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INSTITUTO LATINO AMERICANO DE TECNOLOGIA, INFRAESTRUTURA E TERRITÓRIO RELATÓRIO 2 MEDIÇÃO DE PRESSÃO E NÍVEL MEDIÇÃO DE VAZÃO MEDIÇÃO DE CONDUTIVIDADE Bárbara Giaretta Marcos Vinícius Konopka Vittoria Santos de Vicente Prof. Leonardo da Silva Arrieche Foz do Iguaçu Maio, 2021 1. INTRODUÇÃO A pressão é a força aplicada perpendicularmente à superfície de um objeto por unidade de área da superfície sobre a qual ela é aplicada, esta é uma das propriedades mais importantes na indústria de controle de processos, já que com ela podemos medir também outras variáveis do processo, como o nível de um tanque, volume, vazão e densidade. Chama-se nível a medida da cota da superfície de separação entre duas fases de um mesmo produto (ou de produtos diferentes), ou entre a mesma fase de produtos diferentes em repouso num recipiente. Este nível pode ser medido pela altura da coluna de líquido no tanque (DIONÍSIO, 2020). O nível de altura do líquido pode ser utilizado para medir outros dados do tanque como volume, porém este depende também da área da base de um tanque, e quando se trata de um tanque cilíndrico horizontal a área de volume ocupado na transversal, representado na Figura 1 em laranja, é definida pela Equação 1. 𝐴(ℎ) = ( 𝜋.𝑟2 2 − 𝑟2) × 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑖𝑛( 𝑟−ℎ ℎ ) + (ℎ − 𝑟) × √𝑟2 − (ℎ − 𝑟)2 (Equação 1) Figura 1. Secção transversal da relação da altura do volume do tanque. A vazão pode ser definida como a quantidade de massa ou volume, por unidade de tempo que passa por uma seção transversal (STREETER, 1980). E na indústria há diversas formas de fazer a medição e controle dessa variável. Sendo que ela pode ser a variável manipulada ou a variável controlada (ARRIECHE, 2021). Um dos instrumentos mais utilizados para a medição de vazão, é a placa de orifício (Figura 2 e 3). Ela é uma placa fina, com uma perfuração precisa, feita geralmente de aço inox ou de latão, e que é inserida perpendicularmente na tubulação. E seu funcionamento é baseado na criação de uma pressão diferencial. Suas principais vantagens é o baixo custo e fácil manutenção, e têm como desvantagem a alta perda de carga (FOX & MCDONALD & PRITCHARD, 2006). Figura 2. Placa de Orifício (Fonte: ARRIECHE, 2017). Figura 3. Esquema de uma placa de orifício na tubulação Para o cálculo do Medidor de vazão por meio de uma placa de orifício, parte da equação de Bernoulli, onde as perdas por fricção são desprezadas e a tubulação é considerada horizontalmente. Assumindo que o escoamento é turbulento e o fluido é incompreensível, tem-se a Equação 2 (GEANKOPLIS, 2009). 𝑣0 = 𝐶0 √1−( 𝐷0 𝐷1 )4 × √ 2×(𝑃1−𝑃2) 𝜌𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 (Equação 2) Onde: 𝑣0: velocidade no orifício (m/s); 𝐷1: diâmetro do orifício (m); 𝐶0coeficiente de descarga da Placa de orifício, determinado experimentalmente. A condutividade térmica é uma propriedade que indica a quantidade de calor que flui por um determinado material, se este possui uma alta condutividade é classificado como condutor, e se apresenta baixa condutividade é classificado como isolante. Em engenharia, a necessidade da determinação da condutividade térmica se dá, por exemplo, devido à busca de proteção térmica em equipamentos e processos industriais, para isso são necessários isolantes térmicos