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RESUMO OAB DIREITO PROCESSUAL PENAL

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Direito Processual Penal - OAB/RJ | Yasmim Martins de Magalhães | 2021.1
Atualizado em 14.07.2021
DIREITO PROCESSUAL PENAL – OAB/RJ	
	CONTEÚDO
	QUESTÕES
	INQUÉRITO POLICIAL
	-
	AÇÃO PENAL
1. Denúncia;
2. Queixa-crime;
3. Representação.
	-
	JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
	-
	PRISÕES CAUTELARES
1. Prisão em flagrante (hipóteses, espécies etc.);
2. Prisão preventiva;
3. Prisão temporária (Lei 7.960/89).
	-
	RECURSOS
	-
INQUÉRITO POLICIAL
I. INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
Quem promove?
Em regra, é a polícia investigativa.
Polícia: 
•	Investigativa
•	Judiciária
•	Ostensiva
•	Protetiva
•	Penal (penitenciária)
A CF no art. 144 difere polícia investigativa de polícia judiciária. 
- Investigativa – destinada a apurar crimes e sua autoria: polícia civil, federal e militar nos crimes militares. 
- Judiciária – função da polícia de auxiliar o juiz, art. 13, CPP.
A violação da atribuição da polícia não anula a investigação.
A polícia no Brasil está sujeita ao controle externo do Ministério Público. Em alguns Estados já existe regulamentação. O STF concorda com a regulamentação estadual (Procurador Geral) até a vinda da lei federal.
Quem mais investiga no Brasil? Sempre que houver lei permitindo pode investigar sem problema. 
•	COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras);
•	BACEN (Banco Central);
•	CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito);
•	JORNALISMO;
•	MP;
•	Etc.
CPI – LIMITES: 
•	Não pode busca domiciliar;
•	Mandado de prisão – não pode; 
•	Não pode decretar interceptação telefônica
•	Não pode indiciar
II. INVESTIGAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Pode. Indiscutivelmente os membros do MP investigam-se a si mesmos. 
E em geral?
· STJ – pode amplamente.
· STF – jurisprudência – não pode.
Tendência atual – INF. 359, Inq. 1968 – Pode. Tese dos Poderes Implícitos. Se o MP tudo, pode também presidir a investigação. A privatividade foi dada para a atividade de polícia judiciária e não de polícia investigativa.
Se a investigação do MP se deu em inquérito civil, este pode subsidiar ação penal tranquilamente, conforme entendimento pacífico do STF.
PROMOTOR PODE DECRETAR QUEBRA DE SIGILO?
Não, nenhum tipo de quebra de sigilo. Só quem tem esse poder é o juiz. 
Acórdão: STF – o MP pode quebrar sigilo bancário quando se tratar de dinheiro público. Vide LC 105/2001. O acórdão é de 1995. Só quem pode quebrar é o juiz e algumas autoridades do país.
O MP QUE INVESTIGA PODE DENUNCIAR? 
Sim. Súm. 234, STJ
JUIZ DE DIREITO PODE INVESTIGAR CRIME NO BRASIL?
Duas hipóteses: 1) membros do judiciário; 2) quando se tratar de autoridade com foro especial, com prerrogativa de função.
OBS.: o juiz não investiga mais crime falimentar.
Art. 3º, da Lei do Crime Organizado – morreu metade com a Lei Complementar 105/01. O resto foi julgado inconstitucional.
INVESTIGAÇÃO PARTICULAR
Não há proibição, mas o particular não tem poderes de autoridade. Terminada a investigação o resultado é entregue ao MP ou à Polícia. 
JUIZADO DE INSTRUÇÃO
Não existe no Brasil. Significa que o juiz sistematicamente preside a instrução. 
PROCESSO JUDICIALIFORME
Morreu em 88 com a Constituição. Só quem inicia a investigação é o MP.
COMO A POLÍCIA INVESTIGA?
· Por inquérito policial ou termo circunstanciado. 
· TC – crime de menor potencial ofensivo.
· IP – todo o resto.
· Tudo mais são peças de informação, ex.: peças do fisco.
 
II. INQUÉRITO POLICIAL
Conjunto de diligências que visam apurar a autoria e a materialidade de um crime. 
Destinação – serve de base para futura ação penal. 
O IP é a base da justa causa da ação penal. 
É presidido pela autoridade policial, via de regra. 
EXCEÇÕES: 
· Se instaurado contra promotor, preside o Procurador Geral de Justiça ou procurador designado;
· Se instaurado contra juiz de direito, preside um desembargador;
· Se instaurado contra autoridade policial, preside autoridade policial superior.
 
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Presidida. via de regra, pela autoridade policial. 
EXCEÇÕES: 
· Juiz – art. 307, CPP + STJ
· Promotor preso em flagrante – o delegado lavra o auto e encaminha ao Procurador Geral; 
· Juiz preso em flagrante – o delegado lavra o auto e encaminha ao Presidente do TJ;
· Deputado ou Senador, quando preso em flagrante – o delegado lavra o auto e encaminha à Casa Legislativa.
CARACTERÍSTICAS DO IP
É um procedimento administrativo informativo. Não é ato jurisdicional. Vícios do inquérito não afetam futura ação penal. HC 394322 SP – o inquérito é inquisitivo, mas tem legalidade a ser seguida, ou seja, há vícios que anulam. Vícios que comprometam a essência do ato.
DISPENSABILIDADE
É uma característica voltada ao Ministério Público, que pode dispensar total ou parcialmente o IP, desde que possua justa causa.
OUTRAS FORMAS DE OBTENÇÃO DE JUSTA CAUSA:
· IPM – inquérito policial militar. 
Escrito
É um procedimento escrito (art. 9º, CPP)
- Sigiloso: Art. 20, CPP. Exceções para o juiz, o promotor e o advogado, para os quais não se aplico sigilo, principalmente por conta do Princípio da Igualdade de Armas. Algumas peças são sigilosas ao advogado, exemplo: interceptação telefônica. 
Se houver quebra de sigilo o advogado pode ver? Só se tiver procuração e só pode ver do seu cliente. STF – o advogado pode ver IP – HC 82534. STJ – advogado não vê IP.
