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PROVAS DE DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO DE PIAGET As provas diagnósticas operatórias de Piaget trabalham com o raciocínio lógico, servem para avaliar o nível cognitivo da criança, saber como estão as funções lógicas da criança, e identificar alguma defasagem em relação à idade cronológica. Porém, não se deve levar em consideração se a criança não conseguir efetuar algumas das provas. Ela deve ser avaliada por um todo. Se a criança não apresenta o nível em que deveria estar em todas as provas, podemos considerar algum tipo de atraso cognitivo. Mas nem sempre estas provas são sinal de atraso cognitivo, precisamos observar também o meio em que a criança vive. Se ela é estimulada pela família e pela escola. Durante todo o processo de avaliação, é possível identificar algum tipo de atraso cognitivo, por isso a importância de vários testes, incluindo as provas operatórias. Enfim, a prova operatória, é um instrumento de apoio ao diagnóstico psicopedagógico, mas não deverá ser o único instrumento de avaliação, nem poderá ser feito o diagnóstico somente em cima dessas provas. Um ponto de extrema importância é que todo o comportamento, desenvolvimento, falas, respostas e atitudes durante as provas, sejam anotados para que haja fidelidade nos resultados. Outro fator a ser observado, segundo VISCA, citado por SAMPAIO é a importância do psicopedagogo saber como aplicar as provas e que o mesmo esteja seguro em relação às perguntas. Pois qualquer tipo de alteração na pergunta pode contaminar o resultado dos testes. Por isso, SAMPAIO orienta aos psicopedagogos iniciantes a criarem um questionário padrão para ser utilizado durante as provas, até que se sinta seguro na aplicação das mesmas. SAMPAIO também fala que se evite a aplicação de várias provas de conservação em apenas uma sessão. O melhor seria se fossem alternadas as provas de classificação, seriação e conservação. Referencias: Psicopedagogia Clínica – Uma Visão Diagnóstica dos Problemas de Aprendizagem Escolar. De Maria Lúcia Lemme Weiss e Manual Prático do Diagnóstico Clínico. De Simaia Sampaio. QUADRO DE RESUMO DAS PROVAS OPERATÓRIAS BASEADO EM UMA PROPOSTA DE VISCA Procedimentos e 1ª 2ª 3ª Nível Argumentos resultados modif. modif. modif. utilizados / Provas operação C NC C NC C NC 1, 2 Observações Operatório concreto ou 3 Conservação de Peq. Conj. Discreto Conservação de matéria Conservação de líquido Conservação de comprimento Conservação de superfície Conservação de peso Conservação de volume Demais provas operatório Descrever resultados: concreto Seriação Dicotomia Inclusão de Classes Intersecção de classes Provas de pensamento formal: Combinação de fichas C – Conserva NC – Não Conserva * Tabela elaborada por Simaia Sampaio – Psicopedagoga CONSERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS Materiais: 10 círculos pequenos azuis 10 círculos pequenos vermelhas Desenvolvimento: Pedir para que a criança observe o material disposto na mesa e identifique-os 1° Passo: Colocar os círculos na mesa e pedir que a criança escolha uma cor. Entregue os círculos da cor escolhida e alinhe os círculos da outra cor na mesa. Pedir para que a criança coloque os círculos que ela recebeu alinhadas e numericamente iguais as suas. Ex: “Coloque a mesma quantidade dos círculos... o mesmo número... nem mais nem menos”. Pergunte a criança se ela tem a mesma quantidade de círculos que você e por que ela acha isso. 2ª Passo: Espace ou aproxime os círculos de sua coleção sempre mantendo a outra carreira de círculos que fica mais curta ou mais comprida: Pergunta: “Você acha que ficou igual... temos a mesma quantidade de círculos ou não? Onde tem mais? Onde tem menos? Como você sabe?” Contra-argumentação: Provoque uma reação da criança afirmando o contrário de sua resposta inicial. Se conservar a resposta, diga: “Veja, esta linha está mais comprida, terá mais fichas?”