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Aluno: Gabriel Bruck Machado
1) Com base no texto “Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva”, de
Max Weber, disserte sobre o conceito de “agir em comunidade” e explique por que a
sociologia do autor é uma “sociologia compreensiva”.
A partir da leitura do texto “Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva” podemos
conceber os motivos pelos quais a sociologia de Marx Weber pode ser considerada
compreensiva e também o que é o agir em comunidade. O primeiro ponto da obra a ser
analisado é o indivíduo e o sentido que ele dá a sua ação. Essa ideia não concebe o
indivíduo como uma simples abstração, mas sim alguém localizado dentro de um contexto
histórico vivendo em relação com os outros. Dentro dessa perspectiva, as pessoas ao
agirem no mundo estão aplicando um sentido subjetivo para as suas ações e ao mesmo
tempo interpretando as dos demais. O agir em comunidade refere-se a essa ideia, o
indivíduo uma vez dentro de um grupo social dá o seu significado e por consequência
direção da ação baseado anteriormente na interpretação a qual os outros estabelecem
sobre sua atitude. Existe aqui uma expectativa que os fundamentos da escolha dos demais
estejam associados aos mesmo valores. Um exemplo disso é o acenar de um passageiro
para um táxi ou qualquer outro transporte público, ao fazer isso a pessoa está imaginando
que aquela ação resultará na interpretação do motorista de procurar lugar para estacionar e
em seguida destrancar as portas do veículo autorizando assim a entrada de quem acenou.
Não importa para a sociologia de Marx Weber se valor dado por eles é correto ou não, mas
sim como ele afeta o comportamento de um determinado grupo e as possíveis
consequências. Dessa maneira, é possível elaborar um modelo sociológico capaz de
pensar sobre esses agentes, compreendendo os seus sentidos e interpretações para uma
situação específica. Ao tentar entender qual sentido os agentes dão a sua ação, a
sociologia de Marx Weber tem a dimensão compreensiva e ao analisar os efeitos dessas
atitudes há também um plano explicativo.
2) Levando em consideração o texto “Os três tipos puro de dominação legítima”,
a) defina “dominação”;
b) compare os três tipos puros de dominação elaborados por Weber.
No texto “Os três tipos puro de dominação legítima” Marx Weber apresenta o conceito de
dominação como “a probabilidade de encontrar obediência a uma determinada ordem”. A
partir desse trecho pode-se entender que todos agentes envolvidos em uma relação de
dominação vão considerá-la legítima. Dessa maneira, as relações sociais conseguem certa
estabilidade por estarem vinculadas a relações de dominação. Os fundamentos pelos quais
são estabelecidos essa obediência podem ter origem diversas, Marx Weber elabora três
tipos puros: 1º dominação racional legal, 2° dominação tradicional, 3° dominação
carismática. A primeira está ligada à burocracia estatal, as regras e estatutos a obediência
aqui é dada pelas normas pré estabelecidas e a partir delas é determinado quem e qual
proporção se deve obedecer. Um exemplo é a eleição, mesmo que o candidato da minha
escolha não vença há uma aceitação do resultado eleitoral uma vez que segue o
procedimento legal legítimo. Todos estão submetidos a regras, mesmo aqueles que ocupam
cargos de poder, como no caso do presidente da república que tem suas ações definidas e
limitadas por leis. A segunda forma de subordinação se dá pela tradição, há uma fidelidade
passada por gerações que justifica o porquê de ser sempre assim. Um exemplo disso é a
dominação patriarcal. Segundo Marx Weber “obedece-se à pessoa em virtude de sua
dignidade própria, santificada pela tradição: por fidelidade.” Já a terceira forma se dá pelo
carisma, existe uma relação afetiva que justifica a submissão. Quem manda é o líder e
quem obedece se posiciona como apóstolo. Não cabe aqui questionar o líder, simplesmente
o segue. Os exemplos dessa relação de dominação são: Apóstolo, demagogo e herói. É
importante entender que nenhuma realidade histórica se reduz a um tipo de relação de
subordinação, mas que em determinados momento uma delas se sobressai em detrimento
das outras.O sentido que os agentes dão as suas ações dentro do contexto de dominação e
as consequências desse fenômeno é que importam para a sociologia de Marx Weber.
