@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); 7 AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DA CRIANÇA DE 6 A 11 ANOS E DO ADOLESCENTE.A avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11 anos e do adolescente se dá com diversos tipos de recursos, desde que o psicopedagogo saiba porque está aplicando aquele instrumento, quais seus objetivos, se estão dentro da faixa etária da criança/adolescente e se o quê o instrumento pretende medir trará dados necessários para responder as perguntas eliciadas pela hipótese diagnóstica. Sem esses requisitos, o instrumento perde seu valor e o psicopedagogo, seu tempo, pois poderia estar utilizando outro recurso dentro da avaliação, onde o tempo é precioso, visto que tem previsão de sessões para realização do trabalho.Um dos recursos mais utilizados na avaliação das crianças de 6 a 11 anos são as Provas do Diagnóstico Operatório, de Jean Piaget (WEISS, 1994, anexo 1).Elas são utilizadas para verificação do estágio no qual a criança se encontra, se está apta ou não para o processo de alfabetização, por exemplo. Segundo Piaget, por meio de seus estudos e investigações, a capacidade da criança de pensar e raciocinar progredia por meio de uma série de estágios qualitativos distintos. Dividi uo desenvolvimento cognitivo em quatro estágios centrais (e em diversos subestágios dentro de cada um). São eles: sensório-motor (do nascimento até 2 anos);pré-operatório (dos 2 aos 7 anos); Operatório-concreto (dos 7 aos 11 anos) e Operatório formal (dos 11 anos em diante).Nº1. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos Nas provas de conservação (1 a 7), o objetivo é a verificação deste conceito com diversos materiais (líquidos, massa plástica, fios), verificando outros conceitos como volume, massa e comprimento. Por exemplo, mesmo havendo o espaçamento das fichas, resultando em uma ocupação de espaço maior, a criança deverá perceber que o número de fichas continua o mesmo. Este conceito é muito necessário em seu desenvolvimento escolar, sobretudo na matemática.I - Material:20 fichas do mesmo formato e tamanho, sendo 10 de cada cor. Pode ser tampinhas de garrafa pet ou recortes de papelão colorido.II \u2013 Desenvolvimento:1ª situação: Pedir para que a criança escolha uma coleção de fichas. O examinador alinha sobre a mesa 7 de suas fichas e pede que a criança faça uma coleção de igual número com suas próprias fichas.Registrar o que é feito pela criança em todas as provas.2ª situação: O examinador espaça ou aproxima as fichas de sua coleção, sem mexer na outra fileira de fichas e pergunta se tem o mesmo número de fichas, onde tem mais, onde tem menos, e como a criança chegou a essa conclusão.Contra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança afirmando o contrário de sua resposta inicial. Para resposta conservativa, diz: \u201cVeja, esta linha está mais comprida, terá mais fichas?\u201d. Para a não conservativa: \u201cVocê se lembra, antes as duas fileiras tinham a mesma quantidade de fichas, o que você acha agora?\u201d.Pergunta de quantidade:\u201cConte as vermelhas que sobraram com você\u201d, ao mesmo tempo em que esconde as que têm na própria mão e pergunta: \u201cQuantas eu tenho na mão? Como sabe?\u201d.3ª situação: Depois de reunir todas as fichas, o examinador coloca 6 fichas azuis em círculo, procedendo daí em diante como nas situações anteriores e fazendo o mesmo tipo de pergunta.III. Procedimentos Avaliativos1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente 4 ou 5anos) \u2013 Nível 1Nas duas situações, a criança pode fazer uma contagem, uma correspondência termo a termo ou global ou qualquer disposição figural. Essas respostas são não conservativas. Poderá ou não resolver corretamente a questão da quantidade.2. Condutas intermediárias \u2013 Nível 2As coleções (1ª e 2ª situações são constituídas por correspondência termo atermo de forma correta. As perguntas do examinador dão margem às seguintes condutas:a) Resposta conservativa para uma situação e não para outra.b) Vacilações no julgamento durante cada situação: \u201cTem mais azuis...não, vermelhas... não é igual?