
costumam apresentar prodrômos. As 
manifestações cutâneas costumam serem as 
primeiras alterações. As crianças maiores e 
adultos podem apresentar febre moderada, 
mal-estar, adinamia, anorexia e dor 
abdominal. Esses sintomas surgem um a dois 
dias antes do exantema. 
A lesão inicial consiste em mácula 
eritematosa e pruriginosa, que se converte 
em pápula, que evolui em vesícula de 
conteúdo cristalino. Essa vesícula lembra 
uma “gota de orvalho sobre a pétala”. Em 
24-48 horas, cada vesícula evolui como 
pústula com umbilicação central e formação 
de crostas. 
 
Uma coisa interessante de se observar, é que 
ao mesmo tempo em que algumas vesículas 
já se tornaram crostas, há novas vesículas 
surgindo. Por esse motivo, em uma mesma 
região do corpo, podemos encontrar lesões 
em vários estágios evolutivos, que da origem 
ao polimorfismo regional. Essas lesões 
também se espalham nas mucosas, 
atingindo orofaringe, mucosa vaginal e 
conjuntiva. 
As primeiras lesões em geral surgem no 
couro cabeludo, na face e no tronco. O 
exantema tem uma distribuição centrípeta, 
ou seja, é mais evidente no centro do corpo. 
O surgimento de novas lesões dura em 
media de 2 a 4 dias. No momento em que 
todas as lesões tornam-se crostase novas 
lesões param de surgir, sabemos que a 
viremia foi interrompida. Isso é fundamental 
para sabermos o momento em que o 
indivíduo parou de transmitir o vírus e pode 
retomar as suas atividades normais. 
Todas as crostas irão finalmente desaparecer 
entre uma e duas semanas deixando áreas 
 
22 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
de hipo ou hiperpigmentação. A formação 
de cicatrizes permanentes não é comum, 
exceto quando ocorre a infecção 
secundária de uma lesão. 
 
DENGUE 
A dengue é uma doença febril 
exantemática aguda causada por um vírus 
de RNA do gênero Flavivírus, que 
compreende 4 sorotipos conhecidos (DENV 
1, 2 , 3 e 4). 
A transmissão se da por meio de picadas de 
mosquitos femeas do gênero Aedes, sendo o 
A. aegypt o principal vetor no Brasil. 
Entre 2007 e 2009 registrou-se um aumento 
significativo de casos graves em crianças 
com a recirculação do DENV2. 
A dengue na criança pode ser assintomática 
ou manifestar-se como síndrome febril com 
sinais e sintomas inespecíficos, como apatia, 
recusa da alimentação e de líquidos, 
vômitos, diarreia sem sinais de localização. 
Já os menores de 2 anos de idade, os sinais e 
sintomas de dor podem manifestar-se por 
choro persistente, sonolência ou 
irritabilidade, que pode sugerir outros 
quadros infecciosos febris, comuns dessa 
faixa etária, como o exantema súbito.

Continue navegando