- Inquisitivo: Não tem contraditório, nem ampla defesa. Contudo, o indiciado pode requerer provas ou diligenciais. Não cabe exceção de suspeição contra delegado.
- Legalidade: tudo tem que ser legal. Legalidade + inquisitivo = P. Inquisitividade Regrada.
- Oficialidade: Quem de regra investiga é uma autoridade oficialmente constituída. 
- Oficiosidade: Obrigatoriedade de agir nos casos de ação penal pública incondicionada.
- Indisponibilidade – art. 17, CPP: Uma vez instaurado o ip, autoridade policial não pode arquivar, ou de qualquer forma dispor das investigações, pois qualquer providência relacionada a isso exige pedido do MP e decisão judicial sobre o arquivamento. Somente o MP pode requerer o arquivamento que será julgado pelo Juiz. 
- Discricionário (oportunidade e conveniência): A autoridade policial tem liberdade de atuação. Pode deixar de instaurar se entender não ser o caso. (art. 5, §2º, CPP e art. 14, CPP).
III. INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
A) De Ofício
(Ação penal pública incondicionada – art. 5º). O delegado atua de ofício e baixa uma portaria, ou lavra o auto de prisão em flagrante. 
B) Por Requisição
Por requisição do Juiz ou do MP. O delegado não pode deixar de instaurar. Requisição = imposição; requerimento = pedido. Requisição é diferente de ordem (ordem pressupõe hierarquia).
C) Por Requerimento do Ofendido ou RL
O requerimento tem que ter conteúdo mínimo, conforme o art. 5, §1º, CPP, sob pena de indeferimento. 
Ação penal pública condicionada à representação – só há instauração de inquérito, quando a vítima requerer ou seu representante legal. É a chamada delatio criminis postulatória ou notitia criminis postulatória. 
Requerimento da vítima = notitia criminis ou delatio criminis. 
Ação penal privada – só se abre por requerimento da vítima ou de seu representante legal. 
Do indeferimento cabe recurso para o chefe de polícia. Quem é o chefe de polícia? Para uns é o Secretário de Segurança Pública, para outros é o Delegado Geral de Polícia.
D) Por Cognição Coercitiva
A prisão em flagrante é a forma de cognição coercitiva da autoridade policial, sobre o fato criminoso. A peça inaugural é o Auto de Prisão em Flagrante e não a portaria. Se o crime for de ação condicionada, ou de ação privada, não se pode atuar sem que a vítima se manifeste.
OBS.: A captura é possível mesmo em crime de ação penal privada (prisão – captura em flagrante). O que não pode ser lavrado é o auto de prisão em flagrante (art. 5º, §4º, e §5º CPP).
CASOS DE INSIGNIFICÂNCIA OU ESCUSA ABSOLUTÓRIA
 Pela legalidade lavra-se o flagrante e faz-se o IP, mas nenhuma medida coercitiva deve ser tomada. 
PRINCIPAIS DILIGÊNCIAIS INVESTIGATIVAS
O inquérito policial é um procedimento investigativoque tem por objetivo descobrir a autoria de um crime e verificar existência do crime. Para tanto, de modo discricionário a autoridade policial conduz a investigação.
Art. 6º: 
I.	Resguardar os vestígios do crime, para a formação do corpo de delito. 
II.	Apreender objetos, art. 91. II, a, CP
III.	Colher provas quaisquer, o rol é meramente exemplificativo.
IV.	Ouvir o ofendido (art. 201, p.ú.,CPP), que poderá ser conduzido coercitivamente. Para Zaffaroni não se deve falar em condução coercitiva do ofendido, pois o Estado estaria se sentindo mais vítima do que a própria vítima.
V.	Ouvir o suspeito – o interrogatório deve ser o mais próximo possível do realizado em juízo, mas não cabe contraditório, porque o procedimento é inquisitivo. O STF já decidiu a matéria e não cabe contraditório.
VI.	Reconhecimento de pessoas e coisas (art. 226, CPP) e acareações (art. 229, CPP)
VII.	Perícias (art. 158, CPP)
VIII.	 Identificação Criminal – art. 5º, LVIII, CF.
a.	Regra: identificação civil
b.	Exceção: identificação datiloscópica
i.	Não é possível a identificação civil
ii.	L. 9034/95 – Organização Criminosa
iii.	L. 10054/00 – art. 3º (constitucionalidade duvidosa)
IX.	Retrato psíquico do indiciado. Importante para subsidiar o juiz na fixação da pena base, art. 59, CP.
X.	Reconstituição do Crime - o indiciado não é obrigado a participar da reconstituição. Ele pode ser obrigado a estar presente (doutrina), para vários julgados isso é constrangimento ilegal sanável pela via de habeas corpus.
CONDUÇÃO COERCITIVA
Do indiciado pode, da vítima e das testemunhas também.
É um poder relacionado com a busca da verdade real.
É possível condução coercitiva para fazer reconhecimento? Sim, porque não se está exigindo qualquer comportamento ativo do acusado.
RECONSTITUIÇÃO DE CRIME
Sim, a polícia pode fazer desde que não ofenda a moral e aos bons costumes. 
O indiciado não é obrigado a participar da reconstituição do crime, porque não se pode exigir dele a autoincriminação. Quem não é obrigado ao fim, tampouco o é ao meio. o indiciado não é obrigado a ir à reconstituição.
DO INDICIAMENTO
É atribuir a autoria do crime a uma pessoa. Só pode ocorrer após a existência de provas. 
O MP pode determinar o indiciamento? Não, não tem poderes específicos para isso. O juiz pode. CPI não pode determinar o indiciamento de ninguém.
CONSEQUENCIAS:
1)	Interrogatório: o indiciado tem direito ao silêncio;
2)	Identificação Criminal:
a.	Dactiloscópica: impressão digital;
b.	Fotográfica: 
É obrigatória?
Sim. 568, STF. O civilmente identificado não se submete à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei (10.054/00), que divide três grupos:
a)	Não civilmente identificados;
b)	Caso de dúvida;
c)	Pessoas civilmente identificados, em regra, não se submetem a identificação criminal. 
