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Universidade Católica de Moçambique Instituto de Educação à Distância Tema do 2º Trabalho Resumo da Unidade X à Unidade XVIII Judeque Gil Brigode: 708204956 Curso: Licenciatura em Ensino de História Disciplina: História das Sociedades II Ano de Frequência: 2º ano Docentes: Dra: Judite João mafunga Jano Dr: António Culambane Sopa Dr: Anacamela Simbine Tete, Julho de 2021 2 Universidade Católica de Moçambique Instituto de Educação à Distância Tema do 2º Trabalho Resumo da Unidade X à Unidade XVIII Trabalho científico da cadeira História das Sociedades II a ser apresentado como requisito de avaliação no Curso de Licenciatura em Ensino de História, ministrado por: Docentes: Dra: Judite João mafunga Jano Dr: António Culambane Sopa Dr: Anacamela Simbine Judeque Gil Brigode: 708204956 Curso de Licenciatura em ensino de História 2º Ano Tete, Julho de 2021 3 Folha de Feedback Categorias Indicadores Padrões Classificação Pontuação máxima Nota do tutor Subtotal Estrutura Aspectos organizacionais Capa 0.5 Índice 0.5 Introdução 0.5 Discussão 0.5 Conclusão 0.5 Bibliografia 2.0 Conteúdo Introdução Contextualização (Indicação clara do problema) 1.0 Descrição dos objectivos 2.0 Metodologia adequada ao objecto do trabalho 3.0 Análise e discussão Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual) 2.0 Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo 2.5 Exploração dos dados 2.0 Conclusão Contributos teóricos práticos 1.0 Aspectos gerais Formatação Paginação, tipo e tamanho de letra, paragrafo, espaçamento entre linhas 2.0 Referências Bibliográficas Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia Rigor e coerência das citações/referências bibliográficas 0.5 4 Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 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__________________________________________________________________________________ ________________________________________________ 5 Índice Introdução ........................................................................................................................................ 6 Objectivos ........................................................................................................................................ 6 Metodologia ..................................................................................................................................... 6 Relevância do Estudo ...................................................................................................................... 7 Relevância individual ...................................................................................................................... 7 Relevância Social. ........................................................................................................................... 7 Relevância Académica .................................................................................................................... 7 Estrutura ........................................................................................................................................... 7 O problema racial e a hierarquização da sociedade e a Estrutura social depois da Colonização. ........... 9 Estrutura Social depois da Colonização........................................................................................ 9 As antigas sociedades moçambicanas (Reinos, Estados e Impérios) Colonização e a formação da sociedade prazeira no vale do Zambeze. .................................................................................10 Origem do sistema de prazo ..........................................................................................................10 Dificuldades que o sistema enfrentou desde o início ...................................................................10 A transformação dos prazos em estados militares do vale do Zambeze .....................................11 Estados militares do vale do Zambeze ..........................................................................................11 Consequências da extinção dos estados militares do vale do Zambeze .....................................11 Estados Marave e o processo de colonização ...............................................................................11 Origem dos Estados Marave ..........................................................................................................12 Estado dos Mwenemutapas e o processo de colonização ............................................................13 