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FACULDADE FUTURA JORDANIA (1)(1)

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FACULDADE FUTURA 
JORDANIA ALVES SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
PROJETO PRÁTICO 
 
 
 
POUSO ALEGRE 
2021 
FACULDADE FUTURA 
JORDANIA ALVES SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
PROJETO PRÁTICO 
 
 
Relatório de estágio apresentado a 
disciplina Estágio Supervisionado 
da Faculdade Futura, no Curso de 
Pedagogia como pré-requisito para 
aprovação. 
 
 
POUSO ALEGRE 
2021 
RESUMO 
 
Com o objetivo de atrair atenção para o tema, o trabalho traz à tona os 
principais desafios enfrentados no processo de alfabetização das crianças 
surdas e as possíveis soluções para tais. A inclusão de crianças surdas na 
sala de aula é de suma importância para uma aprendizagem eficaz. 
Analisa-se que, atualmente, muitos alunos surdos enfrentam 
dificuldades ao ingressarem numa instituição de ensino, devido à falta de 
infraestrutura e preparação dos profissionais do local. Quando se trata da 
questão da alfabetização para o grupo citado, encontra-se uma defasagem 
ainda maior, visto que é a partir dessa etapa que se desenvolvem as 
habilidades fundamentais de escrita e leitura, as quais são levadas por toda 
vida. 
A aprendizagem de surdos e ouvintes acontece em uma sala de aula 
de acordo com o ritmo, a capacidade de compreensão e assimilação de cada 
criança. Neste sentido compreende-se que há grande influência na 
participação direta do educador para o desenvolvimento de seu aluno, dessa 
forma, estar preparado para lidar com as situações de inclusão dos surdos 
baseado nas dificuldades que esse grupo enfrenta em sala de aula, é de 
extrema relevância. Partindo desse pressuposto, observa-se a necessidade 
de alertar os educadores sobre o assunto, visto que se busca alfabetizar 
qualquer que seja o aluno de maneira eficaz. 
Diante dessa temática, surgiu um questionamento: os professores de 
forma geral estão preparados para o processo de ensino-aprendizagem de 
surdos? Qual a técnica utilizada com essas crianças. 
E com base nessa dúvida, tem-se o objetivo do presente estudo, 
visando entender o papel do professor bilíngue e os desafios que enfrenta 
para garantir ao aluno com necessidades educacionais especiais a 
permanência nas escolas. 
SUMÁRIO 
Resumo ............................................................................................................ 
Introdução ........................................................................................................ 
Considerações finais ........................................................................................ 
Referência bibliográfica .................................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Educação Inclusiva tem sido um dos temas mais discutidos na área 
educacional na atualidade; entretanto, apenas “discutir” educação nesse 
processo de inclusão nada tem contribuído para a prática e as dificuldades 
encontradas pelos professores, nas salas de ensino formal no país (Brasil, 
2006). 
O sistema educacional concebido no país, principalmente nos setores 
públicos, acaba dificultando o trabalho docente, aceitando profissionais sem 
formação superior para dar aulas, não valorizando o professor, elaborando 
currículos que se distanciam da realidade educacional vivenciada em sala de 
aula, dentre outros problemas. Os profissionais da Educação, por sua vez, 
geralmente não encontram parceria familiar, esbarram nas dificuldades diárias 
da realidade escolar e enfrentam a desvalorização profissional sendo 
necessário reinventar as formas de conceber a escola e suas práticas 
pedagógicas, rompendo com os modos lineares do pensar e agir no que se 
refere à escolarização. 
A Educação Inclusiva visa atender às necessidades educacionais dos 
alunos, fornecendo a eles inclusão integral por meio de um ambiente de 
aprendizagem seguro, acolhedor e agradável; no entanto, a complexidade no 
processo de preparação deve ocorrer antes mesmo de a criança com 
necessidades educacionais especiais ingressar na escola, desde a matrícula 
do aluno, preparação de pessoal e instalações da escola até a elaboração do 
currículo educacional . 
Esses processos devem ser estabelecidos dentro da escola com a 
equipe de apoio. Deve-se também enfatizar a importância da colaboração 
com os pais, que nesse caso são participantes plenos do processo de 
formação e tomada de decisão. A preparação docente é outro ponto 
fundamental no processo de inclusão. Deve ser ofertado conhecimento 
especializado sobre as necessidades específicas e desenvolver habilidades 
nas aplicações dos métodos de ensino, os quais melhoram os aspectos 
educacionais e sociais da inclusão. 