. Se não conservar: “Você se lembra, antes as duas fileiras tinham a mesma quantidade. O que você acha agora?”. Retorno empírico: retorne os círculos na posição inicial e pergunte o que ela acha que aconteceu agora. Quem tem mais círculos? E por quê? Pergunta de quantidade: “Conte as vermelhas que sobraram com você”, ao mesmo tempo em que esconde as próprias na mão. “Quantas eu tenho na minha mão? Responda sem contar. Como você sabe?” 3ª Passo: Depois de reunir todas os círculos, o examinador colocará sete círculos azuis na posição de círculo, procedendo em diante como nas situações anteriores e fazendo o mesmo tipo de pergunta. Procedimentos avaliativos: Nível 1- Não conservativo (até aproximadamente 4 ou 5 anos): Responde bem ou não à pergunta de retorno empírico. Não responde corretamente à pergunta de quantidade. Não conserva em nenhuma das modificações. Nível 2 – Intermediário: Mantém igualdade inicial durante as modificações e contra-argumentação. Responde corretamente ao retorno empírico. Pode apresentar dúvidas em alguns momentos, em relação à conservação, pode conservar ou não. Nível 3 - Conservativo (a partir de aproximadamente 5 anos): A criança usa um ou mais argumentos (identidade, reversibilidade e compensação). Responde corretamente à pergunta de quantidade. Conserva sempre (a partir de 5 anos) * Identidade: “Tem a mesma coisa, você não tirou nem botou nada... você só apertou...você só afastou”. * Reversibilidade: “Se você botou as vermelhas do jeito do azul fica igual... se você encolher ou esticar de novo os azuis ficará igual novamente”. * Compensação: “Você fez mais comprido, mas as fichas estão mais longes umas das outras (ou estão mais perto)”. CONSERVAÇÃO DA SUPERFÍCIE Material: 02 bases de e.v.a. verde 12 quadrados de e.v.a. vermelho 02 cavalos de plástico Desenvolvimento: Colocar as bases verdes sobre a mesa e pedir que a criança fale sobre o mesmo. Perguntar se os tamanhos são iguais. Mostrar os quadrados e também perguntar sobre sua igualdade e tamanho. Deixar a criança explorar o material. Inserir o lúdico na prova, pedindo que a criança faça de conta que cada base verde seja um campo de pasto onde a vaquinha vai comer sua grama. Perguntar se ela comeria a mesma quantidade ou se comeria mais em um pasto ou no outro. Os quadrados vermelhos seriam casinhas. Depois colocar um quadrado (casinha) em apenas um campo e perguntar a criança se a vaquinha continuará comendo mais, ou menos nos dois campos. A seguir, colocando outro quadrado no outro campo e continuar perguntando. Pela igualdade: “- E agora? A vaquinha comerá mais ou menos?” Colocar até quatro quadrados em cada campo, sempre fazendo as perguntas para ver se a criança conserva. Retorno empírico: colocar os quadrados arrumados de maneira diferente de um campo e de outro e ver se a criança continua conservando. Questionar e pedir que a criança explique o por quê, caso ela responda que a vaquinha continuará comendo a mesma quantidade. Faça o retorno empírico, mudando sempre a posição dos quadrados do segundo campo, podendo colocar até oito quadrados em cada campo. Argumentos utilizados:( ) Identidade; ( ) compensação; ( ) reversibilidade; ( ) nenhum. Procedimentos Avaliativos: Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 5-6 anos): Estabelece igualdade inicial. Responde bem ou não ao retorno empírico. Não conserva nas transformações. Nível 2 – Intermediário: Estabelece igualdade inicial. Pode ou não responder bem ao retorno empírico. Ora conserva, ora não conserva. Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 7 anos): É capaz de dar um ou vários argumentos (identidade, reversibilidade e compensação). Mantem o seu julgamento apesar da contra-argumentação. Conserva em todas as transformações. CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADES DE LÍQUIDO Materiais: 02 copos iguais (A1 e A2); 01 copo estreito e alto (vidro B); 01 copo largo e baixo (vidro C); 04 copos iguais correspondentes (D1, D2, D3, D4); 01 garrafa com água colorida. Desenvolvimento: 1° Passo: Coloque os copos sobre a mesa e peça para a criança dizer sobre o que ela vê. Pergunta: Se A1, A2 são iguais. Despeje água em A1 e peça à criança que despeje a mesma quantidade de água em A2: “A mesma coisa, nem mais, nem menos...”. A seguir: “Caso eu beba o que está em A1 e você em A2, vamos beber a mesma quantidade? Beberemos a mesma coisa?” 2°Passo: Primeira mudança. Despeje o líquido de A1 no vidro B. “E agora? Vamos beber a mesma quantidade? Um tem mais do que o outro? Um tem menos do que o outro? Peça uma explicação: Como é que você sabe? Como descobriu? Pode me mostrar?” Contra-argumentação: Provoque a criança afirmando o contrário da sua resposta. Se houver a conservação, chamar atenção para o nível do líquido nos dois copos: “Uma criança disse que tinha mais no B porque é mais alto, o que você acha?” Se não houver a conservação, relembre a igualdade inicial dos níveis: “Você lembra que antes A1 e A2 estavam iguais? Retorno Empírico: “Se eu colocar o que está em B, de volta no A1, Vamos ter a mesma quantidade de liquido para beber?” Se a criança não acertar, faça o retorno empírico, igualando A1 e A2. CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE MATÉRIA Material: 02 barras de massa de modelar com cores diferentes Desenvolvimento: Peça a criança para fazer duas bolas que tenham a mesma quantidade. Como dois docinhos de festa. 1ª Transformação: Transforme uma das bolas em uma “salsicha”. “Será que agora tem a mesma quantidade de massa no docinho e na salsicha ou tem mais no docinho ou mais na salsicha? Como você sabe? Você pode me explicar? Você pode me mostrar?”. Contra-argumentação: Provoque a reação da criança, afirmando sempre o contrário do que ela respondeu. Caso conserve, diga: “Veja a salsicha é mais comprida que a bola, será que não tem mais massa?” Caso não conserve: “Você se lembra, antes as duas bolas tinham a mesma quantidade. O que você acha agora?” Retorno Empírico: Perguntar a criança “Se dessa salsicha eu refaço o docinho, será que vai ter a mesma quantidade, ou não?”. Se a criança não resolver esse problema de “retorno empírico”, igualam-se novamente as bolas até que ela as julgue com quantidades iguais. 2ª Transformação: Transforme a mesma bola em uma pizza como na primeira transformação quanto à contra-argumentação, terminando sempre pela questão de retorno empírico. 3ª Transformação: Dividir a bola inicial em quatro bolinhas menores, procedendo como nas outras transformações. Procedimentos avaliativos: Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 5-6 anos): Não conserva nenhuma das modificações. Ante as contra-argumentações a criança não mantém a opinião, ora conserva, ora não conserva. O retorno empírico pode ser respondido corretamente ou não. Nível 2 – Intermediário: Estabelece igualdade inicial. Responde corretamente ao retorno empírico. Os julgamentos oscilam entre conservação e não conservação. Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 7 anos) Conserva em todas as transformações. A criança é capaz de dar um ou mais argumentos – de identidade: “É a mesma coisa”; Compensação: “Aqui a pizza é maior, mas é mais fina que o docinho, então, é a mesma coisa”. A criança mantém o julgamento de conservação, apesar da contra-argumentação do examinador. CONSERVAÇÃO DE PESO Material: 02 bolas de massinha de cores diferentes Balança Desenvolvimento: Verifique se a criança conhece as relações de peso indicadas pela balança, usando objetos diversos (pedra, apontador, bolas de massa, etc.). Peça que a criança faça duas bolas com a massinha que tenham o mesmo peso, para isso usando a balança. 