Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Luanna Borges – Med 104 Ectoscopia OBJETIVOS DA ECTOSCOPIA 1. Aguçar o senso de observação medico; 2. Aprender a obter pistas para diagnostico; 3. Traçar uma sequência logica para observação; 4. Traçar uma primeira impressão do estado grave do paciente; 5. Avaliar o quanto a doença está comprometendo o organismo do paciente; ETAPAS CONSCIÊNCIA • Alerta, lucido; • Letárgico; (o paciente com fala em voz alta, sonolento, em alguns casos abrem os olhos e em seguida volta a dormir). • Obinubilado; (necessário sacudir paciente, olhos abertos com resposta lenta e confusa). • Estupor, topor; (apenas resposta a estimulo doloroso) • Coma; (não a resposta). • Escala de glasglow. ESTADO MENTAL • Orientação temporal: orientação de ano, mês, dia (começar a questionar sempre do máximo – ano). • Orientação espacial: orientação do espaço no qual encontra-se, onde reside. AVALIAÇÃO DE FÁSCIES Expressão fisiológica/fisionômica – cor, suor, secreção, emoção. 1) Fácies Hipocrática - Os lábios estão entreabertos, delgados e afilados, olhar estático e inexpressivo, olhos fundos, rosto recoberto de suor frio e viscoso, traduzindo sofrimento. - Observa-se nos estados gerais extremamente graves e pré-agônicos, estado final. - Nota-se grande palidez da face, boca entreaberta, os lábios se adelgaçam, afila-se o nariz, olhos parados e fundos, olhar fixo, vago, sem nenhuma expressão, extremidades frias. 2) Fácies Renal - O rosto é pálido, edemaciado, especialmente nas pálpebras. É descrito nas nefropatias, com síndrome nefrótica (perda proteica). - Inespecífica, pois várias doenças com redução acentuada de albumina podem reproduzi-la. - Em casos menos intensos, pode o edema limitar-se às pálpebras, que se apresentam empapuçadas. 3) Fácies Hipertireoideana - Os olhos são brilhantes, protrusos, por causa da compressão retro-ocular, muito abertos e salientes (exoftalmia); a expressão é de espanto e o pescoço e volumoso à palpação pela presença de bócio, pele úmida. - Doença de Basedow-Graves: doença auto-imune que leva a uma anomalia no funcionamento da tireóide 4) Fácies Mixedematosa - O rosto é infiltrado pelo mixedema (infiltração cutânea causadora de edema firme e elástico nos tecidos do rosto e dos membros), torna-se arredondado, o nariz e lábios volumosos, a pele pálida, seca e amarelada, os olhos são pequenos, escondidos entre pálpebras infiltradas e túmidas profundos, boca larga; supercílios escassos, muito ralos no terço externo; cabelos secos e a expressão apática. Luanna Borges – Med 104 Encontrada no hipotireoidismo, podendo ser confundida com a fácies renal. - A infiltração que alarga o rosto e engrossa as pálpebras, é elástica e lardácea, não se deixando deprimir pela pressão do dedo 5) Fácies Cushingóide - O rosto toma forma de lua cheia, é congesto e levemente cianótico, acompanhada de obesidade no tronco, pescoço e abdome, observando-se estrias atróficas. - Ocorre na hiperplasia do córtex suprarrenal primário ou secundário, ou a origem é iatrogênica (Iatrogênico é tudo aquilo que é provocado pelo próprio médico ou por medicações, pela pratica medica), nesse caso, a origem iatrogênica se dá pelo uso excessivo de cortisol. - Apresenta-se com aspecto absolutamente característico: rosto redondo (fácies de lua cheia), de aparência pletórica (inchada) e congestiva, algo cianótico. - Distribuição da gordura que torna a síndrome inconfundível: há obesidade no rosto, no pescoço, no tronco e no abdome, ao passo que braços e pernas permanecem finos e normais (obesidade centrípeta). - Conjuntivas em regra congestionadas 6) Fácies na Paralisia Facial - A paralisia da metade da face determina que os músculos do lado são, sem a oposição dos antagonistas, desviem