O uso de cópia obriga a apresentação do original em 48h.
Os civilmente identificado será submetido à identificação criminal em qualquer dos crimes:
a)	Homicídio doloso;
b)	Crimes patrimoniais violentos;
c)	Receptação qualificada;
d)	Crimes contra a liberdade sexual;
e)	Falsidade de documento público.
Obs.: Esta lei, segundo o STF, revogou o art. 3º, da Lei de Crime Organizado.
VALOR PROBATÓRIO
Atos investigatórios só servem como base para a ação penal. Não servem para condenar. 
O valor é diminuído, por não haver contraditório. Em regra, o inquérito produz peças de informação que fundamentam a justa causa para o oferecimento da denúncia. Para tais informações se tornarem provas, deverão ser repetidas em juízo, sob o crivo do contraditório.
Atos probatórios ou instrutórios são atos que valem em juízo, p. ex. as perícias. Neste caso o contraditório é diferido, postergado, será realizado em juízo.
Logo, não é possível condenar com base exclusivamente em inquérito policial. 
PRAZO DE ENCERRAMENTO DO IP
· Preso – 10 dias
· Solto – 30 dias prorrogáveis.
Obs.: Exceções
Preso – não se computa o tempo de prisão temporária. Ex.: Lei 11343/06 – 30 +30 dias
Solto – Lei 11343/06 – 90 + 90 dias
RECURSOS CONTRA O ARQUIVAMENTO DO IP
Em regra, não cabe recurso. Não cabe ação penal privada subsidiária da pública. 
Contudo, se o arquivamento for por falta de provas pode a vítima buscar novas provas e provocar o desarquivamento do IP.
Há duas exceções: 
1)	Crimes contra a economia popular, nos quais há recurso de ofício.
2)	Jogo do bicho e apostas sobre corrida de cavalo. Cabe RESE a ser interposto por quem pediu a providência policial.
PEDIDO DE ARQUIVAMENTO FORMULADO PELO MP NOS TRIBUNAIS
Casos de foro privilegiado por prerrogativa de função. O pedido de arquivamento vincula o Tribunal? Sim. Não se aplica o 28, CPP, pq é o próprio Procurador Geral que está pedindo.
PODE ARQUIVAMENTO DE TERMO CIRCUNSTANCIADO?
Art. 76, Lei 9099/95 – sim.
AÇÃO PENAL PRIVADA E ARQUIVAMENTO
Em regra, não é possível, pois seu pedido importa em renúncia ao direito de queixa. 
A única hipótese de arquivamento é se apurados os fatos nada se concluir. Aí sim, a vítima pode requerer o arquivamento. 
AVOCAÇÃO DO I.P.
Não existe mais avocatória, quem manda é a autoridade policial presidente. 
O Procurador Geral pode, no máximo, designar promotor para acompanhar o caso. O promotor que acompanha pode denunciar sem problema, Sum. 234, STJ.
HABEAS CORPUS
Contra o IP? Sim, para trancá-lo.
AÇÃO PENAL
DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME
Classificação:
A denúncia ou a queixa são peças acusatórias que dão início a ação penal. Tais institutos consistem na exposição por escrito dos fatos que, a princípio, compõem o ilícito penal.
Devem trazer em seu teor o interesse de que a lei penal seja aplicada ao presumido autor, bem como a fundamentação de provas que respaldem a pretensão de punir.
A denúncia é a peça inaugural da ação penal pública (condicionada ou incondicional) (Art. 24 CPP); e a queixa é a peça inaugural da ação penal privada.
Seus requisitos estão contidos no artigo 41 do Código de Processo Penal, são eles:
· Descrição do fato em todas suas circunstâncias
· Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação
· Classificação jurídica do fato
· Rol de testemunhas (se houver)
· Pedido de condenação
· Endereçamento da petição
· Nome, cargo e a posição funcional do denunciante
· Assinatura
O que é a denúncia e queixa crime?
Sempre que acontece um crime é preciso noticiar o fato às autoridades competentes, nisso estão envolvidos tanto a polícia, quanto o Ministério Público, a depender do tipo de infração.
Após organizar todas as informações, como o tipo de crime cometido, provas, documentos e testemunhas, chega o momento de dar início ao processo. Daí surge a petição, que pode ser tanto a denúncia quanto a queixa crime, vejamos o conceito de cada uma.
O que é denúncia e qual a sua relação com a ação penal pública?
A denúncia é a petição inicial de iniciativa do Ministério Público (por estar envolvido interesse público), que dá início à ação penal pública.
Esta será sempre acompanhada do inquérito policial, com todas as informações necessárias para o prosseguimento da respectiva ação penal.
Após a apresentação da petição, dar-se-á início ao processo, para que a autoridade judicial possa julgar de acordo com a infração cometida.
Se Fulano saca uma arma e mata Cicrano, caberá à polícia a investigação, e ao Ministério Público o início da respectiva denúncia, narrando os fatos e inserindo as informações necessárias, para, no caso, pedir a condenação do acusado.
O que é queixa crime e qual a sua relação com a ação penal privada?
Queixa crime é uma petição inicial de iniciativa do ofendido (interesse privado), que é encaminhada ao juízo criminal com o fato típico e argumentos em que se pede a condenação do(s) acusado(s). Após a sua impetração, dar-se-á início à ação penal privada.
A título de exemplo, imagine a seguinte situação: João vai até Maurício (seu desafeto) e afirma, sem provas, que aquele é um ladrão, espantando todos que ali estavam presenciando a cena.
Ofendido com o ocorrido, Maurício vai até a delegacia, noticiao fato à autoridade policial e, em seguida, procura um advogado para que o mesmo peticione a queixa-crime, pedindo a condenação de João pelo fato criminoso que o mesmo lhe imputou.
REPRESENTAÇÃO
 A representação é a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal a fim de permitir o desencadeamento da ação penal.
 Ela está prevista para a Ação Penal Pública Condicionada
 Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§2o A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.
§3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
§4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias.