1ª Transformação: Transforme uma das bolas de massinha em salsicha e finja que irá pesá- las, falando: “Você acha que a salsicha pesa a mesma coisa que a bola ou será que uma pesa mais que a outra? Como é que você sabe?”. Retorno Empírico: Volte as duas bolas ao mesmo formato e pergunte à criança se continua a mesma quantidade ou não. 2ª Transformação: Transforme a mesma bola em uma mini pizza e faça como na primeira transformação, quanto à contra-argumentação e ao retorno empírico. 3ª Transformação: Divida a mesma bola em oito a dez pedaços e faça como nas outras transformações, em relação a contra-argumentação e o retorno empírico. Procedimentos avaliativos: Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 6-7 anos): Consegue estabelecer igualdade inicial, porém, pode ou não responder corretamente ao retorno empírico e nas contra-argumentações. Não conserva. Nível 2 – Intermediário: Às vezes conserva, às vezes não. Estabelece igualdade inicial. Consegue responder corretamente ao retorno empírico. Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 7 anos): Conserva em todas as modificações. É capaz de dar um ou vários argumentos (identidade, reversibilidade e compensação). CONSERVAÇÃO DO VOLUME Material: 02 copos iguais com líquido no mesmo nível 02 bolas de massinha de modelar de cores diferentes Desenvolvimento: Leve a criança a constatar a igualdade no nível do líquido nos dois copos. Peça que faça duas bolas iguais. “Com a mesma quantidade...”; “Como você pode fazer que fiquem com a mesma quantidade?”. Pergunta: “Se eu colocar esta bola dentro do copo, o que acontecerá com o líquido que está dentro?”. “Por que você acha isso?”. “E se eu colocar a outra bolinha no outro copo será que o líquido vai subir o mesmo que neste? Subirá mais ou menos?”. Faça a comprovação empírica, apenas quando for absolutamente necessário para que a criança compreenda. 1ª Transformação: Transforme a segunda bola em salsicha e pergunte: “Se eu colocar neste copo, o líquido subirá no mesmo nível? Subirá mais ou menos que no copo que está a bola?”. Contra-argumentação: Provoque uma reação afirmando sempre o contrário da resposta da criança. Retorno Empírico: Proceda como nas provas anteriores. 2ª Transformação: Transforme a bola numa mini-pizza e aja do mesmo modo que na primeira transformação, até o retorno empírico. 3ª Transformação: Corte a pizza em oito ou dez pedacinhos e finja que irá colocar todos no segundo copo, faça como nas outras transformações, até o retorno empírico. Procedimentos avaliativos: Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 8-9 anos): Estabelece igualdade inicial, porém, não conserva em nenhuma modificação. Pode ou não acertar o retorno empírico. Nível 2 – Intermediário: Estabelece igualdade inicial, porém varia entre a conservação e a não conservação nas modificações e contra-argumentações. Acerta a pergunta de retorno empírico. Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 11-12 anos): Conserva em todas as transformações e contra-argumentações.Utiliza mais de um argumento (identidade, reversibilidade e compensação). CONSERVAÇÃO DO COMPRIMENTO Material: 01 corrente de 15 cm de comprimento (A). 01 corrente de 10 cm de comprimento (B). Desenvolvimento: Pedir para a criança que diga se A é maior que B. Aguardar a confirmação. Brincar com a criança dizendo que seriam como duas estradas, assim: “Nesta estrada (A) a gente tem que andar a mesma coisa que nesta (B) ou tem que andar mais? Este caminho (A) é do mesmo comprimento do que este (B), mais comprido ou menos comprido que (B)?”. 1ª Transformação: Aproxime a corrente maior (A) fazendo que fique do tamanho da corrente B. “Estes carrinhos, um em cada estrada, será que os dois vão andar a mesma coisa, o comprimento da estrada será o mesmo?”