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Baseado na leitura indicada, o que é Abordagem Comunitária? 
A abordagem comunitária é buscar cuidar da saúde não apenas de modo a curar a doença do 
paciente, mas entender a dinâmica e o aspecto social em que a pessoa e sua família está inserida, 
de modo a melhorar a qualidade de vida da comunidade de maneira ampla, a partir da interação 
do sistema de saúde e seus profissionais com o corpo social de determinado território. 
 
O que são e quais são os determinantes sociais em saúde que impactam a 
saúde individual ? 
De acordo com a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde, os determinantes sociais são 
os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, psicológicos e comportamentais que 
influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. Essas 
condições são encontradas no ambiente em que os cidadãos vivem e trabalham. 
 
Que outros problemas identificados em uma população exigem uma 
abordagem coletiva? Essas abordagens seriam iguais ou não e por quê. 
Tráfico de drogas, ausência de saneamento básico, doenças endêmicas, altos níveis de violência, 
aspectos geográficos da região. Seriam diferentes, porque cada problema deve ser debatido e 
resolvido com um planejamento distinto, fator que também varia entre comunidades com o mesmo 
impasse, uma vez que cada grupo social vai chegar a esse plano de ação de modo único. 
Como o médico pode atuar em uma comunidade? 
O médico pode promover programas educativos na comunidade, em conjunto com instituições 
sociais de peso em cada contexto, como as escolas ou centros religiosos. O médico também pode 
realizar visitas domiciliares para entender melhor o núcleo familiar de seus pacientes, bem como 
as condições de moradia de cada família, como acesso a água filtrada e se existe risco de 
insegurança alimentar. 
 
Como realizar um planejamento de comunidade em saúde ? 
A equipe de saúde deverá coletar dados e informações sobre a comunidade, em conjunto desta, 
como as características geográficas e ecológicas, as principais necessidades que essa população 
possui, cadastrar as famílias a partir de uma ficha no SUS e buscar informações demográficas e 
epidemiológicas coletadas por outros órgãos oficiais, como o IBGE. Todos esses são artifícios para 
criar um perfil daquela comunidade e, a partir dessa base, planejar maneiras de atenuar os 
problemas particulares desse contexto social. 
O que é e como funciona o diagnóstico em saúde e planejamento de 
ações? 
 
 
O diagnóstico em saúde consiste em, a partir das informações adquiridas no planejamento, definir 
quais são os grupos em situação de vulnerabilidade social e as desigualdades exclusivas da 
comunidade. Essa fase permite conhecer quais e quantas são as pessoas com morbidades, 
gestantes, idosos, com necessidades específicas, como portadores de HIV, diabéticos e etc.. Esses 
grupos são considerados prioritários, mas a unidade de saúde responsável pela comunidade possui 
autonomia de adicionar grupos e definir outras ordens de acordo com o contexto social do local. 
Além disso, alguns indicadores de saúde, como índices de natalidade, mortalidade e morbidade, 
podem ser feitos para complementar o diagnóstico. 
Após toda essa análise, que irá indicar os principais problemas dessa comunidade, deve ser feito 
o planejamento de ações, que consiste em criar propostas de enfrentamento, definindo quais 
agentes devem ser responsáveis por cada etapa e estimar um prazo para conclui-las. Para efetuar 
esse processo, o médico deve avaliar, junto com a comunidade, quais as ferramentas existentes 
para realizar a ação, bem como os métodos que deverão ser utilizados e as possíveis 
consequências da sua aplicação. Quanto aos métodos a serem aplicados, não existe nenhum mais 
adequado do que o outro, a equipe médica deve definir qual se aplica melhor para a realidade 
da população. 
 
O que você compreendeu sobre a participação social e controle social? 
A participação e o controle social são fundamentais para a manutenção da democracia em todos 
os aspectos. Em particular, no âmbito da saúde, essa atitude questionadora e de cobrança da 
população ajuda a garantir que os ambientes de debate para políticas públicas de saúde 
realmente trabalhem para garantir esse direito em sua melhor forma para a população, e não que 
seja apenas mais um artifício para afirmar e legitimar o poder dominante dos interesses comerciais. 
 
Que pontos você identifica como importantes quanto a abordagem 
comunitária em situações particulares? 
Favelas 
É fundamental, para trabalhar nesses ambientes, despir-se de todos os preconceitos e senso comum 
de que a comunidade é formada por marginais e traficantes, por pessoas que não querem 
trabalhar, entre outras suposições baseadas no preconceito e racismo estrutural presente na 
sociedade brasileira, uma vez que a maioria dos moradores dessa região são negros. Entender o 
contexto histórico, social e econômico dessas comunidades abandonadas pelo Estado e pela 
sociedade brasileira é essencial para realizar um trabalho médico nas favelas de forma humana. 
População do campo, da floresta e das águas 
Em primeiro lugar, é necessário reconhecer quais os grupos inseridos nessa categoria. São eles: 
camponeses, agricultores, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, atingidos por barragens, caiçaras, 
extrativistas, artesãos, caboclos, comunidades de terreiros, fundo de pasto, etc. 
Para atender cada grupo citado, o profissional de saúde deve ter a capacidade de compreender 
os aspectos culturais de cada contexto, a fim de realizar a abordagem comunitária de maneira 
efetiva. Além disso, em muitos casos o campo está relacionado à luta por terras, convívio com 
agrotóxicos e mineração, o que causa problemas de saúde particulares, que devem receber 
atenção adicional. Por último, a equipe de saúde deve lidar com a dispersão física maior das 
famílias nesses ambientes, que é maior do que em outros sistemas de saúde. 
 
 
 
Faça uma conclusão com os pontos que achou mais importante sobre a 
referência lida. 
A abordagem comunitária exige que o médico tenha empatia por seus pacientes, que este busque 
as raízes das doenças e não apenas trate-as com medicamentos. Para realizar isso, a equipe de 
saúde deve fazer o planejamento de comunidade, a fim de conhecer melhor suas singularidades 
e tratar os problemas de maneira personalizada. Além disso, o diálogo aberto com a população 
é primordial para o sucesso dessas ações, uma vez que o povo é o centro desse processo e o 
principal conhecedor dos desafios da região, e, a partir dessa parceria, as soluções e os planos 
de enfrentamento vão surgir. Por fim, quando a população contribui no processo de tomada de 
decisão, ela se torna mais consciente e passa a cobrar seus direitos, condição fundamental para a 
manutenção da democracia, que deve sempre buscar maneiras de disponibilizar, de forma 
igualitária, os direitos listados na Constituição para todos os brasileiros. 
 
 
 
Tratado de Inserção Comunitária 
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