STF e STJ - Não há forma rígida para a representação, bastando a manifestação de vontade da ofendida para que seja apurada a responsabilidade do paciente
TITULARES DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
- Ofendido e Maior Capaz: Sendo o indivíduo maior de 18 anos e capaz mentalmente, somente ele poderá decidir pelo exercício ou não do direito de representação.
Devido às alterações introduzidas no Código Civil que equiparou a maioridade civil à maioridade penal (18 anos), o art. 34 do CPP tornou-se obsoleto.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
- Representante Legal: Sendo o indivíduo menor de 18 anos ou mentalmente enfermo, o direito de representação será exercido pelo representante legal (pais, tutor, etc.).
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.
- Pessoas Jurídicas:
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
- Mortos ou Ausentes
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (CADI)
 Segundo entendimento jurisprudencial, esta lista é TAXATIVA, logo, não pode ser ampliada.
 A única exceção a esta regra seria a figura da companheira ou companheiro que, atualmente, por força constitucional, se equipara ao cônjuge.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
PRAZO PARA A REPRESENTAÇÃO
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29 (ação subsidiária da pública), do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31 (morte do ofendido).
 Via de regra, o prazo decadencial é de 6 (seis) meses, contados da seguinte forma:
a) da data em que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime (ciência inequívoca da autoria), no caso de ação penal privada e ação penal pública condicionada à representação
b) do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia, nos demais casos. 
Se o ofendido for menor, o prazo começa a contar a partir da maioridade, pois não se pode falar em decadência de um direito que não se pode exercer.
O prazo para a representação não se interrompe, não se suspende e não se prorroga. Assim, caso o prazo termine em um feriado, no sábado ou no domingo, não há prorrogação para o dia seguinte.
O prazo começa a partir do conhecimento do crime e NÃO a partir do crime em si.
A representação dá-se em relação à conduta praticada, não vinculando o Ministério Público, que pode solicitar o arquivamento como também oferecer denúncia atribuindo ao fato definição jurídica diversa.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
 Se a ação já tiver sido ajuizada, não há mais a possibilidade de retratação. Diferentemente, caso o MP ainda não tenha se pronunciado, o indivíduo poderá se retratar.
 É possível a Retratação da retração, ou seja, um indivíduo que represente, depois retrata a representação antes do início da ação e, dias depois, se arrepende, solicitando novamente a mesma representação.
REQUISIÇÃO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Também é considerada Ação Penal Pública Condicionada.
Há certos crimes em que a conveniência da persecução penal está subordinada à conveniência política. Exatamente para estes delitos, a lei exige a requisição do Ministro da Justiça para que seja possível a ação penal.
Hipóteses:
1. Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, § 3º, b, CP);
2. Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro (art. 141, I, c/c art. 145, parágrafo único, CP);
Prazo da Requisição: O CPP não trata do assunto e, assim, entende-se que não existe um prazo determinado, podendo ser realizada a qualquer momento, desde que não extinta a punibilidade.
Destinatário: Ministério Público.
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
JURISDIÇÃO
A jurisdição pode ser entendida como uma função/poder/atividade do Estado que tem como finalidade resolver os conflitos que acontecem na sociedade, substituindo os interessados na decisão, para que possa enfim promover a pacificação da lide.
A palavra jurisdição tem origem latina em jurisdictio, ou seja, juris (direito) e dictio (dizer), ou seja: função de dizer o direito.
É forma de resolução de conflitos por meio de um terceiro estranho a lide, formando a chamada heterocomposição. Contrapõe-se aos conceitos de autotutela e a autocomposição, em que as partes resolviam os conflitos, seja através da força física na autotutela, seja no consenso ou cessão de direitos na autocomposição.
Com a evolução do pensamento humano, atribuiu-se ao Estado a função de dirimir os conflitos que se manifestem no seio social agindo de maneira racional e imparcial, aplicando um conjunto de normas jurídicas pré-existente decidindo de forma a se chegar à justiça.
A Jurisdição atualmente é atribuição primordial do Poder Judiciário, sendo regra que os conflitos e lides existentes sejam submetidos sob seu julgo, contudo excepciona-se tal regra quando a Constituição Federal (art. 52, I) estabelece que v. G. o Senado Federal possa processar e julgar o Presidenteda República quando se tratar de crimes de responsabilidade.
Segundo Nucci (2014, p. 224) tendo o Estado o monopólio da distribuição de justiça na esfera penal, evita-se, os efeitos da autotutela, que pode tender a excessos de toda ordem, gerando insegurança e revolta no seio social. Assim o Poder Judiciário ao exercer a jurisdição substitui as partes na resolução de conflitos.
Jurisdição é assim, atividade do juiz que aplica o direito em processo regular mediante a provocação de alguém que exerce o direito de ação.
Princípios que regem a jurisdição
A jurisdição, como instituto jurídico, possui vários princípios que visam delimitar sua amplitude, ou até mesmo sua aplicabilidade, disciplinando-a com completude.
São eles: 
a) Principio do juiz natural: este princípio consiste que ninguém poderá ser processado e julgado, senão por meio de quem tenha competência jurisdicional em regras previamente determinada, e que não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5.º, LIII, XXXVII da CF); 
b) Princípio da investidura: para que a jurisdição possa ser imposta, faz necessário que alguém tenha sido previamente investido no cargo de magistrado e que ainda esteja no exercício de suas atribuições (art. 94, CF); 
c) Princípio da inércia: o magistrado depende da iniciativa das partes, não podendo iniciar, ex officio, uma ação judicial. Este princípio tem relação com a necessidade de justa composição da lide e de absoluta imparcialidade do juiz; 
d) Princípio da indeclinabilidade: nenhum magistrado pode subtrair-se ao exercício da jurisdição (art. 5.º, XXXV); 
e) Princípio da improrrogabilidade: salvo em situações excepcionais expressamente previstas, um juiz não pode invadir a competência de outro; 
f) Princípio da indelegabilidade: este princípio é consequência do juiz natural, impedindo que venha um juiz a delegar sua jurisdição a órgão distinto; 
g) Princípio da irrecusabilidade: não podem as partes recusar a atuação de determinado juiz, salvo nos casos de impedimento ou suspeição; 
h) Princípio da unidade: a jurisdição é uma só, ou seja, exercida com a finalidade de aplicação do direito objetivo ao caso concreto; 
i) Princípio da correlação: o juiz, ao proferir sentença, deverá observar a exata correspondência entre sua decisão e o pedido incorporado à denúncia e à queixa. Nula será a sentença citra, extra ou ultra petita, vale dizer, a que julgar aquém, for além ou decidir fora dos limites atribuídos à prestação jurisdicional pelo acusador (art. 384, CPP).