eficientes e de menor custo (BRANDÃO et al, 2014). A condutividade térmica é obtida pela lei de Fourrier (Equação 3) 𝑞𝑥 𝐴 = −𝑘 𝑑𝑇 𝑑𝑥 (Equação 3) Onde, qx é a taxa de transferência de calor na direção x, A é a área de seção transversal normal à direção do fluxo de calor, T é a temperatura, x a distância e k é a condutividade térmica em W / (m * K) (GEANKOPLIS, 2009). Para a análise da condução de calor, é necessário estimar o valor real da condutividade térmica do material por uma correlação empírica (ARRIECHE, 2021). O método em regime permanente para a obtenção da condutividade térmica consiste na aplicação da equação de Fourier na sua forma unidimensional, junto ao material que se deseja medir a condutividade e que está confinado entre dois cilindros coaxiais verticais. A taxa de transferência de calor, por sua vez, é estimada por meio da potência dissipada pela resistência elétrica que se encontra no espaço oco no interior do cilindro de raio menor. Integrando a equação de Fourier obtém-se a Equação 4, na qual o valor de k experimental pode ser obtido através de regressão numérica ou do coeficiente angular da reta no gráfico Tint-T (°C) X ln (R/ri) (TOBINAGA et al, 1987; DEQ/UFSCAR, 2008). 𝑇𝑖𝑛𝑡 − 𝑇 = 𝑞 2×𝛱×𝐿×𝑘 × 𝑙𝑛 ( 𝑟 𝑟𝑖𝑛𝑡 ) (Equação 4) 2. OBJETIVO Entender e observar como a pressão influencia e auxilia na definição de outras propriedades do sistema, como vazão, volume e nível. Na medição de nível, o objetivo é relacionar a parte teórica vista em aula com os equipamentos, na forma de resolução de problemas de sistemas industriais. No estudo de Medidores de Vazão o objetivo da prática, é encontrar a equação de calibração da placa de orifício, através do cálculo do coeficiente de descarga do experimento. E assim determinar se a curva de calibração é válida para o tipo de escoamento que ocorre na tubulação. Na prática de condutividade, o objetivo é determinar a condutividade térmica de um sistema constituído por um meio poroso, a partir da medida do perfil de temperatura no regime permanente dentro deste sistema. E também comparar o perfil experimental com um perfil teórico, obtido de um modelo proposto no qual se faz necessário calcular um valor teórico de condutividade térmica efetiva do sistema heterogêneo formado pelo meio poroso. 3. METODOLOGIA Para resolver os problemas sugeridos nas metas 1, 2 e 3, foi utilizado pesquisas na literatura e outras soluções de problemas industriais como base para a discussão em grupo. A partir da discussão foram montados modelos e propostas de solução dos problemas apresentados. Para essa prática foi utilizado uma tubulação onde passa água, e há uma placa de orifício para a atmosfera (Figura 4). A placa de orifício utilizada foi a do tipo padrão. O duto colocado no orifício em cima da tubulação, teve o papel de indicar a pressão dentro da tubulação. Os dados das características da tubulação estão na Quadro 1, e seu material é de PVC. Com isso, foram feitas 13 tomadas para se calcular o tempo de escoamento pela tubulação e a massa de água coletada. O desnível do fluido manométrico também foi tirado durante o experimento. Os dados das tomadas de desnível (m), massa (kg) e tempo (s), estão no Quadro 2. Posteriormente foram feitos os cálculos necessários para ser encontrado o coeficiente de descarga média para esse experimento, e também encontrar a curva de calibração