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BRENDA RODRIGUES EPIDEMIOLOGIA 3° SEMESTRE Estudos transversais • Sinonímia: estudos seccionais; corte-transversal; estudo de prevalência • É um estudo observacional descritivo → gera hipóteses • É um tipo de estudo primário, composto por pesquisas originais em que os dados colhidos ou as variáveis observadas e analisadas no estudo por um pesquisador estão relacionados a aplicação de intervenções [estudos experimentais] ou observações [estudos observacionais] • São definidos como investigações que produzem resultados ‘’instantâneos’’ da situação de saúde de uma população ou comunidade, com base na avaliação individual do estado de saúde de cada um dos membros do grupo, podendo assim produzir indicadores globais de saúde para o grupo investigado o Fonte de base: indivíduo o A causa/efeito ou exposição ao fator e doença são investigados ao mesmo tempo o Na análise de dados é que se saberá quem são os expostos/não-expostos e os doentes/sadios VANTAGENS • Possibilita a detecção de frequências da doença e de fatores de risco • Permite a identificação dos grupos na população que estão mais ou menos afetados o Úteis para retratar variáveis e seus padrões de distribuição • É o único estudo que permite identificar a prevalência [medir quantas pessoas estão doentes] de um fenômeno o Além de fornecer uma estatística descritiva [prevalência], fornece estatísticas analíticas para avaliar hipóteses de associações entre exposição ou características e evento [razão de prevalência/Odds ratio – razão de possibilidades] • Mede a frequência do fenômeno em determinado ponto do tempo • Por descrever o que ocorre com um determinado grupo e em um determinado momento, são importantes guias na tomada de decisões no setor de planejamento de saúde o Para o profissional que lida diretamente com pacientes, os estudos transversais oferecem informações da maior utilidade ao chamar atenção para características ligadas com a frequência de uma determinada doença na comunidade ou em determinado serviço assistencial • É um estudo rápido, mais barato e de menor perda dos participantes envolvidos LIMITAÇÕES • Não mede a incidência • Não é adequado para estabelecer relações causais • Não é adequado para casos de doenças raras e de baixa prevalência • Ocorre em um tempo delimitado • Não é pertinente para situações e doenças que variam de acordo com o tempo e que sejam de curta duração, já que a exposição e a doença são avaliadas ao mesmo tempo, ou seja, transversalmente Po pu la çã o (a m os tr a) Formação dos grupos por observação simultânea de exposição e doença Expostos e doentes (a) Expostos e não doentes (b) Não expostos e doentes (c) Não expostos e não doentes (d) BRENDA RODRIGUES EPIDEMIOLOGIA 3° SEMESTRE o Algo que pode ficar sem resposta é sobre o que apareceu primeiro (?), o fator de exposição ou a doença o Não há conhecimento da ação dos fatores no passado; impossibilidade de estabelecer uma prova causal ANÁLISE DE DADOS Doentes Não-doentes Expostos a b A + B Não- expostos c d C + D CÁLCULO • Para se calcular a prevalência (P) total: 𝑷 (𝒑𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂) = 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 • Para se calcular a prevalência (P) da doença (D) entre expostos (exp), utiliza-se a fórmula a seguir: 𝑷𝑬 (𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂𝒔) = 𝑎 𝑎 + 𝑏 • Para calcular a prevalência da doença entre não expostos (ñexp), emprega-se a seguinte fórmula: 𝑷𝑵𝑬 (𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂𝒔) = 𝑐 𝑐 + 𝑑 • Obtém-se a razão de prevalência da doença: 𝑹𝑷 (𝒓𝒂𝒛ã𝒐 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂) = 𝑃𝐸 𝑃𝑁𝐸 × 100 • Obtém-se a prevalência da exposição entre doentes: 𝑷𝒆𝒙𝒑𝑫 = 𝑎 𝑎 + 𝑐 • Obtém-se a prevalência da exposição entre não doentes: 𝑷𝒆𝒙𝒑ñ𝑫 = 𝑏 𝑏 + 𝑑 Análise dos dados 0 < RP < 1 A exposição é protetora A exposição não está associada a ocorrência da doença Ex: RP=0,4 a 40% de ocorrência da doença, ou seja, a doença foi reduzida em 60% entre os indivíduos expostos RP = 1 A associação entre a exposição e a doença é improvável de existir RP > 1 A exposição é prejudicial A exposição está associada ao aumento na ocorrência da doença Ex: RP=1,4 a 40% a mais, ou seja, a ocorrência da doença foi aumentada em 40% entre os indivíduos expostos; EXEMPLOS MIGRAÇÃO E DOENÇA MENTAL I. Em amostra aleatória de mil adultos de meia idade de uma determinada cidade, foram encontrados 300 indivíduos migrantes. O que os resultados mostram? Migração Doença mental Total Sim Não Migrante 18 282 300 Não migrante 21 679 700 Total 39 961 1000 𝑷𝑬 (𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂𝒔) = 18 300 = 0,06 𝑷𝑵𝑬 (𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂𝒔) = 21 700 = 0,03 𝑹𝑷 (𝒓𝒂𝒛ã𝒐 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂) = 0,06 0,03 = 𝟐 O PACIENTE ADOECEU PORQUE MIGROU OU MIGROU PORQUE ADOECEU? • Resolução: No momento da coleta de dados, há prevalência de 2x mais ‘’doença mental’’ nos migrantes do que em não-migrantes. o A migração PARECE ser um fator de risco para a doença mental, mas a relação de causalidade A •Doentes e expostos ao fator de risco B •Não doentes expostos ao fator de risco C •Doentes não expostos ao fator de risco D •Não doentes expostos ao fator de risco BRENDA RODRIGUES EPIDEMIOLOGIA 3° SEMESTRE só poderá ser confirmada ou não em estudos ANALÍTICOS HIPERTENSÃO ARTERIAL E DOENÇA RENAL II. Um estudo transversal foi realizado para investigar a associação entre hipertensão arterial e doença renal. Foi entrevistado um total de 320 pacientes. Dos 152 indivíduos que relataram ser hipertensos, 90 apresentavam doença renal, por outro lado, dos 170 que não eram hipertensos, 30 declararam sofrer de doença renal. É possível afirmar que existe associação entre a hipertensão e a doença renal? Doença renal Sem doença renal Total Com hipertensão 90 60 150 Sem hipertensão 30 140 170 𝑷𝑬 (𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂𝒔) = 90 150 = 0,6 𝑷𝑵𝑬 (𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒏ã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂𝒔) = 30 170 = 0,17 𝑹𝑷 (𝒓𝒂𝒛ã𝒐 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂) = 0,6 0,17 = 𝟑, 𝟓𝟐 • Resolução: O resultado obtido sugere uma associação entre a hipertensão e a doença renal (RP > 1) Observação •Não é possível assegurar a relação temporal entre as duas informações, já que para que uma exposição cause a ocorrência de um desfecho, está tem que preceder o desfecho, ou seja, tem de acontecer antes – no estudo transversal não é possível saber a ordem dos fatores
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