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A REALIDADE EDUCACIONAL 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial 
(MEC/SEESP, 1998) conceitua escola inclusiva como uma escola com nova 
postura da escola comum, que propõe no projeto político pedagógico, no 
currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educandos, 
ações que favoreçam a integração social e sua opção por práticas 
heterogenias. A escola capacita seus professores prepara se, organiza-se e 
adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive para os 
educandos com necessidades especiais. 
A Educação Inclusiva é um processo de transformação da escola que 
passa pela formação de professores e pelo envolvimento de toda comunidade 
escolar crianças, professores, funcionários, pela participação plena da família. 
Entende-se por inclusão uma escola que esteja ciente de sua função 
pedagógica, à disposição do aluno com procedimentos, recursos e pessoal 
disponível para desenvolver seu papel com competência e compromisso. 
A educação de alunos com necessidades educativas especiais, que 
antes se realizava por modelo de atendimento clínico e segregado, hoje está 
para a chamada Educação Inclusiva. Esta preconiza que todos os alunos, 
mesmo os com necessidades educativas especiais devem ser inseridos no 
sistema regular de ensino, com o mínimo possível de distorção idade-série. 
Educação inclusiva só será efetivada se o sistema educacional for 
renovado, modernizado, abrangendo ações pedagógicas, porque a inclusão 
é desafiadora e os docentes devem fazer parte dessa mudança. As crianças 
e jovens com deficiência tendo acesso às escolas regulares, adaptadas a 
elas, estarão num espaço capaz de combater as atitudes discriminatórias e 
ajudando a construir uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para 
todos. 
A escola regular inclusiva para receber um aluno com deficiência 
precisa realizar adaptações curriculares que estão relacionadas às estratégias 
e critérios de atuação docente, onde serão tomadas decisões que 
oportunizarão adequar à ação educativa escolar às maneiras peculiares de 
aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-
aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos 
alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998, p.15). 
No caso do surdo, para que seja realizada uma verdadeira inclusão, é 
importante que ocorra algumas adaptações. Com relação a isso, o INES 
Instituto Nacional de Educação de Surdos é uma instituição federal de ensino, 
considerada um centro de referência na educação de surdos no Brasil, 
localizado na cidade do Rio de Janeiro ,foi fundado em 1857,graças aos 
esforços de Edward Huet , comenta que deverão ocorrer adaptações de 
ordem física, ambientais, materiais e pedagógicas para o aluno, na sua 
unidade escolar . 
Assim, deverão ser propiciados os melhores níveis de comunicação e 
interação com as pessoas com as quais convive na comunidade escolar, 
favorecer a participação nas atividades escolares; propiciar o mobiliário 
equipamentos específicos necessários e salas adaptadas; fornecer ou atuar 
para a aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos,tais 
como: próteses auditivas ,treinadores da fala, software educativo, entre 
outros; adaptar materiais de uso comum em sala de aula:slides, cartazes, etc. 
e adotar a Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS no processo ensino-
aprendizagem e avaliativo,além de material escrito e computador. 
A pessoa surda tem o direito de escolha perante a Lei de estudar em 
escolas inclusivas ou especificas para surdos. O surdo se desenvolve melhor 
quando estão em contatos com seus iguais. Isto porque, a Língua de Sinais 
como qualquer outra língua precisa de interação entre seus usuários para que 
aconteça de verdade a comunicação e o desenvolvimento de língua. Quando 
o surdo se organiza em grupos ou frequenta escola especial, mantém sua 
identidade linguística e cultural. Pois, estará usando a sua língua materna 
LIBRAS. Apesar da proposta inclusiva ser um projeto interessante, no papel 
está aquém do idealizado. 
Muitas vezes, o que vem acontecendo nas escolas inclusivas é a 
predominância de uma proposta educacional voltada para ouvintes, ou seja, 
o professor acaba dando ênfase a oralização e o surdo tendo que sentar nas 
cadeiras da frente para fazer a leitura labial do que o educador está dizendo. 
E assim, o surdo não entende o que está sendo dito e não valoriza o estudo 
nem a escola o que contribui para evasão dos mesmos. 
Durante muito tempo a alfabetização foi vista como apenas um 
aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. E 
também como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática levando 
em consideração as suas variações. 
No entanto, esse processo não se resume apenas na aquisição dessas 
habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler, mas na 
capacidade de interpretar, compreender, criticar, resignificar e produzir 
conhecimento. A alfabetização está relacionada ao desenvolvimento de novas 
formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral. 