para esta placa de orifício. Figura 4. Esquema da tubulação utilizado na prática Fonte: ARRIECHE e BATISTA (2014). Quadro 1. Dados da característica da tubulação. Valor Unidade Diâmetro Interno 0,035 m Diâmetro Orifício 0,0077 m Temperatura 31,5 °C Área do Orifício 4,654E-05 m^2 (D0/D1)^4 0,002343 Quadro 2. Dados experimentais obtidos. Experimento Desnível (m) Massa (kg) Tempo (s) 1 0,0350 1,0646821 39,27 2 0,0625 0,9452785 27,6 3 0,1125 1,094533 23,22 4 0,1350 1,812 36,85 5 0,1510 1,1343342 20,51 6 0,1950 1,27761852 20,71 7 0,2350 0,8756264 13,17 8 0,2870 0,9452785 12,8 9 0,3300 0,6666701 8,05 10 0,3820 0,5870677 6,67 11 0,4050 0,7064713 8,74 12 0,4600 1,906 24,64 13 0,4700 1,901 17,94 Na prática de Condutividade, utilizou-se um tubo de 60 cm, o qual continha cinco termopares dispostos radialmente em pontos diferentes em seu interior. O tubo consiste em três cilindros concêntricos,o primeiro cilindro e o mais interno possui um raio (ri) e uma resistência que emite calor a uma potência de 55W, o cilindro intermediário é preenchido por material poroso (areia + ar) e o cilindro mais externo é preenchido apenas de ar. Com o auxílio de um display digital, realizou-se cinco leituras de temperatura dos pontos interiores do tubo. Foram obtidas as medições de temperaturas e as relações R/ri. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na parte de medição de pressão, depois da discussão foi realizada a montagem e análise dos projetos postos. Na meta 1, foi proposto um esquema para medida de líquido para um reator cilíndrico vertical, este que tem a presença de espuma e alguns sólidos particulados. Foi sugerido o Sensor CleverLeve LBFS do fabricante Baumer, este servirá para identificar a parte da espuma, esses sensores operam com tecnologia de varredura de frequência detectam de forma confiável todos os meios - sejam sólidos, líquidos ou aderentes. Esta tecnologia funciona da seguinte forma estabelecida pelos produtores da Baumer no site: eletrodo integrado na ponta do sensor junto com o ambiente forma um capacitor. Dependendo de sua constante dielétrica (valor DC), o meio determina o valor de capacidade. Isso, junto com uma bobina na eletrônica do sensor, cria um circuito de ressonância. Dependendo da frequência de ressonância medida e dos limites de disparo programáveis, o sinal de comutação é disparado. Este sensor pode ser encontrado na Valent Automação. Para a medição de nível por pressão hidrostática, lembrando que o reator opera em temperatura ambiente e pressão atmosférica, através de uma Sonda de Nível Série 26W da Keller, que é um transmissor de pressão piezoresistivos. Estes funcionam convertendo o valor da pressão mecânica em um sinal elétrico proporcional. O sensor de pressão normalmente consiste em um corpo principal estável e um diafragma. O diafragma é o elemento mais importante para a medição de pressão e é equipado com estruturas de resistência sensitiva à tensão e à compressão, também conhecidas como “strain-gauges”. O diafragma deforma-se sob a influência da pressão, assim, strain-gauges conectados a ele são estendidos ou comprimidos e sua resistência varia de acordo com o movimento. Esta alteração de resistência é diretamente proporcional à pressão. Por exemplo, se os resistores estiverem conectados a uma ponte de Wheatstone, o resultado do sinal elétrico pode ser medido e