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74 Improbidade Administrativa - Procedimento Administrativo - Lei 842992 - art 14 ao 16

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Procedimento Administrativo e Processo Judicial - Lei 8429/92 - art. 14 ao 16, 19, 20 e 22.
Prof. Eduardo Tanaka
 Se você quiser fixar e entender melhor esta matéria, com tudo mastigadinho e explicado, assista à videoaula 74 (Improbidade Administrativa – Procedimento Administrativo) em meu canal do Youtube – Prof. Eduardo Tanaka – acesse através do link: https://youtu.be/Uy7B3Kbt6lA
Após ocorrida a prática de ato de improbidade administrativa, para que haja a aplicação de sanção, haverá a necessidade de iniciar um procedimento administrativo e processo judicial. 
O procedimento administrativo é uma fase inicial e investigativa.
No processo judicial é que são aplicadas as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. Ex.: perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, multa civil, proibição de contratar com o poder público.
Obs.: Existe a possibilidade de demissão do servidor pela administração pública. Entretanto, essa figura jurídica denominada "demissão", apesar de representar o mesmo efeito prático da perda da função pública, aquela não terá por base a Lei 8429/92, mas sim, o estatuto do servidor público do respectivo ente federado.
Conforme a Lei 8429/92, Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Questões
(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) Tratando-se de crime por ato de improbidade, a perda de função pública e a suspensão dos direitos políticos somente se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Gabarito: C 
(CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - 2016) Em se tratando de ação de improbidade, a perda da função pública é uma sanção administrativa decorrente de sentença de procedência dos pedidos.
Gabarito: E 
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
        Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
Comentário: Aqui se observa o direito de petição, previsto no artigo 5º, inciso XXXIV, da Constituição Federal:
"XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;"
Por exemplo, uma pessoa viu um funcionário de um município, que é seu vizinho, utilizando um trator e funcionários da prefeitura para fazer limpeza de seu terreno particular. 
Nesse caso, ele poderá representar esse ato de improbidade administrativa à autoridade administrativa competente. Não se admitindo representação anônima.
Entretanto, a falsa denúncia é crime, conforme art. 19:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
        Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
        Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Questão (CESPE- MP-RN) É crime a representação por ato de improbidade administrativa contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia tem conhecimento de que este é inocente.
Gabarito: C 
Continuando art. 14: § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
Comentário: Aqui são apresentadas as formalidades.
Questão (CESPE - PC-ES - Perito papoloscápico) Qualquer pessoa, independentemente de identificação, poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
Gabarito: E 
        § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
Comentário: A autoridade administrativa não fará juízo de valor. Caso as formalidades estejam cumpridas, mesmo que a autoridade administrativa não concorde, o processo administrativo deverá ter prosseguimento. 
        § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
Comentário: os arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112/90,referem-se às regras do Processo Disciplinar dos servidores públicos federais. Contudo, conforme Maria Sylvia Di Pietro:
"em se tratando de matéria de processo administrativo, a competência legislativa é de cada ente da federação, razão pela qual cada um observará as respectivas leis sobre processo administrativo disciplinar".
        Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
        Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.
Questão (CESPE - PGM-RR - Procurador Municipal) O procedimento administrativo cabe à administração pública, mas a Lei de Improbidade permite ao Ministério Público designar um representante do órgão para acompanhar esse procedimento.
Gabarito: C 
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.
Art. 20.        Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
        § 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. (o CPC - Título II - Tutela de Urgência - art. 300 a 310, CPC - Lei 13105/2015, em vigor 17/03/2017) 
        § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.   
Comentário: Esta é uma ação cautelar pode ser prévia ao ingresso da ação de improbidade. Evita o dilapidamento do patrimônio do acusado.

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