Características da jurisdição:
São três as características fundamentais que devem estar presentes na jurisdição para que possa cumprir sua finalidade de aplicação do direito objetivo ao caso concreto e, desse modo, obter a justa composição da lide. São elas a existência de órgão adequado, o contraditório e o procedimento.
A característica do órgão adequado diz que a jurisdição deve ser exercida pelo juiz, autoridade estatal, mas que é distinta dos órgãos que exercem as funções estatais de legislar e administrar, de modo absolutamente imparcial em face dos interesses das partes.
O contraditório permite às partes a defesa de seus interesses em igualdade de condições, facultando-se a cada um dos litigantes se insurgir aos argumentos do outro.
E o procedimento se refere a observância do modelo ou rito previsto em lei para a prática de atos processuais.
Classificação da Jurisdição
A classificação da Jurisdição sempre é alvo de críticas e divergências na doutrina pátria, assim adota-se aqui a classificação presente na obra de Noberto Avena (2014, p 686).
Para o autor se classifica a jurisdição em seis formas.
A primeira se refere quanto à graduação, que a jurisdição pode ser inferior, compreendendo os órgãos de primeira instância; e superior, são as demais instâncias, as quais compete primordialmente o julgamento de recursos interpostos.
No que se refere à matéria classifica-se quanto a natureza da causa a ser julgada, podendo ser pena, civil, eleitoral, trabalho etc.
A classificação quanto à organização jurisdicional trata-se de divisão que decorre da matéria. Neste caso, a jurisdição poderá ser estadual, quando exercida pelos juízes estaduais (Justiça Comum); ou federal, se realizada por juízes federais (Justiça Federal). A estes últimos compete, em primeira análise, julgar as causas de interesse da União.
Quanto ao objeto a jurisdição poderá ser contenciosa, se houver litígio; ou voluntária/graciosa, caso tenha caráter apenas homologatório de vontade do interessado ou de acordo das partes. Discute-se a existência desta última possibilidade no direito penal, predominando o entendimento negativo.
Quanto à função divide-se a jurisdição em ordinária ou comum, integrada pelos órgãos da Justiça Comum; e especial ou extraordinária, na hipótese de, por exceção, estar investido no poder de julgar um outro órgão, como, por exemplo, o Senado, quando se trata do julgamento dos crimes de responsabilidade contra o presidente da república.
COMPETÊNCIA
Considerações sobre competência
Para autores mais clássicos a competência é a medida da jurisdição, que é distribuída entre os vários magistrados, que compõem o todo que é o Poder Judiciário brasileiro.
Aqui já se sabe que a função de dizer o direito aplicável ao caso concreto é do Estado, a competência destina-se a fornecer os elementos necessários à descoberta de qual órgão integrante do Poder Judiciário é que estará apto (de acordo com as regras existentes) à resolução da lide.
Fernando Capez (2014) aduz que a competência é a delimitação do poder jurisdicional. Assim aponta quais casos serão julgados pelo respectivo órgão. Tornando-se assim verdadeira medida de extensão do poder de julgar.
Competência absoluta e competência relativa
Costuma-se chamar de absoluta a hipótese de fixação de competência que não admite prorrogação, isto é, o processo não pode “fugir” do juiz que fora originariamente designado pela Constituição ou leis anteriores. Se enquadra no conceito de competência absoluta a que for em razão da matéria e em razão da prerrogativa de função.
A competência relativa se dá quando admite prorrogação. Caso a incompetência do foro não seja alegada no tempo adequado, considera-se competente o juízo que conduz o feito, sem ser possível alegação posterior de nulidade. Nesse sentido se insere a competência territorial.
Delegação de competência:
A delegação de competência é a possibilidade de transferência da função jurisdicional de um magistrado para outro, ocorrendo quando houver impossibilidade de atos serem realizados ou praticados no foro originariamente competente.
Essa delegação ainda pode classificada em externa e interna. Sendo a externa quando os atos são realizados em juízos diversos, como na expedição de cartas precatórias e a Interna ocorre quando a delegação é realizada num mesmo juízo, como no caso de juízes substitutos.
A Competência regulada pela constituição Federal:
A competência é regulamentada pela Constituição Federal, Constituições Estaduais, pelas Leis Complementares, Leis Ordinárias Federais (Código de Processo Penal) e Leis Ordinárias estaduais.
A Constituição dividiu o poder de julgar entre os diversos órgãos que compõem o Poder Judiciário considerando a natureza da lide, estabelecendo de um lado, as justiças especiais, quais sejam: Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar (competente para o julgamento dos crimes definidos pelo Código Penal Militar); de outro, a justiça comum que é composta pelos Tribunais e Juízes dos Estados, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; e os juizados especiais federais ou estaduais.
A Constituição Federal, no seu artigo 109, fixou competência à Justiça Federal para processar e julgar determinadas matérias, sendo a competência da Justiça Comum estadual, em regra, fixada por exclusão; isto é, o que não for de competência das justiças especiais e da Justiça Federal será de competência da Justiça Comum estadual.
O art. 69 do Código de Processo Penal estabelece sete critérios para a fixação da competência: I. Lugar da infração;II. Domicílio ou residência do réu; III. Natureza da infração; IV. Distribuição; V. Conexão ou continência; VI. Prevenção; VII. Prerrogativa de função.
Passa-se a seguir a esmiuçar algumas das hipóteses previstas na Lei Adjetiva Penal.
Critérios de determinação de competência
O primeiro critério que deve ser analisado na determinação da competência se refere ao lugar, posto que no que diz respeito ao processo penal, deverá ser o lugar onde ocorreu a infração penal, já que será considerada a facilidade de coleta do material que for objeto do crime, para a possível produção de provas que serão utilizadas no processo.