transferido a um indicador. Os transmissores piezoresistivos são diferentes, pois têm semicondutores incorporados ao seu diafragma, o que oferece uma sensibilidade maior ao sensor que funciona em pressões muito baixas. Essa incorporação causa uma diferença na resistividade do material e como a resistência varia de acordo com a resistividade essa troca de material pode gerar um efeito até 100 vezes maior. Os sensores estão representados na Figura 5. Figura 5. Esquema de reator bioquímico Na meta 2, foi sugerido um esquema para medida de nível de um tanque de hexano cilíndrico horizontal. Foi sugerido então a medição de nível por pressão diferencial em tanques fechados e pressurizados pode ser realizada por elevação de zero, que consiste em anular a pressão da coluna líquida na tubulação de impulso da câmera de baixa pressão do transmissor de nível. As medições de nível podem ser realizadas, neste caso, utilizando a série LD de transmissores SMAR, podendo ser os modelos LD301-HART/4-20mA, LD302-Foundation Fieldbus e LD303-Profibus PA. A medição da pressão manométrica é obtida através da aplicação da pressão no lado de alta do transmissor e o lado de baixa é aberto à atmosfera, fornecendo, assim, uma referência de pressão atmosférica local. O nível é utilizado para informar outras variáveis, por exemplo volume. No tanque cilíndrico horizontal como não se tem uma base padrão, utiliza-se da Equação 5 para conseguir descobrir a área do nível da secção transversal do tanque, e assim, multiplicando pelo comprimento L do mesmo, consegue-se encontrar o valor do volume de líquido presente no tanque. Pode-se encontrar a altura da coluna de líquido do tanque (h) pelo seguinte equacionamento: 𝑃ℎ = 𝑃𝑙 + 𝑃𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 (Equação 5) Onde: 𝑃𝑙: pressão do topo de tanque (Pa); 𝑃𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = ℎ × 𝜌 × 𝑔 (Equação 6) Onde: 𝜌: densidade do líquido (kg/m3); 𝑔: gravidade (m/s2); Logo, se substituir a Equação 6 na Equação 5, consegue-se chegar à seguinte Equação. 𝑃ℎ − 𝑃𝑙 = ℎ × 𝜌 × 𝑔 E isolando h ℎ = 𝑃ℎ−𝑃𝑙 𝜌×𝑔 (Equação 7) Na meta 3, é solicitado a solução para uma medida de nível de um tanque cilíndrico vertical, nele é armazenado líquidos imiscíveis. Neste caso, calcula-se o nível da interface, que é o ponto que os fluidos entram em contato. Um dos métodos mais utilizados é a por meio da variação do empuxo. Para isto, foi sugerido um descolador pneumático ou displacer (Figura 6), que fica mergulhado nos dois líquidos com densidades diferentes, como o deslocador da Alutal. O deslocador funciona da seguinte forma (explicações do fabricante): são acoplamentos magnéticos, que permitem que o controlador seja mecanicamente isolado da unidade de detecção selada; a mola de faixa, que traduz a mudança na força de empuxo ao movimento da esfera de atração; e a cabeça do controlador, que fornece um sinal pneumático modulado em proporção direta à entrada do movimento vertical da esfera de atração. Figura 6. Deslocador Pneumático. Na prática de Medidor de vazão, com a temperatura de 31,5°C encontrou-se através de interpolação uma densidade igual a 995,521 kg/m3 para a água. E através da Equação 8, com os dados obtidos experimentalmente de massa (kg) coletada e tempo (s), foi calculada a vazão do orifício, e posteriormente a velocidade de saída pelo orifício, pela Equação 9. Conhecendo a velocidade, foi possível realizar o cálculo do número de Reynolds, pela Equação 10, para assim determinar o tipo de escoamento da tubulação. Todos os cálculos foram feitos para cada tomada. Os resultados estão na Tabela 1. 