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6 – Pediatria || Pediatria Hipovitaminose Vitaminas lipossolúveis Vitamina A Mais de 250 milhões de crianças no mundo tem decência de vitamina A Vitamina A tem 3 formas ativas: • Retinol (álcool) • Retinaldeido (aldeído) • Ácido retinoico (ácido) Pertence aos grupos das vitaminas lipossolúveis, é termoestável e fotossensível Grupo de risco: • Criança pré-escolar • Gestante e lactante • Moradores da zona rural do vale do Jequitinhonha, de minas gerais • Habitantes da região semi-arida do Nordeste Causas: • Primarias: o Dieta carente em vitamina A ou em gordura o Desnutrição o Deficiência de zinco e vitamina E, importantes para melhorar absorção intestinal da Vitamina A • Secundaria: o Má absorção intestinal o Parasitose o Doença inflamatória intestinal o Infecção o Hepatopatia ou pancreatopatia Quadro clinico: • Cegueira noturna • Cicatriz corneana • Xeroftalmia • Manchas de bitot • Xerose e/ou ulceração cutânea A deficiência de vitamina A altera a ceratinização do epitélio, portanto afeta trato gastrointestinal, respiratório e genitourinario, acarretando diminuição da resistência a colonização e penetração do microorganismo, o que compromete o sistema imune Diagnostico bioquímico – Concentração de retinol abaixo de 200mg/dl Valores de retinol: • Deficiente menor que 10 mcg/dl • Baixo – entre 10 e 19,9 mcg/dl • Normal – Entre 20 e 49,9 mcg/dl • Alto – Maior que 50 mcg/dl Fontes de vitamina A: • Carotenoides pró-vitamina A – Alimentos de origem vegetal (hortaliças e frutas amarelo- alaranjadas e verde-escuras) • Retinol ou vitamina A pré-formada – Alimentos de origem animal Tratamento - Administrar 200000 UI de vitamina A no momento do diagnostico, repetir a dose após 24h e administrar uma terceira dose após 4 semanas, se paciente menor de 1 ano, ou com peso inferior a 8 kg, administrar metade da dose Prevenção – Criança desnutrida e menor do que 6 meses, administrar 50000 UI a cada 6 meses. Além disso, todas as crianças que moram em região de risco, devera suplementar conforme a tabela a baixo: 7 – Pediatria || • 6 a 11 meses – 100000 UI, uma vez a cada 6 meses • 12 a 59 meses – 200000 UI, uma vez a cada 6 meses Vitamina D É composta por vitamina D2 ou ergocalciferol (origem vegetal, encontrada em alimentos fortificados com essa vitamina) e vitamina D3 (derivada de seu precursor presente na pele ou da dieta fortificada) Após a exposição da pele ao raio UVB, ocorre a ativação do precursor da vitamina D, o 7-deidrocolesterol, em colecalciferol (10 a 15 min de exposição entre 10 a 15h são o suficiente). Essa substancia transforma-se no fígado em 25-hidroxicolecalciferol e nos rins, o calcidiol sofre ação da enzima hidroxilase, transformando-se na 1,25-diidroxicolecalciferol (calcitrol), cuja atividade biológica é maior Está envolvida na regulação de mais de 1000 genes, com papel fundamental na mineralização óssea e homeostasia do cálcio, sua deficiência pode estar associada a diabetes melito tipo 1, asma, dermatite atopica, alergia alimentar, doença inflamatória intestinal, artrite reumatoide, doença cardiovascular, esquizofrenia, depressão e neoplasia Mecanismo de ação: • Intestino delgado - Aumenta a absorção intestinal de cálcio e fosforo • Ossos - Promove a formação do osso endocondral, estimula a proliferação e diferenciação dos condrocitos e a mineralização da matriz óssea • Rins – Aumenta a reabsorção tubular renal de cálcio Grupo de risco: • Bebe em aleitamento materno • Filhos de mãe com hipovitaminose D na gestação • Prematuro • Pele escura • Dieta vegetariana • Medicamentos (anticonvulsivantes, antifúngicos, glicocorticoides, antirretroviral) • Obesidade • Má absorção intestinal Deficiência da enzima 25-hidroxilase, deficiência de alfa-1-OH e resistência a ação da vitamina D Prevenção: • 400 UI de vitamina D para lactantes de 0-12 meses • 600 UI para maiores de 1 ano Quadro clinico – Como o paciente apresenta redução da absorção intestinal de cálcio e fosforo, ocorre um aumento do PTH, mobilizando o cálcio do osso para