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SISTEMA MUSCULAR OBJETIVOS 1. Qual a definição e os tipos de músculo? (antagonista e agonistas) 2. Diferencie os tipos de fibras musculares. 3. Explique como funciona a contração muscular a partir do estímulo nervoso. (placa motora e potencial de ação) 4. Explique o que é rabdomiolise. Relacione com CPK e urina escura. 5. Diferencie cansaço, fadiga e câimbra. 6. Como ocorre a câimbra? Qual a sua relação com potássio e acido lático? MÚSCULO Órgão formado por fibras que possuem a capacidade de se contrair e se alongar, sendo classificado como cardíaco, liso e estriado, segundo suas características. Tem duas funções em comum: produzir movimento e gerar força. São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração avermelhada das fibras musculares se deve à mioglobina, proteína semelhante à hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos, que cumpre o papel de conservar algum O2 proveniente da circulação para o metabolismo oxidativo. Os músculos representam 40-50% do peso corporal total. FUNÇÕES DOS MÚSCULOS: Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr. Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabiliza as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou se sentar. Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco. Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal. QUANTO À FUNÇÃO: Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos. Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos. Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro. Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando se move a parte distal. Musculo estriado esquelético: está unido aos ossos do esqueleto, o que capacita esses musculo as controlarem os movimentos corporais. Contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico. ● Estriado, contém bandas claras e escuras ● Células alongadas e multinucleadas ● Controle voluntário ● Fixado aos ossos do esqueleto ● Inervado pelo Sistema nervoso somático Músculo liso: Localizado nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação involuntária controlada pelo sistema nervoso autônomo. Não apresenta bandas transversais. • Não estriado • Involuntário • Também chamado visceral As paredes da maioria dos órgãos e de muitos dos vasos sanguíneos apresentam fibras musculares fusiformes dispostas em lâminas, camadas ou feixes Músculo estriado cardíaco: apenas no coração e movimenta o sangue. Representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém involuntário – AUTO RITMICIDADE. • Estriado • Involuntário FIBRAS MUSCULARES FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA (Tipo I) ● Sistema de energia utilizado: AERÓBICO; ● Contração muscular lenta; ● Capacidade oxidativa (utiliza o oxigênio como principal fonte de energia); ● Coloração: Vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias); ● São altamente resistentes à fadiga; ● São mais apropriadas para exercícios de longa duração; ● Predomina em atividade aeróbicas de longa duração como natação, corrida. FIBRAS DE CONTRAÇÃO RÁPIDA (Tipo II) ● Sistema de energia utilizado: ANAERÓBICO; ● Alta capacidade para contrair rapidamente (a velocidade de contração e tensão gerada é 3 a 5 vezes maior comparada às fibras lentas); ● Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e glicose); ● Coloração: Branca; ● Fadigam rapidamente; ● Gera movimentos rápidos e poderosos; ● Predomina em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com mudança de ritmo, saltos. Ex.: basquete, futebol, tiros de até 200 metros, musculação, entre outros. MUSCULO ESQUELÉTICO: Em geral, os músculos esqueléticos estão ligados aos ossos pelos tendões, estruturas constituídas por colágeno. A origem de um músculo é a sua extremidade fixada mais perto do tronco ou do osso fixo. A inserção é a porção mais distal ou mais móvel do músculo. Um músculo é chamado de flexor se a porção central dos ossos conectados se aproximam quando o músculo contrai, e o movimento é chamado de flexão. Se os ossos se afastam quando o músculo contrai, o músculo é chamado de extensor, e o movimento associado é chamado de extensão. Os pares de músculos extensores e flexores são de- nominados músculos antagonistas, pois exercem efeitos opostos. Em cada caso, quando um dos músculos contrai e encurta, o músculo antagonista precisa relaxar e alongar. Os músculos esqueléticos são compostos por fibras musculares: Os músculos trabalham em conjunto, como uma unidade. Um músculo esquelético é um conjunto de células musculares, ou fibras musculares. Anatomia da fibra muscular, A membrana plasmática de uma fibra muscular é chamada de sarcolema, e o citoplasma é chamado de sarcoplasma. As principais estruturas intracelulares dos músculos estriados são as miofibrilas, que são feixes extremamente organizados de proteínas contráteis e elásticas envolvidas no processo de contração. Os músculos esqueléticos também contêm um extenso retículo sarcoplasmático (RS), concentra e sequestra Ca2 com o auxílio de uma Ca -ATPase presente na membrana do RS. A libera- ção de cálcio do RS produz um sinal de cálcio que desempenha um papel-chave na contração de todos os tipos de músculo. As miofibrilas são as estruturas contráteis da fibra muscular: Cada fibra muscular contém milhares