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AGÊNCIAS REGULADORAS (1)

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Surgimento: As agências reguladoras vieram da imprescindibilidade de regular e fiscalizar as atividades econômicas que o Estado exercia em regime de monopólio e os serviços públicos delegados aos particulares, devendo garantir a normalidade e eficiência na prestação dos serviços e atividades não mais realizadas diretamente pelo Estado. 
Conceito de agência reguladora: As agências reguladoras são órgãos governamentais que exercem o papel de fiscalização, regulamentação e controle de produtos e serviços de interesse público tais como telecomunicações, energia elétrica, serviços de planos de saúde, entre outros. Possuem personalidade jurídica de direito público, com natureza jurídica de autarquia visto que as tarefas atribuídas a estas agências exigem uma atuação técnica e especializada, sendo necessária certa autonomia para o exercício de suas atividades. possuem autonomia financeira devido a garantia de receitas vinculadas. Gozam de poder normativo, por regulamentar e normatizar diversas atividades de interesse coletivo que obrigam os prestadores de serviços, buscando assim o interesse público.
A responsabilidade do Estado: O estado tem como responsabilidade impulsionar e proteger a economia nacional passando a intervir diretamente no domínio econômico através da criação das grandes empresas estatais, em que, a privatização delas, surge como instrumento para o Estado efetuar a transição de incumbências, mas esta solução causou diversas críticas e debates sociais. Dentre essas críticas, destaca-se a possibilidade de o Estado deixar de lado a produção de bens e serviços sem receber garantias de que os agentes privados não iriam usurpar o mercado de maneira indevida, a fim de suprimir a concorrência para depois aumentar aleatoriamente os preços gerando como consequência a desestabilização do mercado nacional. 
A parte Histórica: O primeiro ente regulador instituído no Brasil foi a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, através da Lei 9.427 de 1996, com a finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica no país. 
Em 1997 foi criada a Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, pela Lei 9.472. Sua criação está intimamente ligada ao processo de reforma estatal, e caracteriza-se por ser um órgão autônomo com a responsabilidade de regular e fiscalizar os serviços de telecomunicações, também incumbida de desempenhar as funções do poder concedente. Sua direção é feita por um conselho diretor nomeado pelo Presidente da República.
Da mesma forma, foi estabelecida a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, pela Lei 9.478/97, com a finalidade de ser um ente regulador da indústria do petróleo, gás natural e biocombustíveis. Dirigida por um órgão colegiado nomeado pelo Presidente, mediante prévia aprovação do Senado Federal.
Estas três agências reguladoras marcaram o início do processo de regulação, pois foram os primeiros entes criados com esta finalidade e serviram de base para as criadas posteriormente.
Agências reguladoras na Constituição Federal de 1988: A Constituição Federal de 1988 é dirigente e ao assegurar em seu artigo 170, como regra, a propriedade privada, a livre concorrência, a livre iniciativa privada, a liberdade e exercício da atividade econômica e o regime da livre empresa, adotou o sistema capitalista sem, contudo, afastar a atuação do Estado na economia.
Desse modo, ao declarar que a ordem econômica é fundada na valorização do trabalho e na livre iniciativa, a Constituição Federal de 1988 consagra uma economia de mercado, capitalista. No entanto, embora capitalista, a ordem econômica prioriza os valores do trabalho humano sobre os demais valores da economia de mercado. Esta prioridade tem por intuito assegurar a intervenção do Estado na economia, com o fim de fazer valer os valores sociais do trabalho, fundamento este não só da ordem econômica, como também da República Federativa do Brasil (artigo 1º, inciso IV).
Segundo a Constituição Federal de 1988, especificamente nos artigos 21, XI e 177, §2º, III, as agências reguladoras estão previstas como “órgãos reguladores”, com competência específica a certas atividades.
As agências reguladoras presentes no país são:
 Bacen - Banco Central do Brasil, Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, Anac - Agência Nacional de Aviação Civil, Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar, Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações, Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional do Cinema (ANCINE), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Mineração (ANM) - criada em 2013 para substituição do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral.

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