Decadência do império dos mwenemutapas .................................................................................14 A Sociedade do império de Gaza e o processo de colonização: N’fecane .................................14 Estratificação social e a decadência do estado de Gaza...............................................................15 Decadência do estado de Gaza ......................................................................................................15 O ataque a Gaza ..............................................................................................................................16Os Reinos Afro - Islâmicos da Costa ............................................................................................16 Os Reinos Afro-Islâmicos..............................................................................................................16 Xeicado de Sancul ..........................................................................................................................17 Conclusão .......................................................................................................................................18 Referências Bibliográficas .............................................................................................................19 6 Introdução O presente trabalho cientifico tem como tema: Resumo de unidade X à Unidade XVIII, a abordagem deste trabalho tem maior enfoque para o processo de conquista de África, que foi acompanha de uma preparação ideológicas, e por isso se refere que a colonização ideológicas e a mais perigosa do que a colonização material ou económica. Quando se iniciaram as viagens de descobrimento, foram sempre acompanhadas pelos missionários. Contudo, o processo de conquista de África, enquadra-se na política de materialização da conferência de Berlim. A acumulação de capital, a procura de matérias-primas e a exportação de capitais, constituíam motivos gerais e fundamentais para o processo de colonização em África. Nesse sentido, a história de África sucederam rápidas mudanças durante o período entre 1880 e 935, marcado pela conquista e ocupação de quase todo o continente africano pelas potências imperialistas e depois pela instauração e do sistema colonial. Objectivos Objectivo geral Compreender o resumo da unidade X à unidade XVIII. Objectivos específicos Explicar os diferentes processos usados na reconstituição da história de África. Hierarquização social das civilizações africanas; Interpretar o significado da tradição oral na conservação histórica da civilização africana Identificar as classes sociais em Moçambique no período colonial; Explicar as principais actividades e sua distribuição por classes Indicar as condições que permitiram a instalação de prazos em Moçambique; Identificar as principais causa que contribuíram na extinção desses estados e introdução da economia do tipo capitalista em Moçambique. Metodologia Para a materialização do presente trabalho privilegiou-me o método de consulta do módulo de História Das Sociedades II da UCM que me possibilitou na resolução da sintetização das unidades. 7 Relevância do Estudo Tendo em conta que é chamado de história o conhecimento que estuda as ocorrências do passado, nesse sentido, a história das Sociedade faz-nos conhecer uma realidade que nos permite reproduzir transformações pelas quais a sociedade esta se passando, a formação social é fundamentada na história de cada povo, o tempo histórico passado e presente são relevante para compreender a formação de cada civilização. Relevância individual No que diz respeito a relevância individual, como estudante do curso de licenciatura em ensino de história, é importante pois desejar-se ver a história geral de África a contribuir para uma efectiva educação no processo de ensino e aprendizagem para o país e o mundo todo. Relevância Social. O presente trabalho cientifico é bastante importante porque a história esta presente no quotidiano e serve de alerta a condição humana de agente transformador do mundo, levando em consideração as mudanças ocorridas no tempo. As informações recolhidas no presente se não forem recriadas, questionadas, indagadas, compreendidas e interpretados. Relevância Académica Para a academia o presente trabalho científico, enquadra-se na cadeira curricular de História das Sociedade II, a qual se teve conhecimentos mais aprofundados sobre a síntese de unidade X a Unidade XVIII, abordados e servira de suporte aos futuros estudantes e de alguma forma dúvidas sobre o tema serão sanadas. Estrutura O presente trabalho cientifico está estruturado da seguinte maneira: Num primeiro momento avançamos para com a introdução, onde de seguida fez se a exposição do tema que em seguida onde formulei os objectivos Gerais e Específicos, posteriormente segue a metodologia, na qual apresenta técnicas usadas para a realização deste trabalho, e ainda nesta senda, inclui-se de seguida relevância do estudo, relevância individual, relevância social e relevância académica, e o desenvolvimento do trabalho onde o tema em curso, será abordado, contudo, englobamos a conclusão que é o desfecho do trabalho e por ultimo os referenciais bibliográficos. 