de miofibrilas que ocupam a maior parte do volume intracelular, deixando pouco espaço para o citosol e as organelas. Cada miofibrila é composta por diversos tipos de proteínas organizadas em estruturas contráteis repetidas, chamadas de sarcômeros. As proteínas das miofibrilas incluem a proteína motora miosina, que forma os filamentos grossos; os microfilamentos de actina,que formam os filamentos inos; as proteínas reguladoras tropomiosina e troponina; e duas proteínas acessórias gigantes, a titina e a nebulina. A miosina é uma proteína motora com capacidade de produzir movimento. Cada molécula é composta de cadeias proteicas que se entrelaçam, formando uma longa cauda e um par de cabeças. Cada cabeça de miosina possui duas cadeias proteicas: uma cadeia pesada e uma cadeia leve, menor. A cadeia pesada é o domínio motor capaz de ligar o ATP e utilizar a energia da ligação fosfato de alta energia do ATP para gerar movimento. Como o domíniomotor funciona como uma enzima, ele é considerado uma miosina-ATPase. A actina é a proteína que forma os filamentos finos da fibra muscular. Na maior parte do tempo, os filamentos grossos e finos de cada miofibrila, dispostos em paralelo, estão conectados por ligações cruzadas de miosina, as quais atravessam o espaço entre os filamentos. Cada molécula de actina G tem um único sítio de ligação à miosina. Cada cabeça da miosina tem um sítio de ligação à actina e um sítio de ligação ao ATP. As ligações cruzadas formam-se quando as cabeças de miosina dos filamentos grossos se ligam à actina dos filamentos finos O arranjo dos filamentos grossos e finos em uma miofibrila gera um padrão repetido de bandas claras e escuras alternadas. Uma única repetição do padrão forma um sarcômero, a unidade contrátil da miofibrila. Cada sarcômero é constituído pelos seguintes elementos: ● Discos Z. Um sarcômero é formado por dois discos Z e pelos filamentos encontrados entre eles. Os discos Z são estruturas proteicas em ziguezague que servem como pontos de ancoragem para os filamentos finos. A abreviação Z provém de zwischen, a palavra do alemão para “entre”. ● Banda I. É a banda de coloração mais clara do sarcômero e representa uma região ocupada apenas pelos filamentos finos. Um disco Z atravessa o centro de cada banda I, de modo que cada metade de uma banda I pertence a um sarcômero diferente. ● Banda A. É a banda mais escura do sarcômero e engloba todo o comprimento de um filamento grosso. Nas porções laterais da banda A, os filamentos grossos e finos estão sobrepostos. O centro da banda A é ocupado apenas por filamentos grossos. ● Zona H. Essa região central da banda A é mais clara do que as porções laterais da banda A, uma vez que a zona H é ocupada apenas por filamentos grossos ● Linha M. Essa banda representa as proteínas que formam o sítio de ancoragem dos filamentos grossos (equivalente ao disco Z para os filamentos finos). Cada linha M divide uma banda A ao meio. M é a abreviação para mittel, a pa- lavra alemã para “meio”. O alinhamento adequado dos filamentos dentro de um sarcômero é assegurado por duas proteínas: titina e nebulina. A titina é uma molécula elástica muito grande, sendo a maior proteína conhecida, composta por mais de 25 mil aminoácidos. A titina tem duas funções: (1) estabilizar a posição dos filamentos contráteis e (2) fazer os músculos estirados retornarem ao seu comprimento de repouso, o que ocorre devido à sua elasticidade. A titina é auxiliada pela nebulina, uma proteína gigante não elástica que acompanha os filamentos finos e se prende ao disco Z. A nebulina auxilia no alinhamento dos filamentos de actina do sarcômero. CONTRAÇÃO MUSCULAR: CONTRAÇÃO EM ETAPAS: 1. Os potenciais de ação cursam pelo nervo motor ate suas terminações nas fibras musculares, passando pena placa motora. 2. Em cada terminação, o nervo secreta pequena quantidade da substância neurotransmissora acetilcolina. 3. Ela age em área local da membrana da fibra muscular para abrir múltiplos canais de cátions, “regulados pela acetilcolina”, por meio de moléculas de proteína que flutuam na membrana. 4. A abertura dos canais regulados pela acetilcolina permite a difusão de grande quantidade de íons de sódio para o lado interno da membrana das fibras musculares. Essa ação causa despolarização local que, dependentes da voltagem, que desencadeia o potencial de ação da membrana. 5. O PA se propaga por toda a membrana da fibra muscular 6. O PA despolariza a membrana muscular, e grande parte da eletricidade do potencial de ação flui pelo centro da fibra muscular. Ai, ela faz com que o RS libere grande quantidade de cálcio armazenados nele. 7. Os íons de cálcio ativam as forcas atrativas entre os filamentos de miosina e actina, fazendo com que o deslizem ao lado um do outro, que é o processo contrátil. 