o rosto para esse lado. - Face assimétrica, desviada para o lado oposto ao lado paralítico. - No lado paralítico a comissura labial está mais baixa, a fenda palpebral é mais aberta e os sulcos naturais esmorecem 7) Fácies Leonina - Os lábios e o nariz são grossos, ausência ou redução dos supercílios, lembrando o “leão”. - Embora mais frequente na hanseníase (lepra), pode ocorrer em outras doenças, especialmente farmacodermias. - Em certas formas de hanseníase os tubérculos leprosos que se localizam na face lhe imprimem aspecto particular. - Os lepromas se distribuem sem simetria, alguns separados, outros confluentes. Na fronte são numerosos; desaparecem os supercílios; nariz engrossado, lábios proeminentes, grossos e endurecidos. 8) Fácies Acromegálica - A extremidade cefálica é hiperdesenvolvida e a mandíbula volumosa. - Face com apófises orbitárias muito desenvolvidas, com protrusão frontal, maçãs do rosto proeminentes. - Existe prognatismo, os lábios, as orelhas e a língua (macroglossia) são volumosas e as extremidades aumentadas. - O maxilar inferior, com grande desenvolvimento e largura, forma considerável prognatismo; nariz, lábios, orelhas crescidas. - Pálpebras espessas, ss sobrancelhas, grossas e hirsutas, juntam-se na base do nariz. - Ex.: adenoma hipofisário, constitucional. 9) Fácies da Sífilis Hereditária - A fronte é desenvolvida (fronte olímpica) e o nariz em forma de sela. 10) Fácies Tetânica Luanna Borges – Med 104 - No tétano os músculos da face também entram em contratura: lábios repuxados em sentido horizontal; as fendas palpebrais se estreitam, os sulcos nasolabiais tornam-se mais fundos. - Tem-se a impressão de que o doente esboça um riso sardônico (parece que está rindo). A contratura dos músculos masseteres, que não permitem abrir a boca, completam esta fácies. 11) Fácies Mongolóide -Os olhos, nos casos mais típicos, são um pouco oblíquos e apresentam na parte interna da fenda palpebral uma prega cutânea (epicanto) que cobre a carúncula lacrimal. - Em regra, crânio pequeno, braquicéfalo (pequeno e largo), e nariz pequeno. - Boca entreaberta, deixando ver a língua grossa. - Síndrome de Down. 12) Fácies Parkinsoniana - Imobilidade da face, contraída, olhar fixo, em atitude de admiração, ansiedade e desconfiança, cabeça fixa no tronco, não se volta para olhar de lado. AVALIAÇÃO DE MARCHA Se caracteriza no modo de andar do paciente. Prováveis distúrbios: astasia, abasia, distaxia, ataxia. TIPOS 1) Marcha Atáxica - Marcha deselegante e grotesca - Elevação excessiva dos pés - Marcha do calcanhar - Lesão em cordão posterior da medula - Neurosífilis e ataxias espinocerebelares 2) Marcha do Hemiplégico - Espasticidade do membro inferior, o qual é projetado rigidamente, sem flexão no joelho e na junta tíbio- társica. - Movimento de báscula da bacia - Membro superior permanece imóvel e em flexão e adução 3) Marcha Cerebelar - Também chamada Marcha do Ébrio. - Lesões de linha média do cerebelo (verme). - Paciente caminha com as pernas abertas para aumentar a base de sustentação. - Há desvio da marcha para o lado do hemisfério lesionado. - Paciente desvia para o lado oposto na tentativa de compensar. 4) Marcha Parkinsoniana - Caminhada em pequenos passos. - Ausência de oscilação dos membros superiores. Luanna Borges – Med 104 - Músculos Superiores semifletidos e com tremores nas mãos. - Aumento da cifose torácica. - Joelhos semifletidos e a cabeça + pescoço projetam-se para a frente. - Grande dificuldade para mudar a direção da marcha AVALIAÇÃO DA ATITUDE É posição adotada pelo paciente que deve ser observada durante todo o exame, visto que muitas vezes são adotadas posições determinadas por incapacidade física ou para alivio de sintomas, em especial a