tentar normalizar o cálcio sérico, causando redução da mineralização óssea, portanto, ela pode ser desde assintomática, até levar a atraso do crescimento e desenvolvimento, irritabilidade, dor óssea, hipocalcemia, hipofosfatemia, raquitismo em crianças e osteomalacia em adolescentes e adultos Raquitismo - Esses pacientes apresentam atraso do crescimento e desenvolvimento motor, atraso da erupção dentaria, irritabilidade, sudorese, alterações dentarias, fronte olímpica, atraso no fechamento das fontanelas, crânio tabes, rosário raquítico (alargamento das junções costo-condrais), alargamento de punhos e tornozelos, sulcos de harrison (atrofia diafragmatica) e deformidade de MMIII (geno, varo, geno vago) Diagnostico de hipovitaminose D: • Suficiente o >20 ng/mL 8 – Pediatria || • Insuficiente o 12-20 ng/mL • Deficiência o < 12 ng/mL • Toxidade o > 100 ng/mL Uma vez diagnosticada hipovitaminose D, devemos pedir os seguintes exames laboratoriais pensando no risco de raquitismo: Uma vez pensou em raquitismo, tem que pedir raio-x de mãos e punhos ou joelhos em AP e de tórax em PA e perfil Tratamento – Tratar com colecalciferol, nas seguintes doses: O tratamento deverá ser feito com calcitriol se paciente com: hipoparatireoidismo; insuficiência renal crônica, raquitismo se for por deficiência de vitamina D, ou em casos de má absorção intestinal grave O raquitismo também pode ser causado por deficiência de cálcio, portanto, se paciente com raquitismo, suplementar também cálcio por 2 a 4 semanas, na dose de 30 a 80 mg/kcal/dia de cálcio elementar, de 8/8h, devendo ser reavaliado a manutenção dessa suplementação após esse período O paciente deverá ser reavaliado a cada 3 meses se alteração laboratorial ou radiológica Intoxicação pode vitamina D: • Pode surgir quando nível da 25 (OH) vitamina D estiver acima de 100ng/ml, causando hipercalcemia, hipercalciuria e supressão do PTH • Quadro clinico – Nausea, dor abdominal, poliuria, polidpsia • Tratamento – Suspensão de vitamina D, hidratação venosa, diuréticos e corticosteróides Vitamina E Ação fundamental como antioxidante, reduzindo radicais livres e protegendo a integridade das estruturas enzimáticas celulares Necessidade diária: • 4 a 7 mg em lactentes e crianças • 11 a 15 mg em adolescentes e adultos Fontes: gorduras como azeite de oliva, óleo de milho, de soja, de girassol e de algodão, manteiga, ovos, fígado, folhas verdes e legumes Quadro clinico da deficiência: Anemia hemolítica, trombocitose, edema de pálpebra, de membros inferiores e genitais, neuropatia periférica, oftalmoplegia e ataxia Tratamento: 50 a 200 mg de vitamina E por dia Profilaxia – Deve ser feita em recém- nascidos prematuros e alimentados artificialmente, com 25 UI/dia de vitamina E. Se prematura, mas alimentando com leite materno, sugere-se suplementação com 5mg de vitamina E por dia Vitamina K 9 – Pediatria || Pertence ao grupo das vitaminas lipossolúveis, se dividem em K1 (Filoquinona), K2 (Menoquinona), K3 (Menadiona), é absorvida no íleo, para depois ser transportada para o fígado, onde é armazenada Função – Síntese hepática de fatores de coagulação intrínseca e extrínseca, é tão importante que a protrombina (fato II) e os fatores VII, IX, X são denominados fatores de coagulação vitamina K-dependentes. K2 é importante para o metabolismo ósseo Fonte – Vegetais e leguminosidades como espinafre, couve-flor, repolho e batata Necessidade diária: • 2 a 55 MCG em lactantes e crianças • 60 a 75 mcg em adolescentes e adultos Deficiência acomete pacientes com restrição dietética, alteração da microbiota intestinal, má absorção delipídeos e doença hepática avançada Quadro clínico – Hemorragia espontânea ou provocada No período neonatal causa doença hemorrágica do recém-nascido, podendo se desenvolver precocemente no primeiro dia de vida, da maneira clássica, entre o segundo e sétimo dia de vida, e da tardia, a partir da segunda semana de vida • Forma precoce – Se relaciona com o uso materno de medicamentos antagonista da vitamina K • Forma clássica – Diminuição dos fatores