\u201dNão justifica com argumentos claros e precisos as respostas de conservação.Resolve corretamente a questão da quantidade.3. Condutas conservativas (esperadas desde aproximadamente 5 anos) \u2013Nível 3Quando a criança apresenta condutas conservativas, ela deverá justificar com um ou vários argumentos:a) De identidade: \u201cTem a mesma coisa, você não tirou nem botou nada...você só apertou... você só afastou.\u201db) De reversibilidade: \u201cSe você botou as vermelhas do jeito do azul fica igual... se você encolher ou esticar de novo os azuis vai ficar igual de novo.\u201dc) De compensação: \u201cVocê fez mais comprido, mas as fichas estão mais longe umas das outras (ou estão mais perto).Nº 2. Conservação das quantidades de líquidos (também conhecida como transvasamento, que é a passagem de líquidos de um recipiente para o outro)I - Material:- 2 vasos iguais A1 e A2- 1 vaso mais fino e alto B- 1 vaso mais largo e baixo C- 4 vasinhos iguais D1, D2, D3, D4- 2 copos contendo líquidos de cores diferentesII \u2013 Desenvolvimento:1. O examinador faz a criança constatar que os dois recipientes (A1 e A2)são iguais. Despeja água em A1. Pede à criança que despeje água em A2 na mesma quantidade que está em A1. A seguir: \u201cSe você beber o que está em A1 e eu o que está em A2, será que vamos beber a mesma quantidade?\u201d2. Primeiro transvasamento \u2013 Despeja-se a água de A1 no vidro B: \u201cSerá que agora vamos beber a mesma quantidade? Um tem mais que o outro? Um tem menos que o outro?\u201d Pedir uma explicação: \u201cComo sabe? Como descobriu? Pode me mostrar?\u201dContra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança afirmando sempre o contrário de sua resposta, como na primeira parte da prova.Retorno empírico \u2013 \u201cSe eu puser o que está em B de volta no A1, será que vai ter a mesma coisa para beber?\u201d Se a criança não acertar, fazer o retorno empírico, igualando A1 e A2.Segundo transvasamento \u2013 Despejar a água de A1 em C e proceder como no primeiro transvasamento quanto à contra argumentação e ao retorno empírico.Terceiro transvasamento \u2013 Despejar o líquido de A1 em quatro vidrinhos e proceder como nos transvasamentos anteriores.III. Procedimentos Avaliativos1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente 5 ou 6anos) \u2013 Nível 1Em cada transvasamento a criança considera um dos vidros como tendo mais líquidos. Diante da contra argumentação, mantém a resposta ou troca para outro vidro. O problema do retorno empírico pode ser resolvido corretamente ou não.2. Condutas intermediárias \u2013 Julgamentos oscilando entre conservação e não conservação \u2013 Nível 2 No mesmo transvasamento a criança julga as mesmas quantidades ora como iguais, ora como diferentes. Os julgamentos se alternam de um transvasamento para o outro, ora conservando, ora não conservando. Isto se deve à contra argumentação. As justificativas são pouco claras e incompletas. O problema do retorno empírico é resolvido corretamente.3. Condutas conservativas (esperadas a partir de aproximadamente 7anos)\u2013 Nível 3 Para cada transvasamento, as quantidades de líquidos são consideradas iguais, sendo a criança capaz de dar uma ou mais justificativas. O julgamento de conservação é mantido apesar das contra argumentações.Nº3 \u2013 Conservação da quantidade de matéria (quantidade contínua)I. Material2 bolas de massa plástica de cores diferentes (diâmetro aproximado de4cm).II. DesenvolvimentoO examinador pede que a criança faça duas bolas que tenham a mesma quantidade de massa. \u201cSe fossem bolinhos, e a gente pudesse comê-los, seria preciso que houvesse a mesma quantidade para comer. O que você deve fazer para ficarem iguais? Para uma não ter mais nem menos massa que a outra?\u201d1ª Transformação: transforma-se uma das bolas (a do examinador) em uma salsicha. \u201cSerá que agora tem a mesma quantidade de massa na bola e na salsicha ou tem mais na bola ou mais na salsicha? Como você sabe? Você pode me explicar? Você pode me mostrar isso?