8. Após isso, os íons de cálcio são bombeados de volta para o RS pela bomba de cálcio da membrana, onde permanecem armazenados ate que o novo PA muscular se inicie. Essa remoção de cálcio faz com que a contração cesse. A contração muscular ocorre por um mecanismo de contração dos filamentos. Atividade da adenosina trifosfatase da cabeça da miosina. A cabeça da miosina tem duas funções, ligar ela a actina e como uma enzima adenosina trifosfatase (ATPase). Essa propriedade permite que a cabeça clive o ATP e utilize a energia derivada das ligações de alta energia do fosfato do ATP para energizar o processo de contração Os filamentos de actina são compostos por actina, troponina e tropomiosina. As moléculas de tropomiosina. Durante o período de repouso, as moléculas de tropomiosina recobrem locais ativos de filamento de actina, de forma a impedir que ocorra atração entre a actina e a miosina. Troponina e seu papel na contração muscular. Essas moléculas são complexos de 3 subunidades, cada uma com uma participação especifica. Troponina I tem forte afinidade com actina, troponina T com a tropomiosina e a troponina C com os ions de cálcio. A forte afinidade da troponina com os ions de cálcio é o evento que desencadeia a contração. INTERAÇÃO: O filamento puro de actina, na falta do complexo troponina-tropomiosina, se liga instantaneamente e fortemente às cabeças das moléculas de miosina. Então, se o complexo for adicionado ao filamento de actina, a união entre a miosina e a actina não ocorre. Ativação do filamento de actina por íons de cálcio. Em presença de ions de cálcio, ele se liga a troponina C fazendo com que ela mude a sua conformação e se desloque. Essa ação “descobre” os locais ativos de actina, permitindo que eles atraiam as cabeças de miosina. Isso é a contração do musculo. Eventos químicos: Quando um musculo se contrai, é realizado um trabalho com necessidade de energia. Grandes quantidades de ATP são degradas as DAP durante o processo de contração. 1. Antes do início da contração, as cabeças se ligam ao ATP. A atividade da ATPase das cabeças de miosina imediatamente cliva o ATP, mas deixa o ADP e o íons fosfato como produtos dessa clivagem ainda ligados na cabeça. 2. Quando o complexo se liga ao cálcio, os locais ativos na actina são descobertos, e as cabeças de miosina, então, se ligam a esses locais. 3. A ligação entre a ponte cruzada da cabeça e o local ativo na actina cauda alteração conformacional da cabeça, fazendo com que se incline ao braço da ponte cruzada, o que gera um movimento de força, para puxar a actina. 4. Uma vez que a cabeça da ponte cruzada esteja inclinada, é permitida a liberação do ADP e do P que estavam ligados a cabeça. No local que foi liberado ADP, outro ATP se liga. Essa ligação causa o desligamento da cabeça pela actina. 5. Após isso, a nova molécula de ATP é clivada para que seja iniciado um novo ciclo. RABDOMIOLISE É uma condição clínica definida por uma lesão muscular com liberação de conteúdo intracelular, incluindo mioglobina, creatinoquinase (CK), lactato desidrogenase e eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fosfatos, uratos). A doença pode variar desde alteração da CK ate condições ameaçadoras de vida, como insuficiência renal, arritmias cardíacas e coagulação intravascular disseminada. Urina escura: A rabdomiolise pode ser comprovada somente através de valores aumentados no plasma sanguíneo de enzimas, que normalmente existem nos músculos. Elas são creatina quinase, mioglobina e a lactato desidrogenase. A urina se trona vermelho-castanho na presença de valores altos de mioglobina. Enzima CPK: é uma enzima que desempenha um importante papel regulador no metabolismo dos tecidos contrateis. Ela está localizada na zona H dos sarcômero. Pode ser encontrada nos músculos, tecido cardíaco e no cérebro. Sua dosagem está relacionada com o diagnostico de lesões e doenças na musculatura esquelética e no infarto do miocárdio. Quando acontece alguma lesão muscular, isquemia ou inflamação muscular a CPK é liberada na corrente sanguínea, deixando seus níveis elevados. A principalatividade da CK está no tecido muscular (esquelético e cardíaco), tendo como função fosforilar de forma reversível a creatina a expensas do ATP, como uma forma adicional de armazenamento de energia em ligações fosfatadas. FADIGA A fadiga muscular aumenta conforme a proporção da depleção do glicogênio muscular, assim os efeitos da fadiga surgem em parte da incapacidade contrátil e do processo metabólico das fibras musculares de continuar a manter a mesma quantidade de trabalho. Estudos apontam que a transmissão dos sinais nervosos pela junção neuromuscular pode diminuir após intensa e prolongada atividade muscular. A interrupção do fluxo sanguíneo durante a contração do músculo leva a fadiga muscular devido a perda de nutrientes, em especial o oxigênio. CÂIMBRA Contração muscular súbita, involuntária e dolorosa, de caráter transitório, ger. causada por problemas vasculares decorrentes de esforço excessivo ou do frio. São frequentes durante a noite, ou em exercícios físicos extenuantes, em pessoas que não possuem condicionamento físico adequado. Podem aparecer em diversas condições clínicas, por ex: hipocalcemia, hipopotassemia e baixa oxigenação. Uma das principais causas é a acumulação de lactato no tecido, devido a degradação da glicose na ausência de oxigênio (glicólise). Havendo oxigênio suficiente, o lactato é convertido e volta para piruvato e transformando em acetil-COA e dióxido de carbono, numa reação catalisada por enzimas. A câimbra ainda e objeto de estudo, mas é certo que o espasmo é de origem nervosa ou neuromuscular. REFERÊNCIAS: Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada por Dee Unglaub Silverthorn
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