8 1. Os métodos utilizados para a recomposição da história de África A interdisciplinaridade - A utilização de muitas disciplinas, mas com maior destaque a arqueologia que foi a que efectivamente detêm a chave da história das culturas e das civilizações africanas, foi graças a utilização da arqueologia que hoje há um consenso de que a África é o berço da humanidade. Foi com a arqueologia que tomou o conhecimento de a África foi o palco de uma das primeiras civilizações mais evoluídas, e que foi também o palco das primeiras revoluções tecnológicas da nossa história (período neolítico). Tradição oral – Foi um instrumento indispensável para a reconstituição da história de África; foi graça a ela que foi possível fazer o percurso dos diferentes povos quer no espaço quer no tempo; foi com ela que pudemos perceber qual era a vida do mundo africano, onde foi possível detectar os traços originais, os verbos africanos que fundamentam a cultura do continente africano. 1.1. Organização social africana Existiam dois tipos de sociedades; as que adoptavam linhagem patrilinear e as que adoptavam a linhagem matrilinear. Em todas as sociedades africanas era notória a existência de duas classes sociais: A dominante - (aristocracia) era constituída por indivíduos da linhagem vencedora (em casos de guerras) ou aquela linhagem que residia há bastante tempo no território e tinha uma supremacia política sobre as outras e sob a liderança de um chefe com designação de (Mambo, Fumo, ou imperador) dependendo dos casos. Dominados – Estes estavam abaixo da aristocracia, eram homens livres e estavam constituídos por agricultores, camponeses com a função de produzir a alimentação, a riqueza para a aristocracia, e, em algumas sociedades, existiam escravos domésticos. Com as migrações, as guerras e com o desenvolvimento das trocas comerciais com o mundo árabe em particular, começou a surgir as grandes diferenciações regionais a nível cultural, linguístico, dos costumes etc. 1.2. Cultura As crenças mágicas - religiosas e outros aspectos ideológicos desempenharam nas sociedades africanas um papel muito importante constituindo uma arma fundamental no poder de coesão e a aparente imobilidade. Era o chefe que fazia as cerimónias para uma boa colheita, de invocação das chuvas, fazia nos ritos, e era tido como Deus na terra. 9 2. O problema racial e a hierarquização da sociedade e a Estrutura social depois da Colonização. 2.0. Estrutura Social depois da Colonização Caso de Moçambique No processo da colonização de Moçambique predominavam duas classes bem diferentes: 1) A burguesia europeia – grande burguesia; 2) O campesinato africano Burguesia europeia – Classe dominante cujo interesse era a exploração mais directa dos recursos moçambicanos. Campesinato – Constituía a maioria da população moçambicana, classe dominada com a missão de fornecer o trabalho migratório nas plantações e nas minas. Burguesia agrícola local - Faziam parte os colonos interessados na exploração dos camponeses das suas melhores terras e transformá-los em trabalhadores forçados e sazonais nas plantações e machambas. 2.1. Descriminação racial na estrutura colonial A descriminaçãoracial era parte inerente da estrutura colonial definindo a população negra como principal fonte de riqueza a nova economia. Nos finais do séc. XIX, os representastes do colonialismo em Moçambique, diriam que o negro não era e nem devia ser igual ao português, daí o seu emprego no trabalho obrigatório. 2.2. As condições para se ser assimilado Um africano que pretendesse ser assimilado e assim se tornar civilizado, devia requerer a um tribunal local onde de4via provar a esse tribunal que domina a língua portuguesa e da fé cristã, ter uma estabilidade financeira e que estava disposto a abandonar os costumes nativos (isto é, não se identificar como africano). Quem era o indígena – Eram considerados indígenas, os indivíduos de raça negra ou seus descendentes que nascidos em Moçambique ou vivendo habitualmente em Moçambique ainda não possuam a instrução e os hábitos individuais e sociais pressupostos para a aplicação de direitos públicos e privados dos cidadãos portugueses. 