\u201dContra argumentação: Mesmo procedimento das provas anteriores.Retorno empírico: Mesmo procedimento das provas anteriores.2ª Transformação: Transforma-se a mesma bola (do examinador) em uma bolacha e procede-se como na primeira transformação quanto à contra argumentação, terminando com o retorno empírico.III. Procedimentos Avaliativos1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente 5-6anos) \u2013 Nível 1Em cada transformação, uma das duas quantidades é julgada maior: \u201cTem mais na salsicha porque é mais comprida. Ou tem mais na bola porque é mais alta\u201d. Ante as contra argumentações do examinador, a criança ou mantém o seu julgamento, ou troca, de modo a que a outra quantidade seja maior. O retorno empírico pode ser resolvido corretamente ou não.2. Condutas intermediárias \u2013 Nível 2Os julgamentos das crianças oscilam entre conservação e não conservação, aparecendo de diferentes maneiras:a) Por uma mesma transformação, a criança julga alternadamente as quantidades como iguais e diferentes.b) Por diversas transformações os julgamentos se alternam ora de conservação ora de não conservação.c) A contra argumentação do examinador provoca vacilação e alternância de julgamentos.As justificativas de conservação são pouco explícitas e incompletas. O problema do retorno empírico é resolvido corretamente.3. Condutas conservativas (esperadas aproximadamente a partir de 7anos) \u2013 Nível 3Em todas as transformações as quantidades são sempre julgadas iguais. Acriança mantém o julgamento de conservação apesar da contra argumentação do examinador.Nº 4. Conservação do comprimentoI. Material:2 fios flexíveis (barbante ou lã) de comprimentos diferentes (cerca de 10 e15 centímetros).Desenvolvimento: A criança é levada a constatar e a afirmar a desigualdade dos fios A e B e fazer o julgamento de que A é maior que B. Os fios podem ser comparados a estradas: \u201cEste caminho A é do mesmo comprimento, mais comprido ou menos comprido que B?\u201d1ª Transformação:2ª Transformação:Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao desenvolvimento, contra argumentação, retorno empírico e procedimentos avaliativos.I. Material:Duas bolas de massa plástica de cores diferentes e uma balança com dois pratos.II. Desenvolvimento:O examinador verifica se a criança conhece as relações de peso indicadas pela balança, usando objetos diversos (pedra, apontador, bolas de massa, etc.). O examinador pede que a criança faça duas bolas que tenham o mesmo peso, para isso usando a balança.1ª Transformação:2ª Transformação:3ª Transformação:Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao desenvolvimento, contra argumentação, retorno empírico e procedimentos avaliativos.Nº 6 \u2013 Conservação do volumeI. Material:Dois vidrinhos iguais com água até o mesmo nível, duas bolas de massa plástica.1ª Transformação:2ª Transformação:3ª Transformação:Nº 7 \u2013 Classes \u2013 Mudança de critério (dicotomia)Nesta prova, são avaliados quais critérios a criança consegue perceber para separar as peças apresentadas (cor, tamanho, forma, etc.), sempre em dois grupos(dicotomia).I. Material:- 5 círculos vermelhos de 2,5 cm de diâmetro.- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro.- 5 círculos vermelhos de 5 cm de diâmetro.- 5 círculos azuis de 5 cm de diâmetro.- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado.- 5 quadrados azuis de 2,5 cm de lado.- 5 quadrados vermelhos de 5 cm de lado.- 5 quadrados azuis de 5 cm de lado.- 2 caixas planas de mais ou menos 4 a 5 cm de altura e uns 12 cm de lado.II. Desenvolvimento:1ª O examinador coloca as fichas em desordens sobre a mesa e pede que acriança as descreva: \u201cVocê pode me dizer o que está vendo?\u201d2ª Classificação espontânea: \u201cVocê pode pôr juntas todas as fichas que combinam?\u201d Após terminar perguntar à criança porque separou daquela forma.Primeira mudança de critério: \u201cSerá que você poderia arrumar em dois grupos diferentes?\u201d Se a criança repetir o primeiro critério, pedir para que crie uma nova forma de separação. Se for preciso, o examinador pode iniciar uma nova classificação para a criança continuar.Segunda mudança de critério: \u201cSerá que você ainda poderia separar deum modo diferente fazendo dois novos grupos?