. Proceder como nas provas anteriores quanto à contra-argumentação e ao retorno empírico. 2ª Transformação: Faça curvas na corrente (A), de modo que fique uma diferença entre uma das extremidades das duas correntes (B). Faça como na 1ª transformação uma comparação dos comprimentos A e B. Proceder como na transformação anterior, a contra-argumentação e o retorno empírico. Procedimentos Avaliativos: Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 6-7 anos): Estabelece igualdade inicial. Responde bem ou não ao retorno empírico. Não conserva nas transformações. Nível 2 – Intermediário: Estabelece igualdade inicial. Responde bem ao retorno empírico. Ora conserva, ora não conserva nas transformações. Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 7 anos): É capaz de dar um ou vários argumentos (identidade, reversibilidade e compensação), Mantendo o seu julgamento apesar da contra-argumentação. Conserva em todas as transformações. MUDANÇA DE CRITÉRIO (DICOTOMIA) Material: 05 círculos pequenos vermelhos; 05 círculos pequenos azuis; 05 círculos grandes vermelhos; 05 círculos grandes azuis; 05 quadrados grandes vermelhos; 05 quadrados grandes azuis; 05 quadrados pequenos vermelhos; 05 quadrados pequenos azuis; 01 caixa Desenvolvimento: Coloque as fichas em desordem sobre a mesa e peça a criança que descreva o material. Classificação espontânea: “Você pode juntar todas as fichas que combinam”, “Junte as que são iguais..., “ Junte as que se parecem muito”. Após a criança terminar: “Você pode me explicar por que colocou assim?”. Dicotomia: “Agora faça apenas dois grupos em montinhos e os coloque nas duas repartições da caixa”. Após o término: “Por que você colocou todas essas fichas juntas? E aquelas? Como a gente poderia chamar esse monte aqui? E aquele outro?”. 1ª Mudança de critério: “Você pode arrumar de uma forma diferente da anterior, dois grupos (montes), as fichas que se parecem?”. Se a criança repetir o primeiro critério: “Você já separou desse modo. Você pode descobrir outra forma (critério) de separar em dois grupos?”. Se for preciso, inicie uma nova classificação e peça à criança para continuar. Faça as mesmas perguntas após o término: “Por que você colocou todas essas fichas juntas? E aquelas? Como a gente poderia chamar esse monte aqui? E aquele outro?”. 2ª Segunda mudança de critério: “Será que você poderia separar de outra maneira fazendo dois grupos novos?”. Faça como nas últimas mudanças. Procedimentos avaliativos: Nível 1 - Coleções figurais (desde 4-5 anos): A criança arruma as fichas, estruturando figuras de trens, casas, bonecos etc. Podem também arrumar as fichas que tenham alguma semelhança. Pode conseguir classificar por critério de coleções não figurais . Nível 2 - Início de classificação (aproximadamente 5-6 anos): A criança consegue fazer pequenos grupos não-figurais, seguindo diferentes critérios, mas são coleções justapostas, sem ligação entre si: “É o monte das bolas vermelhas grandes, das bolas pequenas vermelhas, dos quadrinhos vermelhos” etc. Em um nível maior a criança pode conseguir um começo de reagrupamento dos subgrupos em classes gerais, sem conseguir uma antecipação de critérios. Nível 3 - Dicotomia segundo os 3 critérios: A criança inicia a tarefa já antecipando as possibilidades, consegue fazer e recapitular corretamente duas dicotomias sucessivas, seguindo dois critérios, o terceiro critério, sendo apenas descoberto como incitação do examinador. Num desenvolvimento maior, os três critérios são antecipados e utilizados espontaneamente. INCLUSÃO DE CLASSES Material: Dez margaridas; Três tulipas. Desenvolvimento: Veja se a criança conhece o nome das flores e se conhece o termo genérico “flores”; “Você conhece o nome de outras flores? Quais?”. Perguntas: 1ª Pergunta: “Tem mais margaridas ou mais flores?”