2.3. Movimento associativo e literário Este movimento passou a questionar os aspectos de indo - social, dentro dos quais destacamos: - Contra a intensificação das barreiras sociais no sistema educacional; - Pela cessação total dos estrangeiros europeus, asiáticos que, ocupavam os postos de trabalho em detrimento dos moçambicanos. 10 3. As antigas sociedades moçambicanas (Reinos, Estados e Impérios) Colonização e a formação da sociedade prazeira no vale do Zambeze. 3.0. Origem do sistema de prazo Este sistema é resultante da penetração política - militar e económica do colonialismo português no estado do Muenemutapa que dá origem aos prazos. O termo prazo aparece pela primeira vez no século XVII, oriundo de Portugal ou da Índia. Neste século XVII, ter-se-ia instituído Índia a prática de aforar ou conceder terras da coroa portuguesa obtidas por conquistas na condição obrigatória do foréiro viver nelas e ter homens preparados militarmente para a sua defesa. Prazo na situação moçambicana – Pequenas unidades políticas que eram estruturadas dentro do império por mercadores de origem portuguesa ou indiana. 3.1. Origem dos Prazos no Contexto Moçambicano As terras onde foram erguidas estas pequenas unidades tiveram essencialmente três origens: - Terras doadas pelos chefes africanos ao governo português, essa eram uma das formas de aquisição de terras para a formação de prazos. - Terras conquistadas aos chefes por exército de mercadores ricos; - Terras compradas aos chefes africanos por mercadores. 3.2. Dificuldades que o sistema enfrentou desde o início A instituição prazéira enfrentou desde o início uma série de dificuldades que vão se circunscrever pelas seguintes razões: - Na prática, a coroa portuguesa nunca marcou presença política nessas terras porque quem as sustentava eram os opositores do regime. - A inferioridade numérica e o isolamento a que os prazéiros estavam votados, nunca conseguiram impor a cultura; eram africanizados, (no lugar de civilizar, eles é que eram civilizados). 3.3. Estratégias adoptadas do ponto de vista sócio - cultural Dentro do sistema prazéiro para além da classe dominante (senhores de terras), existia a classe donde se destacam os escravos com dois grandes grupos com funções diferentes: A - chicunda e escravos domésticos, em número de (4 a 5000 mil homens) adquiridos a partir de trocas por panos e missangas, ou oferecidos a partir da ajuda militar aos chefes locais, ou ainda em períodos de fome, os camponeses locais aceitavam tornar-se escravos para não morrer. A-chicunda – É um termo militar que significava vencer. Estes tinham como função: 11 - Garantir a defesa dos prazos; - Cobrar impostos; - Captura de escravos; Ideologia Os prazos aproveitaram das práticas mágicas - religiosa dos nativos para garantir a reprodução das relações de produção. Usavam muavi para descobrir a culpabilidade de alguém acusado de feitiçaria. Na morte dum prazéiro, realizava-se uma cerimónia tipo camente local, (o chiriro). Os prazéiros recorriam aos adivinhos para realizar qualquer negócio ou viagem que é uma prática meramente africana. Em fim, adquiriram hábitos e tradições africanas, tornaram- se chefes e escravizaram as populações dos seus territórios. 4. A transformação dos prazos em estados militares do vale do Zambeze 4.0. Estados militares do vale do Zambeze No processo de desagregação dos prazos, incubava-se outro fenómeno. Famílias luso-afro- portu-islamizadas, reagrupando a-chicundas dispersos em troca de tecidos, bebidas espingardas, teceram laços de parentesco com famílias de aristocratas locais e fundaram poderosos estados mais extensos em todo vale do Zambeze até a foz; a destacar o estado militar de Massangano, ( da família cruz ); Gorongosa (de Manuel António de Sousa); Macanga (dos Caetanos); Massingir (de Vaz dos Anjos); Maganja da Costa ( de João Bonifácio da Cilva). A oeste de Tete até Zâmbia pertencia a José do Rosário Andrade, José dos Anjos Lobo, Firmino Luís Germano e outros. 4.1. Consequências da extinção dos estados militares do vale do Zambeze A decadência dos estados militares do vale do Zambeze permitiu a penetração da coroa portuguesa e o seu enraizamento, tendo montado uma administração com estruturas pró - portuguesas (régulo, fumos sipaios, cabos de terras etc); montagem duma estrutura económica do modo capitalista (companhia de Moçambique, companhia do Niassa, companhia da Zambézia, companhia do Boror, companhia do madal, companhia de Sena sugar Stets, entre outras instituições económicas. 