Assim, e de acordo com Nucci (2014, p. 227) o lugar da infração é, como regra, o foro competente para ser julgada a causa, pois é o local onde a infração penal ocorreu, atingido o resultado, perturbando a tranquilidade social e abalando a paz e o sossego da comunidade, como previsto no art. 70 do Código de Processo Penal.
Como o Código Penal adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar no crime, definindo como lugar o local da ação como o do resultado, conforme Eugênio Pacceli (2013, p. 287) também entende, deve-se aceitar como foro competente ambos os lugares, isto é, o da ação, como o do resultado, e claro quando a infração penal comportar essa divisão entre ação e resultado. Havendo conflito, dirime-se pela prevenção, ou seja, torna-se competente o primeiro juiz que conhecer do feito.
Subsidiariamente, quando não se tem certeza do lugar onde a infração se consumou, utiliza-se a regra do domicílio ou residência do acusado. Desse modo, é o chamado foro supletivo ou foro subsidiário.
Dá-se esse tipo de competência quando não se sabe o local da infração, e nos crimes de ação penal privada, pode o ofendido usar da faculdade de demandar o agente no domicílio deste, o que causa, dependendo das hipóteses, melhor comodidade em sua defesa.
A prevenção da competência pode ser identificada quando houver dois ou mais magistrados que forem proporcionalmente competentes, para julgar a lide.
Será considerado o juiz prevento, aquele que tomar conhecimento da realizada infração penal com antecedência de qualquer outro juiz que goze de igual competência, sendo ainda imprescindível que determine alguma medida ou realize algum ato.
A competência ratione materiae, por sua vez, é estabelecida em razão da natureza do delito cometido. Assim como a distribuição, este não é um critério de fixação de foro, tendo ele o escopo encontrar o juízo, mais claramente o órgão a que compete o processo e julgamento da infração.
O critério de competência em razão da matéria é regulado pelas leis de organização judiciária, excetuada a competência privativa do Tribunal do Júri que, por determinação constitucional, possui a competência de processar e julgar os crimes dolosos contra a vida. A competência do Júri, além de ser ressalvada no artigo 74 do Código de Processo Penal, está estabelecida no artigo 5º, XXXVIII, d, da Constituição Federal e jamais uma lei ordinária poderia alterá-la.
A prerrogativa de função também é fator determinante da competência penal. Como referido anteriormente, esta é uma previsão de competência originária dos Órgãos Jurisdicionais Superiores, a qual a estes órgãos compete o processo e julgamento de determinadas pessoas. Esta competência denominada ratione personae, entretanto, não é uma competência estabelecida em razão de uma certa pessoa, mas sim em função do cargo exercido por ela. O foro especial é determinado em razão da importância da função que a pessoa desempenha.
PRISÕES CAUTELARES
A prisão cautelar, segundo as lições de Lima (2020), é uma espécie de prisão que é decretada antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória para garantir que as investigações ou o próprio processo atinjam seu objetivo.
O que a lei quer evitar ao prever hipóteses de privação da liberdade mesmo antes de uma condenação definitiva é a frustração dessa investigação ou desse processo. É por tal motivo que as espécies de prisão cautelar são referidas como prisões de natureza instrumental.
Assim, Lima ressalta que a prisão cautelar é sempre excepcional e não pode ser usada para fazer que o réu ou investigado cumpra a pena do delito que a ele está sendo imputado antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Destacamos o §2º do Art. 313 do CPP, a respeito especificamente da prisão preventiva, que vai ao encontro do que postula o autor:
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
[...]
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.
Ainda nesse sentido, é preciso destacar o que o referido autor assevera quanto ao juízo que é feito ao se cogitar da determinação de uma das espécies de prisão cautelar. Lima assenta que o que deve ser analisado pelo responsável pela decretação da prisão cautelar é a periculosidade do sujeito e não sua culpabilidade.
A prisão cautelar pode ser de um dos seguintes tipos: prisão em flagrante, prisão preventiva ou prisão temporária. Vejamos a quais situações cada uma dessas espécies se aplica.
PRISÃO EM FLAGRANTE
Podemos iniciar o estudo dessa modalidade de prisão cautelar fazendo a leitura do Art. 302 do CPP:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
O sujeito que está em uma situação que se amolda ao descrito no dispositivo acima pode ser preso em flagrante sem que se faça necessária autorização judicial.
Os incisos I e II do artigo acima apresentam hipóteses de flagrante próprio. O inciso III descreve o flagrante impróprio, enquanto o inciso IV traz o flagrante presumido.
A redação do dispositivo costuma causar certa confusão na hora de diferenciar o flagrante impróprio do presumido. Consoante Lima, a expressão logo após, referente às situações de flagrante impróprio, significa que a perseguição foi iniciada logo após a ocorrência do delito e que perdurou, sem interrupções, até a captura do agente.
Lima indica que a doutrina entende que na hipótese de flagrante presumido, a expressão logo depois deve ser interpretada como se compreendesse um intervalo de tempo maior que a expressão utilizada para descrever o flagrante impróprio.
O autor, porém, discorda da interpretação, defendendo que a diferença entre os dois tipos de flagrante se dá devido a ter havido perseguição no caso do inciso III enquanto que para configurar a situação descrita no inciso IV apenas se exige que o agente seja encontrado nas condições enumeradas.
De acordo com Lima, a prisão em flagrante se presta a quatro funções.
A primeira função é a de evitar que o sujeito fuja. Também visa a facilitar a colheita de elementos de informação que serão úteis à elucidação das circunstâncias que envolvem o cometimento do delito.
Na hipótese do Art. 302, I do CPP, acima transcrito, a prisão em flagrante se coloca como óbice à consumação da infração que está sendo praticada ou, no que diz respeito às demais alíneas do dispositivo legal em questão, ao exaurimento do delito.
A prisão em flagrante pode ainda impedir que o preso seja vítima de ataques contra sua integridade física.