O indivíduo alfabetizado conquista sua socialização, já que passa a 
estabelecer trocas simbólicas com outras pessoas, acesso a bens culturais e 
facilidades oferecidas pelas instituições sociais. O fator propulsor do exercício 
consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo é 
a alfabetização. Entender a importância da educação inclusiva voltada para 
os desafios das crianças surdas no processo de alfabetização. 
A alfabetização é uma das etapas mais importantes na vida das 
crianças cujo processo consiste no ingresso em uma nova etapa da vida, 
entrando efetivamente no mundo da leitura e escrita (ARAUJO 2014, LUCCAS 
2012). 
Nessa fase, faz-se necessário uma atenção redobrada aos estudantes 
para que o aprendizado seja eficaz. Contudo, por muitas escolas maioria não 
possuírem projetos de inclusão para surdos, esses por consequência acabam 
por receber um ensino superficial, já que suas dificuldades muitas vezes 
passam por despercebido. 
Atualmente percebe-se um grande impasse por parte da criança surda 
ao ingressar na escola, principalmente no processo inicial decorrente de 
diversos fatores como: limitações pessoais, o conhecimento parcial da língua 
pela qual se comunica (LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais), o preparo não 
adequado dos professores e profissionais envolvidos, defasagem na 
infraestrutura escolar, entre outros. É de extrema importância reflexão acerca 
da situação da alfabetização dos surdos no Brasil, visto aos desafios 
enfrentadas por esses em relação ao aprendizado. 
Na história dos surdos desde de a antiguidade eles foram discriminados 
e considerados incapazes. Naquela época era muito forte a concepção de que 
a linguagem falada era a única forma de linguagem possível. Os autores 
destacam que, já no século IV a.C., Aristóteles supunha que todos os 
processos envolvidos na aprendizagem ocorressem por meio da audição e 
que, por isso, os Surdos tinham menos chances de aprenderem se 
comparados aos cegos. 
Para Barros (2011) a história da Educação de Surdos é marcada por 
diversas tentativas e métodos de comunicação. Algumas pessoas se 
dedicaram a ensinarem aos Surdos e, principalmente, a se comunicarem com 
eles por meio dos sinais. Dentre os principais nomes, destaca-se o abade 
L’Epée, francês que criou a primeira escola para Surdos na cidade de Paris, 
no ano de 1760, sendo referência na formação de professores Surdos e 
servindo como incentivo à fundação de muitas outras escolas em diversos 
países. Outra personalidade vinculada à Educação de Surdos é Hernest Huet, 
professor Surdo, também francês, que veio ao Brasil, para fundar a primeira 
Escola para Surdos, a convite de D. Pedro II. 
O fato mais marcante na história da Educação de Surdos foi o 
Congresso de Milão ocorrido no ano de 1880, no qual, através de uma votação 
com maioria quase absoluta de professores ouvintes, ficou decidido que a 
Língua de Sinais seria abolida da Educação de Surdos, prevalecendo o uso 
da Língua Oral. Segundo as autoras, essa decisão teve um impacto arrasador 
na Educação dos Surdos, que foram proibidos de utilizarem sua Língua e 
tiveram que abandonar sua cultura por um período de aproximadamente cem 
anos. 
Ao abordar a escolarização dessas pessoas, deve-se, em primeiro 
lugar, considerar que, por muitos anos, elas estiveram fora do convívio social 
ou, em alguns casos, com convivência limitada a ações de assistencialismo 
ou de filantropia; essas, na maioria das vezes, acompanhadas por uma visão 
clínica, que considera a surdez apenas do ponto de vista da deficiência. Essa 
afirma que apenas nos últimos cinquenta anos essa visão vem perdendo força 
devido a um maior desenvolvimento da ciência e ao crescimento de 
pensamentos mais democráticos, além de propostas de políticas, que deram 
abertura para outros olhares sobre o assunto. 
Somente a partir de 1960 e início de 70 que apareceu uma nova 
concepção de educar os surdos em substituição ao oralismo puro, 
denominado pela a autora de comunicação total onde o método oral começa 
a perder sua magnitude e passando a ser visto como método tradicional de 
ensino. A comunicação total para a autora foi um passo para emergir a partir 
da década de 1990 a luta pelo Bilinguismo. 