5. Estados Marave e o processo de colonização 5.0. A Sociedade Marave O termo Marave designa uma formação Etno- Linguístico e sabe-se muito pouco sobre a sua origem. Nem Nyanja nem os Cheua designavam ou designam Marave. Pensa-se que o termo designasse ao grupo associado ao clã Phiri. 12 5.1. Origem dos Estados Marave Originaram-se quando o povo oriundo de Luba, do Congo, chegou ao sul da actual república do Malawi no período compreendido entre 1200-1400. Estes povos na sua migração para a região sul do Malawi (Chire e Luangua), foram dirigidos pelo clã phiri. Dentro do clã phiri (por volta de 1600) se destacava a linhagem Karonga (dominante). E, até 1530, altura da chegada dos portugueses, os maraves já se encontravam estabelecidos. 5.2. Sua Cultura Entre os maraves era importante por sua vez os cultos dedicados às entidades supremas. As populações sob liderança de vários clãs como banda, praticavam em santuários, vários cultos ligados à fertilidade das terras, à invocação da chuva e ao controlo das cheias. Os cultos importantes no Marave eram cultos dedicados às entidades supremas. Os cultos possuíam oficiantes geralmente por mulheres, conhecidas por sarimay por exemplo, no caso da mulher espírita do culto de muali ou ao culto e Makewana integrado no estado de Undi. 5.3. A Classe dominante A classe dominante reproduziu-se nos estados maraves através de duas fontes fundamentais: O pagamento de tributo pelas populações e controle do comércio a longa distância. Ao nível de todos os estados maraves, os tributos eram de diversas formas. Podiam ser simbólicos a semelhança do que ocorria nos estados dos muenemutapas através de entrega de penas de pássaros, peles de certos animais considerados importantes como as de gato-bravo, peles de leões, de leopardos etc. 5.4. Aparelho de estado O aparelho de estado marave era mais complexo em relação a o dos muenemutapas. Em cada aldeia havia um chefe (mwini-mudzi); acima do chefe da aldeia estava o chefe territorial (mwini-dzco) e, por cima desse, o chefe provincial que controlava o território denominado (mambo). 5.5. O processo de colonização O processo de colonização iniciou nos meados do séc. XVII, foi intensificado pela penetração duma nova geração de mercadores no fim do séc. XVIII. Neste séc, penetrou um dos mercadores conhecidopor Gonçalo Caetano Pereira o fundador da dinastia prazeira e do estado Macanga chegou a casar-se com uma filha do Undi reinante e começou a sua vida como prospector de ouro na mina de Javã, utilizando mulheres escravas acabando de assenhorar de muitas províncias do estado dos Undi. 13 6. Estado dos Mwenemutapas e o processo de colonização 6.0. Surgimento do Estado dos Mwenemutapas Este estado nasce como consequência da desintegração do estado do Zimbabwe por volta de 1450, na sequência da invasão pelo exército de Mutota entre 1440-1450, que vai culminar com a estruturação de uma grande unidade política com a designação de Mwenemutapa. A sociedade shona estava dividida em dois níveis socio-culturais e económico completamente diferentes que são: 1) - Comunidade aldeã rural (mushas) 2) - Aristocracia dominante. 6.1. A estrutura administrativa era constituída da seguinte maneira: 1) – Mambo – Era chefe supremo 2) – Mazarira, Inhahanda e Nambuiza; eram as três principais esposas do rei, com funções administrativas importantes. 3) – Nove altos funcionários responsáveis pela defesa, actividade comercial, mensagéiros do rei perante outros estados, práticas mágicoreligiosas. 4) – Fumos e N`kosses – chefes provinciais dos estados vassalos As comunidades aldeãs estavam estruturadas segundo as relações de parentesco tendo um antepassado comum que garantia a coesão das comunidades. Estas comunidades tinham um regime de produção de auto-suficiência, trabalhando fundamentalmente na agricultura produzindo cereais. Praticavam também a caça, pesca, pastorícia e a mineração como actividades secundárias. 6.2. Actividades económicas - Agricultura itinerante de subsistência cuja relação das forças produtivas fracas se caracterizava no uso de enxada num processo de queimadas. - Comércio – Consistia na troca simples e a longa distância com a costa. Praticavam também a pecuária, a caça e a pesca. 6.3. A articulação classe dominante - comunidade aldeã A articulação classe dominante-comunidade aldeã, baseava-se na exploração. 