\u201dIII. Procedimentos Avaliativos:1. Coleções figurais (esperadas desde 4-5 anos) \u2013 Nível 1As crianças arrumam as fichas, estruturando figuras de trens, casas, bonecos, etc. Podem também arrumar as fichas que tenham alguma semelhança, mudando sempre de critério e não utilizando todas.2. Início de classificação (esperadas aproximadamente a partir de 5-6anos) \u2013 Nível 2As crianças conseguem fazer pequenos grupos não figurais, segundo diferentes critérios, mas são coleções justapostas, sem ligação entre si. Num desenvolvimento maior, as crianças podem conseguir um começo de reagrupamento dos subgrupos em classes gerais, sem conseguirem uma antecipação de critérios.3. Dicotomia segundo os 3 critérios \u2013 Nível 3As crianças iniciam a tarefa já antecipando as possibilidades, conseguem fazer e recapitular corretamente duas dicotomias sucessivas, segundo dois critérios, o terceiro critério só sendo descoberto com incitação do examinador. Num desenvolvimento maior, os três critérios são antecipados e utilizados espontaneamente.Nº 8. Quantificação da inclusão de classesNesta prova, verificamos a capacidade da criança em perceber grupos(flores) e subgrupos (rosas e margaridas).I. MaterialRamos de margarida e rosas.II. Desenvolvimento1. O examinador verifica se a criança conhece o nome das flores e se conhece o termo genérico \u201cflores\u201d.2. Perguntas:1. Neste ramo tem mais margaridas ou mais flores? Como é que você sabe?2. Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas e você vai fazer um ramo com todas as flores. Quem vai fazer o ramo maior? Como é que você sabe?III Procedimentos avaliativos3. Ausência de quantificação inclusiva (esperadas até aproximadamente5-6 anos)Nível IA criança faz sistematicamente a comparação das duas subclasses e responde então que há mais margaridas do que flores. Costuma errar sobre a subtração de subclasses.4. Condutas intermediárias \u2013 Nível 2Observa-se hesitação na resposta à pergunta 1.5. Existência da quantificação inclusiva (esperada aproximadamente a partir de 7-8 anos) \u2013 Nível 3A criança responde corretamente às perguntas.Nº9. Intersecção de classesNesta prova, verificamos a capacidade da criança em classificar e relacionar características semelhantes.I. Material:- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro.- 5 círculos vermelhos também de 2,5 cm de diâmetro.- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado.- 1 folha de cartolina ou papel E.V.A. com dois círculos em intersecção, sendo que um preto e outro amarelo.Obs.: Os 5 círculos devem poder entrar na intersecção.II. Desenvolvimento1. O examinador dispõe as fichas nos círculos em intersecção:Pede para que a criança observe a disposição, descreva as fichas e pergunta: \u201cPor que você acha que eu pus as redondas vermelhas no meio?\u201d2. Perguntas feitas pelo examinador:\u201cHá mais fichas vermelhas do que fichas azuis?\u201d\u201cHá mais fichas quadradas ou fichas redondas?\u201d\u201cHá a mesma coisa, mais ou menos fichas redondas do que fichas vermelhas?\u201d\u201cHá a mesma coisa, mais ou menos fichas quadradas do que vermelhas?\u201d(Perguntas da intersecção)Após cada resposta da criança, o examinador diz: \u201cComo é que você sabe?\u201d, \u201cVocê pode me mostrar?\u201dIII. Procedimentos Avaliativos (esperados aproximadamente desde 4-5anos)Nível 1.1. As perguntas feitas sobre classes separadas são respondidas com acerto. As de inclusão e intersecção não são compreendidas nessa faixa de idade. As perguntas suplementares também revelam erros.Nível 2.2. A partir de 6 anos a criança faz acertos nas perguntas suplementares, mas hesita nas respostas de inclusão e intersecção, faz repetições e pode dar algumas respostas corretas.Nível 3.3. Crianças a partir de 7-8 anos dão respostas corretas desde a primeira vez.Nº 10 \u2013 Seriação de bastonetesO conceito de seriação é importante para desenvolvimento de antecessor, sucessor.I. Material10 palitos com aproximadamente 1 cm de largura com uma diferença de0,6 mm de altura entre um e outro, sendo que o primeiro tem aproximadamente 11,5cm.II. DesenvolvimentoO examinador dá à criança os 10 bastonetes em desordem para que tome conhecimento do material.2a) Seriação a descoberto: \u201cVocê vai fazer uma escadinha com todos esses pauzinhos, colocando-os em ordem do menor para o maior\u201d. Se a criança não conseguir, o examinador pode, eventualmente, fazer a demonstração de uma