O agente preso em flagrante é levado à autoridade policial e em seguida procede-se à lavratura do auto de prisão em flagrante.
Lima destaca, porém, que em se tratando do cometimento de uma contravenção penal e de crimes de menor potencial ofensivo, o auto de prisão em flagrante poderá ser substituído pelo termo circunstanciado de ocorrência. Isso está previsto no Art. 69, caput e parágrafo único da Lei nº 9.099/1995, que dispõe também acerca do afastamento do efetivo recolhimento à prisão casose verifiquem algumas condições:
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
Em seguida, é necessário comunicar à autoridade judiciária de que a prisão em flagrante ocorreu. Impõe-se o prazo de 24 horas para que essa comunicação seja feita.
Por sua vez, o juiz determina a realização de audiência de custódia em até 24 horas desde que tomou conhecimento da prisão. A autoridade judiciária verifica se as exigências legais foram observadas em todas as etapas.
De acordo com o Art. 310, I do CPP, o juiz poderá concluir que a prisão foi ilegal, devendo determinar seu relaxamento.
Presentes os requisitos do Art. 312 do CPP, o juiz deve determinar a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, como está descrito no Art. 310, II do CPP.
Quando o juiz entende que não está diante de nenhuma das hipóteses mencionadas, deve conceder liberdade provisória ao agente, se pautando pelo descrito no Art. 310, III e nos parágrafos 1º e 2º do dispositivo.
PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva é um tipo de prisão cautelar ordenada pela autoridade judiciária. Nessa hipótese, o juiz determina que o réu ou investigado seja privado de sua liberdade acolhendo pedido da autoridade policial, do Ministério Público, do querelante ou do assistente de acusação, como indica o Art. 311 do CPP.
Os motivos pelos quais se autoriza que o agente seja preso preventivamente estão no Art. 312 do CPP:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
A redação do caput elenca dois pressupostos que também são referidos pela doutrina pelas expressões fumus comissi delicti e periculum libertatis.
Ao que se entende por fumus comissi delicti correspondem as exigências de estarem presentes a prova de existência do crime e o indício suficiente de autoria.
Quando a lei faz menção à presença de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado verifica-se a exigência da observância do periculum libertatis. Exige-se ainda que esse perigo seja concreto e atual. Lima assevera que esse requisito tem como base o princípio da atualidade ou contemporaneidade do periculum libertatis.
É importante destacar que a prisão preventiva deve ser preterida nos casos em que seja possível aplicar qualquer das medidas cautelares diversas da prisão enunciadas nos arts. 319 e 320 do CPP.
O Art. 282, §6º do CPP impõe ao magistrado que justifique de maneira adequada o motivo pelo qual decidiu decretar a prisão preventiva, reforçando o direcionamento que dá preferência à adoção das mencionadas medidas. Observem:
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
[...]
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.
Lima explica que se o juiz entender incabível a aplicação das referidas medidas, deverá verificar ainda se estão presentes os requisitos do Art. 313 do CPP para enfim determinar a prisão preventiva do investigado ou réu.
Considerando as hipóteses restritas e os diversos requisitos que se impõem à decretação da prisão preventiva, não é de se espantar que as circunstâncias do caso concreto podem se alterar e rapidamente deixar de justificar sua determinação.
A alteração do CPP promovida pela Lei nº 13.964/2019 foi ao encontro dessa constatação e impôs a revisão obrigatória da prisão preventiva a cada noventa dias. Fiquem atentos, portanto, à nova redação do caput do Art. 316 e ao parágrafo único que foi acrescido ao dispositivo.
PRISÃO TEMPORÁRIA
O cabimento dessa espécie de prisão cautelar, que só pode ser decretada pela autoridade judiciária, fica restrito à fase de investigações. O objetivo da prisão temporária é assegurar o êxito da colheita de elementos de informação diante da ocorrência de alguns crimes em específico.
Esses crimes estão listados no Art. 1º, III da Lei nº 7.960/1989 e na Lei nº 8.072/1990, que define os crimes hediondos. Também cabe prisão temporária para agentes que estejam sendo investigados pela prática de crimes equiparados aos hediondos, conforme disposto no Art. 2º, §4º da Lei nº 8.072/1990:
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
[...]
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
O artigo ao qual acabamos de fazer referência já adianta outro aspecto concernente à prisão temporária: seu prazo de duração determinado.
Observem, porém, que o prazo de trinta dias diz respeito somente à prisão temporária nos crimes hediondos e aos que a esses se equiparam! A Lei nº 7.960/1989 traz o prazo de cinco dias para essa espécie de prisão nos crimes aos quais se refere.
Esse prazo de cinco dias também pode ser prorrogado por igual período. Lima aduz que a prorrogação não é automática nem para os crimes listados na Lei nº 7.960/1989 nem para os crimes hediondos e equiparados. A autoridade judiciária só poderá prorrogar o prazo se o requerente trouxer novos elementos, colhidos enquanto o prazo inicial da prisão temporária estava em curso.
A decretação da prisão temporária dependerá do atendimento aos requisitos elencados no Art. 1º da já citada Lei nº 7.960/1989.
Lima identifica a divergência que há entre os doutrinadores quanto a quais desses requisitos seriam necessários para a determinação da prisão temporária.
O autor se filia à corrente que defende a necessidade da presença cumulativa dos requisitos listados nos incisos I e III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por corresponderem, respectivamente, à exigência de demonstração do periculum libertatis e do fumus comissi delicti.
Porém, Lima indica que esse não é o entendimento adotado pela maioria da doutrina. Assim, a posição que prevalece é a de que o Art. 1º, III da Lei nº 7.960/1989 é de observância obrigatória, impondo-se ainda que a ele sejam cumulados os requisitos listados no inciso I ou aqueles enumerados no inciso II do mesmo artigo.
RECURSOS
Regra: os recursos serão voluntários (interpõe se quiser), exceto o caso de reexame necessário: da sentença que conceder habeas corpus.
Tempestividade: é interpor o recurso no prazo fixado na lei. Se perder o prazo, o recurso será intempestivo. Dançou meu caro.
E se a culpa do processo não chegar no cartório for do Distribuidor, e não do advogado? Aí não será prejudicado.