3) Com base no livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, disserte sobre a
gênese de uma “ascese intramundana” no interior das correntes protestantes e
exponha qual a relação que Weber estabelece entre “ascese intramundana” e o
“espírito do capitalismo”
Em “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” Marx Weber analisa o protestantismo
a partir do sentido e interpretação que os agentes desse grupo estabelecem com o mundo.
Através de uma doutrina de predestinação e tornando os desígnios de Deus impenetráveis
os protestantes começam a valorizar os sinais da salvação que estão presentes em uma
vida de trabalho. Segundo essa visão Deus já escolheu aqueles que serão salvos, portanto
a vida em mosteiros reclusos, ou seja , uma ascese extramundana não é mais necessária.
Há aqui um rompimento com o tradicionalismo católico, agora o que importa é uma vida
alerta, metódica, a recusa dos prazeres e a dedicação ao trabalho. Dessa forma, há o
desencantamento do mundo: a eliminação da magia como meio de salvação. O protestante
age no mundo com a convicção de ser escolhido pelo céu e essa atitude se dá no cotidiano,
corresponde à ascese intramundana. O mundo é o lugar em que o crente descobre a
salvação, mas não é um ambiente bom e sim de passagem.O protestantismo defende um
controle muito forte e rígido sobre a vida , há a criação de uma personalidade, as boas
obras agora só fazem sentido dentro de perspectiva metódica. É a partir dessa forma de
viver dos crentes que Marx Weber estabelece uma relação na qual o protestantismo teria
dado sentido e espírito ao capitalismo nascente. Na prática essa situação pode ser vista
pela presença dos protestantes em cargos de alto escalão, ou seja, atrelados a postos de
maior riqueza. Há o estabelecimento de uma nova racionalidade que busca controlar o
mundo interior através de uma vida pautada em métodos rigorosos e o exterior pela ciência
e pesquisa. Embora o protestantismo tenha dado sentido inicial ao capitalismo, este ganhou
sua existência própria e independente da religião as pessoas têm de viver dentro dessa
estrutura.
4) Conceitue e compare a “ética da convicção” e a “ética da responsabilidade”,
concepções desenvolvidas por Weber no texto “A Política como vocação”.
O texto “A Política como vocação” de Marx Weber apresenta dois conceitos importantes: 1º
a ética de convicção e 2º a ética de responsabilidade. A primeira trata das paixões,
crenças, valores subjetivos defendidos por um político. A convicção orienta a postura de um
candidato, todo político deve ter uma causa para lutar. Dessa maneira, há uma tensão na
arena política uma vez que os partidos defendem valores distintos e todos almejam realizar
a sua própria vontade, ou seja, o poder. Já a segunda ética está relacionada a seu dever
como representante,governante ou legislador as suas obrigações ao exercer uma função
pública. Ao lutar por uma convicção deve se levar em conta também as consequências da
sua escolha e assim assumir seus possíveis problemas gerados. Isso se aplica até mesmo
para consequências não planejadas, uma vez feita a ação é preciso assumir o que vier.
Essa característica é fundamental e indispensável a um governante. No cenário político
muitas vezes não é possível agir somente baseado nas suas crenças individuais, é portanto
necessário uma mediação. Um exemplo é o governante que em sua campanha promete
construção de mais 10 escolas, no entanto quando eleito percebe que não há verba
suficiente para atingir o número prometido. Ao deparar- se com tal situação o governante
tem dois caminhos: Construir as escolas prometidas e estourar o orçamento de forma
irresponsável, mantendo a sua convicção, ou agir de forma responsável e realizar somente
o que pode mesmo queisso signifique perder apoio popular. A ética de responsabilidade
não significa a permissão para a omissão quanto às propostas e convicções, mas sim
entender a realidade e as circunstâncias sociais específicas para então adaptar-se. Tanto a
convicção como a responsabilidade são essenciais para um político. A sociologia Marx
Weber na dimensão compreensiva se preocupa com as intenções dos agentes, no caso
políticos, e também em outro plano explicar como essas ações levaram a tais
consequências.

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