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑜 𝑜𝑟𝑖𝑓í𝑐𝑖𝑜 = 𝑚 𝜌 × 𝑡 (m3/s) (Equação 8) Onde: 𝑚: massa coletada (kg) 𝜌: densidade do líquido (kg/m3); 𝑡: tempo de coleta (s) 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑜 𝑜𝑟𝑖𝑓í𝑐𝑖𝑜 Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑜𝑟𝑖𝑓í𝑐𝑖𝑜 (m/s) (Equação 9) 𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠 = 𝜌 × 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 × 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝜇 (Equação 10) Onde: 𝜌: densidade do líquido (kg/m3); 𝜇: viscosidade dinâmica do fluido (Pa.s) Tabela X. Vazão, velocidade e número de Reynolds calculados de cada tomada. Tomada Vazão do orifício (m3/s) Velocidade (m/s) Reynolds 1 2,723E-05 0,59 5800,30 2 3,440E-05 0,74 7327,27 3 4,735E-05 1,02 10084,59 4 4,939E-05 1,06 10519,92 5 5,556E-05 1,19 11832,24 6 6,197E-05 1,33 13198,14 7 6,679E-05 1,43 14224,10 8 7,418E-05 1,59 15799,43 9 8,319E-05 1,79 17717,67 10 8,841E-05 1,90 18830,16 11 8,120E-05 1,74 17293,17 12 7,770E-05 1,67 16549,08 13 1,064E-04 2,29 22669,99 Portanto, é possível perceber que o tipo de escoamento é turbulento pois todos os números de Reynolds foram maiores que 2100. Para o cálculo do coeficiente de descarga, foi calculada a queda de pressão entre a tubulação e a atmosfera, pela Equação 11. E com isso foi calculado a através da Equação 12 o coeficiente de descarga, isolando o Co. Isto foi feito para todas as tomadas. E os resultados estão na Tabela 2. 𝛥𝑃 = 𝜌 × 𝑔 × 𝑑𝑒𝑠𝑛í𝑣𝑒𝑙 (Pa) (Equação 11) Onde: 𝜌: densidade da água = 995,521 (kg/m3); 𝑔: gravidade = 9,81914 (m/s2); 𝑑𝑒𝑠𝑛í𝑣𝑒𝑙: de cada tomada do Quadro 2 (m); Tabela 2. Coeficientede descarga e valor da queda de pressão para cada tomada do experimento. Tomada Coeficiente (Co) ΔP (Pa) 1 0,70 342,13 2 0,67 610,95 3 0,68 1099,71 4 0,65 1319,65 5 0,69 1476,05 6 0,68 1906,16 7 0,67 2297,16 8 0,67 2805,47 9 0,70 3225,80 10 0,69 3734,11 11 0,62 3958,94 12 0,55 4594,33 13 0,75 4594,33 Construindo um gráfico Nº de Reynolds x Coeficiente de Descarga, demonstrado na Figura 7, foi realizado a linha de tendência, e encontrou-se a Equação 12 como de calibração da placa de orifício, e um coeficiente médio de descarga (Co) igual a 0,66. E essa equação é válida pois obedece a um tipo de escoamento turbulento com um número de Reynolds médio igual a 13988,16. Figura 7. Gráfico Nº de Reynolds x Coeficiente de Descarga. 𝑦 = 6 × 10−7𝑥 + 0,6635 (Equação 12) Na prática de Condutividade, os dados obtidos do experimento foram calculados ln (R/r) e (Tint - T) para as 5 posições, e estão apresentados na Tabela 3. Tabela 3. Dados obtidos experimentalmente e calculados Posição R/ri ln(R/ri) T(°C) Tint-T(°C) 1 1 0 68 0 2 1,3 0,2623 60 8 3 1,6 0,47 56 12 4 1,95 0,6678 54 14 5 2,1 0,7419 52 16 y = 6E-07x + 0,6635 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 2000,00 7000,00 12000,00 17000,00 22000,00 27000,00 C o e fi c ie te n te ( C o ) Nº de Reynolds Gráfico Coeficente vs Reynolds A partir dos dados experimentais foi montado um gráfico Tint-T (°C) X ln (R/ri) e obteve-se um coeficiente angular (α) igual a 20,459. Figura 8. Gráfico Tint-T (°C) X ln (R/ri). A energia fornecida pela resistência foi transformada em taxa de calor (q), obtendo-se 55 J/s. Posteriormente os valores obtidos de q e α foram substituídos na Equação 13, para calcular a condutividade térmica (kexp), o valor calculado foi 0,71309 (W/ (m * K)). 