série inicial com 3 pauzinhos.2b) Verificação da exclusão: Se o sujeito acertar a seriação a descoberto, o examinador pode pedir que feche os olhos e ao abri-los descubra o local, a posição, em que estava o bastonete retirado pelo examinador da \u201cescadinha\u201d feita pelo sujeito.2c) Seriação oculta atrás do anteparo: Se o sujeito acertou a seriação, pode se fazer também de outra forma: \u201cAgora sou eu quem vou fazer a escadinha atrás dessa papelão, você vai me dando os pauzinhos um a um e eu vou colocando aqui, na ordem. Registra-se a maneira de escolher e a ordem que foi dada ao examinador.III. Procedimentos Avaliativosa) Ausência de seriação \u2013 Nível IO sujeito fracassa nas suas tentativas de ordenar.- Ausência de séries (3-4 anos):A criança não entende a proposta e coloca os bastões em qualquer ordem, justapondo-os.- Esboço de séries (4-5 anos):a criança faz tentativas diversas; pares(grandes e pequeno), séries de 3 ou 4 bastões, mas não coordena as diferentes séries entre si, ou não consegue intercalar os outros.- Faz uma escada sem considerar o tamanho dos bastões, mas só a arrumação da parte superior, imitando uma escadinha.b) Conduta intermediárias (aproximadamente 5-6 anos) \u2013 Nível 2Em que o sujeito vai, por ensaio e erro, compondo a série; compara cada bastão com todos os demais até achar o que serve. É uma seriação intuitiva por regulações sucessivas.c) Êxito obtido por método operatório (aproximadamente 6-7 anos) \u2013 Nível3O sujeito antecipa com facilidade a escada, fazendo metodicamente a sua construção, colocando primeiro os bastões menores e a seguir em graduação até o final. Neste nível faz a descoberta, atrás do anteparo, exclui ou inclui bastões e constrói espontaneamente a linha de base.Nº 11 \u2013 Prova de combinação de fichas duplas para pensamento formal(capacidade de pensar logicamente sobre proposições abstratas e testar hipóteses sistematicamente). Aplicada a partir dos 11 anos.I. MaterialSeis fichinhas de plástico ou cartolina de cores diferentes .II. Desenvolvimento O examinador pede que o sujeito faça com as 6 fichas o maior número possível de duplas, sem repetir. É preciso que se veja se o sujeito entendeu bem a atividade que irá fazer. É válido fazer a demonstração inicial com um par. O examinador deve observar e registrar o método de trabalho e quais critérios usou para chegar ao resultado, assim como todas as verbalizações.III. Procedimentos avaliativosa) Ausência de capacidade combinatória \u2013 Nível 1b) Condutas intermediárias \u2013 Nível 2c) Condutas operatórias revelando capacidade combinatória \u2013 Nível 3O sujeito antecipa a possibilidade combinatória, mediante um sistema completo e metódico, chegando a descobrir as 30 duplas. Além disso, deixa evidente um critério para estabelecer o total de combinações.Nº12 \u2013 Permutações possíveis com um conjunto determinado de fichas(para o pensamento formal \u2013 a partir de 11 anos)I. MaterialFichinhas de cores diferentesII. DesenvolvimentoO examinador pede ao sujeito que faça o maior número de permutações com as fichas, usando sempre 4 fichas, em ordem diferente. Como na prova 11, verificar a compreensão do pedido e registrar o método de realização e todas as falas do sujeito.III. Procedimentos avaliativosa) Ausência da capacidade de permuta \u2013 Nível 1.b) Condutas intermediárias \u2013 Nível 2.c) Condutas de realizações de todas as permutações possíveis \u2013 Nível 3O sujeito realiza permutações, antecipando as possibilidades de um processo sistemático, ordenado. Realiza de forma ordenada as permutações. Outro recurso utilizado para avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11anos são os Blocos lógicos. Constitui-se de 48 peças, que combinam quatro atributos em cada uma sendo tamanho (grande e pequeno), espessura (grosso e fino), cor (vermelho, azul e amarelo) e forma (quadrado, círculo, retângulo e triângulo).Existem diversos jogos realizados com esse material porém as formas mais comuns dentro da avaliação psicopedagógica são, em primeiro lugar, deixar a criança explorar o material de forma livre, criando casinhas e figuras diversas. Num segundo momento, pede-se à criança que separe as peças como achar melhor. Caso