Obrigatoriedade: princípio que impede o MP de desistir do recurso que haja interposto.
Quem pode interpor recurso? MP, querelante, réu, seu advogado ou defensor.
Interesse recursal:só posso recorrer se meu pedido não foi atendido total ou parcialmente.
Recorrer de alegre não rola, né. Isso chama – falta de interesse de agir.
Se o réu for analfabeto, como ele vai assinar o recurso que quiser interpor? Resp: o termo do recurso será assinado a seu rogo, com 2 testemunhas.
Fungibilidade: é uma viajada básica. Você erra o recurso e troca as peças. Vale isso?
Na prova da OAB não vale, mas na vida real é possível aceitar um recurso pelo outro.
Exemplo: é caso de RESE e você interpõe apelação. Para dar certo isso, algumas observações são importantes.
Não pode ter feito isso de má-fé; tem que respeitar o prazo do recurso correto; não pode ser um erro grosseiro, tem que existir o mínimo de dúvida na interposição.
Se o juizão aceitar, ele manda processar seu recurso da forma correta.
REPITO: na OAB não rola a fungibilidade hein? Não adianta alegar isso em recurso.
Se eu tenho uma quadrilha. Só um dos agentes recorre. Os outros podem se dar bem e pegar carona no recurso do único que recorreu? Resp: SIM, desde que os argumento não sejam pessoais. Exemplo: o agente que recorreu busca a redução da prescrição pela metade pois completou 70 anos na data da sentença.
Se os outros não têm 70 anos, o recurso dele não serve para os demais.
Chega de teoria geral dos recursos. Vamos para os Recursos em espécie.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Temos dois tipos de ED: embarguinhos (sentença) e embargos (acórdão).
Embargos de declaração de sentença (art. 382, CPP). Prazo: 2 dias.
Cabimento: quando na sentença houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
Com o acórdão do Tribunal é a mesma coisa. Muda o fundamento jurídico (art. 619). PRAZO: 2 dias.
Cabimento: quando no acórdão houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
Regra: INTERROMPE O PRAZO dos demais recursos. Recomeça do zero.
CUIDADO AMIGOS COM A LEI 9.099. LÁ É TUDO DIFERENTE.
Prazo dos ED na 9.099: 5 dias (e não 2 como no comunzão)
ED na 9.099: SUSPENDE o prazo dos outros recursos (no comum interrompe).
Na 9.099: além da obscuridade, contradição e omissão, a lei fala em DÚVIDA (não usa a palavra ambiguidade). Cuidado com isso.
CARTA TESTEMUNHÁVEL. 
Aqui seu recurso é denegado ou tem o seguimento denegado para o juízo ad quem.
Tipo: o juiz não vai conhecer seu recurso, nem o mandar para o Tribunal.
Aí você usa a Carta Testemunhável (CT). Requer para o ESCRIVÃO ou SECRETÁRIO DO TRIBUNAL. Isso mesmo.
Prazo da CT: 48 horas, indicando as peças que serão trasladadas.
Coitado do escrivão. Olha a situação que o cara fica: ou contraria o juiz que comando o cartório dele, ou é suspenso por 30 dias.
Você deve estar pensando. E se ele peitar o Tribunal e concordar com o juiz dele, não encaminhando o recurso? Você reclama direto no tribunal e ele avoca o processo.
O processamento da CT segue a do recurso denegado. A CT não terá efeito suspensivo.
PEGADINHA: se o recurso denegado for a Apelação, não cabe CT, e sim RESE (581, XV)
APELAÇÃO
Prazo para interpor: 5 dias. Prazo para razões: 8dias crime comum; 3 dias para contravenção penal.
Hipóteses de cabimento (art. 593). Só dar uma boa lida. Semnovidades.
IMPORTANTE: não existe mais PRISÃO PARA APELAR ou APELAÇÃO DESERTA SE O RÉU FUGIR. Tanto o 594 quanto o 595 estão REVOGADOS.
Como não há execução provisória de pena, apelação de sentença condenatória possui efeito suspensivo.
Nada de mandar para a prisão o réu antes da hora. Você deve lutar pelo cliente até o fim.
O que acontece se o MP perder o prazo dele para apelar? O ofendido e o CADI (art. 31) podem apelar subsidiariamente, mesmo sem se habilitarem como assistentes de acusação. #semprecai
O Prazo para interpor essa apelação supletiva é de 15 dias, contados do fim do prazo para o MP. CUIDADO! Outro ponto prático: dois ou mais apelantes ou apelados –PRAZO COMUM.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO– RESE
Hipóteses de cabimento – art. 581. Mas atenção com as hipóteses:
O inc. XI, que trata do sursis, ou é apelável (se fixado na sentença) ou atacável por agravo, se a suspensão for fixada na execução. NÃO CABE MAIS RESE.
Outros incisos atacáveis via Agravo em Execução: XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII e XXIII.
Não se converte mais pena de multa em prisão, logo, o inciso XXIV do 581 não tem mais aplicação.
PRAZO DO RESE: Interposição – 5 dias; Razões – 2 dias.
O QUE DELIMITA A MATÉRIA A SER EXAMINADA NO TRIBUNAL É A INTERPOSIÇÃO, e não as razões.
Cabe juízo de retratação no RESE. Uma vez só, em 2 dias.
Contra IMpronúncia cabe apelação, hein? Mudou.
No caso de exclusão de jurado na lista geral: prazo de 20 dias. Exceção!
Para finalizarmos essa revisão, 3 súmulas do STF sobre recursos:
Súmula 700
É DE 5 DIAS O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO CONTRA DECISÃO DO JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL.
Súmula 705
A RENÚNCIA DO RÉU AO DIREITO DE APELAÇÃO, MANIFESTADA SEM A ASSISTÊNCIA DO DEFENSOR, NÃO IMPEDE O CONHECIMENTO DA APELAÇÃO POR ESTE INTERPOSTA.
Súmula 708
É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS DA RENÚNCIA DO ÚNICO DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI PREVIAMENTE INTIMADO PARA CONSTITUIR OUTRO.
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