de coagulação, podendo ser evitada com a administração profilática de vitamina K ao nascimento • Forma tardia – Ausência da administração da profilaxia ao nascimento ou baixa ingestão ou por colestase neonatal (levando a avitaminose K) Tratamento – 5 mg de vitamina K1, em dose única via intramuscular ou intravenosa. Na urgência, utiliza-se plasma fresco congelado ou sangue total fresco Profilaxia do RN – 0,5 a 1 mg de vitamina K1 intramuscular ou endovenosa ou 1 a 2 mg via oral Vitaminas hidrossolúveis Vitamina C Vitamina que sofre prejuízo da estabilidade pela exposição a luz solar, ao ar, aquecimento e alcalinização Necessidade diárias: • 40 a 50 mg para crianças • 60 a 90 mg para adultos • 120 mg para nutrizes Fonte – Acerola, laranja, couve, brócolis, limão e morango Sua deficiência leva ao quadro de escorbuto Escorbuto: • Afeta crianças entre 6 meses e 2 anos de idade • Quadro clínico – Defeito na formação de colágeno, hemorragias cutâneas, petequias, purpuras, equimoses e hematomas gengivais, dor a manipulação dos membros, incapacidade motora, posição antálgica, simulando pseudoparalisias • Diagnostico o Dosagem sérica ou urinaria de Vitamina C abaixo de 0,2 mg/dl, deve ser considerado como deficiente, enquanto valores acima de 0,6 mg/dl 10 – Pediatria || indicam bom estado nutricional o Raio-x de ossos longos e tórax-osteopenia, cortical afilada, linha densa ou branca por deposição anômala de cálcio, hemorragias subperiosteais • Tratamento – Administração de ácido ascórbico 300 a 500 mg, fracionadas em 2 a 3 doses por dia, via oral, até a cura radiológica que ocorre em 3 a 4 semanas. Depois manter profilaxia e/ou dieta rica em vitamina C Vitaminas complexo B Fator de risco para deficiência – Desnutrição e dieta restrita em produtos de origem animal B1 (Tiamina) • Fonte - carnes, vísceras e farinha integral. • Sua deficiência leva ao quadro de beribéri (anorexia, perda de peso, fadiga e insuficiência cardíaca) B2 (Riboflavina) – Coenzima para liberação de energia. • Fonte - Vísceras, leite e vegetais verde escuro. • Sua deficiência causa quelite, glossite, palidez de mucosa e sensibilidade ocular B3 (Niacina) • Fonte - Leite, carne, vísceras, vegetais • Sua deficiência causa pelagra (dermatite, diarreia e depressão) B5 (Ácido pantotênico) • Fonte – Vísceras, peixe, carne, ovo, brócolis, legume, cogumelo e amendoim • Sua deficiência causa emagrecimento, distúrbio do crescimento, cefaleia, irritabilidade, insônia, alteração do comportamento B6 (Piridoxina) • Fonte – Carne é a principal, mas também tem na aveia, leite, ovo, banana • Sua carência pode acontecer em pacientes em uso de isoniazida, cloranfenicol, hidralazina, cafeína • Sua deficiência pode levar a anemia hipocromica com ferro aumentado, linfopenia, fraqueza muscular B7 (Biotina ou vitamina H) • Fonte – Leite, gema de ovo, carnes, vísceras e amendoim • Sua deficiência causa adinamia, hiperestesia, dermatites e mialgias B9 (Ácido fólico) • Fonte – Vegetais folhosos verdes, fígado, laranja e levedura • Sua deficiência causa fraqueza, anorexia, taquicardia, esplenomegalia, déficit de memória, irritabilidade, distúrbios do sono e ataxia B12 (Cianocobalamina) • Fonte – Alimentos de origem animal • Sua deficiência leva a anemina, sintomas gastrointestinais e neurológicos, parestesia periférica Zinco Essencial no equilíbrio metabólico, tem importante ação no crescimento, desenvolvimento cognitivo, reparação tissular 11 – Pediatria || e replicação celular, portanto importante para o sistema imunológico Fonte – Carne, ovo, leite, crustáceo Sua deficiência causa atrofia do sistema linfoide, diminui a resposta a hipersensibilidade cutânea, diminui produção de anticorpos e a ação dos linfócitos T killer Deficiência congênita causa acrodermatite enteropatica (imunossupressão, atrofia vilositaria, diarreia grave e falha de crescimento) Deficiência adquirida acontece nos casos de diarreia, demanda aumentada pelo crescimento por exemplo, alimentação inadequada e vegetarismo
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