ela divida só por cores, por exemplo, perguntar se há outra forma de separação, e assim por diante até ela responder que não ou até completar todos os critérios.Como objetivos temos a organização do pensamento, assimilação de conceitos básicos de cor, forma e tamanho, e realização de atividades mentais de seleção, comparação, classificação e ordenação.Outro instrumento é a Escala Cuisenaire. É constituído de barras de cores e tamanhos diferentes. A menor tem 1 centímetro e representa 1 unidade; a segunda tem 2 centímetros e representa o número 2 e assim por diante até a maior que tem10 centímetros e representa o número 10.As cores que correspondem a cada número são: madeira (1), vermelho (2), verde (3), lilás (4), amarelo (5), verde-escuro(6), preto (7), marrom (8), azul (9) e laranja (10).É utilizado com crianças de 3 a 11anos, e, de acordo com cada idade, há um procedimento: brincar com as barras para construir objetos diversos, reconhecer as cores, comparar os tamanhos, associação de números, tamanhos e cores, realização de adição, subtração, divisão e multiplicação. Por meio dele conseguimos avaliar se a criança possui capacidade de generalizar, analisar, sintetizar, inferir, formular hipóteses, deduzir, refletir e argumentar.O Material Dourado também permite trabalhar os conceitos e operações matemáticas no concreto, permitindo à criança a passagem para o pensamento abstrato. Sequências Lógicas de qualquer material e tema são sempre interessantes para o trabalho psicopedagógico. Existem as sequências simples, com apenas duas figuras e perguntamos à criança \u201co que vem antes e o que vem depois?\u201d. Existem as sequências lógicas mais elaboradas, com três ou quatro figuras para compor a sequência. Pode-se aproveitar esta atividade para solicitar à criança que verbalize essa sequência, ou seja, que conte o que está acontecendo. Partindo daí podemos perceber se a criança tem uma postura descritiva, se ela cria história sobre a sequência ou se atém aos fatos de uma forma simples.Para aprofundar essas questões temos o desenho livre com história, que pode ser aplicado em crianças e adolescentes de qualquer idade. É solicitado à criança que faça um desenho livre; quando o desenho ficar pronto, pedimos que conte uma história. Os dados que forem interessantes para a prática pedagógica devem ser explorados por meio de perguntas para complemento de informação. Podemos perceber, nesta atividade, questões psicológicas, conflitos emocionais, que não devem ser aprofundados caso não sejam pertinentes à área psicopedagógica, mas deve constar no encaminhamento ao psicólogo quando da entrega do informe psicopedagógico.Outro desenho que pode ser solicitado à criança ou ao adolescente é o Par Educativo, sistematizado por Malvina Oris e Pichona O campo. Solicitamos que acriança/adolescente desenhe uma pessoa que aprende e uma que ensina, sugere seque ela formule uma história envolvendo esses dois personagens; pode ser oral ou por escrito. É possível interpretar como caminham essas relações entre professore aluno, o papel vivido na escola, em turma, as rejeições às situações escolares, ameaça da figura do professor, entre outros.A Coleção Método Horizontes, do autor Neda Lian Branco Martins é um instrumento padronizado bastante completo para crianças de 6 a 8 anos. Tem como objetivo avaliar as seguintes características: motricidade fina, motricidade geral, motricidade especifica, nível de percepção e discriminação, universo conceitual e vivencial, equilíbrio estático e dinâmico, ritmo de trabalho, oscilação de sua atenção e concentração, universo vivencial, nível de independência, nível e linguagem semântica, fonológico, estrutural, domínio dos verbos e circunstâncias e conhecimentos das formas, reconhecimento das cores. Foi com base na aplicação desse material que o Informe Psicopedagógico de N. F. (Módulo III) foi elaborado, juntamente com a aplicação de desenho livre com história.Especificamente para os adolescentes temos os seguintes instrumentos:Entrevista livre, na qual o adolescente falará sobre o motivo que o levou até ali e depois discorrerá sobre os temas pertinentes ao atendimento psicopedagógico: seus conflitos, ambições, projetos, dúvidas, prazeres, etc. Tem