𝛼 = 𝑞 2𝛱𝐿𝑘 (Equação 13) Em seguida, uma condutividade térmica teórica (kteórico) foi estimada por meio da Equação 14 considerando ϴ = 𝑘𝑠 𝑘𝑓 , Ɛ ≥ 0,1; 𝛳 ≠ 1 e porosidade do material (leito arenoso) ε = 0,4. Sendo kf (condutividade do fluido) consultado na literatura na temperatura média do experimento de 58°C, encontrou-se um valor de 0,028635 W/ (m.K) (Geankoplis). Para encontrar ks (condutividade do sólido) do meio poroso (leito arenoso), pesquisou-se na literatura, e teve os seguintes valores foram encontrados: ks = 1,83 W/ (m*K) (Arenito) (Holman), ks = 0,3256 W/ (m*K) (Areia) (Bennett C.O), ks = 1,51 W/ (m*K) (4% de H2O) (Geankoplis) e ks = 2,16 W/ (m*K) (10% de H2O) (Geankoplis). Os valores calculados estão apresentados na Tabela 4. y = 20,459x + 1,2353 R² = 0,9639 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 0,5000 0,6000 0,7000 0,8000 T in t- T ( °C ) ln (R/ri) Tint-T (°C) X ln (R/ri) 𝑘𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑘𝑓 = 𝜀 + (1 − 𝜀) × [ 𝑙𝑛[1 + (𝛩−1) × 𝜀]−( 𝛩−1 𝛩 ) × 𝜀 𝜀×(2−𝜀) 3 × ( 𝛩−1 𝛩 ) 2 ] (Equação 14) Tabela 4. Valores calculados de kteórico a partir dos pesquisados kf(W/(m*K)) ks(W/(m*K)) θ kteórico(W/(m*K)) ARENITO 0,028635 1,8300 63,90780513 0,025005 AREIA 0,028635 0,3256 11,37070019 0,134785 4% DE ÁGUA 0,028635 1,5100 52,73266981 0,236098 10% DE ÁGUA 0,028635 2,1600 75,43216344 0,262239 Observando os valores calculados, nota-se que o kteórico que mais se aproxima do experimental é o da areia com umidade 10%, utilizando esse kteórico, foi construído um novo gráfico (Figura 9), e obteve-se um novo coeficiente angular α = 55,633. Figura 9. Gráfico Tint-T (°C) X ln (R/ri) com α = 55,633 Foi calculado o desvio relativo entre o kteórico e kexp, apresentado na Tabela 5. y = 55,633x + 1,2353 0,0000 10,0000 20,0000 30,0000 40,0000 50,0000 60,0000 70,0000 80,0000 90,0000 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 T in t- T ( °C ) ln (R/ri) Tint-T (°C) X ln (R/ri) Tabela 5. Erro relativo entre kteórico e kexp Erro relativo Erro relativo (%) ARENITO AREIA 4% DE ÁGUA 10% DE ÁGUA 0,64935 0,81099 0,66891 0,63225 64,935 81,099 66,891 63,225 Analisando os valores calculados, nota-se que o erro relativo para todos os kteóricos, foram muito altos, o que indica que, além de possíveis erros experimentais, a equação empregada não é de grande exatidão. Também, utilizando as Equações 15 e 16 (Baddor e Russel), calculou-se o kteórico, e posteriormente, o desvio relativo em relação a kexp, apresentando os resultados na Tabela 6 e 7, respectivamente. 𝑘 = 𝑘𝑓 × {1 − 𝛱 4 + 𝛱 2 × ( 𝑘𝑠 𝑘𝑠−𝑘𝑓 ) 2 × [𝑙𝑛(𝑘𝑠 / 𝑘𝑓) − (𝑘𝑠 − 𝑘𝑓 ) 𝑘𝑠 ]} (Equação 15) 𝑘 = 𝑘𝑓 × [ (𝑘𝑠 / 𝑘𝑓 − 1) × 𝜀 (2/3) + 1 (𝑘𝑠 / 𝑘𝑓 − 1) ×( 𝜀 (2/3) − 𝜀) + 1 ] (Equação 16) Tabela 6. Valores de kteórico pelas equações de Russel e Baddor. kf(W/(m*K)) ks(W/(m*K)) θ Russel Baddor ARENITO AREIA 4% DE ÁGUA 10% DE ÁGUA 0,028635 0,028635 0,028635 0,028635 1,8300 0,3256 1,5100 2,1600 63,90781 11,37070 52,73267 75,43216 0,1008 0,0765 0,0992 0,1019 0,9175 0,0883 0,1456 0,1603 Tabela 7. Desvios relativos entre kexp e equações de Russel e Baddor. Russel (%) Baddor (%) ARENITO AREIA 4% DE ÁGUA 10% DE ÁGUA 89,923 92,350 90,075 89,809 78,482 87,620 79,580 77,523 Analisando os valores obtidos, nota-se que são altos, ainda maiores que os calculados pela equação do modelo proposto inicialmente, sugerindo que as equações de Baddour e Russel são de menor exatidão. 