. Após a resposta: “Como você sabe? Você pode me mostrar?”. 2ª Pergunta: “Conheço duas meninas que querem fazer raminhos. Uma faz um ramo com as margaridas. Depois ela desmancha e me devolve as margaridas. A outra criança, faz seu ramo com as flores. Qual foi o ramo maior?”. 3ª Pergunta: “Se eu dou para você as margaridas, o que fica no ramo?”. Após a resposta: “Se eu dou para você as flores, o que sobra no ramo?”. 4ª Pergunta: “Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas, e você vai fazer um ramo com todas as flores. Quem vai fazer o ramo maior? Como é que você sabe?”. Procedimentos avaliativos: Nível 1 - Ausência de quantificação inclusa (até aproximadamente 5-6 anos): A criança responde que há mais margaridas do que flores. Erra na subtração de subclasses. Nível 2 - Condutas intermediárias: Acerta algumas perguntas e outras não. Às vezes responde: “É a mesma coisa”. Pode responder bem às questões de subtração de subclasses que não necessitem reversibilidade. Nível 3 - Presença da quantificação inclusiva (aproximadamente a partir de 7-8 anos): A criança responde corretamente a todas as perguntas. INTERSECÇÃO DE CLASSES Material: 05 círculos vermelhos; 05 círculos azuis; 05 quadrados vermelhos; 01 folha com 2 círculos desenhados (preto e amarelo) que se entrecruzam delimitando 3 partes. Desenvolvimento: Disponha as fichas nos círculos em intersecção, sendo as redondas vermelhas e os quadrados vermelhos, nas partes exteriores e as redondas azuis nas partes comuns. Peça que a criança observe a disposição, descreva as fichas e pergunte: “Por que você acha que eu coloquei os círculos redondos azuis no meio?”. Pergunta: “Há mais fichas vermelhas ou mais fichas azuis?” “Há mais quadrados ou mais fichas redondas?” “Há mais ou menos fichas redondas do que fichas azuis?”. Pergunta de intersecção: “Há mais ou menos fichas redondas do que azuis?”. Pergunta de inclusão: “Há a mesma quantidade, mais ou mesmo quadrados vermelhos?” Pergunte: “Como você sabe? Você pode me mostrar?”. Caso a criança não responda às perguntas principais, faça perguntas suplementares: “O que é que tem no círculo preto? Mostre. E no amarelo?” etc. Procedimentos avaliativos (aproximadamente desde 4-5 anos): Nível 1 – Ausência da intersecção: As perguntas feitas sobre classes separadas são correspondidas com acerto. As de inclusão e intersecção não são compreendidas nessa faixa de idade. As perguntas suplementares também revelam erros. Nível 2 – Intermediário: A partir de 6 anos a criança faz acertos nas perguntas suplementares, mas hesita nas respostas de inclusão e intersecção, faz repetições e pode dar algumas respostas corretas. Nível 3 – Êxito: Crianças a partir de 7-8 anos dão repostas corretas desde a primeira vez. SERIAÇÃO DE PALITOS Material: Uma série de 10 palitos formando uma sequência; Desenvolvimento: 1º Passo: Dê à criançaos 10 palitos em desordem para que tome conhecimento do material. 2ª Passo: Seriação a descoberto: “Faça uma escadinha, colocando-os em ordem do menor para o maior”. Se a criança não conseguir, o examinador pode, eventualmente, iniciar demonstrando com três palitos na sequência. É importante registrar a ordem em que a criança escolhe cada palito, como faz cada escolha e a configuração final; anotar o processo de realização. 3º Passo: Verificação da exclusão: Se o sujeito acertar a seriação a descoberto: Peça que feche os olhos; Retire um palito; Peça que a criança abra os olhos e descubra o local em que estava o palito retirado da “escadinha”. 