Dessa forma o bilinguismo passa a ser a bandeira de luta dos surdos, 
como própria de sua cultura, desde a Conferência Mundial de Educação para 
Todos, realizado em Jontien, 1990, onde a Inclusão e a democratização 
passaram a ser pautas primordiais. Mais tarde em 1994 em Salamanca na 
Espanha, se constrói um documento oficial que legaliza todas as Instituições 
educacionais a incluírem os alunos surdos nas salas regulares, com 
acompanhamento especializado, e direito de ser respeitado na sua língua. 
A língua de sinais. Esse documento ficou conhecido mundialmente 
como a Declaração de Salamanca, segundo esse documento. No Brasil, além 
da influência legal da Declaração de Salamanca, foi construído uma seção na 
Lei de Diretrizes da Educação Nacional‐ LDBEN 9394/96 que destaca normas 
para o funcionamento da educação especial e para os profissionais que 
atuarão com essa clientela. Os alunos, antes denominados como deficientes, 
passam a serem tratados como alunos com necessidades educativas 
especiais. Outro avanço na educação especial ganhou destaque na educação 
de surdos com a promulgação da Lei Nº10.436 de 24 de abril de 2002 que diz: 
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua 
Brasileira de Sinais ‐ LIBRAS e outros recursos de expressão a ela 
associados. Parágrafo único. Entende‐se como Língua Brasileira de 
Sinais LIBRAS a forma de comunicação e expressão, em que o sistema 
linguístico de natureza visual‐motora, com estrutura gramatical própria, 
constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de 
comunidades de pessoas surdas do Brasil. (LEI Nº10. 436 DE 24 DE ABRIL 
DE 2002) 
Esse documento instaura na educação especial o que estamosdefendendo como educação bilíngue para os Surdos. Então o fato de ter um 
decreto que legaliza a LIBRAS como sistema linguístico viso‐motora no Brasil. 
Segundo a autora apesar de considerarmos como política educacional 
recente, podemos afirmar que no Brasil já se conseguiu avançar no que diz 
respeito à inserção dessa lei e, por conseguinte, na valorização do 
bilinguismo. 
Segundo Fernandes (1998) o povo surdo está resistindo às pressões 
da concepção etnocêntrica dos ouvintes, e estão se organizando em todo o 
mundo, levantando a bandeira em defesa de uma língua e cultura própria no 
intuito de protagoniza a sua história. Essas mudanças já vêm sendo 
percebidas dentro das escolas, através de alterações de metodologias que 
transformam em realidade o direito do surdo de ser educado em sua língua 
natural. 
O sistema escolar não pode oferecer as mesmas condições de práticas 
pedagógicas de alfabetização para alunos ouvintes e surdos, já que não falam 
a mesma língua. Equivocadamente, a língua de sinais, quando utilizada no 
processo de ensino da leitura e da escrita é preconizada como um meio para 
ensinar a língua portuguesa e não enquanto razão que se justifica por si só – 
direito da pessoa surda de usar a sua língua. 
A língua visual espacial é utilizada apenas como um recurso a mais, 
mas jamais a reconhecendo em sua completude linguística. Esse quadro vem 
acentuando ainda mais a exclusão, pois os surdos são tratados como 
incapazes de entender a estrutura da língua portuguesa. 
Neste contexto Araujo (2015), traz inúmeros desafios e dificuldades no 
processo de alfabetização e letramento, onde aqui, são defendidos como 
processos distintos e complementares, em que a alfabetização significa a 
aquisição do sistema convencional de escrita e o letramento possibilita o 
cidadão a construir, em si próprio, o sentido da escrita para sua vida cotidiana. 
Dessa forma, a necessidade de implementação nas instituições 
educacionais de práticas de alfabetização e letramento voltadas para a 
diversidade e necessidades específicas do aluno surdo, sem esquecer-se que 
todos nós que compomos um agrupamento qualquer de seres humanos 
somos diferentes uns dos outros, portanto, somos também diferentes em 
nossas concepções, normas, valores e formas construção de conhecimentos. 
E necessário, portanto, que o professor, durante o processo de 
alfabetização/letramento mantenha uma atitude diferenciada que não parta 
das aparentes limitações iniciais apresentadas, mas das possibilidades que 
as especificidades dessa construção contemplam. Os ‘erros’ que estudantes 
surdos cometem ao escrever o português devem ser encarados como 
decorrentes da aprendizagem de uma segunda língua, ou seja, o resultado da 
interferência da sua primeira língua e a sobreposição das regras da língua que 
está aprendendo. Para a autora ressalva-se que “há necessidade de um 
trabalho contextualizado, no qual sejam focados conteúdos relacionados à 
prática da produção escrita, ou seja, o conhecimento gramatical e seu efeito 
retórico deverão ser decorrentes do uso em atividades significativas de 
escrita. 
