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Rebeca Cotting Shumiski- ENF 80 Os fármacos simpatolíticos, também chamados de antagonistas adrenérgicos, reduzem a atividade simpática por diminuir a neurotransmissão nas sinapses neuro-efetoras simpáticas. A principal estratégia simpatolítica consiste no bloqueio competitivo dos adrenoceptores alfa e beta. Este bloqueio impede a ligação do neurotransmissor (noradrenalina) e do hormônio (adrenalina) do sistema nervoso simpático nos adrenoceptores presentes nas células efetoras (pós-sinápticos) do sistema simpático (células musculares lisas e cardíacas, e células glandulares), inibindo assim a neurotransmissão simpática. Os antagonistas adrenérgicos são classificados em duas grandes classes: 1. Antagonistas alfa-adrenérgicos/ alfa-antagonistas Os antagonistas α-adrenérgicos reduzem a atividade simpática mediada pelos adrenoceptres alfa. Eles podem ser não-seletivos (fentolamina e fenoxibenzamina) ou seletivos para os adrenoceptores α1 (prazosin) ou α2 (Ioimbina). Principais efeitos farmacológicos dos α-antagonistas Sistema cardiovascular O bloqueio dos adrenoceptores alfa vasculares pelos α-antagonistas produz vasodilatação, resultando na redução da resistência vascular periférica e na queda da pressão arterial sistêmica. Sistema digestório O bloqueio dos adrenoceptores alfa da musculatura gastrointestinal pelos α-antagonistas produz inibição do relaxamento dessa musculatura, resultando no aumento da motilidade e aceleração do processo digestivo. Sistema urinário O bloqueio dos adrenoceptores α1 da musculatura do esfíncter da bexiga urinária pelos α-antagonistas produz relaxamento do esfincter, resultando no aumento da frequência urinária. O bloqueio dos α1 da musculatura da próstata pelos α-antagonistas produz relaxamento prostático, resultando na redução da compressão da uretra e alívio da dificuldade urinária em pacientes com hipertrofia prostática benigna. Sistema genital masculino O bloqueio dos α1 da musculatura do ducto deferente pelos α-antagonistas produz inibição da contração do deferente, resultando na dificuldade de ejaculação. Principais usos terapêuticos dos α-antagonistas Tratamento da hipertensão arterial e hipertrofia prostática benigna. Principais efeitos adversos dos α-antagonistas Hipotensão ortostática, arritmias cardíacas (taquicardias), aumento da motilidade gastro-intestinal, disfunção sexual masculina (dificuldade de ejaculação), congestão nasal, cefaléias e vertigens. Rebeca Cotting Shumiski- ENF 80 2. Antagonistas beta-adrenérgicos/ beta-antagonistas Os antagonistas β-adrenérgicos reduzem a atividade simpática mediada pelos adrenoceptores beta. Os β- antagonistas podem ser seletivos como o atenolol e o nebivolol (β1-seletivo) ou não-seletivos como o propranolol. Principais efeitos farmacológicos dos β-antagonistas Sistema cardiovascular O bloqueio dos adrenoceptores β1 cardíacos pelos β- antagonistas reduz a força e a frequência das contrações cardíacas, resultando na diminuição do débito cardíaco e consequentemente queda da pressão arterial. O bloqueio dos β2 dos vasos sanguíneos da musculatura esquelética pelos β- antagonistas inibe a vasodilatação nestes vasos, contribuindo para o aumento da pressão arterial sistêmica. Sistema respiratório O bloqueio dos β2da musculatura brônquica pelos β- antagonistas inibe o relaxamento dessa musculatura, resultando na broncoconstição e na redução da ventilação pulmonar. Sistema digestório O bloqueio dos β2 da musculatura gastrointestinal pelos β-antagonistas inibe o relaxamento dessa musculatura, resultando no aumento da motilidade e aceleração do processo digestivo. Sistema urinário O bloqueio dos β2 do músculo detrusor da bexiga urinária pelos β-antagonistas inibe o relaxamento dessa musculatura, resultando no aumento da motilidade da bexiga e redução de sua capacidade funcional. Sistema genital feminino O bloqueio dos β2 da musculatura uterina pelos β- antagonistas inibe o relaxamento dessa musculatura, resultando no aumento da motilidade uterina e na facilitação do parto prematuro. Sistema ocular Os β2 oculares regulam a produção de humor aquoso. Assim, o bloqueio destes receptores pelos β- antagonistas reduz a produção do humor aquoso. Os β-antagonistas podem ser úteis no tratamento do glaucoma. O glaucoma se caracteriza pelo aumento excessivo da produção de humor aquoso que eleva consideravelmente a pressão intraocular. Esta elevação da pressão intraocular pode lesar de forma irreversível as estruturas intraoculares, especialmente o nervo óptico, causando cegueira. Os β-antagonistas reduzem a produção do humor aquoso e consequentemente diminuem a pressão intraocular. Metabolismo de carboidratos e lipídeos O bloqueio dos β2 hepáticos pelos β-antagonistas reduz a glicogenólise e a gliconeogenese, resultando na redução da glicemia. Nas ilhotas pancreáticas, o bloqueio dos adrenoceptores beta pelos β- antagonistas reduz a liberação de glucagon. O bloqueio dos β2 da musculatura esquelética β- antagonistas reduz a glicólise e aumenta o transporte e a utilização de glicose. O bloqueio dos adrenoceptores β1, β2 e β3 dos adipócitos pelos β- antagonistas inibe a lipólise. Estas ações dos β- antagonistas reduzem a glicemia (hipoglicemia). Principais usos terapêuticos dos β-antagonistas Tratamento da hipertensão arterial. Principais efeitos adversos dos β-antagonistas Agravamento da insuficiência cardíaca descompensada, aumento da dificuldade respiratória na asma brônquica e na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), bradicardia sinusal, bloqueio auriculoventricular, choque, depressão grave.
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