6.4. Obrigações da comunidade aldeã - Pagamento de imposto em género; Premissas das colheitas – que eram os primeiros produtos a serem colhidos, e eram obrigados a pagar regularmente os produtos produzidos: marfim, peles de animais, penas de alguns pássaros, entrega de materiais e construção de residências e prestar serviços pelo menos sete dias por mês à classe dominante. 14 6.5. Decadência do império dos mwenemutapas As causas da decadência do império dos mwenemutapas A classe dominada preferia os árabes que os portugueses; isto vai ser o pretexto para os portugueses entrarem no império antecedido por um processo ideológico. Os seus planos eram de marginalizar os mercadores árabes, influenciar as decisões políticas do imperador em seu benefício, monopolizar períodos em que os camponeses dedicassem a produção de valores de Troca (ouro), em detrimento de produção de valores de uso (agricultura): - O comércio tinha que estar nas mãos dos portugueses; - Nenhuma decisão devia ser tomada sem consultar aos portugueses. - Passar mais tempo a trabalhar na mineração que na agricultura; para isso todos eles tinham que converter a classe dominante para a religião católica. O padre Gonsalo da Silveira foi morto acusado de feitiçaria. 6.6. Consequências da decadência do império dos Monomotapas Em termos de vantagens, a decadência do império dos Monomotapas cedeu o surgimento de novos estados como o estado de Gaza, os estados militares do vale do Zambeze, estado do Bárwe, e a extinção de trabalhos forçados nas minas de ouro. Contudo, trouxe por sua vez as desvantagens como a agudização de lutas intra e interdinastiais; possibilitou a criação de estados sob a dominação de estrangeiros (os prazos e estados militares do vale do Zambeze que simbolizava em parte o domínio português em Moçambique). 7. A Sociedade do império de Gaza e o processo de colonização: N’fecane 7.0. Antecedentes da formação do estado de Gaza. O período entre 1750 a 1800, na região compreendida entre o Limpopo e o Incomati assiste-se profundas transformações políticas. Surgiram neste período vários reinos de extensões variadas como: Zulo, Nduandwe, Nkwabe, Maputo, Tembe. Característica destes reinos – a posse do gado determinava a importância de cada linhagem dentro da sociedade. Cultivavam juntos dos rios ou margens, mapira, milho e outros. Praticavam o comércio a longa distância fundamentalmente através da bacia do Maputo.- Nesses estados havia uma estratificação de classes classe dominante e classe dominada. No período 1795 a 1815 assiste-se a uma redução nas transacções comerciais na bacia do Maputo que se resultou das guerrasNapoleónicas na Europa. 15 O surgimento da militarização é o resultado das lutas entre estados provocadas por razões já focadas. Devido ao N’fecane surgiram migrações: os Ndebeles retiraram-se para o norte dirigidos por Nzilicaze. 7.1. A formação do estado de Gaza O estado de Gaza surge em 1821 no território compreendido entre a bacia do Maputo e rio Zambeze. Este estado surgiu como fruto de conquistasdum grupo Nguni. A sua maior extensão territorial situava-se em Moçambique. O seu primeiro rei foi Soshangane (Manicusse) 1821/58. Administração – para uma melhor administração o estado estava dividido por províncias governadas por filhos do Rei ou parentes mais próximos, ou então pessoas pertencentes a linhagem Nguni. 7.2. Actividades Económicas no Estado de Gaza Actividade comercial no Estado de Gaza O estado de Gaza comercializava marfim através da baia do Maputo. Em troca recebia produtos manufacturados, armas de fogo, especiarias etc. Com os árabes, portugueses e ingleses (comércio a longa distância). Por outro lado havia comércio interno realizado por comerciantes pequenos que trabalhavam para conta própria ou para conta dos comerciantes de marfim que comercializavam peles de gatos selvagens enxadas em troca de produtos nacionais: celeiros, tecelões, enxadas. 7.3. Estratificação social e a decadência do estado de Gaza Tanto nas sociedades Satélites (chefaturas avassaladas aos seus chefes tradicionais) como no núcleo central do estado, existia uma nítida divisão de classes sociais: no núcleo central encontrava-se 1º no topo uma alta aristocracia composta por elementos da linhagem do Rei (descendentes até do seu bisavô paterno). 