como objetivo levantar dados do dia a dia do adolescente, seus comportamentos benéficos e atitudes que precisam ser modificadas.Desenho da figura humana: traz muito da configuração do adolescente, seu corpo, como se coloca socialmente, etc. Pode ser solicitado que escreva uma história sobre essa figura, trazendo mais informações que poderão ser úteis para o processo de avaliação.Desenho da família prospectiva e visão de futuro: são dois tipos de desenho que possuem objetivos semelhantes. No primeiro, queremos ver como o adolescente se imagina, juntamente com os membros de sua família, daqui a 5 ou10 anos. O segundo é o mesmo procedimento, porém sozinho, com suas conquistas, opções profissionais, etc. Tem como objetivo visualizar as aspirações do adolescente, e conflitos atuais sejam familiares ou intrínsecos.Técnica das frases incompletas (Boholavsky): as frases podem sofrer variações de acordo com o que se quer perguntar. Consiste num excelente instrumento para se conhecer o jovem, bem como para seu próprio autoconhecimento. Segue modelo abaixo:Técnica das frases para completar1. Eu sempre gostei de...2. Me sinto bem quando...3. Se estudasse ... seria...4. Às vezes acho melhor...5. Meus pais gostariam que eu...6. Me imagino no futuro fazendo...7. No Ensino Médio sempre...8. Quando criança queria...9. Quando penso no vestibular...10. Meus professores pensam que eu...11. No mundo em que vivemos, vale mais a pena... do que...12. Se não estudasse... seria...13. Prefiro... a...14. Comecei a pensar no futuro...15. Não consigo me ver fazendo...16. Quando penso na universidade...17. Minha família...18. Escolher sempre me fez...19. Uma pessoa que admiro muito é... por...20. Minha capacidade é...21. Meus colegas pensam que eu...22. Estou certo de que...23. Se eu fosse... poderia...24. Sempre quis... , mas não poderei fazer...25. Quanto ao mercado de trabalho...26. O mais importante na vida...27. Tenho mais habilidade para...28. Quando criança meus pais queriam...29. Acho que poderei ser feliz se...30. Eu...Nome: Escolaridade: Data:- Técnica do Curtograma: Uma técnica simples de autoconhecimento, que proporciona ao adolescente reconhecer seus gostos e interesses. Consiste em quatro quadrantes, cada qual com uma proposta: Gosto e faço; gosto e não faço; não gosto e faço; não gosto e não faço. Em cada um deles deve-se colocar 3 a 5coisas que se encaixem na proposta: namoro, esporte, escola, lazer, etc.- Técnica das colagens: De acordo com um tema dado pelo psicopedagogo, o adolescente deve realizar um quadro com colagens de revistas que se relacionem com o tema. O momento final, onde o adolescente tem que explicar porque relacionou as figuras com o tema é um momento rico em informações. Tudo deve ser levado em consideração: a escolha das imagens, se colorida ou preto e branco, se com objetos e/ou pessoas, etc. Essa colagem pode ser feita também em um papel grande em metro: pede-se para que o adolescente deite-se sobre o papel, passamos uma caneta em seu contorno e depois ele irá preencher esse contorno com colagens e desenhos. Facilita a formação e aceitação da nova imagem corporal e a organiza mentalmente.- Avaliação do desempenho escolar: acompanhar o desempenho do aluno na sala de aula, as lições de casa, avaliações e trabalhos escolares. Levar em conta a aquisição de conteúdos, a compreensão de instruções orais e escritas, compreensão de textos, fundamentação de raciocínios e procedimentos, resolução das tarefas, tipo de erro, atitude frente ao erro, produções escritas e atitude frente à dúvida. (Vinocour apud Oliveira e Bossa, 1998). Após o diagnóstico, passar as orientações necessárias para melhor desempenho, como vimos anteriormente. Sempre que for lidarmos com adolescentes, precisamos estar cientes de todas as características dessa fase, que se caracteriza por uma verdadeira transformação biopsicossocial. Não conseguiremos realizar uma abordagem realmente eficiente se deixarmos de lado questões como sexualidade, autoestima devido às mudanças corporais, a importância de pertencer a um grupo, as testagens que realiza com os adultos em busca de sua própria identidade.
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