dor, podendo ser ativa ou passiva; - Ativo; (indica como o paciente prefere ficar no leito, decúbito preferido, posição antálgica, espontânea). - Passivo; (paciente não tem capacidade de escolher uma posição, e precisa de auxilio para mudar). - Posição ortostática: posição anatômica, em pé. - Decúbitos fisiológicos: a. Decúbito dorsal: de costas, “barrigapara cima” b. Decúbito ventral: de “barriga para baixo” c. Decúbito lateral: de lado. - Posição: pode ser típica de alguma doença ou atípica; TIPOS 1. Posição/Atitude genopeitoral (“preçe maometana”) - Paciente posiciona-se de joelhos com o troco fletido sobre as coxas, apoia a cabeça ou a face anterior do tórax sobre o travesseiro, solo ou colchão; - Caso clínico: pericardite, derrame pericárdico; 2. Posição ortopnéica - Paciente não consegue deitar, fica sentado na tentativa de aliviar a dispneia, apoia sobre os braços que estão afastados com cabeça e pescoço estendidos; 3. Posição de gatilho - Paciente posiciona-se com os joelhos fletidos e com a cabeça para trás; - Caso clínico: irritação meníngea, sendo mais comum em crianças; 4. Opistótono - O paciente faz um arco com dorso, apoiando apenas o pé e a cabeça; - Caso clínico: casos de tétano e meningite; 5. Emprostótono (Epistótono) - O corpo forma uma concavidade voltada para frente; - É o contrário do opistótono; - Casos clínicos: tétano, meningite e raiva; 6. Ortótono - Paciente apresenta o corpo retificado em tensão; Luanna Borges – Med 104 - Permanece com o tronco e os membros rígidos, sem se curvarem; - Caso clínico: tétano; 7. Pleurotótono - Paciente encontra-se com o corpo curvado lateralmente devido principalmente a um espasmo tetânico; 8. Atitude Parkinsoniana - Paciente encontra-se em posição ortostática, fazendo semiflexão da cabeça, do trono e membros inferiores; AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL São medidas antropométricas; a. Peso; b. Altura; c. Cintura abdominal; (mulher: até 80 cm; e homem: até 90 cm). - Medida do IMC a. Peso / (Altura)² ; b. Desnutrição (risco de morte 14 a 15); c. Baixo peso; d. Normal; e. Sobrepeso; f. Obeso. AVALIAÇÃO DE PELE E MUCOSAS Observação geral no paciente. Subdivido em: - Avaliação da pele a. Palidez; b. Icterícia; c. Cianose; d. Hidratação (turgor cutâneo). - Avaliação da mucosa a. Olhos; (observar a presença da linha d’água entre as conjuntivas ocular e palpebral). b. Boca; (levantar língua e observar o ressecamento dos lábios). c. Observar: palidez; ictérica; cianose e hidratação; - Preenchimento capilar a. Pressionar a ponta do dedo e esperar o preenchimento capilar; (normal: menor ou igual a 2/3 segundos). - Turgor Cutâneo a. Avaliar o grau de hidratação da pele; b. Puxe uma prega cutânea e observe a facilidade com que ela é levantada (mobilidade) e quão rapidamente ela retorna à posição inicial (turgor); c. Deve ser realizado no dorso da mão (menos preferencial), parte inferior e posterior do braço, abdome, ou coxa; d. No Edema há diminuição da mobilidade e na Desidratação há redução do Turgor; Luanna Borges – Med 104 ESTADO GERAL DO PACIENTE De acordo com o aspecto geral, sinais vitais, alterações na ectoscopia; - “Meu paciente tem cara de doente?” a. Bom; b. Regular; c. Grave. FACIES Passarinho Face triangular, hipoplasia malar, micrognatismo e nariz proeminente. Paralisia Facial Face paralisada, sem expressão é a que está sujeita pelo distúrbio. 1)Periférica (de Bell): Lesão dos nervos faciais. Paciente não fecha o olho no lado lesado e não enruga a testa. 2)Central (AVC): Lesão no parênquima cerebral. Preserva mobilidade da testa, onde há perda de força de membros. Sífilis Congênita Fronte olímpica e nariz em sela Lúpus Eritematoso Eritema malar em forma de asa de borboleta (rash malar).
Compartilhar