7.4. Decadência do estado de Gaza O estado de Gaza constituía a maior ameaça ao plano de ocupação colonial. O Rei Gungunhana várias vezes tinha desafiado os portugueses. Planos de António Enes: Antóno Enes estava munido de planos poderes para estabelecer a imagem portuguesa a partir de um domínio efectivo as chefaturas que procuraram manter-se independentes. Os seus planos estavam assentes nas seguintes acções: 1o - Fazer surgir pela força o prestígio português nos pequenos regulados 2o - Fazer alianças com chefes submetidos ou amedrontados para cercar Para tal António Enes usou na sua táctica política a desestabilização das populações: 16 1o - Agudizou os conflitos entre os chefes locais; 7.5. Resistência de Gaza: António Enes tinha estabelecido através dos seus emissários vários contactos com o Rei de Gaza mas tudo como táctica de modo que este não se preparasse militarmente:1o que não iria nunca atacar Gaza; 2o Impediu que Gungunhana não se aliasse à companhia de Moçambique no sentido da companhia não cobrar imposto no seu território; 3o Evitou que Gungunhana estabelecesse negociações com B.S.A.C. 7.6. O ataque a Gaza A violência de ataques levaram Ngungunhana a se refugiar à Chaimite com os seus chefes fiéis, enquanto a maior parte se aliavam aos portugueses. Nessa altura foi criado o distrito militar de Gaza (Dezembro de 1895) e Mouzinho de Abulquerque comandante de cavalaria nas batalhas de Manjacaze e Coolela é nomeado em seu governopor ter se revelado competente. 8. Os Reinos Afro - Islâmicos da Costa 8.0. Os Reinos Afro-Islâmicos Ao longo da costa existiam formações políticas no séc. XVIII; reinos a que denominamos afro-islâmicos da costa. Estes Reinos constituíam o fruto do desenvolvimento do comércio. Dentre os vários Reinos da costa destacaram-se os seguintes: Reino de Quitangonha; Sancul; Angoche; Sangange etc. Estes reinos tiveram como pilar fundamental da sua produção o comércio de escravos. Nesta altura Portugal tinha se fixado na Ilha de Moçambique. Os Reinos afro- islâmicos da costa tinham uma base productiva; a aquisição de escravos era fornecida pelas diversas formações políticas do interior (os Reinos da Macuana ou estados Macuas do interior). Os fundadores dos Reinos afro-islâmicos da costa foram os Árabes-Swahily. 8.1. Sultanato de Angoche O Sultanato de Angoche foi fundado por refugiados de Quíloa, e que se tinham instalado primeiramente em Quelimane e Ilha de Moçambique e só mais tarde foram fundar o Sultanato de Angoche. Seus fundadores foram: Hassanie Mussa. Mussa era de Quelimane enquanto Hassanie era da Ilha de Moçambique. Hassan como chefe máximo deste Sultanato, após à sua morte substituíulhe o seu filho Xosa. Foi neste período em que os Mwenemutapas fixaram a sua capital em Dande, junto ao rio Zambeze, utilizando este rio como maior rota comercial, assim como os seus afluentes 17 (Luenha e Mazoe) ao mesmo tempo dividindo as suas intenções de troca comercial para o porto de Angoche o que aumentou a importância deste porto como centro de tráfego. 8.2. Xeicado de Sancul O Xeicado de Sancul formou-se no século XVI e os seus fundadores eram oriundos da Ilha de Moçambique, onde se pressupõem terem reinado ate serem desalojados pelos portugueses. Situava-se na costa entre o Lumbo e o Mongicual, onde existiam numerosos braços de mar de difícil acesso, mantinha um considerável intercambio com o exterior. Apesar de considerado leal feudatário da coroa portuguesa, desde os meados do século XVIII, o xeique de Sancul foi assassinado em 1753 por um comandante da força portuguesa durante uma campanha contra os chefes makuas da região. 8.3. Xeicado de Quitangonha. A formação do xeicado de Quitangonha verificou-se durante o século XVI, tendo os seus fundadores partido da Ilha de Moçambique entre os anos 1515 e 1585. Desde o inicio, os seus dirigentes do xeicado estabeleceram uma aliança com as autoridades portuguesas ate ao século XVIII. Este facto permitiu a manutenção por parte dos afro-islamicos, do tráfego marítimo. Esta aliança viria ser perturbada quando os traficantes franceses de escravos começaram a aparecer a partir de 1755 em busca de escravos para as plantações das ilhas do indico. 18 9. Conclusão O presente trabalho cientifico teve como tema: Resumo de unidade X à unidade XVIII, contudo, posso concluir que a interdisciplinaridade e a tradição oral constituem métodos utilizados para a recomposição da historia de África pois na interdisciplinaridade, a utilização, de muitas disciplinas, mas com maior destaque a arqueologia que foi a que efectivamente detêm a chave da historia das cultural e das civilizações africanas, foi graças a utilização da arqueologia que hoje há um consenso de que a África e o berço da humanidade, e também, a tradição oral que foi um instrumento indispensável para a reconstituição da historia de África, foi graças a ela que foi possível fazer o percurso dos diferentes povos quer no espaço quer no