4º Passo: Seriação oculta atrás do anteparo: Se a criança acertou a seriação, pode-se fazer também de outra forma: “Agora sou eu que vou fazer a escadinha e você me entregará os palitos para a sequência” Registra-se a maneira de escolher e a ordem que ele deu ao examinador. Procedimentos avaliativos: Nível 1 - Ausência de seriação (3-4anos): a criança não entende a proposta e coloca os palitos em qualquer ordem; Esboço de séries (4-5anos): a criança faz tentativas diversas; pares (grades e pequeno), séries de três ou quatro palitos, mas não coordena as diferentes series entre si, ou não consegue intercalar os outros; Faz uma escada sem considerar o tamanho dos bastões. Nível 2 – Intermediário (aproximadamente 5-6 anos): Compara cada bastão com todos os demais até achar o que serve. É uma seriação intuitiva. Nível 3 - Êxito (aproximadamente 6-7 anos): Realiza a seriação. Antecipando com facilidade a escada, fazendo metodicamente a sua construção, colocando do menor para o maior. Faz a descoberta, atrás do anteparo, exclui ou inclui os palitos e constrói espontaneamente a linha de base. COMBINAÇÃO DE FICHAS DUPLAS PARA PENSAMENTO FORMAL Material: 06 fichas coloridas Desenvolvimento: Peça a criança para fazer a maior quantidade possível de pares com as seis fichas. O total a ser formado são 30 pares. Observar se a criança compreendeu, podendo até fazer uma combinação para que a criança entenda. Procedimentos avaliativos: Nível 1 – Ausência da capacidade combinatória: Não conseguiu descobrir as diversas combinações. Não tem critério, faz tentativas aleatórias com um número reduzido de pares. Nível 2 – Intermediário: Faz combinações incompletas, consegue fazer os pares sem ordem estabelecida, não consegue chegar à quantidade total de pares. Nível 3 – Condutas operatórias com capacidade combinatória: Antecipa a capacidade combinatória, completamente e metodicamente. Conseguindo descobrir as 30 duplas. Deixando evidente o critério estabelecido. PERMUTAÇÃO DE FICHAS Material: 04 fichas de cores diferentes Pergunta: Gostaria que você me mostrasse todas a s combinações que seja capaz de formar com estas fichas. Você deverá utilizar todas as fichas. Se a criança não entender, você poderá fazer a demonstração inicial. Nível 1 – Faz tentativas aleatórias e não consegue perceber as possibilidades de permuta. Nível 2 – Realiza permutas incompletas sem capacidade de generalizações mesmo conseguindo um número razoável de permutações e não se lembra do que fez, por falta de método. Nível 3 – Consegue fazer as permutações por meio de sistema metódico e ordenado (a partir de 12 anos). A permutação de quatro elementos é igual ao fatorial de 4, isto , 4x3x2x1=24. Observar se a criança pede lápis e papel para registrar o seu raciocínio. Isto deve ser permitido. PREDIÇÃO Material 16 círculos verdes 10 círculos amarelos 06 círculos lilases 01 círculo branco 01 saquinho de TNT Coloque os círculos sobre a mesa e peça para a criança que observe por algum tempo. Depois, guarde-as em um saquinho (TNT). Peça para a criança retirar apenas um círculo. Quando ele colocar sua mão no saquinho de TNT, deverá segurar sua mão ainda dentro do saquinho de TNT e perguntar-lhe que cor acha que irá sair e por quê. Depois, permita olha o círculo. Guarde novamente o círculo e repita umas quatro ou cinco vezes. Nível 1 – Não consegue prever s probabilidade de sair a cor verde por ter maior quantidade. Pode dizer: “Vai sair roxo porque gosto de roxo”. Nível 2 – Usa justificativa baseada na predição. Consegue prever que irá sair a cor verde porque é a que existe em maior quantidade. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Informações Retiradas em Parte ou na Íntegra dos livros ANDION, Teresa Messeder. Jogo de Areia. Intervenção psicopedagógica à luz da teoria piagetiana na caixa de areia. SAMPAIO, Simaia. Manual Prático do Diagnóstico Clínico. 2ª Ed. WAK Editora. Rio de Janeiro. 2010. WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica – Uma Visão Diagnóstica dos Problemas de Aprendizagem Escolar. 13ª Ed. Lamparina. R.J. 2008.
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