5. CONCLUSÃO Como pode ser notado, a pressão está presente em praticamente todos os processos industriais, inclusive na medição de nível e vazão. Quando se trata da medição de nível, percebe-se que atualmente existem várias tecnologias que permitem integrar e automatizar esses processos, e conseguir valores de forma rápida, confiável, exata e precisa. Além disso, é possível encontrar equipamentos que vão além e conseguem entregar também uma durabilidade e resistência maior ao estarem em contato com os meios da indústria. Na prática de Medidores de Vazão, foi atingido o objetivo, e encontrou-se um coeficiente de descarga igual a 0,66 e um número de Reynolds médio igual a 13988,16, e que assim o escoamento pode ser classificado como turbulento. E assim, a Equação X de calibração da placa de orifício é válida para esse tipo de escoamento, que se obteve através dos dados obtidos experimentalmente. Os valores fora do padrão podem ser classificados com erros experimentais durante a realização da prática. E na prática de Condutividade, conclui-se que o modelo proposto para calcular o perfil teórico, gera um erro muito alto comparado com o valor experimental, mesmo levando em consideração possíveis erros durante experimento. Entretanto, oferece uma melhor aproximação do valor experimental quando comparado com as equações de Baddour e Russel. Portanto, os objetivos da prática foram cumpridos satisfatoriamente. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALUTAL, Controle de Nível Líquido de Deslocador Pneumático. Disponível em: https://www.alutal.com.br/br/produto/controle-de-nivel-liquido-de-deslocador- pneulatico-modulevel. Acessado em: 12 de maio de 2021. ARRIECHE, Leonardo S. Medição de pH e condutividade. Acondicionamento e Transmissão do sinal. 10/05/2021. Notas de aula. Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu - PR ARRIECHE, Leonardo S. Tópicos em Medição de Vazão: Graduação em Engenharia Química. 03 março de 2021. Notas de aula. Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu - PR BRANDÃO, H. S. et al. Um estudo para determinação da condutividade térmica de sólidos isolantes em condutivímetro cilíndrico. Unisanta Science and Technology, Santos, v. 3, n. 1, p. 16-20, julho, 2014. Disponível em: http://periodicos.unisanta.br/index.php/sat. Acesso em: 29/05/2021. DEQ/UFSCar.Determinação da condutividade térmica em sistemas particulados. Apostila de apoio didático – Laboratório I: Fenômenos de transporte 5, 2008. GEANKOPLIS, Christie J. Transport processes and separation process principles: includes unit operations. 4th ed. Upper Saddle River: Prentice Hall PTR, 2009. 1026 p. KELLER. Medição de nível por pressão hidrostática. Disponível em: https://www.kellerbr.com.br/blog/medicao-de-nivel-por-pressao-hidrostatica-saiba-o- que -e-e-como-funciona. Acessado em: 12 de maio de 2021. STREETER, Victor L. Mecânica dos fluidos. 7ª edição. Editora McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1980. 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