tempo, foi com ela que pudemos perceber qual era a vida do mundo africano, onde foi possível detectar os africanos que fundamentam a cultura do continente africano. Noutros casos, ao longo da costa existiam formações políticas no séc. XVIII, reinos a que denominamos Afro-Islâmicos da costa. Estes Reinos constituíam o fruto do desenvolvimento do comércio, dentre os vários Reinos da costa destacaram-se os seguintes: Reino de Quitangonha, Sancul, Angoche e Sangange, onde Estes reinos tiveram como pilar fundamental da sub-produção o comércio de escravos. A partir do século XIX, mais ou menos altura da proibição do comércio de escravos, Portugal tentou eliminar o comércio de escravos nos Reinos Afro-Islâmicos da costa o que não foi possível, tendo continuado clandestinamente. Nesta altura Portugal tinha se fixado na Ilha de Moçambique. 19 10. Referências Bibliográficas BARATA, Ó. S. (2002). Introdução as Ciências Sociais. Vol 1. 10ª ed. viseu, Bertrand Editora. BARATA, Ó. S. (2002). Introdução as Ciências Sociais. Vol 2. 10ª ed. viseu, Bertrand Editora. BERNADINI, B. (1978). Introdução aos Estudos Antropológicos. Lisboa, Portugal Edições 70, GODINHO, N. M. (1967). A História Social: Problemas, Fontes e Métodos. Lisboa, Portugal Edições cosmos, MARTINEZ, F. L. (1989). O Povo Macua e a sua Cultura. Lisboa, Portugal IICT, Introdução Objectivos Objectivo geral Objectivos específicos Metodologia Relevância do Estudo Tendo em conta que é chamado de história o conhecimento que estuda as ocorrências do passado, nesse sentido, a história das Sociedade faz-nos conhecer uma realidade que nos permite reproduzir transformações pelas quais a sociedade esta se passando, a ... Relevância individual No que diz respeito a relevância individual, como estudante do curso de licenciatura em ensino de história, é importante pois desejar-se ver a história geral de África a contribuir para uma efectiva educação no processo de ensino e aprendizagem para o... Relevância Social. O presente trabalho cientifico é bastante importante porque a história esta presente no quotidiano e serve de alerta a condição humana de agente transformador do mundo, levando em consideração as mudanças ocorridas no tempo. As informações recolhidas ... Relevância Académica Para a academia o presente trabalho científico, enquadra-se na cadeira curricular de História das Sociedade II, a qual se teve conhecimentos mais aprofundados sobre a síntese de unidade X a Unidade XVIII, abordados e servira de suporte aos futuros est... Estrutura 1. Os métodos utilizados para a recomposição da história de África 1.1. Organização social africana 1.2. Cultura 2. O problema racial e a hierarquização da sociedade e a Estrutura social depois da Colonização. 2.0. Estrutura Social depois da Colonização Caso de Moçambique 2.1. Descriminação racial na estrutura colonial 2.2. As condições para se ser assimilado 2.3. Movimento associativo e literário 3. As antigas sociedades moçambicanas (Reinos, Estados e Impérios) Colonização e a formação da sociedade prazeira no vale do Zambeze. 3.0. Origem do sistema de prazo 3.2. Dificuldades que o sistema enfrentou desde o início 3.3. Estratégias adoptadas do ponto de vista sócio - cultural Ideologia 4. A transformação dos prazos em estados militares do vale do Zambeze 4.0. Estados militares do vale do Zambeze 4.1. Consequências da extinção dos estados militares do vale do Zambeze 5. Estados Marave e o processo de colonização 5.0. A Sociedade Marave 5.1. Origem dos Estados Marave 5.2. Sua Cultura 5.3. A Classe dominante 5.4. Aparelho de estado 5.5. O processo de colonização 6. Estado dos Mwenemutapas e o processo de colonização 6.0. Surgimento do Estado dos Mwenemutapas 6.1. A estrutura administrativa era constituída da seguinte maneira: 6.2. Actividades económicas 6.3. A articulação classe dominante - comunidade aldeã 6.4. Obrigações da comunidade aldeã 6.5. Decadência do império dos mwenemutapas 6.6. Consequências da decadência do império dos Monomotapas 7. A Sociedade do império de Gaza e o processo de colonização: N’fecane 7.0. Antecedentes da formação do estado de Gaza. 7.2. Actividades Económicas no Estado de Gaza Actividade comercial no Estado de Gaza 7.3. Estratificação social e a decadência do estado de Gaza 7.4. Decadência do estado de Gaza 7.5. Resistência de Gaza: 7.6. O ataque a Gaza 8. Os Reinos Afro- Islâmicos da Costa 8.0. Os Reinos Afro-Islâmicos 8.1. Sultanato de Angoche 8.2. Xeicado de Sancul 8.3. Xeicado de Quitangonha. 9. Conclusão 10. Referências Bibliográficas
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