É válido destacar que concepções equivocadas no processo de 
alfabetização/letramento estão ligadas à formação do professor. Embora a 
alfabetização com a concepção interdisciplinar na perspectiva da diversidade 
deva ser encarada pelo professor como uma meta a ser buscada no processo 
mais amplo de letramento do aluno, sua identidade enquanto alfabetizador, 
na sua formação, é propriamente construída em uma ou duas disciplinas, em 
que se encaixam técnicas de alfabetização. Nas demais disciplinas, a 
alfabetização não é mais abordada, de modo que o professor aprende a crer 
que se possa tratá-la na escola apenas em momentos isolados, 
especificamente relacionados ao aprendizado da escrita. Como torná-lo, 
antes, significativo e funcional para o aluno? Em primeiro lugar, deve-se zelar 
para que se torne significativo e funcional para o professor. 
A inclusão de pessoas com surdez está acontecendo nas escolas 
regulares conforme proposta da Educação Inclusiva. Mas, para que essa 
inclusão aconteça de fato e seguindo todos os requisitos propostos para essas 
pessoas, deverá haver adaptações por parte dos professores e acesso a 
materiais adequados para o ensino de surdos. 
Os professores também precisam criar novas estratégias de ensino 
para facilitar a aquisição da aprendizagem dos alunos surdos. Conhecer a 
Língua de Sinais e utilizá-la nas aulas é primordial, pois a Libras estabelece 
as mesmas funções que a Língua Portuguesa falada desempenha para os 
ouvintes, porém deve-se considerar que a simples utilização dessa língua não 
é suficiente para escolarizar o aluno com surdez. É importante também, que 
o professor propicie ambientes estimuladores com muito material visual e 
tecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A influência de maior importância para o crescimento do aluno, de fato, 
é o professor. Este contribuirá e facilitará a aprendizagem e a formação de 
seu alunado, tanto socialmente, por meio de sua intervenção no processo de 
interação com o outro, como cognitivamente pela aquisição dos conteúdos 
curriculares ministrados. O professor deve estar preparado para desenvolver 
os processos de ensino e aprendizagem na alfabetização de surdos e 
ouvintes. Para isso se faz necessária uma formação com qualidade, com 
reflexos no seu exercício profissional, garantindo assim a plenitude do 
domínio dos mais diversos métodos pedagógicos e da didática, promovendo 
o atendimento tanto das crianças ouvintes quanto das crianças surdas, 
principalmente durante o processo de alfabetização. 
As políticas públicas de valorização do profissionais do magistério, de 
atendimento às necessidades do portadores de deficiência e de melhorias no 
sistema de ensino e das próprias escolas precisam ser efetivadas. Isso só 
ocorrerá quando houver maiores investimentos financeiros, incluindo a 
valorização salarial e de formação inicial, bem como revisão das propostas 
pedagógicas vigentes pelo governo federal, para que consigam tornar-se 
concretas e de atendimento real às necessidades da sociedade. 
A escola, por sua vez, como comunidade escolar, deve estar engajada 
no processo educacional de inclusão e de ensino-aprendizagem tanto da 
criança surda quanto da ouvinte, estimulando o bilinguismo, para que não haja 
barreiras sociais e comunicativas. 
Conclui-se neste estudo que há na árdua tarefa do alfabetizador 
bilíngue um longo caminho a percorrer. Que o professor, como profissional e 
educador, deve promover a inclusão a partir de metodologias e estratégias 
que facilitem a aprendizagem de surdos e ouvintes, visando à amplitude da 
formação e da preparação do seu alunado para a uma vida plena em 
sociedade. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL/MEC. Lei 9394/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação 
Básica. Brasília: 1996. 
BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. 
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva. Brasília: MEC/SEE, 2008. 
ALMEIDA, J. D. Inclusão do aluno com deficiência auditiva: um desafio à família 
e aos profissionais da educação. Monografia. Curso de Especialização em 
Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar, UAB/UnB-IP. 
Brasília, 2011. 
ALMEIDA, S. M. S. Intérprete da Língua de Sinais – LIBRAS: mediador ou 
educador. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Letras - Libras, 
UFPB. João Pessoa, 2016. 
ARAÚJO, I. S. Inclusão de alunos surdos na escola regular do Município de 
Alagoinha-PB. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em 
Pedagogia, UEPB. Guarabira, 2014.

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